Abav 2013

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FOLHA DO TURISMO

Edição Especial 41º Congresso da Abav e Feira das Américas  Setembro 2013

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stações

MERCADO & EVENTOS Edição Especial 41º Congresso da Abav e Feira das Américas

t o n s e v

São Paulo

Cadernos Especiais Principais atrativos do Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo

Brasil 

Setembro 2013

Números Balanço do Turismo brasileiro com entrevistas e dados

De um lado, protestos. De outro, a Copa das Confederações e JMJ. Revelamos os impactos registrados e a preparação do país para 2014



Fotos: Arquivo Turisrio

Campeão brasileiro na realização de grandes eventos de padrão internacional

Riotur/Ricardo Zerrenner

Riotur/Ricardo Zerrenner

Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Jane

Seis regiões para encantar os turistas e receber muitos eventos >> O Estado do Rio de Janeiro, cantado e escrito em verso e prosa por artistas e poetas, recebe a todos com a simpatia acolhedora do seu povo, cenários indescritíveis e cultura pujante. Para ficar ainda melhor, o setor público está investindo constantemente em melhorias. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, ao longo de 2013 os investimentos chegam a US$ 30 milhões para o desenvolvimento de políticas de Turismo que visam um incremento na infraestrutura para receptivo, e também a reorganização de todo o sistema estadual, promovendo a interiorização e capilaridade do Turismo em todo o Estado do Rio de Janeiro. Esses investimentos projetam um Rio de Janeiro mais moderno, com o

Região Metropolitana >> “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que traduz e sintetiza o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, sob as bênçãos da estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que, do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Beleza que segue inspirando cantores, poetas e pintores, transformando o espaço em referência para manifestações artísticas, culturais e políticas. Uma das mais importantes metrópoles

da América do Sul, a capital do Estado já foi capital da Colônia, do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Cartões postais como o Pão de Açúcar, Jardim Botânico, a praia de Copacabana e o Parque Nacional da Tijuca, entre tantos outros, continuam encantando os turistas. A cidade, inclusive, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana, em 2012. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade, assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas

de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. Niterói, cidade que completa a região Metropolitana, situada do outro lado da Baía de Guanabara, é ligada ao Rio por meio de uma ponte de 13 quilômetros, mas também pode ser acessada por via marítima. Tem fortes seculares, litoral de azuis com praias surpreendentes como a de Itacoatiara e Camboinhas, além dos mirantes e obras do arquiteto Oscar Niemeyer. O Caminho Niemeyer mostra obras do arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea.

turista vai encontrar de tudo um pouco. Nesse sentido, a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio) aposta na divulgação do “estilo de bem viver” do carioca. Além das praias, que são um dos maiores cartões postais do estado, a diversidade de opções inclui Turismo de aventura, náutico, rural, religioso, saúde, tudo dentro de um Estado que, por ser o terceiro menor em extensão (e mesmo com isto tem o terceiro maior litoral do País), acaba por ter as opções concentradas, facilitando o deslocamento. Acompanhe, nesta edição, alguns dos principais atrativos das seis principais regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!

Região da Costa Verde

Novo Maracanã, principal estádio brasileiro, palco da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos

Arquivo Turisrio

Praia de Ipanema e Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; e Museu de Arte Contemporânea, em Niterói

compromisso de preservar as belezas naturais e a inclusão social. Além das praias já conhecidas e admiradas, a natureza inclui cinco parques nacionais e dez estaduais, com restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas. O litoral de 635 km possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer atrações em várias regiões, percorrendo uma distância aproximada de três horas, a partir da capital. A gastronomia é outro ponto forte. É possível passear pela praia e tomar uma água de coco para se refrescar do calor durante o dia e saborear um fondue durante à noite, no clima ameno das montanhas da Serra. Nas compras, desde o trabalho artesão nas centenas de feiras populares, bem como modernos shoppings e o comércio popular, o

>> A capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, o 31º Jogos Olímpicos e será palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol Fifa, em 2014, além de vários outros jogos. Já neste ano foi palco de dois mega eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, que reuniu milhões de jovens católicos de todo o planeta e da Copa das Confederações, que culminou com uma partida final sensacional no Estádio do Maracanã, num duelo entre as seleções de futebol do Brasil e da Espanha, quando o time brasileiro levou a melhor. De acordo com análise da Secretaria de Estado de Turismo, o momento que o Rio de Janeiro vem vivendo é único. Com os grandes eventos, muitos legados ficarão para o Estado. Os

investimentos, por meio do programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), destinados a projetos na área de pesquisa, infraestrutura, treinamento e capacitação de mão de obra, são da ordem de US$ 187 milhões no Estado, informa a Setur. A cidade já sente os efeitos das mudanças, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria de mobilidade urbana. Também há que se destacar a política de segurança pública, com resultados que aumentaram ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais

sediou eventos internacionais em 2012, com 83 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e com o mínimo de 50 participantes), que colocaram o destino em 25º no ranking mundial de cidades. A metrópole possui centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting & incentive. Além disso, comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos, e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos, há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã, além de arenas multiuso.

Ilhas Cataguazes, em Angra dos Reis, Lopes Mendes, na Ilha Grande, e paisagem de Paraty

>> A Região da Costa Verde, localizada no litoral sul, onde a Serra do Mar encontra o Atlântico, é formada pelos municípios de Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro. A terra foi uma das primeiras colonizadas do país e tem mais de duas mil praias, algumas semidesertas, uma infinidade de ilhas e imensos paredões recobertos pela Mata Atlântica. É rica também em patrimônios históricos e culturais, possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. A culinária local é à base de frutos do mar, com inspiração na culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana. Angra dos Reis possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande

marina. Nos hotéis, resorts e pousadas, o turista encontra opções variadas para hospedagem e atrações como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. A Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis, é um ícone turístico da região. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, e diversas praias, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e, na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem passeios náuticos. A ilha pode ser acessada por barco, catamarã ou barcaça, de diversas

localidades da região – as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. Paraty, por sua vez, é cidade histórica de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra. Tem uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro. Possui restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos maiores ícones. O destino se destaca ainda pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que atrai personalidades nacionais e internacionais. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera.


Rio de Janeiro

SERVIÇO Governo do Estado do Rio de Janeiro Informações turísticas: Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br/ turismo); Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – TurisRio (www.turisrio.rj.gov.br) REGIÃO METROPOLITANA Rio de Janeiro Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25°C Informações turísticas: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RioTur - (www. rioguiaoficial.com.br / www.rio.rj.gov.br/web/riotur) Niterói Distância da capital: 13 km Duração do percurso: em torno de 20 minutos Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25° C Informações turísticas: Niterói Empresa de Lazer e Turismo – Neltur (www.neltur.com.br) REGIÃO DA COSTA VERDE Angra dos Reis Distância da capital: 150 km Duração do percurso: em torno de três horas Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Fundação do Turismo de Angra dos Reis – TurisAngra (www.turisangra.com.br / www.angra.rj.gov.br)

Estado de muitas Cidades Maravilhosas

Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: em torno de 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br) REGIÃO DA COSTA DO SOL Armação dos Búzios Distância da capital: 165 km Duração do percurso: em torno de 2h45 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Armação dos Búzios (www.visitebuzios.com)

O Estado do Rio de Janeiro, que tem como capital a famosa

Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br)

cidade do Rio de Janeiro, foi abençoada com uma natureza exuberante, um povo alegre e hospitaleiro, campeão em cordialidade. Nossas muitas Cidades Maravilhosas fazem deste um destino completo,

Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)

pronto para receber os turistas de todo o mundo com os braços abertos.

REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: em torno de duas horas Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24°C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: em torno de 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20° C Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br) Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: em torno de 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) Região das Agulhas Negras Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)

SOMANDO FORÇAS

www.cidadesmaravilhosas.rj.gov.br


Rio de Janeiro

SERVIÇO Governo do Estado do Rio de Janeiro Informações turísticas: Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br/ turismo); Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – TurisRio (www.turisrio.rj.gov.br) REGIÃO METROPOLITANA Rio de Janeiro Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25°C Informações turísticas: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RioTur - (www. rioguiaoficial.com.br / www.rio.rj.gov.br/web/riotur) Niterói Distância da capital: 13 km Duração do percurso: em torno de 20 minutos Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 25° C Informações turísticas: Niterói Empresa de Lazer e Turismo – Neltur (www.neltur.com.br) REGIÃO DA COSTA VERDE Angra dos Reis Distância da capital: 150 km Duração do percurso: em torno de três horas Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Fundação do Turismo de Angra dos Reis – TurisAngra (www.turisangra.com.br / www.angra.rj.gov.br)

Estado de muitas Cidades Maravilhosas

Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: em torno de 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br) REGIÃO DA COSTA DO SOL Armação dos Búzios Distância da capital: 165 km Duração do percurso: em torno de 2h45 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Armação dos Búzios (www.visitebuzios.com)

O Estado do Rio de Janeiro, que tem como capital a famosa

Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br)

cidade do Rio de Janeiro, foi abençoada com uma natureza exuberante, um povo alegre e hospitaleiro, campeão em cordialidade. Nossas muitas Cidades Maravilhosas fazem deste um destino completo,

Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)

pronto para receber os turistas de todo o mundo com os braços abertos.

REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: em torno de duas horas Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24°C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: em torno de 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20° C Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br) Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: em torno de 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) Região das Agulhas Negras Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)

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Arraial do Cabo Distância da capital: 158 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Arraial do Cabo (www.arraial.rj.gov.br)

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REGIÃO DO VALE DO CAFÉ Miguel Pereira Distância da capital: 112 km Duração do percurso: em torno de duas horas Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 24°C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Miguel Pereira (www.pmmp.rj.gov.br) Valença Distância da capital: 148 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 21° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença (www.valenca.rj.gov.br) Vassouras Distância da capital: 111 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical continental Temperatura média anual: 20° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vassouras (www.vassouras.rj.gov.br) REGIÃO DA SERRA VERDE IMPERIAL Nova Friburgo Distância da capital: 131 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 18° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Nova Friburgo (www.pmnf.rj.gov.br) Petrópolis Distância da capital: 59 km Duração do percurso: em torno de 1 hora Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 20° C Informações turísticas: Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (www.petropolis.rj.gov.br) Teresópolis Distância da capital: 87 km Duração do percurso: em torno de 1h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 17° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Teresópolis (http://teresopolis.rj.web.br.com) Região das Agulhas Negras Itatiaia Distância da capital: 167 km Duração do percurso: em torno de 2h30 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 21° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) Resende Distância da capital: 154 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical de altitude Temperatura média anual: 25° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Comércio de Resende (www.resende.rj.gov.br)

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Estado de muitas Cidades Maravilhosas

Paraty Distância da capital: 234 km Duração do percurso: em torno de 3h50 Clima: tropical Temperatura média anual: 27° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo (www.pmparaty.rj.gov.br) REGIÃO DA COSTA DO SOL Armação dos Búzios Distância da capital: 165 km Duração do percurso: em torno de 2h45 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Armação dos Búzios (www.visitebuzios.com)

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Cabo Frio Distância da capital: 148 km Duração do percurso: em torno de 2h20 Clima: tropical marítimo Temperatura média anual: 23° C Informações turísticas: Secretaria Municipal de Turismo de Cabo Frio (www.cabofrio.rj.gov.br)

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Fotos: Arquivo Turisrio

Campeão brasileiro na realização de grandes eventos de padrão internacional

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Seis regiões para encantar os turistas e receber muitos eventos >> O Estado do Rio de Janeiro, cantado e escrito em verso e prosa por artistas e poetas, recebe a todos com a simpatia acolhedora do seu povo, cenários indescritíveis e cultura pujante. Para ficar ainda melhor, o setor público está investindo constantemente em melhorias. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, ao longo de 2013 os investimentos chegam a US$ 30 milhões para o desenvolvimento de políticas de Turismo que visam um incremento na infraestrutura para receptivo, e também a reorganização de todo o sistema estadual, promovendo a interiorização e capilaridade do Turismo em todo o Estado do Rio de Janeiro. Esses investimentos projetam um Rio de Janeiro mais moderno, com o

Região Metropolitana >> “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que traduz e sintetiza o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, sob as bênçãos da estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que, do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Beleza que segue inspirando cantores, poetas e pintores, transformando o espaço em referência para manifestações artísticas, culturais e políticas. Uma das mais importantes metrópoles

da América do Sul, a capital do Estado já foi capital da Colônia, do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Cartões postais como o Pão de Açúcar, Jardim Botânico, a praia de Copacabana e o Parque Nacional da Tijuca, entre tantos outros, continuam encantando os turistas. A cidade, inclusive, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana, em 2012. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade, assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas

de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. Niterói, cidade que completa a região Metropolitana, situada do outro lado da Baía de Guanabara, é ligada ao Rio por meio de uma ponte de 13 quilômetros, mas também pode ser acessada por via marítima. Tem fortes seculares, litoral de azuis com praias surpreendentes como a de Itacoatiara e Camboinhas, além dos mirantes e obras do arquiteto Oscar Niemeyer. O Caminho Niemeyer mostra obras do arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea.

turista vai encontrar de tudo um pouco. Nesse sentido, a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio) aposta na divulgação do “estilo de bem viver” do carioca. Além das praias, que são um dos maiores cartões postais do estado, a diversidade de opções inclui Turismo de aventura, náutico, rural, religioso, saúde, tudo dentro de um Estado que, por ser o terceiro menor em extensão (e mesmo com isto tem o terceiro maior litoral do País), acaba por ter as opções concentradas, facilitando o deslocamento. Acompanhe, nesta edição, alguns dos principais atrativos das seis principais regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!

Região da Costa Verde

Novo Maracanã, principal estádio brasileiro, palco da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos

Arquivo Turisrio

Praia de Ipanema e Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; e Museu de Arte Contemporânea, em Niterói

compromisso de preservar as belezas naturais e a inclusão social. Além das praias já conhecidas e admiradas, a natureza inclui cinco parques nacionais e dez estaduais, com restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas. O litoral de 635 km possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer atrações em várias regiões, percorrendo uma distância aproximada de três horas, a partir da capital. A gastronomia é outro ponto forte. É possível passear pela praia e tomar uma água de coco para se refrescar do calor durante o dia e saborear um fondue durante à noite, no clima ameno das montanhas da Serra. Nas compras, desde o trabalho artesão nas centenas de feiras populares, bem como modernos shoppings e o comércio popular, o

>> A capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, o 31º Jogos Olímpicos e será palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol Fifa, em 2014, além de vários outros jogos. Já neste ano foi palco de dois mega eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, que reuniu milhões de jovens católicos de todo o planeta e da Copa das Confederações, que culminou com uma partida final sensacional no Estádio do Maracanã, num duelo entre as seleções de futebol do Brasil e da Espanha, quando o time brasileiro levou a melhor. De acordo com análise da Secretaria de Estado de Turismo, o momento que o Rio de Janeiro vem vivendo é único. Com os grandes eventos, muitos legados ficarão para o Estado. Os

investimentos, por meio do programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), destinados a projetos na área de pesquisa, infraestrutura, treinamento e capacitação de mão de obra, são da ordem de US$ 187 milhões no Estado, informa a Setur. A cidade já sente os efeitos das mudanças, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria de mobilidade urbana. Também há que se destacar a política de segurança pública, com resultados que aumentaram ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais

sediou eventos internacionais em 2012, com 83 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e com o mínimo de 50 participantes), que colocaram o destino em 25º no ranking mundial de cidades. A metrópole possui centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting & incentive. Além disso, comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos, e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos, há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã, além de arenas multiuso.

Ilhas Cataguazes, em Angra dos Reis, Lopes Mendes, na Ilha Grande, e paisagem de Paraty

>> A Região da Costa Verde, localizada no litoral sul, onde a Serra do Mar encontra o Atlântico, é formada pelos municípios de Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro. A terra foi uma das primeiras colonizadas do país e tem mais de duas mil praias, algumas semidesertas, uma infinidade de ilhas e imensos paredões recobertos pela Mata Atlântica. É rica também em patrimônios históricos e culturais, possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. A culinária local é à base de frutos do mar, com inspiração na culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana. Angra dos Reis possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande

marina. Nos hotéis, resorts e pousadas, o turista encontra opções variadas para hospedagem e atrações como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. A Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis, é um ícone turístico da região. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, e diversas praias, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e, na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem passeios náuticos. A ilha pode ser acessada por barco, catamarã ou barcaça, de diversas

localidades da região – as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. Paraty, por sua vez, é cidade histórica de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra. Tem uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro. Possui restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos maiores ícones. O destino se destaca ainda pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que atrai personalidades nacionais e internacionais. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera.


Fotos: Arquivo Turisrio

Campeão brasileiro na realização de grandes eventos de padrão internacional

Riotur/Ricardo Zerrenner

Riotur/Ricardo Zerrenner

Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Jane

Seis regiões para encantar os turistas e receber muitos eventos >> O Estado do Rio de Janeiro, cantado e escrito em verso e prosa por artistas e poetas, recebe a todos com a simpatia acolhedora do seu povo, cenários indescritíveis e cultura pujante. Para ficar ainda melhor, o setor público está investindo constantemente em melhorias. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, ao longo de 2013 os investimentos chegam a US$ 30 milhões para o desenvolvimento de políticas de Turismo que visam um incremento na infraestrutura para receptivo, e também a reorganização de todo o sistema estadual, promovendo a interiorização e capilaridade do Turismo em todo o Estado do Rio de Janeiro. Esses investimentos projetam um Rio de Janeiro mais moderno, com o

Região Metropolitana >> “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que traduz e sintetiza o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, sob as bênçãos da estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que, do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Beleza que segue inspirando cantores, poetas e pintores, transformando o espaço em referência para manifestações artísticas, culturais e políticas. Uma das mais importantes metrópoles

da América do Sul, a capital do Estado já foi capital da Colônia, do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Cartões postais como o Pão de Açúcar, Jardim Botânico, a praia de Copacabana e o Parque Nacional da Tijuca, entre tantos outros, continuam encantando os turistas. A cidade, inclusive, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana, em 2012. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade, assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas

de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. Niterói, cidade que completa a região Metropolitana, situada do outro lado da Baía de Guanabara, é ligada ao Rio por meio de uma ponte de 13 quilômetros, mas também pode ser acessada por via marítima. Tem fortes seculares, litoral de azuis com praias surpreendentes como a de Itacoatiara e Camboinhas, além dos mirantes e obras do arquiteto Oscar Niemeyer. O Caminho Niemeyer mostra obras do arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea.

turista vai encontrar de tudo um pouco. Nesse sentido, a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio) aposta na divulgação do “estilo de bem viver” do carioca. Além das praias, que são um dos maiores cartões postais do estado, a diversidade de opções inclui Turismo de aventura, náutico, rural, religioso, saúde, tudo dentro de um Estado que, por ser o terceiro menor em extensão (e mesmo com isto tem o terceiro maior litoral do País), acaba por ter as opções concentradas, facilitando o deslocamento. Acompanhe, nesta edição, alguns dos principais atrativos das seis principais regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!

Região da Costa Verde

Novo Maracanã, principal estádio brasileiro, palco da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos

Arquivo Turisrio

Praia de Ipanema e Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; e Museu de Arte Contemporânea, em Niterói

compromisso de preservar as belezas naturais e a inclusão social. Além das praias já conhecidas e admiradas, a natureza inclui cinco parques nacionais e dez estaduais, com restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas. O litoral de 635 km possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer atrações em várias regiões, percorrendo uma distância aproximada de três horas, a partir da capital. A gastronomia é outro ponto forte. É possível passear pela praia e tomar uma água de coco para se refrescar do calor durante o dia e saborear um fondue durante à noite, no clima ameno das montanhas da Serra. Nas compras, desde o trabalho artesão nas centenas de feiras populares, bem como modernos shoppings e o comércio popular, o

>> A capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, o 31º Jogos Olímpicos e será palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol Fifa, em 2014, além de vários outros jogos. Já neste ano foi palco de dois mega eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, que reuniu milhões de jovens católicos de todo o planeta e da Copa das Confederações, que culminou com uma partida final sensacional no Estádio do Maracanã, num duelo entre as seleções de futebol do Brasil e da Espanha, quando o time brasileiro levou a melhor. De acordo com análise da Secretaria de Estado de Turismo, o momento que o Rio de Janeiro vem vivendo é único. Com os grandes eventos, muitos legados ficarão para o Estado. Os

investimentos, por meio do programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), destinados a projetos na área de pesquisa, infraestrutura, treinamento e capacitação de mão de obra, são da ordem de US$ 187 milhões no Estado, informa a Setur. A cidade já sente os efeitos das mudanças, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria de mobilidade urbana. Também há que se destacar a política de segurança pública, com resultados que aumentaram ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais

sediou eventos internacionais em 2012, com 83 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e com o mínimo de 50 participantes), que colocaram o destino em 25º no ranking mundial de cidades. A metrópole possui centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting & incentive. Além disso, comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos, e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos, há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã, além de arenas multiuso.

Ilhas Cataguazes, em Angra dos Reis, Lopes Mendes, na Ilha Grande, e paisagem de Paraty

>> A Região da Costa Verde, localizada no litoral sul, onde a Serra do Mar encontra o Atlântico, é formada pelos municípios de Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro. A terra foi uma das primeiras colonizadas do país e tem mais de duas mil praias, algumas semidesertas, uma infinidade de ilhas e imensos paredões recobertos pela Mata Atlântica. É rica também em patrimônios históricos e culturais, possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. A culinária local é à base de frutos do mar, com inspiração na culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana. Angra dos Reis possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande

marina. Nos hotéis, resorts e pousadas, o turista encontra opções variadas para hospedagem e atrações como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. A Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis, é um ícone turístico da região. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, e diversas praias, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e, na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem passeios náuticos. A ilha pode ser acessada por barco, catamarã ou barcaça, de diversas

localidades da região – as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. Paraty, por sua vez, é cidade histórica de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra. Tem uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro. Possui restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos maiores ícones. O destino se destaca ainda pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que atrai personalidades nacionais e internacionais. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera.


