Revista do CEMJ 44

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Ano XI | Edição 44 | Dezembro 2015



Palavras da Diretora

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O coração humano é lugar da morada de Deus A cada final de ano, quando o presépio é montado no entanto, experimentamos o paradoxo da precariedade da vida. pátio central do CEMJ, olhares de ternura e contemplação Por quê? Deus nos deu o livre arbítrio. Quem não exerce sua se dirigem ao Mistério ali representado. Há alunos que ficam liberdade na dinâmica do Bem e do Amor causa sofrimento a si sentados em torno, conversando entre eles, todos com uma e aos outros. Por isso, que celebrar o Natal nos remete ao lado expressão de admiração e alegria que enternece os adultos divino do humano visibilizado em Jesus. Depois de Cristo, tudo que passam por aí. São tempos que resultam numa adora- tem a ver com Deus: as criaturas, a natureza, as diferentes cultução afetuosa ao Verbo encarnado.Tal como o bebê na família ras, as raças, e todas as coisas mais comuns que constituem a atrai a todos junto de si, criando um misto de fascinação e vida humana. carinho, assim, o Menino Jesus atrai o coração da humanida“Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada se fez de há dois milênios! de tudo o que foi feito” (Jo 1,3). E desta “Tal como o bebê na São Francisco de Assis, ao criar o concepção brota um forte sentimento primeiro presépio em Greccio, na Itália, de gratidão pelos 60 anos do CEMJ, família atrai a todos em 1223, quis justamente que as pessoas por mais um ano letivo vivido na graça junto de si, criando um pudessem experimentar e reviver o encane no esforço de sermos dignos da nosmisto de fascinação tamento que o nascimento de Jesus trouxe sa condição humana; gratidão pelas ao mundo. Compor um presépio na singedores e incompreensões vividas com e carinho, assim, o leza e fervor que o episódio inspira, com as quais aprendemos outras facetas do Menino Jesus figuras e materiais comuns e ordinários, mundo das relações e das diferenças atrai o coração da tornou-se um ato de fé, pois ali se quer entre iguais; gratidão pelas alegrias e humanidade há dois demonstrar a presença do Deus encarnarealizações que cada qual pôde lograr do em tudo aquilo que constitui a vida. para seu crescimento pessoal e da milênios!” Para contemplar o presépio e nele descocomunidade; gratidão pelos fatos que brir a revelação divina no cotidiano humano, há uma condi- constroem a salvação ou a perdição da vida, o que nos mostra ção: é preciso mudar o coração e o olhar, porque o mundo uma significação decisiva da nobreza e da contradição humana; tornou-se presépio. Crer num Deus que assumiu a condição gratidão pelo grande e infinito amor de Deus, que, apesar de humana é crer que toda pessoa tem uma dignidade e um nossas fraquezas e tensões, sempre se mostra misericordioso valor fundamental, pelo simples fato de viver, porque a vida é para nos acolher e amar. sagrada. Cada ser humano e todo lugar e cultura tornaramCelebremos pois o Natal, na certeza de que a encarnase sacramento da manjedoura de Belém. O Mistério da vida ção de Deus se atualiza em cada criatura disposta a percorrer o só tem uma morada: o coração humano. caminho de humanização que é Jesus Cristo, assemelhando-nos Ao assumir na carne as limitações da vida humana, a Ele cada vez mais e carregando conosco toda a criação. Votos Deus eliminou toda distância e superou toda separação. No de um verdadeiro Natal em Cristo!

Irmã Marli Schlindwein

Diretora Geral e Presidente da APP


Mensagens

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Presidente APP: Irmã Marli C. Schlindwein Tesoureira: Mariana Motta Bez Salles Contador: Júlio César Vieira (CRC-SC 13.176/O-9)

Balanço patrimonial (SET/15) A T I V O (R$)

Valor em R$

CIRCULANTE

151.262,07

DISPONÍVEL

149.058,83

Caixa

208,90

Bancos Conta Movimento

433,70

APLICAÇÕES FINANCEIRAS

148.416,23

Bancos Aplicações Financeiras

148.416,23

CRÉDITOS DIVERSOS DIREITOS REALIZÁVEIS

1.583,24

Banco do Brasil - Investimento

763,31

Mensalidades Alunos a Compensar

81,93

Rendimentos a Compensar

371,14

Adiantamento a Fornecedores

738,00

Adiantamento a Terceiros

0,00

Gratidão ao CEMJ Às irmãs e a todo o corpo docente e colaboradores do CEMJ, É com grande satisfação que nosso filho, Davi Grumiche Seemann, encerra este ano o Ensino Fundamental, formando-se nessa importante etapa da vida escolar. Queremos agradecer todo o carinho e apoio oferecido por cada um na formação dele, que, desde setembro de 2001, frequenta esta instituição. Por participar da APP, pude ter mais contato com a Administração da escola e entender quanta dedicação e honestidade as Irmãs Franciscanas de São José demonstram no dia a dia, além do comprometimento com a qualidade da Educação em Florianópolis. Muito obrigado por tudo e sucesso! Marcello, Daniela e Davi Seemann.

CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS A COMPENSAR 620,00

INSS a Recuperar

620,00

NÃO CIRCULANTE

5.438,50

IMOBILIZADO

14.004,33

Equipamentos Eletrônicos Móveis e Utensílios

12.256,33 1.748,00

(-) DEPRECIAÇÃO

8.565,83

(-) Depreciação Acumulada

8.565,83

TOTAL DO ATIVO

156.700,57

P A S S I V O (R$)

Valor em R$

CIRCULANTE

4.006,53

VINCULADO OBR.TRIBUTÁRIAS

152,77

OBR. CONSOLIDADAS A PAGAR

3.697,78

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

155,98

Empréstimo Tesouraria

155,98

OUTRAS OBRIGAÇÕES

0,00

NÃO CIRCULANTE

0,00

PATRIMÔNIO SOCIAL

152.694,04

Superávit Acumulado

160.415,22

Resultado do Exercício

-7.721,18

TOTAL PASSIVO+P. SOCIAL

156.700,57

Demonstrativo R E C E IT A S

Valor em R$

RECEITA DE CONTRIBUIÇÃO

168.702,98

Confraternizações Receita Patrocínio Revista CEMJ Outras Receitas Receita Taxa APP - Sede

106.335,12 12.536,74 6.000,00 43.831,12

RECEITAS FINANCEIRAS

7.330,61

Rendimentos de Aplicações

7.330,61

TOTAL DAS RECEITAS

176.033,59

D E S P E SA S

Valor em R$

DESPESAS DE PESSOAL

2.013,72

Encargos Sociais

2.013,72

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

132.766,03

Despesas com Confraternizações

82.907,34

Despesas com Gráfica

13.319,91

Doações

12.000,00

Serviços de Terceiros

19.832,12

Despesas com Depreciação

540,25

Despesas c/ Material de expediente

337,75

Serviços Contábeis

2.323,84

Outras Despesas

1.504,82

DESPESAS COM PROJETOS

47.289,42

Projeto Fachada do Memorial CEMJ

47.289,42

DESPESAS FINANCEIRAS

1.685,60

TOTAL DESPESAS

183.754,77

RESULTADO GERAL

-7.721,18

Vencedor do Olhos de Lince Ed. 43 O aluno Júlio Vinícius da Fonseca Viscardi, do 4º ano B, foi sorteado na Promoção Olhos de Lince. Com isso, levou para casa o vale-compras no valor de R$ 100,00 da Livraria do CEMJ. O código estava escondido na página 09, na foto do Retalhos de Solidariedade, ao lado da pilastra. Parabéns a todos que participaram!

