Terra Magazine edicao 10 ano 2

Page 1

PERNAMBUCO PASSA POR AQUI

Um Intuitivo musical nanÁ Vasconcelos

ENTRETENIMENTO GARANHUNS JAZZ FESTIVAL CULTURA GALERIA RANULPHO ARQUITETURA TALENTOS PERNAMBUCANOS


Muito mais que academia, a Santé é um complexo de saúde dedicado ao corpo e à beleza.


santeclub.com.br

Av. Domingos Ferreira, 2312 Boa Viagem | Recife | PE 81 3328 2104 | 3033 2468


Superar, surpreender, encantar em pequenos detalhes, receitinha difícil de acertar. Por isso me impressiono todos os meses com a diversidade de talentos que temos o prazer de revelar em cada uma das páginas da Terra Magazine. Uma emoção a cada descoberta, a cada entrevista. Ao chegar mais próximo da data de edição, me encho de orgulho pelo que conseguimos realizar, mas ao mesmo tempo sou todo insegurança, porque nada pode falhar. Trazer a vida e a obra de Naná Vasconcelos como matéria principal foi fantástico; histórias incríveis nos foram contadas com tanta simplicidade, o que nos fez crer, que nada na vida é por acaso. Claudio Barreto

Homenagear e parabenizar Recife e Olinda, ouvindo depoimentos de grandes figuras do nosso mundo empresarial, cultural e artístico também nos trouxe um sabor diferente, agregador. Espero que todos encontrem nesta 22ª edição mais motivos que justifiquem nosso slogan “Pernambuco passa por aqui”. Agradeço sinceramente aos que fazem parte desta conquista.

Cl�u�i� B���et� Editor Geral



ÍNDICE CINEMA 16. ENTREVISTA WAGNER MOURA HOMENAGEM 18. ANIVERSÁRIO DE RECIFE E OLINDA EMPRESA FAMILIAR 22. ARMAZÉM GUIMARÃES CAPA 24. VIDA E OBRA DE NANÁ VASCONCELOS CULTURA 30. 45 ANOS DA GALERIA RANULPHO ENTRETENIMENTO 34. GARANHUS JAZZ FESTIVAL 22ª EDIÇÃO JANEIRO / FEVEREIRO DE 2013 CAPA | Naná Vasconcelos FOTOS | Armando Artoni

ARQUITETURA 39. TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA SOCIAL 52. IZABELLE RINO

EXPEDIENTE EDITOR Claudio Barreto DRT/PE - 5254 editor@revistaterramagazine.com.br - 81 9504 7550

FOTOGRAFIA Armando Artoni Claudio Barreto Gleyson Ramos REDAÇÃO/CONTÉUDO DA EDIÇÃO Ana Paula Bernardes Anna Katia Cavalcanti Claudio Barreto Fernando Fagundes Hálamo Cavalcante Izabelle Rino Leandro Ricardo Sheila Carneiro

comercial@revistaterramagazine.com.br (81) 8529.1136 / 9504 7550 www.revistaterramagazine.com.br e-mail: editor@revistaterramagazine.com.br facebook.com/revistaterramagazine IMPRESSÃO: GRÁFICA MXM

18

VITRINE 60. LUXO SURPREENDENTE POR PAULO AZUL MODA 62. MODA | Prata da Casa Athletic BELEZA 64. SALÃO DE BELEZA DORINHA 68. DRª FERNANDA MOSSUMEZ

IMPRESSÃO: 3 mil exemplares

GASTRONOMIA 72. RESTAURANTE KISŪ 74. A TURQUIA ALÉM DO KEBAB 78. PROJETO EMPRESÁRIO GOURMET

ENDEREÇO: Av. Dr. José Augusto Moreira, 1735 Casa Caiada - Olinda - PE - CEP 53.130-410

DIÁRIO DE BORDO 80. UMA VIAGEM INCRÍVEL

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

TEST DRIVE 82. Nova versão do Freelander 2 - LAND ROVER ARTIGO 86. CINEMA PERNAMBUCANO - PARTE II

Foto: Claudio Barreto

REVISÃO DE CONTEÚDO Prof. Sófocles Me​deiros


7

Foto: Claudio Barreto





Pernambuco passa por aqui Atlante Plaza já é acomodação oficial para a Copa do Mundo

“Francisco Brennand”, documentário, 75min, cor, 35mm, 2012

Pernambuco divulga seus atrativos em eventos na Alemanha

O filme mostra o universo particular do pintor, escultor e ceramista pernambucano Francisco Brennand, que aos 85 anos decide romper o silêncio para revelar os segredos de sua arte e sua vida dentro da Oficina Brennand. Produzido pela Mariola Filmes, o filme tem patrocínio do Funcultura/Fundarpe, Governo do Estado de Pernambuco, Petrobras e Oi/Telemar. Copatrocinio da Santos Brasil e Vale do Rio Doce. Apoio cultural da TAM, Oi Futuro e Atiaia Energia – Grupo Cornélio Brennand. Apoio Brasilcap, Estudios Quanta, Restaurante é, Atacadão GB.

Visando melhor atender a demanda de hóspedes nacionais e internacionais que virão à capital pernambucana, Recife, durante os jogos da Copa das Confederações e Copa do Mundo, a rede Pontes Hotéis & Resorts se antecipou nos preparativos para atender as exigências do público investindo na maior capacitação dos colaboradores e no incremento de seus serviços. Dentre as iniciativas com esse foco, a rede investe desde 2012 em projetos de capacitação e treinamentos especiais intensificados para recepção, governança, garçons e outros setores que possuem contato direto com os hóspedes.

Foto: Mário Miranda

Andreia Misael e Sérgio Paraíso

Cerimônia de encerramento e premiação Mariana Brennand Fortes recebe o Prêmio Itamaraty de documentário com o filme Francisco Brennand Cinesesc

Entre os dias 05 e 10 de março, a Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur-PE), através da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), participou de dois importantes eventos na Alemanha para a divulgação dos atrativos turísticos do Estado. O primeiro foi o Goal to Brasil Berlim, ação promocional da Embratur com foco na Copa do Mundo, que teve Recife como cidade anfitriã. A partir do dia 06/03, a gastronomia e a cultura de Pernambuco se fizeram presentes na ITB, maior feira de turismo do mundo. O chefe Joca Pontes preparou um menu típico e contou ainda com a tapioqueira Dona Bia. A cultura ficou por conta da dança com apresentações do Balé Cultural de Pernambuco.

11



shopping riomar - recife/Pe +55 (81) 3327-1482



dicas de

BLOGUEIRAS

É TENDÊNCIA!!! EAR CUFFS!!! No exterior eles já estão bombando e aqui no Brasil eles vieram com tudo! São objetos de desejo dos fashionistas e daqueles que amam acessórios, são eles os Ear Cuffs, brinco que envolve a orelha toda. Karl lagerfeld lançou a tendência na passarela do verão 2012 da Chanel, com peças cobertas de pérolas. Depois, outras marcas também se renderam ao charme do acessório diferenciado. Apesar dos grandes existem os pequenos e mais delicados, o brinco tem vários modelos com spikes, brilhos, asas e também com franjas abrangendo todos os estilos. Entre as marcas brasileiras que apostam na tendência estão Jack Vartanian, Guerreiro, H. Stern e Silvia Furmanovich mas onde você pode encontrar com o preço mais acessível é na lubella Joias Alternativas, tem vários modelos e de tamanhos diferentes, cada um mais lindo que o outro! A melhor forma de usá-lo é com os cabelos presos! Agora confiram algumas imagens e inspirem-se!

1- Uma pele bem feita é o ponto principal de qualquer maquiagem, não adianta caprichar nos olhos se sua pele não está legal, por isso, invista em uma boa base. 2- O primer serve para preparar a pele para receber a maquiagem,além de facilitar a sua aplicação, eles matificam a pele, e servem como minimizadores de poros aparentes, além disso, fazem com que o make dure muito mais. 3- Os pincéis podem ser poderosos aliados para uma make bem feita, invista em bons pinceis, eles não são baratos, mas em compensação duram uma eternidade, basta tomar os cuidados necessários. 4- Para que a maquiagem em baixo dos olhos não craquele a regra é hidratar! Aplique sempre um hidratante específico para a região antes da maquiagem.

“Sou viciada em sapatos e bolsas. Não posso ver nenhuma loja de sapato em promoção que já quero comprar nem que seja uma sapatilhinha. Compro muitos sapatos pela internet, mando buscar de vários lugares do mundo – Japão, China, EUA... Numa dessas compras, conheci uma marca - brasileira mesmo – com sapatos lindos, incríveis e super confortáveis: Raphaella Booz. Só tinha um mísero parzinho até que para a minha alegria, abriu uma loja Raphaella Booz na expansão do Shopping Recife, agora tenho váááários pares! E o mais legal é que eles vivem fazendo promoções bacanas (tipo dois pares por menos de R$200!) Não é muito fácil comprar sapatos que não me doam até a alma – até chinelas machucam meu pé de forma absurda, apesar de já ter tido incontáveis calos nos pés por conta das sapatilhas de ballet e dos patins, meus pés não “engrossaram a pele” como falam que acontece com pés que criam calos constantemente. Mas dificilmente um Raphaella Booz me machuca ao ponto de terem de ficar no fundo do armário como meu scarpin Dior que só usei uma vez. Aliás, quando gosto de um par uso até ninguém aguentar mais de me ver no instagram postando looks com o mesmo sapato! Então relevem se esse mês vocês me verem muito usando um Raphaella Booz nude com cap toe preto – é meu xodó do momento.”

5- Invista nas sobrancelhas, pode parecer clichê, mas elas realmente são a moldura do rosto, sempre corrija as falhas. Existem vários produtos específicos para corrigir as sobrancelhas. 6- Antes do batom, certifique-se de que sua boca esta bem hidratada, isso evita que o batom craquele. Aplique um bom lip balm antes de aplicar o batom. 7- A técnica do contorno é super legal para afinar as bochechas, aplique um produto (pode ser pó ou base), dois tons acima do tom da sua pele, abaixo das maçãs do rosto, e esfume bem. 8- Cuidado ao aplicar o bronzer, nunca aplique-o no rosto inteiro, para que não fique artificial, o legal é aplicá-lo nos pontos do rosto onde normalmente o sol mais pega: abaixo do blush, no queixo, nas têmporas e na testa logo abaixo da raiz dos cabelos.


CINEMA| WAGNER MOURA

“A ideia de ter um filho sumido, para quem é pai, é desesperadora”

O baiano Wagner Moura é um dos atores mais talentosos de sua geração. Começou a ganhar projeção nacional com a peça ‘A Máquina’, de João Falcão, na qual atuava ao lado de Vladimir Brichta e Lázaro Ramos. Em apenas dez anos de carreira no cinema, já participou de 18 longas-metragens, como ‘Carandiru’, ‘O Caminho das Nuvens’, ‘Cidade Baixa’, ‘Ó Paí Ó’, ‘Saneamento Básico’ e ‘Romance’. Seu papel de maior repercussão no cinema é o Capitão Nascimento de ‘Tropa de Elite’ 1 e 2. Na TV, teve papel de destaque nas novelas ‘A Lua Me Disse’ e ‘Paraíso Tropical’ e na minissérie ‘JK’. No teatro, fez longa temporada como o personagem-título de ‘Hamlet’. Seu trabalho no filme ‘Vips’ lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Festival do Rio.

O que o motivou a aceitar o convite para o filme? O roteiro. O Claudio Torres (diretor) me falou do Luciano, recebi o roteiro e fiquei comovidíssimo quando li. Eu me interesso muito por histórias de pais e filhos. Não por acaso eu gosto de ter filho, tenho três (risos). E perdi meu pai este ano, ele já estava doente na época em que o roteiro chegou. Então, o filme me comoveu muito. Além disso, tecnicamente, é um roteiro muito bem escrito. Também é um tipo de história que não vejo muito sendo feita no Brasil. Tenho tido muito interesse de participar de iniciativas diferentes no cinema brasileiro. É um filme que escapa um pouco do que se costuma fazer. É um filme de estrada, mas ao mesmo tempo é um thriller psicológico, também um filme intimista, uma relação de família. Achei que era interessante em vários aspectos. Mas especialmente me comoveu a história, a relação do Theo com o filho, Pedro.

