Habitat

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almanaque

H A B I TAT


Ministério da Cultura e Petrobras apresentam

Te r ra U N A

H A B I TAT Este projeto foi contemplado pelo Edital Conexão Artes Visuais MinC/Funarte/Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura

produção de Terra UNA > Abril - Julho de 2013 organização/equipe: Nadam Guerra (José C. Guerra Damasceno) > coodernação geral Beatriz Lemos > curadoria Kadija de Paula > coordenação de produção Márcia Peixoto > produção local Juliana Sicuro > pesquisa participantes: Antônio Evaristo de Mendonça (Lili) , John Harding, Luciane Lima > moradores de Terra UNA Aline Couri, Breno Silva, Wellington Cançado > arquitetos Claudia Washington, Daniel Murgel, Maíra das Neves > artistas Esta publicação foi realizada colaborativamente com edição, textos e imagens da equipe e participantes. Imagens extras > Janice Martins Appel, Juliana Wähner, Nina la Croix e Pedro Victor Brandão (Capa) Agradecemos à todos os moradores dos bairros de Soberbo, Quirinos e Augusto Pestana. ISBN: 987-85-67041-01-8 Terra UNA > Caixa postal 13 /cep 37350-000 Liberdade, MG. Brasil. www.terrauna.org.br Distribuição gratuita, proibida a venda. Permitido o uso e reproduções deste material desde que se cite a fonte. este livro e outros estão disponíveis em: www.terrauna.org.br/arte


Almanaque/ Residências artísticas / Mantiqueira 4 Apresentação / As localidades 5 SOBERBO Soberbo /Terra UNA / Ecovila 6 Porque aqui se chama Soberbo? 7 Plantas Alimentícias Não-convencionais (PANCS) 8 Rede de produtores e trocas / Arte relacional 10 Dicas / Sugestões / Observações / Opiniões / Perguntas 11 Gráfico de produtos e produtores 12 Agroecologia / Vegetarianismo / CNV 13 Beringela 14 QUIRINOS Quirinos / José Quirino / Arte contemporânea 16 Álbum de figurinhas 17 Arte conceitual 20 Pôster dos campeões > páginas centrais ­Sobre a 1ª Copa das Montanhas Mágicas 28 Troféu 29 AUGUSTO PESTANA Augusto Pestana 30 Chegar em Pestana é como fazer uma viagem no tempo / Situacionismo 31 Viagem Barra Mansa – Lavras 32 Oficina de sonhos 34 Super Pestana 35 Como fazer barco de papel / Bioconstrução 36 Chamada chuchuzeiro 37 Festa Junina / Comunicação Não-Violenta (CNV) 38 Cine-pestana 39 Escorrega 40 Brinquedos com dormentes 41 Gangorra 42 Pista para Bicicrós 43


almente a publicação origin m datas dos e um calendário co ún re e qu l ua an e l rura agricultura, micos relevantes à nô tro as s to en ev principais Atualmente, os e as fases lunares. como os solstícios ões de vários am outras informaç almanaques englob entos. Neste imento e divertim ec nh co do s po m ca ões realizadas um registro das aç r ve i va cê vo ue Almanaq tica Terra UNA s da residência artís pelos participante s, dicas e alegrias. outras informaçõe m co o nt ju T TA BI HA poder reunir é importante hoje e qu os em nd te En ade social e ação, responsabilid br le ce e to en im conhec a e arte. prazer estético, vid

ALMANAQUE é um

Res

idências artísticas são oportunidades para artistas, pesquisadores, curadores e pessoas criativas de experienciar um tempo e espaço fora do seu ambiente habitual para refletir, pesquisar, exp or e produzir dentro de um contexto inovador, se relacionando com diferentes pessoas ou trabalhando com novos materiais enq uanto imerso em uma outra cultura, nacional, internaciona l, urbana ou rural.

Mantiqueira A Serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa chega a uma altura máxima de 2.798 m de altitude e se localiza entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e. A APA da Serra da Mantiqueira foi criada em 1985 (Decreto de Lei nº 91.304) e compreende uma área de 421.804, 4600 hectares de Mata Atlântica. As áreas de proteção ambiental federais são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e restringem a ocupação e o uso do solo visando proteger os recursos naturais e a biodiversidade local.


