Turismo Costa Alentejana

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Suplemento de costa alentejana


Férias ´ para todos os gostos

Além ´ doTejo… ha´ um paraíso por descobrir!

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e todo o País, da Europa e do resto do mundo, o Alentejo litoral recebe visitantes apreciadores de uma zona turística que oferece praticamente tudo: boas praias, passeios no campo, uma deliciosa gastronomia, um património histórico e cultural rico, desportos radicais, diversão noturna e preços bastante acessíveis. Esta região é também abundante em lendas e tradições. Por todos os concelhos ainda se ouve contar histórias que se relacionam com a criação das vilas e cidades ou com algum outro facto extraordinário que se passou numa época, por vezes, incerta. Existem também diversas festas tradicionais, normalmente relacionadas com os santos padroeiros das terras onde se realizam ou então com os Santos populares. Entre campos de cereais e pousios, estende-se uma

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diversa fauna e flora. E particularmente para quem aprecia vida animal, aqui pode explorar as reservas e parques naturais e avistar cegonhas, garças, aves de rapina, golfinhos, entre outras espécies. Se está numa de ir para a praia, pode contar com extensos quilómetros de areia fina e branca e magníficas falésias que se sobrepõem no horizonte, banhadas pelo mar. No que respeita à gastronomia, o Alentejo Litoral apresenta uma grande diversidade. Dada a proximidade do mar, incorpora variados pratos de peixe e marisco, contrariamente à cozinha alentejana em geral, dominada pela carne de porco e de borrego. O pão é, como em todo o Alentejo, uma componente essencial da alimentação, ao qual se junta os queijos regionais e os vinhos. Texto: Susana Lage Foto: Susana Lage e Ângela Nobre

~ Crise não 'afugenta' turistas Apesar da “grave crise pela qual passam Portugal e Espanha”, responsável por uma “enorme quebra” de turistas no Alentejo litoral, “a contratação feita por alguns Operadores Turísticos de referência e o seu empenhamento na venda deste destino, bem como os valores das reservas já efetuadas à presente data, permitem antever um aumento substantivo da quota de mercado que estes representam”, afirma Carlos Silva ao jornal 'O LEME'. Segundo o vice-presidente executivo da Entidade Regional de Turismo do Alentejo Litoral, para isso também “tem contribuído o trabalho que a

Agência Promoção Turística Externa do Alentejo tem vindo a fazer”, com a qual a entidade está a trabalhar nos mercados do Reino Unido, da Alemanha e da Suécia. Outros aspetos que geram “expectativas positivas”, continua o responsável, estão relacionados com a recente abertura da Rota Vicentina, com a qual se espera “atrair alguns milhares de turistas” que procuram um turismo ativo. E a abertura, ainda este ano, de mais um campo de golfe na Costa Alentejana, na Herdade do Pinheirinho.


Presidente da ^ Câmara Municipal de Santiago do Cacém ´

Vítor Proença Qual a importância que o turismo tem para este concelho e para a região? Estamos numa região de grande riqueza ambiental com imensos recursos para o turismo. Consideramos indispensável combinar muito bem um Turismo de Sol e Mar com outras respostas como Turismo Cultural, o Pedestrianismo e o Turismo em Espaço Rural. O que tem feito a autarquia para incentivar ou promover o turismo? Estamos integrados em organismos como o Turismo do Alentejo ou o Polo Turístico do Alentejo Litoral que são muito importantes para o desenvolvimento de políticas integradas. Entrámos ativamente na “Rota Vicentina” conjuntamente com a Associação “Casas Brancas”, apoiámos a abertura de

novas unidades de Turismo Rural, a mais recente das quais localizada na freguesia de Abela (Monte do Giestal). Estamos a trabalhar com a Parque Expo e o Polis do Litoral para a qualificação da Costa de Santo André e finalmente qualificamos cada vez mais o Município para o tornar mais convidativo. E é também com muita satisfação que temos no nosso concelho o “Badoca Safari Park” que registou no último ano mais de cem mil visitantes. O que distingue o concelho dos restantes? O Município de Santiago do Cacém é pleno de diversidade e de encantos. É a terra que o mar abraça em salpicos de cor, de luz, de história e de magia... As suas onze freguesias, oferecem ao visitante inúmeras propostas, desde as belas praias que afagam

areais dourados e enfeitados de conchas multicores, às planícies ondulantes ou às serras recortadas pelo horizonte. E é Miróbriga e o Castelo Medieval e a Quinta do Chafariz. O que seria um dia “ideal” passado na região? Um dia será pouco, deixo a sugestão para um fim de semana. Sábado de manhã, começar com uma visita às Ruinas Romanas de Miróbriga, com passagem pelo Moinho Municipal da Quintinha e pelo Museu Municipal. Após o almoço num restaurante local para degustar a gastronomia típica sugerio uma visita ao centro histórico de Santiago do Cacém, com destaque para a Igreja Matriz e o Castelo. Ao fim da tarde, nada como ir ver um pôr-do-sol na Lagoa de Santo André, onde poderá aproveitar

para jantar num dos restaurantes locais. No domingo, começar o dia em Vila Nova de Santo André, conhecendo a primeira cidade portuguesa com uma ciclovia que atravessa todo o perímetro urbano, seguida de uma visita ao Museu do Trabalho Rural da Abela e terminando o dia no Badoca Safari Park. Mensagem ao leitor Quem nos visita pela primeira vez vai certamente surpreender-se com o contraste que existe na região, entre o interior e o litoral (entre as Serras e o Mar). Irá surpreender-se

também com a natureza quase em estado selvagem, nas Serras do Cercal e de São Francisco e também na zona lagunar. A gastronomia (a carne e os enchidos de porco preto e as enguias da Lagoa de Santo André, as alcomonias, os rebuçados de pinhão e mel, o bolo de Santiago e os vinhos locais com grande desenvolvimento) vão também aguçar o paladar e superar as expectativas dos nossos visitantes. Nesta época balnear aproveite também para ir à praia (na Costa de Santo André ou na Fonte do Cortiço), duas praias de excelência e com bandeira azul. Visitem-nos, que vão querer voltar.

~ Visitem-nos que vão querer voltar.

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Presidente da ^ ^ Câmara Municipal de Grândola

Carlos Beato

Qual a importância que o turismo tem para este concelho e para a região? O Turismo é, na Costa Alentejana, o principal motor de desenvolvimento do nosso território e de criação de mais e melhores oportunidades de emprego e de negócio. Sem descurar outras vertentes e outros pólos de desenvolvimento, de que são exemplos paradigmáticos, a agricultura e a floresta e a plataforma logística de Sines e o seu porto de águas profundas, o turismo é, dadas as potencialidades existentes, o principal fator de crescimento económico da região, como o comprovam os investimentos que estão a ser feitos na frente atlântica deste território. O que tem feito a autarquia para incentivar ou promover o turismo? Desde que tomei posse como presidente do Município de Grândola, em Janeiro de 2002, defini o desenvolvimento turístico como primeira prioridade da atividade municipal. Nesse sentido demos a