O fato de ser pai influencia na sua visão sobre o personagem? Influencia muito. Eu me lembro de quando eu fiz o filme O Caminho das Nuvens, tinha uns 27 anos e fazia um personagem com cinco filhos. Eu não tinha filhos ainda e gosto muito do jeito que eu fiz aquele 16

����� ��������

personagem, mas se fosse fazê-lo de novo hoje, certamente faria de outra forma. Porque você não passa pela paternidade incólume. As coisas te comovem muito depois que você tem filho. Tudo muda. É lugar comum falar isso, mas é verdade. A perspectiva de ter um filho desaparecido, para quem é pai, é completamente diferente. Por mais que um sujeito que não seja pai se comova com aquilo, pensar que seu próprio filho pode sumir é desesperador. E também a gente entende melhor a relação com o filho. Educar uma criança é uma aventura extraordinária: você erra, acerta, enfim, a forma de se relacionar com aquele ser humano que é uma pessoinha diferente dos outros. A história do Theo e do Pedro me comoveu. A falta de comunicação entre eles, o fato de haver uma barreira entre eles de tal maneira que não havia comunicação possível. Não era falta de amor, não era falta de nada: havia uma barreira entre eles.

Como você define o Theo? O Theo é um personagem controlador, que queria muito que a vida dele fosse perfeita, então ele cria ali um círculo de controle que vai sufocando aquela família, a Branca e o Pedro. É bonita a forma com que a Elena e o Luciano constroem o roteiro de modo a fazer com que


ELENCO: Lima Duarte, Mariana Lima e o estreante Brás Moreau Antunes o Theo enxergue o filho e a mulher, primeiro se enxergando. Porque esse é o movimento natural do autoconhecimento. Além disso, você não faz um filme de estrada sem que a pessoa que passe por aquela estrada se transforme. Essa talvez seja a natureza de um filme de estrada: propor uma transformação naquele que passa por aquele caminho. O Theo passa por uma transformação bonita. Ele vai se enxergando, vai se vendo, vai se deixando ir... Eu gosto muito da cena em que ele se deixa levar pela correnteza do rio. Aquela cena me emociona. Ele se deixa ir, é uma imagem bonita e muito a propósito do que está acontecendo com ele naquela hora. Ele sabe que o filho não está ali, mas ele se deixa ir.

É interessante como nós vamos descobrindo o personagem do Pedro sem que ele apareça muito... Theo vai conhecendo o filho pela ausência dele, pelas pistas que o menino deixa pelo caminho, pelas pessoas que ele encontra. Isso me chamou muita atenção no roteiro, achei muito bonito e inteligente, que ele conhece o filho pela ausência. E isso é verdadeiro, a gente dá valor e sente falta quando perde, né? E assim ele vai descobrindo como o menino é. Tem a cena em que Theo vê as fotos do menino no meio de um monte de amigos, durante a viagem. Theo começa a perceber melhor o filho, a pensar: “As pessoas gostam desse cara, que cara legal esse... É meu filho”. Assistindo ao filme eu me emocionei muito com essa cena. Ele vê que o filho é um menino que ele não conhecia e que é um menino ótimo, um garoto incrível.

O Theo é um personagem tenso, até fisicamente, que vai mudando ao longo do filme. Como você foi construindo esse personagem?

Contracenei com Lima Duarte! Eu me emocionei tanto! Eu estava com Lima Duarte, um dos maiores atores do Brasil, um dos maiores representantes da nossa arte, foi um momento bem especial. E como ele é um ator poderoso, numa cena só ele traz tanta coisa... Da história dele com o Theo, do olhar dele para o menino, do orgulho que ele tem do menino, da vontade que ele tem estar com aquele menino, do quanto aquele menino trouxe vida para ele, do quanto ele sabe que errou com o Theo... Tem tanta coisa que o Lima faz numa cena, é realmente comovente.

A relação do Theo com o filho reflete a relação dele com o próprio pai, não é? A relação que você tem com seus filhos, inevitavelmente, passa pela relação que você teve com seus pais. Mesmo que seja para negar o que foi ruim, ou afirmar o que foi bom. Freud não estava aí de bobeira.

Você tem feito muitos personagens diferentes. É um aspecto que conta quando você aceita um trabalho? Conta, mas conta menos que a história, o personagem, o diretor, isso vem antes. Um bom personagem não é uma coisa que esteja aí fácil. Cada vez mais, o que conta para mim é procurar trabalhar em coisas que façam sentido na minha vida. Não consigo mais separar muito o artista de quem eu sou. Eu lembro da minha vida pelos personagens que eu fiz. Então, os trabalhos têm que fazer sentido na minha vida, de alguma forma me levar para algum lugar que me faça aprender alguma coisa, me transformar, me emocionar. Chega uma hora na vida – estou com 36 anos, três filhos – em que não me interessa mais estar num projeto que não me diga nada, que seja só mais um trabalho.

Foi uma parceria muito boa com o Luciano, nós fomos cuidando de cada mudança do Theo e construindo gradativamente essa mudança. Theo sai de casa dizendo “Esse menino é um irresponsável” e termina tendo orgulho do filho. A transformação é sutil, acontece em momentos que talvez no detalhe façam sentido só para mim, mas que na construção toda do personagem termina aparecendo. E o Luciano foi sempre muito parceiro nisso, a gente conversava muito sobre essa curva do Theo, do começo e do fim. Eu me via na posição do Theo, pensando: Quando é que eu deixei de ser filho para ser pai? Quando é que eu deixei de ser um cara livre, e também doido, para ser o cara que olha o outro, que vigia e que cuida? E o filme culmina naquela cena com o Lima (Duarte), que é sensacional.

sinopse Um pai – o médico Theo Gadelha, 35 anos – é obrigado a jogar-se na estrada em busca de seu filho Pedro que desaparece no fim de semana em que completaria 15 anos. O repentino e inexplicável sumiço do filho é a última carta a desabar no castelo de Theo. Seu casamento de 15 anos com Branca – médica como ele – acaba de ruir. Theo saiu em busca do filho, mas acaba encontrando seu pai, com quem não fala há vários anos. De cara para o pai, enxerga a si mesmo, redescobre o filho e se desarma com a mulher que nem por um momento deixou de amar.

17


HOMENAGEM | RECIFE E OLINDA

Quadro - José Cláudio - Vida e Obra Foto: Roberta Guimarães

S N É B A R PA

18

����� ��������


OLINDA E RECIFE Carnaval à tardezinha, vendo-se ao fundo a Ponte da Boa vista, Recife; e na página ao lado, Paisagem de Olinda; pinturas de José Cláudio. Fotos de Fred Jordão. Gentileza de Relicário Produções Culturais e Editorais ltda

Chamado às armas Esquecido de datas, comemoro, por garantia, o aniversário de Olinda e Recife todos os dias, a sorte de viver nestas duas cidades grudadas, disso dando conta a quase totalidade dos meus quadros. Me lembro sempre do “chamado às armas” feito pelo pintor mexicano Siqueiros ao seu compatriota Diego Rivera na arrancada da arte moderna no início do século 20 em Paris. Rivera estava lá, bem no centro dos acontecimentos, convivendo com Picasso e Modigliani: este até lhe pintou o retrato. Foi quando chegou Siqueiros, expulso da Espanha, para onde tinha sido mandado como diplomata após a vitória da revolução de Zapata (1910), e lhe perguntou se não se acanhava, filho de uma civilização tão grandiosa como a de seu país, se passar para “mais um cubista em Paris”.

Rivera se tocou e voltou para o México, fundando com Siqueiros e Orozco o muralismo mexicano, este, sim, digno de seus antepassados. E o que isso tem a ver com o aniversário de Olinda e Recife? É que tenho visto tanta gente feito barata tonta, copia daqui copia dali sem saber que caminho tomar, despreparado para tanta novidade aparente, pensando em ser reconhecido no Sul e no exterior, ganhar milhares de dólares, dispostos a abdicar até de si e de sua terra, que a estes conclamo a olhar em torno de si próprios para o acervo virgem e gigantesco de que dispomos no Recife e Olinda e comemorá-lo, uma vez por ano só, não: todo dia.

José Cláudio 19


HOMENAGEM | RECIFE E OLINDA

“Recife, onde meu corpo habita. Onde nasci e me fiz intérprete dos poetas teus. Em tuas ruas, com meus olhares ,qual sangue em rubras veias, corri no pulsar de teu coração fervente como o teu frevo. Recife é meu amor. Eterno e louco amor.

Foto: Creuza Santos

Olinda, onde minha alma pousa. Onde me sinto som, tambor do coração do mundo. Em tuas ladeiras, com pés descalços, eu alço voo. Me deixo ir nos versos e nas asas das canções tão tuas. Nas rimas e batuques dos teus maracatus alados. André Rio Cantor

“Parabéns a Olinda pelos 478 anos e a caçula, Recife, pelos 476. Nada vai conseguir separar estas duas cidades que cada vez mais encantam o Brasil e o mundo. Que 2013 seja mais um ano de trabalho, conquistas e muita alegria.”

Foto: Divulgação

André Correia Presidente da Empetur

Foto: Divulgação

“Olinda é lua. Noite. Fantasma do passado. O fogo holandês nas casas. Povo irredento. Espelho torto de ilusões perdidas. Pedaço do que fomos, um dia, perdido no tempo. Recife é sol. Dia. Começo e fim de tudo. Síntese de esperanças e desesperanças. Cruel cidade e noiva da revolução. Destino pressentido e epifania da vida. Olinda e Recife nasceram para se completar, como peças de um quebra-cabeça, em nossos corações”. José Paulo Cavalcanti Filho Advogado no Recife 20

����� ��������

“viver Recife e Olinda é como ouvir o frevo que as une, suas notas, suas cores, e sentir o multicolorido das duas cidades, seu peso histórico, seu artesanato e brilho próprio. Definir Recife e Olinda é ter um só pensamento, de muito amor e orgulho, reunindo-as numa megacidade, no coração de todos nós”. Teresa Duere Presidente do Tribunal de Contas PE

Foto: Divulgação

Alberto Feitosa Secretário de Turismo de Pernambuco

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

“É impossível pensar em uma e não lembrar da outra. Recife e Olinda são uma só no coração dos pernambucanos. Meus parabéns a Recife pelos 476 anos e a Olinda pelos 478. São mais de 470 anos caminhando juntos rumo ao desenvolvimento.”

“Além de ser patrimônio da Humanidade, Olinda se desenvolve através da hotelaria, gastronomia, comércio e serviços. Junto com Recife, estamos comemorando o aniversário e o crescimento do Estado de Pernambuco” Mauricio Galvão Secretário de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Tecnologia Olinda/PE


Foto: Divulgação

João Carlos Paes Mendonça

Irmãs quase gêmeas! Irmãs na simpatia e acolhimento do seu povo, irmãs na diversidade gastronômica, irmãs nas belas paisagens de sol e mar e complementares nas tradições culturais. Vale soprar a velinha. Parabéns Recife e Olinda. Roberta Fernandes Supervisora H.Stern

Foto: Michele Souza / JC Imagem

Foto: Claudio Barreto

Foto: Armando Artoni

da “Recife meu amor. Olin des do ta e m s a u D . o ã ix a p a h min o!” ã ç ra o c o n a c u b m a rn e P meu André Rio

A cidade do Recife é conhecida pela beleza natural, por suas belas praias, por suas manifestações culturais, pelas oportunidades que oferece e pelo jeito especial de ser do seu povo. Que no dia 12 de março possamos juntos, celebrar os seus 476 anos de desenvolvimento e conquistas!

“O Recife faz aniversário, mas quem está de parabéns é o recifense; pelo entusiasmo que tem demonstrado em nos ajudar na mudança da cidade”. Geraldo Júlio - Prefeito do Recife

“Olinda e Recife. Tão lindas que emocionam. Feliz Aniversário!” Graça Araújo - Jornalista

“Tenho imenso carinho pelo Recife, que tive a honra de governar por duas vezes, e também por Olinda, com sua história, sua cultura e sua beleza única no mundo. São cidadesirmãs que se complementam e que ainda podem construir muita coisa juntas. Recife e Olinda têm um passado glorioso e terão um futuro ainda mais expressivo”.

“Recife e Olinda duas cidades, um só lugar. Em harmonia sempre viverão com frevo, maracatu, ciranda e baião juntos na mesma canção.

Jarbas Vasconcelos Senador por Pernambuco

Carlos Augusto Lira Arquiteto

21


emPresa Familiar

Armazém Guimarães UMA HISTÓRIA DE EMPREENDEDORISMO

O chef, Breno Gama, com um dos carros-chefes do restaurante: perna de cordeiro com batata baby.