Parabéns Voleibol Feminino do CEMJ representará Florianópolis nos JESC Repetindo o feito do handebol, as alunas de vôlei do CEMJ/Inovação Esporte garantiram o direito de representar Florianópolis nos Jogos Escolares de Santa Catarina (JESC) em 2016. A vaga veio com a conquista dos Jogos Escolares de Florianópolis (JESF) na categoria 11 a 13 anos realizados nos meses de outubro e novembro. O CEMJ superou nove escolas e garantiu o título da competição de forma invicta. Com estes resultados o CEMJ vem consolidando-se em Florianópolis também como escola referência nas modalidades esportivas. Parabenizamos todas as atletas por este excelente resultado!


APP - ASSOCIAÇÃO DE PAIS E PROFESSORES DO CEMJ 2014/2015 DIRETORIA Presidente: Irmã Marli C. Schlindwein Vice-presidente: Jairo Alberto M. Rambo Secretária: Ivana Maria de Oliveira Gomes Tesoureira: Mariana Motta Bez Salles 1. DEPARTAMENTO CULTURAL Diretora: Taciana Taffarel Vice-diretor: Eliseu Antônio Kafer 1.1. REVISTA DO CEMJ Coordenador: Felipe Cardoso Vice-coordenador: Gabriel Bourg Coordenador de Patrocínio: Jorge Luiz da Silva 1.2. MEMORIAL DO CEMJ Diretora: Irmã Oneide Barbosa Coelho Colaboradores: Jefferson R. da Fonseca 2. DEPARTAMENTO SOCIAL Diretora: Rejane Botelho Vice-diretor: Raquel Farias Colaboradores: Maristela Stahelin Pavei, Elaine Melissa Vieira e Manuella Faria 2.1. PROGRAMA DE AÇÃO COMUNITÁRIA Coordenadora: Aline Caroline Cordeiro Colaboradores: Carmen Lúcia de Souza, Janaina Maion e Siliana Rohden Pires

Índice 03 04 06 07 08 10 12 13

PALAVRAS DA DIRETORA MENSAGENS CELEBRAÇÃO JUBILEU MEMORIAL DO CEMJ ESTUDO MONTESSORI INTERCÂMBIOS 2015 OLIMPÍADA MIRIM NOVO MAPA-MÚNDI

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GALERIA DE ARTE A CRIANÇA DO SÉCULO XXI INCLUSÃO ESCOLAR PROJETOS PEA/UNESCO GALERINHA DO CEMJ PASSATEMPOS GALERA DO CEMJ FORMANDOS 8ª SÉRIE

3. DEPARTAMENTO DESPORTIVO Diretor: Rafael Rodrigo de Melo Vice-diretor: Joel Spcart Colaboradores: Thiago Girard Machado, Whyllerton Mayron da Cruz e Giovani Barp Garcia CONSELHO FISCAL Presidente: Cíntia Ronchi Lemos Conselheiros: Ivo Rech e Jocimare Gomes Liesch Suplentes: Marcia Cristina Pedroso da Silva, Fabiane Silveira Martins e Rachel Beatriz Fidelis Rieke

Aconteceu

EXPEDIENTE Edição Geral: Felipe Cardoso (SC 02065 JP). Edição Gráfica: Gabriel Bourg Comercial: Jorge Luiz da Silva Foto da Capa: Papaya Fotografia Tiragem: 3 mil exemplares Gráfica Coan Distribuição gratuita

Os artigos publicados não expressam necessariamente a opinião da escola e são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores. O conteúdo publicitário é de inteira responsabilidade dos anunciantes.

FALE CONOSCO revista@meninojesus.com.br NOSSA ESCOLA O Centro Educacional Menino Jesus (CEMJ) é uma escola particular católica, montessoriana, dirigida pela Associação das Irmãs Franciscanas de São José. A Revista do CEMJ é uma publicação trimestral, que divulga eventos e atividades do cotidiano escolar, além de temas relacionados à saúde e à educação. Sede: Rua Esteves Júnior, 696 - Centro - Florianópolis / SC - Fone: (48) 3251 1900 - CEP 88015-130. Unidade Santa Mônica: Rua Nery Cardoso Bittencourt, 350 - Santa Mônica. Fone: (48) 3233 2820 | Unidade Santa Inês (Maranhão): Rua Padre Cícero, 144 - Vila Militar. Fone: (98) 3653 3702 | meninojesus.com.br | Anuncie! (48) 3251 1936 ou jorge@meninojesus.com.br

meninojesus.com.br

Apresentação teatral do 5o ano No dia 6 de novembro, o 5º B apresentou a peça teatral “O Menino de Pau”, que trata da famosa história do Pinóquio contada de uma forma resumida.“Começamos os preparativos no mês de agosto com a escolha do elenco. Para conseguirmos a participação de todos, formamos dois grupos. As crianças que não participaram do elenco principal formaram um elenco de apoio, e também foram responsáveis pelos cenários, figurinos, sonoplastia... e também tiveram uma participação ativa no dia da apresentação, principalmente na preparação do palco. Os ensaios aconteceram no horário de aula e isso foi muito interessante, pois os alunos precisaram se organizar com as atividades de sala para que tudo fosse conciliado”, explicou a professora Lidiani Barbosa, idealizadora do projeto.

Facebook: /cemjmeninojesus

Parceiros do Memorial

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Jubileu

Celebração em Ação de Graças 60 ANOS DO CEMJ

No dia 15 de outubro, o Centro Educacional Menino Jesus comemorou seu Jubileu de Diamante. E para agradecer pelos seus 60 anos de história, realizou nesta data uma celebração especial, presidida pelo Pe. Vitor Feller, vigário geral da Arquidiocese de Florianópolis, auxiliado pelos concelebrantes Pe. Nereu Fank e Pe. Quirino Weber do Colégio Catarinense, além do Pe. David Coelho, pároco da Catedral, e Pe. Frei Cid Passos, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angelina. Ainda dois momentos especiais marcaram a celebração, um quando a Sra. Carlota

Coan, primeira diretora do Menino Jesus, quebrou o protocolo pedindo a palavra e fazendo um emocionado um discurso de agradecimento exaltando a escola e todos os educadores que por aqui passaram desde sua chegada ao CEMJ na década de 1950; e outro quando as Irmãs Franciscanas de São José interpretaram uma canção tradicional da congregação em homenagem à Virgem Maria. Após a celebração, irmãs, funcionários e outros convidados foram recepcionados no pátio central com um jantar de confraternização oferecido pela direção geral.


