FESTIVAL SILENCIO 2010

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JUNHO 2010

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.festivalsilencio.com


02|FESTIVAL SILÊNCIO!

Direcção

Sandra Silva Alexandre Cortez Gonçalo Riscado

Direcção executiva Instituto Franco-Português Claire Dupuy

Direcção executiva Goethe-Institut Portugal

Sven Mensing

Direcção editorial

Mafalda Lopes da Costa

Produção

Fernanda Borba e Débora Marques

Conteúdos

Patrícia Raimundo,

Myriam Zaluar e Hugo Torres

Comunicação

Pedro Azevedo, Afonso Cabral e Mário T.M. Silva

Design

Mackintóxico

Spot TV

Raquel Castro

Web

Buran Studio

Créditos fotográficos

António Pedro Ferreira, Carlos Ferreira, Daniel Mordzinski, João Silveira Ramos, Lois Gray, Luísa Ferreira, Matthieu Zazzo, Mundods, Nuno Leonel, Serge Deross e Radio F.R.E.I.

Promotores 101 Noites

Criação de Produtos Culturais

www.101noites.com CTL – Cultural Trend Lisbon www.musicboxlisboa.com Goethe-Institut Portugal

Director: Joachim Bernauer Organizador do Festival Silêncio pelo GIP: Sven Mensing, Astrid Grabow Assistentes: Teresa Laranjeiro, Guilherme Dutschke Assistência técnica: António Ribeiro, João Basílio.

www.goethe.de/Portugal Instituto Franco-Português

Directora: Sophie Laszlo /Organizadora do Festival Silêncio pelo IFP: Claire Dupuy / Equipa da mediateca IFP: Acidália Brito, Fernando Martins /Direcção tecnica delagada: Dominique Le Guê / Técnico audiovisual: José Neves /Assessoria de Imprensa: Margarida A. Silva / Website: Anaïs Desbois / Chofer: Francisco Rebouco / Técnicos de manutenção: Carlos Gorito, Manuel Pedreiro.

www.ifp-lisboa.com Entidade gestora CTL – Cultural Trend Lisbon

Impressão

GRAFEDISPORT Impressão e Artes Gráficas S.A. Tiragem: 12.000 exemplares Distribuição gratuita

www.festivalsilencio.com festivalsilencio@festivalsilencio.com

Marcel Duchamp


JUNHO 2010|03

Atentos aos novíssimos movimentos que cruzam a palavra com a música, as artes cénicas ou o vídeo, imprimindo à poesia uma nova dimensão, concebemos um festival literário inovador que dinamiza um conjunto de equipamentos culturais da capital através de espectáculos transdisciplinares de spoken word, poetry slam, conferências, workshops, instalações, lançamentos, film poetry e leituras encenadas. Criando um palco multidisciplinar, desafiámos consagrados criadores nacionais e estrangeiros bem como talentos emergentes de diversas áreas a apresentarem projectos que cruzem a palavra com as diferentes artes, espelhando assim a vitalidade dos novos movimentos em torno da palavra dita. Originalmente uma arte de expressão oral, a poesia integra hoje uma revolução que ganha nova expressão artística com os movimentos que recuperam a tradição da arte declamatória. Ao partilharem todos o mesmo credo — a saber a palavra como base de uma arte performativa — estes movimentos artísticos reiteram a premissa original da literatura na sua forma mais pura e ancestral: contar histórias e transmiti-las para uma audiência. Assim, com o intuito de resgatar a poesia trazendo-a de novo para o quotidiano e cruzá-la com outras artes, a organização do festival elaborou um programa com diversos eixos paradigmáticos que reflectem a multiplicidade de abordagens artísticas actuais.

Assim sendo, de 16 a 26 de Junho, as novas criações artísticas e novas tendências urbanas em torno da palavra dita vão ter um palco único em Lisboa: o Festival Silêncio! Depois de uma primeira edição em 2009, este ano, o Festival Silêncio apresenta um programa ainda mais ambicioso que integra novas rubricas como as Conversas do Silêncio, a mostra de filmes em torno da palavra em parceria com o Zebra (o festival internacional de Poetry Film de Berlim) o Silêncio Off (que ocupa espaços alternativos com iniciativas lúdicas e de divulgação de novos projectos transversais de música, vídeo e poesia) e, por fim, a comprovar que a vertente didáctica de um evento com estas características não foi esquecida, haverá ainda lugar a workshops e master classes. Numa altura em que Lisboa se candidata a Capital Mundial do Livro da UNESCO para 2013, os espaços do Musicbox Lisboa, Instituto Franco-Português, Goethe-Institut Portugal, Teatro Maria Matos, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Cinema Nimas irão acolher os inúmeros músicos, actores, jornalistas, realizadores e escritores portugueses e estrangeiros que queremos que façam deste um evento internacional na rota dos grandes festivais literários contemporâneos. A palavra dita vai de novo invadir Lisboa!

Toda a acção em WWW.FESTIVALSILENCIO.COM


04|FESTIVAL SILÊNCIO!

Entrevista

Começou a dar nas vistas nas noites de poetry slam em Manhattan, mas foi como protagonista do filme Slam que o norte-americano se afirmou como uma das maiores referências internacionais de spoken word. Amante confesso da palavra e artista multifacetado, publicou vários livros de poesia e dedica-se também à música, sem nunca esconder preocupações sociais e políticas em nenhum dos seus trabalhos. Poemas tão emblemáticos como “Not In Our Name: A Pledge To Resist” ou “Said The Shotgun To The Head” são apenas exemplos da voz crítica que atravessa toda a sua obra: Saul Williams não tem papas na língua.


JUNHO 2010|05

Porque é que começou a participar nos concursos de poetry slam? Quando participei no primeiro poetry slam, fi-lo porque queria partilhar e ouvir outros poetas. Apesar de se tratar de um acontecimento competitivo, estava mais interessado na ideia de encontro, no facto de estarmos ali todos com uma única finalidade: a de partilhar poesia. Acha que o slam é a melhor plataforma de divulgação para os poetas da nova geração? Hoje em dia, acho que sim. Mas nem todos os poetas se sentem à vontade para participar e competir, o que é compreensível. De facto, eu só comecei a participar em concursos de slam a partir de 1996. Antes e depois estava mais interessado em sessões de microfone aberto; formas menos competitivas de partilhar o meu trabalho. Mas acho que é importante recordar que, apesar de se tratar de um evento competitivo, não se trata de um conceito novo: a ideia de partilhar publicamente o nosso trabalho é tão antiga quanto a própria poesia. Apenas como exemplo, no tempo de Homero, não era popular, ou aceite, o partilhar da poesia publicamente mas, ainda assim, dado que grande parte da Grécia da altura era ileterada, as pessoas juntavam-se para o ouvir falar. E, mais tarde, juntaram-se para ouvir Borges. Poetry slam é apenas uma nova desculpa para existir um encontro, para as pessoas se juntarem. Quando participou no filme Slam imaginava que seria tão importante na afirmação do género e da sua própria carreira? Para ser completamente sincero, devo confessar que tive essa noção. A energia que senti durante o processo de escrita e durante a minha actuação no filme fizeram-me sentir como uma espécie de Joana D’Arc, no sentido de estar a participar numa coisa que nos transcende e que é maior do que nós próprios. Passei o tempo todo a rezar para permanecer o suficientemente aberto de forma a receber essa energia positiva e para que esta fluísse através de mim. O meu objectivo era o de inspirar o movimento e suscitar a capacidade das palavras para moldarem a nossa forma de vida; a vida, a realidade. Mas, claro, as palavras, tal como eu próprio, são simples navios portadores de energia e é essa energia que circula através delas e que, em conjunto com outras palavras, nos transforma em portadores do exequível. Sem essa energia, as palavras são apenas conchas vazias. Porque é que, a certa altura, decidiu começar também a fazer música? Quando escutamos atentamente a poesia, começamos a ouvir a música que ela contém. Comecei a fazer música porque comecei a prestar atenção a essa musicalidade da poesia. Muitos confundem slam com hip-hop. Para si quais são as principais diferenças entre um e outro? O slam transformou-se num sinónimo moderno de poesia. O que eu gostaria de distinguir é a diferença entre um rapper e