Por Hálamo Cavalcante

Quem circula pela praça de alimentação do moderno RioMar Shopping não tem muita dificuldade em encontrar o Armazém Guimarães. Sua localização é uma das mais privilegiadas, e dependendo do horário, o visitante pode enfrentar uma pequena fila de espera para conferir as delícias do restaurante recém inaugurado. No cardápio, opções que vão das tradicionais entradas italianas, como a burrata de mussarela de búfala, aos concorridos pratos de perna de cordeiro, massas recheadas, risotos e até frango. Sim, desde a sua chegada ao RioMar, o Armazém Guimarães deixou de ser apenas uma pizzaria de forno a lenha para se tornar uma verdadeira cantina italiana, ou trattoria. Mas, para entender essa trajetória de sucesso, é preciso ir até Maceió e saber um pouco mais sobre a família que dá nome ao estabelecimento.

22

����� ��������

Em frente ao novo Armazém Guimarães do RioMar Shopping, o empreendedor Leopoldo Gama comemora as conquistas.


ouvir, numa roda de conversa, as pessoas marcando de se encontrar no Armazém para comer uma pizza, chegar ao estabelecimento para comemorar uma data especial, indicar para aquele amigo “de fora” como a melhor pizza da cidade. Em 2012, por conta da expansão imobiliária em Boa Viagem, o Armazém Guimarães viu-se na necessidade de ter de mudar de endereço. Para onde ir, já que não estava fácil encontrar bons pontos de rua para a nova loja? Uma possibilidade seria integrar-se à praça de alimentação do RioMar, um shopping localizado no Pina e que em breve estaria concluído.

O Armazém Guimarães de Maceió: quase 20 anos de sucesso na capital alagoana.

A história do Armazém Guimarães começa na década de 80, com a determinação do empreendedor alagoano Leopoldo Gama em montar um negócio próprio após uma carreira bem sucedida como empregado em uma empresa privada. Naquela época, Maceió já figurava como uma capital bastante propícia aos negócios e com campo aberto em alguns segmentos. E assim foi com o inquieto Leopoldo. Durante uma viagem ao exterior, ele foi a uma pizzaria especializada em vender o mais famoso prato da culinária italiana em fatias. E o melhor: o cliente não precisava esperar a pizza assar. Ele já a encontrava pronta para ser servida, quentinha e crocante. “Se funciona aqui, vai funcionar em Maceió”, pensou o empreendedor. E assim, em 1985, nasceu a Super Pizza, a primeira pizzaria fast-food da capital alagoana. Vinte e oito anos depois, o negócio tornou-se uma rede com seis lojas espalhadas por Maceió, seja em ruas movimentadas da capital alagoana e arredores, seja em shoppings, além de uma operação voltada para delivery. Mas Leopoldo sentia o “bichinho do empreendedor” cutucando sua cabeça, dizendo que aquele negócio era bom, mas que poderia tornar-se algo maior. E tanto cutucou que, em 1994, era inaugurada, no bairro da Jatiúca, a primeira unidade do Armazém Guimarães, uma pizzaria à la carte, com o tradicional forno a lenha e tudo.

Seguiram-se, então, as dúvidas: Armazém Guimarães sempre foi um restaurante de rua, como os clientes veriam sua mudança para um shopping? Além disso, por conta do horário de funcionamento do centro de compras, seria necessário manter a loja aberta o dia todo, o que não acontecia em Boa Viagem. Para piorar, o brasileiro, tradicionalmente, prefere comer pizza à noite e nos fins de semana. O que fazer para manter o restaurante vivo na capital pernambucana? A solução veio de um outro empreendimento dos irmãos: o Maria Antonieta. Fundado em 2009, como um projeto encampado principalmente pelo irmão Breno Gama, o Maria Antonieta oferecia uma culinária italiana mais contemporânea e refinada. No cardápio, risotos, massas secas e recheadas, cordeiro, camarão, carnes. Tudo aliado a uma carta de vinhos montada para harmonizar com todos os pratos. Chef autodidata, Breno já comandava as cozinhas da Super Pizza e do Armazém Guimarães, mas com a decisão de abrir o Maria Antonieta (nome em homenagem à mãe), ele fez as malas e viajou pela Itália para aprender todos os segredos da tradicional cozinha italiana. Detalhe: desde a sua inauguração, o restaurante consta em todas as listas de melhor casa italiana de Maceió. E foi justamente esse cardápio, aliado às já conhecidas pizzas, que passou a ser oferecido no novo Armazém Guimarães do RioMar. Desde a sua inauguração, em outubro de 2012, o faturamento mais que dobrou em relação ao ponto anterior. E toda semana um dos irmãos (quando não dois ou até mesmo os três) está por lá para ver a quantas anda o movimento. Pensa que, com tudo isso, eles estão satisfeitos? Quando perguntado se agora já chega de tanto empreender, o alagoano Leopoldo Gama ri, dá uma de mineiro, despista e deixa no ar que algumas surpresas ainda estão por vir. Pois é. O “bichinho do empreendedor” nunca deixa de cutucar.

O nome faz duas homenagens: aos armazéns de açúcar do bairro do Jaraguá - principais ícones da economia alagoana nas décadas de 10 e 20 – e que foram cenários da vida de Carlito Cansação Guimarães, Nadir Lins Guimarães e Breno Cansação Guimarães, respectivamente avô, avó e tio maternos de Leopoldo e dos seus irmãos Carlos André (carinhosamente apelidado de Dedé) e Breno. Entre a inauguração da Super Pizza e do Armazém, eles passaram a atuar junto com o irmão mais velho, transformando o negócio em uma empresa familiar. Dez anos se passaram e os irmãos Gama colecionaram prêmios e conquistaram o reconhecimento do mercado como uma das melhores pizzarias de Maceió. Era chegada a hora de alçar voos para além das Alagoas. O destino era certo: o Recife, com um cenário gastronômico efervescente e bem adequado ao padrão de restaurante construído pelos irmãos empreendedores. Assim, em 2004, Boa Viagem assistia ao nascimento da primeira loja do Armazém Guimarães fora do seu estado de origem. E o bairro – e a cidade de uma forma geral – receberam o novo restaurante muito bem. Logo era possível

Breno, Dedé e Leopoldo. Os irmãos Gama reunidos no Maria Antonieta, mais novo empreendimento da família.

23


FOTO: ARMANDO ARTONI


NANÁ VASCONCELOS Aclamado pela mídia estrangeira e conhecido pela nata cultural, o percussionista mais famoso do mundo é nosso e com muito orgulho! Naná vasconcelos é natural de Sítio Novo, Olinda, e foi aqui, que ele começou a traçar seus primeiros passos com a percussão. Por Ana Paula Bernardes

25


FOTO: CLAUDIO BARRETO

CaPa |naná VasConCelos

“Eu sou um Brasil que o Brasil não conhece” Aclamado pela mídia estrangeira e conhecido pela nata cultural, o percussionista mais famoso do mundo é nosso e com muito orgulho! Naná vasconcelos é natural de Sítio Novo, Olinda, e foi aqui, que ele começou a traçar seus primeiros passos com a percussão. Casado, pai de duas filhas, carrega na bagagem a riqueza de já ter tocado com músicos como Egberto Gismonti , B.B. King, Pat Mathene, Don Cherry, Colin Walcott, Jean-luc Ponty e de ter composto trilhas para filmes como “Down by law”, de Jim Jarmush, e também outros filmes nacionais. Em meio a tibetanos, mulçumanos, tocando free jazz, new age, aprendeu sua maior lição. “ Aprendi a ouvir e isto é a coisa mais importante para o músico. Até porque, música e músico são coisas diferentes, pois a música que o músico faz pode não ser bela, mas pode ser a melhor”, fez questão de ressaltar no início de sua entrevista. Naná é um autodidata e sua maior obstinação foi ser percussionista. Por isso tratou de aprender como se fazia e relembra com uma riqueza de detalhes incríveis, os momentos mais importantes de sua trajetória. O músico conta que tudo começou aos 12 anos. “ Eu sempre 26

����� ��������

quis ser músico. Aperreei tanto meu pai, que já tocava na sede dos Batutas de São José, que ele me levou para tocar com ele. Só que, para isso, tive que pedir uma autorização no Juizado de Menores, porque naquela época, criança era criança e isso não era admitido. Mas consegui. Saía de casa em Sítio Novo todos os dias, ia tocar com ele e só voltava às 4h30. Vivi a noite e nela aprendi muita coisa. Até que meu pai veio a falecer. Daí decidi que não voltava mais naquele lugar”, relembra. Depois disso, houve o convite da Banda Municipal do Recife, onde seu pai também tocava, para que Naná pudesse preencher o espaço deixado por ele. Foi aí que o músico comprou sua primeira bateria, à prestação, e começou a estudar o instrumento sozinho. “Coloquei a bateria no camarim de lá e durante um ano estudei sem ninguém saber. Até que teve o 1º Festival da Bossa Nova do Recife e virei então o melhor baterista da época. E aí, lembrei do meu início que foi tocando para a dança. E gostaria de dizer que esta foi minha grande escola. Porque nada se compara a fazer o povo dançar e tirar a poeira do tapete”, destaca Naná. Quem convive com Naná, sabe que ele sempre arranja tempo e um novo modo para expressar sua arte. E isto é desde o início, já


que o músico adorava tocar instrumentos, um tanto quanto inusitados como caçarolas, penicos, panelas, bacias, entre outros. E foi com esta sonorização que ele diz que começou a se identificar com a arte. Ele também não só afirma, como confirma, que a música está em todos os lugares. “ A música não é disciplina. Vai do silêncio ao grito. Faz sorrir, faz chorar, meditar. Das artes é a mais imediata, pois nasce com os sentimentos”, declara o músico. No final da década de 60 começavam os famosos festivais da música. Um deles, O Brasil Canta o Rio, a música que iria representar Pernambuco era de Capiba e, naturalmente, o festival daria passagem ao intérprete. Naná não hesitou em ir à casa de Capiba para convencêlo de que ninguém ia conseguir fazer isto lá, mas ele sim. Naná então pediu uma licença no seu trabalho da Prefeitura e partiu para o Rio. Não sabia ele que ali seria dado o grande pontapé da sua vida. Naná não voltaria para sua terra natal nos 20 anos seguintes. Quando lá chegou fez logo amizade com Milton Nascimento, numa época em que todo mundo era Bossa Nova. Naná então virou arranjador percussivo para as músicas dele, conhecendo outros artistas como Gilberto Gil, Geraldo Azevedo e Geraldo Vandré, entre outros nomes. Neste período, ele também conheceu o ritmo de vida de um

músico. “É engraçado mas eu nunca procurei trabalho. De repente vem e eu escolho o que quero fazer. O tempo não está passando. Ele está lá na dele. Nós é que estamos passando muito rapidamente”, reflete. Logo em seguida o saxofonista argentino Gato Barbieri, autor da trilha do longa” Último Tango em Paris”, viu seu trabalho e o convidou para ir à Argentina com ele. Convite que depois foi estendido para seguir a turnê pelos Estados Unidos e Europa. Tocou com nomes do jazz mundial, mas viu que não se parecia com eles e, ao final da turnê, ficou em Paris. Nesta época, que ele também retrata com específicos detalhes, morou com Glauber Rocha, num apartamento visitado por grandes artistas. “A casa estava sempre cheia. Conheci o Marlon Brando e tantos outros artistas, nomes da música... Todo mundo queria beijar o pé do santo e pedir opinião ao Glauber. Foi nesta época que fiz meu primeiro disco solo”. Este trabalho deu uma visibilidade totalmente diferente da que Naná esperava, não imaginando ele que sua música também fosse servir ali, para um projeto terapêutico de um psiquiatra francês, exigindo a fixação de seu endereço em Paris. “ Eu tive que fixar minha residência e consegui ajudar a cuidar daquelas crianças que tinham problemas de saúde, através da minha música. Elas ficaram fascinadas 27


FOTO: JOÃO ROGÉRIO

CaPa |naná VasConCelos

e mostrei pela primeira vez como se faz música com os sentidos. O primeiro instrumento é a sua voz, depois é o seu corpo e depois vem o silêncio, que é a música mais difícil de fazer, mas que também é possível fazer”, explica.

capoeira. Mas aí, fui chamado para a peça ‘Memórias de Dois Contadores’, de Teca Calazans, Geraldo Azevedo e Marcelo Melo, tocando berimbau para esta obra que relatava a riqueza folclórica daqui. Então foi como uma missão espiritual. Vi os solos do berimbau e, depois desta peça, fui mostrar isso ao mundo, pensando em vários tipos de som”.

