NANU!! 6

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R$ 8,00

EUR 3,50

ANO 2 - 5/2009 - 6 EDIÇÃO

1984-6711

ISSN 1984 - 6711

6 a moda que não sai de moda O CRIAR SEM LIMITES marta ciribellli, dna ARLETE EU, MODELO tudo sobre a minha mãe O MUNDO NUM FRASCO cheated hearts SOMBRIA ALEGORIA vida sobre rodas MAMMA M.I.A. cores de almodóvar TRANSITANDO please AMOR, VERGONHA E CULPA o triângulo daliniano VOANDO COM BOSSA nanu!! investe HYPE SOCIETY o que é synthpop RESTAURAR OU DEGUSTAR? casamento (im)perfeito HABITAR COM OU APESAR DE? hi! LSeD

NANU!!


Pacifico Sul Ltda. - Fone 55 (47) 3036 4100

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BLUMENAU

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NANU!! Editora Chefe

SUSANA PABST Editor de Arte

GUILHERME BAUER Jornalismo / Revisão

NILMA RAQUEL DRT/SP 23887

Assistente de Arte

GABRIELA SCHMIDT Finalização

LOOSHstudio Fotografia e Design Comercial

PRISCILA FIGURSKI Projeto Editorial, Design e Tratamento de Imagens

LOOSHstudio Fotografia e Design Conselho Editorial SUSANA PABST, GUILHERME BAUER e NILMA RAQUEL

Capa Arlete Holetz Pabst Fotografia e Arte Susana Pabst

O propósito da NANU!! é trazer inovação, cultura e novas propostas visuais. Acesse também nossa versão digital (www.nanu.com.br). A opinião expressa pelos colaboradores não necessariamente reflete a dos editores.

LOOSHstudio Fotografia e Design S.S. Rua 2 de setembro, 1618 - sala 7 - Blumenau - SC 55 47 3234 0772

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NANU!!


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J A N E L A S

NANU!! NANU!!  115


Tudo Sobre minha mãe Susana Pabst A editora-chefe da NANU!! revela o olhar particular sobre sua mãe Arlete.

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20 O criar sem limites Jaqueline Nicolle Discute a liberdade da criação e o poder da moda de contemplar as mais diferentes tendências.

18 A moda que não sai de moda Joice Simon Alano O estilo do “grande dia” para a maioria das mulheres é o tema da consultora.

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O mundo num frasco Nilma Raquel A jornalista fala sobre as inúmeras sensações despertadas pelo perfume preferido.

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Marta Ciribelli, DNA Juliana Gevaerd A estilista catarinense radicada em Sampa, bate um papo com sua parceira Marta Ciribelli, estilista da Animale.

Eu, Modelo Alcinda Schroeder A beleza da modelo da capa foi destacada com maestria pelos pincéis da maquiadora.

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Vida sobre rodas A história e as fotos de Mari Sabel provam que sensualidade e deficiência física são palavras que combinam.

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Cheated Hearts Priscila Figurski A publicitária explora as intrincadas relações entre moda, música e a predominância do estilo individual.

Sombria alegoria Diala Mortrix A artista mostra o trabalho do “construtor de imagens” David Hochbaum.

Transitando Pedro Hering O novo nas diversas manifestações de arte é apresentado pelo jornalista.

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Mamma M.I.A. Eduardo Kottmann Conhecedor da matéria, Duh fala sobre a talentosa cantora cingalesa.

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62 Cores de Almodóvar... Soila Freese A jornalista Soila Freese explora o diálogo entre cores e tons de Frida Kahlo nas diferentes expressões artísticas.

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64 49 68 Janelas Nestor Jr. É o jovem talentoso artista que ilustra esta edição.

70 O triângulo Daliniano Ike Gevaerd O empresário nos leva a uma viagem pelas terras que ajudaram a inspirar as criações de Salvador Dalí.

87 Hype Society As melhores festas, recheadas de gente cheia de charme e atitude.

105 Casamento (im) perfeito Guilherme Correa O sommelier campeão brasileiro põe em cheque o casamento “perfeito” entre queijos e vinhos.

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Please Gabriela Schmidt Na miscelânea, Gabi mostra coisas legais, entre elas um jeito novo de “pichar” o planeta usando tricô.

Amor, vergonha e culpa/ Habitar com ou apesar de? Sávio Abi-Zaid Uma arquitetura pela qualidade de vida, e as intricadas emoções do filme “O Leitor” são seus temas.

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NANU!! Investe Apresentamos as melhores opções pra aquecer sua vontade de inverno.

Plano de Voo Helena Schürmann Alisson Corrêa A dupla do AHA produz o editorial que leva a moda masculina às alturas.

102 O que é Synthpop? Lucca Koch As bandas que acontecem no cenário do Synthpop é o assunto do nosso especialista em música eletrônica.

103 Hi! Leoon O novo colunista apresenta sua descoberta musical mais recente.

Restaurar ou degustar? Siwla H. Silva A professora do Senac São Paulo e mestre em História fala sobre as origens dos restaurantes modernos.

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LSeD Guilherme Bauer Divaga sobre a idéia original e a póssibilidade da pureza. NANU!!

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TUDO SOBRE MINHA Finalizei o último editorial da NANU!! parodiando Obama. Inicio este parodiando Almodóvar. “Tudo sobre minha mãe”, nome de um dos seus filmes, se encaixa perfeitamente nesta edição, já que o ensaio principal a tem como protagonista, a minha própria mãe.

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EDITORIAL

O título não deixa de ser uma ironia. Melhor explicando, o trabalho foi inspirado em uma caixa de fotos antigas recentemente encontrada. Foi intrigante vê-la aos 17 anos, de chapéu e frasqueira, saindo do interior em partida para o Rio de Janeiro. Viagem essa da qual sempre ouvia falar, mas de uma maneira muito superficial. Ao ver essas imagens, encontro minha mãe de uma forma até então nunca vista, como uma latência de vida, de destino, que poderia ter seguido diversas direções e avistado outros horizontes (impossível, nessa hora, não lembrar do tema de “El Viaje” - voy hacer mi viaje voy, i soñando partiré...). Daí justamente a ironia: tudo sobre minha mãe mostra, na verdade, pouco sobre ela. Excetuando a sua beleza explícita, que já lhe rendeu uma coroa, exploramos na NANU!! 6 as diferentes versões de mulher que ela poderia ter assumido a partir daquela ocasião. Tudo sob uma ótica ora subjetiva, ora caricata, mas basicamente muito fashion. Além do ensaio principal/conceitual, no qual sempre fotografamos pessoas que não são modelos, temos neste número um editorial de moda masculino, em que contamos com a produção de moda de Helena Schürmann e Alisson Corrêa, da AHA Estilo. Eles, a partir de agora, passam a ser colaboradores da NANU!!, que vem crescendo não apenas no número de matérias, mas em

sua qualidade. Colabora ainda nessa edição Siwla Helena Silva, professora do Senac São Paulo e mestre em História, abordando as origens dos restaurantes modernos. Também a nova coluna Transitando, assinada por Pedro Hering exclusivamente para a NANU!!, orgulha toda a nossa equipe. Jornalista de tendências, PR extraordinaire e diretor da Image Care Media Connections, Pedro é reconhecido em todo o Brasil e fora dele pela sua fluência no universo cult das viagens e da música eletrônica, sendo requisitado como colaborador inclusive para revistas internacionais, como a Gatsby Magazine. Por essa razão, fico feliz em afirmar que, além de ser totalmente - e verdadeiramente - produzida em Santa Catarina, a NANU!! conta com colaboradores conhecidos nacionalmente pela sua competência, e que, apesar de já terem alçado outros voos, são catarinenses de origem ou de coração. E quem passar por Berlim, agora também encontra a NANU!!, que está integrando o acervo da Do You Read Me?!, loja muito cool de revistas especializadas em arte, moda, fotografia, design e afins, originárias de diversos países. Por tudo isso, concluo novamente: não serão as tempestades...

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box Amei! Parabéns, vcs têm um senso crítico admirável... Amei as matérias... Keli Cristina de Souza Moraes, São Paulo

NY em Blu Fala, Guilherme, Estou para falar contigo a respeito da revista NANU!!, que achei espetacular. A qualidade da impressão, do papel, do corpo editorial e dos colaboradores é de altíssima qualidade. Lembra revista “novaiorquina” dos bons tempos (eles agora estão meio por baixo). A “menina” Pabst, além de fazer belíssimas fotografias - já tinha ouvido falar das suas qualidades artísticas, mas nunca tinha visto nada -, é ótima na redação. A apresentação da revista no seu “Tempo de Olvidar” é coisa dos grandes cronistas brasileiros, e a matéria fotográfica do “Oblivion” é maravilhosa. Vocês estão de parabéns pelo excelente projeto, e quero que recebas o meu abraço especial pela tua edição de arte. Quando Susana, parodiando Obama, diz “yes, we can!”, está sendo modesta: vocês já puderam. Editar uma revista internacional na provinciana (ou não ???...) Blumenau, é coisa de gente grande. Um abraço, Sérgio, Florianópolis

Parabéns! Gostaria apenas de parabenizá-los pela revista, estou começando na área e percebo que faltam, sem dúvidas, profissionais como vocês, que queiram passar uma visão não-comercial da moda. Gostei muito da crítica que vocês fizeram às tendências que se multiplicam e se modificam quase que diariamente, e que tornam as pessoas escravas do consumo. É exatamente contra isso que quero lutar durante minha carreira, e espero poder ver mais pessoas assim como vocês no caminho. Admiro muito o trabalho da Susana, espero conhecê-la pessoalmente algum dia. Parabéns, NANU!! Paula Albuquerque, Blumenau

Tudo é possível! UUAAAUUU! Muito bom! Eu, como pantaneira que sou, morando em Blu há 20 anos, acostumada a ver sucuri comer um bezerro inteirinho, aprendi desde pequena que tudo é possível diante da necessidade e do arrojo que se tenha! Parabéns pra todos. Editoração, fotógrafos, modelos, idealizadores, artefinalistas, enfim, PARABÉNS..... Marcy Martins Cavalcanti, Blumenau

Roller Diva 1 Adorei as fotos da seção, muito bem escolhido o figurino e ótimo cenário. O tratamento da foto ficou digno de diva! Parabéns! :) Laura Maroco , Blumenau

Roller Diva 2 Gente, parabéns!!! A revista tá maravilhosa! A qualidade da NANU!! me deixa cada vez mais orgulhosa de ser blumenauense! Adorei conhecer a Zezzo também, que tem um conceito super interessante. Continuem e contem com minha admiração SEMPRE! Beijão! Regiane Patricia de Souza, Blumenau

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Vanguarda Conheço esta revista desde sua segunda edição, e o que me atraiu nela foi justamente o nome, que acho forte e gravemente pronunciável. Gosto da revista, às vezes ela me remete um pouco à Up Pocket (BC), mas com um pouco mais de intenção artística do que comercial, eis o que me alegra um pouco. Gostei muito do ensaio fotográfico desta edição (mais do que os outros), vejo-o como cheio de movimento por momentos. Tenho interesse em me envolver com o mundo da fotografia e poder imprimir olhares diferentes e sutis dentro de um contexto social usualmente tão alienado que é o blumenauense. NANU!! é um nome que me inspira vanguarda, mas quando vi a revista, não vi nada muito avant garde, em termos gerais (e não que eu seja um perito em vanguardas), mas mesmo assim achei a idéia interessante... É incrível que Blumenau não tenha este tipo de segmento cultural (no caso, o da moda) tão latente em suas veias, mas mesmo se não tivesse, não ficaria triste. Ainda não tive acesso à edição impressa, e por isso adoro mídias eletrônicas: abrem-se portas a todo momento. Prezo para que este projeto não se torne mais um elitista blumenauense, como por vezes a “nata da cultura” transforma alguns. Acho que no meio das artes, seja ele o da fotografia, música, pinturas, etc., tem-se o poder de ser ferino, violento e assustador (até mesmo), sem perder a sutileza, e NANU!! até agora tem sido muito gentil com seu público. Penso que a fotógrafa/idealizadora Susana Pabst possui um olhar muito sensível acerca de suas propostas, e eu, como adolescente/sonhador que sou, tenho idéias que em alguns momentos convergem com as dela (vistas através da revista, claro). Ruan, Blumenau