um poeta. O hip-hop pode ser comparado a um confronto de gladiadores dos nossos dias. São muitos os rappers que se acham na necessidade de afirmar que são os maiores do mundo. O hip-hop é algo de extremamente competitivo e, por causa disso, são muitos os que se afastam e que recusam ver a vulnerabilidade das suas músicas; cantam sobre o serem “duros”, isentos de coração. Não querem ter sentimentos, tudo porque acreditam serem estas as características da força. Escolhem esconder as suas vulnerabilidades como um cavaleiro por detrás da armadura. O poeta, pelo contrário, sabe que a sua força está na sua vulnerabilidade. Ele tira a armadura e atreve-se a beijar a espada. Mas também há rappers que são poetas. Como foi trabalhar com os produtores Rick Rubin e Trent Reznor? Quando comecei a trabalhar com o Rick Rubin, apenas tinha escrito poemas, não tinha escrito canções. Ele deu-me o Álbum Branco dos Beatles e disse-me “Saul, és um grande escritor, isto é escrever canções, aprende a diferença”. Disse-me que gravaríamos quando eu tivesse 20 canções e, de alguma forma, desapareceu. Deixou-me a pensar sozinho. Eu fiquei muito intimidado: afinal, ele tinha trabalhado com todos os meus ídolos da adolescência. Já trabalhar com o Trent foi como trabalhar com um amigo que é também um mestre, um grande professor que tratas por tu. Porque é que decidiu criar a personagem NiggyTardust para o último disco? Niggy Tardust é o meu avatar. Trata-se de um verdadeiro híbrido, um colectivo de energia e som, um gerador e um condutor. Acho que o criei para responder a uma súplica. Ele representa uma espécie de simbolismo visual e auditivo que se quer como algo que transcende raça, género e todas as limitações que se interpõem entre a pureza do verdadeiro ser através da música. Ele é o bombista suicida que descobre que não é necessário morrer para provar o seu ponto de vista e que começa por isso mesmo a explorar a verdadeira arte e expressão da explosão. “The Rise And Liberation Of Niggy Tardust” foi lançado primeiro on-line e só depois teve formato físico. Quis romper com a tradicional lógica de distribuição musical ligada a grandes editoras ou também teve outros motivos? Quis encontrar a melhor forma de chegar às pessoas a partir do som do álbum. Não queria ter de ouvir as discussões dos executivos sobre se era hip-hop ou rock, ou intelectual, ou street... Não me queria dividir. O álbum tinha um objectivo, o de ser uma única coisa: um gerador. Não tomei nenhuma decisão sobre o formato de difusão até o álbum estar completamente pronto. Encontrei-me com todas as editoras; ouvi o que tinham para dizer e senti – tal como tenho vindo a sentir há muito tempo – que eles ainda continuam a subestimar a inteligência dos ouvintes. A maioria estava mais interessada em que eu “desaparecesse”… Então, preferi oferecer a minha música.

Faz parte do movimento afro-punk. Essa é uma maneira de mostrar que os artistas afro-descendentes não têm necessariamente estar ligados ao hip-hop? Creio tratar-se apenas do começo do movimento alternativo negro na música, uma espécie de início do grunge e da música alternativa nos anos 1990. Crescer em Nova Iorque nos anos 1980 e mostrar-se interessado na guitarra, era algo muito pouco cool. Estávamos todos muito mais interessados no beat. Mas todos esses samplings acabaram por nos despertar para as outras muitas e diferentes formas musicais e essas sementes estão agora a dar os seus rebentos. O afro-punk é um exemplo disso mesmo mas é também algo que existe há muito tempo, é ainda a influência de Sun-Ra, George Clinton, Fishbone, Bad Brains, Death, Betty Davis, Jimi Hendrix… É a libertação da imaginação urbana. Ao vivo tem uma imagem muito forte: pinturas faciais, adereços… Porquê? A imagem também faz parte da performance? Encaro as minhas actuações como um ritual. O traje e as pinturas faciais funcionam como símbolos da transformação que eu faço para a viagem; é como vestir a pele do meu avatar. Mas só o faço quando acompanhado por música. Com a poesia, sou simplesmente eu; eu em cru. Em 2008 a sua filha Saturn actuou consigo no Lollapalooza. Como surgiu a ideia? Conta fazer mais espectáculos com ela? A minha filha Saturn tem actuado comigo desde pequena. Sai-lhe naturalmente… E, desde que não falte à escola, é sempre bem-vinda a partilhar o palco comigo. Escrevo grande parte das minhas canções em casa – ela ouve-as um milhão de vezes e tem por hábito dançar pela casa enquanto eu as componho – pelo que o palco é a sua segunda casa. “List Of Demands” foi a banda sonora de um anúncio da Nike, o que causou alguma polémica. Alguma vez se arrependeu de ter dado autorização para que a marca utilizasse o tema?

quanto as cidades satélite na África do Sul ou universidades como Stanford mas, quase sempre, acabo por ser eu o aprendiz e não o mestre. Tem sido uma voz activa contra a guerra no Iraque e muitos dos seus poemas revelam uma forte consciência política e social. Acredita que a palavra tem poder para mudar o mundo? Acredito que ao aprender a articular a mudança, aprendemos a ver qual o meio para criar essa mudança. Acredito que a arte tem um lugar muito especial na psique e no subconsciente da humanidade e que a paz pode ser dita de forma a atingir um expoente da própria arte e do entendimento. Não creio que possamos confiar apenas nas vozes dos políticos para inspirar a acção, acho que precisamos de canções para cantar enquanto marchamos, e que precisamos de canções que nos façam querer marchar. E, quando tivermos marchado, vamos precisar de canções para celebrar e para fazer o amor. Quanto a mudar o mundo, as palavras apenas tem o poder da energia que nelas investimos. Entrevista de Patrícia Raimundo

Saul Williams

no Festival Silêncio 24 Junho, 18h Faculdade de Letras da UL – Master class (Entrada Livre)

24 Junho, 21h30 Auditório do IFP – Conversas do Silêncio! com Kalaf, José Luís Peixoto e Rui Miguel Abreu (Entrada Livre)

25 Junho, 00h20 Espectáculo/Slam MusicBox Lisboa

(12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Não me arrependo de todo. A minha música não vende produtos, pelo contrário; contém ideias e energia que não podem nem ser compradas, nem ser vendidas. A Nike usou a minha música para vender o seu produto líder para que existisse um maior questionamento em relação ao seu envolvimento nos próprios produtos e na forma como são feitos. Fez também com que a minha música chegasse a todos aqueles para quem não era possível fazer face a uma ideia através da música. Também já publiquei três livros através da MTV; pelo que, tecnicamente, há anos que me vendo. Costuma fazer workshops em escolas. Como tem corrido a experiência? O lado académico do meu trabalho ajuda-me a encontrar o equilíbrio entre ideias e acções, teoria e prática. Tenho ensinado em locais tão díspares

S.Kierkegaard


06|FESTIVAL SILÊNCIO!