A questão dos sentidos deu tanto significado ao trabalho de Naná, que ele pensou em fazer um disco utilizando esta temática. Imaginou então a chegada do primeiro navio negreiro no Brasil e inseriu a música neste contexto, nascendo então o disco “África Deus”, um trabalho que enfatiza a presença da natureza e da sonorização de seus elementos. Quando o trabalho estava finalizado surgiu a ideia de voltar ao Recife, coincidindo com a volta dos exilados Gil e Caetano da Europa. “ Eu quebrei a cara, pois ninguém estava interessado naquele tipo de trabalho que eu fazia. Eu sofri, porque fiz coisas que só eu faço. Daí voltei para Paris, depois passei um tempo em Nova Iorque e montei um concerto de percussão. Algo dificílimo com o berimbau, usando minha voz e mostrando a riqueza do folclore. Mas dali em diante vi que era isso que eu queria fazer”. O berimbau, como sua marca registrada, possui um misto tanto de religiosidade como de transformação. “ Antes, o berimbau não era instrumento, porque todo mundo só lembrava dele pela 28

����� ��������

possível”, destaca.

Naná relembra também que a sua volta definitivapara o Brasil foi quando ajudou a montar o 1º Percpan, em Salvador, fato este mudou o paradigma da cultura dos maracatus: num feito inédito, aclamado pela crítica, uniu pioneiramente todas as vertentes de Maracatu. “ A minha vida sempre foi de desafios, pois imagina conseguir unir esse pessoal todo? Desafio para saber quem pode tocar ao lado de quem e ser o representante de todos eles. Isto foi um pontapé para o que se vê hoje com mulheres tocando, sendo maestrina de Maracatu, crianças tocando, gente de outras classes dentro das comunidades, os grupos com senso de show, desenvolvendo trabalho social. Antes dis so, não era

Ousadia ou não, o fato é que desafios como este, reforçaram de fato, o que é a identidade de Naná e o que ele sempre quis mostrar para o mundo, guiado, como o artista faz questão de ressaltar, pela sua intuição particular. “ Eu aprendi muita coisa sozinho, metendo


FOTO: ARMANDO ARTONI

“A música não é disciplina. Vai do silêncio ao grito. Faz sorrir, faz chorar, meditar. Das artes é a mais imediata, pois nasce com os sentimentos” a cabeça, mas tenho técnicas. Sou guiado pela minha intuição. Ela é mentora de todos os meus momentos. Ela já estava lá, desde quando decidi não tocar mais nos Batutas de São José quando meu pai faleceu, mesmo quando fui morar fora. O tempo todo sou guiado por ela”, explica. Por 12 anos consecutivos realizou a abertura do carnaval recifense, mas neste ano, foi um dos homenageados da grande festa, fato que lhe encheu de orgulho. “Recebi com gratificação. A causa tem uma importância ainda maior por ter recebido a homenagem em vida. Isso tem um sabor diferente. Ganhei tantos títulos lá fora, o Grammy e tantos outros, mas, vi sinceridade nesta lembrança. Comecei a chorar quando soube, pois não escondo minhas emoções. Os maracatus também me homenagearam. Foi tudo muito forte. Foi um ano diferente, sem dúvida”, relatou. Seu próximo trabalho, a ser lançado nos meses de abril e maio, o CD “Quatro Elementos”, confirma um Naná além de seu tempo. Conversando com ele, conhecemos um artista que pouca gente sabe, mas que se traduz numa brava inquietude. “ Já cantei sobre várias coisas mas é verdade, sou um inquieto pesquisador. Realmente estou inconformado com a mesmice. Eu sempre penso que não sei e por isso, quero me expressar sempre através da música. E sei também que sou um Brasil que o Brasil não conhece”. Questionado sobre o que ainda falta produzir, Naná é de um positivismo brilhante. “Agora é que ta começando. Quero morrer jovem, o mais tarde possível. Meu desejo atual é de juntar o povo brasileiro, nesta grande mistura que somos nós. Gostaria de reunir quilombolas, indígenas e miscigenados para abertura da Copa do Mundo, mostrando ao mundo, com muito orgulho, o que é a raça brasileira”, declarou.

Prêmios

Oito Grammys – o último em 2011, Melhor Álbum de Raízes Brasileiras-Regional Nativa, com Sinfonia e Batuques, pela Azul Music, 2010; Sete vezes eleito Melhor Instrumentista do Mundo pela revista Dowbeat.

Discografia

• Trilhas (2006) • Chegada - Azul Music/Fábrica Estúdios(2005) • Minha Loa - Fábrica Estúdios (2002) •Isso vai dar repercussão - Elo Music/Boitatá (2004) com Itamar Assumpção • No tempo da bossa nova (1997) • Storytelling (1995) • If you look far enough (1993) • Lester (1990) • Vernal equinox (1990) • Rain dance (1989) • Bush dance (1986) • Duas vozes (1984) • Zumbi (1983) • Codona vol 3 (1983) • Codona vol 2 (1982) • Codona vol 1 (1979) • Saudades (1979) • Kundalini (1978) • Sol do meio-dia (1977) • Dança das cabeças (1976) • Amazonas (1973) • Africadeus (1972) • Sinfonia & Batuques (2011) • Quatro Elementos( será lançado neste semestre) 29


Cultura

Galeria Ranulpho COMEMORA 45 ANOS E LANÇA LIVRO SOBRE VICENTE DO REGO MONTEIRO Por Daniele Gusmão

Esbanjando vitalidade, o marchand Carlos Ranulpho, aos 84 anos, continua cultivando sonhos. E o melhor: colhendo realizações. Recentemente, festejou dois tentos. Ao mesmo tempo em que comemorou os 45 anos de sua galeria de arte, comandou o lançamento do livro Vicente do Rego Monteiro: olhar sobre a década de 1960, um projeto que lhe consumiu anos de trabalho árduo. O projeto teve incentivo do Ministério da Cultura através da lei Rouanet e patrocínios do Armazém Coral e da Chesf. A publicação em formato de luxo, com projeto gráfico de Gisela Abad e impressão da Gráfica Santa Marta, foi organizada por Jacob Klintowintz, respeitado crítico e autor de mais de 130 livros de arte. O livro reúne 198 reproduções de telas de Vicente, além de depoimentos, cartas, fotografias e uma cronologia assinada por leonardo Dantas Silva. Durante todo o mês de março, alguns quadros do artista estarão em exposição na Galeria Ranulpho, incluindo quatro grandes telas datadas da década de 60, que estarão à venda. Para ilustrar o evento, uma montagem com informações sobre sua vida e obra de Vicente. Até o fim de março, na Galeria Ranulpho, o livro vicente do Rego Monteiro: olhar sobre a década de 60 estará sendo vendido com preço promocional de R$ 100. Depois, a publicação poderá ser encontrada nas livrarias por R$ 150. A obra será lançada também em São Paulo e Belo Horizonte.

Marchand Carlos Ranulpho Foto: Lulu Pinheiro 30

����� ��������


VICENTE NA DÉCADA DE 60

GALERIA RANULPHO

Vicente do Rego Monteiro

“Já foram feitos vários livros sobre vicente do Rego Monteiro, mas a maioria com foco em seu trabalho nas décadas de 20 e 30, quando ele morou em Paris e até expôs com Picasso. A década de 60, fase em que o pintor voltou a morar em Pernambuco, foi pouco explorada e valorizada.” explica Ranulpho, que foi seu marchand justamente nesta época e conhece intimamente a fase tardia do pintor pernambucano, falecido em 1970. Com o objetivo de corrigir essa falha na historiografia da arte brasileira e provar que a última década de vida do artista foi muito importante para sua obra, o galerista se empenhou durante anos em um minucioso trabalho de pesquisa. vasculhou cartas, lembranças, fotografias e rastreou o destino e endereço de várias obras assinadas por Vicente e datadas no seus últimos dez anos de vida. O resultado é um sofisticado livro de capa dura, além de páginas fartamente ilustradas por reproduções de obras e recheadas com confissões, fatos e narrativas preciosos.

O marchand Carlos Ranulpho é um comerciante visionário e apaixonado por artes plásticas. Natural de Recife, Carlos Ranulfo Albuquerque, estudou até os 15 anos para se dedicar ao trabalho, ajudando a sustentar sua família. Durante 20 anos teve destaque no comércio de joias. Em 1968, um artista fez um pedido para expor neste ambiente algumas de suas pinturas. O sucesso foi tanto que sua antiga loja de jóias passou a ser palco de grandes exposições. E foi assim que surgiu em 1968 a primeira Galeria profissional no Recife, num pequeno espaço na Rua da Aurora ao lado do Rio Capibaribe, batizada de Galeria Ranulpho em homenagem ao artista e pai J.Ranulpho. Atualmente, a Galeria funciona em casarão secular no Bairro do Recife, na Rua do Bom Jesus. Desde então a Galeria Ranulpho se tornou uma referência em artes plásticas, movimentando o mercado de arte de Pernambuco e representando artistas exponenciais do estado, como Wellington Virgolino e Lula Cardoso Ayres.

Em Vicente do Rego Monteiro: olhar sobre a década de 60, depoimentos do próprio Ranulpho, da companheira pernambucana Crisolita Pontual, com quem o artista plástico teve três filhos, e do amigo e colega Fernando Barreto. O livro reúne ainda reproduções de cartas trocadas entre o artista e o marchand. 31



Muito mais que academia, a Santé é um complexo de saúde dedicado ao corpo e à beleza.

santeclub.com.br

Av. Domingos Ferreira, 2312 Boa Viagem | Recife | PE 81 3328 2104 | 3033 2468


Foto: Raffael Espiúca

entretenimento

GARANHUNS

JAZZ FESTIVAL CONQUISTA PÚBLICO E CONSOLIDA SEU ESPAÇO

34

����� ��������


Por Anna Katia Cavalcanti

Aproximadamente cinco mil pessoas por noite compareceram aos shows da Praça Guadalajara (palco Ronildo Maia Leite) durante os quatro dias de evento, público 50% maior do que o de 2012. Além disso, se antes os expectadores eram, em sua maioria, pessoas de meiaidade, nesta edição os jovens com média de 20 anos responderam por, pelo menos, metade do público. O fato pode ser um reflexo do grande número de ídolos pop ou de rock que mostraram seu lado bluseiro em Garanhuns. Kiko Loureiro (Angra), Tico Santa Cruz (Detonautas),

foto: Hélida Carvalho

Criado como uma alternativa para quem quer outra opção em relação ao Carnaval de Pernambuco, o Garanhuns Jazz Festival (GJF) encerrou sua 6ª edição consolidado como um dos melhores festivais do gênero no país. Com uma programação totalmente gratuita, o evento transformou Garanhuns, no Agreste pernambucano, na capital do jazz entre os dias 9 e 12 de fevereiro. Ao todo, foram mais de 20 shows e diversas oficinas musicais para crianças e adultos.

Delicatessen - a banda de jazz gaúcha recria padrões de jazz americanos em versões que passam pela música brasileira, especialmente a bossa nova. É formada por Ana Krüger no vocal, Carlos Badia no violão, Nico Bueno no baixo e Mano Gomes na bateria.

35


fotos: Hélida Carvalho

entretenimento

Diva do jazz brasileiro, Taryn fez um show inesquecível no GJF. Seu som inclui vertentes como o soul e o rock clássico.

George Israel (Kid Abelha), Rodrigo Santos (Barão Vermelho) e Andreas Kisser foram algumas das atrações mais aguardadas. E, como não poderia deixar de ser, as bandas pernambucanas também receberam destaque no GJF. Além de tocar no palco principal, os músicos locais contaram um polo exclusivo no parque Ruben Van Der Linden, que tradicionalmente funciona como uma espécie de vitrine para os artistas garanhuenses. A tarefa de compor a eclética programação coube a Giovanni Papaleo, músico e produtor do evento. “Recebi milhares de solicitações de bandas interessadas em participar do festival. Foi um trabalho minucioso, que exigiu muito comprometimento. Mas valeu a pena. O festival foi um sucesso”, comemora.

Projeto Batuque – O grupo garanhuense formado por jovens que trabalham exclusivamente com instrumentos percussivos, buscando ritmos pernambucanos como coco, afoxé, ciranda, maculelê e maracatu, abriu a terceira noite do festival.

O sucesso é realmente indiscutível. Por isso, o prefeito de Garanhuns Izaías Régis anunciou que o festival ganhará um palco no tradicional Festival de Inverno já este ano. Ele também planeja algumas novidades para 2014. “Queremos o evento com mais polos, além de outros estilos musicais, como, por exemplo, a bossa nova”, diz. Garanhuns montou uma megaestrutura para garantir o conforto e a segurança das pessoas que assistiram aos shows. Não há índices de violência registrada no município durante o evento. O Garanhuns Jazz Festival é uma realização da Prefeitura de Garanhuns, com produção de Giovanni Papaleo e Mono Produções Artísticas.

George Israel e Rodrigo Santos – os dois foram os responsáveis por um dos shows mais aguardados e animados do festival.