Fotos: Arquivo Turisrio

Campeão brasileiro na realização de grandes eventos de padrão internacional

Riotur/Ricardo Zerrenner

Riotur/Ricardo Zerrenner

Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Jane

Seis regiões para encantar os turistas e receber muitos eventos >> O Estado do Rio de Janeiro, cantado e escrito em verso e prosa por artistas e poetas, recebe a todos com a simpatia acolhedora do seu povo, cenários indescritíveis e cultura pujante. Para ficar ainda melhor, o setor público está investindo constantemente em melhorias. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, ao longo de 2013 os investimentos chegam a US$ 30 milhões para o desenvolvimento de políticas de Turismo que visam um incremento na infraestrutura para receptivo, e também a reorganização de todo o sistema estadual, promovendo a interiorização e capilaridade do Turismo em todo o Estado do Rio de Janeiro. Esses investimentos projetam um Rio de Janeiro mais moderno, com o

Região Metropolitana >> “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil...”, assim começa o Hino da Cidade do Rio de Janeiro, de André Filho, e que traduz e sintetiza o mosaico de atrativos do portão de entrada do Brasil. A alegria do carioca e seu jeito afável de bem receber a todos que visitam a cidade o credenciaram ao posto de “povo mais alegre do planeta”, sob as bênçãos da estátua do Cristo Redentor, uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, que, do alto do Morro do Corcovado, abre os braços sobre a linda Baía de Guanabara. Beleza que segue inspirando cantores, poetas e pintores, transformando o espaço em referência para manifestações artísticas, culturais e políticas. Uma das mais importantes metrópoles

da América do Sul, a capital do Estado já foi capital da Colônia, do Império e da República e possui uma infinidade de prédios históricos, como o Paço Imperial, além de fortalezas e centenas de igrejas e templos. Cartões postais como o Pão de Açúcar, Jardim Botânico, a praia de Copacabana e o Parque Nacional da Tijuca, entre tantos outros, continuam encantando os turistas. A cidade, inclusive, ganhou o título de Patrimônio Mundial, na categoria paisagem cultural urbana, em 2012. O Carnaval, o Samba e a Bossa Nova também são marcas registradas da cidade, assim como seu principal ícone gastronômico, a Feijoada, acompanhada da tradicional caipirinha. Suas centenas

de bares e restaurantes fervem durante a noite e a boemia enche as ruas dos bairros da Lapa e Santa Teresa. Uma agenda cultural intensa acontece durante todo o ano e culmina com uma grande festa de Réveillon, nas areias de Copacabana. Niterói, cidade que completa a região Metropolitana, situada do outro lado da Baía de Guanabara, é ligada ao Rio por meio de uma ponte de 13 quilômetros, mas também pode ser acessada por via marítima. Tem fortes seculares, litoral de azuis com praias surpreendentes como a de Itacoatiara e Camboinhas, além dos mirantes e obras do arquiteto Oscar Niemeyer. O Caminho Niemeyer mostra obras do arquiteto, como o Museu de Arte Contemporânea.

turista vai encontrar de tudo um pouco. Nesse sentido, a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio) aposta na divulgação do “estilo de bem viver” do carioca. Além das praias, que são um dos maiores cartões postais do estado, a diversidade de opções inclui Turismo de aventura, náutico, rural, religioso, saúde, tudo dentro de um Estado que, por ser o terceiro menor em extensão (e mesmo com isto tem o terceiro maior litoral do País), acaba por ter as opções concentradas, facilitando o deslocamento. Acompanhe, nesta edição, alguns dos principais atrativos das seis principais regiões turísticas do estado: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Vale do Café, Serra Verde Imperial e Agulhas Negras. Seja muito bem-vindo ao seu Rio de Janeiro!

Região da Costa Verde

Novo Maracanã, principal estádio brasileiro, palco da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos

Arquivo Turisrio

Praia de Ipanema e Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; e Museu de Arte Contemporânea, em Niterói

compromisso de preservar as belezas naturais e a inclusão social. Além das praias já conhecidas e admiradas, a natureza inclui cinco parques nacionais e dez estaduais, com restingas, cachoeiras, rios e riachos, trilhas, montanhas e florestas. O litoral de 635 km possui verdadeiros santuários ecológicos. O turista pode conhecer atrações em várias regiões, percorrendo uma distância aproximada de três horas, a partir da capital. A gastronomia é outro ponto forte. É possível passear pela praia e tomar uma água de coco para se refrescar do calor durante o dia e saborear um fondue durante à noite, no clima ameno das montanhas da Serra. Nas compras, desde o trabalho artesão nas centenas de feiras populares, bem como modernos shoppings e o comércio popular, o

>> A capital mundialmente famosa vai receber, em 2016, o 31º Jogos Olímpicos e será palco da grande decisão da Copa do Mundo de Futebol Fifa, em 2014, além de vários outros jogos. Já neste ano foi palco de dois mega eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, que reuniu milhões de jovens católicos de todo o planeta e da Copa das Confederações, que culminou com uma partida final sensacional no Estádio do Maracanã, num duelo entre as seleções de futebol do Brasil e da Espanha, quando o time brasileiro levou a melhor. De acordo com análise da Secretaria de Estado de Turismo, o momento que o Rio de Janeiro vem vivendo é único. Com os grandes eventos, muitos legados ficarão para o Estado. Os

investimentos, por meio do programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), destinados a projetos na área de pesquisa, infraestrutura, treinamento e capacitação de mão de obra, são da ordem de US$ 187 milhões no Estado, informa a Setur. A cidade já sente os efeitos das mudanças, com novos estádios, arenas e equipamentos hoteleiros, além da ampliação dos aeroportos e obras de melhoria de mobilidade urbana. Também há que se destacar a política de segurança pública, com resultados que aumentaram ainda mais a qualidade de vida do carioca e do turista que visita a cidade. De acordo com o ranking anual da International Congress & Convention Association (ICCA), o Rio de Janeiro foi a cidade brasileira que mais

sediou eventos internacionais em 2012, com 83 congressos e convenções dentro dos critérios ICCA (eventos itinerantes, com periodicidade fixa e com o mínimo de 50 participantes), que colocaram o destino em 25º no ranking mundial de cidades. A metrópole possui centros de convenções de diversos tamanhos e uma grande quantidade de hotéis com espaços para meeting & incentive. Além disso, comporta uma excelente capacidade de comunicação e recursos tecnológicos, e boa mobilidade viária, com portos, aeroportos, rodoviária, metrô, linhas de ônibus regulares e uma grande malha de táxis. Para grandes eventos, há diversos estádios de futebol, com destaque para o Maracanã, além de arenas multiuso.

Ilhas Cataguazes, em Angra dos Reis, Lopes Mendes, na Ilha Grande, e paisagem de Paraty

>> A Região da Costa Verde, localizada no litoral sul, onde a Serra do Mar encontra o Atlântico, é formada pelos municípios de Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro. A terra foi uma das primeiras colonizadas do país e tem mais de duas mil praias, algumas semidesertas, uma infinidade de ilhas e imensos paredões recobertos pela Mata Atlântica. É rica também em patrimônios históricos e culturais, possui excelente infraestrutura hoteleira, com grandes resorts à beira mar e locais para pesca e mergulho, além de passeios de barco. A culinária local é à base de frutos do mar, com inspiração na culinária caiçara (indígena), como o peixe com banana. Angra dos Reis possui 365 ilhas e um centro comercial bastante agitado, além de modernos shoppings e uma grande

marina. Nos hotéis, resorts e pousadas, o turista encontra opções variadas para hospedagem e atrações como passeios de barcos, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, prática de esportes náuticos, além de rapel, mountain bike e rafting. Possui também boa oferta de restaurantes e é local obrigatório de passagem dos grandes navios de cruzeiros. A Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis, é um ícone turístico da região. Possui trilhas, cachoeiras e enseadas, como a Lagoa Azul, e diversas praias, com destaque para Lopes Mendes, Aventureiro e Saco de Palmas, e, na região central, em Abrahão, muitos restaurantes e pousadas, além de diversas agências que oferecem passeios náuticos. A ilha pode ser acessada por barco, catamarã ou barcaça, de diversas

localidades da região – as principais saídas são de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. Paraty, por sua vez, é cidade histórica de beleza singular, com seus casarões coloniais e ruas de calçamento de pedra. Tem uma baía de águas muito calmas, rodeada pela vegetação do Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde existe um trecho da Estrada Real, antigo caminho do ouro. Possui restaurantes de gastronomia internacional e excelentes pousadas. A cachaça artesanal é um dos maiores ícones. O destino se destaca ainda pela realização anual da Flip – Festa Literária de Paraty, que atrai personalidades nacionais e internacionais. Não deixe de visitar a comunidade de Trindade, distante 17 km de Paraty. Praias incrivelmente belas, como a do Meio, e uma natureza intocada estão a sua espera.


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Pôr do Sol em Rio das Ostras e, abaixo, Praia do Forte, em Cabo Frio

Região da Costa do Sol >> Centenas de praias belíssimas, lagoas e um mar perfeito para pesca e mergulho, assim é a Região da Costa do Sol, no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. Armação dos Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo são as principais cidades de interesse turístico. De fácil acesso a partir da capital, a região é ideal para a prática de esportes aquáticos, possui boa infraestrutura hoteleira e intensa vida noturna. A culinária tem como destaque os pratos à base de peixes, ostras, mexilhões e lagostas que podem ser degustados nos quiosques presentes em quase todas as praias das cidades, ou nos diversos restaurantes. Também são promovidos eventos como o Festival Gastronômico de Búzios, de Frutos do Mar

de Rio das Ostras, e de Marisco de Cabo Frio. Armação dos Búzios ganhou notoriedade nos anos de 1960, quando foi adotada pela atriz Brigitte Bardot. Possui algumas das praias mais belas do Brasil, sendo que Ferradurinha e Geribá já figuraram entre as melhores do mundo. No total, são 20 praias excelentes. A Rua das Pedras é o local do agito. Quando a noite chega, é para lá que vão todas as pessoas. Dezenas de restaurantes, bares com música ao vivo até o raiar do dia, shoppings e lojas de grife do Brasil e do mundo atraem todos os anos milhares de turistas. A Capital do Mergulho do Brasil, Arraial do Cabo, tem praias de águas transparentes, que se tornaram o paraíso para os mergulhadores

e fotógrafos, com destaque para As Prainhas, no Pontal do Atalaia, e a Praia Grande. O mar oferece a possibilidade de passeios de barco, como o que permite chegar até a entrada da Gruta Azul ou à Ilha da Marinha, onde só é permitido descer com autorização. Não é raro, em pleno janeiro, ver pinguins na ponta da Praia Grande. Outro espetáculo é o pôr do sol no costão do Pontal da Atalaia. Já a cidade de Cabo Frio tem praias de areia branca e fina, com destaque para a Praia do Forte, das Conchas e do Peró. O porto da cidade recebe cruzeiros em todas as temporadas. O Forte São Mateus, na extremidade da Praia do Forte é um atrativo histórico e a Ilha do Japonês, um ponto de visitação obrigatória. Secretaria de Turismo de Cabo Frio


Fotos: Arquivo Turisrio

Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do

Chafariz Monumental de Vassouras; Lago Javary, em Miguel Pereira; e fazenda histórica Pau d’Alho, em Valença

Região do Vale do Café >> A Região do Vale do Café, no interior do Estado, é conhecida pelas grandes fazendas históricas, legado da arquitetura rural deixada pela indústria cafeeira, principal produto da economia brasileira nos séculos 18 e 19. Suas principais cidades turísticas são Valença, Vassouras e Miguel Pereira. Visitar as construções preservadas dos barões do café e as senzalas dos escravos é fazer um passeio pelo patrimônio histórico-cultural. A culinária resgata o tempo colonial e da comida escrava. Unindo história e gastronomia, os municípios têm investido em eventos como o “Café, Cachaça e Chorinho”, que inclui em sua programação visita às fazendas históricas e roteiro gastronômico, com destaque para as mesas fartas do café colonial. Na bucólica Miguel Pereira, está o Lago Javary, ideal para passeios de pedalinho e barcos pequenos. O artesanato e a cachaça dos atrativos, bem como a prática de parapente nas colinas e montanhas. Seu clima é considerado

o terceiro melhor do mundo. Outras atrações que merecem visita são o Museu do cantor Francisco Alves e o Museu Ferroviário, além do Viaduto Paulo de Frontin, uma extensa ponte férrea em curva aclive, única na América Latina. Valença tem propriedades de arquitetura colonial preservadas e abertas para hospedagem e visitação. São casarios, igrejas, parques, jardins e fazendas que guardam impressões de parte da história do Brasil, como o Jardim Glaziou e a Fundação Cultural Lea Pentagna. Durante a viagem, não deixe de conferir as serestas de Conservatória, quando músicos cantam e tocam nas noites percorrendo as ruas da cidade. Já Vassouras possui casarios, palacetes e monumentos, com destaque para a Praça Barão de Campo Belo. Propriedades rurais e hotéis mantêm as tradições por meio da ambientação, servindo o Chá Imperial. Destaque para a Casa da Era, transformada em museu, e a São Luiz da Boa Sorte. Aproveite para fazer cavalgadas e pescarias.


ado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio

Alexandre Costa

Granja Comary, em Teresópolis, e, abaixo, Palácio de Cristal, em Petrópolis

Região da Serra Verde Imperial Arquivo Turisrio

>> Uma das mais belas regiões do Estado está localizada em meio às montanhas da Serra Verde Imperial. As cidades mais importantes são Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Durante o Verão, o frescor da serra alivia o calor. No Inverno, é hora de aproveitar o aconchego, a lareira, um bom vinho e a gastronomia de alto nível. As compras, especialmente de produtos têxteis, são um ponto forte e a visitação às fábricas de cervejas desperta o interesse nos turistas. A região é berço do montanhismo no Brasil, com excelentes hotéis e pousadas, e travessia de cenários espetaculares entre Petrópolis e Teresópolis, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Na gastronomia há variedade de pratos requintados, influência das colônias que povoaram a região, como a alemã e a italiana. Um dos mais tradicionais eventos da região é o Petrópolis Gourmet. Conhecida com a “Suíça Brasileira”, Nova Friburgo tem clima ameno e agradável, além de ótima hospitalidade e gastronomia, que inclui fondues e raclettes. Muitas pessoas vão ao destino para comprar lingeries e flores, artigos importantes do comércio local. Entre as atrações turísticas, destaque para a Pedra do Cão Sentado e a Praça das Colônias. Cavalga-

das e trekking são atividades recomendadas, bem como banhos de cachoeira. Aproveite para conhecer o distrito de Lumiar, onde música, gastronomia regional e cachoeiras agradam os viajantes. Petrópolis foi fundada pelo Imperador D. Pedro II, em 1843, para que a Família Imperial pudesse se refugiar do calor intenso da capital durante o Verão. Uma combinação de patrimônio histórico e ecoturismo estão presentes. Destaque para o Museu Imperial, a Catedral São Pedro de Alcântara, o Palácio de Cristal, o Palácio Quitandinha e a Casa de Santos Dumont. Os arredores oferecem sofisticado roteiro gastronômico, principalmente no distrito de Itaipava. Destaque ainda para a visitação ao Castelo do Barão de Itaipava e às cervejarias Bohemia e Itaipava. Em Teresópolis , a Granja Comary, onde está situado o Centro de Treinamento da Comissão Brasileira de Futebol, e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos são os grandes. Enquanto Petrópolis é a cidade de Pedro (D. Pedro II), Teresópolis é a cidade de Teresa (Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II). O clima agradável da serra e a beleza dos vales e montanhas encantaram a Família Imperial e até hoje atraem os turistas.


Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Estado do

Exuberância da natureza é o grande destaque dessa região. Araucárias e cachoeiras encantam os visitantes

Região das Agulhas Negras além do Pico das Agulhas Negras, estão as Prateleiras, formações rochosas com platôs. A cidade de Resende é tipicamente industrial e militar. Possui relevância histórica em função do ciclo do café nos séculos 18 e 19. Entre o acervo arquitetônico e cultural, estão a Fazenda do Castelo, que conserva azulejos portugueses e mármores e a Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda. Mas o grande destaque é o distrito de Visconde de Mauá, distante 36 km do centro urbano de Resende. Paraíso ecológico, possui diversas cachoeiras ótimas para o banho, com destaque para a do Escorrega. Voo livre, trekking, canoagem e mountain bike fazem parte do roteiro de esportes. E a Pedra Selada é um monumento natural que fica no alto da Serra da Mantiqueira.

SOMANDO FORÇAS

Fotos: Arquivo TurisRio

>> Localizado na região centro-sul do Estado do Rio de Janeiro, apresenta uma combinação de vegetação exuberante, cachoeiras e recantos paradisíacos, com um importante conjunto de formações rochosas. O destaque natural é o Pico das Agulhas Negras, com 2.789 metros de altitude, localizado no Parque Nacional do Itatiaia. Nesta região, duas localidades atraem muito os turistas, o distrito de Penedo, com sua influência finlandesa e seus chocolates artesanais, e Visconde de Mauá, um antigo vilarejo hippie com suas majestosas cachoeiras. Na culinária, a truta, peixe típico, é à base de muitos pratos dos restaurantes. Fondues e caldos também são especialidades. O Parque Nacional do Itatiaia é uma das grandes atrações da cidade homônima, que tem boa estrutura turística. Entre os destaques,


Índice Editorial Especial 10 anos do M&E Abav 2013 008 012 013 014

Informações gerais Antônio Azevedo - Abav Nacional Gisele Lima - Promo Inteligência Turística Leonel Rossi - Abav Nacional

Agências de Viagens / Operadoras / Consolidadoras / OTAs

Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos 083 084 085 086

Balanço do setor Toni Sando - São Paulo C&VB Paulo Senise - Rio C&VB João Moreira - Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux 088 Mauro Sebastian - Iguassu C&VB 089 Paulo Boechat - Belo Horizonte C&VB 090 Liviomar Macatrão - São Luís C&VB Reportagem de Capa

016 018 019 020 022 024 026 027 028 030 031 032 034 035 036 038 040 042

Balanço do setor Marco Ferraz - Braztoa Afonso Gomes Louro - Visual Eduardo Nascimento - Sindetur-SP Michel Tuma Ness - Fenactur Marcelo Matera - Aviesp Emerson da Silveira - Avirrp Wellington Costa - GBTA Juarez Cintra Filho - Grupo Ancoradouro Luis Paulo Luppa - Trend Operadora Valter Patriani - CVC Claiton Armelin - Flytour Viagens Plínio Nascimento - Nascimento Turismo Rodolpho Gerstner - RCA Paulo Castello Branco - Grupo Águia Adonai Arruda - Trem do Pantanal José Eduardo Mendes - Hotel Urbano Alípio Camanzano - Decolar.com

092 Manifestações e Megaventos

Balanço do setor Rafael Kother - ABCA Daniel Prieto - Assist Card Celso Guelfi - GTA Roberto Roman -Travel Ace

Aviação

159 160 162 164 166

Balanço do setor Paulo Gaba - Abla Paulo Henrique Pires - Localiza Hélio Netto - Hertz Alexandre Pinto - Shift

Meios de Hospedagem 167 168 170 171 172 174

Balanço do setor Enrico Torquato Fermi - ABIH Nacional Guilherme Paulus - GJP Roberto Rotter - FOHB Dilson Jatahy Fonseca Jr - Resorts Brasil Enquete Hotelaria

Cruzeiros Parques 100 102 103 104 106 107 108 110 111 112 112 114 115 116

Balanço do setor Ricardo Amaral - Royal Caribbean Renê Hermann - Costa Cruzeiros Adrian Ursilli - MSC Cruzeiros Jean Saraiva - Oceania Cruises Alexandre Zachello - Pullmantur Ilya Hirsch - Qualitours Orlando Giglio - Iberostar Estela Farina - Firstar Christian Sierralta - Regent Seven Seas Cruises e Oceania Cruises Thiago Vasconcellos - Pier 1 Cristina Scielzo - Discover Cruises Márcia Trojsman - Blue Sea

Assistência ao Viajante 043 044 046 047 050

Locadoras

Educação / Intercâmbio / Pesquisas / Treinamento / Network 117 118 120 121 122

Balanço do setor Euzário Junior - ABBTur Nacional André Coelho - Fundação Getúlio Vargas Marciano Freire - Ipeturis Carlos Andre Gati Robles - Belta

179 Balanço do setor 180 Cláudio Pinheiro Guimarães - Hopi Hari 182 Vitor Bauab - Beto Carrero World Política 184 186 188 189 190 192 193 194 196 197 198 200 201 202 204

Balanço do setor Gastão Vieira - MTur José Francisco de Salles Lopes - MTur Fábio Rios Mota - MTur Flávio Dino - Embratur Marco Lomanto - Embratur Alexandre Sampaio - FBHA Luiz Barretto - Sebrae Lídice da Mata - Senado Antonio Carlos Valadares - Senado Claudia Pessôa - Anseditur Salvador Saladino - Bito Vinicius Lummertz - MTur Sergio Braune - MTur Alberto Feitosa - CTI-NE

LGBT Balanço do setor Moreira Franco - SAC Marcelo Guaranys - Anac Gustavo do Vale - Infraero Paulo Kakinoff - Gol Claudia Sender - Tam Eduardo Sanovicz - Abear Tarcísio Gargioni - Avianca José Mário Capriolli - Azul/Trip Mário Carvalho - Tap Ralf Aasmann - Emirates Fabián Lombardo - Aerolíneas Argentinas Emerson Sanglard - Copa Airlines Luís Antonio Sobrinho - Air Europa Rogério Schaffer - US Airways Tuck Wah Tang - Singapore Airlines Juan Torres - Etihad Luiz Henrique Teixeira - Delta Calvin Tang - Air China Antonio Sgro - Alitalia Dilson Verçosa - American Airlines Annete Taeuber - Lufthansa Gebreg Ziabher Alemu - Ethiopian

Eventos / Feiras 123 124 126 127 128 130 132 132 133 134 136

Balanço do setor Anita Pires - Abeoc Margareth Pizzatto - Abraccef Arnaldo Nardone - Icca Roberto Pereira - CTI-NE Geninho Góes - BNT Mercosul Marta Rossi - Festival do Turismo de Gramado Claudia Miranda - Promove Eventos Lawrence Reinisch - WTM-LA David Scowsill - WTTC

Exterior 137 138 138 140 141 142 144 145

Balanço do setor Salvatore Constanzo - Comissão Europeia de Turismo Enrique Meyer - Turismo da Argentina Luiz Moura - Brand USA Maria Del Carmen de Reparaz - PromPerú Margaret Grantham - DZT Marina Barros - Miami CVB

146 Especial Visit Flórida

205 Balanço do setor 206 Marta Viana Dallachiesa - Abrat GLS 208 John Tanzella - IGLTA Tecnologia 209 Balanço do setor 211 Mario Ponticelli - Amadeus 212 António Loureiro - Travelport Turismo de Aventura / Ecoturismo / Turismo Rural 213 214 215 216

Balanço do setor Adriana Schmidt - Abeta Sergio Franco - BAS Andrea Roque - Idestur

Suplementos de Destinos 217 Santa Catarina 227 São Paulo 227 Encarte especial do Rio de Janeiro

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Editorial

Megaeventos, grandes oportunidades, enorme responsabilidade >> A 41ª edição da Feira das Américas e Congresso da Abav traz com ela muitas mudanças. A primeira e mais impactante diz respeito à sua realização em São Paulo. A nova localização talvez justifique a escolha do slogan: “Seu principal destino de negócios”. Nos próximos cinco dias os profissionais do turismo são convidados à refletir sobre o futuro do setor. Num cenário marcado por incertezas econômicas e a expectativa de um calendário recheado de megaeventos, os agentes de viagens e demais participantes da cadeia produtiva do turismo têm diante de si uma chance de agregar valor aos seus produtos e serviços. Mas ao mesmo tempo em que o Brasil ganha maior visibilidade na cena internacional e a alta do dólar torna mais atraente o turismo doméstico, a indústria se depara com uma equação cuja solução depende em muito da capacidade de transformar em negócios as boas oportunidades. Pensando em tudo que vivemos em 2013 e no futuro próximo, o M&E decidiu debater as consequências das manifestações populares que se alastraram pelo Brasil e os acertos e erros da Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude. Fomos ainda além, buscando traçar um panorama da preparação do país para 2014. A contagem regressiva até o Mundial da Fifa já começou. Neste contexto, cada setor tem um dever de casa a realizar com as marcas da competência e do profissionalismo. Num país de grandes dimensões continentais, a aviação comercial exige uma malha aérea mais extensa, que vai na contramão da decisão das empresas do setor de reduzirem suas ofertas, enquanto a aviação regional aguarda pacientemente o momento de decolar. O que já decola, no entanto, são os preços das tarifas e dos serviços oferecidos

pelas aéreas, impulsionados pela falta de maior competitividade. Já os investimentos em infraestrutura têm contra si o tempo escasso. Os atrasos na aplicação dos recursos e na concretização das obras necessárias levaram os principais aeroportos do país a se transformarem em verdadeiros canteiros de obras. No turismo de negócios os centros de convenções, com raras exceções, ainda estão na fase dos projetos e orçamentos. Nos portos, os novos terminais de passageiros também aguardam passar a fase da calmaria para fincar suas estacas e dar início às obras. Tido como um povo alegre e hospitaleiro, o brasileiro aguarda de braços abertos os turistas. Falta apenas capacitar essa mão de obra especializada e torná-la apta a oferecer aos nossos visitantes informações e esclarecimentos. O esforço do Ministério do Turismo é louvável, mas insuficiente para em tão pouco tempo garantir uma qualidade no atendimento que esteja ao nível dos padrões internacionais. A hotelaria, por sua vez, fez a sua parte no que se refere aos investimentos e reformas. Falta apenas definir com clareza um sistema de classificação que garanta ao hóspede identificar o padrão no atendimento e nos serviços. Diante deste quadro cabe aos agentes de viagens não apenas fazerem com competência o papel que lhes é devido, na condição de principais atores intermediários entre os fornecedores e o público, mas buscarem caminhos e ingredientes que passem pela esfera do conhecimento para enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada. Somente como verdadeiros especialistas que vocês, agentes, terão a oportunidade de levar seus clientes a superarem suas expectativas trazendo na bagagem, além de lembranças e fotos de recordação, a certeza de que foram muito bem atendidos.