Memorial

Exposição de fotos escolares NO MEMORIAL DO CEMJ

Está em exposição no Memorial do CEMJ um acervo com o trabalho realizado pela fotógrafa Lucia Wirth durante os seus 20 anos de parceria com o Menino Jesus. “A ideia de fazer uma exposição veio para agregar meus 20 anos de fotografia escolar junto à escola ao ano jubilar do CEMJ. Foi complexo selecionar todas as imagens ao longo deste período. Montei o móbile justamente para passar a ideia lúdica do coletivo em um mesmo ambiente. Concentrei-me então em separar todos os encartes dos anos letivos e focar nas fotos de grupos e algumas individuais que fazem parte desse ano comemorativo, além de mostrar fotos que marcam momentos ao longo dessa história.

Uma parte da exposição ficou para mostrar a sequência de alguns alunos durante a sua passagem pelo CEMJ através dos encartes, em que se pode perceber a transformação física de cada um”. Lucia Wirth A mostra reabre para visitação em 2016, do dia 15 de fevereiro até final de março. O espaço fica aberto das 9 às 12 e das 14 às 17 horas na Casa Tombada, junto à recepção da escola (Rua Esteves Júnior, 696 - Centro, Florianópolis).   Para pesquisas e visitas em grupo, agende pelo e-mail memorial@meninojesus.com.br.

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Educação

Simone Ballmann durante cerimônia em Salamanca. O Livro com o seu artigo está disponível na Biblioteca do CEMJ e faz parta da publicação coordenada por José María Hernández Díaz intitulada La prensa pedagógica de los escolares y estudiantes. Su contribución al patrimonio histórico educativo.

Estudo Montessori É APRESENTADO NA ESPANHA

Coordenadora Pedagógica do CEMJ apresentou artigo científico na Universidade de Salamanca

Durante o mês de outubro, a coordenadora por acreditar que tal pedagogia faz diferença Pedagógica do CEMJ, Simone Ballmann de Campos, na educação por proporcionar aos alunos apresentou na Universidade de Salamanca - a mais autonomia no acesso ao conhecimento, resantiga da Espanha e a quarta fundada na Europa - seu ponsabilidade, assim como possibilidade de artigo científico sobre o processo de institucionaliza- conviver eticamente em grupo”, explicou Simone. ção do Método Montessori no Trabalhando há mais de Brasil: perspectivas com base em O objetivo do 20 anos no CEMJ, período acervos digitais da imprensa estudo apresentado durante o qual estudou o escrita e da radiodifusão. O objemétodo em formações contivo do estudo apresentado foi foi redesenhar os redesenhar os caminhos traçacaminhos traçados tinuadas, nos planejamentos pedagógicos promovidos dos na apropriação e utilização na apropriação pela escola e em pesquisas da proposta pedagógica montese utilização da específicas, Simone acompasoriana. Por meio de notícias de jornais e de entrevistas de rádio, proposta pedagógica nhou o desenvolvimento escolar de inúmeras crianças montessoriana. pertencentes a um acervo digital, que passaram pelo Menino foi possível trazer à cena persoJesus, incluindo seus filhos. nagens cujas vinculações não haviam sido entrelaçadas e reconhecidas como inter- Utilizando os conhecimentos adquiridos nesferentes na dinâmica educacional do país. O conteúdo sa perspectiva de ensino para a formação de faz parte da sua tese de doutorado para o Programa outros pedagogos, afirma que obteve ótimos de Pós-Graduação em Educação da UFSC. “O meu resultados com estudantes pós-graduandos, interesse em estudar o Método Montessori se deu inclusive surdos-mudos. “Este trabalho


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demonstra o quanto a abordagem montessoriana é eficaz não somente na infância; destaco também o prazer de ver meus filhos estudando e crescendo envolvidos pelos princípios montessorianos que os ajudaram a se tornar jovens independentes, críticos e sensatos. Ou seja, minha vivência acadêmica, profissional e familiar ocorreu em torno do Método Montessori e fico feliz por poder estudá-lo com maior profundidade e, com isso, auxiliar seu processo de atualização nas relações com o desenvolvimento social contemporâneo”, revelou a pedagoga. Antes da apresentação de seu trabalho na universidade espanhola, Simone esteve em Roma para realizar alguns estudos complementares. Na capital italiana, conheceu a famosa Casa dei Bambini, marco da educação montessoriana, primeira escola fundada por Maria Montessori em 1907. Com a ajuda de seu orientador da UFSC e da embaixada brasileira, conseguiu realizar uma visita à casa, que apresenta algumas restrições quanto à visitação. A escola foi fechada em 1934 e voltou a funcionar somente após a Segunda Guerra. Reaberta por uma ex-aluna, conservou os mesmos moldes de funcionamento da primeira metade do século XX.

A Casa dei Bambini mantém a metodologia, os materiais e o atendimento às crianças como era feito originalmente, mas fez adaptações aos tempos atuais, como no uso de novas tecnologias digitais e de recursos didáticos, ou nas inovações trazidas pela neurociência para a formação docente. “Foi magnífico ter a oportunidade de observar as atividades pedagógicas dos alunos de uma instituição de ensino tão estudada em nossa escola e, na sequência, compartilhar as minhas impressões com os colegas de trabalho aqui do CEMJ. Além disso, fiquei muito feliz ao constatar que lá a autonomia dos alunos provinha de uma forma de trabalho similar a que realizamos no Menino Jesus. Agradeço à direção do CEMJ por me apoiar e possibilitar condições para que essa rica experiência acontecesse”, disse Simone.

Antes da apresentação de seu trabalho na universidade espanhola, Simone esteve em Roma para realizar alguns estudos complementares. Na capital italiana, conheceu a famosa Casa dei Bambini, marco da educação montessoriana.


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Educação

Depoimentos Chile “A viagem foi incrível. Conheci lugares novos, pessoas novas e nova cultura, que jamais irei esquecer. Aprendi muitas coisas, como construir um carrinho de rolimã e um tear, a tocar os “cajones peruanos” e a tecer; também aprendi muito sobre a cultura e história do Chile. Adorei esta viagem e nunca esquecerei dos lugares e pessoas que conheci nela!”

Sofia Avila Viotti Aluna

“Sem dúvida essa viagem ao Chile foi uma das melhores que já fiz na minha vida. Além de irmos sem os nossos pais, fomos com um grupo muito bom, que no final acabou virando uma família. Dos alunos que foram, eu só conhecia um, e no final desta convivência de 12 dias ficamos muito amigos, todos nós. Foi uma experiência maravilhosa e faria de tudo para repeti-la. A cultura do Chile é muito rica, além de ser um país muito bonito. Tenho certeza que nunca me esquecerei dessa viagem, do que fizemos, das amizades que fiz e que sei que vou levá-las comigo, e das pessoas e experiências novas que fizeram parte. Se eu pudesse, voltaria no tempo para o primeiro dia, faria tudo de novo e acrescentaria mais uma ou duas semanas ao projeto.”