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maior prioridade à criação e desenvolvimento dos principais instrumentos de ordenamento do nosso território, condição essencial para a aprovação e desenvolvimento dos projetos turísticos. A par disso tomámos medidas de valorização e qualificação crescente das principais praias do Concelho, que hoje são distinguidas com o galardão “Bandeira Azul” e classificadas pela Quercus como Praias douradas. De igual modo investimos na revitalização da Aldeia Mineira do Lousal, criando um Museu Mineiro complementar da oferta do litoral. Finalmente requalificámos os principais centros urbanos do concelho, com destaque para a vila de Grândola, tornando-a ainda mais atrativa para quem aqui vive e para quem nos visita. O que distingue o concelho dos restantes da região? Os 5 concelhos da costa alentejana têm características próprias e complementares que contribuem para a riqueza e diversidade do território e para a sua afirmação

enquanto um novo e competitivo destino turístico. O concelho de Grândola distingue-se pela sua frente atlântica, com mais de 45 quilómetros de praias de areias douradas banhadas por um mar de águas cristalinas, onde o Atlântico se mascara de Mediterrâneo, Distingue-se ainda pela Aldeia Mineira do Lousal, onde hoje se evoca o trabalho árduo e a coragem de homens e mulheres que desceram às profundezas da terra para dela extraírem os tesouros que encerra. Distingue-se finalmente pela fraternidade do seu Povo e pela sua ligação indissociável ao 25 de Abril e aos valores mais nobres da Liberdade e da Democracia. O que pensa que seria um dia “ideal” passado na costa alentejana? Um dia é manifestamente insuficiente para conhecer a nossa região. Por esse motivo cingir-me-ei ao concelho de Grândola e a um roteiro junto ao mar. Convido-vos a acordar cedo, na Península de Tróia, de preferência após ter

passado a noite num dos hotéis perto do mar ou da marina. Os amantes da natureza poderão fazer um passeio à descoberta da colónia de golfinhos roazes do Sado, enquanto os amantes do património histórico se deslocarão às Ruínas Romanas e conhecerão o maior complexo de produção de conservas e molhos de peixe conhecido no Ocidente romano. Depois viajamos até à Praia da Comporta. Aproveitamos para um mergulho nas águas cristalinas e revigorantes do Atlântico a que se seguirá um almoço num dos restaurantes de praia, com o som das ondas na areia como banda sonora e a Arrábida protetora como cenário de fundo. Junte a isto a gastronomia única da nossa região e a qualidade cada vez mais reconhecida dos nossos vinhos e perceberá porque há quem diga ser este espaço um Paraíso na terra. À tarde visitamos a aldeia do Carvalhal e a sua praia, aproveitando para confirmar a razão por que é uma das 21 finalistas das 7 Maravilhas de Praias de Portugal. Vamos depois até Melides, aldeia típica e pitoresca e cuja praia é uma das mais emblemáticas do concelho. Para os amantes das questões ambientais a Lagoa de Melides é uma

área de relativo valor ecológico por albergar uma grande diversidade de fauna e de flora, característica de uma zona húmida costeira. Aproveite o pôr-do-sol junto ao mar, numa das esplanadas dos restaurantes e apoios de praia de Melides e ao cair da noite passeie até Grândola, percorrendo calmamente a serra. Jante na vila, onde a qualidade da oferta gastronómica o surpreenderá e passeie pela localidade cada vez mais bonita e qualificada. Depois termine o dia em beleza e inicie uma noite de sonho num dos espaços rurais da zona. Mensagem ao leitor Caro leitor, se nunca nos visitou não consegue imaginar quanto está a perder. Numa próxima oportunidade, venha até este território de características únicas, onde a natureza e o homem se conjugaram harmoniosamente para lhe proporcionar ambiente, prazer e sensações inesquecíveis. Se já nos conhece e já nos visitou, então, até já. Cruzar-nos-emos, seguramente, num dos muitos lugares de sonho da costa alentejana.

Se já´ nos conhece e já´ nos visitou, então, até´ já... ´ num dos muitos lugares de sonho da Costa Alentejana.


Presidente da ^ Câmara Municipal de Sines

Manuel Coelho Qual a importância do turismo para este concelho e esta região? O município de Sines está no centro geográfico de uma região com características únicas para um turismo de qualidade, tendo em conta a beleza e a riqueza da paisagem, praticamente em estado virgem, o clima ameno, o património natural e construído, a qualidade da gastronomia e as boas acessibilidades. Porto Covo tem praias de grande beleza e é um dos polos turísticos com maior notoriedade nesta costa. A cidade de Sines é pujante em acontecimentos culturais e desportivos e tem um polo portuário com relevância para a sua vida económica e para a projeção da sua imagem. Em breve, a sua oferta turística será enriquecida com um novo parque de campismo moderno, com o complexo turístico da Cova do Lago e com a nova modalidade do turismo industrial. O que tem feito a autarquia para incentivar ou promover o turismo? A Câmara tem feito um investimento notável na cidade e em Porto Covo para serem locais privilegiados de destino de milhares de turistas. Um dos investimentos emblemáticos neste trabalho foi a criação e desenvolvimento do Festival Músicas do Mundo

(FMM), que tem contribuído para afirmar Sines como um município de cultura e para mostrar as riquezas locais a um público de todas as idades, mas maioritariamente jovem. Também é um investimento no turismo todo o trabalho realizado na valorização da cidade e de Porto Covo, com obras como a qualificação do Castelo de Sines e do centro histórico, a nova Avenida Panorâmica da Costa do Norte, a futura Avenida da Praia – como uma sala de visitas desta cidade e um local privilegiado para o lazer, os festivais e o turismo –, os novos pavilhões desportivos (em Sines e Porto Covo), as boas acessibilidades a Porto Covo e os investimentos na melhoria do ambiente e da paisagem urbana. O que distingue o concelho dos restantes? Sines é um concelho urbano, com 90% da população concentrada numa cidade com uma relação privilegiada com o mar, com uma praia urbana e a única baía protegida voltada para o sul – para turismo de verão e inverno –, com uma vida cultural ímpar na região e uma oferta gastronómica de grande qualidade e diversidade. A sua costa tem também características especiais, porque combina grandes extensões de areal,

a norte, com uma costa mais recortada, a sul. Além disso, tem neste momento excelentes acessibilidades.

O que seria um dia “ideal” passado na região? Depende dos gostos e interesses dos turistas e visitantes. Proponho iniciar o dia com uma visita ao castelo e ao seu museu, inspirando-se na figura de Vasco da Gama. Do Castelo, os visitantes devem seguir através do centro histórico recuperado até ao Centro de Artes de Sines, um monumento da arquitetura contemporânea portuguesa, e depois, continuar para oeste, em direção à Igreja de Nossa Senhora das Salas, um monumento com fortes ligações históricas à figura de Vasco da Gama, com um dos mais belos tesouros do Alentejo. A costa norte da cidade merece também uma visita, percorrendo a nova

Avenida Panorâmica, a pé ou na ciclovia, e assomando-se à crista da falésia do Cabo de Sines, um sítio deslumbrante, especialmente ao pôr-dosol. Depois de uma manhã na cidade, a tarde deve ser dedicada à zona sul do concelho, com visita às praias de São Torpes, Morgavel, Vieirinha, Samoqueira, até Porto Covo, a sua envolvente de praias e o seu centro histórico (Praça Marquês de Pombal). O dia “ideal” poderia terminar na Ilha do Pessegueiro, rica em paisagem natural e em património histórico, com a

fortaleza do século XVII e as ruínas romanas da ilha. Mensagem ao leitor Convido e desafio o leitor a visitar a costa alentejana: desde a Comporta, Sines, Porto Covo, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira e Odemira. Aprecie, respire e inspire-se nestas belezas e, depois, venha mais vezes com a família, amigos, namorados, e deixe-se invadir por este mar e estas paisagens. Prove também a boa gastronomia local e regional. Vai torná-lo mais feliz e a nós também.