FOLHA DO TURISMO

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Chefe de Reportagem SP Anderson Masetto anderson.masetto@folhadoturismo.com.br - (55-21) 3123-2239 Diretor de Internet Fernando Martins Diretora de Planejamento Andréa Martins Diretor Jurídico José Manuel Duarte Correia Gerência de Tecnologia GRM Fotógrafo Eric Ribeiro Designer Daniel Costa Reportagem Rio (55-21) 3233-6353 Reportagem São Paulo (55-11) 3123-2239/2240 Presidente Adolfo Martins Vice-presidente Executivo Roy Taylor roytaylor@folhadoturismo.com.br - (55-21) 3233-6319 Diretora de Marketing Internacional Rosa Masgrau rosamasgrau@folhadoturismo.com.br - (55-21) 3233-6316 Diretora Geral de São Paulo Mari Masgrau mari.masgrau@folhadoturismo.com.br - (55-11) 3123-2247 Diretor de Projetos Especiais Juan Torres juan.torres@folhadoturismo.com.br - (55-11) 3123-2222 Editora-chefe Natália Strucchi natalia.strucchi@folhadoturismo.com.br - (55-21) 3233-6353 Editor-executivo Luciano Palumbo luciano.palumbo@folhadoturismo.com.br - (55-11) 3123-2240 Chefe de Reportagem Luiz Marcos Fernandes luiz.fernandes@folhadoturismo.com.br - (55-21) 3233-6262

Arthur Stabile - arthur.stabile@folhadoturismo.com.br Lisia Minelli - lisia.minelli@folhadoturismo.com.br Pedro Menezes - pedro.menezes@folhadoturismo.com.br Rafael Massadar - rafael.massadar@folhadoturismo.com.br Atendimento ao leitor atendimento@folhadoturismo.com.br - (55-21) 3233-6353

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Mercado & Eventos é uma publicação do


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MERCADO & EVENTOS comemora uma década de história >> O Jornal MERCADO & EVENTOS completa em 2013 uma década desde a sua criação, no ano de 2003. Motivos para comemorar são o que não faltam. Nesses 10 anos foram muitos avanços e histórias para contar, além de muitas coberturas da Feira e Congresso da Abav. Num período curto, o veículo se firmou como exemplo de mídia ética e correta. Muitos amigos foram feitos no trade e muitas parcerias acabaram surgindo desde então. Acima de tudo, o jornal conquistou muitos leitores, com uma distribuição gratuita que atinge 16.400 pessoas por quinzena, sendo mais de nove mil agentes de viagens. “Lançamos o M&E com o intuito de ir além da cobertura do trade turístico no Brasil. Queríamos contemplar pautas do Brasil como um todo, e do exterior também. Esse foi exatamente o nosso diferencial”, lembra Roy Taylor, vice-presidente executivo do MERCADO & EVENTOS e FOLHA DO TURISMO. A história de crescimento do grupo começou ainda em 1999, quando a FOLHA DO TURISMO ganhou novo formato e projeto gráfico e, em 2000, desenvolveu a primeira edição da FOLHA DO TURISMO BRASIL para uma feira internacional, a FIT de Buenos Aires. “O Caio de Carvalho, que era presidente da Embratur na época, viu essa edição da FIT e pediu que fizéssemos uma edição para a BTL, em Lisboa, em 2001. No mesmo ano, fomos para Fitur, ITB e WTM. Com isso, surgiu a necessidade de lançar um veículo que cobrisse apenas o trade, ao contrário do que fazíamos anteriormente com a FOLHA DO TURISMO, que era voltada tanto para público final quanto para os players do mercado. Quando tomei essa decisão, em dois meses, o jornal já passou a ser quinzenal, contra a frequência mensal do início, e ganhou formato tablóide em papel offset. O jornal cresceu justamente pela sua postura e transparência, e hoje é o jornal mais bem conceituado do trade”, comenta.

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Rosa Masgrau, diretora de Marketing Internacional, acompanhou essa trajetória que impulsionou o surgimento do MERCADO & EVENTOS. “Quando a gente iniciou o projeto no exterior, em 2000, o Roy começou a perceber a necessidade de produzir um jornal que tivesse uma abrangência maior, voltado para o trade. O jornal então se consolidou como um produto que divulgava também as ações do governo e do mercado em outros países, assunto até então não abordado. Surgimos como um jornal conhecido e respeitado internacionalmente”.

Media Partner O M&E se consolidou como media partner de importantes eventos nacionais e internacionais, mas o primeiro acordo fechado – e que se mantém firme até hoje - foi com a organização da WTM, feira de Londres, uma das maiores e mais importantes do mundo, em 2004. Além disto, desde 2009, o jornal é media partner oficial no Brasil do World Travel and Tourism Council (WTTC). As conferências de

Florianópolis, no Estado de Santa Catarina; Pequim (China), Las Vegas (EUA); Tóquio (Japão) e Abu Dhabi (Emirados Árabes); tiveram ampla cobertura, registradas nas páginas da nossa publicação. No Brasil, além de renovar a parceria como media partner do Workshop Trend, fechou também com a GBTA, com o Hospitality Investment Conference (BHIC) e The Forum.


Obrigado! ROY TAYLOR >> Como já é de amplo conhecimento do trade, estamos completando dez anos de atuação com o MERCADO & EVENTOS. E só foi possível chegar a esta marca devido ao apoio de todos vocês. Primeiro os leitores, a nossa razão de existir, passando pelos parceiros que acreditaram nesta ideia e deram subsídios para nos tornarmos o jornal de maior circulação do Turismo brasileiro. Mas também não posso deixar de falar da equipe competente e comprometida que montamos e moldamos no decorrer desses anos. Poderia usar todas as páginas desta edição para numerar os amigos e parceiros que fizemos nesta década e agradecer cada um deles. Mas seria injusto, pois certamente não caberiam todos. O MERCADO & EVENTOS é fruto de uma obra conjunta e do esforço de uma equipe que não descansa em busca de todas as notícias do mundo do Turismo. Fazemos isso para levar ao setor informações precisas e atualizadas e principalmente que façam a diferença no dia-a-dia das agências de viagens e profissionais. Isso tanto em tempo real, no nosso portal, como na nossa edição impressa, que chega às mãos de 16,4 mil leitores, por quinzena, em todo o Brasil.

Nesses dez anos noticiamos fatos bons e ruins para o setor. Mas esperamos continuar registrando tudo que acontece de relevante no Turismo. Estamos torcendo para que os planos do Ministério do Turismo – de que o Brasil se torne a terceira economia do mundo no Turismo em 2022 – se concretizem. Esta certamente será uma das notícias que nos dará ainda mais orgulho de fazer parte deste setor. Não posso deixar de falar de quem trabalha diariamente para que este jornal aconteça. Tenho orgulho de comandar uma equipe comprometida e motivada, que não mede esforços para fazer a melhor publicação do Turismo brasileiro. Desde os profissionais da Redação, que não descansam em busca das melhores notícias do setor, até a equipe Comercial que viabiliza o nosso trabalho. Este é o MERCADO & EVENTOS. Um jornal plural, isento e que tem como missão dar ferramentas aos profissionais que atuam no setor de Turismo. Mais do que ter orgulho de fazer parte desta história, desejo vida longa à publicação, pois - sem falsa modéstia - tenho certeza, é parte essencial para o desenvolvimento do setor.

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Repito, que sem parceiros que confiaram na nossa ideia, não chegaríamos hoje a esses dez anos. E insisto nisso, pois muitos deles foram testemunhas da nossa luta desde a

Neste período o setor passou por muitos avanços, que tivemos privilégio de participar. Seja noticiando ou mesmo fazendo parte, pois acredito que este é também o nosso papel. Assumimos uma postura questionadora e crítica em relação a tudo que acontece. Defendemos a valorização do profissional que atua no setor, sobretudo do agente de viagens. Procuramos dar a eles recursos para este momento de transformação da profissão.

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Mas nem sempre foi assim. Quando começamos, encontramos um mercado fechado e viciado. Apenas algumas empresas apareciam, outras – que também são importantes – eram deixadas de lado. As ações dos governos, em especial as Secretarias de Turismo, praticamente não eram abordadas. Chegamos para dar voz a todo o trade e mostrar que todos têm a sua importância. O nosso compromisso é, e continuará sendo, com a informação. Esta abordagem plural é uma de nossas marcas e uma característica que fazemos questão de preservar em nome do bom jornalismo.

primeira edição. Faço questão de agradecer o apoio de todos eles. O início foi difícil, confesso, e muitos de vocês que acompanharam sabem disso. No entanto, reitero que mesmo tendo conquistado a liderança do setor, continuamos com a mesma gana e vontade de vencer que tínhamos no início.


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ITB: parceira oficial A ITB de Berlim está intensificando sua cooperação de longa data com a Abav. Na Feira, a ITB é representada com um grande estande e uma programação de congressos. O estande da ITB conta com a parceria, entre outros, da Deutsche Zentrale für Tourismus (DZT), ATTA (Adventure Travel Trade Association), assim como da The Blue Yonder, ITB Responsible Tourism-Partner, da Índia. A ITB Ásia também é expositora nesse estande. A feira de turismo líder do mercado asiático será realizada de 23 a 25 de outubro de 2013 no Centro de Convenções e Exposições de Cingapura Suntec.

ABAV 2013

Seu principal destino de negócios >> O grande evento de referência do turismo no Brasil. É assim que o presidente da Abav, Antonio Azevedo, define a Feira das Américas, que neste ano utiliza o slogan “Seu principal destino de negócios” e tem como principal diferencial a ida para São Paulo. Entre estes dias 4 e 8 de setembro, agentes de viagens de todo o Brasil, além de buyers corporativos e internacionais, têm a oportunidade de conhecer as novidades de mais de 2,7 mil expositores. Nos últimos dois dias o evento é aberto ao público final.

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A mudança da feira para São Paulo criou uma grande expectativa no mercado. Azevedo acredita que com esta mudança o evento foi potencializada como um todo, causando um maior interesse tanto de expositores como dos próprios agentes de viagens. “A feira do Rio de Janeiro teve um período proveitoso, mas a evolução dos negócios é algo permanente e temos que realizar o evento onde há maior demanda econômica do setor e, indiscutivelmente, as grandes agências, consolidadoras, companhias aéreas e operadoras estão na capital paulista”, disse o presidente da Abav ao M&E. Somente o fato de estar no principal mercado de turismo do país – segundo Azevedo, São Paulo é responsável por 52% do PIB do setor – já gera a expectativa de sucesso do evento. “Temos a força econômica e toda uma população apta a consumir turismo e que poderá visitar a feira neste ano. Vamos gerar muito mais negócios”, garantiu. O fato de entidades como Braztoa, Abeta e Abracorp, além da ITB de Berlim, terem escolhido a Abav para fazerem os seus eventos também foi destacado pelo dirigente. A feira está sendo organizada pela Promo Inteligência Turística pelo segundo ano seguido. A sócia diretora da empresa, Gisele Lima, afirmou que todas as expectativas estão sendo superadas. Serão 58 mil m², um crescimento histórico, além da participação de mais de 60 países e um número recorde de inscrições antecipadas. “Não há dúvidas que a feira mantém sua liderança no mercado e irá gerar índices elevadíssimos de resultados para os expositores”, contou. Para ela, o grande diferencial da feira será a maior valorização dos agentes de viagem – que são responsáveis por 85% das vendas do setor.

A ITB Berlim e a Diversity Tourism UG, em estreita colaboração com a ABRAT GLS, apresentarm um “Pink Corner” na Abav, onde estão sendo exibidas as ofertas LGBT brasileiras e internacionais. Estão presentes, por exemplo, a Community Marketing Inc. de São Francisco, a IGLTA (International Gay&Lesbian Travel Association), TomOnTour, Wien Tourismus e Visit Berlin. Além disso, a Argentina está representada com um estande LGBT próprio no “Pink Corner”. O tópico Gay & Lesbian Travel é um dos destaques especiais no programa de seminários da ITB, o qual durará três dias. Nesta quinta-feira, dia 5 de setembro de 2013, especialistas da Alemanha, Brasil e Argentina fazem uma apresentação voltada à prática do turismo na ITB Academy. A Community Marketing Inc., parceira científica do segmento LGBT da ITB de Berlim, apresenta os últimos resultados das pesquisas. Na sexta-feira, dia 6 de setembro de 2013, estão na agenda os temas Responsible Tourism e Adventure Travel. O objetivo é relatar a necessidade de integrar práticas de turismo sustentável e socialmente responsável em todas as áreas do negócio turístico. Sobre este assunto, a ITB Academy também apresenta os novos resultados da Community Marketing Inc.. Além dos colaboradores internacionais da ITB, também estará presente a ABETA, a Ecotourism e Adventure Travel Association do Brasil. Adicionalmente, na quarta-feira, dia 4 de setembro de 2013, primeiro dia do seminário, foi projetado um workshop para os mercados alemães e brasileiros. Para os visitantes da Abav, os três dias de eventos da ITB Academy são gratuitos. Segundo o Dr. Martin Buck, diretor de Competências do Center Travel & Logistics Messe Berlin: “A nossa presença e atuação na Feira de Turismo brasileira Abav estão dando bons resultados. É onde podemos alcançar o grupo-alvo de um dos mercados turísticos em crescimento mais importantes e fornecer o nosso know-how e as últimas tendências”. www.itb-berlin.com/brazil


Abav 2013

Saiba tudo sobre a feira Agentes de viagens e buyers O evento deve ter a participação de 8 a 10 mil profissionais e 28 mil visitantes. A feira deve contar com a presença de cerca de 180 hosted buyers internacionais. Benefícios para associados As agências abavianas têm acesso a uma sala VIP feita especialmente para elas, onde os agentes podem descansar, fazer reuniões e ainda usufruir de internet. Além disso, os agentes têm atendimento diferenciado nos pontos de gastronomia da feira e na Vila do Saber.

Rodada de Negócios Neste ano acontecem novamente as rodadas de negócios em parceria com o Sebrae. Segundo Gisele Lima, a expectativa é superar os R$ 14 milhões gerados no ano passado durante a feira. Os agendamentos já estão acontecendo. No dia 4 será a vez dos buyers internacionais; enquanto os nacionais se reúnem no dia 5. American Airlines SkiClub Pela primeira vez, os visitantes da feira têm a oportunidade de experimentar a sensação de esquiar em uma pista de 40 metros quadrados, que foi montada dentro do centro de eventos. Constituído por 16 estações de esqui, o programa American Airlines SkiClub já tem dez anos e leva brasileiros para conhecer as montanhas

Vila do Saber O número de salas e lugares disponíveis foi ampliado e a estimativa da entidade é de que sejam capacitadas 6,5 mil pessoas em diversos segmentos. O congresso conta com mais de 200 ações de treinamento e capacitação, que são realizadas de hora em hora, abordando diferentes temas. Também na Vila do Saber acontecem as oficinas do ICCABAV (veja na página 11). Público final Neste ano, a Abav volta a abrir as suas portas para o público final. Nos dias 7 e 8 de setembro os consumidores podem visitar a feira. A ideia, segundo Azevedo, é criar demanda para que as agências possam se beneficiar após o evento. São esperados 50 mil consumidores nesses dois dias. Abeta Summit A Abav e a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) firmaram uma parceria para que o Abeta Summit aconteça dentro da Feira das Américas. Para Douglas Simões, presidente da Abeta, a junção dos eventos é muito mais inteligente para as entidades e pode beneficiar todo o setor.

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Caravanas Desta vez, a entidade conta com o apoio e a parceria de diversas companhias aéreas. Segundo Azevedo, Gol, Tam, Azul e Avianca são, além de expositores, parceiras do evento. As caravanas contam ainda com o apoio da Abav-SP, Aviesp e Braztoa. Também há parceria com a Trend Operadora, que realizará o seu workshop um dia antes da Feira das Américas. Ao todo serão 1,5 mil passageiros de todo o Brasil nas diversas caravanas rodoviárias e

Aplicativo Um aplicativo para celulares disponibiliza informações da feira como a planta, expositores e localização. “Durante o evento, o agente que tiver o aplicativo pode acessar informações e novidades just in time do que está acontecendo na feira”, explicou Gisele Lima, da Promo. O App está disponível no site da Abav 2013 e pode ser baixado gratuitamente e atualizado durante o evento.

com neve dos Estados Unidos.Este será o maior programa de turismo de neve já feito para os brasileiros por um pool de parceiros liderados pela American Airlines.

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Expositores São mais de 2,7 mil expositores de 60 países e dos mais diversos segmentos do turismo. China, Coréia, Maldivas e Holanda estão entre os destinos que estreiam no evento, ao lado de Hotel.info, Bedsonline, Hotel DO e a companhia aérea Air Europa.

aéreas. Para os agentes da capital paulista serão disponibilizados transportes a partir da estação Tietê do metrô.


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Abav 2013 Abav Nacional

A maior feira de todos os tempos >> Novidades! É essa a principal palavra que o presidente da Abav Nacional, Antonio Azevedo, utiliza para definir o que podemos esperar da Feira da Abav e Congresso neste ano de 2013. A mudança de local, do Rio de Janeiro para São Paulo, passando pela disponibilidade de dois dias da feira para o público final, faz com que ele acredite que esta será a maior feira de todos os tempos. A promessa é encontrar o Anhembi lotado durante estes cinco dias de evento.

Antonio Azevedo

MERCADO & EVENTOS - O que o agente de viagem pode esperar desta Abav 2013? Antonio Azevedo - Nós temos a questão importantíssima da abertura ao público no fim de semana. Essa medida serve para motivar o público final a viajar mais, passar a conhecer destinos e poder aproveitar a oportunidade única de participar desta feira bonita, onde a pessoa se sente bem. Teremos também a participação ampla das principais entidades do turismo do Brasil. Junto a isso, parcerias fortes com a Abracorp, a Braztoa, que realizará o seu encontro comercial dentro da Abav, com a Abeta, com a Bito, que terá uma ampla participação nas rodadas de negócios, além de uma cobertura completa do MTur, patrocinando uma área bastante significativa para que todos os estados do Brasil

possam estar presentes. Teremos ainda uma área chamada de Ski Club, evento que será realizado dentro da feira, patrocinado pela American Airlines. Nós apresentaremos a Vila do Saber, que continua presente aos agentes de viagens, com duas plenárias muito importantes abordando a competitividade do setor e mobilidade aérea, além de 200 capacitações ao longo desses dias. Já no domingo, temos o privilégio de receber apresentações folclóricas e culturais. Todas essas novidades estão sendo condizentes com a nossa vinda a São Paulo. M&E - Será, de fato, a maior feira de todos os tempos? Antonio Azevedo - Será, não só a maior, como a melhor. Teremos o pavilhão totalmente lotado e não temos dúvidas disso pela resposta que estamos recebendo de todos os setores, com número significativo de inscrições prévias, a maior de todos os tempos, com o maior número de países e expositores. Estamos especialmente focados na realização de novos negócios ou de novas oportunidades que venham a gerar negócios. M&E – Na área do evento, o que há de novidade entre destinos, países e companhias aéreas? Antonio Azevedo - O número de companhias aéreas triplicou em relação aos anos anteriores. Estamos com 15 companhias internacionais e nacionais presentes na feira. Acredito ser um ponto importante por significar uma ferramenta fundamental no turismo, já que se não tivermos capacidade aérea para que o destino possa ser visitado, a situação fica complicada. Teremos 60 países confirmados e relevantes, sendo 12 estreantes, com fortes atrações turísticas.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Plenárias Intitulada “Competitividade e qualidade no Turismo”, a plenária do segundo dia do evento (05/09), das 17h às 18:30h, terá como foco a competitividade dos destinos no Brasil, tanto no que diz respeito aos mercados nacionais como internacionais. Na oportunidade, serão abordados assuntos correlacionados, tais como os megaeventos e o modo como o país, em particular o agente de viagens, se beneficiará deles; tarifas hoteleiras e suas relações com o custo Brasil; qualidade do turismo no país e as medidas que o governo tem adotado para alavancar o setor. Presença confirmada de representantes da Embratur, do Sebrae e do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

Norteada pelo tema “Mobilidade aérea: tendências e oportunidades”, a terceira plenária oficial, que será realizada na sexta-feira (06/09), também das 17h às 18:30h, versará, sobretudo, sobre o aumento de frequências, infraestrutura aeroportuária e o modelo adotado no Brasil, relativo à privatização de aeroportos. O debate abordará, sob o ponto de vista do agente de viagens, as vantagens da vinda de companhias aéreas internacionais para o Brasil e como lidar com a crescente demanda por viagens aéreas, além de elencar comparativos de aeroportos que foram privatizados. A plenária do sábado (07/09) ficará por conta do jornalista e apresentador Zeca

Camargo, com a palestra “Viajar é com Agente”, no palco principal da Vila do Saber das 14h30 às 16h. A palestra será uma conversa informal com o público onde Zeca Camargo contará, de forma muito bem humorada, passagens pitorescas de suas viagens. O objetivo é transmitir sua experiência e incentivar as pessoas a desbravarem os cinco continentes. Vale ressaltar que, além das plenárias citadas acima, o Congresso contará com mais de 200 ações de treinamento e capacitação, que serão realizadas na Vila do Saber, de hora em hor. Dentre elas, destacam-se as oficinas do ICCABAV.