Alice Ensfeld Lueders Aluna

Intercâmbios 2015 CEMJ NO CHILE E CANADÁ

Durante o ano de 2015, o CEMJ promoveu dois grandes intercâmbios culturais com segmentos do ensino fundamental 2. Os alunos de 8º e 9º Ano visitaram o Chile, de 15 a 26 de junho, e os alunos de 9º Ano, o Canadá de 11 a 24 de setembro. No Chile, o grupo de 17 alunos ficou hospedado na Fundação Punto Zero, na cidade de Putaendo, região de Valparaíso, a cerca de 100 quilômetros da capital chilena. A Diretora Pedagógica, Ir. Sandra Aparecida de Jesus, a Coordenadora de Eventos, Ana Maria Bosse, além do responsável da agência de viagens, Kenyo Nunes, acompanharam os alunos durante toda a viagem. Os estudantes foram recepcionados pelos profissionais da Fundação, onde participaram do projeto “Ampliando os Horizontes”, com imersão em espanhol. As instalações da Fundação estão desenhadas para ser um grande instrumento de aprendizagem.Todo ambiente está construído dentro dos parâmetros ecológicos: calefação solar, tratamento de águas, horta orgânica, construção biológica, uso de energia geotérmica, entre outros. Durante o período, os alunos foram incentivados a se comunicarem no idioma espanhol e diariamente participaram de momen-

tos específicos de aprendizagem deste idioma através de conversação, música, jogos, filmes e dinâmicas de grupo, orientados e estimulados pela coordenadora da Fundação, Professora Edite Barbosa. Além destas atividades, participaram de diversas oficinas, tais como: Cozinha Chilena, Tecelagem, Iniciação à Astronomia, Taekwondo, Reaproveitamento da Água, dentre outras. “O grupo de imersão cultural 2015 apresentou uma excelente disposição para aprender, esteve coeso e alcançou todos os objetivos propostos, especialmente em relação ao idioma. Motivados e alegres, eles deixaram saudades por aqui”, revelou a coordenadora da Fundação. Já o projeto de intercâmbio cultural no Canadá contemplou as cidades de Victória, Rocky Mountains (Revelstoke, Banff, Valemount, Jasper) e Vancouver.


Depoimentos Canadá Assim como no intercâmbio no Chile, os alunos também foram acompanhados pela mesma equipe de Durante o ano, o coordenação. Ao todo 17 alunos participaram deste CEMJ promoveu dois projeto. A agência de viagens Megatrip, juntamente com a grandes intercâmbios Canadá English Education Service (CEES) foram as culturais com responsáveis pela organização e realização segmentos do ensino empresas deste intercâmbio. “Em Victoria os alunos frequentafundamental 2: Chile ram aula todas as manhãs na escola de Línguas Global e Canadá. Village e no turno vespertino aproveitamos para o enriquecimento cultural com visitas ao Parlamento, ao Royal British Columbia Museum, à Royal Roads University e conhecemos também uma escola canadense e um dos programas de High School, e na oportunidade conversamos com alunos estrangeiros e também com outros brasileiros. Sem dúvida a maior diversão foi participar de um treinamento de hóquei e depois assistir a uma partida do time local, o Vitoria Cougars Juniors”, descreveu a coordenadora de eventos Ana Maria Bosse. “Eles não eram meus filhos, mas mesmo assim eu senti orgulho deles! Eles representavam seu país, sua escola e suas famílias muito bem. Em pouco tempo eles cresceram muito e aprenderam a ver o mundo de uma maneira diferente”, comentou Kara Hobby, agente do Canada English Education Services, Toda a equipe participou ainda de diversos city tours, estudos e passeios culturais. “No segundo final de semana participamos do Rocky Mountains Tour, visitando Revelstoke, Banff, Valemount e Jasper; inesquecível a experiência de viajar pelos Parques Nacionais Yoho, Glacier e Banff, admirar a paisagem e os lagos originados pelas geleiras formadas no topo das montanhas. Mas participar da excursão às geleiras localizadas no Columbia Icefields Parkway nos fez realmente tremer de frio e principalmente de muita emoção. Durante a estadia em Vancouver visitamos o Stanley Park, a Cidade Histórica, a tocha olímpica e Granville Island, e aproveitamos muito todos os momentos juntos para explorar os atrativos culturais desta cidade já com o tom da despedida do nosso intercâmbio”, completou Ana Bosse.

A viagem para o Canadá foi uma experiência incrível do início ao fim! A Duda voltou maravilhada; mais madura e experiente! Desde o momento em que fiquei sabendo da viagem já sabia que queria que a Duda fosse. Todos os projetos do CEMJ em que ela participou foram assim, organizados e bem planejados, me deixando segura e tranquila em deixá-la participar. Ouvi-la contar sobre a viagem foi uma delicia. Seus olhos brilhavam… Meus olhos brilhavam junto…Muito obrigada, CEMJ! Nos despedimos do CEMJ este ano. Foram 13 anos de parceria! E com a esta viagem para o Canadá, encerramos nossa parceria com chave de ouro!

Marilu Lemos Mãe de aluna

“A viagem ao Canadá foi inesquecível e com certeza uma das melhores experiências da minha vida. Lá visitamos cidades apaixonantes e vimos paisagens exuberantes. Também tivemos a oportunidade de estudar inglês, o que contribuiu bastante para nossa melhora no idioma. Através dessa viagem, ampliamos e fortalecemos amizades e tivemos momentos muito divertidos juntos. O Canadá é um país incrível e através desta viagem pudemos perceber isto das melhores maneiras possíveis, é uma viagem que eu faria de novo, com certeza.”

Isabella Savi de Figueiredo Aluna


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Esporte

XVII Olimpíada Mirim ESPORTE E DIVERSÃO NA ESCOLA De 6 a 9 de outubro, o Menino Jesus promoveu a 17ª edição da Olimpíada Mirim, que este ano teve como tema Energias Renováveis e 60 anos Educando Gerações. Participaram do evento os alunos das Classes Montessori 1, 2, Montessori (3-5) e 1° Ano. A abertura oficial aconteceu na tarde do dia 6/10 e contou com a presença dos professores e familiares. Os alunos realizaram uma grande apresentação com muita música, coreografias, conduzindo faixas e cartazes que alertavam sobre o tema proposto e sobre a história da escola, que este ano comemorou 60 anos. Assim como nos últimos anos a Olimpíada Mirim tirou o foco da competição e manteve o esquema de rodízio por atividades sensoriais, esportivas, recreativas e educativas, tais como skate, slackline, futebol, artes, músicas, inglês, boliche, tiro ao alvo, brinquedos infláveis, pulapula e as tradicionais peças de teatro com as apresentações dos grupos “A Trupe do Baú Encantado” e “Roda Viva”.

A Olimpíada Mirim não tem o foco em competição mas em rodízio de atividades sensoriais, esportivas, recreativas e educativas que estimulem o desenvolvimento do aluno.