deixe-se invadir por este mar e estas paisagens Suplemento de Turismo Jornal 580

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^ A calma. A paz. O silêncio. Aqui pode encontrá-los. ´ A

qui respira-se a calma, a paz e o silêncio que os cheiros característicos do Alentejo transmitem. Entre o mar, a planície e a serra, a costa alentejana oferece diversidade de paisagens, possibilitando desfrutar da brisa marítima, mas também, a curta distância, de áreas florestais e também rurais e agrícolas, como é o caso dos arrozais. Para os amantes da natureza, há muito por explorar. A pé, de bicicleta, de barco ou de canoa, os passeios feitos com tempo e calma, podem fazer as delícias de quem ainda não descobriu os encantos da região. Ao som da natureza, a riqueza da fauna e da flora local pode ser apreciada com um simples passeio pelo campo, pela praia, ou pelos cursos de água, como o Rio Sado, que passa por Alcácer do Sal em direcção a Troia, ou o Rio Mira, que atravessa o concelho de Odemira para desaguar “sob a proteção” do Forte de Vila Nova de Milfontes. Conhecer a costa alentejana a pé Para “desligar” do quotidiano sempre apressado e cansativo, passear a pé entre sobreiros ou azinheiras, pinhais ou zonas ribeirinhas é sempre uma boa opção. Sem pressas, nem horários, o ritmo é marcado ao gosto de cada um. Existem percursos pedestres assinalados (sobre os quais pode saber mais nos postos de turismo locais), alguns recentemente definidos, como é o caso de vários troços entre Santiago do Cacém, Cercal do Alentejo,

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Porto Covo e Vila Nova de Milfontes, que dão a conhecer os centros históricos, o campo, as aldeias e pequenas povoações, as gentes, a natureza, e os trilhos dos pescadores, junto à costa. Incluídos num projeto que traça mais de 300 quilómetros de caminhos, entre Santiago do Cacém e Sagres, estes trilhos fazem parte da recém inaugurada Rota Vicentina, que dá a conhecer a pé o Sudoeste de Portugal, atravessando o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina. Também a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha propõe alguns trilhos, de pequena dimensão, com diversos motivos de interesse, que permitem absorver calmamente a beleza da paisagem local. Quem não aprecia pousar a vista em extensas dunas cobertas de mantos verdes, onde o amarelo se destaca na primavera, aqui e ali salpicados ainda de roxos, rosas, azuis e brancos magníficos? A par disso, para os adeptos da modalidade, a Reserva Natural é um local de excelência para a observar aves de várias espécies raras. Observação de aves é uma das atividades que a região proporciona O facto da área protegida estar localizada num importante corredor migratório para a avifauna, a ocorrência de grande diversidade de habitats e de abundância de recursos alimentares, proporcionam a concentração de muitas centenas de aves, principalmente no fim do

verão, devido ao regime hídrico da Lagoa de Santo André, que proporciona refúgios e alimentação quando um número considerável das zonas húmidas nacionais se encontram total ou parcialmente secas. Consequentemente, a observação de aves, com destaque para as aves aquáticas, é uma das atividades mais apaixonantes que aqui se podem desenvolver, proporcionando, aos mais experientes, momentos de descoberta de espécies raras e de difícil observação e, a todos os outros, um encontro com a natureza no seu estado mais puro.

Mas a riqueza faunística da Reserva não se esgota nas aves, pois já foram identificadas 54 espécies de peixes marinhos, dulciaquícolas e migradores, 12 de anfíbios, 15 de répteis, 29 de mamíferos e uma infinidade de espécies de invertebrados que só agora começam a ser inventariadas. Também na flora e vegetação é evidente a riqueza desta área protegida, estando atualmente identificadas 510 espécies de plantas vasculares, com destaque para as formações e espécies que se instalam no cordão dunar, onde se

241 espécies... Espécies como o Pato-de-bicovermelho (Netta rufina), o Camão (Porphyrio porphyrio), o Tartaranhão-ruivo-dos-paúis (Circus aeruginosus), a Garça-vermelha (Ardea purpurea), a Ógea (Falco subbuteo), a Garça-pequena (Ixobrychus minutus) e a Andorinha-do-mar-anã (Sterna

encontram endemismos lusitânicos, que conferem à Reserva uma importância elevada para a conservação da biodiversidade a nível global. Para conhecer a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha podem ser programadas visitas guiadas, quer pelos serviços locais do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, quer por empresas licenciadas para essa atividade. Texto: Ângela Nobre* Foto: Ângela Nobre *com ICNB/DAGZH/RNLSAS

albifrons), entre muitas outras, ao todo 241, podem ser observadas nos diversos biótopos faunísticos tipificados na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, estando muitos deles classificados na categoria de “excecional”, o que evidencia a sua importância a nível nacional e internacional.


Casas no campo, cada vez mais a escolha Conhecer as culturas locais e conviver com a comunidade, experienciar uma realidade diferente ou simplesmente “mudar de ares” e fugir da rotina do dia a dia: todas estas são “boas desculpas” para optar pelo turismo rural. Este tipo de turismo, que tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, tanto a nível de procura,

como de oferta, permite fazer pequenas escapadelas dos centros urbanos para lugares mais tranquilos, em contacto com a natureza, mas também mais próximos de pequenas localidades, que também merecem uma visita. Na costa alentejana, há

atualmente várias dezenas de unidades hoteleiras deste género, umas mais próximo do mar, outras na serra e no interior, praticamente todas inspiradas na cultura rural local. De pequenos empreendimentos que recuperaram património antigo, a novos investimentos, que conferem os confortos da

modernidade, sem perder o caráter campestre, há de tudo na região.

para descansar Courela do Salgueiro está “escondida” no campo entre Sines e Santiago do Cacém. Para chegar à casa branca com listas azuis, como manda a tradição, é preciso percorrer um caminho de terra batida. Com tudo o que é preciso para passar uns dias tranquilos, o monte está equipado com uma piscina de água salgada, de captação local, que contribui para lembrar da proximidade da costa. Para quem preferir mesmo estender a toalha num areal, as praias ficam a poucos quilómetros, sendo a mais próxima a de Porto Covo. Para dormir a sesta depois do almoço, ou se o serão estiver convidativo, para observar as estrelas no céu, também pode abrir a cama de rede e relaxar ao som da natureza.

Monte da Courela

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Casa do Campo

Courela do Salgueiro

Texto: Ângela Nobre Foto: Ângela Nobre

Um monte alentejano com sabor a mar Definindo-se como um verdadeiro “monte alentejano”, a casa da

Visite-nos!

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“Mimos urbanos”

entre a calma do montado

A concretização de “um sonho”, pessoal e profissional, levou à criação de um novo empreendimento turístico no interior do concelho de Santiago do Cacém, que alia os confortos modernos à tranquilidade campestre e à realidade local, com uma ligação especial ao montado.

Muito próximo da localidade de Abela, o Monte do Giestal é um projeto familiar, que deu um novo sentido a uma antiga herdade, com cerca de 70 hectares “quase intocados pela mão humana”, onde proliferam milhares de sobreiros, alguns deles centenários. “O Monte do Giestal é a concretização de um sonho, de um projeto profissional e de vida”, confessa Margarida Silva, uma das proprietárias do empreendimento, que

pertence a uma sociedade familiar, que constituiu com o irmão e os pais. “O que fizemos foi valorizar a propriedade, pensámos que era uma boa forma de poder partilhar com os nossos clientes os nossos produtos, como a madeira, e principalmente a cortiça”, acrescentou, falando já do conceito do turismo rural, que foi construído de raiz. Apesar de todas as edificações serem novas, houve a preocupação de procurar ser fiel à arquitetura tradicional, onde o azul e o amarelo prevalecem, com uma decoração interior muito ligada ao montado. “O que nos diferencia, a meu ver, é a articulação do exterior com o interior”, destaca, falando de vários detalhes, por vezes minimalistas da decoração, que “levam para casa o montado”. Desde quadros, a difentes candeeiros e até alguns puffs, vários são os objetos produzidos a partir da cortiça, alguma proveniente da própria herdade, para integrar o projeto que foi pensado até ao ínfimo pormenor. A decoração teve em conta os tons da terra e os seus materiais transformados de forma artesanal de modo a tornar o ambiente único, simples, autêntico e, acima de tudo, confortável e acolhedor. “Queremos que

quem nos visita se sinta em casa”, fez questão ainda de salientar Margarida Silva. Relaxe num “SPA alentejano”

sauna de infravermelhos, banho turco, sala de relaxamento, duche Vichy, duche sensações, sala de massagens e hidromassagem em banheira de Ofurü.

