MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

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Trabalhar com

conteúdos ou projetos na

intenção

de construir a

aprendizagem em um AVA, sem postular estratégias e metodologias inovadoras em EaD nem limitar as atividades à simples repasse textual ou ainda sem criar um acompanhamento rigoroso do tutor nas atividades dos alunos, pode reduzir esse processo à simples troca de informações, impossibilitando que haja, efetivamente, a construção de conhecimento. Para Duarte (2003), essas vertentes são ilusões da chamada sociedade do conhecimento. A configuração de uma pedagogia que se estabelece no ―aprender a aprender‖ passa a valorizar o ―aprender sozinho‖, enquanto que o ―aprender com o outro‖ não proporciona a autonomia da aprendizagem ao aluno. Para Vygostky (2007), o aprendizado escolar se difere do aprendizado anterior a ele, que poderíamos denominar de senso comum, e isso se dá, principalmente, porque aquele é considerado conhecimento sistematizado e construído historicamente. Segundo esse autor, o aprendizado escolar está voltado ―[...] para a assimilação de fundamentos do conhecimento científico [...]‖ (VYGOTSKY, 2007, p.94). Quando denominamos a escola (ambiente categorizado como instituição educacional formal) como lugar possível para a apreensão do conhecimento científico, não estamos negando outras formas de aprendizagem. Observamos que esse tipo de conhecimento sistematizado e historicamente acumulado será assimilado de maneira mais significativa na educação presencial. Essas considerações se justificam na compreensão de que qualquer formação inicial, como em um curso de graduação, por exemplo, as trocas estabelecidas envolvem outros processos além dos cognitivos. Na convivência social, as relações afetivas, os laços e os vínculos ocorrem quando dialogamos facea-face. Tassoni (2008) esclarece melhor a relação da aprendizagem com aspectos afetivos ao observar que,

Na verdade, são as experiências vivenciadas com outras pessoas é que irão marcar e conferir aos objetos um sentido afetivo, determinando, dessa forma, a qualidade do objeto internalizado. Nesse sentido, pode-se supor que, no processo de internalização, estão envolvidos não só os aspectos cognitivos, mas também os afetivos (TASSONI, 2008, p.02).


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