IGUAL #08- Agosto 2010

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NUNO MONTEIRO MOSTRA-NOS O QUE NÃO CONHECEMOS IGUAL - Como conheceste a música do R. Stevie Moore? Nuno Monteiro - Por acaso. Estava a ler um artigo sobre músicos que gravam em casa e o nome dele aparecia em destaque. Fiquei curioso e saquei umas compilações gratuitas na internet. Depois fiquei viciado e comecei a encomendarlhe CDs. Lembras-te da primeira vez que ouviste uma música dele? Qual foi? Não me lembro qual foi exactamente a primeira, mas lembro-me de estar a ouvir uma dessas compilações online e ficar intrigado com uma música chamada “Technical Difficulty”, que parecia oscilar algures entre o new wave, psicadelismo e reggae, com Robert Wyatt e Kevin Ayers à mistura. O que te atraiu na história de Moore?

persistência perante a completa obscuridade. R. Stevie Moore é uma das personagens mais fascinantes e complexas do panorama musical dos últimos 40 anos, contudo o seu trabalho é praticamente desconhecido. Alguma vez o conheceste? Nunca nos conhecemos pessoalmente. Temos sido amigos de e-mail desde 2005. Como surgiu a oportunidade de colaborarem? Em relação a colaborações convém salientar que o Stevie está aberto a quase qualquer proposta que se faça. Tendo em conta o seu estatuto de “homem invisível”, qualquer ajuda externa é bemvinda. A iniciativa partiu de mim enquanto fã, com o intuito de contribuir de alguma maneira para ajudar a expôr a sua música.

Explica-me como surgem os vídeos A variedade, frescura e qualidade que vemos no Youtube colocados da música. O facto de ser ele a pelo autosam? fazer tudo - desde tocar todos os instrumentos a fazer as capas e Por volta de 2006 comecei a vender os CDs directamente. O colocar vídeos do R. Stevie no formato dos álbuns em registo YouTube. A princípio foram só de colagem contínua. O sentido algumas performances televisivas, de humor. A quantidade abismal mais tarde comecei a experimentar de produção artística, sempre em fazer montagens novas a partir dos fluxo constante. A importância seus vídeos caseiros. Ele gostou histórica do seu trabalho. A dos resultados e incentivou-me

a fazer mais. Nunca tinha tido nenhuma experiência prévia em edição de vídeo, mas foi algo que sempre me interessou e com isto surgiu uma oportunidade de desenvolver o gosto. Com milhares de músicas à disposição, mais dezenas de horas de vídeos caseiros do Stevie, mais a internet enquanto arquivo de vídeo, as possibilidades são ilimitadas. O objectivo principal é criar uma plataforma de exposição para o seu trabalho. Estão disponíveis à volta de 162 vídeos, com músicas que vão de 1968 a 2010, sempre com um link para comprar o respectivo CD directamente ao artista. Em relação ao nome, como os primeiros vídeos foram um pouco à experiência autosam foi um nome provisório para a conta, mas mais tarde, quando tentei mudar, percebi que não era possível alterar o nome e ficou. Ele envia-te as imagens e tu editas? Tenho pilhas de DVDs que ele me envia com imagens de diferentes décadas. Alguns dos vídeos que monto são adaptações de vídeoclips já existentes, outros são interpretações livres, outros são feitos com imagens emprestadas de outras fontes. Ocasionalmente ele filma coisas novas para eu usar, geralmente para promover músicas mais recentes.


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