Jornal Notícias de Cotia - Edição 11

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1ª quinzena de Novembro - 09

Qual o nome certo, pinga, cachaça, caninha, birita, branquinha, bagaceira, cangibrina, água que passarinho não bebe ou aquela que matou o guarda? Eduardo Soares O nome “cachaça” é registrado como nome oficial e é considerado patrimônio gastronômico e cultural da sociedade brasileira. Sua história remonta ao tempo da escravidão, quando os escravos trabalhavam na produção do açúcar da cana de açúcar. O método já era conhecido e consistia em se moer a cana, ferver o caldo obtido e, em seguida, deixá-lo esfriar em fôrmas, obtendo a rapadura, com a qual adoçavam as bebi-

das. Ocorre que, por vezes, o caldo desandava e fermentava, dando origem a um produto que se denominava cagaça e era jogado fora, pois não prestava para adoçar. Alguns escravos tomavam esta beberagem e, com isso, trabalhavam mais entusiasmados. Com o tempo essa bebida foi aperfeiçoada, passando a ser filtrada e depois destilada, sendo muito apreciada em épocas de frio. O processo de fermentação

com fubá de milho remonta aos primórdios do nascimento da cachaça e permanece até hoje com a maior parte dos produtores artesanais. Existem atualmente pesquisas de fermentação com diversos produtos denominados enzimas que, aos poucos, estão substituindo o processo antigo. A cachaça sempre viveu na clandestinidade, sendo consumida principalmente por pessoas de baixa

renda e, por isso, sua imagem ficou associada a produto de má qualidade. Mas atualmente ela ascendeu a níveis nunca antes sonhados e hoje é uma bebida respeitada e apreciada mundialmente, já tendo conquistado a preferência de pessoas de alta classe e sendo servida em encontros políticos internacionais e eventos de toda espécie pelo mundo afora. Consagrada como brasileiríssima,

é apreciada em diversos cantos do mundo e representa nossa cultura, como a feijoada e o futebol. Sua produção já ultrapassa os 1,3 bilhões de litros e apenas 0,40% são exportados. É um produto cuja industrialização emprega atualmente no Brasil mais de 450 mil pessoas. O Decreto 4.702, assinado em 2002 pelo presidente FHC, declara ser a Cachaça um produto destilado de origem nacional, do nosso Brasil.

Um Alambique em Cotia... Uai, sô onde? Eduardo Soares

Quem tem amigo não morre pagão. Nossa grande amiga e consultora jurídica Dra. Clenice Pellenz, que por sinal sempre muito antenada e sabe de tudo nesta cidade, ao saber que estávamos fazendo uma matéria especial da Cachaça brasileira nos apresentou o Sr. Paulino Nascimento.

Evidentemente o Sr. Paulino Nascimento dispensa apresentação, empresário há quase 40 anos no ramo da construção, ex vereador de Cotia, amante dos Cavalos, Cavalgadas e eventos rurais, sua grande paixão, Corintiano Roxo, aviador dos bão, inclusive proprietário da única pista de pouso com direito a Avião, hangar e uma exemplar fazenda, tudo na região. No auge dos 64 anos de idade sempre muito elegante e falante separado é hoje um solteirão cobiçado. Bem, vamos ao ponto, além de todas estas qualificações a que mais nos interessa no momento. “O Homem” é

Essa é Boa!

Cachaça adormecida na canela, na Amburana e muita cachaça no Cambucí, Cachaça branquinha e amarelinha, cachaça nova, cachaça descansçada, enfim cachaça de todo o tipo e sabor. Para tristeza de muita gente, a produção é particular e será apreciada por seleto time de amigos do Sr. Paulino Nascimento, mas se fosse comercializada, o custo médio da garrafa de 700ml seria aproximados R$ 80,00. O Alambique de cobre e seus tachos de inox para a preparação e destilação são de altíssima qualidade e após o processo a cachaça descança em tonéis de Amendoim, Carvalho e

Onde Encontrar uma boa cachaça?

Olha a Mangueira aí geeeeente!