Quero a NANU!! 1 É só uma informação... Como conseguir a revista NANU? Achei a revista o máximo e queria receber para poder ler com calma. Parabéns pela revista! Michelle Papst, Blumenau Quero a NANU!! 2 Onde encontro a revista para compra? Rafael, Blumenau Quero a NANU!! 3 Adorei a revista principalmente porque trata da nossa região e gostaria de saber como faço para adquirir os três primeiros exemplares??? Karina, Blumenau

Quero a NANU!! 4 Olá, Susana, tudo bem? Quero te parabenizar, pela revista, pela iniciativa e por tudo mais... Virei fã!! Onde posso comprar a revista? Procurei nas bancas e não encontrei. Parabéns ao Guilherme pelo texto final da edição #4. Adorei. Sonei Turossi, Blumenau

Falando em arte Caro Guilherme Bauer, Muito obrigada pela revista, achei belíssima, de muito bom gosto. Gostei de ver teus trabalhos e também tua sensibilidade artística como diretor de arte. Parabéns e sucesso. Márcia Kern, Florianópolis

Quero a NANU!! 5 Gostaria de saber onde posso encontrar a revista! Adorei a revista e a cada edição ela esta melhor. Parabéns pela iniciativa! Graziela, Blumenau

Mídia e turismo Estive a convite de alguns amigos na festa da revista e escrevo para parabenizar, tanto pela festa como pela revista. Sou turismólogo e realizo trabalhos sobre a influência da mídia no turismo, por isso não poderia deixar de parabenizá-los por uma revista de tão bom gosto e alto padrão de qualidade. Parabéns em especial para as matérias de capa e “Resgatando a História?”, de Sávio Abi-Zaid. Felipe Borborema Cunha Lima, Balneário Camboriú

* Caros leitores,

A NANU!! pode ser encontrada em bancas de Blumenau, Balneário Camboriú, Brusque, Joinville, Florianópolis e região, ou solicitada por e-mail. Os primeiros números estão esgotados. Mande você também sua opinião, crítica ou sugestão, que poderá ser publicada neste espaço, para contato@looshstudio.com. v NANU!!

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FASHION

Fotos: reprodução sites www.jeshderox.com

QUE NÃO SAI DE MODA xistem certas coisas que jamais sairão da moda: a boa educação, o bom relacionamento com o meio ambiente, o hábito da leitura, o pretinho básico internacionalmente conhecido como LBD (Little Black Dress) e a comemoração de ocasiões especiais. Tão especiais e tão aguardadas, mas que para alguns não passam de “cafonices” antiquadas. Destas ocasiões me prenderei a uma que considero a mais especial, por ter tido a oportunidade de presenciar como protagonista: o casamento! Obviamente não poderia ser outro o enfoque principal deste texto senão o vestido da noiva. Durante séculos, a vestimenta matrimonial feminina foi integrando símbolos carregados de significados que perduram até os dias atuais. O véu branco, por exemplo, foi instituído durante a Idade Média e representava a castidade. Hoje continuamos usando o véu branco, longo ou curto, porém sem a necessidade social de representar a virgindade da noiva... Já o primeiro vestido de noiva branco, reza a história, foi usado por Maria de Médici ao se casar com Henrique IV. E por puro capricho, já que Maria de Médici não comungava com a estética padronizada pela coroa espanhola. Usou então exuberantes brocados brancos italianos.

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A emoção que uma noiva causa ao entrar na igreja transcende posição social ou raça; a imagem da noiva vestida de branco tem propriedades hipnóticas, quase celestiais. A igreja mesmo instituiu o véu por ele representar visualmente a imagem imaculada da mulher capaz de gerar e doar sangue ao fruto do seu ventre. A história constituiu o traje, e a evolução permitiu que as variações do vestido de noiva fossem tantas, tal qual é o próprio guarda-roupa feminino hoje. Vestido curto? Pode. Vestido colorido? Pode. Vestido “bolo de noiva”? Pode também. Pode tudo, desde que a escolha da noiva corresponda ao seu estilo. A liberdade que temos hoje, social, cultural e religiosa, permite que cada pequeno aspecto de um casamento seja realizado de acordo com as vontades particulares de cada mulher. Em 1985 Madonna usou e abusou de um vestido míni para provocar e transgredir padrões até então indiscutíveis. Também no final dos anos 80, um dos vestidos mais sexies vistos na TV até então, marcou a geração fanática pela banda Guns’n Roses. Quem não se lembra da noiva de vestido curto e cinta-liga de “November Rain ”? Definitivamente a moda dos anos 80 ficará para sempre registrada na história. Os vestidos de noiva desta década eram marcados pela cintura de vespa, ombros imensos e mangas bufantes enorrrmes. Sem mencionar os cabelos volumosos e encaracolados. Lady Diana respeitou a tradição, mas ficou estranha dentro de tanto tecido. Atualmente nenhuma noiva causou mais expectativa do que a Carrie – interpretada por Sarah Jessica Parker – do filme “Sex in The City”. Fashionis-

tas do mundo inteiro se esbaldaram com o extravagante modelo by Vivienne Westwood. O belo exemplar não decepcionou, além é claro, do detalhe de penas no cabelo – item já copiado por fashionistas mundo afora. No último Annual Academy Awards – visitem www.style.com – vários vestidos pareciam muito com vestidos de noiva, com metros e mais metros de tecidos, delicados e megaromânticos. Elie Saab, o estilista mais queridinho das milionárias, é expert em construir modelos perfeitos, capazes de emoldurar qualquer mulher. Assim como outros estilistas consagrados, Elie Saab costuma fechar seus desfiles de Houte Couture com belíssimos – e caríssimos – trajes de noiva. Juntamente com a evolução e a liberdade de escolha dos vestidos, outras partes integrantes deste sagrado momento também evoluíram, e hoje temos à disposição praticamente tudo o que se possa imaginar. Na fotografia, por exemplo, o americano Jesh de Rox (http://www. jeshderox.com) especializou-se em imortalizar os momentos que antecedem o casamento. De forma lúdica e natural, ele retrata cenas românticas e sensíveis, buscando sempre um novo ângulo, uma nova possibilidade... Os habituais bonequinhos de biscuit perderam espaço para pombinhos customizados da forma mais fashion possível. Com quarteto de cordas ou DJ, flores ou balões, super glamour ou low profile, não importa... O esplendor de uma noiva se manterá firme e forte na moda, simplesmente por ser um momento surreal, onde a palavra cafona perde completamente seu sentido. A emoção salta aos olhos e o tempo pára para ver você percorrer aqueles poucos e intermináveis metros rumo à felicidade. v

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sem limites ouco tempo atrás, as empresas que despontavam no mercado eram aquelas que conseguiam lidar bem com a variável preço. Com o passar do tempo, no entanto, outras exigências de mercado foram sendo agregadas, tais como qualidade, flexibilidade e atualmente a inovação. É nesta afirmação que os diretores têxteis precisam criar suas diretrizes. Abrir espaço para novas experiências dos recém-nascidos talentos de moda é investir e principalmente acreditar no desenvolvimento do design brasileiro. Não basta mais apenas atender às necessidades físicas humanas, assim como não é suficiente oferecer aos clientes o que eles precisam e esperam encontrar. O ser humano é muito completo e pode ser envolvido de muitas maneiras. Por este motivo é que se deve estar à frente de qualquer expectativa do cliente, lançar surpresas, produzir ansiedade, criar desejos e os materializá-los sem parecer óbvio.

Ilustração de Cecilia Carlstedt

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Não existe uma fórmula ou regra básica para criar moda e para ser bem sincera, não acredito em deveres nos mais diversos campos da arte, existem apenas os direitos, como o de estabelecer objetivos para suas criações e o de se expressar, que nos levam inevitavelmente ao ato de se comunicar.

Ilustração de Cecilia Carlstedt Reproduções do site www.art-dept.com.

A moda é livre, e não venha me dizer que ela restringe, exclui e cria preconceitos, porque já faz muito tempo que abraçou todas as linguagens e reverenciou a miscigenação. E é por este motivo que todos se rendem à necessidade dela, mesmo que seja indiretamente, ou até a contestando, lá está a moda, onipresente.v

Ilustração de Aimee Levy Reproduções do site www.art-dept.com

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Moda no Marta Ciribelli, estilista Linha Show da Animale é uma das cabeças da grife, ao lado de Priscila Darolt. De São Paulo, Juliana Gevaerd bateu um papo com ela para saber um pouco mais sobre seu processo de criação. Como você descobriu que gostava do que faz ? Nasci num ateliê de alfaiataria, minha mãe dava aulas de corte e costura, como se chamava na época. Convivi assim com todos os elementos de um ambiente de criação de costura, brincava com alfinetes e pedaço de tecido. Fui aos poucos criando uma maneira minha de lidar com a criação da roupa, bem diferente da maneira que minha mãe lidava. No início da minha carreira fui assistente do estilista sócio-fundador da marca Yes Brasil, Simon Azulay. Nesta época, fazer moda no Rio de Janeiro era mais do que business, era um estilo de vida. Além das três coleções habituais, fazíamos figurinos de shows e espetáculos, o que nos permitia permear por um mundo mais lúdico do que o de agora.

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1, 2 e 3. Marta Ciribelli, estilista da linha Show Animale. 4. Tecido tecnológico(termocrômico, muda de cor com o calor do corpo) 5. Desenho músculo 6. Tricot músculo, desenvolvido por Juliana Gevaerd exclusivamente para Animale. 5

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Fotos: Juliana Gevaerd

Fale sobre este frenesi que é mal acabar uma coleção e ter que pensar em outra. As coleções têm uma assinatura que segue uma linha de raciocínio da marca, mas a idéia tem que ser renovada. Quando termino uma coleção, antes de começar a pensar em outra, tudo deve ser renovado. Procuro limpar minha cabeça, fico oca, sem ideias, é um período infértil, 15 dias mais ou menos, onde posso achar horrível algo que já achei lindo e vice-versa. Geralmente uma nova coleção se dá com uma viagem de pesquisa. O maior benefício evidente, além do bom acaso, de encontro com objetos incríveis, é passar 15 dias pensando em moda. É um período em que respiro moda e entro em contato com elementos novos que acabam, de certo modo, direcionando o novo trabalho que começa. Algum gostinho sobre a próxima coleção.... A próxima coleção está no início, parece mentira, temos muito pouco tempo, mas ela já tem um “corpo”. Pra fazer verão no Brasil a gente “vira o leme”. Estamos fazendo um produto mais calmo e com muito conforto. Marta estilista, Marta mulher, Marta família... Você consegue separar? Não dá pra separar, mas no período que antecede o desfile, uns 15 dias antes, confesso que perco “sexo mulher” e viro um ser pensante, que dorme pouco e respira somente trabalho... Mas é lógico que tem a Marta mãe e mulher, que não perde o fio condutor, sou superfamília.v

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EU, MODELO

Enquanto era maquiada, Arlete Holetz Pabst conta que topou “de cara” a proposta da filha para ser a capa da NANU!!.

ma mulher pode ser várias coisas ao mesmo tempo. Uma mulher linda, que é mãe, avó, mas pode mostrar personalidades diferentes nas fotos”, diz Susana Pabst sobre sua concepção para o ensaio principal desta NANU!!. “Queria fazer isso porque sempre vi minha mãe do jeito que ela está nas fotos, com um potencial de glamour que ela não utiliza”, completa. Como todos podem conferir, a intenção da fotógrafa se materializou nas imagens de nossa “não-modelo” no ensaio “Tudo sobre minha mãe”. À parte seus impressionantes olhos azuis e a beleza, que definitivamente a destacam no meio de gente comum, Arlete Holetz Pabst chegou ao estúdio no dia dos cliques como mais uma profissional que a gente pode encontrar num consultório de psicologia – seu ofício – ou uma jovem avó num passeio à tarde no shopping, acompanhando a neta. A transformação foi se concretizando aos poucos. Enquanto era maquiada, Arlete conta que topou “de cara” a proposta da filha para ser a capa da NANU!!. Apesar de sua experiência praticamente nula em frente às câmeras – há cerca de dez anos fez fotos com um fotógrafo profissional, mas não gostou nem um pouco – a própria desenvoltura foi o que surpreendeu a “nãomodelo”. “Fiquei surpresa não com o resultado das fotos, mas com o meu jeito, como eu me senti à vontade para fotografar. Até brinquei com a Susana, acho que eu perdi tempo, deveria ter sido modelo!”. Convites ao longo da vida não faltaram. Como sempre chamou a atenção por sua beleza, Arlete disse não a convites para representar a escola, a cidade, o clube em concursos. Casada bem jovem, como muitas mulheres de sua geração, a vaidade sempre se manteve no limite determinado pelo papel de esposa e mãe, vaidade que ela vem redescobrindo, assim como um novo estilo de se vestir. Por isso os looks inusitados montados na hora da produção quebraram paradigmas para Arlete. “Uma das fotos que mais gostei foi com uma roupa xadrez, que na hora de vestir não havia me agradado. E eu adorei!”. Dentre todas as imagens, a preferida é a com um véu na cabeça, pois para ela, sintetiza sua personalidade, um misto de desenvoltura e timidez. Sobre a experiência, Arlete conclui: “O ensaio foi bom para eu me ver de uma outra forma. Eu já vinha mudando, e isso só serviu para dar um empurrãozinho, para eu ousar mais, me jogar, arriscar, ser mais eu”. Feliz coincidência, já que era o que Susana parecia ter em mente ao propor “Tudo sobre minha mãe”. v 24

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JANELAS

NESTOR JR

Nestor Jr.

www.flickr.com/nestorjr nestordesenho@gmail.com NANU!!