O Monte do Giestal, que apresenta uma capacidade máxima de cerca de 50 pessoas, nas suas dez casas independentes totalmente equipadas, proporciona no campo todos os confortos de um hotel da cidade. Aém de uma piscina exterior, onde é possível refrescar nos dias mais

A pé ou de bicicleta, há vários passeios que podem ser feitos, sem saír da propriedade. A primeira sugestão é conhecer a imponência da árvore mais antiga da herdade. “Temos

quentes de verão, o empreendimento dispõe de outra piscina climatizada incluída num SPA com mais de 300 metros quadrados de área coberta. Aqui, com vista sobre a paisagem alentejana, há ginásio,

árvores muito bonitas, mas há uma que é o «exlibris»”, revela, explicando que, “apesar de não se ter conseguido ainda definir a idade exata, é seguramente um sobreiro com mais de 500 anos”. Além deste, há

Em contacto com a natureza

vários outros exemplares com centenas de anos, assegura. Brincadeiras pelo campo para os mais pequenos, piqueniques, passeios, ou mesmo um copo de vinho e um bom livro entre sobreiros e até sestas são algumas das ideias deixadas para os visitantes. Texto e Fotos: Ângela Nobre

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Cidades com História ´

Com uma história que remonta ao período paleolítico e neolítico, o litoral alentejano é rico em vestígios de culturas anteriores à romanização, havendo mesmo cerâmicas, escritos em pedra e em mosaicos, cisternas, fóruns, antigas cidades descobertas após campanhas arquelógicas e velhos monumentos. Os sítios arqueológicos de Tróia, no concelho de Grândola, e de Miróbriga, em Santiago do Cacém, são dois dos principais locais a visitar, para conhecer vestígios da passagem da civilização romana pela região. Nas ruínas de Miróbriga, além de vários vestígios da antiga cidade, foram também descobertos os únicos vestígios em Portugal da existência de um hipódromo. Só no concelho de Grândola, estão identificadas cerca de quarenta estações arqueológicas. Para além das ruínas romanas da Península de Tróia, também na Herdade do Pinheirinho há sinais dessa cultura. Aí ainda se encontram fornos de cozer cerâmica. Os vestígios encontrados não são contudo apenas dessa época, mas antes atravessam quase todos os

períodos da História, desde o neolítico. Em Sines, desde a préhistória aos dias de hoje, o mar e os seus recursos têm definido a economia, a cultura, a composição e até a mentalidade das gentes locais. Os primeiros vestígios que provam a existência de populações humanas no concelho remontam ao Paleolítico, junto das ribeiras da Junqueira, Morgavel e Borbolegão. A partir do período Neolítico, os grupos autóctones começaram a fixar-se nas praias e em pontos altos e costeiros. Vestígios de alguns desses povoamentos são hoje visíveis em estações arqueológicas como a de Monte Novo, Palmeirinha e Quitéria. Da Idade do Ferro, há registo da presença celta (da tribo Cinetos, da qual poderá derivar a toponímia de Sines) e púnica. O Tesouro do Gaio, descoberto numa herdade do concelho, em 1966, e atualmente sob a égide do Museu Arqueológico de Sines, é de origem púnica. O período romano é um dos mais estudados da História de Sines. Com os romanos, o concelho definiu-se, pela primeira

vez, como centro portuário e industrial. A baía de Sines, protegida das investidas do vento norte, era o porto da cidade de Miróbriga. Sob o poder de Roma, Sines e a ilha do Pessegueiro tornaram-se pólos do fabrico de salgas de peixe. Vestígios dessas fábricas continuam ainda vísiveis na ilha, que é possível visitar durante o verão, em grupos organizados. Património arquitetónico variado Além dos vestígios romanos, há mais História para conhecer, através da

visita aos vários museus municipais ou temáticos, como por exemplo o Museu Mineiro do Lousal, o Museu do Trabalho Rural da Abela, ou ainda o pequeno Museu de

Arqueologia de Alvalade. Capelas, altares, ermidas e igrejas são também parte do vasto património histórico e arquitetónico da costa alentejana, espalhadas um pouco por toda a região. Algumas acabaram mesmo por ser convertidas em museus. É o caso do Museu de Arte Sacra de Grândola, integrado na Rede de Museus da Diocese de Beja, que está instalado na ermida de São Sebastião, requalificada por iniciativa do Departamento do Património Historico e Artístico da Diocese de Beja, que tem projetos semelhantes noutras zonas do alentejo. Em Sines, a Igreja de Nossa Senhora das Salas também funciona como um núcleo museológico. Classificada como Monumento Nacional desde 1922, a Igreja sofreu um processo de restauro desde os anos 1990 e encontra-se neste momento aberta ao público com o seu tesouro disponível para visita. Também classificada como Monumento Nacional desde 1910, a Igreja Matriz de Santiago do Cacém está

de portas abertas desde 2002, depois de a Câmara Municipal e a Diocese de Beja resolverem unir esforços para organizar o núcleo museológico do Tesouro da

Colegiada. Aqui está exposto o relicário do Santo Lenho, obras de arte e um espólio destinado a servir sobretudo cerimónias litúrgicas. Requalificação urbana recupera centros históricos Cidades com história, Alcácer do Sal, Grândola, Sines, Santiago do Cacém e Odemira têm características urbanas vincadas principalmente nas zonas urbanas mais antigas. Vias estreitas, por vezes muito íngremes, construídas muito antes de se conceber a circulação automóvel, edifícios geralmente com não mais de três pisos, ruas em calçada. A conservação e requalificação dos centros históricos têm-se vindo a provar necessárias, não só para melhorar a qualidade de vida e atraír mais gente para habitar essas zonas, como para embelezar e valorizar o património. As autarquias municipais de Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Sines e Odemira, aproveitando fundos comunitários, têm vindo a apostar na requalificação urbana dos centros históricos, modernizando infraestruturas, “enterrando” cabos, melhorando os pisos, que mantiveram, na sua maioria, fieis à calçada, criando espaços verdes e condicionando o tráfego automóvel. Texto: Ângela Nobre Fotos: Arquivo e CMS

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´ Inquerito deRUA Qual o fator mais importante no concelho para atrair turismo?

^ Grandola

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Sines

Pedro Rito 34 anos

Simone Vitório 36 anos

O fator mais importante é ser um concelho com uma costa muito grande, onde as pessoas têm um número vasto de praias mas também podem usufruir da serra

O fator mais importante talvez sejam as praias, mas é preciso melhorá-las com mais acessibilidades. Para atrair o turismo é necessário arranjar algumas ruas da cidade. É preciso dar mais atenção à segurança porque a violência também já chegou aqui.

Ana Carolina 31 anos

Maria Helena 47 anos

O principal fator é a praia mas há que destacar a serra que é um excelente sitio para a pratica de atividade fisica, além da localização geográfica da vila.

A melhor forma para atrair o turismo para a cidade é divulgá-la através de publicidade ou outra via. A construção das estradas ao redor e as obras que se estão a fazer na cidade vão melhorar bastante, com certeza que para o ano as condições serão ainda melhores para atrair os turistas para a cidade.

Márcio Rosa 20 anos

José Carlos Borges 60 anos

O principal fator é a praia mas também a Feira de Grândola tem contribuido para o desenvolvimento do turismo no concelho

Os fatores são vários: Os festivais, as praias que são muito boas -, o nosso Carnaval, a gastronomia. A zona toda do concelho é muito bonita, tem boas acessibilidades e unidades hoteleiras. Esta cidade tem tudo para atrair turistas.