Apresentação Habitat foi um projeto de encontros. O convite inicial partiu de Terra UNA para artistas, arquitetos e alguns moradores da ecovila trabalharem coletivamente, desenvolvendo propostas livres para localidades rurais de Soberbo, Quirinos e Augusto Pestana, bairros do município de Liberdade, MG. Esse foi o primeiro encontro especial: profissionais de diferentes universos de conhecimento e práticas, reunidos em imersão de uma semana em UNA para o desenho coletivo do que seria este projeto. O que realmente vale a pena? Falamos de desejos de mundo, para além dos campos de trabalho, e a vontade de sermos estopim, fagulha para futuros sonhos. Muitas questões surgiram desse primeiro encontro e que foram a base de todo o processo ao longo de 3 meses do Habitat: Como entender a zona rural em relação a ritmo, tempo e códigos? O que de fato é um trabalho colaborativo? Qual seria o tempo ideal das coisas? O que vem a ser Comunidade como conceito? Arte+Arquitetura+Sustentabilidade: possibilidades de promover essa simbiose? Como e porque projetar a ocupação poética de um espaço/ local? E foi partir das dúvidas, que pensamentos foram abertos em grupo: proposições podem não se configurar como soluções finais, sendo o empoderamento comunitário como foco e justificativa de nossas ações. Da imersão de questões na qual nos colocamos como intento de chegada ao argumento conceitual do projeto, partimos para o segundo encontro especial do Habitat: os moradores que abraçaram nosso desejo de presença nas localidades e deram as diretrizes dos diálogos e propostas realizadas. Rede de trocas de alimentos de produtos locais em Soberbo, Campeonato de Futebol das Montanhas Mágicas em Quirinos e uma festa julina com abertura do Cine-Pestana, na Igrejinha de Augusto Pestana, formam o resultado tangível das propostas colaborativas das quais o Habitat se pretendia, porém não há nenhum ineditismo local aqui. As comunidades já as praticavam há tempos, cada qual a sua maneira, talvez não pensadas em grupo, mas já eram entendidas como chaves de convivência entre moradores e vizinhos. Assim, ideias, processos, produções, atividades, contatos e conversas se deram de maneira fluida e natural. O projeto Habitat “apenas” instigou a região com sugestões para a reativação de práticas e modos de fazer, sendo os laços relacionais tecidos até aqui, de amizade, admiração e companheirismo, a resposta para a primeira pergunta desta apresentação.

As localidades As três localidades, Soberbo, Quirinos e Augusto Pestana fazem parte do município de Liberdade e se caracterizam como zona rural. Liberdade tem sua população estimada em torno de 5.000 habitantes e possui uma área aproximada de 400 km². A primeira ocupação urbana se inicia no século XVIII em torno da capela construída para guardar a imagem de Bom Jesus do Livramento. No passado, a produção agrícola e a criação de gado tiveram maior relevância na região. No entanto, uma série de acontecimentos alteraram a dinâmica local nas últimas décadas. Segundo os moradores, a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira - que restringe e fiscaliza a produção agrícola no local - e o fechamento da estação de trem de Augusto Pestana - uma vez que a linha férrea deixou de transportar passageiros - foram fatores determinantes para um significativo decrescimento dessa região. Enfrenta-se também os efeitos da migração de gerações mais jovens para os centros urbanos mais próximos em busca de estudo e trabalho, já que a zona rural já não proporciona tais oportunidades.


SOBERBO

Soberbo é uma localidade rural, caracterizada pela baixa densidade de ocupação (lotes grandes com pequenas casas ou nenhuma) e o predomínio de grandes áreas verdes (floresta tropical ou pasto). De acordo com alguns moradores, na década de 1980, havia mais de 50 famílias morando na região, porém, atualmente, são cerca de 15 famílias que permanecem no bairro. A produção de leite, queijo e mel (no caso do Sr. Toninho) são as atividades predominantes da região e a principal fonte de renda das famílias. Os moradores costumavam se reunir nas casas uns dos outros para rezas e festas no passado. Hoje, a vizinhança se reúne na igreja no terceiro domingo de cada mês e em julho na festa que homenageia a padroeira Nossa Senhora de Lourdes. Em Soberbo, muitos andam a pé, e o cavalo foi recentemente substituído pela moto como meio de transporte principal para os que fazem distâncias maiores. Não há transporte público no local e muitas vezes a estrada de terra alagada dificulta o acesso dos moradores às cidades mais próximas.

Terra UNA é uma ONG que trabalha para promover e apoiar ações transdisciplinares que visam a sustentabilidade ecológica, o redesenho social e o desenvolvimento integral do ser humano. Para tal, atua em MG, RJ e SP, em zonas urbanas e rurais, realizando eventos e projetos nas áreas sócioambiental, econômica, artístico-cultural, terapêutica e educacional. A ecovila Terra UNA habita o bairro de Soberbo desde 2005, constituindo-se como um espaço de moradia, educação, trabalho e lazer.

Ec

ovila é um modelo de assentam ento humano sustentável. São comunid ades que podem ser urb anas ou rurais, onde se busca estilos de vida e ações vo lta das a sustentabilidade. Dentr e as muitas práticas possí ve is de serem realizadas por eco vilas, pode-se citar a pro dução orgânica e local de alim entos, utilização de sistem as de energias renováveis e de material de baixo im pa cto ambiental nas construç ões; criação de esquema s de apoio social e familiar; diversida de cultural e espiritual; go vernança circular e empoderamen to mútuo, incluindo expe riência com novos processos de tomada de decisão e co nse nso; economia solidária, coop erativismo e rede de tro cas ; educação transdisciplina r e holística; sistema de Saúde integral e preventivo; pre servação e manejo de eco ssistemas locais; comunicação e ati vismo global e local.