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FOTOGRAFIA

SUSANA PABST Realização LOOSHstudio Produção Eduardo Kottmann Make Alcinda Schroeder

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Vestido MarcusSoon Corselet Mario Hag para MacusSoon 28

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Body Diva Couture e Legging Kampalla para Alameda 40 Cinto Alameda 40 30

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Acess贸rio Arezzo Camiseta Miss Sixty

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Luva Santa InocĂŞncia Camiseta e colares acervo

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Gola MarcusSoon Vestido Anemess para Alameda 40 36

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Vestido Nem para Alameda 40 Pulseira Metally para MarcusSoon Scarpin Arezzo Colar e luva acervo

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Calรงa MarcusSoon Blusa Equus Jeans

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Vestido Atmosphere para MarcusSoon ChapĂŠu e broche pena acervo

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Colete Zara Legging Amies Camiseta Stereo Calça King 55 Bolsa Hallhubber

Gargantilha e body de corrente Santa InocĂŞncia Legging acervo Bota acervo

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Camiseta Equus Jeans Colares MarcusSoon e Arezzo Legging, chapĂŠu e jaqueta acervo

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Camiseta Equus Jeans Colares MarcusSoon e Arezzo Colete Diva Couture para Alameda 40 Bota Arezzo Jaqueta, legging e pulseiras acervo

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Peruca acervo Top Santa InocĂŞncia

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num frasco O olfato é um sentido poderoso, capaz de reavivar emoções e a memória, e seu despertar tem conexões com a história pessoal, a bagagem cultural, o tipo de alimentação e a pele de cada um. Foto: Reprodução site www.couleurparfum.com rfã. Pode parecer exagero, mas foi quase assim que me senti quando descobri que o perfume da minha vida tinha sido tirado de linha. Foi há mais de dez anos, depositado no criado mudo de uma amiga querida, que vi pela primeira vez aquela flor de vidro fosco no topo de um frasco ornado com folhas em alto relevo. Quando o primeiro spray invadiu o ambiente, foi uma avalanche. Saudade não sei de quê, frescor, conforto de colo de mãe, euforia, comer goiaba no pé, festa, férias, as árvores da mata molhadas pela chuva de verão no litoral onde nasci... A verdade é que Le monde est beau, - o nome “O mundo é belo”, além de tudo, é lindo! - do Kenzo, entrou na minha vida para sempre, logo depois de seu lançamento, em 1997. E conto isso porque sei que cada um tem “sua” história com o “seu” perfume. Você não tem a sua? A gente até se encanta de tempos em tempos com um e com outro, mas tem sempre um preferido. Isso tem uma explicação. O olfato é um sentido poderoso, capaz de reavivar emoções e a memória, e seu despertar tem conexões com a história pessoal, a bagagem cultural, o tipo de alimentação e a pele de cada um. E cabe ao talento do nez (nariz, em francês, um profissional contratado a peso 48

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de ouro e que passa por anos de treinamento) de cada empresa de fragrâncias aliado a sofisticadas pesquisas de mercado, criar perfumes que vão levar o carimbo de uma maison famosa. Um nez sabe que sua criação tem que “conversar” com o repertório do consumidor. A idealizadora do Le monde est beau, Daniela Rocher (uma das “celebridades”do mundo dos nez) faz um comentário que ilustra bem isso. Ela diz receber às vezes briefings de um novo perfume para as maisons pedindo fragrâncias “vindas de Marte”. E ela rebate: “Uma pretensão, algo irreal, porque tudo é sempre reinventado”. Mas se fragrâncias despertassem somente experiências individuais seria difícil explicar por que algumas delas se tornam hypes por um período. Porque da mesma forma que as artes plásticas, a música e o cinema, as notas de cabeça, de coração e de fundo de um perfume, assim como sua embalagem, também trazem em si o “espírito do tempo”. Aí sim suas preferências pessoais vão definir se aquele perfume – ou filme ou disco – vai continuar na sua parada de sucessos ou não. Na minha lista, Le monde est beau continua em primeiro lugar. Só que pra isso agora tenho que fuçar na internet ou trazer um vidrinho do exterior quando bate minha sensação de “orfandade”.v

Quer saber mais? O ótimo blog www.perfumenapele. com explica tudo sobre perfumes e essências! Desde o processo de fabricação até comentários sobre lançamentos e perfumes “históricos”. O site francês www.couleurparfum. com é completíssimo e incrível. Traz tudo sobre perfumes, com a história e a explicação detalhada da composição de cada um, um perfil dos criadores e até a campanha publicitária do seu perfume preferido! Em inglês, o www.fragrantica.com também é supercompleto e traz ainda links para blogs especalizdos e espaço para troca de idéias entre aficionados por perfumes. No site da Givaudan (www.givaudan. com.br), uma das gigantes quando o assunto é aromas e fragrâncias, você fica sabendo a história do perfume e como é o trabalho realizado para se chegar a um clássico da perfumaria fina.


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Nestor Jr.

www.flickr.com/nestorjr nestordesenho@gmail.com

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Hearts

NONSENSE

oda e música sempre andaram juntas, embora às vezes essa ligação não seja tão visível. Karen O., vocalista do Yeah Yeah Yeahs, é um dos melhores exemplos de como a mistura desses dois elementos pode transformar-se em algo único. Karen se destaca desde o início da banda, em 2003, por seu senso fashion. Em shows, ela só veste roupas da estilista Christian Joy, atualmente uma das maiores revelações da moda jovem americana. Críticos especializados referem-se à Karen O. como “furacão” e “assustadora”, presença que incendeia o palco na hora do show, mistura de Debbie Harry, Chrissie Hynde e Courtney Love (ícones femininos da música pop das décadas de 70, 80 e 90, respectivamente). Culturalmente falando, moda, música e atitude são fatores diretamente envolvidos no processo de criar uma imagem, causar uma impressão ou simplesmente alcançar a satisfação pessoal. Estilo é o que desencadeia nossa primeira impressão, é como o mundo nos vê, é o que reflete a nossa identidade, o que usamos para mostrar para o mundo o que pensamos que somos – é a exposição de uma parte de nossa personalidade. Nosso estilo nos torna únicos e singulares, é o que dá o tom para que possamos nos apropriar de vários elementos - sejam eles moda, música ou método - e torná-los particulares. De uma forma mais abrangente, estilo é a forma pela qual vivenciamos o mundo e, em conseqüência, nos comportamos e fazemos escolhas. E essas escolhas, lado a lado com nossa atitude e nossa percepção, determinam a maneira como encaramos a vida, às vezes nos tornando alheios aos olhos do mundo, o que não significa que sejamos tudo - ou somente - o que parecemos ser. Quando se constrói um estilo, imagem e conteúdo passam a ter a mesma importância, são complementares e se interrelacionam. E por mais “assustadores” que nossos adereços possam nos tornar, ainda assim somos todos apenas humanos.v Foto: Reprodução site www.cristianjoy.us

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Reprodução do site www.davidhochbaum.com.

Na página ao lado, Storm Cloud; à esquerda, Time to Leave, e abaixo, Visitor in the Shades of Twilight.

ARTE

SOMBRIA avegando pela net, contemplo uma imagem que me enche a alma: uma obra de David Hochbaum, artista novaiorquino ainda pouco conhecido no Brasil. Seus trabalhos, construções multimídia baseadas em pintura, fotografia e silkscreen, são cheias de sentido mitológico e simbólico, produzindo uma visão subjetiva do comportamento humano. Há uma constante exploração da figura da mulher, rodeada de símbolos e elementos da natureza e da astronomia, que nos remetem a figuras quase arquetípicas. Elementos medievais e alquímicos são mixados com referências inusitadas em um quebra-cabeça propositalmente bizarro. O ambiente chega a ter uma aura psicossexual e surrealista, e exerce uma atração irresistível sobre o expectador, que não fica imune ao impacto visual que as imagens exercem. A construção visual de David parte de uma técnica bastante pessoal, onde são realizados vários estágios, iniciando normalmente de um esboço para a coleta espontânea das peças que comporão a obra, como imagens de textos, modelos vivos e outros materiais de seu interesse. Toda a composição - quase um teatro gótico - é finalmente clicada pelo artista, e impressa em preto e branco. O resultado é obtido após uma pintura que pode ser manual e/ou impressa, aplicada finalmente sobre a imagem. Apesar de o artista lançar mão de figuras de conotação histórica, o resultado é de um frescor e de uma atualidade impressionantes. Seus pássaros negros hitchcockianos, seus símbolos alquímicos e suas figuras medievais, nos remetem à antiguidade, mas também a uma visão sombria de um mundo atual imperfeito. Essa ambiguidade é talvez o maior elemento de atração em sua obra: a alegoria disfarçando a mais completa escuridão. Para pesquisar mais sobre David Hochbaum, acesse o seu site pessoal www.davidhochbaum.com v

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Vida sobre A artista plástica Marileuza Sabel, a Mari, tem 37 anos. Como toda mulher do século 21, sofre com a famosa jornada dupla de trabalho mais cuidado com a casa, o marido e o filho. Tem seus altos e baixos, é bem informada, além de ser linda e super vaidosa. Apenas um detalhe a diferencia da maioria das mulheres de sua geração: é tetraplégica há quase 20 anos. Aqui ela conta sua história. Fotografia SUSANA PABST

os 18 anos, aqui mesmo em Blumenau, sofri um grave acidente de carro na ponte Irineu Bornhausen, quando perdi meu amigo Rui Weise, que sofreu traumatismo craniano. Eu fiquei tetraplégica, fraturando a coluna cervical C6 C7. Tudo que havia planejado até então caiu por terra nesse momento. Como todo DF (deficiente físico), minha vida pós-acidente tem inúmeras facetas: surpresas, decepções, alegrias, vitórias, frustrações, medos, tentativas... Tudo o que vivenciamos conta como experiência de vida, e isso posso dizer que tenho, e muita. De repente, me vi num leito de hospital sem movimentar sequer a cabeça. Minha primeira reação foi a de incapacidade total (acho que quase

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todos se sentem assim!), mas logo a seguir me veio uma força, incapaz de decifrar em palavras, que me fez acreditar em dias melhores, em recuperação, em vida após o trauma. Lembro muito bem que enquanto a maioria chorava ou tentava engolir o choro para disfarçar, eu fazia com que as pessoas se sentissem bem e mostrava que estava inerte, mas viva! Sempre foi assim. Não sou nenhuma heroína, mas sei que luto com todas as minhas forças para alcançar sempre o melhor. E não somente para mim, mas também para todos que vivem ao meu redor. Temos que passar por situações que nem sempre esperamos, mas que fazem parte de nossa vida e estão aí para serem superadas, fazendo sempre da melhor forma, sendo para nós ou para o próximo. Houve muitas histórias... Uma das mais importantes foi ter conhecido meu marido, Demilson, um homem capaz de se render aos encantos de uma mulher cadeirante e ter de lutar e reaprender junto dela a viver de forma diferente dos padrões préestabelecidos pela sociedade. Nos conhecemos através do disque-amizade. Na época ainda não tinha esse negócio de bate-papo, orkut, etc... Foi pela voz que tivemos o primeiro contato. Tão logo aconteceu, marcamos um encontro em minha casa e de imediato, quando nos vimos, nos apaixonamos, o verdadeiro amor à primeira vista! Acho que foi “armação” de Deus, pois havia orado antes de ligar para que encontrasse alguém interessante, sem preconceitos e que acima de tudo me amasse da maneira como estava. E enquanto eu pedi uma pessoa assim, ele pediu por alguém especial, pois já não aguentava mais a vida monótona e vazia que levava.