Luis Costa 39 anos

Fábio Guerra 21 anos

O acolhimento das pessoas juntamente com a boa gastronomia da vila

O fator mais importante na minha opinião é o Festival de Músicas do Mundo, que atrai muita gente à cidade. O castelo e as praias já atraíram mais. Penso que a cidade está um pouco “apagada”, não há muitos divertimentos noturnos para atrair mais gente, para isso são necessários bares. Só o Festival, as praias e a zona histórica não chegam. Também é preciso arranjar algumas estradas da cidade.


Santiago do Cacém ´

InqueritodeRUA

Nuno Gamito 37 anos - Aldeia dos Chãos

Nelson Mateus 30 anos - Vila Nova de Santo André

Aqui as ruínas de Miróbriga acho que é o mais importante para o turismo no concelho. Acho que os turistas são sempre bem vindos, é uma forma de criar maior convivência e dar mais vida à terra. Acho que Santiago tem muito para ver, tem potencial para o turismo.

Penso que são as excelentes praias aliadas ao sossego que a zona proporciona, onde se pode chegar a qualquer lado sem que haja trânsito ou outros problemas de maior.

Mariana Vilhena 19 anos - Santiago do Cacém

Maria Alcina Santos 60 anos - Vila Nova de Santo André

Se calhar a praia pode atraír muitas pessoas ao concelho porque tem a costa de Santo André, o clima também que temos em Portugal é agradável e principalmente aqui na zona. O fato de ser um local calmo, em que se pode ter alguma paz. Talvez para os jovens falta mais alguns motivos de diversão, algo que possa criar mais diversão para os jovens, com locais noturnos para saír, porque aqui não temos muitos sítios. Fora de Santiago do Cacém, também há em Santo André, mas sem grande escolha. Para trazer pessoas mais velhas, se calhar precisa de mais bares com ambiente relaxado.

A recuperação daquilo que andam a fazer à volta de santo andré, a recuperação das estradas, de todo o património em si, habitacional, monumental. Acho que deviamos ser mais limpos. A limpeza, junta com todo o cuidado da manutenção do património, atrai muita gente. O turismo nacional tem corrido muito às nossas costas. As praias acho que podiam ser exploradas de uma maneira natural, mas que atraia mais pessoas. Com melhores acessos. E depois não tem apoio de praia. Até a lagoa não tem grandes apoios de praia. Acho que isso é fundamental porque o nosso grande património nacional são as praias, o grande atractivo é a praia e tem que ser acarinhado. pub

Junho 22 a 30 nho De 22 a 24 de Ju ial nd Mu Circo ing de Portugal Dia 23 de Junho nto André x Sport os – Estrela de Sa Jogo de Veteran nho De 29 a 30 de Ju s populares nto Sa s do tas Fes

Julho 1 a 31

Dia 17 de Julho intergeracional Dia 1 de Julho Aula de ginástica oa ag o/L lho BTT – Santiag Dia 20 de Ju rito da Freguesia Medalhas de mé Arraial Popular De 6 a 7 de Julho Dia 21 de Julho Leme” oturna Festa de Verão “O Caminhada semi-n Dia 7 de Julho Arraial popular Festa Motard Dia 22 de Julho dinhas Dia 8 de Julho BTT Rota das sar sportiva de Julho 24 2ª Open Pesca de Dia os” eir “Rota dos bomb Inter-Geracional BTT e caminhada Jogos tradicionais lho Ju de 26 De 9 a 13 de Julho Dia Mercado medieval Festa dos Avós lho Ju Dia 14 de Dia 27 de Julho oa de St. André o Motard 17ª corrida da Lag Aniversário Grup reserva natural da lho a Ju ad de nh mi 28 Ca Dia 5ª o Paris Concerto com Tit Baile - Brescos s iro ute esc s do Dia 31 de Julho Arraial Popular a história” “Avó conta-me um

Agosto 3 a 11 osto Dia 3, 4 e 5 de Ag André – Aldeia de Santo ís Lu o Sã de ta Fes to Agos Dia 9, 10, e 11 de André o - Lagoa de Santo Festa de São Romã to Dia 11 de Agos André. a - Estrela de Santo Festa da Sardinh

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Feiras,Festas eRomarias As festas e romarias são um traço típico da cultura popular e tradicional de um povo. Os cinco concelhos da Costa Alentejana são pródigos em festas, particularmente durante a época estival. Ornamentos coloridos enchem as ruas e as tradições artesanais e gastronómicas conferemlhes uma autenticidade que atrai as gentes de fora. Assim aconteceu no passado dia 10 de junho, na Romaria à Nossa Senhora da Graça, em Santo André. A festa com duas dimensões que se complementam: a componente religiosa, em que é celebrada uma missa e realizada uma procissão. Todos os anos, por esta altura, os paroquianos da

Igreja enfeitam a capela e o chão com tapetes de flores e verduras por onde passa a procissão. A outra dimensão mais profana integra as barracas de venda, de bolos, rifas, comes e bebes, assim como a diversão e os bailaricos. Para além das Romarias, as feiras e festas no Litoral alentejano são uma constante. No concelho de Santiago do Cacém, destaca-se a Feira do Monte, em Setembro. A Santiagro- Feira agropecuária, em junho. Na Aldeia de Santo André, a Festa de S. Luis, é uma das festas mais antigas da freguesia e realiza-se no primeiro fim-de-semana de agosto. Já em Vila Nova de Santo André, no primeiro

fim-de-semana de julho realiza-se a Festa de Verão, no Adro da Igreja. Também em Vila Nova de Santo André, a Festa dos Vizinhos, efetua-se no mês de maio. As Festas dos Santos Populares realizam-se em várias freguesias do concelho, durante o mês de junho. Na Lagoa de Santo André, o destaque vai para a festa dos Banhos de S.Romão que acontece todos os anos em agosto. No concelho de Sines, o que diz respeito a festas, mais marcante é, sem dúvida, o Carnaval, que se realiza no Inverno e no Verão. No entanto, existem também outras festas tradicionais tanto em Sines, como em Porto Covo. Em Sines, a mostra de

gastronomia, com as Tasquinhas que estão abertas durante o mês de julho, ao mesmo tempo decorre o Festival das Músicas do Mundo. As Festas de Nossa Senhora das Salas e Feira de Sines acontecem a 15 de agosto. Em Porto Covo também a 29 de agosto realizam-se as Festas de Nossa Senhora da Soledade e a Feira de Porto Covo. No concelho de Grândola destaque para a Festa de Nossa Senhora da Penha de França em Maio com a duração de oito dias. A Feira de agosto, realiza-se no último domingo de agosto. A tradicional Rota das Tabernas, em junho, para além de outras festas nas restantes freguesias.

Em Melides, o destaque vai para as Festas de Nossa Senhora do Rosário a 15 de agosto e para Feira de Melides no 3º fim-desemana de novembro. O concelho de Odemira conta com um vasto leque de feiras, festas e romarias, espalhadas pelas suas diversas freguesias, o destaque para as festas de Nossa Srª da Piedade em setembro e a Festa de S.Pedro, em novembro. O concelho de Alcácer do Sal conta com a PIMEL – Feira do Mel, do Pinhão e da Doçaria Regional em junho e a Feira Nova no primeiro sábado de outubro. Texto: Fátima Moita Fotos: Fátima Moita e Arquivo

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~ A vida é´ feita de sensações, escolha a sua! Seja na praia, no mar, no ar, no campo ou na cidade, a possibilidade de usufruir de novas (ou porque não repetir?) experiências está sempre em aberto. Basta querer. Se, durante o verão, ficar na toalha a “trabalhar para o bronze” não é o seu forte, há muito mais para fazer na praia, ou fora dela. A variedade de zonas balneares disponíveis possibilitam a prática de várias atividades, como o surf, o windsurf ou o kitesurf, mas também, para quem gosta mais de ter os pés assentes na terra, há várias praias com campos de volleyball montados durante o verão, como é o caso das praias da Costa de Santo André, em Santiago do Cacém, ou Vasco da Gama, em Sines. Embora sem mais “campos desportivos” delineados nos areais, espaço não falta, na maioria das praias,

em especial as mais a norte, para momentos de brincadeira em família, ou porque não, uma futebolada improvisada com os amigos. Em momentos de relaxamento, as esplanadas são também uma opção, tanto para comer um petisco e beber um refresco, como para simplesmente ler um livro com o som de fundo da rebentação das ondas. A quem se aventura pelo mar dentro, a pesca, à cana, ou submarina, também é uma opção, havendo mesmo na região empresas que promovem passeios em grupo organizados para esse fim, como por exemplo a Ecoalga, em Porto Covo. A partir do portinho de pesca da aldeia turística do concelho de Sines também há a possibilidade de fazer um passeio de barco até à ilha do Pessegueiro,

conduzido por um antigo pescador local, que continua ligado ao mar, mas numa vertente de lazer. Em águas mais calmas, também na Lagoa de Santo André é possível passear de barco ou fazer canoagem.