Mas, Seu Benedito, por que é que aqui chama Soberbo? “A este lugar aqui foi dado o nome pelos bandeirantes, essa região do Alto de Pestana pra cá, da divisa com Paraíso, divisa com Curral das Antas, esse lugar grande até a divisa do Bananal ali em cima, foi dado o nome, pelos bandeirantes, de Gentio. E eu não tenho certeza se é porque encontraram índios, botando o lugar de Gentio. O que eu ouvi dizer é que encontraram muitas pessoas selvagens. Óh que lugar gentio! os bandeirantes então disseram isso, em 1500. Os bandeirantes dominaram isso aqui, português, espanhol, alguns italianos que trabalhavam sob o comando de Pedro Álvares Cabral. Então foi passando... Os meus parentes eram caçadores, gostavam muito de cachorro e ensinaram o cachorrinho a caçar. Ele sabia caçar uma paca, ele sabia caçar um gato do mato, o gato do mato salta, não é qualquer cachorro que encontra ele lá na água não. Esse cachorro aprendeu a caçar onça também, ele era muito esperto, muito ativo. E ele indicava para o povo que não chegasse debaixo da árvore onde a onça estava empoleirada. Era um cachorrinho muito inteligente, era conhecido esse cachorrinho, talvez até na Serra da Garça. Botaram o nome nesse cachorro de Soberbo, não sei porque. Havia muito bicho naquele tempo, o bicho devorava as galinhas, onça, pegava até criação. Então o povo dizia, antes de ele morrer as crianças diziam, vai no Berbo, vai lá busca o Berbo lá. Matão, Cuba, até pelo lado de Santa Rita os caçadores iam caçar. Eu não sei o dono desse cachorro quem era. Era muito estimado esse cachorro. Até os mercadores que naquele tempo vinham trazer suas mercadorias para vender, tropeiros, na época em que não havia estrada, conheciam o cachorro. Ele não pegava ninguém, ele tinha muita amizade. O tropeiro dava merenda para o cachorro, biscoito, pão. A pessoa que passava via o cachorrinho: Ohh Soberbo! Sabia pelo nome. E ele morreu repentino. Foi encontrado naquela colina ali, abaixo da estrada que vai para o o Mar do Telo, ali naquela baixada, com certeza ele veio lá de cima onde caçava muito, bebeu aquela água e caiu ali. Ninguém fala do que ele morreu. Ali onde ele morreu fizeram inventário, fizeram partilha do terreno. E o povo começou a falar: Lá no morro Soberbo, lá no alto do Soberbo. Quem vai ficar lá com aquele terreno lá? É um terreno bom pra pasto, bom pra mantimento. Quem fica no Soberbo? E mandou pra ele lá, registrou e cresceu. Aqui é o Sagrado do Gentio, um nome antigo, de 1600. Mas aqui agora tá pertencendo a Liberdade e lá no mapa é Soberbo. É por causa do cachorrinho famoso. Esse nome tá sempre crescendo. Então foi proveniente disso, foi denominado de Soberbo por causa do cachorro, mas é o nome mais novo, é de mil oitocentos e não sei quanto.” Transcrição da conversa com seu Benedito Pereira em 05 de abril de 2013, com Claudia, John, Ligia e Wellington.


o-Convencionais Plantas Alimentícias Nã istem no planeta, apenas que ex (PANCS) Das muitas plantas pela humanidade e se

domesticadas algumas poucas foram vegetais que Além da diversidade de espalharam pelo planeta. um incontável feiras e mercados, existe podemos encontrar nas r poucas tâneas ou cultivadas po número de plantas espon nossa cultura nsumidas e enriquecer co ser m de po e qu s õe populaç ergia, nutrientes has, frutos cheios de en alimentar. São raízes, fol pela humanidade, e, quando reconhecida e medicina. Riqueza qu a medicina mpanhá-la. As PANCs são pode se perpetuar e aco o for olhada, ro do planeta e que se nã ou do rte pa , dia a cad de ercebido. rá seu brilho passar desap honrada e cuidada, deixa



Rede de produtores e trocas Vamos conhecer as pessoas do soberbo! Vamos conhecer o chão, os caminhos, os cheiros, os sabores e a história deste lugar! Vamos então andar a pé de casa em casa. Ouvir histórias sobre como eram as festas, os mutirões, como era quando tinha trem passando aqui perto. E o principal: e hoje? Como estamos? Fomos então andando e conversando sobre o que une um bairro como Soberbo. Conhecemos as casas e quintais, hortas e pomares, deste povo alegre e gentil. Surgiu uma pergunta nas nossas conversas: onde se encontram recursos e necessidades? Vimos que a produção de alimentos que cada um tem na sua casa pode ser um solo fértil para uma conexão ainda maior entre os moradores, e que um dos elementos mais novos desta constelação, a ecovila Terra UNA, poderia ter um papel importante nesta dinâmica. Se o centro de vivência de Terra UNA comprasse mais raízes, frutas e hortaliças dos vizinhos, isso poderia dar impulso a uma rede de econômica local mais ativa e abundante! Além de novidades em forma de sementes, mudas e conexões. Assim, convidamos todos os vizinhos para um encontro de conversas sobre a ideia de uma rede de troca de alimentos produzidos localmente sem uso de agrotóxicos. Escrevemos, desenhamos, conversamos e celebramos numa roda com moradores de Soberbo de diferentes gerações. No encontro seguinte fizemos um almoço coletivo, onde cada um trouxe um prato especial. Conversamos mais e traçamos uma dinâmica auto-gestionada: um quadro de anotações para que cada pessoa se inscreva, formando assim uma planilha mensal com produtos que cada um tem a oferecer para venda e troca. Deste modo, teremos mais facilidade em planejar os plantios. Seguiremos com encontros mensais para afinar nossas parceiras e celebrar nossa comunidade! Claudia, John e Wellington.