Geografia

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Mapa-Múndi PARECER CRÍTICO DE UM NOVO MAPA

Ao longo do ano, as 8as séries realizaram um trabalho que consistia na criação de um novo mapa-múndi, que teria países criados pelos próprios alunos, com características demográficas e econômicas estabelecidas por eles. O trabalho possibilitou o resgate de conceitos básicos da matéria de Geografia, como PIB, IDH, PIB per capita, setores da economia, relação do clima com as atividades econômicas etc. Além disso, criamos alianças, estabelecemos objetivos econômicos e/ou militares e analisamos sua viabilidade. Ao longo do trabalho, percebemos a importância do PIB e da população na economia de um país, e como eles possibilitam ou não

a realização dos seus objetivos. Muitos países tinham objetivos expansionistas e acabavam não desenvolvendo sua economia ou até não tendo população suficiente para realizá-los, por exemplo. Pudemos também fazer um paralelo com as guerras mundiais e com o imperialismo, já que foram criados países que desejavam expandir seu território e faziam alianças estratégicas para isso, como ocorreu na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. Profª Josie Polyane Guedes Professora de Geografia

Alguns novos paises Baleia Land População: 3 mil PIB: US$ 500 mi

Orchidas População: 5 milhões PIB: US$ 2 trilhões

Condado População: 2 bilhões PIB: US$ 4,2 trilhões


Galeria de Arte João Vítor (6º ano E)

E) Pedro Trichez (6º ano

Ana Carolina B. (6º ano F)

Felipe (6º ano E)

Carolina (6º ano F)

Isabela (6º ano F)


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Gustavo B. (6ยบ ano E)

Isis (6ยบ ano F)

Luiza (6ยบ ano F)


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Educação

Montessori

A CRIANÇA DO SÉCULO XXI Perante a complexidade que caracteriza a juventude, que devemos acolher nas nossas sociedade no limiar do século XXI, a educação sociedades, dando-lhes o espaço que lhes desponta como um caminho imprescindível cabe no sistema educativo, sem dúvida, mas para o processo de edificação dos ideais de paz, também na família, na comunidade de base, na liberdade e justiça social. O mundo contempo- nação. Este dever elementar deve ser constanrâneo está passando por transformações pro- temente recordado, para cada vez mais ser fundas, que demandam competências que estão tido em conta, quando das opções políticas, distantes da pedagogia transmissiva tradicional, econômicas e financeiras”. caracterizada por um modo de ação fragmentaParafraseando Montessori, a criança é o do, afastado da realidapai do homem. No período de, passivo, permeado entre o nascimento e os seis “É urgente educar e pela ausência de refleanos, a criança vivencia xão e fomentador da experiências singulares no preparar as crianças reprodução de ideias. ambiente natural e, após ter para a competência Maria Montessori superado esse período emide discernir e avaliar propõe um projeto nentemente sensorial, o proeducacional integral, pósito é que comece a percriteriosamente o no qual um dos princiceber o seu papel no mundo pais objetivos está universo de informações e a desenvolver a habilidade centrado no propósito muitas vezes, confusas que possibilita o estabelecide oferecer à criança mento da empatia, no que e desordenadas que a uma visão cósmica da concerne a compreensão do realidade. O Sistema que acontece com o outro. cercam.” Montessori tem uma Dentro do contexto social, grande marca que é a essa é a fase que assinala efepreocupação com a preparação para a cidadania tivamente a existência do instinto gregário através da formação de agentes multiplicadores, (necessidade de formar grupos). Esse é o dinâmicos, comprometidos com as questões momento propício para iniciar a abordagem ambientais e existenciais que afetam a todos acerca das necessidades materiais e espirituindistintamente. ais, que são fundamentais para manutenção da Segundo Jacques Delors, autor do relatório vida dos seres humanos e as tendências natupara a UNESCO da Comissão Internacional rais que se configuram em habilidades, como sobre Educação para o século XXI, “a educação atenção, organização, exploração e orientação é, também, um grito de amor à infância e à que auxiliam na realização de funções especí-


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ficas para satisfação dessas necessidades. A humanidade está testemunhando a edificação de uma nova era histórica, na qual somos convidados a rever as rotas e consequentemente refazer o percurso de nossa existência, para que o paradigma social atual não seja perpetuado. É fundamental aprender a perceber o planeta Terra em sua totalidade e magnitude, reconhecer que somos parte de uma teia relacional, que nos envolve mutuamente. Precisamos recuperar a unidade perdida, para finalmente reverenciar e assumir nossa responsabilidade para com todas as formas de vida. É preciso tocar as crianças, para que percebam que apesar das adversidades, é possível, através da unificação de nossas energias, realizar tentativas no sentido de modificar o curso da história, com o nítido objetivo de transformar o planeta Terra em um lugar mais pacífico e habitável e, nesse momento, finalmente conseguiremos trilhar juntos esse caminho que nos direcionará para um futuro mais coeso e humanitário. O potencial para aprender e transformar está em cada um de nós. Acreditamos que, estamos no caminho certo ao nos empenharmos diariamente na nossa missão de “Educar para a vida, através do conhecimento significativo e pela prática da solidariedade, da ética e da paz”. É urgente educar e preparar as crianças para a competência de discernir e avaliar criteriosamente o universo de informações muitas vezes confusas e desordenadas que as cercam. Segundo Paulo Freire, é necessário ajudar a criança a aprender a “ler o mundo”.

O que esperamos das crianças do século XXI? “Que sua consciência e suas atitudes sejam guiadas pelo amor ao próximo. Que estejam comprometidas em melhorar a qualidade de vida de todos, levando em conta o desenvolvimento sustentável e consequentemente a qualidade ambiental do planeta.”.

Silvia Higashi Mãe de Gabriel e Henrique - Classe Montessori E e Maternal I F Santa Mônica

“Vivemos no mundo da era digital, no qual constantemente as crianças são bombardeadas com imagens e informações midiáticas. Informações que são apenas recebidas, mas não discutidas, refletidas ou colocadas em prática dentro do cotidiano familiar e social. Gostaria que nossas crianças do século XXI resgatassem valores éticos, culturais, sociais e espirituais que estão se dissipando em nossa contemporaneidade. Que elas potencializem seu saber reflexivo e coloquem em prática ações que transformem nosso mundo em um lugar melhor.”.

Juliana D.S. Duccini Mãe da Maria Eduarda Duccini – Maternal I E Santa Mônica

Referências: DELORS, Jacques (org.). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI.

Lucimar Maria Rosa e Irmã Janete Emília da Silva Coordenadoras Pedagógicas do CEMJ- Unidade Santa Mônica

Editora Cortez, 8ª edição, 2013.