O sujeito está no maior porre na porta de um boteco e de repente aparece uma procissão. Centenas de pessoas reunidas, carregando uma santa num andor, toda decorada em verde e rosa. O cachaceiro berra: - Olha a mangueira aí, geeeente! Enfezado, o padre se vira pro bêbado e esbraveja:

conhecedor na arte da Marvada Cachaça, bebe muito bem, mas detém há 10 anos um alambique particular de fazer inveja a muito produtor comercial de Cachaça. O Alambique e 2 tonéis foram comprados de seu tio, o falecido Ilustre Carmelino Pires de Oliveira, ex prefeito de Cotia. Com um estoque estimado em 20 mil litros da preciosa, pudemos encontrar em um ambiente extremamente agradável, inserido no meio da fazenda em local adequado, ao lado de celeiros, em frente a uma vista com lago, montanha e tudo mais, uma variedade impressionante.

- Que falta de respeito, seu excomungado! Fique aí com o seu vício e nos deixe em paz com a nossa fé! Mal o padre acabou de falar, a santa bate com a cabeça no galho de uma mangueira, cai e se espatifa no chão. E o bêbado: - Eu tentei avisar... Mas, o padre é estressadinho!!!!!

Empório Brandão Mercadão de Cotia Fone: 4703-6730

Curumim

Casa Palla

Av. Eid Mansur, 853

Mercadão de Cotia

Km 25 Raposo Tavares Fone: 4612-9402

Fone: 4616-9492

Onde Beber? Café com Gosto Av. Rotary, 174 Jd. Nomura Fone: 4243-1146

Clube Paiquerê

JNC

Estrada do Caiapiá, 1100 Jd. Pioneira Fone: 4703-5775

Villa Nobre Nobre, 1727

Estrada Fernando

Fone: 4702-6462

Occhioni

(11)4148-4015

Estrada Fernando Nobre, 819 Fone: 4616-2262

Sassa Restaurante Estrada Fernando Nobre, 970 Fone: 4777-0266

Alambique adiquirido do Tio Carmelino Pires de Oliveira

Angico. Outro fato muito interessante é que o Zé Ceara, 52 anos e desde o começo é o braço direito do “Homem” na elaboração da Preciosa, é um ex alcólatra, advindo da Casa de Recuperação Novo Amanhecer que conta também com a ajuda do “Homem”. O Sr. Paulino Nascimento poderá em breve criar uma confraria para os apreciadores desta preciosidade, que terão a oportunidade de degustações acompanhadas de pratos típicos, música e muito boa companhia. De momento podemos antecipar que a cachaça já tem um nome provisório “ A Pinga do Patrão” e que é bom se

apressar e fazer amizade com o “Homem”, para garantir sua participação na confraria. Para maiores informações entre em contato com nossa redação: redação@noticiasdecotia.com.br

Trecho do Poema Canha

De Jaime Caetano Braun Dedicado ao Sr. Paulino Nascimento Pelo amigo Flecha dos Pampas Rude bebida campeira, Sumo de cana esmagada, China maula desgraçada Que meus penares ancharcas, Jamais se apagam as marcas Do teu fascínio maldito Que faz virar num proscrito O mais bagual dos monarcas! Água benta consagrada No altar da pulperia, És a um só tempo, alegria Pesar e arrependimento, E esse teu gosto amarguento Que nos reponta e amarra É um pialo, que de cucharra Nos ficam no pensamento

Remédio de uso caseiro Sempre ao jeito, noite e dia, Milagrosa anestesia De muito guasca doutor, Foste disfarce pra dor De tanto gaudilho macho E mamadeira de guacho Nas orfandades do amor! Por isso – China maleva! Eu que te adorei com ânsia Hoje te guardo á distância Pois assim não me dominas... E aquele que olhar as ruínas Que ela promove onde passa Concordorá que a cachaça É a maior traiçoeira das chinas!

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JNC

Sr. Paulino Nascimento “ O Homem “

Vista Parcial dos Tonéis e área de degustção de cachaça


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