Arte re

lacional é um modo ou tendência da arte contemporânea or ig in almente observado e destac ado pelo crítico de arte francês Nicolas Bo urriaud que defin iu a abordagem como “um conjunto de práticas artísticas que tom am como ponto te órico e prático de partida o conjunto das re la ções humanas e seu co ntexto social, ao in vé s de um espaço independ ente e privado”. O artista pode ser visto com mais precisão como o “c atalisador” em vez de estar no centro.


DICAS

SUGESTÕES

OBSERVAÇÕES

OPINIÕES

Alho é uma alimento muito bom. Todo mundo compra e é caro. Batata baroa é muito boa! Batata doce é bom para infecções da boca. Planta-se a batata inglesa brotada e mucha. Terra UNA vai procurar mudas de batata yacon. Beringela combate o colesterol. Para plantar beterraba precisa de esterco. A caramoela pode ficar guardada. Nativa. Entre o inhame e o chuchu. Couve-flor. Quem tem problemas digestivos não deve consumí-las. Zuza já forneceu feijão para Terra UNA. Para conservar guarda-se em garrafa PET. Gengibre. Planta a raiz. Tempera a comida. Faz chá. Faz quentão. O Jiló é amargo – cozido, frito ou assado. Dá bem. Mamão. Já plantei, cresceu, produziu, depois dos frutos já grandes, apareceram manchas pretas e apodreceram antes de madurar. (Telma) Aconteceu a mesma coisa com a Claudia. Mandioca alimento muito bom. Pode plantar que dá. Faz farinha ou come cozido. Quando a planta estiver média o certo é tirar algumas folhas. Milho. Come verde ou faz fubá. A saracura come o pézinho. Inhame de talo branco não se come. Não colhe quando chove. Com pimenta doce, sininho, se faz molhos ou misturas com legumes como chuchu e jiló. Com pimentão pode se fazer molho ou alguns pratos, é muito bom. Quiabo vai crescendo e vai colhendo. Rabanete é um desejo do Guilherme. Cresce muito rápido! Dá bem. Repolho pode plantar que dá muito bem o ano todo. John vai fazer uma estufa para produzir shitake. O tomate é perseguido pelas pragas, formigas e larvas. Tomate de árvore é bom pra suco.

PERGUNTAS

Qual é o clima para plantar batata baroa? A muda da batata inglesa brota da casca? A joapoca é semeado em março, abril e maio? Pelos passarinhos? Como produzir milho, reduzindo os gastos? (da adubação e preparo da terra) Inhame é bom para retirar as impurezas do sangue? Se descascarmos o tomate, eliminamos o veneno dos agrotóxicos? (tomate da feira)

Desenhos realizados durante a reunião ocorrida no dia 8 de junho em Terra Una, com a presença dos moradores de Soberbo: Claudia, Silvana, Telma, Zina, Zuza, Rodolfo e Guilherme; dos membros de Terra Una: John, Marcinha e Nadam; e dos residentes: Aline, Claudia, Daniel e Maíra. Frases escritas pelos participantes da reunião ocorrida no dia 8 de junho em Terra Una, com a presença dos moradores de Soberbo: Claudia, Silvana, Telma, Zina, Zuza, Rodolfo e Guilherme; dos membros de Terra Una: John, Marcinha e Nadam; e dos residentes: Aline, Claudia, Daniel e Maíra.

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VAGEM

CLAUDIA

ABÓBORA

TOMATE DE ÁRVORE

A

SILVANA TOMATE

TELMA SALSINHA

ZINA ZUZA

REPOLHO

UNA RABANETE

QUIABO

PIMENTÃO

PIMENTA DOCE SININHO

PEPINO

NHAME

MILHO

MANJERICÃO

MANDIOCA

HORTELÃ GILÓ GENGIBRE

FEIJÃO FISALIS / JOÁ POCA


ABÓBRINHA

Agroecologia é uma propo sta

ALHO

BATATA BAROA

BATATA DOCE

BATATA INGLESA

alternativa de organização e produ ção no campo. Baseada principalmente na agric ultura familiar, visa não apenas uma agricultura ecolog icamente sustentável ma s também socialmente jus ta e economicamente viá vel. Agroecologia pode ser entendida como ciência, como movimento e como prá tica. É uma ciência integ rad ora que agrega conhecimento s de outras ciências, alé m de agregar também sab eres populares e tradicion ais provenientes das experiê ncias de agricultoras familiares, de comunidad es indígenas e campone sas.

BATATA YACON

alimentares

Vegetarianismo são dietasuma pessoa ser

BERINGELA

BETERRABA

CARAMOELA CARÁ DO AR

CEBOLA

motivo de que excluem a carne. O r . Há quem deixe de come vegetariana varia muito tes de (as toxinas presen carne por questões de sáu ro sa de um enorme núme na carne estão entre a cau s câncer), outros por razõe de doenças incluindo o es nd gra carne sustenta políticas (o comercio de ou s seja na criação de gado latifúndios e corporaçõe da para ra ração; se a área utiliza na produção de soja pa tos para produção de alimen a pecuária fosse utilizada do ga (o l ria) ou ambienta a fome no mundo acaba ção smatamento e da polui é o principal fator do de oé iritual (o vegetarianism das águas), ou mesmo esp vida que pregam o direito a indicado por movimentos s un Alg s). religiões orientai dos animais e por várias o ian a: Vegano ou vegetar tipos de dieta Vegetarian gem qualquer produto de ori restrito – Não consome les mel ou usa o couro ou pe animal, carne, ovos, leite, ne car me co o egetariano – Nã no vestuário; Ovo-lacto-v me Co – rivados; Crudívoro mais aceita os demais de apenas vegetais crus.

