XXV Simpósio Nacional de História

Page 140

43 Nome: Terezinha Oliveira E-mail: teleoliv@gmail.com Instituição: Universidade Estadual de Maringá Título: Ensino e prudência: aspectos essenciais da ética em Santo Tomás de Aquino O objetivo deste trabalho é tecer algumas considerações sobre o entendimento de homem, no século XIII, a partir do olhar de Tomás de Aquino. Neste sentido, torna-se relevante compreender a realidade histórica do autor bem como suas proposições. Dois aspectos serão destacados nesta análise. O primeiro vincula-se à ambiência citadina que se espelha nas corporações de ofícios, sendo a Universidade uma delas. A segunda diz respeito ao conceito de pessoa e conhecimento que este ambiente constrói e no qual o mestre dominicano Tomás é um de seus maiores expoentes. Para nós, estes dois ângulos se explicitam na forma como se processa o ensino no qual a prudência é uma de suas características vitais. Cumpre destacar que para o primeiro aspecto de nosso texto nos basearemos na historiografia e em autores medievos e para o segundo nos pautaremos, especialmente, nas questões 39 e 40 da Suma de Teologia (Ia- Iae). Nome: Veronica Aparecida Silveira Aguiar E-mail: veronica.ap@ig.com.br Instituição: Universidade de São Paulo Título: Algumas considerações acerca da penitência franciscana nos textos normativos da Ordem dos Frades Menores A palavra penitência de origem grega metanóia adquiriu um significado específico no movimento franciscano do século XIII. Com a conversão em 1206, Francisco iniciou uma pregação penitencial conforme descrito no seu Testamento. No ano de 1209, o Papa Inocêncio III confirmou o propósito de vida e autorizou verbalmente que Francisco pregasse a “penitência em todos os lugares”. Por isso, o objetivo desta comunicação é fazer um exercício de análise do conceito de penitência explícito nos textos normativos da Ordem do Frades Menores. Este conceito não se limitou a uma simples conversão ou a imitatio Christi. Apesar de um dos aspectos da poenitentia franciscana estarem relacionada com a mortificação exterior no tocante ao corpo, prescritas na Regra não bulada e bulada, através de jejuns, vigílias, abstinências no beber ou no comer, uso de cílicio, ato de esmolar, uso de hábito pobre ou uma disciplina rígida de pobreza com muitas privações materiais e físicas. No entanto, houvera também uma manifestação no sentido interior com o trabalho voluntário dos frades, que poderia se expressar no serviço prestado ao próximo, principalmente na dedicação de obras caritativas nos leprosários, hospitais e hospedarias. Em suma, a penitência foi vista como um meio de alcançar a perfeição evangélica.

43. Africanos e afro-descendentes escravizados no Brasil colonial e imperial: trabalho, resistência, representações, cultura e educação Mário Maestri – Universidade de Passo Fundo (maestri@via-rs.net) Maria do Carmo Brazil – Universidade Federal da Grande Dourados (mc.2708@hotmail.com) Os rastros da escravidão, indiscutivelmente permanecem como instigantes temas de investigação e de produção na área das humanidades. Estudos realizados sobre escravidão e a vida social no período pós-abolição têm procurado focalizar experiências e perspectivas dos segmentos subalternizados nos diversos cantos do país, envolvendo debates sobre relações de poder, instituições, mobilizações sociais e reconstruções identitárias. Nessa linha de abordagem propomos neste simpósio estabelecer a mesma congruência e cingir orientações epistemológicas que privilegiam, sobretudo, a definição dos fatos, fenômenos sócio-econômicos e seus encadeamentos necessários. O Simpósio deve abarcar comunicações discutindo: 1) o tráfico de africanos escravizados; 2) as múltiplas formas de exploração e de resistência do trabalhador escravizado à escravidão no Brasil, do século 16 ao século 19; 3) a sociedade escravista, nos seus aspectos políticos, ideológicos, culturais, comportamentais, etc. 4) as representações no Brasil do trabalho escravizado, quando e após a escravidão; 5) as formas de exploração, de organização e de resistência da população com afro-ascendência após 1888. 6) Trajetória de luta, níveis de conquista e os limites da prática educacional envolvendo o segmento negro brasileiro no período pós Abolição.

Resumos das comunicações

brasileiro, pela cultura, história e memória desses antepassados.

