Jornal MECA A 2014

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EXTRA! EXTRA!


EXPEDIENTE JORNAL BANDEIRANTES MECA A 2014 BRASIL SERTANEJO: Daniel da Silva Davi Ferreira Emerson Pablo Paulo César Paulo Ricardo Vinícius Mendes. BRASIL CRIOULO: Ana Caroline Luís Paulo Pedro Henrique Renan Wender Marina Gabriele Gabriela Medeiros Ottavio Augusto Luana Rolin Ana Paula

EDITORIAL Durante o primeiro semestre do ano letivo de 2015, nas aulas de sociologia, a professora apresentou para nós, alunos do segundo ano do curso de Mecatrônica, o antropólogo Darcy Ribeiro, que escreveu o livro “O Povo Brasileiro”, onde estabeleceu 5 “brasis” distintos, moldados a partir da miscigenação das 3 matrizes básicas do povo brasileiro. O desafio proposto era montar um jornal, com textos dos gêneros que estão comumente presentes neste meio comunicativo, cada um deles dissertando a respeito de temas referentes um dos brasis descritos por Darcy. Desafio aceito e nós começamos a pesquisar, debater e produzir. E hoje, depois de semanas de trabalhos, é com enorme satisfação que lançamos nosso jornal: o Jornal Bandeirantes, fruto de nossos esforços e do indispensável apoio da professora Lucia de Fatima Vieira e da Coordenação de Comunicação do Campus Parnamirim IFRN. Esperamos compartilhar com o leitor parte dos conhecimentos que colhemos ao longo do semestre, para que esses possam, assim como nós, começar a enxergar o Brasil de forma diferente, que entenda as diversidades e saiba que, mesmo incrivelmente ricos, cada um a seu modo único e especial, somos um só povo. Povo heróico de brado retumbante. Abraço e boa leitura!

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BRASIL SULINO: Beatriz Medeiros Emanoel Moura Gabriela Sales Gabriel Henrique João Pedro Carvalho Lucas Fernandes Marcelo Silva Nayara Barbosa BRASIL CAIPIRA: Vinícius Ribeiro Silva João Victor de Sá Emelly Hilmara Mateus de Melo Igor Ferreira Gabrielly Lourenço Daciel Gomes Esaú Oliveira BRASIL CABLOCO

PROJETO GRÁFICO

REVISÃO


Em 12x dá certo

DICIONÁRIO CAIPIRA

Fonte: www1.portoweb.com.br/pwcaipira/default_2nivel.php?p_secao=9&reg=3&pg=

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A morte do índio Galdino Jesus dos Santos completou, no dia 20/04/2015, 18 anos. O crime bárbaro que chocou Brasília e todo o país ocorreu em uma parada de ônibus da W3 Sul, um dia após a comemoração do dia do Índio. O cidadão foi queimado vivo por jovens de classe média. Apesar da repercussão do crime, ainda hoje, atos de c r u e l d a d e semelhantes ao que matou G a l d i n o continuam acontecendo na capital. Condenad os a 14 anos de prisão, os v â n d a l o s acusados pela morte do indígena cumpriram apenas oito anos, durante os quais tiveram acesso a várias regalias. Galdino havia chegado na capital no dia 18 de abril de 1997 para debater com autoridades do poder público sobre a situação da terra do seu povo, a área de Caramuru/Paraguassu, localizada no sul da Bahia. No dia seguinte, ele participou de um evento organizado pela FUNAI para comemorar o Dia do Índio. Na volta para a pensão onde estava hospedado, Galdino se perdeu e acabou dormindo em um ponto de ônibus na Asa Sul. Por volta das 5h, quatro jovens e um menor que passavam pelo local resolveram atear fogo contra o índio, alegando que queriam apenas brincar, pois imaginavam que ele seria um mendigo. Galdino teve 95% do corpo queimado e morreu logo após chegar ao hospital. Grande parte dos índios brasileiros vive hoje na Amazônia. De acordo com o Censo 2010