CEBOLINHA

CENOURA

CHIA

COUVE-FLOR ERVILHA

Gráfico resultante da lista de alimentos produzidos em Soberbo organizada durante reunião ocorrida no dia 8 de junho em Terra Una, com a presença dos moradores de Soberbo Claudia, Silvana, Telma, Zina, Zuza, Rodolfo e Guilherme; dos membros de Terra Una John, Marcinha e Nadam; e dos residentes Aline, Claudia, Daniel e Maíra.

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QUIRINOS O povoado de Quirinos caracteriza-se por ser uma pequena vila, com cerca de 30 moradores, que vivem em pequenos lotes. Enquanto a ferrovia ainda estava em construção, a família Quirino se instalou em um grande lote. O povoado foi crescendo junto com a familia e a propriedade foi dividida em lotes menores. Atualmente, grande parte dos moradores ainda pertence à linhagem de Seu José Quirino, e se reúne com frequência em torno da Igreja local. Em Quirinos, não há escola ou posto de saúde. A maior parte da população utiliza os serviços públicos em Liberdade. Os moradores de Quirinos também produzem queijo e leite como fonte de renda, além de pequenos cultivos agrícolas e de piscicultura para consumo próprio.

Arte Contemp orâ

nea é um período artístico que su rgiu na segund a metade do século XX e se prolonga até ao s dias de hoje. É arte produzida a no tempo pres ente. Ela inclui desenvolve a pa e se rtir da arte pósmoderna, que em si uma suce é ssora da arte m od erna. A partir de meados das dé cadas de 60 e 70, a arte com a incorporar a eça seu repertório questionamen bem diferentes tos das rupturas pr opostas pelas arte moderna do início do sé culo XX, quando importantes m udanças polític as e tecnológic mudaram a no as ssa relação de te mpo e espaço transformaram e globalmente os seres humanos globalmente.

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José Quirino da Silva O nome Quirinos vem de um dos primeiros habitantes do povoado, José Quirino da Silva. Lili conta que ele era seu bisavô. As terras naquele tempo não tinham dono, foi quando estavam construindo a ferrovia. Seu José Quirino se instalou no local e casou-se com Rosária Maria da Conceição. Depois vieram os irmãos que também se casaram. A família foi crescendo, nasceram os filhos, os netos e bisnetos, e o povoado se formou.



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izando 0 valor 7 e zes 0 6 e às ve anos u s q o o n d a d é sen l foi iniciaoduto acabado, arte conceitual os a u t i e c r A t n p ir. ex Arte Coda obra do que o precisa de exist vídeos, mapas, t os para id o , s n m fia ideia m defi m mes otogra mais a ange uito be uto) ne és de f m d v s o a r e r t sta abr p it ( a e m a e li d u a q este m s já te oas es ão exis ceitual as pess . te expr n N r n . a o a s t fi C e s a c a e s b rt forman tista de ma denúncia rada A s e per o do ar onside ã c ç ou u ja n e e t s escrito ue o o in crítica obra m a a o m c m u tica é q o u , ís d o t r n it a e e t que c a os m con temátic ito da obra. aspect ideia, u a essa a vários ce d u m t u s r e e o con que preta ia r a e t e t id is t in a r a a ie ção do vivenc A inten ador reflita e observ