Abav 2013 Promo Inteligência Turística

Um evento absolutamente completo >> Organizar um evento que inclui todos os segmentos e áreas interessantes aos profissionais do turismo. Esse é o objetivo da Promo Inteligência Turística ao planejar e montar a Feira e Congresso da Abav. De acordo com a diretora, Gisele Lima, a 41ª edição do evento vem “absolutamente completa”. Novas participações marcam o evento. Entre os países estreantes estão: Áustria, Cingapura, Coreia, Etiópia, França (retornou), Holanda, Ilhas Maldivas, Ilhas Seychelles, Indonésia, Irlanda, Myanmar e Nicarágua. MERCADO & EVENTOS - O que a Promo preparou para os agentes de viagens e profissionais de turismo que vão visitar a feira Abav este ano? Gisele Lima - Trata-se da 41ª edição da Abav, que vem absolutamente completa. O profissional do turismo que for visitar nossa feira vai encontrar uma Área Brasil com 26 estados presentes divulgando novos atrativos e facilidades. Um local repleto pela América Latina e Caribe, contemplando serviços, produtos e promoções para poder ofertar ao cliente de uma forma diferenciada e inovadora. Já na área da Europa, nós trazemos uma série de países, muitos deles pela primeira vez na feira, que vão mostrar todos seus diferenciais e apresentar suas oportunidades. A Ásia, por sua vez, vem se apresentando aqui no Brasil de uma maneira bastante diferenciada e os agentes de viagem também vão encontrar uma gama de oportunidades de negócios relacionados ao mercado asiático. Temos as companhias aéreas presentes de forma inovadora, também de porte internacional, trazendo seus

conceitos e diferenciais para se aproximar deste mercado. M&E - Como vai funcionar a Vila do Saber e Rodada de Negócios? Gisele Lima - A Vila do Saber terá mais de 200 palestras onde este profissional do turismo vai poder debater de forma absolutamente consistente os mais diferentes temas, entre assuntos de gestão, marketing, administração e capacitação. Além, claro, da rodada de negócios, com módulo nacional e internacional, que também gera uma oportunidade muito grande. Desta forma, produzimos uma feira completa, tudo para que os profissionais possam ir a um único local realizar seus negócios. M&E - Em relação aos serviços, quais são as facilidades que a Promo preparou para os agentes? Gisele Lima - O agente de viagem associado à Abav tem um credenciamento específico na entrada e também em todas as áreas da feira, para que o profissional possa circular com mais velocidade em todos os espaços. Além de uma sala VIP, próxima a entrada do pavilhão.

Gisele Lima

Oficinas Iccabav Horário: 13h às 13h50 / Título da Palestra: “Oportunidades para a Copa Fifa 2014” / Instrutor do ICCABAV: Alexandre Augusto de Carvalho - Diretor da Netlounge.

Ferraz - Consultora de Gestão e Treinamento Horário: 13h às 14h50 / Título da Palestra: “Geografia Internacional e sua importância para os agentes de turismo” / Instrutor ICCABAV: Roberto Anzolch - Diretor da Academia do Turismo

Horário: 15h às 15h50 / Título da Palestra: “Panorama Empresarial de Turismo Rural: relação produto de turismo rural e agentes da cadeia turística” / Instrutor ICCABAV: Andreia Roque - Proprietária da Brasil Rural Operadora e Presidente do IDESTUR.

Horário: 15h às 16h50 / Título da Palestra: Vendas, a estratégia do paradigma – como construir cenários e ajustar o modelo de vendas” / Instrutor do ICCABAV: Paulo Assumpção

Horário: 13h às 14h50 / Título da Palestra: “De olho no lucro: Foco no cliente, foco do cliente e...foco na sua Agência de Viagens - recebendo pelos serviços” / Instrutor ICCABAV: Lúcia Ferraz - Consultora de Gestão e Treinamento

DIA 06/09 Horário: 13h às 13h50 / Título da Palestra: “Risco - O inimigo implacável do mercado de viagens corporativas” / Instrutor ICCABAV: Lúcio Oliveira - Consultor de turismo e Diretor da Capacitar Soluções Empresariais.

Horário: 15h às 15h50 / Título da Palestra: “E-turismo na era da mobilidade” / Instrutor ICCABAV: Ricardo Lago - professor do Instituto Federal do Maranhão , Coordenador local do Mestrado Interinstitucional em Turismo e Hotelaria Univali/ IFMA.

Horário: 14h às 14h50 / Título da Palestra: “Experiências Rurais Equestres e Naturais: Inovação e Profissionalismo” / Instrutor ICCABAV: Andreia Roque - Proprietária da Brasil Rural Operadora e Presidente do IDESTUR.

DIA 07/09 Horário: 17h às 17h50 / Título da Palestra: “O que uma agência de viagens pode fazer por você” / Instrutor ICCABAV: Lúcio Oliveira - Consultor de turismo e Diretor da Capacitar Soluções Empresariais.

DIA 05/09 Horário: 16h às 16h50 / Título da Palestra: “O papel do consultor de viagens no futuro” / Instrutor do ICCABAV: “Roberto Anzolch Diretor da Academia do Turismo. Horário:13h às 13h50 / Título da Palestra: “De olho no lucro: Foco no cliente, foco do cliente e...foco na sua Agência de Viagens - cobrando pelos serviços” / Instrutor do ICCABAV: Lúcia

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

DIA 04/09 Horário: 13h às 13h50 / Título da Palestra: Cruzeiro de Expedição: conheça um pouco mais deste segmento / Instrutor ICCABAV: Ruy Brasolyn - Executivo de Vendas da Discover Cruises.

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Abav 2013 Abav Nacional

Percentual dos brasileiros viajando ainda é muito pequeno >> O vice-presidente de Relações Internacionais da Abav, Leonel Rossi, acredita que a alta do dólar, que fechou em julho no maior nível em mais de quatro anos, não vai impactar drasticamente nas viagens internacionais. “O Brasil é um país onde poucos viajam ao exterior. Anualmente, não mais de 6 a 7 milhões de brasileiros viajam para fora do país. Nossa população é de 200 milhões de habitantes, então percebemos que o percentual dos que viajam ainda é muito pequeno”, avalia Leonel.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Leonel Rossi

MERCADO & EVENTOS - É notório o forte trabalho da Abav nas principais feiras de turismo internacionais. Avaliando os últimos anos, como o senhor definiria o resultado desse trabalho? Leonel Rossi - Os resultados são muito bons. É um trabalho de paciência, mostrando o que é a Feira das Américas para o mercado internacional, captando expositores e visitantes. Também aproveitamos estes momentos para estreitar relacionamento com os órgãos governamentais, tais como Ministério do Turismo, Embratur e os órgãos turísticos dos estados. M&E - O senhor acredita que as manifestações feitas entre junho e julho prejudicaram a imagem do Brasil no exterior? Leonel Rossi - Absolutamente, não. Manifestações como as que aconteceram aqui no Brasil acontecem em todo o mundo. Há dois anos, durante a WTM, em Londres (na qual estive presente), houve manifestações dos estudantes contra o novo governo conservador, por cortar o percentual das bolsas de estudo. Em outros países como Suécia, França e Portugal também acontecem manifestações constantes. Isso geralmente acontece em países democráticos. M&E - Quais as vantagens de fazer parte da WTAAA? Leonel Rossi - A Abav, depois do desligamento da Federação Universal das Associações de Agentes de Viagens (UFTAA sigla em inglês) e Confederação da Organizações Turísticas da América Latina (COTAL), por entender que essas associações já não atendiam aos interesses dos agentes de viagens do Brasil, decidiu se integrar, no ano passado, a WTAAA, que nos pareceu uma associação interessante, pois reúne países importantes no turismo internacional,

os quais representam 80% dos bilhetes aéreos no mundo. É uma associação que tem um posicionamento forte perante a IATA, é respeitada pelas empresas de GDS e pelos governos dos países. M&E - Como o senhor vê a infraestrutura do Brasil para grandes eventos? Acha que estamos preparados para a Copa de 2014? Leonel Rossi - Nós ainda não estamos preparados no diz respeito à infraestrutura para a Copa de 2014, mas acredito que as coisas estão fluindo bem. Nós teremos 12 magníficas arenas esportivas e também está em andamento a remodelação dos principais aeroportos. Ainda temos tempo para arrumar outras coisas, como os meios de transportes nas cidades que sediarão a Copa. Realmente acredito que até lá, estaremos com 80% das coisas em seu devido lugar. M&E - A cada ano, a Abav realiza uma reunião internacional. Qual a importância desse contato mais próximo com determinados mercados? Leonel Rossi - Importante ressaltar que as reuniões internacionais da Abav são realizadas sem custo para a associação, pois recebemos convite de países ou cidades. As passagens aéreas são concedidas, bem como as hospedagens e todos os outros serviços, de modo que não onere a Abav. A importância deste contato é demonstrada pela quantidade de reuniões que já fizemos. O interesse destes destinos nos convidarem já demonstra a importância político-comercial da realização destas reuniões, tanto por quem nos recebe quanto para a Abav. M&E - Na opinião do senhor, qual o impacto do aumento do dólar nas viagens de brasileiros ao exterior e no recebimento de turistas estrangeiros aqui? Leonel Rossi - Anualmente, não mais de 6 a 7 milhões de brasileiros viajam para fora do país. O Brasil tem uma população de 200 milhões de habitantes, então percebemos que o percentual dos que viajam ainda é muito pequeno. Mas este número vai aumentar rapidamente, pois grande parte dos brasileiros está com condições econômicas para viajar. Apesar do aumento de 12% nas moedas estrangeiras, isso não irá fazer com que as pessoas deixem de viajar, até porque as facilidades de parcelar os pacotes e passagens em até 10 vezes sem juros, diluem esse aumento. Além do mais, os agentes e operadores, para não perderem clientes, diminuem sua margem de lucro nos pacotes, exemplo foi o que aconteceu em julho passado, quando algumas agências e operadoras fixaram o dólar em R$2 para manterem suas vendas. Na lei de oferta e procura, se diminuir a procura, os preços caem.


Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs

Na busca pela competitividade, um cenário em transformação LUCIANO PALUMBO >> A cadeia produtiva do turismo de lazer sofre um grande processo de mudanças, da mesma forma que outras cadeias produtivas. Os fatores são diversos: mudanças de renda da população, uma nova geração de consumidores, impacto de novas tecnologias, mudanças na legislação (plena implantação do código de defesa do consumidor), entre outros. Dessa forma, existe a necessidade de adaptar sistemas de vendas, produtos e serviços a uma nova realidade e, às vezes, até mesmo desenvolver um novo modelo de negócios ou novas unidades de negócios para essa nova realidade. Neste cenário, a inovação bate forte e impulsiona a grande maioria. Quem era especializado apenas em Cone Sul, agora vende Disney. Quem vendia somente Orlando, agora tem África do Sul do portfólio. Mudanças geradas pela demanda do mercado que, a cada dia, modifica seu perfil de comprador e viajante. Emergentes compram mais, a chamada classe “C” agora tem um potencial antes visto apenas pela gigante CVC – que não está de fora das mudanças – e investe na multicanalidade e nos pacotes de finais de semana. Outras empresas que modificaram o portfólio e ampliaram seus produtos podem ser facilmente destacadas. A Nascimento, por exemplo, agora ataca forte no doméstico e já tem 17% do share, contra 8% há um ano. A RCA – ainda muito forte em Disney, também estruturou um departamento doméstico no ano passado. A Ancora-

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Dados do Mercado de Operadoras em 2012 FATURAMENTO  Doméstico: R$ 5,4 bilhões  Emissivo internacional: R$ 4,8 bilhões  América do Norte: R$ 1,7 bilhão  Europa: R$ 1,6 bilhão  América do Sul: R$ 725 milhões  América Central: R$ 454 milhões  África/Ásia/Oceania: R$ 328 milhões DIÁRIAS HOTELEIRAS  Doméstico: 8,4 milhões  Internacional: 5,4 milhões DESTINOS MAIS VENDIDOS  América do Norte: Flórida, Nova York e Califórnia  América Central: Punta Cana e Aruba  América do Sul: Buenos Aires, Santiago e Patagônia  Europa: Paris, Roma e Londres  África/Ásia/Oceania: Joanesburgo, Cidade do Cabo; Cairo e Oriente Médio; Sydney e Melbourne

douro – líder na venda de cruzeiros no interior – aposta nos internacionais e diz que deve ultrapassar o share de vendas comparado aos cruzeiros na Costa do país. A recém criada Flytour Viagens – apenas um ano e poucos meses de idade – já pensa em saídas de todos os grandes mercado nacionais com mais de 67 mil pacotes vendidos no período de operação. Será uma tendência movimentar o turismo doméstico? Ou seria uma necessidade para fugir da crise e da alta cambial que assola o mercado de viagens no país. Por outro lado, o Brasil tem sido porto para todos os destinos internacionais que disputam, na unha, os passageiros com promoções e atrativos conjugados. Mas, os números de embarque de passageiros no ano passado são menores que os de 2011. A Receita subiu, segundo a Braztoa, mas os brasileiros viajaram menos para o exterior. No caso das consolidadoras, a Ancoradou aparece mais um ano como a maior do interior do estado de São Paulo. Hoje já instalada na capital paulista ela divide espaço com as grandes RexturAdvance, Esferatur, Flytour e Gapnet. Estes últimos players do mercado de consolidação aérea, movimentam cerca de R$ 10 bilhões em venda de passagens aéreas e dominam um mercado demarcado nacionalmente. Em meio a tudo isso, o turismo ainda está se adaptando à nova plataforma de vendas que surgiu no segmento, as Online TravelAgencies (OTAs). De início, agências, operadoras e demais atuantes no mercado turístico nacional encararam estas novas empresas como um problema e também como espécie de ameaça, por considerá-las concorrência desleal, assim como as vendas diretas de passagens aéreas para o consumidor por parte das companhias aéreas. As OTAs, no entanto, garatem que podem até ajudar, na medida em que a divulgação diária das empresas na mídia, divulgando viagens, estimula a população a viajar, não necessariamente ficando presa à vendas que serão feitas via internet. Colaborou Arthur Stabile


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Braztoa

Diferenciada, entidade se alia a feiras internacionais e amplia atuação

Marco Ferraz

>> Há quem não concorde. Mas, segundo o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, o Encontro Comercial Braztoa – que tem duas edições anuais e concentra a nata dos agentes de viagens do país – mudou, e pra melhor. “Temos recebido criticas positivas [e negativas também], mas o encontro está mais profissional e muito maior”, disse. Este ano, a entidade já fechou grandes projetos. Em conjunto com o Ministério do Turismo, a Braztoa vai atuar no programa “Viaja Mais, Melhor Idade”, para oferecer pacotes promocionais durante a Turismo Week. O presidente explicou que um entrave na veiculação do programa é conseguir desconto no preço do aéreo, em hotéis e serviços para idosos durante todo o ano. “Se a oferta é para uma janela, como a Turismo Week, é possível conseguir desconto de 20% para o aposentado”, explicou Ferraz.O investimento da primeira fase está orçado em R$ 10 milhões. Pela primeira vez o Encontro Comercial Braztoa acontecerá dentro da Abav. Esta edição da feira terá Pernambuco como destino nacional patrocinador do encontro.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Marco Ferraz - Teremos mais de um tipo de demanda: a do receptivo, a do emissivo e o doméstico. Vamos nos preparar pra fazer um atendimento a partir da demanda, bem pontual, um a um. M&E - Como estruturar o turismo receptivo e atividades complementares aos jogos, como por exemplo, pacotes sem ingressos? Marco Ferraz - Formataremos uma série de pacotes para serem vendidos entre jogos, com duração de, no máximo, três dias, o que possibilitará ao turista aproveitar dois dias pós o primeiro jogo em Fortaleza, por exemplo, e depois partir para o destino da próxima partida. M&E - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Marco Ferraz - Utilizaremos, também, o formato de pacotes rápidos entre jogos, de três dias, que proporcionem bons roteiros de passeio e hospedagem nas proximidades

do primeiro jogo e depois, leve o turista até ao destino da partida seguinte. M&E - Qual é a expectativa para o período no país? Marco Ferraz - Esse é um momento de grande visibilidade, que também traz uma mudança de perfil do turista. Entram os turistas pontuais, que chegam ao Brasil por conta do evento, ao mesmo tempo em que temos uma baixa no turista comum e no turista corporativo, pois ambos preferem aguardar para vir ao Brasil em dias normais. Esperamos, para esse período, entre 500 e 600 mil estrangeiros, e outra grande maioria que poderá ser contabilizada entre os próprios brasileiros circulando pelo país e aproveitando para explorar lugares que antes não tiveram oportunidade de conhecer. M&E - Como os operadores – com grande força no emissivo internacional – podem trabalhar o público interno nos grandes eventos? Marco Ferraz - Teremos dois tipos de público: os que querem sair do Brasil para aproveitar as férias (caso se confirme a alteração do mês de férias para junho, em 2014) e aqueles que realmente preferem ficar longe de toda movimentação nacional por conta da Copa do Mundo. Com certeza não faltará público para o trabalho das empresas emissivas. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das confederações e JMJ podem ser superados para o Mundial de 2014. As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Isso pode atrapalhar a vinda de turistas? Marco Ferraz - Toda experiência vivida no ano de 2013 conta muito. É preciso apurar o olhar para a logística de transporte, logística de hotelaria, aeroportos, diminuir as filas para os jogos e para os eventos paralelos. Antes de qualquer coisa, acreditamos no lado positivo das manifestações, que fazem parte da evolução e de um cenário atual positivo do Brasil. De qualquer maneira, acaba trazendo má visibilidade internacional e, como consequência, a diminuição da vinda de turistas estrangeiros. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Marco Ferraz - O segundo semestre é sempre mais aquecido que o primeiro. Tanto por estarmos mais próximos das férias e também pelo 13º salário. Contamos com um aumento das vendas a partir de agosto, mesmo com a economia diminuindo seus números.


Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Visual

Unificação dos eventos de Turismo >> Uma feira como exemplo para outras que ainda virão. Esta é a expectativa do presidente da Visual, Afonso Gomes Louro. Segundo ele, a Abav unificada a outros grandes importantes eventos, como por exemplo, o Encontro Comercial Braztoa e o Salão do Turismo, só tem a acrescentar às vendas e ao relacionamento das operadoras com o mercado de uma maneira generalizada. “Vamos atacar em várias frentes. Esta é uma oportunidade ímpar de ter a cadeia de distribuição e os compradores reunidos no mesmo local”, disse, referindo-se a abertura da feira para o público final nos últimos dois dias. Para a Abav, a Visual vai focar nos fretamentos que fechou com a Azul Linhas Aéreas para o Nordeste do país. Serão 13 saídas dos aeroportos de Viracopos, em Capinas e de Confins, em Minas Gerais. “Vamos sair para as cidades de Fortaleza, Recife, Maceió, Natal, Salvador e Porto Seguro”, disse. Hoje o doméstico corresponde a 65% no share dentro da operadora. “O Nordeste é o responsável por essa quantidade na divisão do mercado”, disse. Segundo Louro, até o mês de julho, a Visual já havia embarcado cerca de 160 mil passageiros para a região. Segmentos - Lançado no ano passado, o segmento religioso da operadora apresenta um crescimento surpreendente, segundo Louro. “Já em 2013 fechamos 48 grupos para a Terra Santa. Isso correspondente a aproximadamente dois mil passageiros”, disse. Outro ponto levantado por ele, foi a participação com roteiros específicos para o programas “Viaja Mais, Melhor Idade”, do MTur e os pacotes tradicionais para o Caribe, America do Sul, Europa, e Estados Unidos.

M&E – A unificação destes eventos é um grande fator para a soma do público visitante? Afonso Gomes Louro – Essa aliança é essencial para que o agente de viagens visite a Feira. Tanto nos corredores da Braztoa quanto nos estandes que estarão expondo na Abav, o público para estes eventos é essencial. Nós buscamos o agente de viagens nestes grandes eventos. M&E – Há uma perda do foco na unificação massiva

M&E – Isso deve incrementar os negócios, então? Afonso Gomes Louro – Acredito que os negócios devam crescer sim. Temos a possibilidade de reunir bons agentes da capital e delegações do interior e de outras cidades e estados. Além da oportunidade de mostrar no final de semana as opções de viagens para o público que as compra, o turista, o viajante. Além do público final, o lançamento do programa “Viaja Mais, Melhor Idade”, dará mais força aos produtos que temos nas prateleiras para este tipo de público específico. Uma grande oportunidade para o evento.

Afonso Gomes Louro

M&E – Como classifica a abertura da Abav para o público final? Afonso Gomes Louro – É uma oportunidade que temos para mostrar a nossa marca para o publico final. No caso da Visual – e muitas operadoras neste segmento – não vendemos diretamente ao público, então esta é uma chance de nos apresentarmos e passar a confiabilidade de uma operadora antiga neste mercado. M&E – Qual o balanço que faz deste primeiro semestre e as expectativas da Visual para o decorrer do ano? Afonso Gomes Louro – Temos crescido ano a ano. Em 2012 tivemos um incremento de 26% nas vendas relacionadas ao faturamento se comparado ao ano de 2011. Este ano a nossa expectativa de crescimento é de 20% em relação aos 26% que incrementamos o faturamento no ano passado. De janeiro a julho, já acumulamos o aumento de 32% nas vendas. Historicamente o segundo semestre sempre foi melhor que o primeiro, por isso, este semestre deva fechar com 30% de crescimento se relacionado ao mesmo período de 2012.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

MERCADO & EVENTOS – Qual a expectativa para a Feira da Abav em São Paulo? Afonso Gomes Louro – A expectativa é muito boa com a transferência do evento do Rio de Janeiro para São Paulo. Além disso, a realização da Braztoa dentro de uma feira do tamanho e importância da Abav - e ainda unificada com o Salão do Turismo, uma iniciativa do Ministério do Turismo, nos dão um otimismo e um gás ainda maior referente ás vendas e exposição em nível internacional.

dos eventos? Você concorda com isso? Afonso Gomes Louro – Concordo. Mas o foco não é o mais importante nesse tipo de feira e sim, o público. No nosso caso, o agente de viagens que é o canal de distribuição dos nossos produtos. Cada um deve dar o foco no seu próprio negócio. Necessariamente nenhum evento deve ter o foco específico, mas a participação qualitativa dos agentes.