17 Jun, 19h @ Instituto Franco-Português Errances Littéraires sobre Atiq Rahimi (FRA) Língua: francês - Entrada livre O círculo de leitores que reúne habitualmente no IFP irá subir ao palco para uma conversa informal em torno do universo literário deste escritor, poeta e cineasta afegão residente em Paris. Atiq Rahimi venceu o Prémio Goncourt em 2008 com o livro Syngué sabour: pierre de patience. O filme que realizou baseado no seu livro Terre et cendres foi premiado em 2004 no Festival de Cannes.

17 Jun, 21h @ Instituto Franco-Português Mathias Enard (FRA) e Pedro Tamen (PT) Moderador: Rui Lagartinho(PT) Língua: francês - Entrada livre Do encontro entre um escritor e o seu tradutor deverá nascer um diálogo singular. O jovem romancista Mathias Enard viveu longos períodos no Médio Oriente e é professor de árabe em Barcelona. O poeta português Pedro Tamen distinguiu-se pela tradução de grandes clássicos como Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, e traduziu o romance de Enard, Zona.

22 Jun, 21h @ Instituto Franco-Português Philippe Besson (FRA) e Stéphane Audeguy (FRA) Moderador: Mafalda Lopes da Costa (PT) Língua: francês - Entrada livre Diálogo de dois autores da novíssima literatura francesa. Aos 43 anos, Philippe Besson tem já no curriculum mais de uma dezena de obras traduzidas em outros tantos países, algumas delas adaptadas ao cinema. Stéphane Audeguy é professor de História de Arte e de História do Cinema e autor do aclamado romance A Teoria das Nuvens. A moderação é da jornalista e ex-directora da LER Mafalda Lopes da Costa.

23 Jun, 21h @Instituto Franco-Português Alberto Manguel (ARG) e Francisco José Viegas (PT) Língua: castelhano - Entrada livre Dois vultos das letras cruzam-se para mais uma conversa cujo rumo se prevê... imprevisível. Alberto Manguel possui uma vastíssima obra, da ficção ao ensaio, de que se destacam os incontornáveis Dicionário dos Lugares Imaginários e Uma História da Leitura. Jornalista, escritor e editor, Francisco José Viegas é director da revista LER.

24 Jun, 21h30 @ Instituto Franco-Português Saul Williams(USA), Kalaf (PT), José Luís Peixoto (PT) Moderador: Rui Miguel Abreu (PT) Língua: inglês - Entrada livre Quando um especialista em spoken word se encontra com um poeta-músico, um músico-poeta e um romancista apaixonado por música é inevitável que a conversa gire em torno... da música e da palavra. Tendo em conta os percursos dos artistas convidados, as misturas de influências, as fusões entre estilos musicais e os cruzamentos da poesia com a música também poderão fazer parte da ementa.

25 Jun, 21h @ Instituto Franco-Português François Vallejo (FRA) / José Mário Silva (PT) Língua: francês - Entrada livre José Mário Silva estudou biologia mas a sua vida gravita em torno da literatura e das artes. Jornalista e crítico literário, é ainda autor de poesia e tradutor. François Vallejo é professor de literatura clássica e autor, entre outros, do livro Incêndio no Chiado, em que narra na primeira pessoa a tragédia a que assistiu da janela do seu hotel, em 1988.


JUNHO 2010|07

Sábado, 26 Jun, 24h Musicbox Lisboa (8€)

Considerado uma das mais recentes e cosmopolitas tendências da noite das grandes capitais, o poetry slam dá primazia à palavra e aos poetas e convoca todos aqueles que queiram exprimir e transmitir a sua arte através da palavra dita. Depois do sucesso do primeiro concurso, o Festival Silêncio! voltou a lançar o repto a todos os poetas urbanos: o conceito é simples, basta escolher um tema, tratá-lo de forma crítica e espirituosa, adicionar algumas rimas e declamá-lo de forma dramática no espaço de três minutos no palco do Musicbox. JP Simões volta a ser o mestre-de-cerimónias numa noite que promete ser divertida e emocionante.

O júri terá a árdua tarefa de avaliar a prestação dos 8 participantes e de escolher o melhor dos “salames”, na tradução livre e improvisada do sempre inspirado JP Simões. No ano passado foi assim… Do meio da multidão que enche o Musicbox, surge Biru que sobe, descontraído, ao palco. JP Simões, o mestre-de-cerimónias da noite, procede à contagem “indecente” ou “degenerescente”, conforme a inspiração. Depois do “3, 2, 1” arrastado, o relógio começa a correr: cada poeta só tem 3 minutos para mostrar o que vale o seu poema. “Um dia acaba, outro começa / o Sol cumpriu a sua promessa / E mais

uma vez / Para um novo dia me acordou”. Biru segura no microfone com à vontade e começa a atirar as palavras com força e confiança. Gesticula, faz silêncio e recomeça. No final, os aplausos são muitos, público e júri rendem-se à performance e, ao fim de 3 poemas e de uma final renhida contra a poetisa brasileira Brisa Marques, está encontrado o vencedor. “Não estava à espera de ganhar, fiquei um pouco surpreso, porque achei que as minhas duas últimas actuações não correram assim tão bem”. Mais ligado à cultura hip-hop e habituado a projectos com acompanhamento musical, Biru voltou a olhar para as palavras de outra maneira ao participar no concurso: “Voltei a

escrever mais direccionado para a poesia e não para o rap, como usualmente faço. Tinha-me desligado deste tipo de escrita, então sinto-me mesmo bem por ter voltado, acho que me abriu horizontes para outras coisas”. O primeiro poetry slam nacional começou logo a dar frutos: alguns dos participantes foram ao European Poetry Slam em Berlim e Biru chegou mesmo a representar Portugal no Festival Spoke ‘n’ Word de Varsóvia, o prémio-surpresa por ter ganho o concurso nacional. Entretanto as sinergias entre concorrentes começaram a acontecer: primeiro Silva o Sentinela, um dos finalistas, começou a participar como convidado de Biru em algumas apresentações ao vivo; depois Portugal via nascer a primeira banda de slam nacional, os Social Smokers. Todos os meses eles sobem ao palco e lançam palavras como baforadas de fumo. Há poesia, mas também cigarros, copos, beats e vídeo. Já não há gaveta que prenda o que escrevem estes poetas.