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Sobre a 1a Copa das Montanhas Mágicas Na comunidade de Quirinos – bairro rural de típico estilo de vida do interior, muita tranquilidade e cercado por vegetação e cachoeiras de rara beleza – formou-se, há alguns anos, um time muito bom de futebol feminino. As moradoras locais gostavam de se reunir para momentos de descontração nos fins de semana. Mas, por falta de espaço físico para continuar jogando, o time acabou por se desfazer. Nós, Maíra das Neves, Breno Silva e Antonio Mendonça (Lili), nos juntamos para desenvolver atividades com os moradores de Quirinos. Na tentativa de reativar o espírito de união e descontração que surgia com a prática do futebol, visitamos o Seu José do Manuel, morador local e responsável técnico pelo time feminino, e conversamos sobre a possibilidade de organizarmos juntos um campeonato com times da região. O torneio se chamaria 1ª Copa das Montanhas Mágicas. Assim, seria preciso reativar os times de Quirinos e montar os de Terra Una. Seu José do Manuel se encarregou de convocar as jogadoras e jogadores de Quirinos enquanto, do outro lado, começava a formação dos times de Terra Una. Lili chamou também as equipes masculinas de Barreiros e Augusto Pestana para compor as chaves da semi-final. Para inaugurar a iniciativa, os times feminino e masculino de Terra Una e Quirinos jogaram uma partida amistosa no dia 18 de maio. Sr. Pedro, filho de Dona Mundinha – uma das moradoras mais antigas da comunidade de Augusto Pestana, cedeu o espaço para a Copa: um belíssimo campo gramado entre as montanhas. E Seu José do Manuel, que além de técnico de futebol é também ferreiro, fez os troféus das equipes vencedoras a partir do formato das foices que ele faz. Nos dias 06 e 07 de julho de 2013, a Copa das Montanhas Mágicas movimentou as comunidades de Quirinos, Augusto Pestana, Carlos Euler e Soberbo (Liberdade/MG) e trouxe jogadores do Rio de Janeiro e de São Paulo para compor os times de Terra Una. O time feminino de Terra Una se formou na cidade do Rio de Janeiro. As garotas passaram a treinar duas vezes por semana, por dois meses, aprendendo umas com as outras e ganhando dicas fundamentais de amigos que vinham participar das peladas. Durante muitos treinos, a grande dificuldade era a de conseguir espaço – o mesmo problema encontrado pelo time de Quirinos anteriormente. Na cidade, as quadras disponíveis estão sempre ocupadas, mas as jogadoras aprenderam, aos poucos, as artimanhas para conseguir treinar. Já a equipe masculina de Terra Una se formou nas vésperas dos jogos, sem treino prévio ou entrosamento, o que comprometeu a performance da equipe apesar do empenho e do bom futebol de Valdinei e seus irmãos. No jogo feminino, venceu Quirinos de virada contra Terra Una, numa emocionante partida, com placar de 3 x 2. A final masculina entre Quirinos e Terra Una teve um placar de 6 x 0 para Quirinos. Foi com muita alegria que as participantes do jogo comemoraram e confraternizaram ao final. O projeto Habitat alcançou o objetivo de resgatar e dar continuidade ao espírito de união entre as participantes dos times, pois as jogadoras pretendem continuar treinando e participar de outros jogos, fortalecendo assim os laços de amizade e companheirismo entre elas, tanto em Quirinos como nas quadras de grama sintética e cimento do Aterro do Flamengo.

Breno, Maíra e Lili. inverno de 2013


Protótipo do Troféu da Copa das Montanhas Mágicas Criado por Zé do Manuel a partir de seu trabalho com foices.

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AUGUSTO PESTANA Augusto Pestana nasceu no Rio de Janeiro em 1868, em uma família de servidores públicos de origem portuguesa. Órfão de pai aos quinze anos, recusou uma bolsa de estudos oferecida pela Princesa Isabel por ser “um republicano convicto”. Ávido leitor, lecionou Português, Matemática, História e Geografia para ajudar a família e custear seus próprios estudos enquanto lecionava alunos carentes em paralelo a seus estudos universitários. Formouse engenheiro geógrafo em 1886 e engenheiro civil em 1888 e radicou-se no Rio Grande do Sul, onde se notabilizou como líder republicano, administrador público e especialista em transportes ferroviários. Pestana conduziu a cidade de Ijuí à emancipação política em 1912, integrou a bancada gaúcha na Câmara dos Deputados e fundou a já extinta Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS). Em 1913 foi nomeado Diretor-Presidente da Estrada de Ferro de Minas, e por isso, a estação situada no ponto mais alto da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, no município mineiro de Liberdade, leva seu nome. 30

Augusto Pestana é hoje uma cidade suspensa no tempo. Nos conta sobre um passado de fluxo constante, uma vez que vivia em torno de uma estação de trem. A estação de Pestana servia toda a região para o transporte de pessoas e mercadorias. O trem vinha de Barra Mansa e ia em direção ao norte de Minas Gerais. Na década de 1990, a estação foi desativada com o fim do transporte de passageiros. Hoje corre nos mesmos trilhos o trem de carga que leva minério de ferro do interior de Minas para Volta Redonda onde encontra-se a Siderúrgica Nacional (CSN). O esvaziamento da cidade foi uma consequência imediata dessa mudança, pois muitos dos moradores eram funcionários da própria ferrovia e o comércio dependia do fluxo de pessoas. Algumas casas estão abandonadas, outras a venda. Nada parece ter sido demolido após o esvaziamento da cidade e construções históricas, como o próprio edifício da estação, estão fechadas e sem uso. Os moradores, em sua maioria idosos, costumam ir à janela para espiar o ir e vir dos visitantes, turistas que se interessam pelo “fenômeno” da cidade quase fantasma de Augusto Pestana. O bairro ainda abriga uma pequena escola, a única em funcionamento na região rural, que serve aproximadamente 20 crianças com ensino de primeira a quarta série. Lamentavelmente, a escola sofre ameaça de encerramento de suas atividades.