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Não acredito no acaso, creio que nossa relação já estava selada pelo destino. Estamos há 13 anos juntos. É uma relação de profunda sincronia, amizade, respeito, entrega, luta e acima de tudo, amor! Sempre desejei ter um filho, mas não acreditava que se tornasse uma realidade tão cedo. É claro que foi uma surpresa, quase um choque para todos de casa. Mas depois do acontecido, não tinha mais como voltar atrás, já estava gerando uma nova vida... E em 37 semanas nasceu Guilherme, de parto cesariana, fruto de um amor que perdura por todos esses dias! O Guilherme hoje tem 12 anos e é meu anjo, como costumo dizer. Ser mãe sempre foi a maior dádiva que poderia ter recebido... Sabia que a vida havia me presenteado! Ser mãe na minha condição física é muito complicado por conta da alta taxa de abortos espontâneos, mas graça a Deus ele

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está aí, o que mostra ao mundo a capacidade e principalmente a sexualidade de um cadeirante (muitos confundem o deficiente físico com assexuado!). Essa história prova que uma cadeira de rodas faz apenas o papel de locomoção e que o milagre da vida está presente no nosso dia-a-dia! Mostrar a todos que gerei uma nova vida sempre foi meu orgulho! Aliás, meu não, pois como filha mais velha foi o primeiro neto da casa. Então, imaginem só como ele era tratado pelos avós, tios, primos e principalmente os pais! Logo após o nascimento de meu filho, descobri as artes plásticas e incluí em minha vida. No início era como terapia, passatempo. Mas tão logo me apaixonei, tomou uma proporção gigantesca, despertando para a idéia de poder ter como fonte de renda. Hoje tenho-a como terapia e profissão. Trabalhamos juntos, eu e meu marido. Pintando me sinto ilimitada; podendo percorrer lugares infinitos, intransponíveis a outros olhos. E posso dizer com todas as letras que a arte hoje é a expressão viva da vida que há em mim! Tendo os movimentos das mãos limitados, pinto com a ajuda de manguitos (adaptações para as mãos), pois só recuperei parte dos movimentos dos braços. Mesmo assim, isso não me impede de pintar quadros de quase 2 metros. Acho mesmo é que adoro um desafio. Além das telas, hoje temos também uma linha de artesanato. O importante é não ficar estagnada e dar várias opções aos clientes e a mim mesma - detesto o ócio! Mesmo sendo cadeirante, nunca deixei de ter minha vaidade. Tenho adaptações para tudo: rímel, delineador, blush, escovas, etc. E imagina então se saio de casa sem minha produção? Never! Por isso fazer as fotos que estão publicadas aqui foi puro glamour... Realmente me senti inteira e feliz! A única coisa diferente que havia era um acessório (a cadeira)! E no mais, a pouca locomoção pela falta de movimentos finos. Mas creiam, vivi momentos inesquecíveis... Quisera eu que todo DF pudesse se sentir como eu me senti; sensual, charmosa e capaz de provocar suspiros! Ter essa confiança em mim mesma e a auto-estima elevada, acaba passando para os cliques. Acredito que ‘beleza’ e ‘deficiência física’ não são expressões contraditórias. Pessoas com esse tipo de problema são felizes e têm os mesmos padrões de vida que as pessoas consideradas normais; trabalhar como ‘modelo’, mesmo sendo cadeirante é possível sim. Existe sentido em nos mostrarmos e não existe razão alguma para nos escondermos do mundo devido a um problema físico. Há muito mais num ser humano do que a perfeição física. Se tenho de passar por isso, o farei da melhor forma. Concluo dizendo: só através das dores percebemos a magnitude da vida.v


para SCMC por

LOOSHstudio Fo t o g r a f i a e D e s i g n

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R. Curt Hering 88 Centro Blumenau SC 47 3322 6800 60

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www.alamandasapataria.com.br


FAKE IT

Inusitada e imprevista talvez sejam os adjetivos que mais se aproximem da figura multicultural de Mathangi Maya Arulpragasam, cantora mais conhecida como M.I.A.

Mamma

epois de auxiliar na concepção e produção do ensaio “Tudo Sobre Minha Mãe” desta edição em que vocês podem perceber toda a versatilidade da nossa mãe-modelo - que aceitou, participou e se saiu muito bem com nossas propostas às vezes um tanto quanto ousadas - eu resolvi falar de uma artista irreverente que há muito tempo admiro e que recentemente tornou-se mãe. Talvez inusitada e imprevista sejam os adjetivos que mais se aproximem da figura multicultural de Mathangi Maya Arulpragasam, cantora mais conhecida como M.I.A. (abreviação ora descrita como Missile In Action ora como Missing In Action). M.I.A. é uma empolgante artista que surgiu neste século XXI. Com pais refugiados do Sri Lanka e nascida em Londres, ela passou sua infância na ilha. Seu pai foi militante de uma guerrilha tâmil que lutava pela minoria deste povo e com o estouro de uma guerra civil pela região nos anos 80, a família foge primeiramente para a Índia. Com seu pai procurado, resolvem morar de vez na Inglaterra quando a artista tinha apenas 10 anos. Maya se utilizou de suas experiências para criar o personagem M.I.A., talvez um alter-ego revoltado com o mundo à sua volta, que não aceita a situação caótica criada pelo homem moderno através de guerras e terrorismo. Ela pretende fazer justiça através de sua música: muitas de suas letras mostram reflexões e manifestos em busca de uma solução. Assim como explicar toda a atmosfera que envolve a cantora não é tarefa fácil, suas influências são inúmeras. M.I.A. introduziu na música mundial a fusão de estilos como Miami Bass, Ragga, Rap, Hip Hop, Disco, além de globalizar ainda mais o Funk brasileiro com samplers presentes em canções de seu primeiro álbum chamado Arular (apelido de seu pai). Atualmente, além de se tornar mãe, com um filho recém-nascido chamado Ikhyd Edgar Arular Bronfman, a cantora recebeu uma indicação ao Oscar pela canção “O... Saya”, do filme “Quem quer ser um milionário?” (Slumdog Millionaire 2008). Ainda em 2008 ,M.I.A. lançou o single com a incrível música “Paper Planes” presente em seu segundo álbum Kala (que desta vez leva o nome de sua mãe), e além de ficar entre as 10 melhores da Billboard, se manteve lá por mais de 10 semanas. Confira o vídeo: (http://www.youtube.com/watch?v=JqlY0VOFtyA) Outros links interessantes: www.miauk.com, www.myspace.com/mia, www. twitter.com/_M_I_A_ .v Fotos: reprodução www.miauk.com

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MÚSICA

Cores de Frida Kahlo... Cores

Ouça “Esquadros”, assista Almodóvar, conheça Frida Kahlo, leia Caio Fernando Abreu, escute “Viva la vida”...

primeira descoberta foi a música. Não saberia dizer ao certo quando, mas deve ter sido lá pela metade dos anos 90 quando ouvi pela primeira vez a canção “Esquadros”, de Adriana Calcanhotto. Sou uma apaixonada por música, assim como um imensurável número de pessoas. Certas canções são mais do que belas melodias e letras bacanas. Algumas podem até mesmo falar de sentimentos, entrelaçar paixões, artes, gostos e memórias. É exatamente isto que a música que canta “cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores” representa. Eu ainda era adolescente quando “Esquadros” entrou na minha tril62

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ha sonora. Na época, eu mal saberia dizer quem seria Pedro Almodóvar e jamais ouvira falar de Frida Kahlo, mas intuitivamente para mim fazia algum sentindo. Com o tempo percebi que, mais do que fazer sentido, emaranhava paixões que seriam descobertas. “Fale com ela”, lançado em 2002, foi o primeiro filme que assisti do espanhol Pedro Almodóvar. Uma obra prima que me deixou verdadeiramente extasiada. Fotografia impecável, aliada a um roteiro intenso que fala de amor e amizade. Assisti a outras obras do cineasta, mas nenhuma me fez lembrar tanto de “Esquadros” quanto “Fale com ela”. Posso aqui citar também “Volver”, longa lançado em 2006, que figura no segundo lugar na minha lista Almodóvar. A

película é impecável, as cores são intensas e despertam sentimentos como paixão e saudade. Não há descrição melhor do que “sentir, vivir, un dulce recuerdo”. Eu li isto em algum lugar que fazia referência ao filme. Praticamente na mesma época que vi “Fale com ela”, assisti ao filme “Frida”. Perfeito também, mas neste caso, não havia fotografia, direção, qualquer coisa que fosse mais belo e tocante do que a trajetória da artista plástica. Sua história não é exatamente bela, mas trágica. O que a torna tão marcante é a luta constante em viver a vida apesar dos percalços, torna-lá mais colorida. Frida Kahlo nasceu em Coyoacán, México, em 6 de julho de 1907. Aos seis anos de idade contraiu a

poliomielite que deixou uma lesão no pé direto. Kahlo não começou a pintar cedo. A pintura entrou definitivamente na sua vida depois de um grave acidente que sofreu aos 18 anos. Este episódio marca para sempre a trajetória da artista. Longos tempos de convalescência, dores e cirurgias que fizeram parte de sua história até a sua morte em 13 de julho de 1954. O sofrimento de Frida a impulsionou a pintar. Pintava com cores coloridas a sua dor e a sua identidade mexicana. Dramas e acontecimentos na vida pessoal e amorosa também marcaram muito a obra da artista. Podemos aqui citar a sua bissexualidade, o conturbado casamento com Diego Rivera e as relações extraconjugais, decepções amorosas e traições.