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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Sindetur-SP

Sindicato suspende Decolar.com e discute mão de obra no Turismo

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>> O Sindetur-SP resolveu suspender a Decolar.com por não cumprir uma determinação do sindicato na veiculação do preço final de venda de seus produtos nos anúncios e no seu próprio site. Caso ela não faça isso em um prazo de 180 dias, poderá ser expulsa. Esse foi o parecer do presidente da entidade, Eduardo Nascimento. Além deste tema, Nascimento diz que o grande gargalo do país, para a gestão dos grandes eventos está na mão de obra que, praticamente, não existe. Confira a entrevista. MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Eduardo Nascimento -O problema do atendimento não se resume aos propalados “grandes eventos”. É um entrave recorrente. Os maiores gargalos, não só no setor de turismo como em todas as áreas da economia, são a qualificação da mão de obra e as obras de infraestrutura. Para que o atendimento seja razoável são necessários investimenEduardo Nascimento tos em diversos setores: treinamento, capacitação e qualificação. Por conta da demanda crescente no turismo nos próximos anos, há expectativa de grandes empreendimentos, principalmente nas áreas hoteleira, de portos e aeroportos. Cerca de dois milhões de novos postos de trabalho devem ser abertos, entre formais e informais, de acordo com o Ministério do Turismo. A questão é: teremos trabalhadores capacitados para preencher estas vagas? É preciso pensar desde já em programas de qualificação. Outra coisa, com a venda dos produtos apenas na mão de uma empresa, infelizmente o setor de agenciamento de viagens ficou alijado do processo, pois impedido de vender ingressos não poderá oferecer programas que incluam o principal produto. Será um processo de adaptação de última hora. M&E - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Eduardo Nascimento - O turista internacional quando planeja sua viagem já determina o período de estadia e dificilmente poderá ou desejará alterar sua permanência, mesmo porque encontrará sérias dificuldades em mudar as datas de seus voos. Estender a permanência dependeria de uma campanha, especialmente nos locais onde o governo acredite haver atrativos suficientes para fazer com que o

turista altere os planos de sua viagem. M&E - Quais problemas da Copa das confederações e JMJ podem ser superados para 2014? Eduardo Nascimento - Certamente, segurança e mobilidade são os principais pontos a serem analisados com atenção. Ambos os eventos devem servir de estímulo para os desafios que o país ainda tem a superar. M&E - As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Eduardo Nascimento -As manifestações de rua ganharam grande repercussão em todo o mundo. O país precisa estar atento para um refluxo na área de turismo se as manifestações continuarem a ocorrer, mesmo que em menor escala. As pessoas viajam com a intenção de descansar, conhecer lugares interessantes e não para passar medo ou ficar confinadas em hotéis. É inevitável que haja alguma repercussão, principalmente em 2014, por conta da Copa do Mundo. Os turistas certamente virão mais temerosos para o Brasil, receosos em enfrentar movimentos de rua. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Eduardo Nascimento -O único ano em que tivemos decréscimo de vendas foi em 1977, ano seguinte à implantação do depósito compulsório para viagem ao exterior. Desde então, o registro foi sempre de crescimento, inclusive em outros anos críticos, como 1990 com o Plano Collor e 2001, após o ataque de 11 de setembro. O ambiente de negócios atual ainda não é o ideal, mas esperamos conseguir ao menos manter as vendas no mesmo nível de 2012. M&E - Qual a situação da Decolar.com no Sindetur-SP? Eduardo Nascimento - O Sindetur-SP resolveu suspender a Decolar.com por não cumprir uma determinação do sindicato para a veiculação do preço final de venda de seus produtos nos anúncios e no seu próprio site. Caso ela não faça isso em um prazo de 180 dias, poderá ser expulsa. Esse fato desencadeou – por parte da Comissão de Ética e Estatuto Social – a abertura de um processo para examinar a infração estatutária, tendo como resultado uma advertência à associada. Notificamos a Decolar.com e eles fizeram a sua defesa, que não foi aceita pelo sindicato. Em sua defesa, a associada disse que trabalha com preços netos, assim como as companhias aéreas. O problema é que o preço final não é o mesmo ofertado, pois, quando o cliente finaliza a compra uma taxa de serviço é inserida no total, aumentando o valor anunciado. Esta não é a forma como as companhias aéreas, agências e operadoras atuam.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Fenactur

Federação indica gargalos e mudanças para atendimento nos megaeventos >> “O Brasil tem, talvez, a marca mais forte do mundo relacionada à natureza e à sustentabilidade, mas ainda não sabe tirar proveito disso”, disse o presidente da Federação Nacional de Turismo (Fenactur), Michel Tuma Ness. Segundo ele, apesar de tudo o que já foi feito é necessário fazer uma reflexão profunda sobre o que ainda falta realizar para agregar valor ao segmento e ampliar a capacidade do país. Leia na íntegra a entrevista com Tuma Ness.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Michel Tuma Ness

MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Michel Tuma Ness -Todo o esforço é válido para criarmos as condições necessárias para bem receber os visitantes e torcedores. Mas temos que analisar as filas intermináveis do check-in, o acesso às salas de embarque, os atrasos nos voos, as filas para entrega e inspeção de bagagens, as conexões, os banheiros insuficientes, os preços exorbitantes da alimentação, culminando com as dificuldades para se conseguir um táxi. Não podemos nos descuidar destes detalhes, pois os aeroportos são a porta de entrada dos turistas. M&E - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Michel Tuma Ness - O primeiro passo para trazer o turista para o Brasil será facilitar e garantir as políticas de vistos, para que os visitantes não desanimem. Isto solucionado pelo governo - para manter o turista viajando no país - será necessário criar novos roteiros, intensificar ações integradas entre estados e regiões e, acima de tudo, capacitar profissionalmente os empresários e trabalhadores para o bem receber. Também é necessário atentar para a segurança pública. O turista precisa se sentir seguro no destino que escolheu para viajar. M&E - Qual a expectativa para o período no país? Michel Tuma Ness -As oportunidades de viagens e turismo no Brasil nos próximos anos são significativas. A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 colocarão o turismo do país no cenário mundial e a crescente demanda doméstica/regional por viagens gerará um grande volume de negócios em todo o setor. Porém, para que estas oportunidades sejam maximizadas, deve haver investimentos crescentes, tanto pela iniciativa privada como pelo governo,

visando garantir que o desenvolvimento da infraestrutura acompanhe as novas exigências e o momento atual. M&E - Como os operadores com grande força no emissivo internacional, podem trabalhar o público interno nos grandes eventos? Michel Tuma Ness - Cabe às grandes operadoras criar alternativas de pacotes com grande apelo promocional e que motivem os turistas brasileiros a “conhecer” o Brasil. Apesar de todos os atributos naturais e da crescente divulgação do turismo nacional, ainda temos muito a mostrar. A natureza foi pródiga ao banhar o país com mais de oito quilômetros de praias, serras deslumbrantes,a maior floresta do mundo e a maior catarata do planeta. As operadoras precisam ser criativas e oferecer pacotes turísticos com baixo-custo. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das Confederaçõespodem ser superados para o Mundial de 2014? Michel Tuma Ness -A realização da Copa das Confederações foi um primeiro e decisivo passo para uma grande temporada no mercado turístico. Foi também o momento de aprendizado para que na Copa e nas Olimpíadas não serepitam os erros e problemas acontecidos. Alguns estádios nas cidades-sede, já apresentam problemas estruturais. O acesso e os estacionamentos são deficientes. Temos ainda 11 meses para a realizaçãoda Copa do Mundo, tempo suficiente para realizar uma operação “pente fino” para sanar todas as deficiências. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Michel Tuma Ness - O setor de viagens e turismo continuará provando sua contribuição significativa e persistente no PIB brasileiro. Apesar dos desafios econômicos em curso, há previsão de que o crescimento continue no segundo semestre de 2013. Concluindo, afirmo que, investir no turismo é se preocupar com o país, como um todo. Bem receber, seja o visitante interno ou estrangeiro, é estar atento a toda uma gama de infraestruturas e serviços. É cuidar para que a excelência desse viajante seja única. Desde a chegada, não importa o meio de transporte utilizado, sem contratempos ou dissabores, passando pela hospedagem nos mais diferenciados níveis, os roteiros e paisagens, a gastronomia, o comércio e, principalmente, o atendimento esmerado e eficiente em cada uma das etapas da viagem. Para que o turismo possa continuar crescendo, temos que acreditar mais nas potencialidades do setor, investir em seu crescimento e confiar que, feita a lição de casa, o Brasil se beneficiará economicamente, em oportunidade de emprego e distribuição de renda.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Aviesp

Aviestur modifica local e formato e espera crescer em 2014

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Marcelo Matera

>> A Aviestur 2013 – que cresceu em relação ao espaço que o mesmo será vendido exclusivamente pela internet. de exposições -, segundo o presidente Marcelo Matera, ampliou os resultados que superaram em 15% a partici- M&E - Como manter o turista internacional viajando pação do público com relação ao ano passado. O evento pelo Brasil nestes períodos? neste ano contou com a presença de Marcelo Matera - O nosso país tem uma vocação enorme 4,2 mil pessoas, de aproximadamente para o turismo. Temos que oferecer ao turista estrangeiro 300 localidades brasileiras. Do total, muito mais que futebol, esporte e religião. Caberá a nós, 2,7 mil correspondem aos agentes de do turismo, criar produtos para que o turista tenha a viagem. “Estamos muito satisfeitos oportunidade de conhecer todo nosso potencial. Espero com o resultado desta edição. Tive- que saibamos aproveitar esta chance. mos grande aceitação e aprovação dos expositores. Empresas signifi- M&E - Qual a expectativa para o período no país? cativas do mercado afirmaram que Marcelo Matera -Será um período de forte demanda, seja importantes negociações foram reali- por conta da Copa e Olimpíadas, seja para o turista que zadas durante o evento. Diante deste deseja fugir destes grandes eventos. cenário, já recebemos a confirmação de muitos expositores para a 37ª M&E - Como os operadores – com grande força no Aviestur, em 2014”, afirmou Matera. emissivo internacional – podem trabalhar o público Foram 30 palestras e cursos de ca- interno nos grandes eventos? pacitação, com foco em aprimorar, Marcelo Matera - Estes operadores deverão utilizar sua profissionalizar e otimizar sistemas experiência para atuar junto ao público interno, oferede atendimento e venda de produ- cendo opções e sugestões. Devem ouvir o que o cliente tos e serviços, por meio de agentes internacional deseja quando estiverem em nosso país. de viagens. Matera acredita que os próximos anos, M&E - Quais problemas apresenprincipalmente, na Copa das confederações “O turista da Copa, tados com os megaee JMJ podem ser superados para seja domestico ou o mundial de 2014? ventos, o mercado deve crescer, mas se estiver preparado. Confira abaixo a Matera - Acredito que o nosso internacional, terá Marcelo entrevista com o presidente da Aviesp. maior problema seja de mobilidade urtempo para viajar bana. Temos que nos preparar melhor. MERCADO & EVENTOS - Como entre os jogos. atender a demanda nos períodos M&E - As manifestações populares Ele precisará de de grandes eventos? prejudicaram a imagem do país Marcelo Matera - Em primeiro lugar, exterior? Isso pode atrapalhar sugestões e opções no devemos prever esta demanda e então a vinda de turistas? planejar a oferta. Para isso temos que para seu tempo livre” Marcelo Matera - Com certeza pretreinar os profissionais de turismo e as judicam, porém não vai atrapalhar. empresas devem se preparar para prestar o serviço de maneira Já que o turista tem um apelo forte dos grandes eventos. adequada, com equipamentos e recursos técnicos e humanos. M&E - Quais as expectativas para o segundo semesM&E - Como estruturar o turismo receptivo e ativida- tre? As vendas devem aquecer? des complementares aos jogos, como por exemplo, Marcelo Matera - O cenário não é dos melhores: câmbio pacotes sem ingressos? alto, inflação subindo e a volta do desemprego. Mas como Marcelo Matera - O turista da Copa, seja domestico ou o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro para internacional, terá tempo para viajar entre os jogos. Ele a indústria do turismo, acredito que seja melhor. Nós precisará de sugestões e opções para seu tempo livre. temos pontos favoráveis: verão, calor, proximidade das Acredito que os agentes venderão pacotes sem ingresso, já férias, 13º salário, festas natalinas e réveillon.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Avirrp

Feira se consolida no interior com a promoção de fóruns e capacitações >> A 17ª edição da feira da Avirrp - sob o comando de Emerson da Silveira - bateu todos os recordes. O evento, que foi realizado nos dias 2 e 3 de agosto em Ribeirão Preto, reuniu mais de 6 mil pessoas, sendo 4.530 agentes de viagens, contra 4.100 no ano passado. O número de expositores foi de 167, com cerca de 800 marcas expostas. Além da feira, que neste ano teve como tema “As Sete Maravilhas do Mundo Moderno”, o evento teve ainda o 3º Fórum Avirrp, cujo tema foi “Os Horizontes da Aviação Mundial”. A edição também foi marcada pela primeira edição do prêmio “Pra quem você tira o chapéu no Turismo”. MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Emerson da Silveira - Realizando parcerias e capacitando os nossos profissionais para a demanda específica de cada grande evento. Emerson da Silveira

M&E - Como estruturar o turismo receptivo e atividades complementares aos jogos, como por exemplo, pacotes sem ingressos? Emerson da Silveira - Para os pacotes sem ingressos, poderiam ser criados espaços em bares e restaurantes com grandes telões, com ambientes decorados com comidas e bebidas típicas brasileiras para que o estrangeiro possa

conhecer nossa cultura. M&E - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Emerson da Silveira - Realizando uma campanha de divulgação dos pacotes a serem oferecidos no Brasil, antes da chegada deles para os eventos, através de uma parceria com as operadoras e agencias locais dos países. M&E - Como os operadores podem trabalhar o público interno nos grandes eventos? Emerson da Silveira - Realizando parcerias com receptivos internos e fornecedores turísticos, afim de produtos que realmente interessem o mercado externo. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das confederações e JMJ podem ser superados para o mundial de 2014? As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Emerson da Silveira - Acredito que teremos muitos problemas, mas eles poderão ser superados, se for feito um planejamento com antecedência, criando ações para evitá-los e transformar a Copa 2014 num evento mais tranquilo e organizado. Certamente que as manifestações implicam em consequências, pois ninguém quer sair do seu país para ficar exposto a crises de manifestações. Isso limita a vinda de turistas. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Emerson da Silveira - Sim, pois tradicionalmente o 2º semestre sempre tem maior procura, até mesmo devido a chegada do verão.

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Eventos sociais, jornalistas de renome, prêmio e fórum marcam 17ª edição Na Feira da Avirrp, os eventos sociais também contaram com um grande público. Os almoços patrocinados pela CVC e Alagoas renderam o quórum de 1,4 mil pessoas. No final do dia, Nascimento Turismo e Bahiatursa reuniram 1,6 mil pessoas na festa que encerrou as atividades na sexta-feira. A festa de encerramento, que contou com um show de Alceu Valença, foi oferecida pela Flytour Viagens e pelo Estado de Pernambuco. Cerca de 2,3 mil pessoas participaram. Os jornalistas Caco

Barcelos e Paulo Henrique Amorim foram destaques como palestrantes e mediadores dos painéis do III Fórum Avirrp. Amorim animou o público presente com seu tradicional “Olá, como vai?”. Antes de mediar o debate sobre “Os Horizontes da Aviação”, ele falou sobre o turismo e, principalmente, do potencial de consumo da classe média brasileira e do aumento de crédito para este público. Já Caco Barcelos falou aos agentes de viagens sobre os pontos comuns entre as profissões de repór-

ter e agente de viagens. Além disso, ressaltou a importância do empreendedorismo pelo ponto de vista da inquietude. A feira foi marcada pela premiação dos expositores e veículos de comunicação. O M&E recebeu dois prêmios importantes: “Melhor Mídia Impressa” e “Melhor Jornalista de Turismo”. Os Fóruns apresentaram os problemas da aviação comercial no país, com a participação de companhias nacionais e internacionais, além da exploração das “Sete Maravilhas do Mundo Moderno”.


Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs GBTA

GBTA quer mais profissionalismo em toda cadeia turística >> A Global Travel Business Association (GBTA) iniciou seus trabalhos na América Latina durante o primeiro semestre de 2013. A associação anunciou a região como importante mercado para ampliar sua participação, e “o Brasil não poderia ficar de fora”, como ressaltou Wellington Costa, presidente regional da GBTA no Brasil. Segundo ele, o objetivo é montar uma plataforma de educação regional. Ele enfatizou que esse tipo de encontro pretende treinar profissionais em cada país por onde passa. “Somos globais há dois anos e já realizamos oito eventos no Continente”, explicou Costa. Argentina, México, Colômbia e Panamá são outras nações dentro do leque de ações da GBTA, que promoverá mais seis programas ainda este ano. MERCADO & EVENTOS - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Wellington Costa - Um país com destinos como Rio de Janeiro, São Paulo, Amazônia, praias do Nordeste, Pantanal, cidades históricas de Minas Gerais, Foz de Iguaçu e Serra Gaúcha, entre outros, sempre terá uma boa demanda internacional, basta continuar investindo na melhoria de infraestrutura e serviços. M&E – E a expectativa para o período no país, é boa? Wellington Costa - Logicamente, a demanda será aumentada consideravelmente, mas acredito que mesmo com a infraestrutura limitada haverá um esforço conjunto atendendo a necessidade de forma satisfatória. M&E - Como os operadores – com grande força no emissivo internacional – podem trabalhar o público interno nos grandes eventos? Wellington Costa -O Brasil tem uma infinidade de destinos interessantes para o público interno. Podem e devem ser desenvolvidos pacotes atrativos para o turismo interno com os operadores tendo um ganho em volume. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das

confederações e JMJ podem ser superados para o mundial de 2014? Wellington Costa -A Copa das Confederações foi criada para testar a infraestrutura do país sede para a Copa doMundo.O resultado pode ser chamado de razoável para bom, pois os problemas apresentados (serviços e infraestrutura nos estádios) podem ser resolvidos neste prazo. No caso dos aeroportos vamos precisar de criatividade e improviso. O quesito da segurança teve um bom desempenho. A JMJ serviu para um segundo teste de infraestrutura. A segurança apresentou algumas falhas que deverão ser corrigidas nos próximos 10 meses. M&E - As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Wellington Costa -As manifestações, além de serem fruto de um estado democrático e de terem um fundo de razão, servem como um exemplo de democracia para o mundo.O que prejudica a imagem do Brasil, no exterior, são os atos de vandalismo.

Wellington Costa

M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Wellington Costa - Como foi diagnosticado pelo BTI (Business Travel Index) da GBTA, as vendas devem apresentar um crescimento, tímido, porém mantendo um curva ascendente, fator importante para a nossa economia, com um crescimento mais acentuado a partir do primeiro semestre de 2014.

A Global Business Travel Association (GBTA), organização com 40 anos e mais de seis mil sócios pelo mundo, trouxe para o Brasil o curso “Fundamentos de Viagens”, capacitação criada pela Academia GBTA em parceria com instituições norte-americanas. A novidade foi apresentada pelo presidente da GBTA no Brasil, Wellington Costa, durante o Simpósio de Viagens Oil, Gas & Marine 2013. Os cursos começaram neste semestre. O Rio

de Janeiro, maior produtor de petróleo do Brasil, foi a cidade escolhida para receber o simpósio Oil, Gas & Marine 2013. A escolha não foi casual. Globalidade - “Troca de experiências”, assim Matt Teixeira, diretor de Vendas da Best Western para a América Latina, classificou a 1ª Conferência da GBTA no Brasil, que aconteceu entre os dias 16 e 18 de junho em São Paulo, no hotel Renaissance. Com

foco mundial, evento trouxe palestras para educar o marketing local com experiências do exterior que podem ser adaptadas ao país. O diretor considera que o mundo está global e isto é inevitável, e assim acredita em troca de políticas que podem ser inseridas no mercado. “Nos EUA temos as Best Practices e essas práticas podem ser aplicadas aqui”, ressaltou o executivo, que palestrou sobre atualidades sobre a mídia social durante a conferência.

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Cursos, capacitações e globalidade

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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Ancoradouro

“Expectativa para Abav é a melhor dos últimos anos, mas para a Copa não” >> O presidente do grupo Ancoradouro Juarez Cintra Filho, disse ao M&E que quando aceitou ser vice-presidente da Abav, na gestação do Carlos Alberto Amorim, o Kaká, já falava que a feira teria que ser em São Paulo para ter sucesso. “Expor em São Paulo é muito mais barato, porque só tem a despesa da feira em si”, disse. Segundo ele, com a feira no Rio de Janeiro, os hotéis abusaram dos preços. “Era absurdo o valor de hotel que tínhamos que pagar para ir para o Rio de Janeiro. Acabava ficando mais caro se somado o valor de hospedagem aos gastos com a feira”, enfatizou.

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Juarez Cintra Filho

MERCADO & EVENTOS – Qual o balanço do primeiro semestre para a Ancoradouro? Vocês vieram batendo recorde mês a mês no primeiro semestre? Juarez Cintra Filho - Começando pela operação, para a operadora, o primeiro semestre foi excelente. Tivemos um crescimento muito grande das vendas, foi o melhor primeiro semestre da história da Ancoradouro. Exato, crescemos mês a mês. Porque isso aconteceu? A gente acredita que além do trabalho que fizemos, nós tivemos muita procura de vendas por receio de compras de outros operadores que não tivessem tanto lastro ou reconhecimento do mercado. M&E – Em virtude das quebras do ano passado? Juarez Cintra Filho - O agente de viagens vende muita novidade. Aparece um operador novo, ele pega e vende, isso é tradição. De repente, você vê um operador que acabou de começar, fechando logo depois. Creio que nosso crescimento foi mais em função da credibilidade do que qualquer outra coisa. Na consolidadora também houve um crescimento brutal. Em média, crescemos entre 32% e 34% nos seis primeiros meses na consolidação. M&E – E a expectativa para o segundo semestre? Juarez Cintra Filho - Para a operadora eu não sei. O dólar está muito alto. Não acho que bata R$ 2,50. Ele pode estacionar nos R$ 2,30, mas precisa acontecer logo, parar de oscilar. Dessa forma que está o passageiro não compra. Com o dólar oscilando, ele não tem noção de quanto custa a viagem dele. O cliente fica parado esperando ver o que vai acontecer. Com o dólar estacionado, não importa em

qual volume, nem que valor, o segundo semestre será bom. M&E – Tanto para operação quanto consolidação? Juarez Cintra Filho - Na consolidação, o primeiro mês do segundo semestre foi bárbaro. Bateu todos os recordes de vendas, vendemos como nunca na vida. Foi o melhor mês desde que a Ancoradouro foi fundada. O segundo semestre para a consolidação será bom. A consolidação, se o dólar subir 20% e se cair em média 10% as nossas vendas, nós ainda estamos ganhando 10% a mais de rentabilidade. É um cálculo diferente. Na consolidação, a venda diminui muito menos proporcionalmente do que na operação. Em 1999 – data na qual o dólar explodiu e chegou a subir 60% - as vendas caíram 20% na consolidação. O que aconteceu? Ainda tivemos o aumento de vendas de 40% por causa do aumento do dólar. M&E – Você acha que o Brasil tem condição de atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Juarez Cintra Filho - A Jornada lotou as pousadas, casas particulares, lotou tudo. Mas os hotéis não, porque eram os jovens que vinham com mochila nas costas. Isso foi bom para o Rio de Janeiro, para o comércio, para o segmento de serviços e alimentação. O Brasil é um país continental. Por quê a Copa na Europa é um sucesso e todo mundo que ir? Porque ela acontece na Itália, poe exemplo, mas num curto voo o turista vai para a França, conhece outros países e outras cidades. Aqui se fará isso de aviões, lá existem os trens. O turista gosta de carro, ele adora andar no solo para conhecer e não no ar. O jogo é em Recife, ele quer aproveitar e ir para Maceió. A estrada é ruim. M&E – Podemos falar que faltam, além de infraestrutura, modais de transporte incluindo os aeroportos e uma política de retenção do turista? Juarez Cintra Filho - Exatamente. Tem outro detalhe. Nós somos fim de linha aérea, é caro vir para o Brasil. Já tivemos o problema de trazer viajante do ano inteiro, da Europa, dos Estados Unidos. O turista, quando vem para cá, se tivesse uma política de turismo mesmo na América do Sul – que também é uma piada - ele aproveitaria melhor a passagem dele e conheceria mais coisa. Enquanto não existe esta política de turismo unificado, todos nós recebemos poucos turistas. Mesmo porque os países da América do Sul não são feitos de turistas ricos, de aposentados ricos para fazer um turismo entre nós. Lá isso é forte porque são muito fortes nisso entre eles mesmos. Um visita muito o outro. Aqui nós nos visitamos pouco porque os aposentados daqui não têm dinheiro para isso. Não acho que a Copa do Mundo vai trazer muitos turistas para o Brasil.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Trend

Operadora cresce 30% no primeiro semestre e projeta mais avanços

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Luis Paulo Luppa

>> A Trend fechou o primeiro semestre com um incremento nas vendas próximo a 30% em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo o presidente da operadora, Luis Paulo Luppa, o foco é manter o ritmo para fechar o ano com resultados que superem essa marca. Ele ainda faz avaliações diretas e objetivas sobre os megaeventos.

do que nos preocupávamos, inventando mais coisas. O lazer vem dando resultados muito bons. Acho que, mais uma vez, saímos na frente porque reinventamos um lazer que hoje as pessoas estão fazendo. Ou o profissional é especialista em um destino ou ele “cada vez menos é empacotado”. Com exceção da CVC, que tem uma massividade muito grande, não tem ninguém com tamanho para ficar fazendo isso.