Chegar em Pestana é como fazer uma viagem no tempo. É um lugar preservado em algum momento passado. É fácil lembrar daqueles filmes com cidades fantasmas, nas quais quem conta as histórias são as casas, os edifícios, a paisagem, e não as pessoas. O edifício da estação Augusto Pestana, inaugurada em 1915, está abandonado desde que as viagens de trens de passageiros foram extinguidas (na década de 1990, 95 ou 96). As viagens entre Lavras e Barra Mansa, que tinham como ponto mais alto a Estação Augusto Pestana (a 1260 m de altitude) eram, a princípio, diárias. Passaram a ser realizadas duas vezes por semana, antes de se extinguirem completamente, na mesma época em que se intensificou o comércio de minério entre o interior de Minas Gerais e a siderúrgica nacional (CSN) em Volta Redonda. A plataforma da Estação, onde antes se reuniam passageiros, vendedores, turistas e funcionários da ferrovia, estão hoje vazias. Algumas telhas já caíram, bem como parte do reboco das fachadas. A estação parece atuar como um objeto que liga um passado que desapareceu à um futuro que nunca se concretizou: um país servido por vias férreas, transporte mais adequado para nossas longas distancias. Ao viajarmos hoje, ao invés de estações de trem, passamos por grandes rodoviárias, todas ligadas a redes de postos de serviço, mercados e alimentações, onde comemos lanches padronizados, em espaços genéricos, a preços globalizados. Depois dessa primeira impressão – chegar num lugar parado no tempo – fomos conhecendo os habitantes de Pestana. Dona Maria, Dona Onofrina, Dona Mundinha, Idalina, Ana & Batista, as crianças E assim fomos conhecendo as estórias locais: sobre o vagão-chuchuzeiro, o Perneta, as famílias e principalmente sobre o trem. Os habitantes de Augusto Pestana sonham com a volta do trem de passageiros e uma Estação viva. Isso resultaria em comércio diversificado, preços mais acessíveis, diversão, mobilidade, turismo. Todo um ritmo cotidiano permeado pelos sons do trem parece pronto a se tornar realidade novamente. Esses primeiros contatos geraram ideias de projetos em vertentes utópicas: um carrinho para os habitantes aproveitarem os trilhos para deslocamentos diários e carregamento de produtos, a volta do trem de passageiros, eventos na Estação, um vagão chuchuzeiro reformado, com piso feito de dormentes Em seguida, as ideias foram amadurecendo para ações mais próximas das possibilidades práticas do projeto. E, acima de tudo, tornou-se evidente a necessidade de nos aproximarmos ainda mais das realidades e demandas locais. Tornou-se importante conhecer os sonhos e desejos da população. Percebemos a Escola como uma boa porta de entrada para questões específicas de Pestana. Conversamos com as professoras Andreia e Lucia e com a merendeira Idalina e tivemos o apoio para desenvolver a “Oficina de Sonhos” na Escola.

eu de

ento europ

Situ

im s, é um mov s, arquiteto acionismo uniu poeta

ento que re l e política is. O movim a ra n u io lt u ss c fi l, ro ia os p ional crítica soc icos e outr a Internac st d lá o p ã s ç a ta d is n a art 0, com a fu “vanguard cineastas, écada de 6 omo uma c d e a n n fi e e io d d íc e ad teve in . O grupo se as à socied ta na Itália orias crític te nismo”, m e io c a a d Situacionis e “situ apoia d ”, a ia c e ti lí id o A p . a artística e crença de rcantilizad cultura me relaciona à à se e , o o p m ru su g sua vida do con tuações de om teorias si c s o a ir rd o ru c a st de con e modo a os devem otencial d u p íd u iv d se in o d s ran prio. que o prazer pró a um explo r d a te c b , o o n e ia te no cotid ção reinan m a aliena romper co


Frames do vídeo originalmente em formato VHS. Filmagem realizada por um turista japonês durante uma viagem de trem, passando pela estação de Augusto Pestana. 1991



Oficina de sonhos O próprio nome, “Pestana”, nos convidou a pensar sobre sono e sonhos. Mas como motivar as crianças a fazerem desenhos sobre o ambiente em que vivem, pensarem e falarem sobre aquilo que sonham? Surgiu a ideia da visita de um super-herói à Escola: estávamos convencidos que ele estimularia o imaginário das crianças. E se as crianças tivessem super poderes? O que mudariam ou colocariam no lugar onde moram? O Super-Pestana ganhou vida materialmente a partir de sunga, meia de lã, camiseta do Pará e capa-toalha de natação. O herói que escovava os dentes ganhou de pronto a admiração do mascote de nossa equipe, Iuri (filho da Lu). Os cuidados do Super-Pestana com sua higiene bucal motivaram Iuri a escovar seus dentes e se tornar um herói: assim surgia o Super-Meleca. Tentamos sugerir uma mudança de nome, já que um SuperRemela teria mais proximidade à Pestana. Mas Iuri insistiu que ele era “do nariz”. Ao chegarmos à Escola, no dia da oficina, Daniel ainda não havia se transformado. Contávamos com a companhia do SuperMeleca, que já chegou à Escola de capa e espada, preparando

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Escola precisa de grade?


um ambiente onírico. Falamos de sonhos, começamos a conversar sobre Augusto Pestana e perguntar às crianças o que mais gostavam ali, quais lugares ou pessoas eles tinham maior conexão. Foi quando Daniel se retirou por instantes. Curiosamente, quase no mesmo momento, o Super-Pestana apareceu na Escola. As crianças, surpresas e excitadas com a presença do herói, rapidamente responderam ao convite de desenhar. A escolha do local da atividade também foi determinante para o sucesso da iniciativa: ao invés de desenhar na sala de aula, agora as crianças desenhavam em locais onde, em geral, ocorrem as atividades coletivas e as brincadeiras, ocupando paredes, chão, cadeiras. Muitos desenhos tinham como tema o mar e barcos. E os barcos passaram do desenho para dobradura, para depois surgirem aviões de papel que voavam ainda dentro do espaço excessivamente cercado da escola. Foi interessante perceber algumas questões da História da Arte, como a “quebra da moldura” ou “questões de autoria” reproduzidas espontaneamente nas práticas infantis.

