Jornal Escolar - Edição Especial

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Edição Especial

Jornal Escolar Edição Especial

Sexta feira, 17 de Julho de 2015 Sexta-feira, 17 de Julho de 2015

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Edição Especial Massacre do dia 29 de Abril

O Massacre do dia 29 de Abril Por Eleticia Eudalia Há muito tempo os professores da rede estadual de ensino vem lutando para uma melhor qualidade na educação, mais uma vez houve a necessidade de entrar em greve, no intuito de não ter alterações no projeto do Paraná Previdência. Por vários dias manifestantes ocupavam as ruas e a praça que circundam o Palácio do Iguaçu. A falta de diálogo levou a um dos maiores confrontos da historia. Cenas de barbaridade acontecidas no Centro Cívico em Curitiba-PR no dia 29 de abril de 2015. Ocorreu um confronto entre policiais e manifestantes para que se impedisse a invasão na ALEP, para evitar a votação do projeto da Paraná Previdência. Durante o enfrentamento os policiais usaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, sprays de pimenta e jatos de água. Apesar da barbárie, foi aprovado em primeira instância o projeto que mexeria na previdência estadual dos servidores públicos. O resultado disso tudo foram vários feridos fisicamente e psicologicamente. Greves foram instauradas pela retirada da previdência, assim durando um período de 44 dias. Após muitos conflitos e um longo período de greve, a classe dos professores vivenciou um grande sofrimento pelo descaso que teve por parte do poder político, só por tentarem lutar pelos seus direitos. “Lute por seus ideais independentemente do que digam, do que pensem e do que falem: o mundo pertence aqueles que possuem uma posição e sabem fazer frente a oposições.” (Dennis Heiderich.)

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Edição Especial Exposição Itinerante elaborada pelo Pibid da Unioeste em parceria com o Grêmio Estudantil e Sala de Altas Habilidades sobre o dia do Massacre é exibida no colégio A exposição traz um histórico com fotos e vídeos referente ao dia 29 de abril, também lembrado como “Dia do Massacre” e está sendo levada para as escolas estaduais do município de Toledo entre outras instituições. A intenção da referida exposição é fazer refletir sobre a luta dos profissionais da categoria. PIBID de filosofia – Unioeste Toledo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) É um programa oferece bolsas de iniciação para professor aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar a ligação entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o Pibid faz uma antecipação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais.

Alunos do Pibid e aluno Dhyonne Pessoa, integrante da sala de altas habilidades e Grêmio Estudantil

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Mural – Exposição

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Edição Especial Entrevista Por Dhyonne Pessoa

O sindicato dos professores da Unioeste, Adunioeste, organizou uma viajem para que alunos dos vários campus da região, interessados em participar das manifestações em Curitiba pudessem acompanhar a luta dos servidores públicos do nosso estado. Estes alunos acabaram por presenciar o Massacre do dia 29 de abril. Um destes alunos é Jackison Roberto dos Santos Pinheiro Junior, aluno do curso de filosofia do campus de Toledo da Unioeste e integrante do Pibid, que atua no nosso colégio, e que agora conta um pouco de sua experiência neste acontecimento que marcará para sempre a história do Paraná. Como foi estar no meio do confronto? É bem complicado falar porque é um momento em que você está ali e de repente vem o barulho de tiros, bombas, gente correndo, Comitiva da Unioeste que esteve presente no Massacre polícia vindo pra cima, você não sabe o que fazer e como reagir, você só quer saber se as pessoas que estavam com você, seus amigos que estão lá, estão bem. É uma insegurança e um medo bem grande. Ao se iniciar o confronto, qual foi a sua postura? Eu corri! Fiquei com muito medo e corri. Quando começou o confronto, estávamos na frente da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e quando corremos para outro lado, outro prédio, as bombas vinham até atrás deste outro prédio. Era realmente muito complicado, pois para qualquer lado que você corria tinha gás. Em algum momento você foi ferido fisicamente? Não. Por sorte eu não levei nenhum tiro, mas havia o gás, que é realmente bem ruim. Você acha que este tipo de acontecimento pode inspirar as pessoas a se revoltarem contra as injustiças dos poderes políticos? Eu acho que sim, mas ao mesmo tempo vai criar uma dualidade, porque as pessoas podem se revoltar contra essas atitudes, entretanto elas terão medo do momento em que forem tomadas e estiverem ali em um conflito naquele momento. Mas eu acho que se mostrasse que isso pode ir pra frente, Se você conseguisse e tivesse formas de quem se machucasse ser socorrido rápido, talvez pudesse melhorar e ter uma ação mais direta.

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Edição Especial Com base naquilo que se pode ver na mídia sobre o dia do massacre, notou-se o abuso de poder por parte da polícia militar e autoridades políticas. Em que momento você pôde notar que este abuso se tornou evidente? A partir do momento em que eu cheguei à Alep, pois o confronto foi dia 29, mas dia 27 nós já estávamos lá, e a votação seria naquela semana, desde esse dia 27 que era uma segunda feira, a Alep já estava rodeada de policiais. Como você levará isto para sua vida e de que modo sua maneira de pensar mudou depois do ocorrido? Levarei como mais uma experiência de militância, e acredito que aumentou minha vontade de lutar pelos direitos do povo. Por mais que tenha toda essa repressão, quanto maior a repressão maior deve ser a vontade de lutar pelos nossos direitos. Qual a mensagem que você gostaria de passar aos alunos em relação a este trágico acontecimento? Estamos em luta e continuaremos em luta até todos terem os direitos iguais e não perdermos aqueles que nós já conquistamos.

Charges

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Edição Especial Para Recordar 30 de agosto de 1988 “Os professores unidos jamais serão vencidos”. Este foi o principal grito que ecoou durante 47 dias do ano de 1988 no Paraná. Entre 5 de agosto e 20 de setembro, docentes paralisaram as atividades em todo o estado pedindo reajuste salarial que reativava o que ganhavam em março de 1987. O país, naquela época, vivia uma onda de manifestações de várias classes que exigiam a reposição das perdas salariais que tiveram com a alta taxa da inflação. Depois de 25 dias sem resposta positiva do governador, nem obtenção de ajuda dos deputados estaduais, os professores decidem fazer uma grande caminhada partindo do centro de Curitiba até o Centro Cívico. Informações da época revelam que participaram da passeata pelas ruas curitibanas cerca de 20 mil docentes de todo o Paraná. Chegando à Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao palácio do governador. Dezenas de professores foram atingidos pelas bombas arremessadas por soldados, além de tiros de bala de borracha e a cavalaria da PM, partindo contra os professores. O momento mais marcante foi quando os professores deram as mãos e começaram a cantar o Hino Nacional em frente ao Palácio Iguaçu, depois de todo aquele conflito. A energia no momento foi emocionante. Muitas conquistas trabalhistas vieram depois daquele fatídico dia: o piso salarial nacional, o plano de carreira para docentes, o aumento na periodicidade dos concursos públicos e o direito à hora-atividade, tempo destinado ao preparo das aulas fora de sala. Prova de que aquela luta de 1988 não foi em vão. Fontes: http://portalcomunitario.jor.br http://www.gazetadopovo.com.br Sexta-feira, 17 de Julho de 2015

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"A Filosofia é um despertar para ver e mudar o nosso mundo." Maurice Merleau-Ponty

“O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.” Friedrich Nietzsche

“Ao quebrar o silêncio a linguagem realiza o que o silêncio pretendia e não conseguiu obter.” Maurice Merleau-Ponty

Equipe Jornal Escolar Sala de Altas Habilidades

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