Retrato de Família

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Duda participava ativamente da vida política e comunitária em Luís Alves. Liderou o movimento de emancipação do município e em 1958 foi eleito vereador pela legenda do PSD para a primeira Câmara Legislativa do recém criado município. Foi também um dos responsáveis pela construção de uma pequena hidroelétrica no Rio Luís Alves, localidade de Salto, e um dos primeiros dirigentes da cooperativa de eletrificação rural. Era um homem de trato fácil e muito afetuoso. Sempre estava à disposição das pessoas que necessitassem de auxílio e, não raras vezes, acordou nas madrugadas para transportar pessoas doentes para os hospitais de Itajaí e Blumenau, no nosso antigo GMC 1954 nas emergências. Religioso, educamos os filhos na fé católica e todos os domingos nos dirigíamos à Igreja São Vicente de Paula com a família, para assistirmos à missa. Devoto de São Francisco, procurou pautar sua vida pela do Santo, fazendo caridade, auxiliando os mais necessitados e sendo amigo das pessoas. Eloquente, era personalidade obrigatória nos comícios do PSD e nos eventos importantes do município. Quando se tratava de interesse comunitário, punha suas paixões políticas de lado. À medida que os filhos iam crescendo e lhes entregávamos o comando das empresas, Duda foi se retirando para dedicar-se àquilo de que realmente gostava: poesia, gado e cavalos. Com a venda da Fazenda do Ipê, na localidade de Laranjeiras, compramos a Fazenda Santo Antônio, na localidade de Rio Bonito, divisa dos municípios de Blumenau, Massaranduba e Luís Alves. Ali engordava gado e criava cavalos. Transformamos a fazenda numa área de lazer para a família e, mais tarde, no Hotel Fazenda Santo Antônio. Em 1987 compramos a Fazenda Paraíso, em Ilhota, onde Duda passou a criar gado de forma intensiva. Homem simples e afetuoso, ligado às coisas da terra, logo foi chamado para participar da fundação do CTG Fogo de Chão de Blumenau, e do qual foi eleito Patrão de Honra. Carismático e bondoso, ampliou enormemente seu círculo de amizades. Em 1991 os amigos fundaram, em Ilhota, o CTG Tio Duda, do qual também foi Patrão de Honra. Duda sofria de uma cardiopatia grave desde os 40 anos e era cauteloso com sua saúde, carregando consigo sempre uma pequena maleta de remédios. Nesta época tornou-se copioso na - 131 -


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