14 Mostra Internacional do Filme Etnografico

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fotografia de Piri Koman

Idéias sobre beleza em uma favela brasileira; a documentação israelense da Palestina; uma freira italiana na Guiné-Bissau; a experiência sensorial de Tóquio; a importância da leitura na cultura alemã. Velhice na Romênia; e mais perto de casa, dançarinos burlescos no noroeste da Inglaterra. Esses são apenas alguns dos temas estudados nos projetos de pós-graduação por alunos que completaram seu mestrado em Antropologia Visual ano passado. Enquanto isso, alunos do programa de doutorado (PhD) focaram suas teses em tópicos tão variados quanto imigrantes angolanos em Lisboa, hip hop em Cuba e direitos indígenas no Paraguai. Muitos desses projetos, mas não todos, envolveram a produção de um filme documentário baseado no treinamento recebido no Centro. Os princípios básicos desse treinamento não mudam desde que o Centro começou. Todo mundo faz tudo: pesquisa, produção, filmagem, gravação de som, edição. No primeiro semestre, os alunos trabalham em grupos de três e produzem três filmes de treinamento sobre tópicos de particular importância para os antropólogos: um processo técnico, um testemunho oral (também chamado de entrevista)

Antropologia Visual

e um evento social. Todos esses filmes são coletivamente discutidos, para que os alunos possam aprender juntos tanto com seus acertos quanto com seus erros. Isso tem o benefício adicional de criar um incrível espirit de corps. Atualmente, o grupo de alunos tem o limite de 24 pessoas, normalmente com mais um ou dois alunos de doutorado. Depois do primeiro semestre faz-se uma divisão no grupo, entre

Manchester, Inglaterra

dois “caminhos” equivalentes. Um desses “caminhos” oferece treinamento cinematográfico, o que envolve estudantes trabalhando em pares num filme sobre um relacionamento pessoal.

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Durante o verão, eles trabalham sozinhos e irão produzir um documentário de 30 minutos, In British Universities Film & Vídeo Council

como seu projeto de pós-graduação. Eles podem ir para qualquer lugar no mundo para fazer

www.bufvc.ac.uk Junho 2009, #75 págs 8-9.

isso, na medida em que consigam o aval de seu orientador para tal e que consigam pagar com seu próprio dinheiro.

O outro “caminho”, que começou em 2004, envolve um campo mais abrangente. Ele abarca também projetos práticos, mas dentro do campo de fotografia documental e a gravação de sons ambientes ao invés de filme. Ao mesmo tempo, esse caminho explora um campo abrangente de ideias, incluindo aquelas desenvolvidas por artistas, além de antropólogos acadêmicos também, sobre o uso da mídia audiovisual para representar a experiência sensorial. Isso tudo culmina em um passeio, de três dias, para a antiga instalação militar em Orford Ness em Suffolk, onde os alunos são acompanhados por artistas que já trabalharam no local anteriormente. Em seus projetos de pós-graduação, estudantes que seguem esse “caminho” são encorajados a usar um leque de mídias diferentes. Dentro dos projetos listados anteriormente, diversos deles tem envolvido uma incrível combinação de sons, imagens e textos. Tudo isso é bastante distante do primeiro ano de mestrado, quando só havia oito alunos, e somente um deles era do Reino Unido. Hoje os alunos vêm de toda parte; existe o mesmo número de alunos do Reino Unido ou de outros lugares da Europa e para além da Europa, especialmente das Américas. Antigamente, além da secretária de meio expediente, eu era o único membro do quadro de funcionários. Para fazer um simples telefonema, era preciso ir até o escritório ao lado. Infelizmente, o posto de secretária passou por uma grande


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