XXV Simpósio Nacional de História

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12 Nome: João Costa Gouveia Neto E-mail: rairicneto@yahoo.com.br Instituição: Universidade Federal do Piauí Nome: Edwar de Alencar Castelo Branco E-mail: Edwar2005@uol.com.br Instituição: UFPI Título: A importância do Teatro São Luís na efetivação do movimento cultural na São Luís da segunda metade do século XIX O Teatro São Luís está entre os três teatros construídos ainda no período colonial, no início do século XIX, e que ainda existe. Desde a sua inauguração em 1817, esse teatro figurou como o mais importante espaço de entretenimento, de criação de novas sociabilidades e de distinção social para as elites de São Luís, capital da província do Maranhão. Durante todo o século XIX, os eventos culturais que aconteciam no São Luís eram constantemente relatados nos jornais, mas, para este estudo, deter-me-ei somente nos dois últimos quartéis do referido século. Assim, através das notícias relatadas nos jornais veiculados na São Luís do referido período, analisarei a importância que o teatro representou para a constituição de um gosto musical entre homens e mulheres que o freqüentavam, nas noites de récitas, naquele presente, tendo como suporte principal os jornais Semanário Maranhense e A Flecha. Nome: Kátia Rodrigues Paranhos E-mail: katia.paranhos@pq.cnpq.br Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Título: Dramaturgos em cena: o(s) sentido(s) do engajamento no teatro Teatro social e teatro engajado são duas denominações, entre outras, que ganharam corpo em meio a um vivo debate que atravessou o final do século XIX e se consolidou no século XX. Seu ponto de convergência estava na tessitura das relações entre teatro e política ou mesmo entre teatro e propaganda. Para o crítico inglês Eric Bentley, o teatro político se refere tanto ao texto teatral como a quando, onde e como ele é representado. Esta comunicação aborda o tema do engajamento, de modo geral, e o perfil de alguns personagens que, como figuras políticas, intervêm criticamente na esfera pública, trazendo consigo não só a transgressão da ordem (como afirma Pierre Bourdieu) e a crítica do existente, mas também a crítica do modo de sua inserção no modo de produção capitalista e, portanto, a crítica da forma e do conteúdo de sua própria atividade. Nome: Kyara Maria de Almeida Vieira E-mail: kykalua@ig.com.br Instituição: UEPB Título: Por uma “produção histórica”: teatro e homossexualidade em Campina Grande/PB (1960-1980) Transfigurar-se! Transformar-se numa coisa que não seja a mesma! Montar um cenário, criar uma história, inventar personagens para que o espetáculo aconteça! Entrelaçando-se com os códigos culturais que apontam o dizívil e o visível, ou ir à contramão, espetando o público num convite a sair de seus lugares. Eis o teatro! Tema do texto aqui proposto, re-cortado entre os anos 1970 e 1980, espacialmente demarcado em Campina Grande/PB, inspirado no diálogo com parte do elenco pós-estruturalista. Nosso script ousa pensar sobre os regimes de narrativa, as relações de poder-saber, as tramas que possibilitaram a inscrição desta cidade, a partir da década de 1960, enquanto uma cidade que respira arte; pensar sobre uma cidade que tem na construção do Teatro Severino Cabral, não apenas um dos marcos de sua história, nem tampouco espaço onde simplesmente se travam disputas em nome da arte. Assim, pensar como o teatro campinense, em sua historicidade, foi/é apropriado pelos mais variados sujeitos e seus inúmeros interesses, aqui nos remetemos aos homossexuais; pensar como o teatro campinense foi ‘re-significado’ enquanto lugar da produção de si, da composição das identidades, tanto para a cidade quanto para alguns homossexuais que com esse espaço se envolveram. Nome: Larissa de Oliveira Neves E-mail: larissadeoneves@gmail.com Instituição: Unicamp Título: A história do teatro nos rodapés de A Noticia: crônicas de Artur Azevedo Esta comunicação tem como objetivo apresentar as crônicas teatrais de Artur Azevedo, publicadas semanalmente no jornal “A Notícia”, entre os anos de 1894 e 1908. Nas crônicas, o autor, além de criticar os espetáculos em cartaz, traçou um fiel panorama do dia-a-dia do meio teatral, com informações sobre os costumes da população e as dificuldades vivenciadas