MERCADO & EVENTOS – Qual a expectativa em relação à feira da Abav neste ano? Luis Paulo Luppa - Na realidade estamos pegando uma parte do estande do Mercado e Eventos e estamos fazendo um bar para receber alguns amigos. O nosso objetivo nesse ano foi focar em nosso evento, no nosso workshop, que aconteceu na véspera da Abav. E a Trend está, indiretamente, dando uma grande contribuição na feira este ano, pois estamos trazendo mais de 70 expositores internacionais que vão ficar para a Feira das Américas. Então minha expectativa na Abav é perceber se ela vai realmente virar uma feira de agentes de viagens, porque de todas as feiras que eu fui, vejo muito mais agentes no workshop da Trend do que na Abav. Eu torço muito para que mude a configuração, que seja uma feira com mais expressividade, que tenha mais a presença do agente de viagem. Mas nós resolvemos nesse ano fazer relacionamento somente no bar “Amigos da Trend”.

M&E – Você citou que a JMJ não contribuiu em nada e a Copa também. Não tem como atender a demanda destes grandes eventos ou nesse período o brasileiro vai para fora? Luis Paulo Luppa - Eu acho que na Copa do Mundo não. Até discuti muito isso em Orlando, o brasileiro é muito apaixonado pelo futebol para largar a Copa do Mundo. Minha preocupação não é esta. Quando digo que a Copa não ajuda nosso negócio é porque nós somos corporativos, não vendemos para quem quer viajar e sim muito mais para quem precisa viajar. No nosso calendário, estamos quase colocando como feriado estes dias de jogos do Brasil.

M&E – Como foi o primeiro semestre e quais as expectativas da Trend no segundo semestre? Luis Paulo Luppa - O primeiro semestre foi muito bom para a gente, bem dentro do que esperávamos. Janeiro, fevereiro e março foram difíceis sob o ponto de vista do arranque do ano, mas facilitou o fato do Carnaval ser mais cedo. A Trend fechou o primeiro semestre com um incremento nas vendas próximo a 30%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os eventos não contribuem para a Trend. A Jornada Mundial da Juventude não ajudou em nada a Trend. Estamos achando que a Copa do Mundo não vai ajudar em nada também, pelo contrário, paralisa. E, para uma empresa quase que eminentemente corporativa, isso não é bom. O que percebemos para o segundo semestre é que a gente está trabalhando mais do que a gente trabalhava. Estamos nos preocupando mais

M&E – Mas nem pelo lado do doméstico? Luis Paulo Luppa - Estamos nos preparando muito para isso nestes últimos dois anos. Temos hoje um doméstico de lazer muito forte e que está dando muito certo. A Copa do Mundo não foi feita pensando nos brasileiros, na operação local, nem foi feita escutando o turismo. Ninguém quis conversar com o turismo. A Copa foi feita pela ‘dona’ Fifa e ponto final. Ela vai ganhar dinheiro, não vai pagar imposto, vai embora com o dinheiro dela e tchau. M&E – Não vê expectativa de venda para este período? Luis Paulo Luppa - Vejo expectativa de venda morna. Tem uma chance muito grande de ser o pior mês do ano para a Trend. A melhor definição que eu tenho para a Copa do Mundo é assim: ninguém ouviu o turismo. Na hora de dizer que a tarifa está alta, que não tem disponibilidade, que não tem estrutura, que não tem voo, todo mundo sabe abrir a boca para falar. Mas ninguém sentou com o trade para conversar e nem se preocupou em organizar isso do ponto de vista político. Cada vez mais ficamos órfãos e se não olharmos para o nosso umbigo e ir empurrando nossa empresa para frente, as pessoas empurram para trás. A Trend não trabalha com grandes expectativas, não é o nosso negócio trabalhar pontualmente em nada. O que achamos do segundo semestre é que o dólar vai continuar aumentando. Há quatro meses eu disse que ele bateria R$ 2,50. Não sou vidente, mas a operadora se preparou para o dólar bater R$ 2,50.


Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs CVC

“Ficamos fora da Copa, mas voltamos a crescer”, diz Patriani >> O superintendente de Vendas e Produtos da CVC, Valter Patriani, disse com exclusividade ao MERCADO&EVENTOS, que a operadora tentou se envolver com o turismo durante a Copa do Mundo de 2014, mas não foi aceita. “Procuramos, na época, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, a Embratur e o Ministério do Turismo e nos colocamos à disposição para oferecer funcionários bilíngues e toda a rede de lojas em shoppings no atendimento ao turista estrangeiros, mas não fomos aceitos”, disse. Segundo Patriani, a mais estruturada e profissional operadora no país, com o maior número de lojas, não pôde atuar porque o evento não pertence ao Brasil. “Sempre que procuramos as autoridades nos foi dito que este é um evento da Fifa no Brasil e que o país não tem participação”, comentou. “Mas está pagando a conta”, afirmou. A única empresa autorizada pela Fifa a comercializar os pacotes da Copa é a Match Hospitality. MERCADO & EVENTOS - Há expectativa de vendas para destinos que não tem a ver com a Copa 2014? Valter Patriani -Eu acredito que o turista que não é focado no futebol, não é amante do esporte, não vai tirar férias numa cidade que tenha jogo da Copa. Por quê? Porque vai pagar mais caro, vai ter mais competição, mais bloqueios, dificuldade de locomoção. E isso me parece que não combina com férias. É a mesma coisa que ir pro Rio tirar férias na Jornada Mundial da Juventude.

M&E – Isso é por conta da sua volta? Valter Patriani - Eu diria que a minha volta não muda a CVC. Eu não quero passar a ideia, nem é verdade, que a minha volta mudou grande coisa. Ela apenas acelera, não muda, só acelera. A CVC vem com nova programação, como se fosse uma fábrica de carros que está colocando novos modelos. Vamos vir com muitos lançamentos, inclusive no internacional. Ela vem com novidades, mas novidades com programação de 18 meses, tudo em 10 vezes sem juros, continua na política. M&E – A projeção de crescimento daqui até dezembro será acima dos 20%? Valter Patriani -Vamos sim. A CVC não bate fofo. Continuamos no esquema ‘se passar assoviando é banda, se passar de óculos escuro é tarifa noturna, se é mulher grávida é grupo’.

Valter Patriani

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M&E – O que a CVC tem de novidade nesta Abav? Valter Patriani -Vamos pensar a Abav como uma feira para os agentes. A CVC está evoluindo com a sua programação. Evoluindo no seguinte sentido: não é uma transformação, mas uma evolução. A operadora caminha mais para circuitos, a cada dia trabalhará mais a programação montada. A CVC vem num projeto chamado “Mais 40”, porque a CVC completou recentemente 40 anos. Agora começamos a pensar numa CVC para os próximos 40

M&E – Esta expectativa de venda se estende também para cruzeiros? Valter Patriani -Nós vamos ter muitos destinos internacionais. Estamos esperando uma grande demanda de brasileiros viajando para o exterior durante o período de Copa do Mundo. O que vamos passar para os agentes é a ideia de que, além de continuar ofertando os destinos, vamos criar mais quarenta novos destinos. Por quê? Porque precisamos criar destinos novos, precisamos criar novas ofertas. Quem tira férias e propõe Nordeste está procurando experiência. Nós trabalhamos com a Pullmantur, com a MSC e a Costa. A Costa voltou forte, ela estava com plano de pagamentos diferentes e agora alinhou completamente. E a vocação brasileira. A CVC vende muito internacional, muito, mas tem uma vocação brasileira muito forte. Inclusive essa marca de 60% de seus produtos vendidos dentro do Brasil e fez com que a empresa não sucumbisse a quebras anteriores que houveram no mercado.

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M&E – Você disse algo interessante, a maior operadora do país não participa da Copa do Mundo. Valter Patriani - Eu tentei. A que é mais estruturada, mais profissional, que tem loja em quase todos os shoppings do país e que mais poderia dar assistência aos viajantes é a CVC. Nós colocamos à disposição em todas as lojas de shoppings funcionários bilíngues para ajudar na locomoção de turistas estrangeiros. Só a CVC tem essa rede de lojas. Mas mesmo assim não foi aceito porque a única empresa que pode trabalhar com turismo pela Copa é a Match, que é da Fifa. Fui até o Ministério dos Esportes, na época do Orlando Silva e nada foi feito por nós.

anos. E esta nova CVC inclui o lançamento de 40 novos destinos turísticos no Brasil. Hoje os destinos básicos do Nordeste são Porto Seguro, Salvador, Ilhéus, Aracaju, Maceió. Agora a CVC pretende trabalhar um pouco mais destinos de experiências.


Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Flytour Viagens

Capilaridade e avanços tecnológicos na pauta de crescimento

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Claiton Armelin

>> Com pouco mais de um ano de operação, a Flytour Viagens – que começou a vender seus produtos efetivamente no dia 21 de maio de 2012 – já tem formatados pacotes com saídas de diversos pontos do Brasil. O foco já não está somente no mercado doméstico, os destinos internacionais, segundo o vice-presidente, Claiton Armelin, são oferecidos e aceitos nos principais mercados. “No início calculamos um investimento de R$ 40 milhões. Disso já consumimos cerca de R$ 15 milhões, principalmente em tecnologia. No entanto, já percebemos que cada dia que passa precisamos de menos investimentos porque a operadora começa a pagar os próprios custos. Já não acreditamos mais que vamos gastar toda esta quantia. Isso é uma vitória”, disse. Segundo o executivo, esta é a principal estratégia da operadora para 2013. “Oferecer produtos para as principais praças é uma maneira de facilitar as vendas para os agentes de viagens e diminuir a dependência de certos mercados”, disse. “A região [São Paulo] já representa 30% das nossas vendas e compossibilidade de crescimento. O estado de São Paulo é o nosso principal mercado, com 60% do total das nossas vendas. Depois vem Minas Gerais, que é bem forte para nós, Distrito Federal e Rio de Janeiro”, disse. Armelin ressaltou que a operadora priorizou acordos com as companhias Gol e Tam para poder formatar estes pacotes e destacou Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília, além do interior de São Paulo, como mercados em plena ascensão. Os pacotes internacionais seguirão o mesmo caminho. O executivo lembrou que a Copa Airlines (com voos para Estados Unidos e Caribe) conta com saídas de diversas capitais brasileiras, bem como a Tap, que voa para toda a Europa. MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Claiton Armelin -A procura até existe em nossa operadora, porém as políticas tarifárias para este grandes eventos são absurdas. Como exemplo, há três meses, tivemos dois grupos que cotaram pacote para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio, e os hotéis nos passaram

preços extremamente altos e o grupo em questão, claro, não fechou. Há 20 dias, o mesmo hotel nos enviou uma super promoção com redução tarifária para o período, mas era tarde demais. Os hotéis e companhias aéreas precisam compreender que devem ter uma adequação de preço pela oportunidade gerada, e não extrapolar, pois o mercado sabe fazer conta. M&E - Como estruturar o turismo receptivo e atividades complementares aos jogos, como por exemplo, pacotes sem ingressos? Claiton Armelin -Buscar os atrativos principalmente nas lindas praias do Nordeste, até como exemplo o que fez Maceió com o tema “Alagoas: as praias da Copa”. Ter opções mais diversificadas de destinos, principalmente, ecológicos. M&E –E qual é a sua expectativa para o período no país? Claiton Armelin -Preços muito elevados, bloqueios de hotéis e ingressos na mão de poucos. As viagens internas podem ser muito prejudicadas, as férias escolares em alguns estados serão mudadas em virtude da Copa do Mundo, ou seja, as férias de janeiro podem terminar no dia 15 e as de julho ter 45 dias a mais [em virtude do mês da Copa]. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das confederações e JMJ podem ser superados para o mundial de 2014? Claiton Armelin -Como mencionei, preços elevados, falta de apartamentos bloqueados para poucos e ingressos na mão de poucos para a comercialização. As manifestações dão uma conotação que algo não está bem, mas não é o que prejudicaria a vinda de turistas. Acredito que o que prejudica é a violência em algumas cidades turísticas. Mas, no geral, as manifestações não prejudicam, tanto é que não se fala mais em nada. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Claiton Armelin -Temos a alta do dólar, que está impactando na venda do internacional, mas estamos tendo várias promoções e renegociações com fornecedores internacionais, o que torna o produto, apesar do aumento do dólar, na maioria das vezes, atrativo. Para os destinos nacionais a procura está boa, mas já estamos sentindo um aumento nas tarifas aéreas em virtude do aumento do dólar, já que uma boa parte dos custos de uma aeronave esta calcada na moeda norte-americana.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Nascimento Turismo

Nascimento quer mais do mercado doméstico no Brasil

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Plínio Nascimento

>> O diretor geral da Nascimento Turismo, Plinio Nascimento, afirmou que há um ano o segmento de vendas de pacotes nacionais representava 8% no share da operadora. Hoje a participação já é de 17%, tendo ultrapassado os destinos da América do Sul, que hoje somam 11%. No geral, as vendas seguem com os Estados Unidos em primeiro lugar, com cerca de 30%, seguido de Caribe e Europa. Com relação aos grandes eventos que já acontecem no país, o diretor da operadora acredita que é um desafio grande estruturar o receptivo no Brasil. Confira a entrevista com Plínio Nascimento.

nossa porta, o Brasil tem a chance de se mostrar para o mundo como o grande destino turístico que é, mas tem que fazer a lição de casa para colher este resultado no futuro. Algo muito importante dentro disso é a liberação do visto para os americanos, este absurdo tem que acabar. Acredito que o americano ainda é o público que mais viaja no mundo e estamos dificultando bastante a vinda deles para o nosso país.O brasileiro é muito ligado em futebol, acredito que a maioria vai passar o período da Copa na sua casa, deixando para viajar pós Copa. Isso nos leva a acreditar que será uma temporada com muitos desafios, muitas pessoas querendo embarcar num período pequeno e temo que não tenhamos sucesso em atender a todos, com isso acredito que não será uma boa temporada para nós agentes de viagens e operadores.

MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Plínio Nascimento - Entendo que as grandes oportunidades ligadas a estes eventos está na mão de poucos, uma vez que, são poucos aqueles que podem vender os pacotes com ingressos. Criar uma estrutura ou programar ações especiais onde não temos o “recheio do bolo” acho que não justifica, por isso a Nascimento não deve fazer qualquer ação diferente para estes grandes eventos. Um desafio grande é estruturar nossos receptivos para atender esta demanda, capacitar as pessoas para falar diferentes idiomas e também comportamento dos diferentes públicos que iremos receber no período. Uma boa ação seria voltar e intensificar uma ação feita no passado (acho que 2011 e 2012) pelo Ministério do Turismo em parceria com Sebrae e Braztoa, com uma série de viagens internacionais focadas em benchmarking com receptivos dos principais destinos turísticos do mundo. Não acreditamos em uma grande demanda na venda de pacotes sem ingressos, seguiremos normalmente nosso planejamento para temporada de férias, só adicionando a informação de ser um ano Copa do Mundo e eleições.

M&E - Como os operadores – com grande força no emissivo internacional – podem trabalhar o público interno nos grandes eventos? Plínio Nascimento - O evento Copa do Mundo tem efeitos em todo tipo de turistas, o maior foco ou maior volume em emissivo internacional ou nacional não muda nada no desafio de ter bons resultados durante a Copa. Teremos limitação na oferta aérea em rotas internacionais pelo transito dos turistas estrangeiros, assim como nas rotas domésticas pelo transito entre as cidades-sede da Copa, ou seja, a limitação durante o período da Copa será geral, o foco ou força em determinado produto não piora nem melhora nosso desafio.

M&E - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Plínio Nascimento - Com ofertas de bons produtos, devidamente capacitado para atender turistas internacionais e desenvolvido para estes. A possibilidade existe e está à

M&E - As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Isso pode atrapalhar a vinda de turistas? Plínio Nascimento - As manifestações podem ter prejudicado nossa imagem sim, mas também acredito que tenham melhorado muito em outros aspectos, mas tenho certeza que em nada vão mudar a intenção dos turistas de virem para o Brasil. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Plínio Nascimento - Nossa expectativa para 2013 é de um ano de ajustes, sem grandes variações em relação à 2012. Acreditamos num segundo semestre melhor que o primeiro, como sempre é. Esperamos que o público entenda logo que a nossa realidade em relação à cotação do dólar é outra e, com isso, acreditamos no aumento um pouco maior nas vendas no segundo semestre.


Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs RCA

Empresa cresce 11% em 2013, mas está descrente com os eventos de Turismo >> Apresentando crescimento de 13% em julho, comparado com o mesmo mês do ano anterior, a RCA Turismo registra crescimento médio de 11% em seu faturamento ao longo dos sete primeiros meses de 2013. “Este é um crescimento dolarizado, em reais está em 23%”, explicou com exclusividade ao M&E, Rodolpho Gerstner, diretor da operadora. Para o ano, a variação do faturamento deve estar entre 13% e 15% e o diretor explica que é preciso olhar todo o ano, considerando 2013 “razoável”. MERCADO & EVENTOS – Qual o balanço atual do mercado de operadoras no país? Rodolpho Gerstner - Acima de tudo para fazer um balanço deste ano, precisamos levar em consideração que saímos de anos excepcionais. O ano de 2010 e 2011 foram anos excepcionais para o turismo. A alta do dólar e a economia mais travada arrefece os ânimos, as pessoas ficam mais preocupadas. Estamos em um ano normal, não é um ano excepcional em vendas como os anteriores. Em 2012 a economia caiu bastante. Saímos de 7% de crescimento no ano retrasado, para 2% ou 3% no ano passado e neste ano se fala algo assim também. É um ano razoável. M&E – Aumento em vendas ou no lucro? Rodolpho Gerstner - Lucro não aferimos ainda. O aumento é em termos de faturamento. No turismo, no caso da cadeia de operador, olhamos o lucro anualizado. Não posso olhar o resultado só do mês de julho ou só o do mês de agosto. Temos uma temporada de Réveillon e janeiro sempre fortes, Carnaval razoável, depois você tem meses mais fracos como março e abril. Maio melhora um pouco. Agosto cai de novo, setembro e outubro são bons, novembro cai de novo. Temos que ver o ano. Mas olhando o ano, comparando julho em termos de venda em relação ao ano passado, 13% acima.

M&E – Sua expectativa para a Abav é negativa? Rodolpho Gerstner - Veja, eu gostaria de estar errado. Eu torço para estar equivocado, mas acredito que iremos incorrer no mesmo problema. Vamos ter um evento muito grande com muitos interesses e o agente pode se dispersar porque são muitas as alternativas na feira e o tempo não é tão grande. Eu defendo um evento exclusivo da Braztoa para os agentes de viagens. Espero estar errado, porque para mim é importante que dê certo, mas não vejo assim. M&E – A RCA fará algum lançamento na edição deste ano? Rodolpho Gerstner - Na Abav nós vamos apresentar a nova temporada de dezembro, janeiro e fevereiro, tanto para os Estados Unidos quanto Europa e Brasil. Estados Unidos é o nosso principal destino, com destaque para os parques temáticos em Orlando, Flórida, Califórnia. E também temos venda importante de espetáculos nos EUA, como todos os shows da Broadway em Nova York, espetáculos do Cirque du Soleil em Los Angeles, na própria Flórida. M&E – A criação da Turismo Week foi uma ideia certeira? Rodolpho Gerstner - A RCA não participou da Turismo Week na primeira oportunidade e não vai participar de novo neste ano. Existem algumas distorções neste tipo de promoção. Não que ela seja errada, mas há algum tipo de distorção e pode prejudicar o negócio a longo prazo.

Rodolpho Gerstner

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M&E – Este ano recebemos a 1ª WTM em São Paulo. Como avalia a participação na feira? Rodolpho Gerstner - Eu não gostei. Veja, nós fazemos parte de uma associação que é a Braztoa. A experiência dentro

M&E – Então o que falta nestes eventos é foco no que vocês têm para oferecer ao agente? Rodolpho Gerstner - A Braztoa precisa ter o evento dela, cujo objetivo seja atender o agente de viagens, as operadoras atendendo estes profissionais. E os agentes buscarem informações e relacionamento com operadoras. Quando se participa de um evento muito maior e com muitos outros interesses se perde o foco.

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M&E – E quanto a RCA deve crescer neste ano? Rodolpho Gerstner - Neste ano estamos com crescimento médio de 11%, julho que foi um caso superior, como falei, de 13% a 14%. Na média, estamos com 11%. É um crescimento dolarizado, em reais está em 23%. Nós acreditamos que vamos prestar serviço para 10% a mais de pessoas em relação ao total de 2012. Para o principal destino, Orlando (EUA), transportamos 50 mil no ano passado. Esperamos poder fazer 55 mil neste ano.

da feira como foi não foi boa, ter uma Vila Braztoa dentro desse evento não foi positiva. A associação é uma comunhão de empresas que estão voltadas para atender o agente de viagem. Você vai para uma feira mundial, você divide o tempo e o espaço com outros interesses.


Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Grupo Águia

Águia tem soberania sobre os eventos esportivos no país >> O Grupo Águia, desde o final do ano passado, vem se preparando para um novo ciclo de crescimento com a realização destes grandes eventos, tendo iniciado um processo de profissionalização com a chegada do presidente Paulo Castello Branco. Segundo ele, é fundamental que o Brasil aproveite a chance da realização de grandes eventos para consolidar a imagem do país como um destino turístico. “Estas são oportunidades únicas nas quais os brasileiros terão de mostrar toda a sua capacidade de planejamento, profissionalismo e competência para deixar um verdadeiro legado e percepção de qualidade para o mundo. O Grupo Águia e suas empresas tem se preparado a cada dia no sentido de contribuir para que o Brasil faça bonito em todos estes eventos”, disse. Em entrevista ao M&E, Castello Branco conta como trabalhar nestes grandes eventos, confira. Paulo Castello Branco

MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos

“As deficiências de infraestrutura no país tornam mais difícil a tarefa de atender de forma adequada a demanda dos grandes eventos”

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Empresas do Grupo Entre as empresas que impulsionam o turismo dentro do Grupo, o destaque para a operadora Stella Barros, Match Hospitality - empresa que é responsável pela comercialização dos hospitality da Copa do Mundo de 2014 - Match Connections - empresa que atenderá todas as operadoras estrangeiras “Official Sales” de hospitality da Copa, 4BTS, agencia especializada em turismo esportivo e agência oficial do UFC no Brasil, e a Havas - especializadas em turismo receptivo e na logística de turismo de eventos e congressos realizados no Brasil. Como principal operador para a Copa do Mundo 2014, o grupo Águia coloca suas empresas em evidência no país, tanto na comercialização dos ingressos chamados hospitalities quando na recepção dos estrangeiros que vem ao país nesta modalidade.

de grandes eventos? Paulo Castello Branco -As deficiências de infraestrutura no país tornam mais difícil a tarefa de atender de forma adequada a demanda dos grandes eventos. De qualquer maneira, para que possamos atender, necessário se faz treinar todas as pessoas envolvidas afim de prestar um melhor serviço. M&E - Como manter o turista internacional viajando pelo Brasil nestes períodos? Paulo Castello Branco -A maneira mais eficiente é utilizar de forma racional a malha aérea existente fazendo com que se direcione maior quantidade de voos para as doze cidades-sede. M&E – Qual a expectativa para movimentação de estrangeiros no país? Paulo Castello Branco -De turistas estrangeiros deverão ser 600 mil circulando no país durante os 30 dias, mas no total serão cerca de 2,5 milhões de pessoas. M&E - Quais problemas apresentados pelo país devem ser superados para o mundial de 2014? Paulo Castello Branco -Os grandes problemas que o Brasil enfrenta são a infraestrutura e a segurança. A tarefa do país é minimizar estas questões para a Copa do Mundo. M&E - As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Isso pode atrapalhar a vinda de turistas? Paulo Castello Branco -Manifestações populares são inerentes a qualquer país democrático. Se as mesmas forem feitas de forma pacífica, só trazem contribuição ao país. No exterior é comum assistirmos à manifestações populares, portanto não creio que no Brasil isso possa afastar os turistas para a Copa do Mundo. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas devem aquecer? Paulo Castello Branco - Devem permanecer no mesmo patamar. Já as vendas para o exterior (emissivo) vão ter maiores alterações, caso haja aumento da relação cambial real versus dólar.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Serra Verde Express / BWT Operadora

“O país, na vitrine do Turismo mundial, poderá ter um legado positivo ou negativo >> Estradas e ferrovias brasileiras são utilizadas, principalmente, para o transporte de cargas, sem que a potencialidade deste tipo de turismo seja aproveitada. Desta forma, Adonai Arruda, presidente da Serra Verde Express, explicita a atual realidade do turismo através dos trilhos no Brasil. A BWT, operadora oficial dos trens turísticos administrados pela Serra Verde Express, criou estratégia para alavancar as vendas.