Vila Nova de Santo André e na Comporta, ou jogar uma partida de ténis num dos equipamentos da região, como o que oferece o Clube de Ténis de Santo André. Para os praticantes de golfe, também é bem conhecida a oferta de um

A par de atividades ligadas diretamente aos planos de água, há ainda mais experiências para todos os gostos. Passeios de bicicleta ou mesmo a cavalo, aproveitando a existência de centros equestres em

campo integrado no TroiaResort. Prevista está a construção de um novo campo de golfe, que deverá estar pronto dentro de dois anos, integrado na Herdade da Comporta. Para os mais pequenos – e

não só - é indispensável um safari no parque da Badoca, onde podem conhecer cerca de 600 animais exóticos de 75 espécies diferentes, como o Búfalo do Congo, a Cabra de Leque, o Chital, o Gnu Azul ou, entre muitos outros, o Tigre de Bengala. Para além de todas estas atividades disponíveis, algumas delas, ao longo de todo o ano, há também vários eventos promovidos por entidades associativas locais ou pelas autarquias, seja festas e romarias, feiras anuais, concertos, festivais, exposições ou teatro. Geralmente todos os eventos são divulgados nos postos de turismo, bem como nas próprias agendas culturais das autarquias. Texto: Ângela Nobre Foto: Susana Lage

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Quem nunca teve o sonho de voar? Sobrevoar a costa alentejana é com certeza uma experiência que dá uma perspetiva bem diferente de todo o território, especialmente se, em vez de espreitar da pequena janela de um avião, puder sentir o vento na cara enquanto aproveita a vista. Em Santiago do Cacém está sedeada a Escola de Vôo local, que além de formações e cursos de pilotagem de parapente e de paramotor, também proporciona experiências únicas, como os “batismos de vôo”, ou passeios panorâmicos.

Desde que o tempo o permita, já que a atividade depende muito das condições meteorológicas, e os passeios sejam marcados com antecedência, a Escola de Vôo de Santiago do Cacém pode levar qualquer curioso mais corajoso a sobrevoar a zona de São Torpes, Morgavel e Porto Covo. Os mais novos também o podem fazer, desde que pesem mais de 30 quilos.

Velocidade no asfalto Para uma tarde bem passada com um grupo de amigos, nada melhor do que levar a adrenalina ao máximo ao volante, não de um fórmula 1, mas, em ponto mais pequeno, de um kart. Em Vila Nova de Santo André está instalado um dos mais recentes kartódromos do país (SAKI), com 1020 metros de perímetro de traçado rápido e uma largura constante de 8 metros.

Se não tem o seu próprio kart, não se preocupe. No local há uma frota disponível para alugar, incluindo 5 carros duplos adaptados para paraplégicos e 5 infantis.

Há´ ainda mais para ver... no fundo do mar O mistério do mundo subaquático desencadeia a vontade de explorar e de conhecer melhor esse universo tão próximo e tão longe do cidadão comum ao mesmo tempo. Em Porto Covo, quem quiser pode desvendar um pouco desse mistério, seja através de batismos de mergulho, seja, para quem já tem o curso da modalidade, com mergulhos “guiados e acompanhados”, pelo fundador e instrutor do Centro de Mergulho Ecoalga, Joaquim Parrinha.

São muitas as surpresas que se podem encontrar nas profundidades (nunca a mais de 40 metros), entre formações rochosas, a diferentes espécies da fauna e da flora marinha. Para além do mergulho, a Ecoalga proporciona passeios de barco, bem como saídas para pesca e caça submarina. Desde o final do ano passado que o Centro de Mergulho sedeado em Porto Covo está certificado pela DDI (Disabled Divers International) para promover o ensino de

mergulho a cidadãos portadores de deficiência. Segundo a DDI, o mergulho tem mostrado inúmeras vantagens como a reabilitação física e social de indivíduos portadores de deficiência, muitos tendo testemunhado que os obstáculos e restrições normais à sua deficiência em terradesaparecem na água, quando lhes é dado o equipamento e a formação adequados. Textos: Ângela Nobre Fotos: Ricardo Lychnos e Ecoalga pub

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Banhos de mar com cheiro a campo!

O Alentejo não é só feito de vastas planícies douradas. Existem dezenas de quilómetros de praia em todo o litoral. Por entre dunas e pinhais, com areias finas ou grossas, o areal que liga Tróia a Sines, com mais de 60 quilómetros de extensão, tem boas praias para assistir ao pôr-do-sol, mergulhar nas ondas ou praticar desportos aquáticos. Segundo João Lança, coordenador da RESGATE Associação de Nadadores Salvadores do Litoral Alentejano, as praias mais

frequentadas nos concelhos de Santiago do Cacém, Sines e Odemira, zonas de atuação da Associação, são a praia de São Torpes, do Malhão e da Costa de Santo André. A praia de São Torpes, no concelho de Sines, é procurada pela sua “famosa água quente”, derivada ao retorno da água ao mar utilizada para arrefecimentos na central termoeléctrica, diz o nadador salvador. É mais frequentada por “grupos de famílias da classe média baixa” e o desporto de eleição aqui praticado é “o

surf, devido as excelentes condições tanto para a prática como para a aprendizagem”, pelo que aqui existem três escolas de surf, descreve. A praia do Malhão, no concelho de Odemira, é procurada pela sua “beleza natural” e por ser uma “praia selvagem de acessos difíceis”, descreve João Lança. “Não tem qualquer bar ou restaurante mas não deixa de ser a segunda mais procurada”, enfatiza. Referindo-se aos dados estatísticos da Associação referentes a 2010, o responsável afirma que é

“mais frequentada por algumas famílias da classe média alta das áreas de Lisboa, e grupos de jovens”. É uma praia com “gente gira”, refere. Aqui, mais uma vez, o desporto náutico mais escolhido é o surf devido às “boas condições” para a prática. Apesar de ser uma praia selvagem, é “muito limpa”, diz, realçando o trabalho da autarquia que usa quase diariamente uma máquina própria para a limpeza. A Costa de Santo André, situada no concelho de Santiago do Cacém, é procurada pelo seu

“enorme areal” e “contraste de ter mar e, na sua retaguarda, uma lagoa”, afirma João Lança. É frequentada por um “público mais local e jovem na parte mar, e famílias com crianças na parte da lagoa”. Não é um local muito procurado para desportos náuticos, requer algum cuidado por parte dos banhistas visto ter um declive acentuado que leva as ondas a rebentarem em cima do areal, no entanto é uma praia “muito limpa”. Texto: Susana Lage Foto: Ângela Nobre