Sábado 19 Jun, 15h Goethe-Institut Portugal Entrada Livre

Sexta-feira 18 Jun, 00h15 Musicbox (8€) Espectáculo/Spoken Word Biru, Jorge Vaz Nande e Silva o Sentinela não se conheciam até participarem no poetry slam do Festival Silêncio, em 2009. Alex Cortez fez questão de os juntar e assim nasceram os Social Smokers. “Nós na brincadeira até dizemos que esta é a primeira boys band de poesia! E tal como numa boys band, todos os elementos têm as suas particularidades”. Jorge até pode estar a brincar, mas não andará muito longe da verdade. Ao palco do MusicBox sobem, uma vez por mês, três figuras distintas. Com o gorro a complementar o fato e a gravata, Biru desfia as histórias de “Estrada da Vida”. Discreto, Alex Cortez pontua as palavras com o baixo, José Lencastre acompanha ao saxofone e o vídeo de João Pedro Gomes dá-lhes cor. “Vários sentidos e mais de duas vias/ na estrada da vida há engarrafamentos todos os dias”, o slammer continua o poema sempre sem perder o ritmo, às vezes quase que canta. Depois, num fato claro e óculos escuros a ocultar a timidez, Silva o Sentinela chega-se à frente. Mão no bolso, mais comedido nos gestos mas nem por isso menos carismático, acompanha Biru com os seus próprios jogos de palavras. Vaz Nande completa o trio e acrescenta-lhe nuances: “Enquanto eles têm um lado musical forte, o meu passado tem muito mais a ver com recitais de poesia. Quando comecei no slam foi ainda com essa carga, que entretanto tenho vindo a perder”. Talvez por isso a sua performance seja ligeiramente mais ao estilo dos tradicionais diseurs. Quando põe a boina e atira o cachecol para trás, Jorge faz denúncia política, mas é a intimidade que mais explora nos poemas que escreve e diz. Silva o Sentinela e Biru preferem pôr no palco crónicas do dia-a-dia. A avaliar pelas sessões Open Mike que acontecem no final dos concertos, já há bastante gente a abrir a gaveta dos poemas num clube, enquanto bebe um copo. Sinal dos tempos? Jorge Vaz Nande acredita que sim. “Em Portugal temos muito esta ideia de que a poesia tem de ser sempre uma coisa muito íntima, guardada dentro do cofre a sete chaves. Mas não tem que ser assim. A palavra pode ser também performativa e empolgar um público”.

Poetry slam for children é uma das novas rubricas que o Festival Silêncio apresenta este ano. Biru vai conduzir um workshop de slam para os mais novos. O grupo de crianças vai trabalhar a interpretação de um texto previamente escolhido pelo slammer que vai ensinar aos pequenos poetas todos os truques e segredos para uma boa performance de poetry slam em palco. Ao final da tarde, as crianças apresentam os resultados no Jardim dos Sons do GoetheInstitut.

V.Kandinsky


08|FESTIVAL SILÊNCIO!

Quarta-feira, 16.06

Goethe-Institut de Portugal campo mártires da pátria,37

Instituto Franco-Português avenida luís bívar,91

MUSICBOX

rua nova do carvalho,24

OUTROS LOCAIS

18h30 Jardim dos Sons

Gibberish - Manuela São Simão e Pedro Lopes (PT) Instalação ArteRádio / Projecto de Rádio Zero Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

21h30 Beckett-Joyce (PT)

por Graça Lobo, Virgílio Castelo e Jorge Silva Melo - Produção Artistas Unidos Espectáculo/Leitura Instituto Franco-Português (Entrada livre)

Quinta-feira, 17.06

18h Master class

com Muriel Bloch (FRA) Storytelling Faculdade de Letras da UL - Anfiteatro II (Entrada Livre) Língua: inglês

19h Errances Littéraires Atiq Rahimi contra o silêncio

com Paula Mendes Coelho e Luís Pimenta Gonçalves (PT) Conferência Instituto Franco-Português (Entrada Livre) Língua: francês

24h Ursula Rucker (USA)

Espectáculo/Spoken word Musicbox Lisboa (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Sexta-feira, 18.06

18h Jardim dos Sons

- Apresentação do audiolivro Teatro de José Maria Vieira Mendes. Uma Parceria entre o Instituto Camões, Artistas Unidos e a MHIJ Editores. - Apresentação dos audiolivro Alice (lido por Mafalda Lopes da Costa) e Cântico dos Cânticos (lido por Mafalda Lopes da Costa e Filipe Vargas) da editora 101 Noites. Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

19h Pela Vida Afora & Pela Vida Agora

por Catitu Tayassu (BRA) Conferência/Mostra tradição oral Instituto Franco-Português (Entrada Livre)

21h Il y a un monde ailleurs

com Muriel Bloch (FRA), Catitu Tayasu (BRA) e João Motta (FRA/GIN) Espectáculo/Teatro/Música Instituto Franco-Português (Entrada Livre)

Sábado, 19.06

15h Poetry Slam For Children

Workshop/Slam Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

17h Silêncio off

Campeonato de Scrabble Largo de São Paulo (ao Cais do Sodré) (Entrada Livre)

20h Noite de Poesia

Apresentação dos projectos Rilke e Hesse com Angelica Fleer & Richard Schonherz (GER) Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

21h L’idéal

com Barbara Carlotti (FRA) Espectáculo/música Instituto Franco-Português (5€)

23h Poésie et Lingerie (PT) com Inês Jacques, Cláudia Efe, Carla Bolito, Vídeo por Edgar Alberto, Música de Alexandre Cortez Espectáculo/Spoken word Musicbox Lisboa

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

19h Silêncio Off

Construção Colectiva Largo dos Stephens (R. das flores) (Entrada Livre)

21h30 Conversas do Silêncio!

Mathias Enard (FRA) + Pedro Tamen (PT). Moderação: Rui Lagartinho Conferência Instituto Franco-Português (Entrada Livre) Língua: francês

23h30 Sebastian 23 (GER) Espectáculo/Slam Musicbox Lisboa

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Espectáculo/Slam Musicbox Lisboa

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos

00h15 Social Smokers (PT) Alex Cortez, Biru, Silva o Sentinela, José Lencastre, Vídeo João Pedro Gomes, Fotos de João Silveira Ramos + Convidados Espectáculo/Slam Musicbox Lisboa (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

23h JP Simões (PT)

01h15 Open Mike

(12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Espectáculo/Spoken word Musicbox Lisboa

23h40 Ami Karim (FRA)

Espectáculo/Slam Musicbox Lisboa

da noite)

00h30 O Maquinista (PT) Espectáculo/ Spoken word Musicbox Lisboa

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)


JUNHO 2010|09

Segunda-feira, 21.06

22h. Manuel Mota + David Maranha (PT) + Richard Youngs (GRD) Espectáculo/música Teatro Maria Matos

23h Poesia Concreta (PT) com José Wallenstein, Paulo Abelho, e João Eleutério Espectáculo/ Spoken word Musicbox Lisboa (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

00h15 Writing Mirror (PT) com Jacinto Lucas Pires, Fernando Ribeiro, Mónica Marques e Afonso Cruz Espectáculo/ Spoken word Musicbox Lisboa (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Sábado, 26.06

24h Poetry Slam Musicbox Lisboa

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Av. Frei Miguel Contreiras, 52

(12€; menores de 30 anos 5€)

Terça-feira, 22.06

18h Jardim dos Sons

Gibberish - Manuela São Simão e Pedro Lopes (PT) Instalação ArteRádio / Projecto de Rádio Zero Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

19h BEST of ZEBRA film Festival

(dividido em duas sessões: apresentação no início da 1ª sessão; segunda sessão às 21h30) Mostra de Poetry Film Cinema Nimas Av. 5 de Outubro, 42B