pela gente de teatro. Os textos fornecem um rico panorama de quatorze anos da história de nosso teatro, com dados sobre artistas, companhias, peças encenadas, festivais, etc. Podemos, também, por meio da leitura desse rico material, determinar a postura teórico-crítica do comediógrafo acerca da literatura dramática e dos aspectos de cena. Por fim, as crônicas, a despeito de seguirem uma temática definida (o teatro), incluem, em diversos momentos, comentários sobre outros assuntos de relevo à época, como as reformas urbanas do Rio de Janeiro, os problemas com os meios de transporte, as novas formas de divertimento que surgiam, além de referências à vida pessoal do autor. A coleção completa dos artigos, que totaliza 680 textos, vem a público pela primeira vez no livro “O Theatro: crônicas de Arthur Azevedo”, uma edição comemorativa do centenário de falecimento de autor, patrocinada pela Petrobras, com o apoio do MinC. Nome: Magda Maria Jaolino Torres E-mail: mmjt@terra.com.br Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro Título: Sob a danação do efêmero: teatros e história “A arte acontece, […] mas a consciência de que jamais acabaremos de decifrar o mistério estético não se opõe ao exame dos fatos que o tornaram possível.” Neste trabalho, aceito a provocação destas palavras de Jorge Luis Borges e convido por minha vez a que se pense os teatros e a história, entendendo a prática do historiador como um exercício de pensamento. A questão de saber se é possível pensar diferentemente do que se pensa – e perceber diferentemente do que se vê – é indispensável para continuar a olhar e refletir, alertava Foucault. Esse parece ser o desafio na construção de objetos de pesquisa histórica e, muito especialmente, quando se trata de objetivar teatros. A presente comunicação visa contribuir para esta empreitada. Nome: Maria Brigida de Miranda E-mail: brigidademiranda@gmail.com Instituição: UDESC Título: Das ‘aflições femininas’; ervas, poções e sangrias: a representação de curandeiras e médicos no espetáculo Vinegar Tom Escrita em 1976 pela dramaturga inglesa Caryl Churchill, em colaboração com o grupo Monstrous Regiment, Vinegar Tom é uma peça feministasocialista que explora a história da bruxaria. A elaboração do texto baseouse no estudo dos autos de julgamento do século XVII, da cidade de Essex na Inglaterra. Para Churchill, Vinegar Tom é um texto sobre bruxaria, mas onde não há bruxas. Neste artigo contextualizo e apresento aspectos gerais do texto dramatúrgico para situar a primeira montagem teatral brasileira de Vinegar Tom em 2007-2008. Proponho uma reflexão ética e estética sobre a representação da curandeira (personagem Ellen) e do médico (personagem Doutor) ao discutir as opções da direção e os artifícios da encenação para realçar o antagonismo entre o conhecimento pagão e o surgimento da medicina moderna. Nome: Maria de Lourdes Rabetti E-mail: mlrabetti@gmail.com Instituição: Unirio Título: Variações cênicas para representações do Brasil: dança dos libretos e flutuação autoral no século XIX Libretos como Joko, o macaquinho brasileiro (1826), Brezila ou A tribo das mulheres (1835), Os ingleses nas Índias ou A símia agradecida (1862), as várias estampas d’ O lago das fadas (iniciado como ópera em 1839, passando por melodrama e alcançando diferentes versões em balé, até tornarse “baile fantástico” dançado no Teatro São Pedro, corte do Rio de Janeiro em 1849, com protagonismo da “rainha das fadas” Maria Baderna) constituem suporte documental diferenciado para a investigação de possíveis indícios de encenações passadas, porque consistem fundamentalmente de indicações escritas para a cena, sintéticas, condensadoras de movimentos e ações: coreografia. Além de “curioso” repertório de imagens do Brasil da época, produzidas e observadas por meio da representação cênica, o rol de libretos em questão apresenta-se como espaço significativo para discutir problema central nos estudos histórico-artísticos ligado à noção (histórica) de autoria, intrincada entre originalidade, versões, apropriações e propriedade de obras. Nome: Maria do Perpétuo Socorro Calixto Marques E-mail: mcalixtomarques@uol.com.br Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Título: A moral da história de um herói de seringal Prosseguindo com a pesquisa do Projeto História Social do Teatro na Ama-