Fotos: Reprodução site www.fridakahlofans.com

A obra da artista chegou a ser denominada surrealista, mas ela ressaltava que todos estavam enganados. Em minhas anotações tenho uma frase de Frida que define muito bem o seu trabalho: “Pensavam que eu era surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”. As pinturas de Frida são o retrato de sua realidade. Frida era também muito boa com as palavras. Sem o auxílio das cores, suas frases eram cruas e nostálgicas, reafirmando muitas vezes o seu sofrimento e medo, e também a paixão que tinha pela vida, apesar de todas as suas dores físicas e emocionais. O quadro Viva la vida, o último pintado pela artista, encantou Chris Martin, vocalista da banda

inglesa Coldplay. Em 2008, o grupo lançou o álbum Viva la vida inspirado nesta obra de Frida. Uma adorável ligação, pelo menos para mim, fã de Coldplay e Frida Kahlo. Destaco aqui a sétima faixa do CD, música também chamada de “Viva la vida”. Outra relação bastante interessante, agora voltando a falar de “Esquadros”, e recentemente descoberta por mim, é a ligação de Caio Fernando Abreu com a cantora Adriana Calcanhotto e música inspiradora deste texto. Caio Fernando Abreu, assim como Adriana, é gaúcho. Ele foi escritor, jornalista e ícone de uma geração. Com a cantora mantinha uma forte relação de amizade. Descobri esta ligação quando lia o livro “Caio Fernando Abreu – inventário de

um escritor irremediável”, da jornalista Jeanne Callegari. Na página 151 me deparei com o seguinte texto: “A Adriana Calcanhotto, ‘deusa’, ele admirava demais; nas outras vezes que esteve na Europa — sim, porque Londres em 1990 era apenas o começo — escreveu algumas cartas a ela, contando de suas experiências, e sempre fazendo referência ao álbum Senhas, da cantora. Caio amou o álbum; seria uma das únicas fitinhas que levaria para ouvir no walkman e a ouvia sem parar. Chorava sempre na parte do ‘eu ando pelo mundo, prestando atenção em cores...’’’. E segue “que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores”. Esta é a primeira parte de “Esquadros”. Eu sou completamente

apaixonada por Caio, admiro sua obra e principalmente a beleza como expõe seus sentimentos, aflições, alegrias e tristezas. Este é o ponto final desta amarração. De Adriana a Almodóvar, Frida Kahlo, Caio Fernando Abreu e poderia até mesmo terminar em Frida. Caio era também um grande admirador da vida e obra da pintora. Ouça “Esquadros” — outros artistas gravaram esta composição: Belchior, Gal Gosta, Los Hermanos, Luiz Ferrar e Mário Celi — assista Almodóvar, conheça Frida Kahlo, leia Caio Fernando Abreu, escute “Viva la vida” e por fim ouça também “Alegre”, canção composta por Adriana em homenagem a Caio, que foi gravada por Vânia Bastos, em 1999. v

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erotismo urbano em lona industrial um nome para prestar atenção. Com 23 anos, esta jovem descendente da aristocracia industrial catarinense vive em São Paulo desde pequena e tem alma de artista. A atração por moda, talvez graças aos genes das famílias Hering e Renaux, veio primeiro. Até o ano passado fazia parte da marca de roupas sustentável Universeless, que se aproveita de lixo industrial na construção de suas peças. Mais tarde foi atrás do silêncio criativo da floresta e se embrenhou no interior da Amazônia para participar do moderno projeto de workshops MALAB. Em 2007 produziu em conjunto com Lica Stein o vídeo “Pereio, Debussy e o jogo de xadrez”, com o ator cult Paulo César Pereio. Formada em Design Digital pelo IED (Instituto Europeu de Design) reafirmou sua faceta socialmente correta e ecofriendly ministrando uma oficina de criação de brinquedos a partir de lixo para crianças da favela do Real Parque, em São Paulo. Em sua fase atual ela acaba de apresentar uma série de pinturas feitas sobre lona industrial com intervenções poéticas de Paulo Barros. A coleção chamada Sistema Emocional// Abstração Intelectual tem forte caráter erótico e urbano, com figuras masculinas e femininas desnudas, anjos alienígenas e antenas que captam na lona mais simples uma vibração inquietante e rara. Para saber mais sobre sua obra acesse o seu blog no endereço http:// caterinarenaux.blogspot.com. Caterina é puro talento em ebulição. 1. Redmilk . Foto Divulgação/ IMAGECARE 2. Caterina Renaux em momento de vídeoperformance na exposição Night Coffee? Foto Lica Stein/ IMAGECARE 64

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TRANSITANDO

UNIVERSO

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Não há nada melhor do que um bom livro de arte para alimentar a alma nestes tempos bicudos de recessão mundial e febre suína. Um dos artistas plásticos que mais me fascinam há algum tempo é o norteamericano Jeff Koons. Desde a primeira vez que vi suas gigantescas esculturas feitas com flores espalhadas pelos jardins do Palácio de Schönbrunn em Viena nos idos de 1995 sua arte me fascina. Recentemente ele fez uma mega-retrospectiva de sua obra em NY no Metropolitan e depois no Palácio de Versailles, em Paris. A minha dica para quem gosta de arte é o livro “Jeff Koons – Versailles”, puro escapismo para o bem. A escultura que representa Michael Jackson e seu chimpanzé Bubbles exposta no Salão de Vênus, o icônico Baloon Dog magenta dominando o Salão de Hércules e o dramático Hanging Heart na Escadaria da Rainha são algumas das imagens impressionantes incluídas no livro. A obra é da Éditions Xavier Barral e vale o investimento. 1: Capa do livro “Jeff Koons – Versailles”. Foto: Reprodução 2: Baloon Dog. Foto: Reprodução 3: Michael Jackson and Bubble. Foto: Reprodução

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Floripa!

A cena musical independente catarinense nunca esteve tão produtiva em Santa Catarina quanto atualmente. Prova disso é a cena eletro-rock de Floripa que está literalmente bombando. Grupos como Discobot, Mottorama e Superpose são os highlights. Todos eles têm páginas no MySpace para quem quiser saber mais a respeito. Um dos maiores incentivadores desse movimento que pulsa forte principalmente em Florianópolis é o jornalista Marcos Espíndola, que assina a coluna Contracapa no jornal Diário Catarinense. A novidade é que agora ele está apresentando o programa Paredão todo sábado das oito às nove da noite na Atlântida FM de Florianópolis (100,9) ou pelo portal Clicrbs. Destacando a nova geração da música indie na Ilha da Magia, o programa democratiza para as massas uma cena vibrante e, até então, restrita a insiders. A dupla Superpose. Foto: Luiz Henrique

Meu programa semanal de boa música eletrônica pelas ondas do rádio ganhou um up-grade. “Na Cabine com Pedro Hering” está agora em horário nobre na programação da Mix FM SC, apresentado todo sábado das 23 às 24 horas. O dial da Mix FM em SC é 106,3. Pela internet é possível ouvir através do site www.mixblumenau.com.br. O melhor da dance music para animar seu final de semana. Pode aumentar o som e here we go! NANU!!

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Rua Gertrud Hering, 97 - Bom Retiro - Blumenau 47 3322 0048

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MISCELÂNIA

Venho por meio deste, pedir que alguém nessa cidade faça uma intervenção urbana legal.

Há três anos, em Houston, a texana Magda Sayeg forrou de tricô o trinco da porta de sua loja de roupas. Como as pessoas sempre comentavam a idéia, ela resolveu fundar o KnittaPlease, que reúne pessoas que gostam de tricotar e revestir tudo com isso. A idéia é encher a cidade de artes tricotadas: árvores, corrimãos, postes de luz, hidrantes, semáforos, bicicletas e outras estruturas públicas. Seria muito divertido no caminho pro trabalho ver um poste colorido com tricô. Vou aprender a tricotar, é isso. (+ www.yarnbombing.com )

Sempre gostei de Banksy. Ele é um artista inglês que faz stencils pelas ruas de Londres e em alguns lugares do mundo. Até agora, a única coisa que se sabe de Banksy é que ele nasceu e cresceu na cidade britânica de Bristol. Pra ele, um furo na parede e um pouco de tinta são suficientes para fazer sair dali uma crítica social, comportamental ou política. Não tem como não gostar, ou no mínimo, soltar aquela risadinha. + www.banksy.com, esse site vale a pena.

Andei vendo uns stencils por Blumenau também, e no meio dessa história de intervenção urbana encontrei um grupo de artistas aqui da cidade, que no “Salão Aberto” (quando a praça Dr. Blumenau foi ocupada por vários trabalhos de todos os gêneros e de vários artistas), fez “O Funeral”. O grupo caminhou pela cidade com um caixão com o objetivo de trazer a poesia “ao vivo” aos vivos de Blumenau. Em 2007, o grupo “Ernesto Silva” interveio com a instalação Isto Não É um Cocô, ação que despejou fezes em tamanho gigante no Rio ItajaíAçu e colocou uma faixa na ponte, apontando para baixo, que dizia: Isto Não É um Cocô, fazendo uma brincadeira com o título da obra de René Magritte “Isso não é um cachimbo” (www.istonaoeumcoco.blogspot.com). Dá pra assistir ao vídeo com tudo no youtube: (http://www.youtube.com/watch?v=kknHIVUO-NE).

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JANELAS

Nestor Jr.

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www.flickr.com/nestorjr nestordesenho@gmail.com


CINEMA

Amor,

elíssimo e infinitamente triste. Em determinados momentos, estes sentimentos são concorrentes, em outros, se alternam, mas são eles, o amor elevado e puro da juventude e a dor infindável, a culpa e a expiação desta, e a destruição que advém destes sentimentos que dão o tom geral do filme “O Leitor”. Ralph Fiennes mais o excepcional David Kross, no papel de Michael Berg, nos guiam por essa vida, da adolescência até a maturidade e declínio, começando pela descoberta do amor e sua doçura, e em seguida, dos descalabros que o fim desse mesmo amor podem trazer para uma vida. Em um papel que a fez feia — pelos estreitos padrões de beleza que a mídia preconiza, dos quais ninguém foge — Kate Winslet brilha, e por causa de suas contradições, entre dureza e fragilidade, sua determinação e inocência , exala uma sensualidade inescapável. Sua personagem, Hanna Schmitz, é seca, dura, dentro do estereótipo alemão, desde o princípio do filme e ainda assim encanta o jovem Michael profundamente. Mas ela também demonstra profunda carência afetiva, ao se entregar, sem nenhuma cerimônia, no primeiro verdadeiro contato entre os dois. A partir desse contato íntimo inicial, a mudança vivida por Michael é algo que o acompanhará por toda a vida, e no primeiro momento esta mudança liberta toda a sua energia contida, faz

com que ele perceba a vida, e passe a fazer parte dela. Todo e qualquer medo ou receio são abandonados, trocados pela entrega total e irrestrita ao amor. Neste momento do filme há sequências de beleza ímpar, como quando somos impelidos entre as frescas lembranças dos atos sublimes do primeiro intercurso e as ações, gestos e sons mundanos do jantar em família, enquanto a felicidade e o êxtase estão estampados no rosto de Michael – David, e ainda assim esta sensação permanece um segredo, incompreensível para a hermética família. Mas o colapso está a caminho e logo a descoberta do abandono e desespero o leva ao isolamento e distanciamento de toda a humanidade. Para aumentar a complexidade da conturbada história, entra em cena, anos após esses incidentes, a questão da culpa alemã em relação aos atos cometidos na Segunda Guerra Mundial, e as relações complexas entre lei e moralidade (que geram uma excelente discussão em nosso país), e sobre quais leis devem ser usadas para julgar alguém: as atualmente aceitas ou as que estavam em vigor quando os atos foram cometidos? Bruno Ganz está impecável, como sempre, no papel do professor de Ciências Jurídicas que levanta estes questionamentos nas mentes dos jovens pupilos, com afirmações como: “As sociedades acham que são guiadas pela moralidade, mas não. São guiadas, na verdade, pela Lei. A

questão não é ‘era errado? ’, mas sim, ‘era legal? ’”. São discussões de profundo impacto pessoal e moral, e há determinadas colocações, como um “o que você teria feito?” e o silêncio que serviu de resposta a esse questionamento calando fundo em qualquer ser humano. Hanna volta assombrar a vida de Michael, junto com o acirramento das discussões a respeito da culpabilidade de todo um povo por atos cometidos também coletivamente, mas não por cada indivíduo. O desenrolar da história acaba levando a uma situação de culpa, em função de uma inação, com consequências funestas, que vão lhe marcar a vida para até o fim de seus dias. É interessante o uso de metalinguagem para inserir insinuações sobre o roteiro, como por exemplo a sequência na aula de literatura, onde se explana a noção de segredo na literatura ocidental, colocada aqui em posição de destaque. É um segredo também que guarda a chave para a plena compreensão do filme. Um segredo e muita vergonha. O isolamento gerado por essa mixórdia de sentimentos vai lhe acompanhar por muito tempo, encerrando-se somente com o “fechamento” da sua complexa história com o amor e a dor. É de uma sensibilidade tocante a forma como Michael lida com essa questão, maduro já, com sua filha, buscando diminuir a distância que ele impôs entre os dois.v NANU!!