(Entrada Livre)

21h Conversas Do Silêncio!

com Philippe Besson (FRA) e Stéphane Audeguy (FRA). Moderação: Mafalda Lopes da Costa (PT) Conferência Instituto Franco-Português (Entrada Livre) Língua: francês

Quarta-feira, 23.06

19h Silêncio Off Instalação ESAD Motor Hairport

R. de São Paulo, 121

(Entrada Livre)

21h Conversas do Silêncio!

com Alberto Manguel (ARG) e Francisco José Viegas (PT) Conferência Instituto Franco-Português (Entrada Livre) Língua: castelhano

23h40 Agência de Viagens (PT)

com Tiago Gomes (voz), Luís San Payo (bateria), José Lencastre (saxofone), Luís Aires (baixo) e Luís Vicente Espectáculo/ Spoken word Musicbox Lisboa (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Quinta-feira, 24.06

18h Master class

com Saul Williams (USA) Faculdade de Letras da UL (Anfiteatro 3) (Entrada Livre) Língua: inglês

18h Jardim dos Sons

Apresentação da peça “Otih Orih” de Alvaro García de Zúñiga, com a presença do realizador, e do intérprete alemão Leopold Von Verschuer Espectáculo/Peça radiofónica Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre) Língua: inglês

20h Além do silêncio – A paixão com Udo Moll e Michaela Ehinger (GER) Espectáculo/Spoken word Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

21h30 Conversas do Silêncio!

com Saul Williams(USA), Kalaf, José Luís Peixoto. Moderador: Rui Miguel Abreu Conferência Instituto Franco-Português (Entrada Livre)

01h Ghostpoet (GRD)

Espectáculo/ Slam, música Musicbox Lisboa (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Sexta-feira, 25.06

18h Jardim dos Sons

Apresentação dos audiolivros: Memórias de um Craque, O Mistério do Coiso e Anda Cá Que Eu Já Te Conto da editora Boca. Leitura encenada Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

21h Conversas do Silêncio!

François Vallejo (FRA) e José Mário Silva (PT) Conferência Instituto Franco-Português (Entrada Livre) Língua: francês

23h30 Salax Taberna (PT) João Peste e Paulo Monteiro Espectáculo/ Spoken word Musicbox Lisboa (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

00h20 Saul Williams (USA) Espectáculo/ Slam Musicbox Lisboa

(12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

01h30 Biru (PT) + Bling Projekt (PT) Espectáculo/ Slam, música Musicbox Lisboa (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

23h30 Grossraumdichten (GER) Espectáculo/ Spoken word Musicbox Lisboa (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

pascal quignard


10|FESTIVAL SILÊNCIO!

Com o objectivo de criar de núcleos de formação nas áreas de intervenção do festival, a organização promove duas conferências em parceria com o Centro de Estudos Anglísticos da Faculdade de Letras de Lisboa que irão contribuir para uma reflexão em torno dos mais recentes movimentos transdisciplinares em torno da palavra.

Terça-feira, 22 de Jun, 1ª sessão com apresentação, 19h 2ª sessão, 21h30 Mostra de Poetry Film Cinemas Nimas Em 2010, o Festival Silêncio desenvolveu uma parceria com o Zebra Poetry Film Festival de Berlim para exibição de uma selecção de alguns filmes que integram esta mostra de cinema em torno da poesia.

Quinta-feira, 17 Jun, 18h

Quinta-feira, 24 de Jun, 18h

Master Class com Muriel Bloch (FRA)

Master Class com Saul Williams (USA)

Contadora de histórias e viajante, com um doutoramento em Letras, Muriel Bloch trabalhou durante 5 anos no espaço Pedagógico do Centro Georges Pompidou em Paris e foi colaboradora da Rádio France Culture. Das suas andanças como contadora viajante, a escritora traz para as suas intervenções um sem fim de histórias que enriquecem o seu repertório feito de gravações e de recolhas de contos populares. Autora de vários livros e antologias, Muriel Bloch irá proferir uma master class sobre storytelling inspirada na sua experiência.

Um dos percursores do movimento Slam, Saul Williams é hoje uma das mais reputadas figuras de spoken word a nível internacional. Formado em filosofia e em teatro pela Universidade de Nova Iorque, foi o protagonista do filme Slam do realizador americano Marc Levin (Caméra d’or 98 em Cannes). Autor de diversos ensaios sobre spoken word e poetry slam, a convite do Festival Silêncio irá proferir uma master class sobre os novos movimentos em torno da palavra dita.

Storytelling Faculdade de Letras da UL - Anfiteatro II

Spoken Word Faculdade de Letras da UL - Anfiteatro III

“Uma das transcrições do latim para a palavra persona é ‘aquele que soa’, Enquanto seres humanos comunicamos, quer uns com os outros, quer com o vasto universo, através de vibrações de som. Neste sentido, esta é a essência do nosso ser colectivo. Todos os sons agem em reverberação com o sentido. Cada vibração de som produz um efeito, e cada som está ligado a cada uma das palavras que proferimos; cada sílaba está ligada ao seu eterno significado, à sua eterna reverberação [...] Já por diversas vezes encarei a minha poesia como algo de encantatório: feitiços ou preces destinados a serem recitados nas mais escuras grutas e nas mais altas montanhas. Ao escrever, sinto-me muitas vezes como que a decifrar equações milenares e são muitas as ocasiões em que ao escrever estava a recitar uma situação de forma a dar-lhe existência. A utilização da linguagem é um reflexo da consciência, daí que o futuro da linguagem esteja co-relacionado com o constante evoluir do estado de consciência do ser humano. E, ao tomarmos consciência, através da palavra, da realidade em que vivemos, torna-se claro que vivemos com o poder de ditar as situações e, desta forma, de escrever o nosso destino.”

in The Spoken Word Revolution, Sourcebooks, Inc. 2004. Saul Williams, “The Future of Language”

Festival ZEBRA A Poesia em Filme

De Jean Cocteau a Peter Handke, passando por Man Ray ou ainda Tim Burton, são muitos os cineastas para os quais um poema serviu como ponto partida para a experiência cinematográfica. Numa altura em que a poesia ganha novas formas de expressão artística em cruzamento com as outras artes, o Festival Silêncio associa-se ao Festival de Cinema de Poesia ZEBRA e recupera essa ligação entre cinema e poesia. Nascido no âmbito do Festival de Poesia de Berlim, em cooperação com Literaturwerkstatt Interfilm e com o apoio financeiro do Hauptstadtkulturfonds e do Goethe-Institut, o ZEBRA Poetry Film Festival é hoje o maior fórum internacional de cinema e poesia. Oferecendo aos cineastas e poetas de todo o mundo a oportunidade de trocar ideias e consolidar uma base para criações futuras, este festival tem-se vindo a consagrar como uma plataforma única para a exibição e produção de curtas-metragens que têm na poesia o ponto de partida para o desenvolvimento estético e formal de uma visão cinematográfica. Com periodicidade bienal, este ano, O 5º Festival Zebra irá decorrer em Berlim entre 14 e 17 de Outubro. Em jeito de antevisão, e como forma de incentivar a produção de curtas-metragens que tenham a palavra e a poesia como mote, o Festival Silêncio criou a mostra Word Cut em que, em associação com Festival ZEBRA, se propõe uma pequena mostra dos filmes vencedores das anteriores edições deste festival berlinense.