36

����� ��������

Fotos: Raffael Espiúca e Fernando Henrique Espiúca


Tia Carroll – é atualmente uma das principais cantoras de soul-blues dos Estados Unidos e fez um belo show ao lado da Igor Prado Band, banda brasileira de blues mais bem sucedida no exterior.

Sol Alac – responsável por um show inédito e diferente de tudo já visto no festival. Sol, que é argentina, mistura tangos, bossas e jazz em sua música. Durante o GJF a cantora apresentou o seu primeiro álbum, “La Luz de Mis Ojos”, gravado em 2011.

Tico Santa Cruz - vocalista da banda Detonautas Roque Clube. Durante o festival, Tico comandou uma homenagem a Celso Blues Boy, falecido em 2012, ao lado de convidados especiais.

37



TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

AndrĂŠa Calabria

Romero Duarte

www.acarneirohome.com.br acarneiro home


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

Andréa Calabria Formada em arquitetura e urbanismo pela UFPE em 1997, nossa entrevistada se confessa apaixonada por todo tipo de projeto, mas destaca sua admiração por design de interiores. O início de sua vida profissional foi acompanhando grandes nomes da arquitetura local, como Roberto Holanda, lourival Costa e o antigo escritório J I P. Em sua trajetória já viajou por vários países, obtendo premiações por vários de seus projetos que ganharam concursos, tanto pelo Núcleo de Arquitetura quanto pelo NOVO, incluindo a viagem à Escandinávia, com a premiação pelo seu projeto da Casa vermelha, idealizado para uma família da cidade de Surubim, interior do Estado. No ano passado ganhou o prêmio International Property Awards America, em londres. E foi falando sobre ele que começamos esta entrevista.

“Embora já tenha ganho outros prêmios, ganhar o International Property Awards America, em Londres, teve um peso maior”. Por Ana Paula Bernardes

Como foi receber este prêmio e qual a importância dele para sua carreira? É sempre muito importante ganhar um prêmio, ainda mais de natureza internacional. Recebi um telefonema com a indicação e transformei um projeto que eu tinha todo, com detalhes, num caderno e mandei para eles. Em seguida recebi a indicação para a seleção Brasil e lá fiquei sabendo que ganhei também na categoria Américas, representando a América Central e do Sul. O projeto foi uma cobertura do edifício Porto Banus, localizado na Avenida Boa Viagem e ganhou na categoria Best Interior Design Private Residence. Eu já tinha ganho outros prêmios, mas este sim tem peso maior. O que simboliza a arquitetura para você? A arquitetura principalmente a área de peso aqui do escritório que é a de interior design, na minha opinião, simboliza a realização de tudo aquilo que seu cliente idealiza. É algo muito ligado ao cliente. Você tem sua base, sua técnica, é o seu desenho que está lá, mas é importante você captar não só o que o cliente quer, mas sim o que ele é. Isso porque, às vezes, o cliente não sabe dizer porque não gostou de um projeto que você se dedicou, caprichou...mas simplesmente porque ele não se vê ali naquele projeto. Não adianta fazer algo que ele não esteja ali. Por isso é preciso interagir, captar e conhecer 40

����� ��������

o cliente. Arquitetura é isto. Tem coisas importantes para o cliente que você não pode dizer não, afinal a casa é daquela pessoa. A gente tem que primar pela estética, mas é a alma daquela pessoa que deve estar presente no projeto. Quando conseguimos atingir isto, são as ambientações que mais têm sucesso. O proprietário vai ter prazer em receber, em mostrar aquele projeto. E daí você vai construindo seu repertório, trabalhando muito até chegar à sua identidade. Qual o principal desafio de um projeto? O principal desafio é você equalizar esta equação: como é o cliente, desvendar isto para quando ele entrar dentro do lar, ele se sentir confortável. Isto é fundamental. Tudo começa com o layout. A partir daí você vai para os detalhes. Cada um tem suas características. Se não, seriam cópias. Já pensou? Todos os projetos seriam iguais. O cliente é quem vai fazer a diferença. Ele é o desafio. Qual projeto marcou sua trajetória? Cada projeto é um novo projeto. É um desafio. O que marca é sempre o projeto daquele momento. Quais são as maiores influências do seu trabalho? Para construir meu repertório, tive que passar por alguns


Projeto Casa Vermelha, rendeu à arquiteta uma viagem à Escandinávia como prêmio

Foto: Rogério Maranhão

Foto: Marcelo Marona

Sala de jantar rica em detalhes de apartamento no Edifício 5ª Avenida

41


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

Cobertura Puerto Banus recebeu o International Property Awards America

escritórios. Comecei a trabalhar assim que entrei na faculdade, com 18 anos. Cada escritório, cada arquiteto com quem convivi faz parte do que sou hoje. Além das viagens que fiz. Tudo isto é uma soma na sua vida. O Nordeste se tornou a “menina dos olhos” do País e Pernambuco, com todos os seus projetos estruturadores e fábricas se instalando na Região, deu outros ares à arquitetura local. Como você vê isto? Vejo isto de uma forma excelente. O Nordeste sempre sofreu preconceito e foi renegado. O mercado com todas essas mudanças deu uma movimentada. Várias pessoas agora vão precisar de um arquiteto. Quanto mais os espaços diminuem, mas você tem necessidade de um arquiteto. As leis de ocupação agora também estão mais rigorosas e outras áreas de ocupação estão surgindo. Isto é ótimo. 42

����� ��������

O que falta Andréa Calabria projetar? Acho que gostaria de projetar um templo. Não precisa ter religião, o que importa mesmo é o simbolismo. Isto porque a arquitetura naturalmente já emociona. Então acho que gostaria de poder linkar este simbolismo à arquitetura. E o que a loja A. Carneiro Home representa para seus trabalhos? A A.Carneiro tem um grande mix ,de produtos e de qualidade. Acho importante quando o fornecedor também pode oferecer o atrativo dos seus produtos, qualidade no atendimento na venda e também o pós-venda. E daí você pode confiar e indicar para seu cliente. Isto sim é parceria. Sempre tive este respaldo com a equipe da A. Carneiro e acho isso fundamental.


Fotos: Marcelo Marona

Panor창mica da cobertura do Puerto Banus

43


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

Romero Duarte Formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco em 1989, Romero Duarte é um dos destaques da arquitetura nesta edição da revista. Em nossa entrevista falamos sobre a realidade atual do segmento e conhecemos mais um pouco do nosso entrevistado.

“O conceito que nós temos de arquitetura é traduzir beleza e função”

Por Ana Paula Bernardes

O que simboliza para você a arquitetura em geral? O conceito que nós temos de arquitetura é traduzir beleza e função, aliados a custo e ao momento em que se está vivendo; sem deixar, é claro, de projetar isto para o futuro. Simboliza também conseguir antecipar alguma tendência. Qual o principal desafio de um projeto? Acho que hoje o principal desafio é que Pernambuco vive um momento diferenciado. Hoje você tem um perfil de cliente diversificado, tanto o local, quanto o que vem de fora. Estar traduzindo desejos diferentes, expectativas que não são locais e você tem que pensar de forma bem mais ampla. Ao mesmo tempo que abre a concepção de projeto bem

44

����� ��������


diferenciado. Começa a haver repaginações novas para os produtos já existentes, junto à velocidade que o mercado possui. Na realidade a velocidade interfere muito mais na responsabilidade de criar um projeto que não seja meramente tradução do modismo. É uma das maiores responsabilidades nesta nova dinâmica de mercado. Qual projeto marcou sua trajetória? Cada projeto tem um impacto diferente. Desde apartamentos decorados, locais pequenos de clientes que estão começando a vida, pessoas que têm mais de uma casa,etc. Eu digo sempre que cada projeto no momento em que está aqui conosco, é nosso maior desafio. É justamente neste momento que vamos surpreender o cliente,

principalmente com as novas exigências do mercado, do conhecimento dos clientes, isso tudo força a gente a se superar. O nosso trabalho é um contínuo exercício de crítica e correção em busca da superação de cada projeto. Quais são as maiores influências hoje no seu trabalho? Grande parte dos arquitetos pernambucanos sofreu influência direta ou não de Janete Costa. Mas o que é interessante é justamente a forma que cada um tem de traduzir isto. Temos influência também da Escola Moderna, mas há uma leitura internacional do trabalho e todo toque regional que a gente também coloque no projeto, ele passa a ter caráter internacional, já que passa a destacar nossa cultura. 45


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

O Nordeste se tornou a “menina dos olhos” do resto do País e Pernambuco, com todos os seus projetos estruturadores, além de fábricas se instalando na Região, também deu outros ares à arquitetura. Como você vê isto? vejo como uma grande janela de oportunidades para profissionais de todas as áreas, não só em arquitetura. Hoje a gente vê novos fornecedores se instalando na cidade, produtos que antes eram difíceis de estar ao nosso alcance, hoje estão acessíveis e isto interfere diretamente na nossa produção, ampliando as possibilidades de acabamento e como solução de projeto. Isto somado a expectativas diferentes de clientes fugindo do convencional. Isto é bom para a gente. É aí que temos que forçar a capacidade produtiva do escritório e de todos os demais envolvidos no projeto. Devemos aproveitar este momento para desenvolver a mão de obra qualificada. Mesmo com uma carreira de sucesso, o que falta Romero Duarte projetar? Eu não penso nisso. Para a gente que atua em tantas áreas, eu acredito que o projeto diferente venha a surgir naturalmente. Eu diria que por um bom tempo, em função do próprio mercado ter se desenvolvido verticalmente, a grande vontade seria a gente conseguir desenvolver uma arquitetura urbana verdadeiramente pernambucana, que é a horizontal. Da década de 80 para cá se parou de fazer casa e é uma arquitetura bacana e diferenciada, com resultados que marcam o espaço urbano. Isto seria um projeto bacana. O que representa a A. Carneiro Home para seu trabalho? A loja é uma grande parceira, tanto nos seus produtos carros-chefes, como os tapetes e tecidos, mas também com os seus profissionais.

Fotos: Rogério Maranhão

46

����� ��������


47


Conceito e soluções em área externa


*81 3465 4128 Av. Conselheiro Aguiar, 2394 Boa Viagem Recife/PE CEP: 51.020-020 artgardenmoveis


Terra

SOCIAL

Por Izabelle Rino

Fotos: Camila Pessoa

EVENTO TERRA MAGAZINE O ano de 2013 começou com o pé direito para a revista Terra Magazine. O Restaurante Mingus, um dos lugares mais tradicionais e refinados da cidade, com uma gastronomia ímpar, recebeu o coquetel de lançamento da nossa edição de número 21. A empresária Carla Bensoussan, capa da edição, personalidade que dispensa apresentações, também participou do evento, distribuindo simpatia e ciceroneando os ilustres convidados. Antônio Lavareda, Carla Benssousan, Janguiê Diniz, Roberto Bitú, Rildo Saraiva, André Rio e Claudio Barreto

Bruno, Carmo e Claudio Barreto

Claudio Barreto e Nicola Sultanum

50

Flavio Chaves, Aline Leite, Marilia Santos, Claudio Barreto, Eulália e Cristiano Guinho

Sheila, José Augusto Carneiro e André Rio

Alfredo Fraga,Guilherme Eustaquio, Valdejane Moraes e Ricarco Albuquerque

Carla Bensoussan,Izabelle Rino,Marcia Nejaim e Claudio Barreto

Louise Vas e Catherine Vasconcelos

Juliana Cavalcanti e Claudio Barreto

TERRA MAGAZINE

Guilherme Farias e Júlia Costa

Lailson Cavalcanti e Beth Araruna

Denise Tinoco, Izabelle Rino e Jamine Tinoco

Thais Sulzbach, Fernanda Mossumez, André Dutra e André Carício


Terra SOCIAL

O sonho de Ranulpho Feliz, como quem realizou um sonho alimentado por muitos anos. Foi assim que o marchand Carlos Ranulpho, de 85 anos, recebeu os convidados e amigos na comemoração dos 45 anos de sua Galeria de Arte. Ao lado de Ari Joaquim do Rego Monteiro, filho do artista pernambucano, e do crítico Jacob Klintowintz, que assina a publicação de luxo, o marchand comandou o lançamento do livro Vicente do Rego Monteiro: Olhar sobre a década de 1960. “Lançar esse livro dá a sensação de dever cumprido. Essa publicação resgata duas décadas esquecidas da obra e da vida de Vicente”, repetia Ranulpho aos seus convidados. Carlos Ranulpho e Ari do Rego Monteiro, filho de Vicente

O entra e sai foi grande na Galeria Ranulpho, por onde passaram mais de 150 convidados. Do secretário da Copa, Ricardo Leitão, ao colecionador João Marinho, muita gente compareceu ao evento. Sabrina Barbosa, que tem algumas obras de seu acervo particular reproduzidas no livro, foi à noite de lançamento com os pais, Socorro e Amadeu Barbosa. Ainda entre os que prestigiaram o evento, Sérgio Moury Fernandes, Dilton da Conti, Daniel Coelho, Vera Brennand e Marcos Queiroz, Pragana e Ferreira. Entre os detalhes que chamaram atenção, um grande bolo de frutas, assinado por Mana Asfora, onde foi reproduzida a capa do livro e o convite dos 45 anos da Galeria.