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~ atestam Galardões qualidade das zonas balneares Grândola, Santiago, Sines e Odemira com “Praias de Ouro” Mais de vinte praias da costa alentejana foram “certificadas” com “qualidade de ouro” pela Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), que criou há alguns anos o galardão baseado na qualidade da água. As praias do Carvalhal, Aberta Nova, Melides, Comporta, GaléFontainhas, Atlântica, Pego, Bico das Lulas, Troia-Mar e Troia-Galé, em Grândola, as praias da Costa de Santo André e da Fonte do Cortiço, em Santiago do Cacém, as praias de Morgavel, São Torpes e Vasco da Gama, em Sines, e ainda, no concelho de Odemira as praias do Almograve, do Carvalhal, do Malhão, da Zambujeira do Mar, do Farol e das Furnas são consideradas pela Quercus “praias douradas”. As “praias de ouro 2012” são as que tiveram qualidade da água “boa” entre 2007 e 2009, “excelente” nas duas últimas épocas balneares (2010 e 2011) e todas as análises realizadas na última época balnear (2011) classificadas como “excelentes”. Esta avaliação efetuada pela Quercus é mais

limitada em comparação com a atribuição da “bandeira azul”, ao basearse apenas na qualidade da água das praias, mas é mais exigente neste aspeto em específico. O objetivo da associação ambientalista é realçar as praias que ao longo de vários anos (cinco, neste caso), apresentam

sistematicamente “boa qualidade” ou “qualidade excelente” e que, nesse sentido, oferecem uma maior fiabilidade no que respeita à qualidade da água. No início do período balnear, a Quercus faz um balanço e perspetiva da qualidade das águas

balneares em Portugal. Foram analisadas 526 zonas balneares, sendo consideradas “praias douradas” apenas 290, das quais 21 são na costa alentejana. Litoral alentejano iça “bandeira azul” em 23 praias

Grândola é este ano, mais uma vez, o concelho do Alentejo com mais “bandeiras azuis” içadas. Ao todo, nove praias, mais uma que no ano passado, e uma marina foram distinguidas pela Associação Bandeira Azul da Europa. Neste mesmo concelho, a praia da

Comporta venceu o Prémio «Praia + Acessível», relativo à época balnear de 2011. O galardão distingue as práticas desenvolvidas pelos concessionários para promover condições de acessibilidade às pessoas com mobilidade condicionada. A Grândola, segue-se Sines com o segundo maior número de “bandeiras azuis”, atribuídas a seis praias e a uma marina. As praias Grande de Porto Covo, da Ilha do Pessegueiro, da Vieirinha, de Morgavel, de São Torpes e a praia urbana Vasco da Gama, são as zonas balneares que vão ostentar o galardão europeu de qualidade em 2012. Em Santiago do Cacém, a “bandeira azul” voltou a ser içada em duas praias, na Costa de Santo André e na Fonte do Cortiço, com cerca de 11 quilómetros de “costa segura”. Ao todo, no litoral alentejano, 23 praias constam este ano com bandeira azul. O Programa da Bandeira Azul da Europa iniciou-se à escala europeia, em 1987, integrado no programa do Ano Europeu do Ambiente. Esta iniciativa tem como objetivo, elevar o grau de consciencialização dos cidadãos em geral, e dos decisores em particular, para a necessidade de se proteger o ambiente

marinho e costeiro e incentivar a realização de acções conducentes à resolução dos problemas aí existentes. 7 Maravilhas de Portugal Praias de Grândola e de Odemira entre as finalistas Além da qualidade reconhecida pelos galardões atribuídos pela Associação Bandeira Azul da Europa e da Quercus, a beleza única das praias da região mereceu destaque do concurso 7 Maravilhas de Portugal dedicado a zonas balneares. Quatro praias da região fazem parte das 21 finalistas selecionadas, entre as mais de 300 candidatadas, por um júri constituído por especialistas ligados ao ambiente, ao mar, ao desporto e, entre outras vertentes, à segurança. Agora, resta ao público votar na sua praia preferida até ao dia 07 de setembro. Em concurso estão as praias Tróia-Mar e Zambujeira do Mar, na categoria de praias urbanas, Carvalhal (Grândola), na categoria de praias de dunas, e Furnas (Vila Nova de Milfontes), na categoria de praias de rios. Texto e Fotos: Ângela Nobre

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Hmmm… que delícia!

Os Sabores

da Costa Alentejana

Contrariamente à cozinha alentejana em geral, dominada pela carne de porco e de borrego, a Costa Alentejana apresenta uma grande diversidade gastronómica, dada a proximidade do mar, incorpora variados pratos de peixe e marisco.

Além das migas, à base de carne de porco, ou dos pratos de borrego, na Costa Alentejana surgem frequentemente o

ensopado de enguias e o tradicional caldo de cação. Um pouco por toda a região, a caldeirada e o peixe grelhado, além de outras iguarias de origem marinha, compõem a riqueza da cozinha litoral alentejana. O ensopado de borrego, o

borrego assado no forno ou então guisado com ervilhas, entre outros cozinhados, são verdadeiras iguarias. A esta tradição juntam-se as

épocas em que surgem algumas das verduras ou dos temperos para as recorrentes sopas ou açordas: os coentros, os poejos, a hortelã e muitos mais. Contudo, as carnes, nomeadamente os enchidos, não deixam de ocupar um lugar de destaque. O porco é temperado com massa de pimentão e, não raras vezes, conservado e cozinhado na sua própria manteiga. Entre os enchidos, predominam as linguiças, os chouriços de sangue e os paios, que se encontram à venda em todos os talhos da região. Em muitas padarias e mercearias pode-se adquirir os famosos e muitos apreciados bolos de torresmos. O pão é, como em todo o Alentejo, uma componente essencial de toda a alimentação. A este nobre alimento juntam-se os queijos regionais e os vinhos.

Para os mais gulosos... A sabedoria popular diz que “o que é doce nunca amargou”. Os doces tradicionais alentejanos fazem justiça ao ditado. São pedacinhos divinais caídos do céu para delícia do seu paladar. Dê umas tréguas à dieta e desfrute destes prazeres. Desde as alcomonias, passando pelas pinhoadas, bolo de mel e amêndoa, vasquinhos e muito mais pode encontrar nesta costa alentejana. Texto: Fátima Moita Fotos: Arquivo e CMSC

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Autarquias promovem cozinha tradicional alentejana ^ Grândola Uma das melhores formas de se deliciar com as iguarias alentejanas é ter o prazer de as provar nos tradicionais estabelecimentos locais, aproveitando para conhecer melhor a região. Nesse sentido, em Grândola, está a decorrer mais uma “Rota das Tabernas”, que propõe este ano, entre outras especialidades, “cachola de porco”, “galinha em molho”, ”orelha de porco de coentrada”, “migas de

tomate com peixe frito”, “cozido de feijão-verde com chícharos” “caldo verde com chouriço caseiro”, os tradicionais “miolos com carne de vinha d'alhos” ou “feijoada de lebre”. A “Rota das Tabernas” começou no início deste mês e vai continuar até 14 de julho. Durante cerca de um mês e meio, a iniciativa convida a conhecer oito tabernas do concelho de Grândola, onde cada petisco para descobrir e saborear é “regado” com

vinho de produtores locais e acompanhado por um “menu cultural”, que pode incluir poetas populares, cante alentejano, fado ou música popular. As tabernas têm vindo a desaparecer, levando consigo os hábitos e as histórias da terra. Recuperar e revitalizar estes “locais de culto”, é o grande objetivo do município de Grândola ao promover esta iniciativa, que já vai na 18.ª edição. A “Rota das Tabernas” vai

passar ainda por estabelecimentos na vila sede de concelho, na localidade de Sobreiras Altas, por Santa Margarida da Serra e ainda pela Aldeia da Justa.