JUNHO 2010|11

Gibberish Manuela São Simão e Pedro Lopes (PT) Quarta-feira 16 de Jun, 18h30 e Terça-feira 22 de Jun, 18h Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre) Instalação ArteRádio Projecto da Rádio Zero Projecto de Manuela São Simão e de Pedro Lopes, em colaboração com a Rádio Zero, em que se explora a estética característica dos sons e fonética da língua alemã com alunos de alemão, através de processos de abstracção e de gravações no terreno, quer nos jardins do Goethe (em tempo real), quer em espaços urbanos na baixa da cidade.

José Maria Vieira Mendes Teatro Vozes: Andreia Bento, António Simão, Cecília Henriques, Pedro Carmo, Pedro Gil, Pedro Lacerda, Rita Brutt, Sérgio Godinho, Sílvia Filipe e Sylvie Rocha. Editora: MHIJ Apresentação: 18 Jun, 18h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

Anda Cá Que Eu Já Te Conto Voz: Várias Editora: Boca Apresentação: Sexta-feira 25 de Junho, 18h Goethe-Institut de Portugal (Entrada livre)

Cântico dos Cânticos Vozes: Mafalda Lopes da Costa e Filipe Vargas Música: Alexandre Cortez Editora: 101 Noites Apresentação: Sexta-feira 18 Jun, 19h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

Thomas Bakk O Mistério do Coiso Voz: Thomas Bakk Arranjos musicais: Nuno Morão. Editora: Boca Apresentação: Sexta-feira 25 Jun, 18h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

“Existirá algo mais completo Otih Orih (GER) do que o s24ilde ênc io?18h ” Quinta-feira Jun, Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre) Espectáculo/Peça radiofónica

Apresentação da peça “Otih Orih” de Alvaro García de Zúñiga, com a presença do realizador e do intérprete alemão Leopold von Verschuer. Peça sonora trilingue, escrita e realizada por Alvaro García de Zúñiga com as interpretações de Leopold von Verschuer, Rocco Giordano e Ken Hayashi. A peça OtihOrih mistura uma história complexa e confusa na qual, teatro, música e todo o tipo de sons, interagem em conjunto para a criação de uma ópera não visual.

Lewis Carroll Alice no País das Maravilhas Voz: Mafalda Lopes da Costa Música: Alexandre Cortez Editora: 101 Noites Apresentação: Sexta-feira 18 Jun, 19h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

Fernando Assis Pacheco Memórias de um Craque Voz: Nuno Moura Editora: Boca Apresentação: Sexta-feira 25 Jun, 18h Goethe-Institut de Portugal (Entrada livre)


12|FESTIVAL SILÊNCIO!

Beckett-Joyce (PT) Quarta-feira 16 Jun, 21h30 Instituto Franco-Português Espectáculo / Teatro (Entrada livre)

JP Simões (PT)

Quinta-feira 17 Jun, 23h Musicbox Espectáculo / Spoken word (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Graça Lobo, Virgílio Castelo e Jorge Silva Melo lêem excertos de Samuel Beckett e James Joyce num recital único. As palavras inconfundíveis de dois dos maiores escritores do século XX através de cartas a Nora, excertos de Ulisses, do monólogo de Molly Bloom ao monólogo de Lucky no “Godot”, uma visita demorada a dois dos grandes mistérios da literatura mundial. Produção: Artistas Unidos

Ursula Rucker (USA) Quinta-feira 17 Jun, 24h Musicbox Espectáculo /Spoken word (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Nascida em Filadélfia, é pela escrita que Ursula Rucker documenta o mundo que a rodeia. Toxicodependência, abuso, pobreza e racismo fazem parte das vivências diárias que a artista relatou pela primeira vez ao vivo em 1994. Dessa noite, os testemunhos descrevem as palavras de Ursula como sendo ao mesmo tempo fortes e vulneráveis, mostrando uma raiva que finalmente saía do bairro e começava a ecoar pelo mundo fora — imagem de marca que tem acompanhado a poetisa e performer até hoje. Rapidamente Rucker chama a atenção de nomes como King Britt, The Roots, Josh Wink e 4hero, passando a emprestar-lhes a voz, a escrita e a alma de Filadélfia. Em 2001, apresenta o primeiro registo discográfico a solo, Supa Sista, editado pela prestigiada !K7 e rapidamente vê o seu nome ecoar pela imprensa internacional e a sua primeira criação considerada uma das revelações do ano. Ursula conta já com quatro discos no currículo, tendo sido o último editado em 2008. No Festival Silêncio, Ursula Rucker regressa às origens, subindo ao palco acompanhada do caderno de poemas e com a voz solta de preconceitos.

Escreveu contos, letras de canções, argumentos para cinema mas é como músico que se torna conhecido do grande público. Depois dos Belle Chase Hotel, funda o Quinteto Tati e em 2007 estreia-se a solo com o álbum 1970. Este é JP Simões, poeta das canções com cigarros, da erudição popular, observador ilegal e contista mordaz.

Sebastian 23 (GER) sebastian 23 (GER) Sexta-feira 18 Jun, 23h30 Musicbox Espectáculo/Spoken word

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Pela Vida Afora & Pela Vida Agora (BRA/FRA)

Sexta-feira 18 Jun, 19h Conferência/Mostra tradição oral Instituto Franco-Português Entrada Livre

Catitu Tayassu, directora e fundadora da Associação “Pour la Vie Ailleurs & Pour la Vie Maintenant” e de seu arquivo on-line internacional, irá partilhar alguns poemas, contos e canções tradicionais.

Il y a Un Monde Ailleurs (FRA/PT) Sexta-feira 18 Jun, 21h Instituto Franco-Português Espectáculo/Música Entrada Livre

Espectáculo bilingue baseado numa recolha etnográfica de histórias da tradição oral de países de expressão portuguesa. Com a participação da contista Muriel Bloch, da investigadora Catitu Tayasu e do músico guineense João Motta.

Projecto Rilke e Hesse (GER) Sábado 19 Jun, 20h Goethe-Institut Portugal Espectáculo /Noite de Poesia Entrada Livre

Hermann Hesse é “um professor para a vida”(às vezes poético e íntimo, às vezes saudoso e rebelde), que encontra as palavras e as imagens para os estados da alma. As várias interpretações de estrelas e actores, e as composições impressionantes do casal Richard Schönherz e Angelica Fleer, criam uma imagem musical para as obras de Hesse, manifestando toda a beleza, sabedoria e espiritualidade atemporal dos versos do autor de uma forma pungente.

A poetry slam alemã tem em Sebastian 23 umas das suas principais e mais promissoras novidades. Prémio Pantheon em 2010, procura vários caminhos para dar às palavras lugar central. É sem pejo que busca na comédia o que a música apenas permite sugerir (Sebastian 23 é voz e guitarra). Os ambientes que cria, com uma alegria latente e constante, possibilitam-lhe levar à cena de pequenas cenas teatrais onde explora as nuances narrativas que retira directamente do papel. A boina que o acompanha para todo o lado dá-lhe o ar descontraído que estabelece pontes de empatia imediatas com o público. Com os registos fonográficos a passearem-se já pela Alemanha, Sebastian 23 tem uma agenda preenchida até Dezembro. O seu trabalho permite-lhe ainda criar laços com outros artistas, dos quais saem colaborações que muitas vezes chegam ao palco.