Adonai Arruda

MERCADO & EVENTOS - O atual estado das estradas e ferrovias brasileiras contribui ou atrapalha a atuação do turismo? Adonai Arruda - Nem contribuem, nem atrapalham. Mas eu diria que elas dificultam. Hoje, este tipo de transporte é destinado, principalmente, ao transporte de cargas. Portanto, a qualidade das vias para circulação de passageiros, em sua maioria e de um modo geral, tem velocidade muito baixa, o que impedem a viabilização de trechos mais longos com esta finalidade. Hoje, quando estamos falando da locomoção com motivação turística, a velocidade média dos trechos é de 27 km por hora. M&E - Qual o total de viajantes internacionais da Serra Verde? Adonai Arruda - Podemos dizer que este público representa a somatória de mais ou menos 30 mil viajantes a

cada ano. Sendo que os maiores índices de turistas são divididos em 22% de holandeses, 20% de público vindo da Alemanha e franceses são aproximadamente 12%. M&E - Quantos viajantes devem utilizar o Turismo Ferroviário do Brasil durante a Copa de 2014? Como estão os preparativos? Adonai Arruda - Nossa equipe está 100% preparada para a Copa do Mundo de 2014. A expectativa de público só poderá ter uma avaliação mais definida a partir do sorteio em dezembro quando saberemos os países que virão para o Brasil [este sorteio definirá em quais cidades as seleções que se classificaram para a competição irão jogar. Com isso, as delegações terão cidades certas para se hospedarem e permanecerem, pelo menos, durante a primeira fase da Copa do Mundo]. Torcemos por países advindos da America Latina, Japão, Polônia, Alemanha, Itália, entre outros, que fazem face a proximidade e que também registram grande número de imigrantes originários destas regiões, assim como a França, que em decorrência da fábrica da Renault, tem hoje uma representatividade importante neste intercâmbio de visitantes. M&E - O que ainda precisa ser feito para melhorar a infraestrutura do Turismo Ferroviário? Adonai Arruda - Tudo parte desde a divulgação mais efetiva por parte das áreas públicas e também a melhor organização dos destinos para receber os viajantes, seja internacional ou do próprio país. Podemos citar também a infraestrutura de forma geral, partindo deste saneamento básico das cidades do interior do Brasil até a capacitação de guias, motoristas e as diversas partes que fazem parte da cadeia econômica do turismo.

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BWT: operadora oficial dos trens administrados pela Serra Verde A BWT Operadora, criada em 1996, oferece roteiros de viagens nacionais e internacionais, reservas em hotéis, passagens aéreas, seguro viagem, locação de veículos, turismo receptivo, além de ser a operadora oficial dos trens turísticos administrados pela Serra Verde Express. Adonai Arruda Filho ocupa o cargo de diretor da BWT. As ações junto ao trade de todo o país neste ano já incrementaram em 42% o total de vendas da empresa. O principal motivo deste crescimento foi a realização da Campanha Pre-

miada, envolvendo profissionais de agências de viagens que comercializam produtos da operadora, que transporta aproximadamente 9,2 mil passageiros a cada ano.Nesta ação, representantes das agências participantes concorrem a prêmios como televisores 46’, notebooks, tablets, viagens nacionais e um carro zero km, modelo Citroën C3. Os vencedores são conhecidos após sorteios e participantes recebem um cupom a cada R$ 1 mil em vendas. Caso produtos comercializados sejam

da BWT Operadora, cupons podem chegar até a quatro unidades por R$ 1 mil vendidos. Uma nova campanha foi iniciada no dia 27 de junho, com duração até o dia 20 de novembro. Neste período, agências acumulam cupons para sorteio que acontece no dia 4 de dezembro. Além dos prêmios já citados, esta nova campanha terá o sorteio de dois televisores a cada mês. Cada agente sorteado recebe um televisor, por exemplo, e o mesmo acontece com a agência representada pelo profissional.


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Hotel Urbano

Empresa espera crescimento de 60% em 2013 >> O Hotel Urbano sempre se coloca como parceiro dos agentes de viagens. Esta é a fala do CEO da OTA, José Eduardo Mendes, explicando o fato de vender pacotes também para pequenas e média agências, que podem montá-los. Ele aponta a atuação da empresa com enfoque em criar pacotes com descontos e, por conta disso, desta filosofia, o Hotel Urbano acumula 15 milhões de clientes cadastrados, assim como oito milhões de fãs em suas mídias sociais e 18 milhões de visitas únicas por mês em seu site. Segundo Mendes, a empresa registrou crescimento médio de 20% nas vendas de pacotes para as cidades que foram sede da Copa das Confederações, competição préCopa do Mundo e que aconteceu no último mês de junho. Não à toa, o crescimento esperado para este ano é de, ao menos, 60%, sendo que o faturamento acumulado durante o ano passado foi de R$ 280 milhões. Leia abaixo a entrevista completa com o CEO do Hotel Urbano. José Eduardo Mendes

MERCADO & EVENTOS - Como é a concorrência com os agentes

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de viagens? José Eduardo Mendes - O Hotel Urbano se coloca sempre como parceiro dos agentes de viagens, uma vez que se propõe a vender pacotes que também podem ser montados por pequenas e médias agências, além de vendermos pacotes fornecidos por grandes operadoras.

M&E - Quais os pontos positivos e negativos das OTAs? José Eduardo Mendes - Os pontos positivos são muitos, tanto para o mercado quanto para o cliente final. Para o mercado, destaco a capacidade de gerar grandes volumes de vendas em locais ainda não explorados pelas cias tradicionais. Outro ponto muito positivo, peculiar do Hotel Urbano, é que conseguimos gerar demanda para os hotéis parceiros por todos os meses do ano, e não somente para a alta-temporada. M&E - Como conseguem manter esta demanda? José Eduardo Mendes - Por sermos uma OTA que nasceu com foco em pacotes com descontos, construímos nesses últimos três anos uma base de alguns milhões de clientes

ávidos por viagens. Falamos diariamente com mais oito milhões de fãs da nossa marca nas redes sociais, além de possuirmos hoje mais de 15 milhões de clientes cadastrados em nossa base e 18 milhões de visitas únicas por mês em nosso site. Interagimos com um mundo de gente todos os dias. Entramos nas vidas e nas casas de milhões de pessoas e o melhor: elas nos convidaram! Para o cliente final, as OTAs proporcionam preços mais baixos, além de agilidade e praticidade para quem quer ou precisa viajar. Pontos negativos para o mercado e para o cliente final, sinceramente eu desconheço. M&E - Acredita em qual resultado deste segmento durante a Copa do Mundo de 2014? José Eduardo Mendes - Temos uma percepção que o turismo interno vai crescer exponencialmente durante e após a Copa do Mundo. O Brasil possui inúmeros destinos turísticos que ainda não foram explorados pelos próprios brasileiros e esse evento deve contribuir para fomentar a procura por estes destinos. M&E - De que forma avalia os resultados obtidos durante a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude? José Eduardo Mendes - Tivemos um aumento médio de vendas de 20% para as cidades que sediaram a Copa das Confederações, além de observarmos um aumento também na procura por destinos turísticos nos estados onde foram realizados os jogos. M&E - Qual o faturamento do Hotel Urbano em 2012? A expectativa é crescer quantos por cento em 2013? José Eduardo Mendes: Fechamos 2012 com R$ 280 milhões de faturamento. Vamos fechar 2013 com ao menos 60% de crescimento. M&E - O plano de criar lojas físicas alavancou as vendas? Quais resultados? José Eduardo Mendes - Estamos com bons resultados nas duas operações, mas nosso foco continua sendo o online. As lojas físicas funcionam como uma espécie de laboratório, nos ajudando a entender cada vez melhor o nosso viajante, seja pela navegação no site como na demanda por novos destinos, etc. Além disso, elas nos aproximam dos nossos clientes, principalmente aqueles que ainda possuem qualquer tipo de receio em comprar na internet. Estamos quebrando mais esse paradigma!


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Agências de Viagens / Operadoras de Turismo / Consolidadoras / OTAs Decolar.com

“OTAs estimulam o aquecimento do mercado”, diz CEO >> CEO da Decolar.com, Alípio Camanzano considera que a empresa aquece ainda mais o mercado turístico brasileiro, classificando sua atuação como “benéfica para todo o setor”. Ele não vê pontos negativos na atuação das OTAs, e aponta a livre programação de viagens como uma das partes positivas deste segmento de atuação. Apesar da Copa das Confederações ter sido um estímulo à viagem, Camanzano acredita que os resultados só serão vistos futuramente, assim como os benefícios da Jornada Mundial da Juventude. Leia a íntegra da entrevista com o CEO da Decolar.com.

Alípio Camanzano

MERCADO & EVENTOS - Como é a concorrência com os agentes de viagens? Alípio Camanzano - Acredito que OTAs como a Decolar.com estimulem ainda mais o aquecido mercado de turismo. Estamos na mídia diariamente divulgando viagens, estimulando a população a viajar. Por isso, considero nossa atuação benéfica para todo o setor e, consequentemente, para todos os profissionais que atuam no turismo, sejam eles os agentes de viagens do modelo tradicional ou os mais de mil profissionais que atuam na Decolar.com. M&E - Quais os pontos positivos e negativos das OTAs? Alípio Camanzano - Com uma OTA do porte da Decolar. com, por exemplo, os viajantes brasileiros podem progra-

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Decolar x Sindetur-SP Após reunião no início de agosto, o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, o Sindetur-SP, suspendeu a Decolar.com do seu quadro de associados alegando que a mesma não cumpriria requisitos em relação ao preço final de vendas de seus produtos em anúncios veiculados na mídia nacional. Em resposta, a OTA afirmou que seu modelo de negócio “está de acordo com o que estabelece o Código de Defesa do Consumidor no Brasil” e ainda aponta que, “ao contrário do que informa o Sindetur, a empresa apresenta de maneira clara o preço a ser pago por uma passagem, hospedagem ou qualquer outro serviço pelo seu site”. A Decolar.com explica que respeita o consumidor e que possibilita ao usuário de seu site pesquisar a melhor condição de mercado e sabe de modo discriminado o que é cobrado no final da compra.

mar suas viagens livremente, a qualquer momento e em qualquer lugar. Nossa operação funciona de segunda a segunda, 24 horas por dia e está disponível via nosso site, mas também por meio de nossos aplicativos para smartphones e tablets. Dentro deste cenário, nossos clientes podem escolher os voos de acordo com seus próprios interesses: melhor preço, companhia aérea preferida ou melhor horário para viajar, por exemplo. Essa liberdade de escolha, de acordo com as próprias necessidades ou preferências, também está presente na reserva de hotéis, compra de cruzeiros e contratação de serviços, como aluguel de carros. M&E - E a parte negativa? Alípio Camanzano - Não vemos pontos negativos em qualquer modelo. Existem diferentes perfis de viajantes e, para cada um desses tipos de perfil, existe um modelo preparado para que o atenda da melhor maneira possível. M&E- Acredita em qual resultado deste segmento durante a Copa do Mundo de 2014 Alípio Camanzano - Eventos como a Copa do Mundo são mais um estímulo às viagens, o que é positivo para todo o setor. M&E - De que forma avalia os resultados da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude? Alípio Camanzano - Essa é uma avaliação que deve ser feita mais para frente. As conquistas imediatas permanecerão a longo prazo? Teremos uma infraestrutura melhor, capaz de atender a crescente demanda do setor? Essas são algumas das perguntas que só serão respondidas mais para frente. M&E - Qual faturamento esperado pela Decolar. com pra 2013? Os resultados do primeiro semestre atingiram as expectativas? Alípio Camanzano - De acordo com nossa política de comunicação, não revelamos este tipo de dados. Mas podemos garantir que nossos resultados permanecem crescentes. Em relação aos resultados obtidos pelo primeiro semestre deste ano, continuamos sendo surpreendidos positivamente.


Assistência ao Viajante

Conscientizar para manter a consolidação ARTHUR STABILE >> A contratação de assistências para viagens ainda não é algo corriqueiro para a maior parte dos viajantes brasileiros. Segundo executivos da área, somente três a cada dez turistas do país adquirem este serviço quando realizam suas viagens. Quando comparado com outros mercados, até mesmo próximos, a diferença ainda é gritante. Na Argentina, 65% do público que realiza viagens contrata assistência. Na Europa, todos os viajantes estão com estes serviços incluídos em suas viagens. Mesmo apresentando números totais

baixos na contratação deste tipo de serviço, o mercado brasileiro representa metade das assistências comercializadas na América Latina, o que não é pouco. “Neste ano podemos aumentar entre 20% e 25% a quantidade de assistências comercializadas”, apontou Rafael Kother, presidente interino da Associação Brasileira de Cartões de Assistência, a ABCA. Com atuação há três anos e considerada “jovem” pelo seu principal representante, a associação ainda está se estabilizando e passa por processo de determinar os rumos que serão seguidos por seus integrantes. A

presença de um presidente interino reforça a busca do grupo por uma diretriz de temas que vão estar em sua pauta de discussões e reivindicações. “A conscientização é um processo constante e o viajante constata a necessidade de fato de ter a proteção de um cartão de assistência”, afirma Kother. Num todo, e apesar de não terem suas principais necessidades bem determinadas, os representantes das principais empresas do setor entendem que este é um mercado consolidado. Porém, a compreensão geral é que ainda há espaço para avançar.

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Assistência ao Viajante ABCA

Comercialização de assistências pode subir até 25% no ano >> Um segmento consolidado. É desta maneira que o presidente interino da Associação Brasileira de Cartões de Assistência (ABCA), Rafael Kother, classifica o mercado brasileiro de assistência ao viajante. Apesar de entender que é preciso realizar a constante conscientização da população para divulgar a importância deste serviço, Kother entende que este é um processo constante e já existe o entendimento de ser um item essencial para viagens. Para este ano, a previsão é somar de 20% a 25% na quantidade de assistências comercializadas no país.

Rafael Kother

MERCADO & EVENTOS - O público em geral conhece as assistências de viagens? Rafael Kother: Ainda existe uma grande parcela de viajantes que desconhecem a importância de contar com uma assistência em viagem. Este é o pricinpal papel da ABCA, ou seja, difundir e esclarecer os benefícios de um cartão de assistência em viagem. Para que isso seja feito, é necessário um processo constante de apresentação do produto e, comprovando a conscientização, temos registrado aumento na contratação de assistência.

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M&E - Existe um padrão definido para isso? Rafael Kother: Como disse, é um processo constante. Um exemplo são os seguros de veículos. Antes, ninguém contratava este serviço. Agora, ninguém deixa de ter. A população entendeu que é um item essencial e vejo que a assistência ao viajante irá seguir o mesmo caminho. Para isso, os agentes de viagens são fundamentais no processo. M&E - Este aumento nas contratações será de quantos por cento em 2013? Rafael Kother: Acredito que iremos acrescentar de 20% a 25% no total de assistências comercializadas. Esta é uma quantidade que está muito atrelada ao aéreo e, com a recente alta do dólar, não sabemos como será a reação. Ainda não dá para prever como este aumento no valor da moeda americana irá impactar no segmento e, até mesmo, pode ser que não impacte. M&E - Agentes de viagens estão bem informados de como funciona o produto?

Rafael Kother: Existe um número expressivo de agentes que estão sim bem informados do funcionamento do produto. Isto é muito importante, pois os agentes de viagem diferentemente de uma compra online, podem orientar os passageiros sobre estes benefícios. O agente faz toda a diferença. M&E - Qual a melhor maneira de atrair o crescente público de brasileiros que viajam para o exterior para a contratação de assistências? Rafael Kother: A melhor maneira é, sem dúvida nenhuma, continuar prestando serviços com qualidade. Preocupação esta que é de todas as empresas associadas à ABCA. As recentes notícias relacionadas ao nosso segmento veiculadas tanto no programa Fantástico como no jornal O Globo já se fizeram notar. Houve uma mudança de comportamento, onde as pessoas procuram os planos com valores de coberturas mais elevadas. M&E - Acidentes ou problemas fora do país contribuem ou atrapalham a contratação de assistência de viagens? Rafael Kother: Os acidentes e problemas propriamente ditos não contribuem, mas atuam para mudar a percepção do viajante, que passa a considerar o serviço, a proteção por cartão de assistência, como uma necessidade de fato. Agora a divulgação, através dos veículos de comunicação, destes episódios e dos elevados custos de uma assistência, principalmente quando ocorridos no exterior, ajudam muito! No Brasil ainda está se formando uma cultura de viajar sempre com uma boa assistência, esta realidade está aumentando. M&E - Quais os principais avanços do setor entre a última Abav e a edição de 2013? Rafael Kother: Creio que o principal avanço foi exatamente esta maior conscientização da necessidade de estar protegido. O apoio e as capacitações realizadas juntos aos agentes de viagens muito contribuíram para tal. M&E - Algumas empresas estão realizando campanhas de divulgação com personalidades conhecidas. Campanhas com estas pessoas ajudam na divulgação do produto? Rafael Kother: Sim, contribuem. Colocar figuras conhecidas do público ajuda na divulgação dos produtos e das assistências como um todo. Tudo o que é apresentado por estas figuras é aceito com maior facilidade pelo público. Estas ações aliadas com a ABCA, uma associação jovem – tem apenas 3 anos – do e para o setor, fazem com que o segmento já esteja consolidado no país.


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Assistência ao Viajante Assist Card

Em dois anos, Assist Card cresce 70% >> Apresentando crescimento de 70% nos últimos dois anos, a Assist Card tem em seus serviços um dos diferenciais para a atuação, como aponta o Country Manager da empresa no Brasil, Daniel Prieto. O executivo comprova esta qualidade nos serviços oferecidos pelo índice de satisfação superior a 97% alcançado pela Travel Ace. Ele explica: “se não houver qualidade, não há maneira de crescer sustentavelmente”. Leia esta e outras afirmações do executivo na conversa abaixo:

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Daniel Prieto

MERCADO & EVENTOS - O público em geral conhece as assistências de viagens? Daniel Prieto: Acreditamos que apenas 30% das pessoas que costumam viajar, o fazem com algum tipo de cobertura de assistência ou seguro viagem. Além disso, como a maioria das coberturas é oferecida dentro de pacotes turísticos, o viajante nem sempre sabe que ele está protegido. Outras características comuns a esse mercado é o desconhecimento das diferenças entre assistência e seguro viagem e a pouca atenção as cláusulas e condições de cobertura. Tudo isso reflete no baixo índice de conhecimento do nosso serviço.

companhias do setor, mas também à qualidade do nosso serviço, que conta com índices de satisfação superior a 97%, segundo auditoria contratada. Isso significa que o atendimento faz toda a diferença, até porque, se não houver qualidade, não há maneira de crescer sustentavelmente. Atualmente, as principais companhias do setor são clientes da Assist Card: Experimento, Egali e World Study (intercâmbio); Queensberry, Teresa Perez e Nascimento (Operadoras); Petrobras, Vale e Ambev (Corporativo); CWT, Maringá e Costa Brava (agências Corporativas) e mais recentemente a Royal Caribbean (cruzeiros marítimos) e Accor (rede hoteleira). M&E - Acidentes ou problemas fora do país contribuem ou atrapalham a contratação de assistência de viagens? Daniel Prieto: Se o serviço for bem executado, tem tudo para ajudar em futuras contratações. Do contrário, a imagem negativa durante um momento delicado pode comprometer todo o trabalho de aproximação com o cliente.

M&E - Quais os principais avanços do setor entre a última Abav e a edição de 2013? Daniel Prieto: Como nosso setor não possui uma regulamentação definida como ocorre em outras categorias, os avanços acontecem de forma lenta. Mas já estamos vendo este cenário mudar. Acredito que em um futuro breve só restarão no mercado empresas sólidas, sérias e responsáveis, como é o caso da Assist Card, que investe M&E - Agentes de viagens estão bem informados de constantemente na melhoria de seus processos, tecnologia como funciona o produto? e posicionamento da marca perante o Daniel Prieto: Acreditamos que sim, pois mercado, visto as grandes ações que “O atendimento faz apresentamos no primeiro semestre e regularmente oferecemos treinamentos, capacitações e aprimoramento a todos os as surpresas que estamos preparando toda a diferença, nossos parceiros de norte ao sul do país para o segundo. até porque, se sobre os nossos produtos e diferenciais. Com estas ações, temos certeza que de M&E - Quais as novidades da Assist não houver uma forma bem positiva conseguimos Card para 2013? qualidade, não há Daniel Prieto: A Assist Card tem inlevar e disseminar a estes profissionais o quanto é importante que seus pasmaneira de crescer vestido na proximidade com o público sageiros não viagem sem saber o que final porque acredita que um cliente sustentavelmente” bem informado facilita a contratação do estão comprando e, o mais importante, tendo consciência de que esta assistênserviço junto às agências e aos nossos cia precisa ser adquirida de uma empresa séria e confiável. demais parceiros citados acima. Este ano apresentamos o ator Rafael Cortez (ex-CQC) como nosso garoto propaganda ao M&E - Qual a melhor maneira de atrair o crescente mercado, lançamos duas campanhas de incentivo às vendas público de brasileiros que viaja para o exterior para (“2x1” e “Todos a Bordo”), inauguramos um nova filial em a contratação de assistências? Salvador (BA), voltamos a estar presentes em alguns dos Daniel Prieto: A Assist Card cresceu 70% em apenas dois principais eventos do turismo no país e, finalmente, firmaanos. Isso se deve a diversos fatores como a abertura de mos grandes alianças estratégicas. Em outras palavras, este novos canais de venda e parcerias estratégicas com grandes tem sido um ano de muito trabalho e cheio de novidades!


Assistência ao Viajante GTA

Enfoque da GTA é atualização própria e de agentes >> Até o final deste ano, a Global Travel Assistance (GTA) irá lançar cinco novos produtos. Conforme Celso Guelfi, presidente da empresa, explicou com exclusividade ao M&E, a intenção é manter seu contínuo processo de atualização e seguir na busca por levar o melhor produto para o agente de viagens. Profissionais que são alvo constante de treinamentos, com o total de 5 mil agentes com participações em cursos durante 2012. Para este ano a meta é aumentar o público em 20% e alcançar 6 mil agentes treinados com produtos da GTA. Confira a seguir entrevista com o presidente Celso Guelfi.

processo de atualização, visando oferecer apenas o melhor aos nossos clientes. Para se ter uma ideia, até o final do ano pretendemos lançar cinco novos produtos. Vale ressaltar que trabalhamos exclusivamente pelo intermédio do agente, fator que nos motivou a garantir a participação na 41ª Abav, dada a oportunidade de relacionamento com profissionais de todo o Brasil que atuam no setor de turismo. No total, a GTA estará presente em 22 eventos do setor em 2013.