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Educação

Inclusão escolar E EDUCAÇÃO MONTESSORI

O CEMJ reconhece as mudanças sociais ocorriA necessidade de adaptação do sistema das ao longo dos anos e seus reflexos no con- escolar às particularidades dos alunos é algo texto escolar e trabalha na perspectiva inclusi- indiscutível. O atual paradigma da inclusão va, atendendo de maneira diferenciada não está amparado em novos aspectos da legislasomente alunos com deficiência, mas aqueles ção que vêm sendo implementados no Brasil, que apresentam transtornos funcionais especí- e por meio dos quais a ação da educação ficos – TFEs. A instituição acompanha as pesqui- especial passa a abranger não apenas as pessas científicas que mostram crescente necessi- soas com deficiências ou limitações, mas tamdade de atendimento bém as que apresentam especializado na área da outras condições que difiConsidera-se escola cultam de forma significativa saúde mental e busca ofeinclusiva aquela que a aprendizagem (como a disrecer um ensino de qualidade contemplando as trabalha respeitando lexia e o transtorno de défidiferenças. cit de atenção/hiperatividaos potenciais e as Segundo estatísticas da limitações de cada de TDAH) (ESTANISLAU e OMS – Organização BRESSAN, 2014). um, possibilitando Mundial de Saúde, 10% da Os autores acima destaa aprendizagem população apresenta algum cam ainda que o paradigma tipo de deficiência, e 50% pelas trocas de da inclusão é um movimendesse percentual apresenta to político, cultural, social e experiências na deficiência intelectual. pedagógico, fundamentado diversidade. Dados epidemiológicos nos princípios dos direitos brasileiros alertam que 10 humanos que repudiam a 20% das crianças e adotodo e qualquer tipo de discriminação. lescentes apresentam algum tipo de transtorno Portanto, todas as crianças, sem diferenciação, mental. Um dos estudos envolveu jovens de 7 a têm o direito de conviver em dado ambiente 14 anos que vivem na Região Sudeste do Brasil escolar comum. e verificou que 1 entre 8 alunos matriculados na A proposta de inclusão ressignifica o sisescola tem algum tipo de dificuldade e necessita tema educacional e os diversos projetos de atendimento especializado na área de saúde pedagógicos buscam repensar a instituição mental (ESTANISLAU e BRESSAN, 2014). escolar como um espaço que reconhece e No Brasil, os dados do Censo Escolar de valoriza as diferenças. Considera-se escola 2014 advertem sobre crescimento expressivo inclusiva aquela que trabalha respeitando os no que diz respeito a matrículas de alunos com potenciais e as limitações de cada um, possibideficiência na educação básica regular: 698.768 litando a aprendizagem pelas trocas de expealunos estavam matriculados em classes comuns riências na diversidade (RODRIGUES, 2015). (RODRIGUES, 2015). Escolas montessorianas brasileiras desenvolvem há décadas o que hoje se denomina

“educação inclusiva”, e essa experiência é uma importante contribuição para se atingir uma educação para todos, preceito constitucional em nosso país. O Sistema Montessori privilegia a diversidade, facilitando a inclusão de indivíduos com necessidades específicas e compreende que toda criança apresenta necessidades educacionais e algumas delas necessidades educacionais especiais (LIMA, 2005). O Centro Educacional Menino Jesus trabalha com o Sistema Montessori de Ensino há 42 anos, recebe e acolhe desde então crianças com deficiências e com Transtornos Funcionais Específicos - TFEs. Atua praticando conceitos que atualmente estão em destaque na mídia e na sociedade em geral com reconhecida competência, e matricula crianças com necessidades educacionais especiais há quatro décadas seguidas. Contudo, é importante destacar que apresenta limites para sua atuação tendo em vista ser Escola Regular de Ensino e primar pela qualidade do ensino e qualidade da inclusão efetivamente. Não basta apenas integrar a criança, mas incluí-la para que tenha benefícios efetivos e ganhos emocionais, cognitivos e sociais. Acredita-se que os atuais avanços ocorridos nas legislações relativas ao tema favorecem toda a sociedade, pois exigem que todas as escolas trabalhem na perspectiva inclusiva independente da metodologia e das práticas pedagógicas adotadas.

Dra. Fabiane Silveira Martins Serviço de Psicologia CEMJ-sede Psicóloga CRP-12/02001 Pós-doutora em Psicologia pela UFSC

Referências: ESTANISLAU, Gustavo M; BRESSAN, Rodrigo Affonseca (orgs.) Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber. Porto Alegre: Artmed, 2014. LIMA, Edimara de. A inclusão escolar na sala agrupada. In: Viver mente e cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Maria Montessori: o indivíduo em Liberdade. São Paulo: Segmento-Duetto, 2005. RODRIGUES, Carla Daniela P. Inclusão é possível no ensino superior? Psique – ciência e vida. Ano IX, n. 119, p.26-31, novembro, 2015.


PEA

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O Pea e a Paz

CONHEÇA ALGUNS Projetos desenvolvidos no CEMJ O Programa de Escolas Associadas (PEA) é quase tão antigo como a própria Unesco. Foi criado para estender os objetivos dessa organização mundial, no pós-guerra, ao campo da educação. É um braço fundamental nesse trabalho, pois a Unesco parte de um conceito simples: a guerra nasce na mente dos homens, e é lá que deve ser combatida. O PEA está presente em 130 países. O objetivo fundamental do PEA é criar uma rede internacional de escolas que trabalhem pela ideia da cultura da paz. Por isso, o Programa consiste, basicamente, no estímulo a projetos ligados a um tema central, que é o Ano Internacional proposto pela Unesco, ou simplesmente dirigidos à ampliação da consciência de cidadania. O Centro Educacional Menino Jesus é uma das escolas associadas. Uma das preocupações no currículo do Ensino Fundamental II é a realização de um trabalho multidisciplinar. Ser associado a este programa nos possibilita trabalhar um mesmo tema junto a disciplinas como Ciências, Geografia, Matemática e Língua Portuguesa visando explorar os assuntos nas suas mais variadas áreas de conhecimento. Os temas trazidos pelo PEA são voltados às questões ambientais, principalmente. Cada assunto abordado busca difundir na sociedade a cultura da paz, enfocando a ideia de preservação e de alerta sobre o consumo ou manejo inadequados.

2007

2008

Aquecimento Global

Recursos Naturais

Os alunos das 5as séries elaboraram um mural sobre o tema, a partir de um questionário que responderam com a família sobre a quantidade de gás carbônico que cada família produz e quantas árvores seriam necessárias plantar para diminuir esse impacto.

Os alunos das 5as séries elaboraram um calendário anual, explorando em cada mês do ano um tipo recurso natural encontrado em nosso país. Observaram como é feita sua exploração, utilização e os impactos para o meio ambiente.

Casa Ecológica Revista Água Os alunos das 6as séries elaboraram uma revista sobre a importância do tratamento da água. Foram explorados diferenciados temas, curiosidades e entretenimento.

Os alunos das 6as séries visitaram o sítio “Çarakura” e, a partir dessa visita e de pesquisas sobre o assunto, construíram maquetes de casas ecológicas, visando o uso racional e adequado da energia elétrica, da água e do menor impacto ambiental.

Terra e Alimento Os alunos das 7as séries trabalharam sobre temas relacionados a alimentação e desperdício, visando a prática da educação ambiental.

2009

Astronomia Os alunos das 5as séries desenvolveram uma pesquisa biográfica acerca de alguns personagens da história da astronomia. Após, elaboraram um figurino e músicas-tema de cada personagem. Realizaram então uma linha do tempo sobre os mesmos e expressaram por meio de linguagem cênica.