Poésie et Lingerie (PT) Sábado 19 Jun, 23h Musicbox Espectáculo/Spoken word

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Um poema é um corpo. E a lingerie é o manto de sensualidade que Inês Jacques, Cláudia Efe e Carla Bolito vão levar ao palco do Musicbox. É um jogo erótico: temos em mão (mais em olho do que em mão, é certo ) um espectáculo de contornos curvos e sedução sibilina. As três intérpretes propõem colocar em relevo, por uma noite que seja, o erotismo que é tão intrínseco à poesia. A sedução é uma arte, uma arma, e o que aqui está é uma célula revolucionária com um belicismo muito próprio: olhos no lugar de canhões, palavras no lugar de morteiros, explosões em compasso, violência em libido. Um jogo de anca com par, mas em trio. Há sonhos luminosos que começam assim.


JUNHO 2010|13

L’Idéal – Barbara Carlotti (FRA) Sábado 19 Jun, 21h Instituto Franco-Português Espectáculo/ Leitura musical (5€)

Ela entra em cena, graciosa, simultaneamente presente e distante, falando com a sua voz infinitamente contida. Canta. Não se trata nem de um concerto, nem de uma simples leitura… mas de um cruzamento entre a palavra e a música. Barbara Carlotti relata-nos, canta-nos o seu sonho de um ideal; solar, intemporal e moderno, nos antípodas da estandardização e da formatação comuns. No seu álbum L’Idéal, Barbara Carlotti convoca a poesia de Baudelaire imprimindo-lhe a frescura da música pop.

Antonioni

Agência de Viagens (PT) Quarta-feira 23 Jun, 23h40 Musicbox Espectáculo / Spoken word

David Maranha / Manuel Mota / Richard Youngs (PT/ GRB) Segunda-feira 21 Jun, 22h Teatro Maria Matos (Sala principal) Espectáculo / Música

Ami Karim (FRA) Sábado 19 Jun, 23h40 Musicbox Espectáculo/Slam (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Diz ser um contador de histórias, um observador do que nos rodeia e nos escapa. Os seus textos estão centrados na humanidade visível ou invisível que o envolve e aos desvios que a sua poesia surpreendente toma. A emoção apanha-nos e é difícil não nos encontrarmos entre os risos e as lágrimas das suas palavras. Rapidamente Karim ganha expressão em França e é convidado pela associação ATD Quart Monde e pelo Ministério da Cultura Francês para levar a palavra a uma série de acções humanitárias contra a pobreza. Sendo uma das referências máximas do Poetry Slam francês é frequentemente convidado para realizar workshops de escrita e de slam, inclusivamente o famoso SLAM’ALIKOUM desde 2004, em centros de detenção, em meios escolares em centro culturais ou sociais. O disco de estreia Eclipse Total foi editado em 2008.

(12€; menores de 30 anos 5€)

O Maquinista (PT) Sábado 19 Jun, 00h30 Musicbox Espectáculo /Spoken word (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Pode dizer-se que O Maquinista não é deste tempo. Num mundo apressado, em constante overdose de novidades, João Branco Kyron – que conhecemos como vocalista dos Hipnótica – chega com um projecto que obriga a parar. Inspirado pela escrita de William Burroughs, Jack Kerouac ou Charles Bukowski, mas também pelos ambientes dos filmes de Wim Wenders ou Tarkovski, o músico pinta o mundo contemporâneo com poesia e sons. Assim como a vida, O Maquinista parece ser uma colecção de polaroids.

Nesta pequena constelação de músicos nacionais e internacionais faltava uma voz que, depois de uma pequena e rápida selecção de candidatos dentro do universo da canção, encontrou no nome de Richard Youngs o lado necessário para um triângulo perfeito (órgão: David Maranha; guitarra: Manuel Mota; voz: Richard Youngs).

Poesia Concreta (PT) Quarta-feira 23 Jun, 23h Musicbox Espectáculo / Spoken word (8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

A poesia concreta, movimento literário nascido nos anos 50 do século passado, é o mote para a performance especialmente criada para o Festival Silêncio. José Wallenstein está encarregado da leitura e da interpretação de poemas escolhidos por si, acompanhado pela música de Paulo Abelho e João Eleutério.

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Quatro músicos e um poeta, numa garagem dias a fio com livros, instrumentos musicais, criatividade e improvisação. Tiago Gomes é o poeta de que se fala. Luís San Payo (bateria), José Lencastre (saxofone), Luís Aires (baixo) e Luís Vicente são os músicos que acompanham os textos de Philip Larkin, Jack Kerouac, Bob Kaufman, Nathalie Sarraute e do próprio Tiago Gomes, mentor do projecto Bíblia que aqui espalha o evangelho da poesia. A música de alma experimental dá um encontrão, aqui e ali, ao jazz. A palavra reporta viagens, dias, alterações de humor, variações da alma sintética e anestesiada. Agência de Viagens esteve um ano em maturação. É um projecto novo mas vale a pena ouvir o que estes senhores têm para nos dizer.


14|FESTIVAL SILÊNCIO!

Além do Silêncio – A Paixão (GER) Quinta-feira, 24 Jun, 20h Goethe- Institut Portugal Espectáculo / Spoken word (Entrada Livre)

Do diálogo entre o músico e compositor Udo Moll e a actriz Michaela Ehinger nasce uma improvisação músico-literária. Trompete, órgão e improvisação electrónica ao vivo exploram a vasta gama musical com a qual Udo Moll acompanha as palavras de Michaela Ehinger; palavras feitas de reflexões sobre o nosso tempo e excertos da obra A Amante Perigosa de Haruki Murakami. O espectáculo segue “as regras de Moll”; equílibrio idêntico entre sonoridade e silêncio.

Grossraumdichten (GER) Quinta-feira, 24 Jun, 23h30 Musicbox Espectáculo / Spoken word

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Formado pelos poetas alemães Pauline Fug e Tobias Heyel e pelo compositor Ludwig Berger, este projecto apresenta ao vivo uma performance de spoken word aliada à música electrónica. O processo criativo de Grossraumdichten é tão ambíguo quanto quisermos que a contemporaneidade seja: complexo a montante, ultra-fino a jusante. O ideário maquinal que conferem às palavras, e exercitam por via da electrónica, serve a delicadeza de quem tem o encontro como objectivo último, entre eles próprios e com o que os envolve e acrescenta...

Ghostpoet (GDR)

Writing Mirror (PT)

Quinta-feira 24 Jun, 1h Musicbox Espectáculo / Spoken word

Quinta-feira, 24 Jun, 00h15 Musicbox Espectáculo / Spoken word

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Tido como uma das mais promissoras vozes do slam britânico, Ghostpoet é um jovem MC para quem a música e a palavra são campos de trabalho para a permanente revolução criativa. Tendo chamado a atenção dos

medias com os singles “Night” e “Cash & Carry Me Home”, foi lançado na Radio 1 por Gilles Peterson. Em Junho deste ano, lança o seu primeiro EP The Sound of Strangers que irá ser distribuído gratuitamente on-line.