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POR AÍ

Fotos: Ike Gevaerd

O TRIÂNGULO

“A cada manhã, ao acordar; sinto um prazer supremo; o prazer de ser Salvador Dalí”. ( S. Dalí ) s duas casas, a de praia em Po r t l l i g a t , ao lado de Cadaqués, o Castelo de Púbol, no árido interior de Empordá, e o fantástico Teatro Museu Dalí em Figueres, todos na Catalunha, formam a tríade de construções que bem definem o estilo surrealista de ser e de viver do casal Gala e Dalí.

FIGUERES

Portlligat – A essência de Dalí está na casa de Portlligat, uma pequena praia perto de Cadaqués, no litoral mediterrâneo da Espanha, quase fronteira com

a França. Ali se encontra o seu principal ateliê, um local de inspiração, concentração, refúgio e trabalho. Dalí definia Portlligat como o local “onde aprendeu a empobrecer, a limitar e limiar seus pensamentos para ter a eficácia do corte certeiro de um machado, onde o sangue é sangue, o mel é mel. Uma vida que era dura, sem metáfora nem vinho, uma vida como a luz da eternidade”. Púbol – O castelo fortaleza refúgio que deu de presente para Gala, sua mulher-musa, foi palco das homenagens de um Dalí mais maduro a sua amante visível, deixando-a livre

num espaço que lhe serviu para reflexões sobre a morte e a enfermidade Figueres – O Teatro Museu Dalí de Figueres, inaugurado em se-tembro de 1974, como bem define Montse Teixidor, diretora do Centro de Estudos Dalinianos, é o acúmulo, a plenitude, o todo. É o teatro da memória, cheio de alusões à vida e à obra do artista, ultralocal e universal no tempo. Dalí o definiu assim: “Este museu não tem que ser considerado como um museu, é um gigantesco objeto surrealista, tudo nele é coerente, não há nada que escape às redes do meu entendimento”.v NANU!!

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VOANDO COM

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Fotografia Susana Pabst / LOOSHstudio Styling AHA Estilo - Alisson Corrêa e Helena Schürmann Make Alan Pires Modelo Leonardo Eicke - Ford Models Agradecimento Aeroclube de Blumenau

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Pólos e bermuda POLO RALPH LAUREN Pulôver TOMMY HILFIGER para ALBORI Pasta L & G Óculos DIESEL e Relógio EMPÓRIO ARMANI para LAPPIDUS 74

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Pulテエveres LOS DOS, camisa e bonテゥ POLO RALPH LAUREN, calテァa jeans VIDE BULA e bota COSPIRATTO para ALBORI テ田ulos DIESEL para LAPPIDUS Terno ALBORI

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Pulôver, jeans, cinto e tênis BASE Moletom BOUVIER para URBAN MAN Óculos DIESEL e relógio EMPÓRIO ARMANI para LAPPIDUS Mala de mão e porta agenda L & G

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Pólo manga longa SPERAFICO para URBAN MAN Jaqueta de sarja, jeans, cinto, boné e tênis BASE Cachecol acervo Relógio EMPÓRIO ARMANI para ALBORI Mala de mão L & G

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Camisa VIDE BULA e camiseta LOS DOS Jeans VIDE BULA Cachecol SPIRITO SANTO Mala de m達o GOLA Sapato COSPIRATTO Tudo para ALBORI

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Pテウlo BOUVIER para URBAN MAN Jeans CONVICTO para URBAN MAN テ田ulos DIESEL e relテウgio JEEP para LAPPIDUS

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Camisa e calça POLO RALPH LAUREN, sapato COSPIRATO para ALBORI, Gravata ALBORI Óculos e relógio EMPÓRIO ARMANI para LAPPIDUS

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Jaqueta de sarja, tricô, camiseta e tênis BASE Calça jeans CONVICTO para URBAN MAN Cachecol acervo Maleta com rodas L & G

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1. Vestido Renda R$ 228 2. Vestido Polo R$ 218 3. Casaco Listrado R$ 318 4. Casaco Tweed R$ 345 5. Bolsa R$ 210 6. Blusa Polo R$ 205

Tudo para STUDIO 82

NANU!!

7. Gola R$ 136 8. Colete R$ 254 9. Saia Tafetรก R$ 264 10. Casaco Amarelo R$ 315 11. Moleton R$ 289 12. Blusa R$ 225

MARCUSSOON.


NANU!!

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1. Meia Pata Fivela Dourada R$ 224 2. Chanel Meia Pata R$ 213 3. Bota Country Croco R$ 240 4. Bota Pelo Vaca R$ 395 5. Bota Montaria Bicolor R$ 411 6. Botas Verde e Amarela R$ 294 7. Peep Toe Zebra R$ 215 8. Peep Toe Azul R$ 134 9. Oxford R$ 143 10. Sapatilha Zebra R$ 134 11. Bolsa Pelo de Coelho Verde R$ 233 Bolsa Pelo de Coelho Azul R$ 278

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Tudo para ALAMANDA

SAPATARIA. NANU!!

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BLUMENAU - RUA CURT HERING, 33 CENTRO

BALNEÁRIO CAMBORIÚ - ITAJAÍ - BOMBINHAS - ITAPEMA - JOINVILLE SÃO JOSE DOS PINHAIS - CURITIBA



NANU!! #5

1. Joice Simon Alano; 2. Tati Marquetti, Libe Marquetti; 3. Susana, Pricila, Marcia; 4. Arlete Holetz Pabst; 5. Fabiana e Fábio Camargo, Viviane e Anderson Scheidemantel 6. Juliana, Luiz, Sam, Mayara; 7. Cristiane e Maria Julia Zimmermann; 8. Carla Clauberg e Daphyni; 9. Fabiana Camargo, Susana Pabst; 10. Maria Fernanda Hahn, Isabela Abi-Zaid; 11. Haroldo Pabst, Silvio Zimmermann; 12. ; 13. Crys Sabel, Jaqueline Nicolle; 14. Amanda, Camila, Marcela e Daia; 15. Joice Simon Alano, Dycassia Oliveira; 16. Karin Stark, Anderson Lourenço, Odair Figueiredo; 17. Daiane Dallegrave, Elisabete Compiani, Nilma Raquel; 18. Carlos e Rose Rischbieter, Deisy e Marcos Rischbieter; 19. Emilio Olbrisch Jr., Francine Moretti; 20. Ivone, Edna de Francechi e Juliana Pacheco; 21. Fabiola, Edna, Rodrigo, Tatiana, Guilherme; 22. D’uh, Douglas e Cae; 23. Samira, Gabriela, Ellen; 24. Cris Sabel, 25. Carlos Valim, Patricia Schwanke, Rodrigo e Jenifer Soethe; 26. Guilherme Bauer, Rodrigo Passold; 27. Os suecos!; 28.Paulo Bacca, Marco e amigo; 29. Topo; 30. Pricila, Pedro, Chico; 31. Susana Pabst, Francine Moretti, Julian Gallasch, Priscila Figurski.

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Nilma Raquel e Susana Pabst

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A Albori inaugurou seu novo espaço na Alameda e a Top Car prestigiou o evento levando os vips em grande estilo de volta para casa.

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1. Alcione José Montibeller, Cinara Dickmann e Marcelo Gohr; 2. Renato Sautner e Vanessa Busanna; 3. Ana Paula Glasenapp e Gabriela Santana 4. João Henrique Coelho, Jeremias Coelho, AlineFritsche e Ameliese Fritsche; 5. Neri Maschio e Edson Hermann; 6. Suzy Fukushima e Paulo Rodrigues; 7. Marcelo Gohr; 8. Adilson Torresani, Júnior e Kika; 9. Andre Gazoni e Letícia Maurício Gazoni; 10. Tine De Marchi; 11. Patricia Leite Barbona, Ana Cristina Oliveira, Cristine Lersche e Marco Aurelio L. Barbosa; 12. Miriam Wolf, Denise Mattos, Enzo Campanella e Carmine Cony; 13. Heraldo Schlup, Maria Helena, Isabela e Julian Knaese; l14. Antonio Martins Jr, Rodrigo Deola e Gioney Paul; 15. Tuygui Montanha; 16. Leila Balz, Henrique Duggen, Andressa Sabrina e Malcolm Bratfisch; 17. Gustavo Siqueira e Suzy Fukushima; 18. Tiago Souza e Lara zonta; 19.

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Edson Luis Pedro, Marcelo Ferreira, Eduardo Scheer e Osvaldo Scheer; 20. Gabriele Viek, Julia Dreher, Sonia Dreher e Jaqueline Hahmimann; 21. Adriana Vonvossen, Tiago Souza, Alyne Bueno, Eliandro Eiselt e Rosane Dias; 22. Fernanda Schulz, Bertasso, Sandra Bertasso, Laurin Marcon e Marco Scheffel; 23. Néri, Gisele de Oliveira, Valquiria Pereira e Ana Rita Ferrari; 24. Lara Zonta e Hermes Padilha; 25. Carin Vegini e Adriana Vonvossen 26. Hermes Padilha; 27. Caroline Martins, Celso Spengler e Grasiele Spengler; 28. Reinaldo Dreger e Maria Julia Zimmermann; 29. Maristela Garcia e Regina Padilha 30. Vista da Loja; 31. Claudio R.R. Horbi, Dagmar Godri e José Eduard;o 32. Paulo Rodrigues e amigos; 33. Michele Chagas, Caroline Martins e Gicele Paul; 34. Julio Schilling, Sávio AbiZaid, Jurema AlmadaSchilling e Isabela Almada Abi-Zaid.

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Roger Rodrigues Marcio e Raquel Sheaffer

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Felipe Yared

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M么nica Maluf

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A nova loja da Curt Hering traz a partir de agora as melhores marcas da moda masculina para Blumenau.

1. Berenice Luz e Juscelino Neto; 2. Lothar Schmitt e Sérgio Pöpper; 3. Samuel Colman; 4. Andressa Bach, Amanda Bach, Rogério Bach e Patrícia Bach; 5. Equipe e convidados; 6. Ivan Luiz Reinert e Arno Buerger Filho; 7. Rosane Porath, Edimar Porath, Laercio Enke e Sandra Sperafico; 8. Sérgio Pöpper e Georges Dittmar; 9. Fabio Vinicius Pereira; 10. Rui Souza e Sérgio Pöpper; 11. Jo Souza e Márcia Pöpper; 12. Edson Zucki e Sérgio Pöpper; 13. Dr. Nilton Nasser e Nilton Nasser Filho; 14. Convidados; 15. Décio Moser; 16. Dr. Nilton Nasser e Nilton Nasser Filho; 17. Jaime Telles, Sérgio Pöpper e convidado; 18. Sérgio e Márcia Pöpper, Marcelino Campos; 19. Família Tlach Tiepo; 20. Vinícius Vicenzi, Carla Ficher e Jean Fabio Tavares; 21. Vasco Bandeira; 22. Leosi Schumacher, Graça Machada Bueno e Darci C. Tambosi; 23. Sueli Buhatem, Maria Aparecida Pontaldi e Mariel Pontaldi 24. Wladimir Gelbcke e Fátima Kubaski; 25. Rose Ostermann, Isadora Ostermann e Diego Ostermann.

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1- Edson Ávila c/ amiga 2- Amilton, Juliana, Carla e Sabrina 3- Dir.Wella Carlos Benia com Ronaldo Fabricio e Egon 4- Manno e Margarete Escobar com Léia Ávila 5- Miguel, Juliana com Léia Ávila 6- JaquesGoossens,Miguel Estelrich, Janine Goossens, Juliana Santos e Léia Ávila 7- Diretoria intercoiffure com diretoria Intercoiffure reg.sul e Diretoria da Wella e L´oréal 8- Gisa, Amilton, Carla e Egon 9Apresentação 10- Mirian Roza e Miguel 11- Léia Ávila, Vera Toledo, Miguel Estelrich 12- Miguel com Modelo 13- Intercoiffure com Wella 14- Foto modelos.

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Miguel Estelrich e Leia Avila receberam imprensa e convidados para o 1º Encontro Regional da Intercoiffure Santa Catarina no Zabsar Ásia, em Balneário Camboriú.