Dilton da Conti e Carlos Ranulpho Albuquerque

Socorro Barbosa, Marion Maranhão e Flora Lima

Eduarda e Pedro Eurico

Bruna e Ricardo Pessoa de Queiroz

Lubella comemora aniversário e Dia da Mulher em grande estilo Isabella Salles comemora o Dia da Mulher e o primeiro aniversário da loja. Não faltaram comidinhas e muita champagne para animar os presentes, que aproveitaram para conferir as tendências em bijoux e a primeira parte da coleção de Inverno 2013. Bella Sales, Lucita Cataxo, Cidinha Cavalcanti, Lívia Melo, Stela Simon, Mônica Maciel e Marlene Mâcedo

As blogueira Dany e Ciça

Carolina Paranhos e Bella Sales

Bella Sales e Christina Gondim

Bella Sales e Fátima Gayoso

51


Terra

SOCIAL

Por Izabelle Rino

CAMAROTE GLOBELEZA FEZ A “VIAGEM AO MUNDO DAS INVENÇÕES”

Claudia e Iuri Leite, Tv Globo NE

Entrada do Governador Eduardo e Renata Campos recebidos por Celso e Georigina Coli

Andrea, mulher de Giovanni, da Adeládio Paredes, da Tv Globo e Dragão no melhor estilo fashion. Wagner Mendes, da Bem-te-vi

Fernando e SocorroTenório, Bradesco

As invenções que revolucionaram a humanidade inspiraram a decoração do camarote da Rede Globo Nordeste no desfile do Galo da Madrugada. Estruturado na Praça da Independência, em pleno coração da cidade, o Camarote Globeleza 2013 tem como tema “Viagem ao mundo das invenções”, que nos remete ao início das descobertas tecnológicas que iniciaram a mudança global desde os princípios do século XX. Nunca se inventou tanto em tão pouco tempo.

Suzy Nogueira e Carlos Raphael, Schin Folia

A famiília do diretor da Globo SP, Carlos Henrique, na folia do Galo

CAMAROTE OFICIAL DO GALO DA MADRUGADA Pernambuco amanheceu em festa no Sábado de Zé Pereira (09/02) com o Galo da Madrugada celebrando o Dia do Frevo. Às 9h em ponto, fogos de artifício anunciaram a saída do 36º desfile da agremiação que é símbolo do Carnaval pernambucano. Neste ano, o maior bloco do mundo percorreu cinco quilômetros pelas ruas de quatro bairros do centro do Recife com o tema “O Rio São Francisco deságua no mar do frevo”, festejando o rio que desempenha um relevante papel na integração e desenvolvimento do Nordeste. No Camarote Oficial, os colunáveis do Recife marcaram presença. As comidinhas para repor as energias ficaram por conta do La Cousine, de Sophia Lins.

Alexandre Cisneiros e Sabrina Antunes Flaviana Oliveira e Mariana Cadena

Sofia Lins, Carol Sá Leitão e Fabiano Reis

Tomé Dias e Cristiane Dias

52

TERRA MAGAZINE

Guilherme Menezes e Daniela Ribeiro

Alexandre Nader e Armando Pugliese


Terra SOCIAL

QG da Skol - Camarote Carnaval Recife Antigo Um dos point mais badalados da folia pernambucana, o Camarote Carnaval Recife Antigo foi o QG da folia no Recife durante os dias de festa. Localizado no suntuoso e imponente casarão do século XIX, o espaço foi idealizado pela promoter pernambucana Carla Bensoussan, que assinou produção impecável. O palacete possui uma visão privilegiada para o principal palco das atrações promovidas pela Prefeitura do Recife - além de ser local mais charmoso da cidade - o Marco Zero. Erik Marmo e namorada

Rafael cardoso e namorada

Fotos: Gleyson Ramos

Sergio Marone e Marcos Garcia

Léo Jaime

Leonardo e Maria Gadu

Alexandre Slaviero

Gabriel Pensador

Baile dos Artistas se consolida como um dos mais prestigiados pela sociedade pernambucana Sob o comando dos carnavalescos Zezo Pessoa e Fátima Pessoa e da empresária Maria do Céu, a 35ª edição do Baile dos Artistas ocorrida no dia 25 de janeiro deste ano arrastou um público eclético para o Clube Português e podemos dizer que se consolidou como o mais prestigiado pela sociedade e classe política e artística do estado.

Cristina Mello, Geraldo Julio, Maria do Céu, Renata Campos, Eduardo Campos e Zezo

Jarbas e Meyrielle Abrantes

Guilherme e Rômulo Menezes e André Correia

Eduardo Pitanga, Zé Maria, Andréa Mendonça e Ana Claudia

Cezzinha com Ronan Drummond e Simone

Karynna Spinelli e Roberta Jungmann

Marcos Sales, Cecília Ramos, Miguel Braga e Ana Claudia Pessoa

Andréa Albuquerque e Ivanildo Figueiredo

Sandra e Janguiê Diniz, Valdejane Moraes e Ricardo Albuquerque

Paula Meira

Sheila e João Alberto

53


Terra

SOCIAL

Por Izabelle Rino

Top DJ se apresentou no Recife na prévia eletrônica do Carnaval O top DJ holandês se apresentou por 2 horas. Cheio de carisma e set list empolgante, o DJ incendiou a pista da casa – por quase duas horas de apresentação – com hits que foram de Gagnan Style (Psy) e Titanium (David Guetta) a onipresente Don’t Worry Child (Swedish House).

Lucas Costa e Igor Numeriano

Kayky Brito, Juliana Cavalcanti e Ronny Kriwat

Daniel Asfora

DJ Hardwell

João Marinho e Natalia Lopes

José Pinteiro, Teto marinho, Aníbal Pinteiro e Pedro Marinho

Joao Henrique Campos e Lara Santana

Gabriela Maranhão

We Pick Tour aterrissa na DSH Durante um bate-papo super descontraído as blogueiras Mica Rocha e Lelê Saddi, do We Pick, trocaram ideias e dicas de moda no dia 12 com Juliana Santos, da DSH, e Camila Coutinho, do Garotas Estúpidas, enquanto um público atento, formado pelas mulheres mais antenadas do Recife, ouvia a tudo ávido por absorver as informações repassadas.

Fotos Paloma Amorim

O evento é a primeira parada do We Pick Tour, no qual Mica e Lelê vão rodar as capitais do País com o objetivo de apresentar o blog a quem ainda não o conhece. Recife foi a escolhida após um ensaio que Camila Coutinho fez para o We Pick e que está no ar na seção chamada Shooting, durante todo o mês de março. “E o melhor é que ainda vimos pra cá no aniversário da cidade e escolhemos a Dona Santa porque Ju Santos é uma super parceira nossa”, explica Mica Rocha.

54

Maria Paula Moreira, Vitória Pinteiro e Alexandra Pereira

TERRA MAGAZINE

Juliana Santos

Lelê Saddi, Ju Santos, Camila Coutinho e Mica Rocha


Terra SOCIAL

55






Fotos: Claudio Barreto

mOdA | Prata da Casa Athletic

a Versatilidade e a

neCessidade de

ViVer Bem! 60

����� ��������


Por Andréa Albuquerque

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. João Guimarães Rosa Bom seria que a vida nos trouxesse flores e amores! Que acordássemos dispostos, cheios de vida e que o céu estivesse brilhante e azul! Não tão quente nem tão frio! Tão bom seria se tivéssemos um corpo lindo, malhado e em forma! Mas que graça teria se não fosse saudável e se não fosse versátil? O bom seria viver, acordar e comer bem, ter uma rotina tranquila de alguém que se acha feliz! Bom seria conviver e interagir com pessoas, praticar uma atividade física, abandonar hábitos arcaicos e levar a vida adiante! Bom ouvir uma música boa, dançar e se exercitar, quem sabe até cantar! Bom mexer a alma, atrair o corpo e nele deixar se levar! Bom ter autoestima elevada, sorrir, falar e compartilhar! Crescer, trabalhar, entender e raciocinar, pensar e desejar tudo que há

de bom! Tudo como forma de levar uma vida melhor, porque somos responsáveis pelo que fazemos e construímos! Cada gesto, cada pessoa, cada movimento representa uma ação na vida! Partilhar atitudes, viver sonhos e desejos são coisas naturais. Pessoas boas nos levam a isso, atitudes e coragem nos transformam! O corpo e a mente devem andar juntos, porque a vida é versátil assim, como aliás já dizia Fernando Pessoa: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. A Prata da Casa Athletic incorpora uma marca ativa para a vida com muita versatilidade! Os produtos agregam valores tecnológicos! Os princípios e o conceito estão embasados nas coisas boas da vida! A ligação e os parâmetros buscam exemplos de pessoas que constroem, criam, exemplificam, dignificam e fazem arte!

É assim que se segue e se vive bem!

61


BELEZA | DORINNHAA STUDIO DE BELEZA

FOTOS DIVULGAÇÃO

62

����� ��������


Alongamento Great Lengths é garantia de segurança, beleza e naturalidade Profissionais do Dorinnhaa Studio de Beleza realizam o procedimento com maestria Por Milla Guedes

Considerado como uma das partes do corpo que mais passa por mudanças, o cabelo dá um enorme significado à construção da identidade pessoal. Entra e sai moda e os fios seguem passando por transformações: ora aparecem curtos, ora os longos ganham evidência. E, neste ritmo frenético surgem dúvidas sobre como acompanhar tantas variações em um breve espaço de tempo. Para seguir estas tendências, é necessário investir em serviços especializados a fim de garantir o resultado desejado.

química e somente cortar os cabelos em Templos Sagrados. Afinal, estes locais mantém a regra de prender as madeixas em forma de trança cortando-as na altura da nuca, conservando assim o sentido correto das mechas. “Este é um processo de qualidade fundamental, pois as escamas permanecem alinhadas evitando que os fios embaracem”, declara.

De acordo com os profissionais Dorinha Silva e Sérgio Melo, do Dorinnhaa Studio de Beleza, para quem deseja adquirir um cabelo longo e com aspecto natural, a novidade é o Great Lengths. “Trata-se de um método de alongamento no qual são utilizados fios indianos”, explica o especialista, enfatizando ainda que faz parte da tradição indiana não usar nenhuma

O diferencial deste procedimento também está na cor. Ela é homogênea devido ao processo de despigmentação do cabelo original, e pigmentação semelhante à tonalidade original da cliente, além disso, a aplicação é realizada sem a utilização de cola. “As mechas são unidas por meio de um aparelho de alta frequência onde polímeros de queratina são introduzidos aos fios naturais. O método é totalmente seguro, eficaz e resiste à piscina, praia e ao secador. Ótima opção para quem quer renovar o visual, mas sem descuidar da saúde capilar”, conclui Melo.

Serviço: Dorinnhaa Studio de Beleza Av. Conselheiro Aguiar, nº 242 - Boa Viagem | Recife/PE (81) 3465.5183

RioMar Shopping - Boa Viagem | Recife/PE (81) 3327.1501 www.dorinnhaa.com.br | www.facebook.com/dorinnhaa www.instagram.com/dorinnhaa

63




BELEZA | drª FerNANdA mOSSUmeZ

cAbelo preso? SÓ SE VOCÊ QUISER!