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zônia: Discurso e Memória, apresentaremos a análise da peça O herói do Seringal, do paraense Nazareno Tourino. Texto que retoma o espaço amazônico como cenário e como elemento de intriga entre as personagens. A peça é mais uma que coloca a Amazônia como palco para narrar a história dos migrantes nordestinos vindos para o Acre para o corte da borracha. Portanto, integra o rol do arquivo que tematiza a velha, mas em processo constante de interpretação, história da região. Para análise, observaremos como esse conteúdo histórico é espraiado no gênero no qual a peça se apresenta, além disso, somaremos a essa ferramenta teórica as discussões que versam sobre as produções discursivas identitárias do homem amazônida e como o herói, anunciado no título da peça, constrói-se na perspectiva da moral e da ética nesse espaço verde escuro. Nome: Maria Lana Monteiro de Lacerda E-mail: malanasm@hotmail.com Instituição: FUNDARPE Título: História e imagem na experiência vivencial Nosso trabalho pretende introduzir algumas possibilidades de análise dos discursos imagéticos como objeto significante de estudo da História do Teatro Brasileiro. Utilizando alguns referenciais metodológicos da História Cultural observaremos, através da experiência pernambucana do “Vivencial Diversiones” (1974-1984), diferentes leituras da história sócio-cultural do País se articulando e negociando imagens na prática teatral. Responsável por afrontar o padrão estético Armorial vigente no Recife/Olinda tal trupe se notabilizou como novo referencial artístico, em plena ditadura militar, pela difusão antropofágica do tropicalismo e do transformismo nos palcos pernambucanos. Nome: Mariana de Oliveira Amorim E-mail: basica_vr@hotmail.com Instituição: UFRJ Título: O Théâtre Français na corte sob a ótica do Conservatório Dramático Brasileiro e dos Folhetins Teatrais (1843-1864) O presente trabalho propõe a análise do teatro francês na corte brasileira através dos pareceres censórios emitidos pelo Conservatório Dramático Brasileiro e pela crítica teatral contida nos folhetins teatrais de importantes periódicos a época. Criado em 1843, o Conservatório Dramático pode ser visto como a realização do desejo oficial de controle da cena teatral na capital imperial. Para garantir que o teatro cumprisse seu papel “moralizador” na sociedade, ao Conservatório Dramático foi atribuída a função de submeter à censura todas as peças teatrais a serem encenadas no Rio de Janeiro. Com olhares voltados para a Europa no tocante aos padrões de distinção e civilidade buscou-se forjar aqui um teatro baseado principalmente no modelo teatral francês – um teatro nacional e internacional ao mesmo tempo, ligado aos ideais de civilidade e modernidade européias, tendo sido visto por alguns literatos como uma verdadeira “escola de costumes”. Era comum serem apresentadas peças francesas às platéias da corte. Destarte, este trabalho busca examinar a recepção das peças francesas: qual a função atribuída a estas peças e o que era esperado delas na capital imperial brasileira, entre os anos 1863 e 1864. Nome: Múcio Medeiros E-mail: muciomedeiros@uol.com.br Instituição: UNIRIO Título: O Theatrum Sacrum e o controle do simbólico no período colonial: a formação de um corpus homini naturale a partir da alegoria do discurso essencial Esse trabalho é uma reflexão sobre a estética do discurso teatral jesuítico que, até meados do século XVIII do período colonial, representou o poder hegemônico. Nesse sentido, atuou na transformação alegórica da realidade colonial com o propósito de incorporar a massa daqueles homens, autóctones e aventureiros de além mar numa unidade corpórea. Esse processo que visava estabelecer a noção de pertencimento numa estrutura institucional tinha como prerrogativa didática a resignação diante do projeto de civilização que iniciava. Assim, ensinava, através do discurso essencial que, cada homem tinha o seu lugar no mundo colonial. Nome: Nara Waldemar Keiserman E-mail: narakeiserman@yahoo.com.br Instituição: UNIRIO Título: O corpo do ator – contribuição historiográfica Este trabalho tem como objetivo traçar um percurso reflexivo sobre o trabalho corporal do ator, a partir de pensadores cujas obras oferecem referenciais para o teatro ocidental, como Delsarte, Laban, Meierhold e Brecht.