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1. Jordana Scussel e Mylene Liberato; 2. Maria Cristina Liberato Vieira, Ivete Gerlach e Mylene Liberato; 3. Beth Menezes, Sandra Campagnaro e Regiane Passeti; 4. Primeira Vice Eliane Rosa, Jordana Scussel, Presidenta Aglaê de Oliveira e Segunda Vice Maria Riscarolli; 5. Jordana Scussel e Magda Moritz; 6. Silvia Vieira, Maria Cristina Liberato Vieira e Melissa Loures; 7. Mylene Liberato, Jordana Scussel e Isabella Bruck; 8. Jordana Scussel, Mylene Liberato e Patricia de Borba; 9. Mirian Roza e Jordana Scussel; 10. Patrícia Cardoso, Jordana Scussel e Geovana Wagner; 11. Silvia Vieira, Ivete Gerlach e Melissa Loures; 12. Sandra Campagnaro e Regiane Passeti 13. Jane Breitkopf e Mylene Liberato.

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Mylene Liberato e Jordana Scussel foram coanfitriãs da tarde beneficente em prol da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau, desfilando as novidades da Alamanda Sapataria.

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A Pousada Felíssimo foi cenário da festa preparada por Graça Schauffert para apresentar as novidades da Vive La Vie / Nomade.

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1. Isabela H. 2. Chris Prchnow. 3. Fernanda bendini e Juliana Pavan. 4. Ana Carlotto. 5. Ana Olinguer. 6. Graça e Vera Nicolau. 7. Jamil, Vera e Monica Nicolau. 8. Claudia Schorck. 9. Dada Rambo. 10. Marivanda Pires. 11. Mari Socha. 12. Graça e Mel. 13. Tina Bauer. 14. Marcinho Albani e Aline Telles.

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the house! Super cool e velho conhecido do público catarinense James Zabiela é um DJ que tem uma técnica e carisma absurdos. Eu estive na Green Valley com o autor da última edição da série de CDs House Masters do selo Renaissance e fiz algumas imagens para NANU!!. Outro DJ que estreou no megaclube de Camboriú foi o alemão Tom Novy. Here some pics. 1. James Zabiela e Roxy Hempel no backstage da GV 2. Reynaldo Giannechini no camarim 3. Vanessa Schutz na VIP area 4. Poder: Duda Cunha 5. Natália Cassassola 6. Daniel Mafra, do marketing da Colcci no palco 7. Smile: Tom Novy

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Não foi qualquer coisa a abertura da flagship M&Guia em São Paulo. Erika dos Mares Guia recebeu jet-setters e poderosos do mundo inteiro, incluindo aí a herdeira Francesca Versace, para apresentar sua nova loja, a primeira em solo paulista. Localizada no chamado Baixo Jardins, na Rua Peixoto Gomide, a M&Guia funciona também como showroom, já que a marca da filha do ex-ministro do Turismo é vendida em inúmeras multimarcas Brasil afora. Os convidados receberam um brinde muito especial, um CD produzido por Michel Saad em conjunto com a empresária mineira com pérolas da chiqueria musical como versoes luxuosas de Blind do Hercules And Love Affair e Rocket Man do Elton John.

Depois do concorrido cocktail na loja Erika e sua entourage seguiram para o clube Disco. Eu estive lá e fiz estas imagens para NANU!! v

1. A top PR Alicinha Cavalcanti e Erika dos Mares Guia 2. O colunista carioca Bruno Astuto e o empresário paranaense Raul Frare 3. A top Carol Francischini 4. A bela catarinense Eliza Joenck 5. A designer Kiki Hoffmann na area VIP

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A última edição da Fake It! trouxe para Blumenau os incríveis Twelves, duo carioca que faz sucesso em pistas do mundo inteiro. A festa, que sempre traz convidados exclusivos, tem como seu melhor momento a performance do Klã Fake It!, que a cada edição do evento faz o público se divertir ainda mais.

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O QUE É

Foto: www.myspace.com/vjcombe

MÚSICA

Críticos especializados já datam o ano de 2009 como o do ressurgimento do synthpop. Aqui estão reunidos alguns grupos do gênero que vem bombando pelo mundo. m subgênero de música eletrônica que vem chamando a atenção é o synthpop, nascido do new age na década de 70 para 80, quando artistas misturavam música pop ou rock com sintetizadores. Com o passar dos anos e o aperfeiçoamento da tecnologia, os instrumentos foram ficando mais complexos e vibrantes. Os produtores se deram conta do sucesso do gênero apenas em 1977, quando o produtor Giorgio Moroder uniu-se a Donna Summer lançando a música “I Feel Love”, até hoje considerada um marco no mundo eletrônico. Foi nesta época que as famosas discotecas, como a Studio 54, começaram a fazer a cabeça das pessoas. E a partir daí DJs jogaram nas pistas nomes como A-ha, Depeche Mode, Duran Duran, Eurythmics, New Order, Pet Shop Boys... Depois de alguns anos esquecido, diversos grupos vêm abusando dessa sonoridade. Confira: The Ting Tings O duo inglês é formado por Katie White - voz, guitarra e baixo - e Jules de Martino - voz, bateria e efeitos eletrônicos e seu nome vem do termo em mandarim Thing Thing que significa coreto. “Mas também pode se referir a um som da inovação ou à cabeça aberta. Como o ‘ting’ que você ouve quando tem uma idéia”, afirma Katie, que tirou o nome da época trabalhava em uma loja roupas de uma chinesa. 102

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Recentemente o duo lançou seu primeiro álbum, We Started Nothing, mas os singles começaram a sair em 2007. A febre se deu na Internet e sua música chegou a desbancar Madonna nas paradas de sucesso no Reino Unido. Eles formam mais um grupo por quem os fashionistas babam, primeiro por Katie desenhar e criar suas próprias roupas, além de recentemente as grifes Betsey Johnson e Dolce & Gabbana usarem a música “That’s Not My Name” em seus desfiles Semana de Moda de Nova York. Você também pode ver a dupla na nova campanha “House Party”, da Adidas, ao lado de celebridades como Katy Perry, Estelle, David Beckham, entre outros. http://www.myspace.com/thetingtings Little Boots Misture Kylie Minogue com uma onda mais eletropop... O resultado? A ganhadora do “sensação pop de 2009 pela BBC, conhecida como Little Boots. Nascida na Inglaterra com o nome de Victoria Hesketh, adotou Little Boots após sua saída do grupo Dead Disco, banda formada em tempos de escola. Hoje em dia Victoria brinca de DJ e já chegou a tocar na Creamfields, em Liverpool, e outros festivais. Recentemente saiu da Inglaterra e uniu-se ao californiano Greg Kurstin, que já colaborou com Lily Allen, Flaming Lips, Ladyhawke e Kylie, para produção do seu primeiro CD. Recentemente a gravadora disponibilizou singles

remixados e a primeira faixa “New In Town”, está sendo lançada em maio. http://www.myspace.com/littlebootsmusic Empire of the Sun Outro grupo que vem despontando nas paradas de sucesso é o Empire of the Sun (nome retirado do filme de Steven Spielberg, de 1987), projeto formado pela dupla Luke Steele e Nick Littlemore e que nasceu em 2007 na Austrália. Walking on a Dream, primeiro CD com 11 músicas da dupla foi lançado em agosto de 2008 e acaba de chegar no Brasil. O que chama mais atenção ao projeto são os figurinos peculiares com os quais os dois aparecem nos videoclipes e na capa do CD, uma mistura de hippie com índio pós-moderno. http://www.walkingonadream.com.au Brazilian Girls Apesar do nome, os Brazilian Girls são novaiorquinos e no ousado grupo há apenas uma mulher. Formado inicialmente pelo tecladista Didi Gutman, o baterista Aaron Johnston, o baixista Jesse Murphy (que não está mais no grupo) e Sabina Sciubba, responsável pelos vocais. O nome é um puro marketing da banda, que vem ganhando o mercado, o público e a crítica americanos. O Brazilian Girls já está no seu terceiro álbum, New York City, uma gostosa brincadeira de tango, chanson, house e lounge.v


FEEL IT

Por coincidência, estava escutando Thelonius. Não ele ao piano, mas um disco chamado E.S.T plays Monk. E.S.T. “stands for” Esbjörn Svensson Trio, na formação clássica de: piano, baixo e bateria. Encontrei por acaso, fiquei apaixonado pelos caras e comecei a pesquisar. Os caras são suecos, todos na faixa dos 40 anos (o Esbjorn nasceu em 64 e era amigo de infância do baterista Magnus Öström). Os caras têm uma sonoridade única. Algumas vezes lembram o The Bad Plus, outras tem algo de Keith Jarrett, mas, na maioria das vezes são somente eles mesmos. Mais agressivos que Brad Mehldau (que flertou com o rock nos seus covers do Radiohead, ou The Bad Plus - que também fez alguns covers do Nirvana, Blondie e Tears For Fears), o E.S.T. namora com o punk nos seus últimos discos, utilizando-se de distorções e com uma força hardcore no baixo e na bateria - claro que tudo isso amalgamado pelo talento do Esbjörn ao piano. Dá uma entrada na página deles em http://www.est-music.com/ e olha o videoclip. Outra curiosidade é que eles foram o primeiro grupo de jazz europeu a aparecer na capa da Downbeat (apareceram na capa da edição de maio de 2006) Na minha opinião trio é uma arte. Não é para menos que Brad Mehldau tem 11 discos nessa formação, sendo 5 com o título The Art Of The Trio. Se quiseres babar mais um pouco dá uma olhada no youtube que tem um monte de vídeos deles. O melhor??? When God Created The Coffeebreak - gravado em um festival de jazz na França, em 2003. http://www.youtube.com/watch?v=7N2d1HehGmc - presta atenção no trabalho de mão esquerda. O cara é um virtuose e tem um dos comentários ao vídeo que diz tudo: “Queimei as sinapses!” Abraço

Leoon PS: Esqueci de dizer que o Esbjörn Svensson morreu em um acidente de mergulho no ano passado. Antes do lançamento do disco Leucocyte.

03 - Round Midnight

• When Everyone Has Gone (1993) Dragon • E.S.T. Live ‘95 (1995, released in Sweden as Mr. & Mrs. Handkerchief) ACT Music + Vision • EST plays Monk (1996) Superstudio GUL • Winter in Venice (1997) Superstudio GUL • From Gagarin’s Point of View (1999) Superstudio GUL • Good Morning Susie Soho (2000) Superstudio GUL • Somewhere Else Before (U.S. compilation from From Gagarin’s Point of View and Good Morning Susie Soho, 2001) • Strange Place for Snow (2002) Superstudio GUL • Seven Days of Falling (2003) Superstudio GUL • Live in Stockholm (2003) DVD, recorded December 10, 2000 – including videos and an interview • Viaticum (2005) Spamboolimbo • Tuesday Wonderland (2006, Recorded and mixed by Åke Linton at Bohus Sound Recording Studios, Gothenburg, Sweden in March 2006) • Live in Hamburg (2007, recorded November 22, 2006) • Leucocyte (2008, recorded by Åke Linton at Studios 301, Sydney, Australia) NANU!!