Nome: Adriana Dantas Reis E-mail: adrihis@yahoo.com.br Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana Título: Casamentos de escravos na Bahia: novas perspectivas Esse trabalho apresenta registros inéditos de casamentos de escravos sendo realizados na Freguesia Nossa Senhora do Ó de Paripe, recôncavo da Bahia, entre 1775 e 1827. Apesar de não possuirmos dados precisos sobre a população escrava nessa freguesia no período, em termos comparativos sabemos que era menor do que as principais regiões também produtoras de açúcar do recôncavo baiano como: São Francisco do Conde, Santo Amaro da Purificação, Santiago do Iguape. Por isso é surpreendente que naquela freguesia, entre 1775 e 1827, tenham sido registrados aproximadamente 154 matrimônios envolvendo escravos, com os mais variados arranjos. O proprietário com maior quantidade de escravos casados nessa freguesia foi o Capitão Manoel de Oliveira Barrozo, proprietário de Engenho Aratú, que entre 1779 e 1805 realizou 33 casamentos envolvendo escravos. Paradoxalmente, esse proprietário era solteiro, e vivia amancebado com uma escrava gêge com quem teve 6 filhos, todos eles legitimados e instituídos seus herdeiros. A proposta desse trabalho é discutir as diversas variáveis que aparecem nas fontes, apontando novas possibilidades para o estudo da família escrava na Bahia.

Nome: Alessandro Moura de Amorim E-mail: ale.histor@gmail.com Instituição: UFPB/PPGH Título: Heróis e anti-heróis negros: Cultura histórica, movimento negro e ensino de História O Projeto de Pesquisa “Heróis e Anti-Heróis Negros: Cultura Histórica, Movimento Negro e Ensino de História”, está em desenvolvimento junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba. Tem por objetivo fazer uma apreciação da cultura histórica que, a partir dos anos de 1970, gestou representações históricas (historiografia e cultura histórica) de três protagonistas negros do século XVII, Ganga Zumba, Zumbi dos Palmares e Henrique Dias. A análise será em torno da produção intelectual (Clóvis Moura, Décio Freitas e Joel Rufino dos Santos) e da atuação das lideranças dos movimentos sociais negros criados entre os anos de 1970 e 1990, como por exemplo: Oliveira Silveira (já entrevistado), Milton Barbosa, Vanda Menezes, Jurema Batista, Gilberto Leal e Edna Roland. A proposta é compreender pela revisão historiográfica e pela pesquisa oral as implicações pedagógicas das escolhas de intelectuais ativistas e “militantes” negros sobre as interpretações das experiências da resistência negra e a construção de significados, no qual alguns são reconhecidos (Zumbi dos Palmares) e outros “desqualificados” (Ganga Zumba e Henrique Dias).

Nome: Alba Cleide Calado Wanderley E-mail: amoroma44@hotmail.com Instituição: UFPB Título: Um entrelace necessário: Cultura, memória e história como substratos na construção da identidade Afro-Brasileira O artigo discute a impossibilidade de construímos a identidade afro-brasileira nos espaços das Irmandades do Sertão Paraibano sem recorremos à história, a memória e a cultura de nossos antepassados. A identidade afrobrasileira exige a afirmação e a apropriação de uma história da população negra que não se recusa a negar a sua origem e indagar sobre quem somos. A compreensão do que é ser afro-brasileiro e do espaço onde celebra a sua ancestralidade renova a vida de novos e velhos através da história, da cultura e da memória, formando assim, um sentimento de pertença à cultura de matriz africana. Para essa discussão recorremos aos pensamentos de Hall, Geertz, Williams, Bosi, Halbwachs e outros. A partir dessa fundamentação e dos dados coletados no campo de pesquisa, entendemos que a construção da identidade afro-brasileira nos espaços das Irmandades do Rosário do Sertão Paraibano centra-se na tradição africana, reconstruída em espaço

278 | XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA

Nome: Amâncio Cardoso E-mail: acneto@infonet.com.br Instituição: Instituto Federal de Sergipe Título: Perfis de escravos: Sergipe, séc. XIX O artigo analisa os perfis morais de escravos representados pelos senhores através de anúncios de fuga em jornais do século XIX. Desta forma, obtêm-se alguns atributos dos cativos imaginados pelos proprietários. Tais peculiaridades compõem um acervo que alude ao grau de humanidade que se vislumbraria mesmo num regime escravista. Nome: Ana Paula da Cruz Pereira de Moraes E-mail: anacruce@yahoo.com.br Instituição: PPGH-UFCG Título: Histórias de liberdade: escravidão e alforrias no sertão da Paraíba: 1725-1750 O presente trabalho trata sobre histórias de busca de liberdade por parte de escravos no Sertão da Paraíba, mais especificamente, nas Ribeiras do Rio

XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA | 279


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.