Como decidiste começar a fazer música? Comecei a fazer música porque precisava de uma plataforma para expres-sar quer as minhas emoções, quer as emoções daqueles que me rodeiam.

vageava pelo mundo como uma espécie de “fantasma”... Por outro lado, sempre quis ser um verdadeiro poeta e não apenas um rapper, daí o ter escolhido ligar as duas coisas.

Que importância têm as palavras para ti? E os silêncios? As palavras são importantes porque ajudam ao movimento da música; creio que ajudam as pessoas a relacionarem-se com o mundo, a criar o mundo que querem ouvir. Porque decidiste dar o nome de Ghostpoet ao teu alter-ego musical? Na adolescência não fazia parte de qualquer grupo ou de qualquer movimento... Mantinha-me à distância, fechado em mim próprio,

Estás prestes a lançar o teu EP de estreia. Que expectativas tens para o futuro? Não tenho quaisquer expectativas apenas espero que as pessoas usufruam desta minha oferta. Porque escolheste o títlulo The Sound of Strangers para o teu primeiro álbum? Cada música que eu crio tem uma identidade própria e, dado eu ainda não ser um músico muito conhecido, as pessoas estão a ter um primeiro contacto com a minha música; a música de um estranho para estranhos.

(8€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

O Festival Silêncio lançou o desafio a quatro jovens escritores: mediante uma imagem, escolher um texto que melhor a ilustrasse e apresentá-lo em 15 minutos. Jacinto Lucas Pires, Fernando Ribeiro, Mónica Marques e Afonso Cruz aceitaram-no e designou-se o projecto como Writing Mirror. É difícil prever o que farão quatro escritores tão díspares. Saber o que cada um entende por ilustração faz parte do jogo.

Salax Taberna (PT) Sexta-feira 25 Jun, 23h30 Musicbox Espectáculo / Spoken word (12€ Bilhete válido para todos o espectáculos da noite)

João Peste e Paulo Monteiro dos Pop Dell’Arte formaram os Salax Taberna, nome encontrado a partir da época histórica que mais fascina Peste: o Império Romano. “A Salax Taberna era um local de convívio em Roma, do mesmo género que os pubs e bares actuais. Um local onde se bebia um copo e que foi mencionado num poema de Catulo. “Gosto muito da poesia dele e achei piada ter esse paralelo com a actualidade, de ser um local onde as elites se encontravam com o submundo. Um bocado como o Frágil na Lisboa dos anos 80”, explica Peste, acerca do projecto de spoken word.


JUNHO 2010|15

Saul Williams (USA) Sexta-feira 25 Jun, 00h20 Musicbox Espectáculo / Slam (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Uma das maiores referências internacionais de spoken word, Saul Williams começou sua carreira no Nuyorican Poets Café, em Manhattan, onde era presença assídua nos concursos de poetry slam. Depois de ter vencido várias noites e de ter integrado uma equipa de slammers, Williams foi o protagonista de Slam, filme de 1998 que retrata as dificuldades de um jovem poeta afro-americano marcado pela violência e pelo tráfico de droga. É ainda nesse ano que o multifacetado artista publica o primeiro livro The Seventh Octave – uma antologia com alguns dos seus primeiros poemas – e se lança também na música. Estreia-se nos discos com Amethyst Rock Star, produzido pelo mítico Rick Rubin, e da colaboração que inicia com Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, nasce o álbum The Inevitable Rise and Liberation of NiggyTardust, de 2007. No ano passado, Saul Williams deu voz ao seu último livro num álbum de spoken word com a colaboração musical do The Arditti Quartet. Com os emblemáticos poemas “Not In Our Name: A Pledge To Resist” e “Said The Shotgun To The Head”, Williams afirmou-se desde logo como uma voz crítica que não esconde preocupações sociais e políticas.

Biru + Bling Projekt (PT) Sexta-feira 25 Jun, 01h30 Musicbox Espectáculo / Spoken Word (12€ Bilhete válido para todos os espectáculos da noite)

Bling Projekt é um grupo de cinco músicos que se juntaram para

fundir a orgânica e a electrónica da música contemporânea em palco. Entre o scratch e a guitarra soul, linhas de baixo bem gordas e teclados de tom moog, samples e bateria com um toque funky e experimental; Bling Projekt manifesta-se acompanhado de MC Biru com as suas dicas topo de classe, Antonio V. Dias na bateria, Avishay Back no baixo, Fred Martinho na guitarra, X-Acto no scratch, samples e teclas. Aquilo que fazem em palco encontra pontos de intersecção com gente como Q-Tip, De La Soul, A Tribe Called Quest e ?uestlove , que é como quem diz: A base é hip-hop, o funk, soul e jazz são complementos.

O Silêncio Off, incluído no Festival Silêncio, pretende levar a palavra para fora das salas de espectáculos e dos livros, trazê-la para a rua e para espaços menos convencionais. Campeonato de Scrabble Sábado 19 Jun, 17h (entrada Livre) O Largo de São Paulo receberá um campeonato de Scrabble aberto a todos os que queiram participar. Não é comum, longe disso, ver grupos de pessoas na rua a tentar demonstrar quem é que tem um vocabulário mais desenvolvido que o outro, mas é um bom pretexto para uma tarde bem passada na companhia de amigos e uma boa oportunidade para mostrar que conhecemos mais palavras com a letra “x” ou “z” do que qualquer outra pessoa nas redondezas. Estudem os vossos dicionários, o Scrabble de rua chegou, e na rua ganham os mais fortes. Construção colectiva Quinta-feira 17 Jun, 19h Largo dos Stephens (Entrada Livre) Todos nós usamos a palavra no nosso quotidiano. Todos nós criamos textos, diálogos, exteriorizamos ideias, sentimentos e sensações através da palavra, seja ela escrita, falada ou de outra forma qualquer. Mas o nosso uso do discurso, independentemente do seu contexto é, na grande maioria das vezes, um esforço individual, quase egoísta. Este evento que está previsto para acontecer no Largo dos Stephens, à Rua das Flores, pretende alimentar a construção

Jorge Palma

de um texto colectivo, nascido da colaboração de todos os que estiverem presentes. Em ambiente descontraído, com comes e bebes para ajudar na soltura do espírito e da língua, procura-se a dar à luz a um novo trabalho escrito, seja ele em prosa ou em verso, que não pertença a um, mas sim a todos. Instalação ESAD Quarta-feira 23 Jun, 19h Motor Hairport (Entrada Livre) A necessidade de reinvenção está presente em todo o sítio. Em nós, na nossa forma de ser, na nossa maneira de nos mostrarmos aos outros, no nosso discurso. Nas artes, no desporto, na beleza, na cidade - em todos estes campos e em muitos outros, quer por obrigação, quer por evolução natural, existe uma constante mudança nos traços que os definem. No número 121 da Rua de S. Paulo, entre o Cais do Sodré e Santos, existe um exemplo perfeito de reinvenção ajustada aos tempos de hoje. Uma antiga sala de máquinas para lavagem de motores de camiões foi convertida num cabeleireiro com um toque artístico – o Motor Hairport. Nesse mesmo espaço vão ser expostos trabalhos de alunos da Escola Superior de Artes e Design que terão a palavra como tema central. E porque o discurso não nasce apenas das nossas bocas mas de todo o nosso corpo, dos pés à pontas dos cabelos, porque não começar por cima e deixar a palavra à solta no cabeleireiro.



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