Sines Com uma iniciativa de âmbito diferente, também o município de Sines procura contribuír para o destaque da gastronomia tradicional. Todos os anos, entre julho e agosto, a avenida que contorna a praia Vasco da Gama recebe as “Tasquinhas de Sines”. “Esta é uma iniciativa que promove a vocação marítima de Sines e enriquece a experiência de quem nos visita através da fruição de um recinto que conjuga paisagem, animação e sabores locais numa das principais zonas de interesse turístico da cidade: a baía”, destaca o presidente da Câmara, Manuel Coelho. Em simultâneo, este evento pretende impulsionar o desenvolvimento sociocultural e desportivo, através do apoio ao associativismo local, contribuindo para isso com a prioridade de cedência de exploração de stands a associações e coletividades locais. A par dos pratos e petiscos

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tradicionais, como as saladas de polvo, de ovas ou de bacalhau e a feijoada de choco ou de búzios, a avenida conta com animação musical todas as noites, entre 13 de julho e 18 de agosto. Além de animar os serões de verão, o certame é já conhecido por promover o concurso para selecionar o “Melhor Prato de Sardinha de Sines”. A intenção é promover o produto regional que a autarquia considera de “maior relevo”, bem como os pratos de sardinha característicos da região e ainda a recuperação de receitas antigas. Texto: Ângela Nobre Fotos: Arquivo


“Casar” a indústria com o ´ ^ de Sines diz que sim. turismo, é´ possível? A Câmara A hipótese de visitar infraestruturas industriais ativas, a que geralmente o público não tem acesso, pode vir a ser uma das iniciativas implementadas no complexo de Sines, no âmbito de um projeto de turismo industrial que está a ser desenvolvido pelo município. Embora possa causar estranheza, o “turismo industrial não é um conceito propriamente novo, mas tem uma aplicação prática relativamente recente em Portugal”, explicou João Paulo Saraiva, consultor do presidente da Câmara de Sines, que está a promover o projeto em conjunto com o Sines Tecnopolo e uma equipa multidisciplinar de

EDP, a ideia é envolver mais empresas, universidades e operadores turísticos na chamada “Rede de Parceria para o Desenvolvimento, Capacitação e Promoção do Turismo Industrial em Sines”.

O projeto “aportar” tem um orçamento que ronda os 306 mil euros, dos quais 80% é financiado por fundos comunitários e o restante é comparticpado pelas empresas. técnicos do município. Numa primeira fase, o projeto visa a constituição de uma rede, que envolva entidades, instituições e empresas, para desenvolver uma plataforma multimédia, que funcione como um “museu virtual”. Embora já conte com alguns parceiros desde o início, como a Administração do Porto de Sines, a AICEP, a Galp e a

Passado, presente e futuro do complexo industrial Tudo partiu da “necessidade de preservar aquilo que é o arquivo do antigo Gabinete da Área de Sines”, esclareceu João Paulo Saraiva. A tomada de consciência da dispersão dos documentos, entre o arquivo municipal e o arquivo distrital de Setúbal, levou ao despertar para a

necessidade de preservar e produtivos por dentro organizar o espólio. Daqui O objetivo é proporcionar partiu-se para a decisão de inventariar e digitalizar toda a Conceito de “turismo industrial” documentação já terá sido adotado pela existente desde Organização Mundial de Turismo, os anos 60, seja que o inclui no “turismo cultural”. em suporte de

papel, fotografia ou vídeo, não só para preservar, mas para também poder disponibilizá-la ao público em geral. A forma mais lógica que encontraram para o fazer foi criar um “museu virtual”, em que se pudesse dar a conhecer a história do complexo, o seu desenvolvimento e a projeção futura, um projeto a que chamaram de “aportar”, que deverá estar online dentro de um ano. A partir desta plataforma será também possível marcar visitas às indústrias. Conhecer os processos

visitas às indústrias do complexo industrial de Sines, dando a “possibilidade de vivenciar instalações que estão ativas, de as ver, de as visitar, de as experimentar, de as conhecer e de conhecer os conceitos que lhes estão associados”, explicou o mesmo responsável. “Quando estamos a falar de turismo industrial, estamos a falar do património, do presente, daquilo que existe instalado, que são verdadeiros laboratórios, há algumas instalações que, se não são únicas, têm uma grande singularidade a nível nacional e as pessoas não as podem visitar noutro lado qualquer, têm que vir aqui se as quiserem visitar”, destacou ainda, lembrando os “processos industriais, logísticos e portuários completos” que, além dos curiosos, pode suscitar interesse de “quem estuda estas matérias”. “Uma das componentes do turismo industrial é o conhecimento, a inovação, é a capacidade de

percecionar em tempo real aquilo que são as coisas que estudam e que apreendem noutros contextos teoricamente, mas que depois não se vêm aplicadas em lado nenhum”, argumentou. “Sines é industrial, mas também é ambiente, natureza e praia” Para a diretora executiva do SinesTecnopolo, Mónica Brito, que está a fazer uma tese de doutoramento sobre esta temática, uma das nuances interessantes do projeto é o facto de procurar “casar numa relação harmoniosa os vários setores que existem em Sines”. “Este projeto tem esta característica muito particular, que é não ignorar uma coisa que é um dado adquirido, ou seja, Sines é industrial sem sombra de dúvida, mas transformá-lo numa coisa que pode ser apelativa e que pode conviver de forma harmoniosa”, acrescentou, lembrando que Sines “também é ambiente, natureza, praia e sol”. “Podem vir visitar a indústria e depois ir mergulhar em praias de bandeira azul”, terminou. Texto: Ângela Nobre Foto: CMS

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~ Música, teatro e exposições

~ Um mundo de emoções Com uma vida cultural diversificada, que se tem vindo a acentuar ao longo dos anos, a costa alentejana é palco de vários eventos de qualidade, que se diferenciam pela sua dimensão e envolvencia com o público. À exceção de eventos que fazem já parte da “rota nacional” de festivais de verão, como é o caso do Festival Músicas do Mundo (FMM), que decorre em Sines no mês de julho, e do Sudoeste, na Zambujeira do Mar em agosto, e que atraem milhares de pessoas à região, os restantes eventos promovidos na costa alentejana são

geralmente de pequena dimensão. Desde festivais nos pequenos auditórios locais, que rondam os 200 lugares,

em igrejas e capelas da região, no âmbito do Festival do Terras Sem Sombra, e até ao festival de música “pesada” Metal

‘Bucha e Estica’ pela Ajagato e Truta

como o Jazz Alémtejo e as C'extas de Cultura, em Vila Nova de Santo André, o Sines em Jazz, ou ainda os concertos de música sacra

GDL, em Grândola, há espetáculos para todos os gostos em eventos que vão decorrendo em várias alturas do ano. O teatro tem vindo a

afirmar-se também cada vez mais na região, onde o público atento costuma esgotar os espetáculos apresentados durante o Festival Internacional de Teatro de Santo André, que geralmente decorre entre maio e junho. Em Sines, o Teatro do Mar, que conta já mais de 25 anos, é a peça essencial do desenvolvimento do setor no concelho. Além se assumir uma vertente de formação, todos os anos, a companhia profissional, especializada em teatro de rua, estreia pelo menos um espetáculo em Sines, seguindo depois para digressão nacional e

internacional. Além da música e do teatro, outras expressões artísticas, como a fotografia, a pintura ou a escultura, vão tendo destaque em exposições temporárias patentes no Centro de Artes de Sines, que tem uma vasta programação cultural, no Centro Cultural Emmerico Nunes e também nas bibliotecas municipais de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Odemira. Os eventos e exposições são geralmente divulgados pelas autarquias locais, através da agenda cultural e também nas páginas oficiais na internet. Texto e Foto: Ângela Nobre

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Ficha Técnica:

Diretor: António Novais Pereira | Editor: Fátima Moita, Paulo Mesquita | Redatores: Ângela Nobre, Susana Lage Design e Paginação: Ricardo Lychnos

Não se pode vender separadamente do jornal «O Leme»


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