Comunicación, ciudadanía y valores

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Re-inventando conceptos y estrategias | 249

Embora massificada, a imprensa sempre refletiu diferenças culturais e políticas, e isto não somente graças à necessidade de ‘distinção’, mas também por corresponder ao modelo liberal em sua busca de expressão para a pluralidade que compõe a sociedade civil. Também o rádio, por outro lado, estando próximo do popular desde o início fez presente a diversidade do social e do cultural. Já a televisão desenvolverá ao máximo a tendência à absorção das diferenças. (BARBERO. 2003 p, 262). A popularização do jornal, da televisão e do rádio e a aproximação destes aos movimentos populares, favoreceram a difusão do estímulo e a prática da cidadania. No entanto, apesar de todos os estereótipos criados pelo poder dominante, existe uma relação forte entre os meios populares e os massivos. Na prática, os meios de comunicação popular, apesar de sua importância e de seu significado político, não chegam a colocar-se como forças superadoras dos meios massivos. Os dois são complementares e não excludentes. Os grandes veículos, por um lado, fazem-se necessários e importantes no campo do divertimento e da informação, por exemplo, mas não conseguem suprir todas as necessidades em nível de comunidades e de movimentos sociais organizados. (PERUZZO, 2004, p.130). Em meio ao conflito ideológico promovido pelos meios de comunicação populares e massivos, encontra-se o cidadão. Impregnado por informações, imagens e sons que tendem a despertar sua consciência, seja para politizar ou manipular, ele tenta adaptar à sua realidade todo o conteúdo recebido e assimilá-lo conforme sua formação e suas necessidades emocionais. Nesse processo, o homem cria barreiras e formas de filtrar todas as mensagens por ele recebidas, buscando concentrar em sua memória apenas aquelas que consideram relevantes. Os avanços da sociedade civil acompanhando o modo de produção capitalista provêm, em parte, do seu maior acesso à educação e às diversas manifestações culturais. A sociedade civil vai incorporando e desenvolvendo instrumentos de compreensão da realidade, que não são absolutamente controlados pelos meios, o que permite leituras diferenciadas dos mesmos produtos culturais. Leituras nem sempre coerentes, abrangeste e totalizadoras, mas que neutralizam parte do impacto ideológico predominante dos meios. (MORAN, 1993, p. 65).


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