“Bad hair day”. Qual a mulher que nunca ouviu esta expressão? Tanto é que o próprio mundo da moda já autorizou às mais glamorosas a usar a versão “cabelo podrinho”. Calma lá rapazes!! Todas sabemos que mais do que um belo penteado, toda a ala masculina é unânime no que diz respeito: cabelos perfumados a alisados. A expressão “podrinho” refere-se ao cabelo com aspecto de ser apresentado ao mundo “ao natural”. Melhorou? Pois é, só que no geral, o que se observa é que quase sempre acabamos escravas do famoso cabelo preso, afinal, alguém pode me dar uma sugestão melhor para controlar o frizz, dar uma aparência elegante ou ao menos arrumada? Boa notícia para nós: existe!! Às vezes não adianta ter o produto certo, mas não ter a orientação adequada. Muitas de nós, compramos o produto certo orientado pelo profissional do salão e....surpresa!!! Quando acabamos o processo em casa, cadê aquela princesa? Um cabelo bem tratado, com a coloração adequada e um corte bacana faz toda a diferença no visual. Isto vale para o público masculino também. Chama a atenção. Faz bem para a auto-estima, além de ajudar muito na imagem profissional. Em Recife a partir deste mês, você pode contar com um conceito inovador nos cuidados com as madeixas e ter “aquele cabelo que todo mundo quer”. A área de estética foi muito disseminada e deixou de ter um controle de qualidade de bons e sérios profissionais. Pensando nisto, para quem quer segurança em seu tratamento e garantia de bons resultados, foi criado o ESPAÇO MUlHER- Centro integrado de beleza e saúde, com os melhores na área. Neste espaço, você conta com avaliação direcionada e orientações sobre como cuidar dos cabelos, além de cuidados com a pele do rosto e corpo, através de workshops abertos ao público mensalmente.

66

����� ��������

Outro diferencial importante é a avaliação da sua beleza de “dentro para fora”, ou seja, é realizado um perfil dos seus hormônios e taxas, onde serão checados se há algum problema do organismo que está interferindo na aparência ou queda dos fios. Se for necessário, tratamentos específicos para estes problemas estão disponíveis. É realizada ainda uma avaliação se o seu progresso no treino de atividade física está dentro ou não do esperado, de como anda seu processo de envelhecimento, seu nível de estresse, qualidade de sono. Tudo isto é possível, com melhora do sobrepeso, ganho de massa muscular, da fadiga, da pele, das unhas e dos cabelos! Além de contar com o apoio e orientação quanto a hábitos alimentares. Às vezes, basta uma readequação, sem que não haja uma dieta radical, para que o mecanismo do corpo engrene e se perca aqueles quilinhos sem sofrimento. Para aquelas que quiserem dar um “up” no visual, somase ao programa os procedimentos de estética propriamente ditos, como aplicação de toxina botulínica, tratamento de estrias, celulite e gordura localizada, melhora da aparência da pele com peelings, que trazem excelentes resultados. Com a vantagem de que podem ser feitos na mesma hora e em um só lugar. O espaço também conta com um cantinho dedicado às noivas Tire seu dia de rainha e feliz dia das mulheres! Fernanda Mossumez Fisiologia do envelhecimento / Nutrologia Medicina estética funcional ESPAÇO MULHER Alfa medical center Av. visconde de Jequitinhonha- 1144- sala 806 Boa Viagem- Recife - PE (81) 3091-8668 | 9132-0611




Terra SOCIAL

69


Gastronomia

Kisū, uma ousadia ímpar

70

����� ��������


por Ana Paula Bernardes

Não é redundante falar que Recife consagrou-se como um importante polo gastronômico. É falacioso, talvez, apontá-la como segundo, terceiro ou qualquer outra posição. O fato é que a cidade abriu espaço para a qualidade e diversidade gastronômicas e os recifenses ou aqui acolhidos, só têm, e muito, a agradecer. Um desses gratos presentes recebidos foi o restaurante Kisū, no Shopping RioMar Recife. A casa, ousada em sua perspectiva, já caiu no gosto do pernambucano; a beleza do projeto, assinado pelo renomado arquiteto Romero Duarte, atrai naturalmente a quem passa. A gastronomia que o Kisū apresenta é a mais tradicional fusion food, se impondo como japonesa, sem dispensar a autenticidade de um terroir pernambucano. Afinal, não haviam pensado ainda em fazer um prato japonês usando batata doce, purê de mandioquinha e outros insumos da terra. O Kisū, ímpar na sua fiel tradução, ousou. Foi lá e fez o que nenhum outro se propôs a fazer. Nesta fusão também não foram dispensados ingredientes como o nosso saramunete e o camurim que protagonizam no cardápio ao lado de uma merluza negra marinada 48 horas no molho oriental Misu. Talvez um dos pratos que mais chamem a atenção no cardápio, pela composição única de seus ingredientes. Destaque este que está ao lado do Foie Gras, feito com teriaki trufado, purê de abóbora e crispy de arroz. Um dos responsáveis por esta ousadia é, nada mais, nada menos, que Beto Mergulhão, conhecido aqui no Recife por sua tradicional e balzaquiana casa de fondue, o La Fondue, com sede em Boa Viagem e filial em Gravatá. No caso do Kisū, ele está ao lado de Ângelo Vieira, piloto por formação, que uniu o senso empreendedor gastronômico de Beto à sua vontade de trazer para Recife um pouco do que já viu por este mundo afora. Sem deixar de destacar a eficiência e o espírito do jovem advogado, Beto Mergulhão Filho, que ajuda na direção da casa, já que o pai precisa se dividir entre os seus outros empreendimentos. Numa dessas viagens de Ângelo, ele teve o prazer de conhecer o restaurante Nobu, que possui sedes em Miami, Nova

Iorque e Melbourne. Foi exatamente lá que esta vontade em abrir algo na mesma vertente surgiu. E daí nascia a primeira inspiração para o Kisū. Em seguida, ele e Beto foram para São Paulo e trouxeram o chef paulistano Dylan Koishi, que já possui no currículo, passagens por referências na gastronomia do Brasil, incluindo um pequeno estágio dentro do próprio Nobu, e foi este nome que consolidou no cardápio da casa, a gastronomia única de Beto e Ângelo. É claro que como uma casa tipicamente japonesa, é possível encontrar os tradicionais sushis e sashimis. Mas a aposta nos ceviches e outros insumos peruanos, saladas, e sopas frias como Gaspacho e Misoshiro também deram certo. A casa possui uma carta de cafés quentes e gelados que serve expresso, cappuccino, mocha, machiatto, frapuccino, ice café, bem como de drinks especiais, pensados pelo mixologista e barista Jaime Gusman. No quesito sobremesas, a democracia unissex é outro ponto bastante favorável. Esqueça o chocolate tão apreciado quase que em sua totalidade pelo paladar feminino e tão repetitivo em cardápios por aí afora. Ele aqui não é o rei da mesa, pois no Kisū foi dada a oportunidade única de degustar o sake (saquê), bebida original japonesa, feita em calda, unida com ingredientes como uma espuma de queijo, morangos e uma farofa mais encorpada de gergelim (shortbread), apelidada de cheesecake Kisū. Mas se você quiser insistir no chocolate, a casa proporciona uma releitura do brownie, com sorvete de gergelim, ou mesmo o Kohi, que é um Kantem de café com sorvete de leite e calda de chocolate branco, não menos saborosos, importante frisar. certo.

A certeza que se tem do Kisū é de que esta singularidade deu

Kisū Japanese Cuisine Av. República do Líbano, 251, lj 1179- Shopping RioMar, Pina, Recife-PE Telefone: (81) 3327-0569

71


GASTRONOMIA

A Turquia além do Kebab 1

72

����� ��������


Não é só de kebab que se faz um bom prato turco. por Chef Leandro Ricardo

2

Para saber o que está por traz da culinária milenar que deu o iogurte ao mundo. E haja iogurte. O alimento está presente em todas as refeições, doce ou salgado, para beber ou para comer. “Eu poderia escrever um livro aqui agora de tanta coisa que tem para falar do iogurte”. O iogurte aparece em molhos, pratos quentes, sopas frias e em uma das bebidas preferidas deles, o Airan, uma receita salgada. No menu do chef faz releituras da clássicas receitas. O antigo Império Otomano deixou uma verdadeira herança gastronômica para o país, sobretudo em Istambul, antiga moradia do sultão, que recebia temperos, ervas, carnes e frutos vindos de todas as regiões. Come-se todo tipo de carne na Turquia, mas o cordeiro tem destaque na cozinha. Pode ser preparado de diversas maneiras nos kebabs, que, ao contrário do que muita gente pensa, não se limitam ao churrasco no espeto. O kebab, explica Leandro, é todo prato à base de carne. Pode ser feito na panela, moído, em cubos, com vegetais. “Há inúmeras receitas de kebab. Em algumas sugerese colocar a carne numa panela de cerâmica e enterrar por 2 horas”. A berinjela é outro elemento importante da culinária turca. É na Turquia que se encontra a maior variedade de pratos com berinjela. O legume dá em todas as regiões do país e aparece em várias versões: recheada, como antipasto, salada e até purê, como numa receita do chef, acompanhado de vitela grelhada. Os peixes também estão entre os favoritos da cozinha turca, sobretudo nas regiões do Mar Negro e do Mediterrâneo.

3

Frutas secas, pistache e nozes são outros trunfos da gastronomia turca. Vêm tanto em entradas e pratos principais como nas sobremesas: “70% do damasco do mundo é produzido na Turquia”, explica Zeki. “Comemos frutas 12 meses por ano. No passado, quando não tinha geladeira e tecnologia, a solução para conservar frutas fora da época de colheita era secá-las. Deixava-se no sol para guardar para o inverno. Hoje, comemos muitas frutas secas, foi um hábito que foi adquirido”. E quando perguntado sobre os doces turcos que têm fama de muito doces, ele responde: “nossos doces são bem doces mesmo, gostamos muito de doces”. Neles, também é forte a presença de nozes, frutas secas e pistache. E para finalizar uma refeição tipicamente turca, a pedida é um chá, que, para eles, é como o nosso cafezinho: toma-se o dia inteiro, principalmente o chá preto e o de maçã.

73


GASTRONOMIA HOMUS À MODA TURCA

receitas por leandro BABAGANUJ À MODA TURCA

1

Ingredientes: • 80 ml de tahine • 350 ml de iogurte natural • 1 colher de chá de sal • 1 dente de alho picadinho • 4 berinjelas medias assadas • 50 ml de suco de limão Modo de preparo: Asse as berinjelas por cerca de 30 minutos no forno a 180º C. Com a ajuda de uma colher, tire a polpa das berinjelas e coloque sobre uma tábua. Com uma faca grande pique bastante até que ganhe a consistência de uma pasta. Transfira para uma tigela, adicione o iogurte, o tahine, o limão e o alho. Misture bem e tempere com sal. Regue com um fio de azeite e sirva com pão sírio torrado ou pão-folha. Serve duas pessoas

AZEITONAS À MODA TURCA

2

• Ingredientes: • 200 g de azeitonas pretas e verdes sem caroços • 50 ml de azeite • Temperos turcos: kirmizibiber, sumak e isot a gosto • 100 g Pimentão vermelho • 1 dente de alho Modo de preparo: Doure o alho no azeite, acrescente o pimentão vermelho picado e em seguida os temperos turcos. Refogue e por último as azeitonas, deixe reduzir um pouco e está pronto para servir.

Ingredientes: • 120 ml de tahine • 50 ml de azeite • 1 colher de café de sal • 100 ml de suco de limão • ½ colher de café de cominho • 300 g de grão-de-bico • summac (o quanto baste) • pedras de gelo (o quanto baste) Modo de preparo: Coloque o grão-de-bico de molho em água na véspera do preparo. No dia seguinte, cozinhe em uma panela por 40 minutos. Escorra, tire as cascas dos grãos e coloqueos em um liquidificador. Adicione o tahine, o limão, o azeite, o sal e o cominho. Bata e vá adicionando, aos poucos, pedras de gelos. Esse procedimento vai ajudar na consistência e na coloração da pasta. Coloque em uma travessa e salpique com o summac. Sugestão: o homus pode ser servido junto com carne de cordeiro picadinha refogada com pinoles. Serve duas pessoas.

FRANGO COM NOZES

ARROZ PILAF

BAKLAVA

Ingredientes: 1 peito de frango médio 3 copos de nozes 5 fatias de miolo de pão 8 dentes de alho 2 colheres de sal 1 colher de chá de pimenta do reino 2 ½ de caldo de frango 2 colheres de chá de azeite de oliva ½ colher de chá de pimenta vermelha

Ingredientes: 100 ml de azeite ½ dente de alho picado ½ cebola picada 500 g de arroz basmati 100 g de nozes picada 50 g de passas picadas 4 cebolas cortadas em juliene Sal a gosto Sumak a gosto (tempero turco) Kimizibiber a gosto (tempero turco) Isoti a gosto (tempero turco) 600 ml de caldo de frango

Ingredientes: 2 xícaras de nozes 1 xícara de amêndoas 1/2 xícara de açúcar refinado canela 375g de massa fillo

Preparo: Cozinhe o frango na água por aproximadamente 35 minutos até que fique macio; Separe a água. Reserve. Misture nozes, miolo de pão, alho seco. Coloque num processador tritura até ficar fino. Adicione sal, a pimenta e a água que foi cozido o frango até que fique uma textura de molho. Na hora de servir disponha o molho no fundo do prato e lamine o frango e sobreponha ao molho.