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do IBGE, vivem na Amazônia cerca de 306 mil indígenas, sendo que a maioria vive na zona rural. Embora muitas tribos de índios da Amazônia possuam contato com a cultura externa, elas mantêm os principais aspectos de vida dos seus antepassados. Vivem da caça, pesca, extrativismo vegetal e agricultura. E m b o r a grande parte dos povos indígenas da Amazônia tenha suas t e r r a s demarcadas e protegidas por lei, eles ainda sofrem c o m a presença de garimpos na r e g i ã o , c o n st r u ç ã o d e hidrelétricas e rodovias e o avanço da agropecuária de grande porte. Inclusive, hoje, a maioria dos conflitos que envolve os índios em nosso país se dá por causa das terras que tem sido cada vez mais cobiçadas pelo setor primário da economia e, nesses conflitos agrários, tornouse costumeiro o assassinato de índios. O desrespeito aos direitos dos inúmeros povos indígenas passou dos limites (como se estes houvessem, até parece que falamos de algo normal e sem grande importância) Por isso, antes de brincar de comemorar o próximo dia do índio, reflita sobre a civilização brasileira e sobre que tipo de país se quer legar para as gerações futuras. Os índios, povos acanhados que formam o Brasil Caboclo, precisam de terras e de respeito, assim como nós cobramos para nós mesmos.


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FUNAI www.funai.gov.br

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O Sertão brasileiro vivencia um grande C o m a fa l ta d e á g u a , to r n a - s e d i f í c i l o problema causado pela seca que assola a região desde desenvolvimento da agricultura e a criação de muito tempo. A seca é causadora de vários problemas animais. Desta maneira a seca acarreta a falta de sociais e econômicos, principalmente com relação a recursos econômicos, gerando fome e miséria no economia do campo. Os problemas intensificam-se sertão nordestino. muito mais em razão da desintegração desta parte do Nós entendemos que essa seca é derivada de país com as outras regiões, inserida nos mais causas naturais devido à localização geográfica da profundos e desconhecidos interiores. No entanto, a região, mas também identificamos que o motivo para realidade da seca não produziu apenas problemas essa seca se tornar um problema muito sério é a falta sociais, mas criou no sertanejo suas características de políticas públicas e apoio ao sertanejo, fazendo culturais, presentes de várias formas em sua culinária, com que a seca e suas consequências se agravem. vestimenta, modo de vida e relação com a natureza. Percebe-se essa falta de apoio de várias formas, como Com a necessidade da adaptação às grandes no projeto da transposição do rio São Francisco, que a adversidades do clima hostil, muito tempo vem sendo semiárido, com a caatinga, a discutido, mas nada é posto vegetação predominante, seca em prática realmente; e Que braseiro, que fornaia e espinhenta – mais seca ainda ainda em relação ao suporte Nem um pé de prantação pela irregularidade das chuvas, financeiro à população para Por falta d'água perdi meu gado “que tem, tem, não tem, a construção, em grande Morreu de sede meu alazão quando tem, tem demais”, número, de barragens, como diz o trecho da música açudes e poços artesianos. Súplica Cearense, da banda O A seca muito forte e a falta Rappa – marcou-se o uso do couro, em quase todas as de ajuda financeira por parte dos representantes do coisas do sertanejo, como produto de consumo e nosso país fazem com que o sertão brasileiro se torne venda. O couro está nas vestimentas, nos acessórios, um local que sofra com a pobreza e tudo relacionado a nos utensílios diários. ela, mas onde ao mesmo tempo, os seus moradores Hoje, esse sertão relativamente povoado, tem nas conseguem fortalecer e enriquecer a sua cultura, suas raízes os rebanhos de gado, que seguiam os afirmar sua identidade, e revelar grandes cursos dos rios e iam fundando diferentes cidades, personagens, poetas e músicos, que representam a cada vez mais interiorizadas. O gado era uma região. atividade muito desenvolvida na época da colônia, Hoje, o sertão é visto como um local improdutivo e por não exigir a mão-de-obra escrava e pela pobre. Mas a sua riqueza está no espírito da sua gente, mobilidade, e nos permite entender a formação do sertanejo que enfrenta tudo para sobreviver étnica sertaneja, que tem na sua maioria o vaqueiro, nessas condições, num lugar cheio de mistérios e que expressa a mistura do branco com o índio. lendas, com uma forte herança cultural, que nos deixa “Que braseiro que fornaia nem um pé de a carne de sol, o baião, o acorde, o triângulo e a prantação, por falta d'agua perdi meu gado morreu de sanfona. Acima de tudo, o sertanejo persiste em sede meu alazão”. Este trecho da música “Asa Branca”, melhorar sua terra, como diz Luiz Gonzaga: “Espero a de Luiz Gonzaga, reflete a difícil situação vivida pelas chuva cair de novo, pra mim voltar pro meu sertão”. pessoas que sofrem bastante morando no sertão.

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