Somos todos poeira cósmica! Os alunos das 7as séries identificaram em laboratório alguns elementos químicos presentes nos seres vivos e no Universo. Também escreveram poemas sobre o tema.


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PEA

2010

2011

2012

2013

Biodiversidade dos ecossistemas marinhos em Florianópolis sob pressão

As florestas do Brasil

Cooperativas

Águas termais em nosso estado

Os alunos das 5as séries visitaram uma fazenda marinha e, a partir da informações recebidas e pesquisadas, criaram um teatro de fantoches, no qual abordaram o assunto e apresentaram soluções para redução dos impactos ambientais.

Os alunos das 5as séries pesquisaram sobre as florestas no Brasil e a situação em que elas se encontram. A partir da pesquisa, produziram atividades capazes de despertar a consciência ecológica e o interesse na conservação de todos os tipos de florestas do Brasil, garantindo a continuidade e a produção de nossos alimentos. Assim, confeccionaram Discos Geográficos, em que foram registradas as principais informações e características abordadas.

Os alunos das 5as séries visitaram a COMCAP, observaram a quantidade de lixo produzido na nossa cidade e a importância das cooperativas no destino desse lixo e no desenvolvimento do Brasil, assim como sua importância social. Confeccionaram artesanatos com materiais reaproveitáveis, percebendo a importância da sua reutilização.

Os alunos dos 6os anos visitaram a fonte de água termal em Águas Mornas e pesquisaram as outras fontes existentes em nosso estado. Conheceram seus benefícios e como é realizada sua exploração e suas vantagens turísticas.

Água Biomas Brasileiros Os alunos das 6 séries Biodiversidade, enfatizando a importância das unidades de conservação na manutenção dos Biomas Brasileiros. as

Biodiversidade está em nós Os alunos das 7as séries identificaram as suas características genéticas e construíram um único rosto, a fim de identificar a biodiversidade humana. A evolução da espécie humana foi trabalhada na linha da vida e os alunos das 8as série construíram uma linha representando a evolução dos elementos químicos, uma interpretação da linha de Maria Montessori.

Biodiesel Da árvore ao papel Os alunos das 6 séries visitaram uma fábrica de papel e conheceram todas as etapas de sua produção, da árvore até chegar à celulose. A sua importância na conservação e na manutenção das florestas, bem como a química que se faz presente na fabricação do papel. as

A química dos poluentes Os alunos das 7as séries desenvolveram diversos experimentos em laboratório sobre os plásticos, vidros e metais. Trabalharam a estrutura das moléculas dos poluentes, construindo maquetes dos átomos presentes nos plásticos, vidros e metais.

Os alunos das 6as séries mostraram a importância da agricultura na produção do biodiesel, as etapas de produção e os benefícios em comparação com os outros combustíveis.

Os alunos dos 7os anos efetuaram coletas de água em pontos diferentes da cidade e depois fizeram testes em laboratório para verificar a qualidade da água. Entenderam a importância da água potável para todos.

Biomassa Os alunos das 7as séries realizaram uma visita ao Sítio “Çarakura” e conheceram técnicas alternativas sobre a biomassa do bambu. Em sala de aula, realizaram trabalhos sobre a relação entre biomassa e energia.

Por professoras Isabel Cristina (Geografia), Fabíola Rosa (Ciências), Juliane Reichert (Ciências), Maria Medianeira (Matemática) e Tathiane Gil (Língua Portuguesa)


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2014 Solo

Os alunos dos 6os anos estudaram os tipos de solo, seus nutrientes e sua importância para o desenvolvimento das plantas. A partir de pesquisas sobre o assunto confeccionaram junto com os 7os anos uma horta na vertical.

Plantas Os alunos dos 7os anos conheceram a importância das plantas medicinais e a partir de pesquisas sobre o assunto confeccionaram junto com os 6os anos uma horta na vertical.

Cristalografia do cloreto de sódio Os alunos das 7as séries pesquisaram sobre a importância da cristalografia no campo da medicina e desenvolveram trabalhos específicos sobre o cloreto de sódio.

2015 Ano internacional da Luz Os alunos dos 7os anos conheceram as matrizes energéticas existentes em nosso país, sua exploração e distribuição contextualizando todo o processo em uma linha do tempo. E, visando a sustentabilidade, produziram maquetes explicativas de projetos com o aproveitamento da luz solar. Todas as maquetes foram confeccionadas com materiais recicláveis. Os alunos dos 8os anos estudaram sobre a relação do sol e a alimentação no que se refere à absorção da vitamina D e sua importância para organismo, desmistificando a relação entre homem, saúde e sol. Fizeram análises de como estão se alimentando no dia a dia (consumo de açúcar, sódio e gordura) e viram que alimentos devem ser ingeridos para auxiliar nesta absorção. A partir daí, desenvolveram jogos de tabuleiro, mini-palestras e cartilhas sobre o assunto.

Os projetos do PEA têm, acima de tudo, um cunho articulador, pois com pequenos projetos desenvolvidos no colégio, despertam-se interesses capazes de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das populações envolvendo politicamente os cidadãos numa tarefa multiplicadora da paz. Seja da PAZ você também!


a h n i r e l Ga EMJ DO C

Fotos: Jorge Luiz da Silva e Irmã Janete

Rebeca e Isabelli (1º ano A)

Bernardo (Berçário 1 E)

Caroline e Maria Augusta (Montessori 1 F)

Nicolas (Berçário 2 E)

Maria Julia (Maternal 1 I)


Francisco, Elisa e Letícia (Berçário I E)

Bernardo (Maternal1 B)

Helena, Gabriela e Liz (Maternal 1 B)

Betina e Isabela (Berçário I E)

Arthur e Filipe (Berçário I)


RETROSPECTIVA



a r e l a G EMJ DO C

Ayuni e Déborah (7º A)

Fotos: Jorge Luiz da Silva

Isabella, Marina e Ana Luiza (7º A)

Patrizia, Maria Anthonia, Eduarda, Sabrina, Luiza e Camila (8º A)

Gustavo (8º A)


Francisco, Fábio, Antonio, Robson, Eduardo M., Henry, João Pedro, Mateus, Eduardo Q. e Guilherme (8º A e C)

Yasmin, Carolina, Maria Luísa, Raphael, Arthur, Vinicius, Ygor, Luiza, Giovanna, Luiz, Sofia, Betina e Ana Carolina (6º F)


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Formatura

Formatura 8ª SÉRIE 2015 8ª série A

Queridos formandos de 2015 Na vida formamos vínculos afetivos de grande significado; um deles é no tempo e no espaço da escola em que estudamos. Em nome do CEMJ, parabenizoos por chegarem ao final do Ensino Fundamental e tenho a certeza de que partem com bases sólidas, tanto em nível de formação pessoal, espiritual e social como em nível acadêmico. O CEMJ não se despede de vocês, apenas os libera partir para a missão que cabe a cada um. Que o Menino Jesus acompanhe e ilumine os passos futuros de cada um! Fica aqui o registro do nosso carinho e votos de pleno êxito para a alegria de todos que os amam! Irmã Marli Schlindwein Diretora Geral do CEMJ