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BACO

(im)perfeito . Até mesmo os degustadores não-profissionais mais atentos já perceberam que seus vinhos favoritos muitas vezes são arruinados pelo confronto com os sabores dos queijos.

m copo de vinho, uma fatia de queijo e um pedaço de pão, a santíssima trindade dos gastrônomos há séculos! Embora os sommeliers venham há anos divulgando que o casamento entre a bebida de Baco e os queijos é muito mais difícil do que parece, e até mesmo os degustadores não-profissionais mais atentos já perceberam que seus vinhos favoritos muitas vezes são arruinados pelo confronto com os sabores dos queijos, somente agora a mais tradicional das compatibilizações está sendo questionada em âmbito geral. Parece que a recente pesquisa liderada pelo Dr. Hildegard Heymann na influente Universidade de Davis da Califórnia deu força para as relativizações que têm aparecido por toda parte, afinal, é da nossa índole esperar que a ciência nos corrobore o que já sentimos há muito tempo. Nestes testes empregou-se o rigor científico, e um time de oito degustadores profissionais teve que degustar oito tipos de queijos diferentes com vinhos de uvas tintas diferentes. O resultado foi que, em quase todos os casos, os queijos mascararam os aromas e sabores dos vinhos, alterando completamente a percepção do seu equilíbrio, tornando-os mais duros e finalmente impossibilitando a sua identificação às cegas. Senti-me um pouco vingado, pois após levantar durante vários anos a bandeira de que não existe nada pior para um bom vinho tinto do que uma fatídica “tábua de queijos sortida” e ter minha opinião taxada como “de especialista” com sorriso cruel e segregacionista, começaremos finalmente a perceber que este casamento não é um mar de rosas. De todas as tipologias enológicas, a que mais sofre perante aos queijos é justamente a mais admirada e consumida no moderno mundo do vinho, a dos tintos encorpados. Isto porque os taninos não encontram no palato suculência ou untuosidade necessárias deixadas pelos queijos após sua deglutição, sensações estas que viriam a amortecer o impacto de dureza do vinho na boca. Pior ainda é quando os taninos encontram o sabor residual dos queijos inoculados com mofo, branco ou azul, e sua interação gusto-olfativa nos dá a sensação de estarmos lambendo um armário mofado. Um dos poucos

queijos que conversam amigavelmente com os tintos encorpados é o italiano Grana Padano, pois a sua mastigação gera uma intensa “suculência induzida”, enxugando bem os taninos. Não é à toa também que tenha êxito a harmonização clássica francesa do Camembert ou Brie com os vinhos de Beaujolais, tintos vinificados segundo a técnica da maceração carbônica e que por isso apresentam pouquíssima tanicidade. Tintos de média estrutura e macios logram mais sucesso do que os robustos pelos mesmos motivos, e podem ser agradáveis com queijos de sabor mais discreto, de massa semicozida e semidura, como o Emmental ou o Gruyère. Por outro lado, as tipologias que mais se adequam às harmonizações com os queijos, de um modo geral, são a dos vinhos brancos e dos vinhos de sobremesa e fortificados. Dos Sauvignon Blanc com queijos frescos de cabra, passando pelos brancos frescos sem carvalho com mozzarella de búfala e chegando aos brancos barricados tipo Chardonnay e brancos ricos e untuosos como os alsacianos com queijos intensos em sabor, de média cura, cremosos, como a Fontina, o Munster e o Reblochon, os vinhos brancos derrubam o trono dos tintos ao lado dos queijos. O equilíbrio dos brancos regido pela acidez estimula a salivação e a conseqüente emulsão das gorduras dos laticínios, que forram o palato. Os vinhos de sobremesa e os fortificados, brancos ou tintos, pelo equilíbrio amplamente voltado para a maciez e doçura, casam muito bem com os queijos de veios azuis, sejam de ovelha como o Roquefort ou de vaca como o Gorgonzola. Para estes queijos salgados e pungentes os vinhos botrytisados como os Sauternes ou um fortificado como o Porto são gloriosos, limpando a boca, amortecendo e carregando bem os sabores. Eles também sustentam bem os queijos sápidos de massa dura bastante curados, como o Pecorino (Vin Santo Toscano) e o Parmigiano Reggiano (Recioto della Valpolicella, Porto 20 Anos ou Jerez Amontillado). Concordo que a separação não seja o melhor caminho para esse casamento badalado, pois algumas noites continuam memoráveis, mas que uma avaliação completa do relacionamento valeria a pena, não resta dúvidas.v NANU!!

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Foto: reprodução site pagesperso-orange.fr/catherine.martin/restaurants

CHEF

Restaurar ou estaurar, se não me falha o Houaiss, é “pôr em bom estado, reparar, recuperar”. Você já se perguntou o que o restaurante restaura? Pois bem, originalmente, o restaurante restaurava... A saúde! Sim, embora as fartas opções de picanhas, parmegianas, feijoadas e molhos pesados e gordurosos encontrados nos restaurantes de nossos dias não nos deixem adivinhar, o restaurante foi inicialmente proposto como uma maison de santé (literalmente casa de saúde!), por um dedicado seguidor das propostas do Iluminismo, Mathurin Roze de Chantoiseau. Filho de um rico proprietário, Roze de Chantoiseau criou, em 1766, um estabelecimento inovador no qual pretendia servir apenas alimentos que mantivessem ou recuperassem a saúde, os restaurants (restaurantes ou restaurativos), caldos e cremes muito concentrados, oferecidos em pequenas taças e chávenas de porcelana. Supostamente, eram indicados para a reconstituição das saúdes frágeis e estômagos delicados dos nobres e da alta burguesia do período antes da Revolução Francesa, pois extraíam das carnes e vegetais todos os nutrientes sem sobrecarregar o sistema digestivo, já que quase não apresentavam fibras ou gorduras. Os caldos restaurants podiam ser escolhidos ou recomendados pelo restaurateur, o restaurador (da saúde, subentendido), a partir de uma lista fixa, disponível a qualquer dia e hora, ao gosto do freguês. Isso não acontecia nos demais estabelecimentos na Paris da época, que serviam por table d’hôte (mesa do hospedeiro), ou seja, um menu sem opções, o mesmo para qualquer um que aparecesse - se o prato do dia fosse peixe e o freguês não suportasse peixe, comia assim mesmo ou ia procurar outro lugar. 106

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Em sua próxima visita ao seu restaurante favorito, lembre de brindar a Roze de Chantoiseau, um pioneiro esquecido, sem o qual talvez não tivéssemos tantas e tão pouco saudáveis (mas deliciosas!) opções. Inicialmente, os salões dos restaurateurs vendiam apenas os restaurants propostos por Roze de Chantoiseau, mas já em 1773 serviam refeições completas – e bastante caras - ainda enfatizando a saúde e a higiene. O menu impresso só apareceu por volta de 1770, mais ou menos à mesma época em que a palavra Restaurant começou a ser aplicada aos estabelecimentos que comercializavam os pratos “restauradores”. Mas os Restaurants logo se tornaram mais plebeus e diversificaram bastante seus menus. Em 1803, o viajante e escritor inglês Francis Blagdon não pôde deixar de registrar um “valha-me Deus!”, antes de descrever a opulência e variedade do cardápio de um restaurante parisiense, no qual contou 11 diferentes preparações de carne, 11 massas diversas com carnes, peixe e galinha, 32 pratos de aves domésticas e de caça, 17 de carne de carneiro, 22 de vitela e 23 de peixes. Assim, os restaurants ficaram no passado, mas os Restaurants e os restaurateurs estão conosco até hoje. Em sua próxima visita ao seu restaurante favorito, lembre de brindar a Roze de Chantoiseau, um pioneiro esquecido, sem o qual talvez não tivéssemos tantas e tão pouco saudáveis (mas deliciosas!) opções. Se faziam mesmo bem à saúde, provavelmente jamais saberemos, já que quase todos os delicados nobres que tomaram muitos restaurants perderam a cabeça nas guilhotinas da Revolução! Santé! v Para saber mais: “A invenção do restaurante: Paris e a moderna cultura gastronômica”, de Rebecca L. Spang, publicado pela Editora Record em 2003.


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ARQUITETURA

á poucos dias travei uma conversa com um jovem construtor preocupado com a qualidade estética da construção civil em Blumenau. Comparando com o esmero da arquitetura das casas do passado e a dedicação do trabalho de arquitetos como Hans Broos, ainda vivo e atuante, e o recentemente falecido Egon Belz, deparamo-nos com a baixa qualidade estética da arquitetura em Blumenau. Em uma primeira análise, chegamos à conclusão que, no que tange à arquitetura de casas, temos sim espaço para belíssimas criações, mas quando vamos aos prédios, o resultado, na média, é abaixo do sofrível. Conversando, ambos concluímos que uma ou duas construtoras realmente investem e se preocupam com o projeto arquitetônico em si, ficando a grande maioria - e em especial as maiores e mais fortes no mercado - isenta de investimento em projetos relevantes. Economizam desta forma no aspecto mais marcante da construção. O insight me veio mais tarde, mas estávamos em uma festa, e pela atitude dos presentes é possível perceber que os critérios estéticos e culturais não são relevantes para as escolhas da maioria das pessoas. É mais fácil se acomodar ao gosto popular, definido pela mídia, e aceitar e assimilar calmamente tudo que lhe é impingido pela TV e sua péssima programação e outros métodos de condução das massas. Da mesma forma a população está acomodada aos padrões arquitetônicos oferecidos pelas construtoras, e não sente a necessidade de algo novo. Não sente carência pois não vê essa oferta. E é aqui que reside o âmago da questão. Não creio ter sido coincidência, e sim o reflexo desta preocupação, o fato de ter sido procurado por outro construtor poucas semanas após esta conversa inicial, que tinha a mesma preocupação. A intenção deste era a mesma do primeiro: não se acomodar ao mercado, e oferecer algo i-novador, arquitetonicamente elevado ao público consumidor. A visão dos dois é muito similar. Não há necessidade de grandes complexidades arquitetônicas para prover uma melhora significativa no quadro presente. Pequenas, mas sensíveis modificações, cuidados e estudos podem levar à elevação exponencial da qualidade de vida nos prédios, através da arquitetura que os contém. Basta vontade e obviamente um bom tanto de marketing para mostrar que há opções melhores do que as que estão sendo oferecidas hoje em dia. Uma vez iniciado o processo, é uma questão de tempo, mas devemos sentir uma guinada positiva, pois é um processo eminentemente

com ou apesar de? cultural: tendo a percepção e o conhecimento do que é bom, ou melhor, não há mais o desejo ou necessidade do que já perdeu sua qualidade. Temos exemplos em todo o mundo, mais distante e mais próximo, de boas iniciativas do gênero, e iniciativas lucrativas, provando que é uma ação possível. Duas que apresento aqui são extremos opostos, tanto geográfica quanto tipologicamente. A linha de casa da Boklok, ligada à rede Ikea, é de residências que atingem classes emergentes, de poder aquisitivo mais limitado, mas ainda assim oferece soluções arquitetônicas muito superiores a média. Ela atua na Dinamarca, Suécia, Noruega e Inglaterra, com várias opções de tipologias, especialmente criadas para cada hábitat. Já a Idea!Zarvos oferece prédios com um conceito arquitetônico inovador, que é o verdadeiro diferencial da empresa. Eles formam parcerias com profissionais de vanguarda que possam trazer surpresas e criatividade a seus lançamentos. Ambas buscam respeitar o consumidor, o usuário e a comunidade, e uma boa relação com o entorno e com o meio ambiente de forma a proporcionar um habitar de excelência. Uma experiência de viver em conforto, bem estar e em harmonia com o restante da sociedade. O viver bem em conjunto, e não o que hoje acontece, o viver bem ilhado, isolado, o viver apesar do resto. Não é possível deixar de louvar também as iniciativas locais dignas de menção, como as construtoras Castelo e MBA, que buscam uma nova abordagem nos seus empreendimentos. Com alguns prédios executados e outros em obras, podem ser consideradas precursoras nesse segmento de inovação arquitetônica. Espero que sirvam de incentivo aos novos empreendedores, e que em breve tenhamos um cenário mais harmônico em nossa cidade. v NANU!!

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LSeD

´To

be, or not to be!!

O que será pior? Não ser, ou pensar que ´ é? Ver o universo sem perceber que olha o umbigo, ou pegar no umbigo, acariciar e achar que tem o mundo nas mãos. Ser o máximo ´ é ótimo. Ser burro também. ´ A percepção do todo, guardadas as proporções se equivalem. Bem... cegamente é ´ igual. De olhos abertos provavelmente percebe-se a irrelevância da diferença. Mas abrir os olhos pra quê? Se está tão bom assim... that is the question se a fonte a chuva e a fé ´ não são puras o que então esperar de uma vida enlatada engarrafada comprada entubada televisionada anestesiada

Afinal foi ele quem descobriu a reciclagem? Ou seu pensamento iluminista é que maculou a originalidade? Sei não, tem gente que até hoje não sabe. Mas vou revelar um segredo. “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

Lavoisier, Antoine (1743-1794)

dream is over ( love is the answer ( just another day ( 110

NANU!!

x x x

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(all you need is love) ...viva os catarinas


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