74

����� ��������

Preparo: Refogue o alho no azeite (50 ml), depois acrescente a cebola picada deixe dourar e coloque o arroz. Vá mexendo sempre até dourar o arroz, acrescente 300 ml de caldo e mexa até evaporar. Coloque o restante do caldo e deixe coser até o ponto. Em outra panela refogue a cebola em juliene em 50 ml de azeite até dourar, acrescente as nozes picadas, passas, os temperos turcos e misture ao arroz que foi cozido. Sirva com cordeiro emolho de tomate.

3

Para a calda 2 xícaras de açúcar 2 xícaras de água canela em pau + especiarias que preferir 1 colher de sopa de suco de limão Preparo: Misturar todos os ingredientes (exceto a massa). Fazer a calda em ponto de fio fraco. Montagem: intercalar 3 folhas de massa fillo, sempre passando manteiga clarificada entre elas, e uma camada de recheio, até terminar com massa fillo.


75


GASTRONOMIA

proJeto eMpresÁrio GourMet é sucesso no tapa de cuadril

Calazans Neto (Presidente da AIP), Vereador Jayme Asfora, Marcelo Santos e o Secretário de Turismo Alberto Feitosa

Foi realizada mais uma edição do “Empresário Gourmet”, projeto idealizado por Paulo Brol (Restaurante Tapa de Cuadril) e o Professor Otávio Moraes. Dessa vez o chef da noite foi Marcelo Santos, Diretor da Bandeirantes Mídia Exterior, que recebeu convidados de prestígio para degustar o seu “Bife de ancho com risoto de cogumelos”. Foi uma noite sofisticada e ao mesmo tempo descontraída, ocasião que os convidados puderam degustar vinhos de uma das melhores vinícolas do mundo, a “Catena Zapata” e o Scotch Grant’s 12 anos, uma das empresas patrocinadoras do evento. A banda de jazz e blues de Arthur Philipe foi uma atração a parte, tocando sucessos que marcaram várias gerações e harmonizando com com o jantar e os vinhos servidos. Os idealizadores do Projeto Empresário Gourmet, Paulo Brol e o Professor Otávio Moraes

Muitas pessoas de destaque pretigiaram o evento, como o Secretário de Turismo de PE, Alberto Feitosa, os Vereadores Jayme Asfora e André Ferreira, o presidente do SINAPRO Antônio Carlos Vieira, Ângelo Melo da Aporte Comunicação e presidente da ABAP, Calazans Neto da AIP, Mauro Santos Diretor Regional da Bandeirantes Mídia Exterior, o Desembargador do TJPE Roberto Ferreira lins, o investidor Carlos Mendes, o cônsul da Argentina Alejandro Hurtado, a jornalista Sarah Eleutério, Jayme Lielson, Tarcísio Bocão, Miguel Braga, dentre inúmeros outros convidados de destaque e prestígio. “Essa é uma atividade que sinto muito prazer em realizar, pois saímos do ambiente de trabalho e pressão diária, para reunir clientes e amigos em uma atividade de lazer e relacionamento”, completa Marcelo Santos.

Desembargador Roberto Ferreira Lins, Ângelo Melo (Pres. ABAP), Marcelo Santos, Vereador André Ferreira e Mauro Santos

76

����� ��������



DIÁRIO DE BORDO | ALFREDO FRAGA

78

����� ��������


UMA

VIAGEM INCRÍVEL A cidade de Istambul, antiga Bizâncio e Constantinopla, foi por muito tempo a capital de vários impérios na antiguidade, numa região que fica entre o Corvo de Ouro e o mar de Mármara. Localizada no ponto de encontro entre a Europa e a Ásia e separada em duas partes pelo canal de Bósforo, Istambul é a única cidade a ocupar 2 continentes. Além de ser a principal cidade da Turquia, é também a 5ª maior do mundo, sendo muçulmana a grande maioria da sua população. Se destaca ainda pela arquitetura, com a construção das suas famosas mesquitas, dentre elas a Mesquita Azul e a Sófia, que estão localizadas na belíssima praça chamada Sultão


DIÁRIO DE BORDO | ALFREDO FRAGA

80

����� ��������


Ahmed I, tornando-se um passeio indispensável aos turistas que a visitam. A cidade é também considerada capital europeia da cultura devido dada às enormes riquezas monumental, cultural e paisagística.

cerâmica, que atraem muitos turistas, que podem acompanhar todo o processo de fabricação, desde a argila bruta até os detalhes finais do acabamento.

Outro lugar muito interessante é Capadócia, uma região central da Turquia, onde cheguei saindo de Istambul com destino ao aeroporto de Kayseri. De lá fui até as vilas, onde me hospedei num hotel de caverna, uma hospedagem bem diferente das que já estive antes, pois são construções dentro de cavernas características da região - são formações geológicas únicas, resultado de fenômenos vulcânicos e de erosão.

Por fim, a atração mais deslumbrante e emocionante que pude vivenciar, foi o famoso e encantador passeio de balão, um sobrevoo por toda essa linda e interessante região, dotada de uma beleza indescritível, com formações rochosas de origem vulcânica, proporcionando uma vista diferenciada em detalhes das lindas cavernas; sem contar com a vista proporcionada por todos os balões que estão ao redor, dando assim um colorido todo especial à paisagem.

Por lá conheci as famosas cidades subterrâneas como também inúmeras habitações e igrejas escavadas em rochas, com destaque para o Parque Nacional de Göreme, considerado patrimônio mundial pela UNESCO. As cidades subterrâneas durante muito tempo serviram de esconderijo dos cristãos aos ataques dos mulçumanos, onde eles passavam meses e meses embaixo da terra. Dizem também que por ser uma região de bastante criação de cavalos foi lá que nasceu São Jorge; por essas e outras atrações fascinantes, Capadócia é uma região turística muito importante, que atrai visitantes tanto da Turquia como de outros países de todo o mundo. É uma região muito rica em artesanato, tem várias fábricas de Alfredo Fraga


TEST DRIVE por Claudio Barreto

VERSÃO 2013

Freelander 2

Tecnologia,

conforto e segurança. “Test drive é a condução de um automóvel para aferir a sua dirigibilidade e estado geral de funcionamento. Um profissional que testa veículos para uma empresa automotiva ou equipa de desporto motorizado é chamado de piloto de testes”.

82

����� ��������

Com este conceito tive o prazer de ser piloto, dirigindo um carro dos sonhos de consumo de muitos brasileiros. Sentar a frente do volante e observar o painel nos mínimos detalhes, configurando-os para que tudo seja exclusivo para seu uso: volante, banco, tipo de suspensão, retrovisores, Bluetooth, som e detalhe... todas as instruções em português, depois algumas perguntas básicas ao gerente da concessionária e pronto! Estou pronto para dirigir o lançamento da Land Rover: Freelander 2 SE.


Foto: Claudio Barreto

Silencioso com forte motor turbo diesel SD4 2,2 litros utilizando tecnologias avançadas, incluindo a renomada transmissão automática CommandShift® de seis velocidades com trocas sequenciais. A potência do motor diesel faz com que ele acelere de 0-100 km/h em 9,5 segundos com velocidade máxima de 190 Km/h. Sua autonomia é ainda mais surpreendente, com um tanque de combustível cheio é possível rodar até 972km de acordo com o fabricante. Em subidas, em descidas, com ou sem trânsito o carro se mostrou muito confortável e prazeroso dirigir no caos urbano. Excelente visibilidade em todo o percurso, sem pontos cegos, e para estacionar foi moleza, câmera de ré conduz o motorista para um perfeito estacionamento, visualizando tudo em uma tela de 7”. ONDE ENCONTRAR Rota Premium Land Rover Av. Eng. Domingos Ferreira, 2025 - Boa Viagem - Recife + 55 (81) 3464-5454

83




ARTIGO | PROFESSOR SÓFOCLES MEDEIROS

CINEMA PERNAMBUCANO: CICLOS DE RESISTÊNCIA, SUCESSO E PRESTÍGIO (II) O surgimento do cinema sonoro, aliado ao encarecimento das produções e à qualidade superior das produções hollywoodianas, levaram à decadência e ao desaparecimento da produção local, já inexistente no começo da década de 30, finalizando o primeiro Ciclo do Cinema Pernambucano. O PRIMEIRO INTERVALO Nas décadas seguintes registraram-se no panorama cinematográfico local apenas algumas iniciativas isoladas”, como a realização de “O Coelho Sai”, em 1942, o primeiro filme sonoro feito em Pernambuco, dirigido por Newton Paiva e Firmo Neto, e a produção de alguns documentários, na mesma época, com o incentivo do IJNPS (Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais), sendo a maioria dirigidos por Armando Laroche, francês radicado no Recife. Em 1953, com produção local, o carioca Alberto Cavalcanti filmou “O Canto do Mar”, adaptação para o litoral pernambucano da história de “En Rade”, produção francesa dirigida pelo próprio cineasta em 1927. Outros filmes chegaram a ser rodados em Pernambuco, mas eram produções de fora do estado. Entre eles, destacamos “Cabra Marcado para Morrer”(1964, dirigido por Eduardo Coutinho, que foi interrompido devido ao golpe militar e retomado nos anos 80), “Auto da Compadecida”(1965, de George Jonas), “A vingança dos 12”(1970, de Marcos Faria), “Faustão”(1970, de Eduardo Coutinho), “Morte e vida Severina” (1976, dirigido por Zelito viana) e “Batalha dos Guarapes” (1978, de Paulo Thiago). O NOVO CICLO Em 1965 a Kodak lançou no mercado o Super-8, um formato cinematogrático que aperfeiçoava o antigo 8mm, com a versão sonora sendo oferecida em 1973. O baixo custo do produto, quando comparado às bitolas profissionais de 16mm e 35mm, além da qualidade superior ao 8mm, popularizaram o Super-8 que, a princípio, parecia destinado ao registro de cenas domésticas e sociais por um público essencialmente amador, mas a novidade favoreceu também o surgimento de uma nova geração de cineastas. Em 1969 os irmãos Frederico e Ulisses Pernambucano de Mello, usando equipamentos trazidos da Inglaterra, registraram em Super 8 as atividades do pistoleiro Floro Gomes no Sertão do Estado. Em setembro de 1973 ocorreu a 2ª Jornada Nordestina de Curta Metragem de Salvador, com a participação de 11 filmes pernambucanos no novo formato. Podemos destacar os trabalhos de pessoas que se firmariam como cineastas, casos de Kátia Mesel e Fernando Spencer (então crítico de cinema), do hoje consagrado jornalista Geneton Moraes Neto, dos militares Athos Eichler e Osman Godoy e do empresário Hugo Caldas (que obteve o segundo lugar, com o filme “Missa do vaqueiro”), entre outros; vários deles usando os préstimos de Firmo Neto, único cinegrafista no Recife a possuir aparelhagens completas de Super 8. A premiação do filme de Caldas, a repercussão positiva dos outros filmes pernambucanos, além da presença do professor Jomard Muniz de Brito no júri do evento garantiram uma divulgação à altura na imprensa recifense, despertando um interesse até então incomum para o tema. 86

����� ��������

Foto: Internet

A partir de 1974, o próprio Jomard começou a realizar filmes em Super 8, com uma proposta autoral que marcaria seu trabalho, sendo “O Palhaço Degolado”, de 1976, sua obra mais aplaudida. Em setembro de 1974 ocorreu a 3ª Jornada Nordestina de Curta Metragem de Salvador, com o documentário “valente É o Galo”, de Fernando Spencer, ganhando o prêmio de melhor filme em Super 8. No ano seguinte, Pernambuco já era, entre todos os estados nordestinos, o detentor da maior produçào cinematográfica no novo formato. Como não existia um circuito comercial para exibição das obras, restavam a participação em festivais, a organização de mostras específicas e a exibição em espaços culturais. Vale a pena citar que os cineastas e as pessoas interessadas nos seus filmes constituíam um público altamente engajado e politizado e, por conta disso, evitaram fazer uso de quaisquer incentivos oficiais oferecidos pela ditadura militar da época. Em 1977 foi criado o Grupo de Cinema Super 8 de Pernambuco e, de 1977 a 1979, foram realizados os festivais recifenses dedicados exclusivamente ao formato. O FINAL No final de 1976 os equipamentos de Super 8 passaram a ser considerados produtos supérfluos e, a partir daí , as suas importações passaram a apresentar uma taxação muito elevada, tornando muito cara a realização de filmagens no formato. A bitola ainda resistiu bravamente, graças a um público fiel às suas vantagens, até que, nos anos 1990, a popularização do vídeo cassete fez com que o Super-8 praticamente desaparecesse de cena.




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.