AMANDA COSTA CASSIO ANDRÉ LUIZ SANTIAGO BÁRBARA CAMILLI CASTANHO BEATRICE REGINA RUDOLF MEZZOMO BEATRIZ COELHO ZIMMERMANN PAULI BRUNO CARNAVALLI ELISABETH DA SILVEIRA SILVA GABRIEL DE CÓRDOVA AMARO ISADORA BISOL DE VARGAS LAÍS PERSUHN ZANCHET LUIZA PALHA MAÇANEIRO MARCELLA VINOTTI SALUM MARIA CLARA MACHADO GORDALINA CARDOSO MARIA EDUARDA MEIRA MARIA LUÍZA FURTADO MARINA GÂMA DA SILVA NICOLE CARVALHO VAN LINSCHOTEN LAZZARI NYCOLE BERNARDO CORRÊA RAPHAEL CHRISTOPHER LAZZAROTTO GRANEY TALES LINS MACIEL MONTEIRO THIAGO CANTO DA COSTA PEREIRA VICTOR DOS SANTOS CAMARGO WALMOR DE OLIVEIRA NETO YUJI TEODORO TAKASCHIMA


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8ª série B ALICE ENSFELD LUEDERS ANA CRISTINA ALVES PIZA DUARTE ANA JULIA DOBES DE SOUZA BEATRIZ NICOLETTI JUNCKES BRUNO BENEDETTI BRUNO FLORINDO PERES CAIO AUGUSTO DOBES DE SOUZA CARINA HARGER SILVEIRA FERNANDO OTO DOS SANTOS FILHO GABRIEL AMORIM DUARTE GABRIEL MARTINS RITZEL GIOVANNA VINHATI GUILHERME MEYER HOLLERWEGER GUILHERME SALDANHA CUNHA ISADORA DE CÓRDOVA AMARO JULIA RODRIGUES ZACCARÃO JULIANO TIETZE DE BORTOLI LEILA STINGHEN LUZ BAYER LIVIAN GAIA NUNES LUCAS GRISARD DE SOUZA LUIZA TEOTÔNIO CORDEIRO MARIA CRISTINA DE QUEIROZ YUNES MARIA VITÓRIA DE LIMA DUTRA MATEUS QUINT DOS SANTOS ZANINI SOPHIA SPIGOLON WILLIAMS TIAGO BALLMANN DE CAMPOS

Fins de história são sempre muito aguardados sejam eles de desfechos triunfantes, de vitórias inacreditáveis, de romances de contos de fada ou dos que nos surpreendem com um desfecho inimaginável. Histórias deixam marcas, deixam lembranças, que de tão boas parecem pertencerem a nós. Mas não pertencem, são do mundo e devem ser vistas e apreciadas por muito mais pessoas, e assim são vocês que não estarão mais no nosso dia a dia, que seguirão para mostrar que a história da vida de vocês continua, se transforma, evolui. Sendo assim, em poucos dias vocês finalizam um capítulo de suas histórias, o capítulo CEMJ, mas nunca deixarão de estar na nossa história, de ser nossos alunos e alunas. Acompanharemos vocês, podem acreditar. Mesmo de longe estaremos observando suas trajetórias, torcendo sempre por desfechos triunfantes, por vitórias, por contos de fada para os que assim desejarem. Nos orgulhamos quando vemos vocês evoluírem, crescerem, amadurecerem, pois temos certeza de que a filosofia que foi plantada aqui penetrou nas suas almas e perpetuará pelas suas vidas. Profª. Josie Polyane Guedes Prof. Geografia

Seres aloprados del mio cuore (que agora, pulsa em “dó menor”), Ter convivido com vocês por este tempo foi fundamental para que eu desenvolvesse uma relação de afeto, que nos manterá próximos em alguma esfera, quiçá por longa data. Ensinamos e aprendemos juntos. Crescemos um pouco mais, nos significamos mutuamente. Estou certo de que vocês serão pessoas sensíveis, criativas e que farão diferença onde estiverem. E o que tenho a desejar é um futuro lindo pela frente. Façam ‘sua’ própria música e permitam que ela reverbere harmonicamente por aí. Sintonizem bons valores, sejam consonantes com realizadoras construções de vida e expandam uma identidade digna de ser apreciada e aplaudida. Eu aplaudo desde já. Abraçãoooooo! Prof. Edelcio Philippi

Prof. Fundamentos da Linguagem Musical


30

Formatura

8ª série C BEATRIZ DE SÁ SOARES CAROLINA DOS REIS MAIER DAVI GRUMICHE SEEMANN DIEGO WAINSTEIN SILVA GABRIEL GARCIA DEITOS GABRIEL SÔNEGO BORNER GABRIELA REPSOLD TASSO GEORGE MICHEL BRANDALISE GUSTAVO PESSI CORDEIRO ISABELLA SAVI DE FIGUEIREDO JULIA OLIVEIRA ALVES LUÍZA STÄHELIN PAVEI MARIA EDUARDA DE CAMPOS L. DA SILVA MARIA EDUARDA EMERICK MATHEUS FAVARETTO NATHÁLIA DE CÓRDOVA AMARO NICOLAS RONCHI LEMOS RODRIGO GONDIN GEVAERD WALTER DE OLIVEIRA CORBARI

Doce tempo Ser jovem é não saber como se sente, mas ter certeza do que deve ser feito. Ser jovem é acreditar em tudo um pouco... Nas mentiras, nas verdades, nas histórias, nos sonhos... Nos desejos... Ser jovem é viver constantemente apaixonado por alguma coisa ou alguém. É sempre ter o que fazer e sempre ter a quem recorrer. Ser jovem é escrever um texto sobre juventude. Afinal, neste momento da vida é o que mais entendemos. Ser jovem é confundir os sonhos com a realidade e o desejo com a necessidade. Ser jovem é querer justiça, é querer PAZ, é viver e acreditar num mundo de ideais. Ser jovem é querer dormir até tarde, é querer ir à festa, é querer ficar com aquela pessoa especial... Ser jovem é estudar no CEMJ e saber que aqui tem um pequeno mundo inteiro para você. Ser jovem é saber viver e saber pelo o que viver. Pelo o que você vive? Gabriel Sônego Borner Formando da 8ª série C

8ª série E BRUNO FERNANDES SOARES EDUARDO RODRIGUES LUZ BAYER GABRIEL CANOPF CARNEIRO GABRIELA GARCIA KORCZAGUIN GIOVANA COPPOLA GUILHERME CASADEI CARRO ISABELA BENTO MELLO IZABELA COELHO JÚLIA RAMOS DA SILVA NUNES LEONARDO NASCIMENTO NEIS LUIZA GOMEZ DE SOUZA DA FONSECA NATHAN ZANETTA CORRÊA PEDRO CONTI BASTOS OSTWALD CORBAL RAFAEL BALSINI FRANCALACCI DE OLIVEIRA




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