Os dois primeiros estão vinculados primeiramente à dança e os dois últimos são encenadores que marcaram o teatro do século XX. Considerando ainda Grotowski e Barba, chega-se à contribuição de Hans-Thies Lehmann para o pensamento sobre a corporeidade do ator na cena contemporânea denominada de pós-dramática. A base conceitual que sustenta e dá unidade ao pensamento investigativo está fundada nas noções de gestualidade sensorial, de corpo inteligente e de pensar com o corpo, encontradas na Educação Somática e em José Gil. E sobre as quais se dá o pensamento/ prática da pedagogia para a formação/treinamento corporal do ator nas disciplinas que ministro, de Expressão Corporal, na Escola de Teatro da UNIRIO. Nome: Nicolas Alexandria Pinheiro E-mail: nicolas.alexandria@gmail.com Instituição: UFRJ Casa da Ciência Título: O Bilontra, uma revista-de-ano: reflexões sobre teatro, história e antropologia através da divulgação e popularização da produção historiográfica Pretendemos discutir nessa comunicação possíveis relações entre teatro, história e antropologia, tomando como referência a importância das revistas montadas no final do século XIX. Destaca-se nesse gênero a revistade-ano, espetáculo que através da ironia pretendia passar em revista os acontecimentos que marcaram o noticiário jornalístico durante o ano. Arthur Azevedo um dos principais dramaturgos dedicados a essas montagens vivenciou um estrondoso sucesso com “O Bilontra”, revista-de-ano, encenada em 1886, sobre acontecimentos de 1885. Uma recente montagem, em 2008, no Rio de Janeiro, atualizou o texto de Arthur Azevedo e uma pesquisa histórica – acadêmica – sobre “O Bilontra”, buscando colocar em relação tempos históricos distintos acionando na montagem questões sobre riso, escárnio e ética. Perseguindo uma análise que estabeleça um diálogo interdisciplinar entre teatro, história e antropologia - procuraremos no processo de pesquisa da montagem contemporânea promover uma discussão sobre questões teóricas e metodológicas entre divulgação e popularização científica da produção historiográfica e sua apropriação por outras áreas como o teatro numa perspectiva antropológica. Nome: Orna Messer Levin E-mail: orna.levin@gmail.com Instituição: UNICAMP Título: Formas breves e a cultura teatral no século XIX O programa teatral no século XIX era formado de um conjunto de apresentações que incluía uma peça principal seguida de cena em ato único e um número musical. As peças breves, em um ato, são parte essencial do espetáculo. Discute-se, neste trabalho, as características e gêneros a que pertencem, relacionando-os com a cultura teatral do período a partir de títulos representativos do repertório mais freqüente nos teatros. Nome: Pâmela Peregrino da Cruz E-mail: pampcruz@gmail.com Instituição: UFF Título: Desenvolvimento histórico da dimensão pedagógica do Teatro do Oprimido O Teatro do Oprimido (TO), método teatral sistematizado a partir da década de 1970 por Augusto Boal, assim como as demais perspectivas teatrais, possui uma dimensão pedagógica que necessita ser analisada para a compreensão profunda da relação entre o processo e produto artístico e os sujeitos nele envolvidos. Sua origem parte da insatisfação de Boal com o trabalho desenvolvido pelo Teatro de Arena, que ele dirigia, que pode ser entendido dentro da perspectiva tradicional de Educação. O desenvolvimento do TO baseou-se na busca pela dialogicidade e construção coletiva do conhecimento, tal qual Paulo Freire defende. Em 1976, Boal foi exilado na Europa e neste novo contexto mais uma mudança na perspectiva pedagógica: as opressões apresentadas eram, sobretudo, do campo individual. Sem a mesma conjuntura Boal desenvolveu uma vertente terapêutica do TO. Depois da volta de Boal ao Brasil (1989) mais transformações. A análise de um projeto recente, o “TO nas Escolas”, realizado no Programa Escola Aberta, revelou uma prática pedagógica basista que valoriza o conhecimento do ator-popular, do multiplicador, mas que não busca ir além das aparências, revelando o estrutural. Esse estudo apresenta uma análise que vincula o processo histórico ao desenvolvimento da perspectiva pedagógica do TO. Nome: Paulo Merisio E-mail: merisio1965@yahoo.com.br Instituição: Universidade Federal de Uberlândia - UFU

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