Amazônia Maranhense

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19 Amazonia Maranhense: diversidade e conservação

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Figura 1. Reserva biológica do Gurupi. (Foto: Acervo IBAMA).

Na reunião de planejamento (Figura 2) foram apresentados os vários e gravíssimos problemas pelos quais passava a referida Reserva, como reflexo de toda a problemática ambiental da região. Paralelamente também foi diagnosticado pelos presentes, um grande isolamento da comunidade científica maranhense em relação aos demais membros da comunidade científica da Amazônia. Pelo fato do estado do Maranhão localizar-se na porção mais oriental do bioma de floresta na Amazônia, possuindo grandes áreas com vegetação de transição e vastas porções de cerrado, a atenção de pesquisa no Estado tem sido voltada mais a sua paisagem de cerrado do que aos seus elementos amazônicos. Parte da desatenção à floresta amazônica é também efeito da intensificação da modificação da paisagem amazônica do Estado, pelo uso da terra com exploração madeireira e expansão da fronteira agrícola há mais de 50 anos. O distanciamento e a falta de reconhecimento da Amazônia maranhense pela própria população do Estado pode ser tipificado pelo conceito de “pré-Amazônia” cunhado por políticos na década de 80 e até hoje divulgado inclusive nas escolas da região. Esta expressão “pré-Amazônia”, para designar os elementos amazônicos do Estado não tem qualquer fundamentação científica, seja no aspecto biológico ou geográfico. Ela descreve muito mais a negação de reconhecimento da existência de elementos amazônicos no Estado, o que na época pode ter justificado a inobservância das leis referentes à conservação de floresta amazônica (ROCCO, 2005), que estabelece um limite de 80% das propriedades rurais amazônicas a serem mantidas como reserva legal (sem desmatamento), enquanto que para áreas de cerrado este limite cai para 50%.


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