Performance é uma palavra que tem suas

: fazer, cumprir, origens no francês antigo e significa tarefa ao seu ma conseguir, concluir, ou levar algu desempenho ou sucesso. Na arte, performance é um endo ser qualquer ação apresentado a um público, pod s básicos: situação que envolve quatro elemento m executa a (que er tempo, espaço, o corpo do perform e meio, uma relação performance), ou presença em um ática as ações de entre artista e platéia. Na arte perform um determinado um indivíduo ou de um grupo, em . o lugar momento, constituem trabalho

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ocupação a construções onde a pre r eri ref se ra pa do liza Bioconstrução é o termo uti concepção até sua ocupação. Dentre as práticas está a desde sua no, reciclar materiais ecológica está presente am o ambiente do entor rid ag o nã e qu iais ter ma biente. Um dos preocupação de utilizar téria-prima do meio am ma de uso o r iza nim mi o de os e locais, aproveitar resídu disponíveis com o mínim eitamento dos recursos rov ap o fonte xim de má uso o é is, os via uas plu principais foc de resíduos, coleta de ág nto me ita ve em pro al rea tur e na to minação impacto. O tratamen eitamento máximo da ilu rov ap , tes en olu o-p os. nã jet e de energias renováveis na concepção desses pro mplos de preocupações exe são ial, ific art da to detrimen

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Chamada chuchuzeiro Era uma vez um vagão de luxo. Tinha 2,70 m de largura por 16 de comprimento. Os mais ricos viajavam nele. Tinha os mais nobres adereços: papel de parede, carpete, bancos forrados. Um belo dia, descarrilhou. E virou alojamento para os trabalhadores rodoviários. Chegou o dia em que os trabalhadores se foram. O vagão ficou de novo vazio, na chuva, no vento, no sol e no frio. O mato cresceu ao redor. Alguns criativos moradores transformaram o antigo vagão num chuchuzeiro. Outros aproveitaram algumas partes (janelas, chapas, porta...) para fazer outras construções. Se você conhece alguma história do vagão ou alguma construção feita com partes dele envie seu relato ou foto para: Terra UNA Fazenda Soberbo, sem número. Caixa Postal 13. - CEP: 37350-000 Ou: vagaochuchuzeiro@gmail.com 37


Festa junina A festa como ação coletiva, social e territorial: nossa sugestão de um forró em Pestana foi abraçada pela comunidade, que preparou uma verdadeira festa junina, com quadrilha fogueira (de dormentes) e quitutes: arroz doce, falso picolé, pipoca, cachorro quente e pastel. A quadrilha foi o ponto alto da festa: pessoal a caráter, evolução primorosa e vários talentos teatrais! Depois da quadrilha, o espaço coberto ao lado da igreja se tornou uma pista de forró.

Comunicação Não-Violenta (CNV) é um processo de pesquisa contínua, que apóia o estabelecimento de relações de parceria e cooperação, em que predomina a comunicação eficaz e com empatia. Enfatiza a importância de determinar essas ações como base de valores comuns. Quando usada de guia na construção de acordos, a CNV pode tomar a forma de uma série de distinções: observações e juízos de valor, sentimentos e opiniões, necessidades (ou valores universais) e estratégias; pedidos e exigências / ameaças. Uma comunicação à base destas distinções tende a evitar dinâmicas classificatórias, dominatórias e desresponsabilizantes, que rotulem ou enquadrem os interlocutores ou terceiros. A CNV enxerga uma continuidade entre as esferas pessoal, inter-pessoal e social, e proporciona formas práticas de intervir nelas.

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Cine-Pestana A ideia inicial era fazer a sessão na Estação de Trem: projetar nas paredes externas o “vídeo do japonês” (pg.32). Ao longo do desenvolvimento do projeto foram aparecendo algumas questões como o estado atual da área interna do edifício, falta de iluminação pública em seu entono, baixa temperatura a noite. Mas, principalmente, aquele local não era entendido como um centro de sociabilidade de Augusto Pestana. A população atual não tem como costume frequentar a Estação, que chegou a passar por obras (interrompidas aparentemente por falência da empresa executante) de adaptação ao transito de trens maiores. Decidimos junto às moradoras (Idalina e Dona Maria) que faríamos a sessão dentro da Igreja. Adaptamos o espaço para a projeção e a sessão teve cerca de três horas, com a presença de muitas crianças e adultos, enquanto do lado de fora acontecia a festa. Aline, Daniel e Lu, inverno de 2013. * Não é fácil deixar Pestana. Muitas ideias ainda vivas esperam por tornarem-se materiais e compartilhadas. Muitas outras ainda por surgir nessas parcerias urbanorurais. Qual será o futuro de Augusto Pestana? Não sabemos. Lugares sobrevivem em nossas memórias.

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Brinquedos com dormentes

DORMENTE CABANINHA

DORMENTE TRAVE DE EQUILÍBRIO

DORMENTE PONTE DE CORDA

DORMENTE ESCORREGA

DORMENTE MESA




p rodução

apoio

patrocínio

realização


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