MERCADO & EVENTOS - O público em geral conhece as assistências de viagens? Celso Guelfi: Eu diria que não, mas esta é uma realidade para a qual estamos caminhando e que deve mudar em breve. Algumas pessoas ainda confundem as características entre seguro e assistência de viagens e demonstram ter um conhecimento até então limitado sobre os nossos serviços e o modo como trabalhamos. Portanto, trata-se de uma excelente oportunidade para reforçar o valor da consultoria dos agentes de viagens, cada vez mais capacitados para apresentar cada um dos nossos planos de cobertura, e, na grande maioria das vezes, surpreender o cliente com a oferta de opções que melhor atendem às suas necessidades.

M&E - Acidentes ou problemas fora do país contribuem ou atrapalham a contratação de assistência de viagens? Celso Guelfi: Eu diria que ajudam, apesar de que, por motivos óbvios, ninguém deseja ter de acionar a assistência. Vivemos à mercê dos imprevistos e a vulnerabilidade do ser humano ainda é uma grande preocupação para as pessoas. Saber que em momentos de tensão e de necessidade haverá toda uma equipe preparada para prestar quaisquer tipos de orientações, em qualquer momento do dia, é, no mínimo, reconfortante.

M&E - Qual a melhor maneira de atrair o crescente público de brasileiros que viajam ao exterior para a contratação de assistências? Celso Guelfi: Investindo na qualidade do nosso trabalho e nos nossos colaboradores, grupo no qual estão incluídas as agências de viagens. Além disso, vivemos em um contínuo

M&E - Quais os principais avanços do setor entre a última Abav e a edição de 2013? Celso Guelfi: Em termos setoriais muitos avanços ainda estão por vir, embora a GTA como empresa, neste período, tenha colecionado motivos de sobra para comemorar. Superamos todas as metas traçadas pela GTA, quantitativas e qualitativas, mas a nossa principal conquista foi estarmos cada vez mais próximos dos agentes de viagens. M&E - Quais resultados esperados para 2013? A parcial do 1° semestre alcançou as expectativas? Celso Guelfi: Nosso objetivo é treinar seis mil agentes de viagens até o final do ano, lançar cinco novos produtos e, é claro, expandir os negócios. O primeiro semestre foi satisfatório em todos os aspectos, rendendo 2.836 mil profissionais capacitados e crescimento de 12,3%. As perspectivas são excelentes, se considerarmos que a empresa registrou, no total, crescimento aproximado de 18% em 2012 no que diz respeito ao faturamento, se comparado ao verificado em 2011.

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M&E - Agentes de viagens estão bem informados sobre como funciona o produto? Celso Guelfi: Nosso esforço é enorme para capacitar o maior número possível de agentes de viagens todos os anos, justamente para garantir que eles, antes de qualquer coisa, conheçam o produto que estão vendendo. É de extrema importância para nós que eles estejam aptos a compreender o que o cliente está buscando e, assim, consigam selecionar o que melhor preencherá suas expectativas. No ano passado foram mais de 5 mil profissionais treinados pela nossa equipe, número que pretendemos subir para 6 mil até dezembro. Com base nestes dados, creio não estar enganado se disser que os agentes têm estado cada vez mais familiarizados com a GTA e com os planos de cobertura da empresa.

Celso Guelfi

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Assistência ao Viajante Travel Ace

Luta é para combater a resistência dos passageiros >> Conscientizar o público final da importância da assistência de viagem. Esta é a prioridade para o diretor executivo da Travel Ace, Roberto Roman, que aponta para o conhecimento superficial de viajantes sobre os serviços das assistências. Apesar de considerar que este produto teve divulgação acrescida nos últimos anos, Roman considera a resistência por parte dos passageiros com imprevistos de viagens. “Quando você está vendendo um sonho, ninguém quer ouvir falar de coisas ruins”, argumenta. Para incentivar o avanço na segurança dos viajantes, a Travel Ace realiza cursos para melhorar o atendimento por parte dos agentes com o intuito de aumentar o número de viagens com assistência. Hoje, somente 30% do público turístico com origem no Brasil contrata este serviço, total que é de 65% na vizinha Argentina e 100% na Europa. Veja abaixo a íntegra da entrevista com Roberto Roman.

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Roberto Roman

MERCADO & EVENTOS - O público em geral conhece as assistências de viagens? Roberto Roman: O público conhece de forma superficial o serviço das assistências de viagens. Entretanto, nos últimos cinco anos, percebemos que o número de passageiros que conhecem o produto vem aumentando consideravelmente. M&E - Agentes de viagens estão bem informados sobre como funciona o produto? Roberto Roman: A maioria dos profissionais está plenamente capacitado para dar informações sobre o produto. A Travel Ace, em contrapartida, sempre investe em cursos de reciclagem de treinamento para melhorar ainda mais o atendimento. O grande problema que os agentes enfrentam, porém, tem a ver com a resistência do público quando se fala de possíveis imprevistos na viagem. Quando você está vendendo um sonho, ninguém quer ouvir falar de coisas ruins. Recentemente, a Travel Ace anunciou o jogador Lionel Messi como o novo embaixador da marca. A expectativa é que esta parceria ajude a driblar a resistência dos viajantes. M&E - Quais as expectativas com Messi entrando na jogada? A intenção é exatamente estimular o crescimento na quantidade de viagens com assistência, Por conta da campanha,

a intenção é aumentar o percentual de assistências junto aos viajantes brasileiros, pelo menos, ao mesmo total apresentado pelo público argentino. M&E - Qual a melhor maneira de atrair o crescente público de brasileiros que viajam ao exterior para a contratação de assistências? Roberto Roman: A melhor forma continua sendo a capacitação do agente de viagem e operadores, são eles que vendem o produto. Outras maneiras são as campanhas de conscientização sobre a importância do serviço prestado. Temos feito isso com muito afinco. O público geral no Brasil tem a falsa ideia de que o serviço de assistência viagem é caro e não serve para nada. M&E - Essa ideia é confirmada na prática? Roberto Roman: Muito pelo contrário, ele é barato por tudo que oferece. Em países como Estados Unidos e na Europa este conceito já é bastante disseminado. Ninguém viaja sem uma assistência viagem. Muitos países, inclusive, exigem que o viajante possua uma assistência viagem. Isso acontece para proteger o sistema de saúde pública, sobretudo na Europa, onde ele é gratuito. Atualmente, apenas 30% dos brasileiros que viajam contratam uma assistência viagem. Na Europa, este percentual é de quase 100%, na Argentina 65%. Por isso a importância de conscientizar os brasileiros que é importante sair do país com segurança. M&E - Acidentes ou problemas fora do país contribuem ou atrapalham a contratação de assistência de viagens? Roberto Roman: Não utilizamos sinistros como estratégia de marketing, pois lidamos com a necessidade alheia. Somente o passageiro pode ser nosso porta voz nestes momentos, por isso buscamos sempre excelência em nossos atendimentos. A Travel Ace tem diversos exemplos muito vitoriosos de assistência. Um deles é do acidente na Capadócia, onde conseguimos que a assistência dos viajantes cobrisse todos os gastos mesmo com semanas de internação em UTI na Turquia. Mas não usamos estes cases como forma de autopromoção. M&E - Quais os principais avanços do setor entre a última Abav e a edição de 2013? Roberto Roman: Percebemos uma maior conscientização do público final sobre a necessidade de contratação da assistência integral ao viajante. Os agentes de viagem, que são nosso principal canal de vendas, passaram a mensagem a diante. Falando pela Travel Ace, os resultados do primeiro semestre de 2013 alcançaram as expectativas. Tivemos um crescimento de 15% neste período


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Aviação

Companhias fazem ajustes em busca da lucratividade ANDERSON MASETTO >> Não é novidade que os últimos balanços das duas principais companhias aéreas nacionais [leia-se Tam e Gol] têm apontado sucessivos prejuízos. Desde o ano passado as empresas começaram a fazer ajustes em suas malhas e na oferta de voos e assentos. Em 2012, ambas anunciaram o início do que chamaram de adequação de oferta, a Gol em abril e a Tam em setembro. O último balanço da Gol mostrou que de janeiro a junho deste ano a receita por assento ofertado – conhecida no mercado como Prask – teve um crescimento acumulado de 11%. No segundo trimestre a empresa teve prejuízo de R$ 433 milhões, uma redução de 39,5% sobre igual período do ano passado.

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O balanço operacional da Latam – grupo ao qual a Tam pertence - mostra que somente em junho a capacidade nos voos domésticos caiu 10,7%, o que fez com que a ocupação média alcançasse 80,4%. Em julho, tráfego do mercado doméstico no Brasil diminuiu 0,9%, enquanto a capacidade recuou 4,5%. Como resultado, o load factor cresceu 3,1 pontos percentuais, atingindo 84,5%.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, ressaltou que o desempenho do setor aéreo está intimamente ligado ao sucesso da economia do país, o que pode explicar o atual cenário da aviação comercial brasileira. Em 2011, o PIB do país cresceu 2,7% e, em 2012, menos de 1%. Entre janeiro e março deste ano o avanço foi ainda menor, não passou do 0,5%. Vilões – Os altos custos operacionais das companhias aéreas nacionais são também creditados a outros dois fatores: taxas e combustível. Somente o Querosene de Aviação é responsável por mais de 40% do custo do transporte aéreo, 30% mais do que a média global, conforme dados da Abear. Infraestrutura – Este é outro ponto considerado um gargalo para o crescimento do setor. No entanto, ele parece estar mais próximo de ser equacionado. O presidente da Anac, Marcelo Guaranys, admite que a ampliação e modernização dos aeroportos é um entrave para a aviação. “Entretanto, esse problema foi atacado com a concessão dos principais aeroportos


Aviação

à iniciativa privada. Tivemos Guarulhos, Viracopos e Brasília em 2012 e de São Gonçalo do Amarante em 2011. Em 2013 vamos leiloar os aeroportos de Confins e Galeão”, justificou. Outro cenário – Avianca e Azul/Trip não têm capital aberto. No entanto, é possível perceber que, embora não voem em um céu de brigadeiro, vêm aumentando oferta, caminho contrário dos adotados pelas outras duas companhias nacionais. Gol e Tam são responsáveis por 67,02% do mercado (de acordo com dados do primeiro semestre). A Azul, junto com a Trip, tem 25,01%, enquanto a Avianca é responsável por 7,79% dos passageiros embarcados. Fututro - De acordo com o estudo Agenda 2020, da Abear, o transporte aéreo de passageiros deve crescer 115% no Brasil até 2020, enquanto o de carga deve avançar 58%. No período, o setor será responsável pela geração de 660 mil novos empregos, sendo que 100 mil deles serão diretos, com uma contribuição de R$ 146 bilhões ao PIB do país. Mas para que isso realmente ocorra, são necessários pesados investimentos na infraestrutura do país. Colaborou Lisia Minelli

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Aviação SAC

“Não temos um plano B” >> Nos últimos anos, o número de passageiros cresceu três vezes nos aeroportos brasileiros. Isso mostrou que a infraestrutura precisava de melhorias e o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, destacou as diversas obras que estão sendo feitas, além dos aeroportos sob concessão, e garantiu que tudo ficará pronto no prazo. “Não há alternativa. Nós não temos plano B, só temos plano A”, disse. Segundo o ministro, é um equívoco pensar apenas nos turistas que virão para a Copa do Mundo, uma vez que a demanda já está alta no país. “Não estamos fazendo isso para encantar turistas estrangeiros, fixados em grandes eventos, e sim preocupados em servir bem ao usuário brasileiro”, complementou. Veja a entrevista completa.

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Moreira Franco

MERCADO & EVENTOS - Que balanço o senhor faz da aviação civil neste primeiro semestre de 2013? Moreira Franco - Muito positivo, marcado por boas notícias. Por exemplo: a operação tranquila dos aeroportos durante a chegada dos peregrinos para a Jornada Mundial da Juventude. No dia da chegada do Papa ao Rio, o Galeão recebeu um número recorde de passageiros: 64 mil e 200 pessoas embarcaram e desembarcaram ali na segunda-feira, 22 de julho, 34% a mais do que a média diária. Nesse dia, a taxa de ocupação dos voos de partidas e chegadas foi a mais alta registrada nos últimos meses: 96%. Na Copa das Confederações não se ouviu reclamação sobre problemas como terminal superlotado, filas, graças a um eficiente plano de contingência. Nossos manuais de operação têm sido bem utilizados, de forma planejada. Além disso, lançamos a minuta do edital da licitação do Galeão e Confins, que ocorrerá em outubro. M&E - Diversos aeroportos estão recebendo obras visando a Copa do Mundo. A SAC garante que essa estrutura estará pronta para o evento? Moreira Franco - Sim, porque não há alternativa. Nós não temos plano B, só temos plano A. Tenho visitado os aeroportos que recebem investimentos públicos ou privados. Checo, converso com os responsáveis, falo com os empresários, cobro, tomo providências. Onde há problemas, são apresentadas soluções, como troca de empresas, estabelecimento de novos compromissos. Não

estamos fazendo isso para encantar turistas estrangeiros, fixados em grandes eventos, e sim preocupados em servir bem ao usuário brasileiro. Nos últimos anos, o número de passageiros cresceu três vezes, mas o monopólio operacional não permitia que eles fossem tratados como clientes. Agora esses usuários serão tratados como clientes, não tenha dúvida. É uma determinação da presidente Dilma que vamos cumprir. M&E - Os aeroportos brasileiros passaram no teste da Copa das Confederações? Moreira Franco - Passaram com nota muito boa, mostrando que o plano de contingência que fizemos para lidar com o evento foi bem sucedido. Nos sete aeroportos envolvidos no torneio, a média acumulada de atrasos superiores a 30 minutos foi de 11,14%, de acordo com o boletim que fizemos diariamente sobre o assunto. Esse índice é inferior à média registrada nos aeroportos europeus nos últimos três anos e ao verificado aqui no mesmo período de 2012. O tempo de espera para check-in e restituição de bagagens ficou dentro da normalidade, de acordo com o que é considerado aceitável pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA). M&E - Como a revitalização dos aeroportos regionais pode ajudar a desafogar os terminais? Moreira Franco - Muitos dos destinos dos passageiros que viajam para as capitais são os aeroportos regionais. Se você dá a eles a oportunidade de ir direto para casa está desafogando o aeroporto principal. Além disso, estamos incentivando a demanda daquela pequena região. Como o aeroporto é considerado um vetor de desenvolvimento, nós estamos acrescentando um ponto a mais na malha, de modo a baixar os custos daquela operação, e assim chegar mais longe, levar mais longe o passageiro. M&E - O senhor já comentou a instabilidade a que estão sujeitas as companhias aéreas. A SAC pensa em alguma ação para fortalecer as empresas aéreas? Moreira Franco - A SAC encomendou um estudo a Anac e outro ao BNDES sobre o assunto para montar um diagnóstico preciso, um raio X completo sobre a saúde das empresas. Porque nossa aviação civil só será forte se elas foram saudáveis. O trabalho da Anac ficou pronto; o do BNDES ainda está sendo feito, e eventualmente pediremos trabalho parecido ao Banco do Brasil, que hoje conhece bem o mercado porque será o agente financeiro do Programa de Aviação Regional. Só depois da consolidação desse material teremos condições de contar com uma visão consistente, de modo a dar suporte para uma ação madura.


Aviação Anac

Órgão prepara relatório sobre situação das companhias >> Embora exista a expectativa no mercado de um plano do Governo Federal para ajudar as companhias aéreas a equalizar as suas finanças, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nega esta possibilidade, mas o seu presidente, Marcelo Guaranys, revelou que o órgão prepara um relatório sobre a situação econômico-financeira das empresas para servir de instrumento de acompanhamento pelo governo. “A Anac apenas monitora a situação das companhias. É atribuição da Secretaria de Aviação Civil a elaboração de políticas públicas que, uma vez estabelecidas, serão implementadas, no que couber, pela Anac”, justificou. Veja abaixo a entrevista completa. MERCADO & EVENTOS - Como está o andamento do plano de ajuda às companhias aéreas? Marcelo Guaranys - Não estamos preparando nenhum plano de ajuda às empresas aéreas. A Anac apenas monitora a situação das companhias aéreas do país, por meio de indicadores econômicos e financeiros. É atribuição da Secretaria de Aviação Civil a elaboração de políticas públicas que, uma vez estabelecidas, serão implementadas, no que couber, pela Anac. Apenas preparamos um relatório sobre a situação econômico-financeira das empresas para servir de instrumento de acompanhamento pelo governo.

M&E - Quais são, na sua opinião, os principais entraves para o desenvolvimento do setor no Brasil. Como a Anac vem trabalhando para melhorar isso? Marcelo Guaranys - Um dos entraves para o desenvolvimento do setor é a realização de investimentos para ampliação e modernização dos aeroportos brasileiros. Entretanto, esse problema foi atacado com a concessão dos principais aeroportos à iniciativa privada. Tivemos Guarulhos, Viracopos e Brasília em 2012 e de São Gonçalo do Amarante em 2011. Em 2013 vamos leiloar os aeroportos de Confins e Galeão. A Anac também tem atuado de forma rever regulamentos e propor normas que estimulem a desburocratização e crescimento do setor bem como a melhoria da qualidade dos serviços de transporte aéreo ao usuário. A criação da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, em 2011, foi um passo decisivo do governo que tem sido fundamental para coordenar esforços de todos os órgãos ligados à aviação civil no Brasil.

Marcelo Guaranys

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M&E - Qual é o balanço do desempenho dos aeroportos e do setor em geral durante a Copa das Confederações? O que deve melhorar para a Copa do Mundo? Marcelo Guaranys - O desempenho dos aeroportos durante a Copa das Confederações ficou dentro das nossas expectativas. Não foram detectados grandes problemas ou infrações, demonstrando que o planejamento feito para o evento pela Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero), coordenada pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, foi bem

M&E - A demanda, embora em um ritmo menos acelerado, continua crescendo no Brasil. Isso tanto no doméstico quanto no internacional. O senhor acredita que a atual estrutura dos aeroportos e companhias permite um crescimento ainda maior? Marcelo Guaranys - Atualmente, os principais aeroportos do país estão passando por grandes investimentos com foco na ampliação de capacidade e qualidade dos serviços. Assim, conforme a demanda cresce, tem crescido o volume de obras nesses aeroportos de forma que, no médio prazo, a estrutura dos aeroportos mais importantes estará cada vez melhor preparada.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

M&E - Explique como funciona o trabalho de regulamentação para divulgação das tarifas aeroportuárias nos bilhetes? Qual é o objetivo e quando isso deve acontecer? Marcelo Guaranys - Vamos colocar em audiência pública proposta de norma que determine a discriminação, no bilhete aéreo, dos valores correspondentes às tarifas aeroportuárias, a exemplo do que está sendo adotado com relação à carga tributária nos preços dos produtos. O objetivo é promover mais transparência ao usuário, que saberá identificar, no custo de sua passagem, qual é o peso das tarifas aeroportuárias pagas pelas companhias aéreas, uma vez que a única tarifa paga pelo passageiro, a Tarifa de Embarque, já é informada no ato da compra do bilhete. Essa audiência deverá ocorrer em meados do segundo semestre.

sucedido. Dias antes do evento, diretores da Anac fizeram uma vistoria final nos aeroportos das cidades-sede da Copa das Confederações e em Guarulhos e Viracopos (SP), onde pudemos constatar algumas melhorias que têm sido implementadas pela Infraero e concessionários. Apesar disso, sabemos que muito ainda precisa e vem sendo feito para melhorar a qualidade do atendimento ao usuário. Acompanhamos mensalmente as obras dos aeroportos concedidos e estamos certos de que as inúmeras melhorias previstas para 2014 e previstas nos contratos de concessão estarão concluídas entre abril e maio, antes da Copa do Mundo.


Aviação Infraero

Aeroportos suportarão demanda da Copa 2014 >> Os aeroportos brasileiros passaram no teste da Copa das Confederações. Pelo menos na opinião da Infraero, que administra mais de 60 aeroportos no país. É bom lembrar que Guarulhos, sob concessão, não entra nesta conta. O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, revelou que entre os dias 15 e 30 de junho 2.477.541 passageiros utilizaram os aeroportos administrados por ela localizados nas cidades-sede da Copa das Confederações. “Para a Copa de 2014 há uma série de melhorias em andamento. No quadriênio 2011-2014, a empresa deve investir R$ 4,7 bilhões em serviços que vão ampliar a capacidade dos aeroportos”, afirmou.

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Gustavo do Vale

MERCADO & EVENTOS - A Infraero vem realizando uma série de obras nos aeroportos brasileiros visando a Copa do Mundo de 2014. Como está o andamento dessas obras? Gustavo do Vale - A grande maioria das obras previstas para a Copa de 2014 já está em andamento, sendo que a Infraero está acompanhando o andamento dos serviços de perto de modo a entregá-los dentro do prazo previsto. Todos os esforços estão envidados nesse sentido. M&E - Qual é o balanço do desempenho dos aeroportos e do setor em geral durante a Copa das Confederações? Gustavo do Vale - A Copa das Confederações foi bastante positiva para os aeroportos da Rede Infraero. Embarques e desembarques, tanto de passageiros como das delegações, foram realizadas com tranquilidade. Para se ter uma ideia, no período de 15 a 30 de junho, 2.477.541 passageiros utilizaram os aeroportos da Rede Infraero localizados nas cidades-sede da Copa das Confederações – Santos Dumont, Galeão, Confins, Pampulha, Fortaleza, Recife e Salvador. Esse número representa um pequeno aumento de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 2.465.308 de embarques e desembarques. Para a Copa de 2014, há uma série de melhorias em andamento. Desde 2008, a Infraero investe em obras de melhorias nos mais de 60 aeroportos sob sua administração. No quadriênio 2011 – 2014, a empresa deve investir R$ 4,7 bilhões em serviços que vão ampliar a capacidade dos aeroportos da Rede, deixando-os

preparados para as demandas futuras, inclusive aquelas previstas para a Copa de 2014. M&E - A demanda aérea aumenta cada vez mais no Brasil. Os aeroportos estão preparados? Gustavo do Vale - O desafio da Infraero é preparar os aeroportos sob sua administração para atender a demanda prevista para os próximos anos. Por isso mesmo, desde 2008, mantemos investimentos constantes nos aeroportos para que cada terminal acompanhe o crescimento previsto para aquela região. É importante destacar, todavia, que alguns aeroportos já estão preparados para atender a demanda prevista para 2014. É o caso dos terminais de Recife, Porto Alegre e Manaus. O terminal pernambucano, por exemplo, tem capacidade para receber 16,5 milhões de passageiros ao ano, sendo que a demanda prevista para 2014 é de 8,7 milhões de embarques e desembarques. Em Porto Alegre, o terminal tem capacidade para atender 13,1 milhões de passageiros ao ano. Para 2014, a demanda prevista é de 11,7 milhões. No terminal manauara, que tem capacidade para 6,4 milhões, a demanda prevista para o próximo ano é de 4 milhões de embarques e desembarques. M&E - Além de melhorias e ampliações nos terminais, há um plano para as pistas de pouso, que em breve também estarão saturadas? Gustavo do Vale - Há uma série de investimentos sendo realizados também em pistas e pouso e decolagem e em sistemas de pátios. É o que ocorre nos aeroportos de Confins, Curitiba, Galeão, Porto Alegre e Salvador. Outros terminais localizados em cidades-sede da Copa de 2014 também receberam melhorias: Cuiabá e Fortaleza. Além desses aeroportos, localizados em cidades-sede da Copa de 2014, outros também recebem ou receberam recentemente melhorias nos sistemas de pista e pátio, como Rio Branco, Belém e Goiânia. Todos esses esforços demonstram o compromisso da Infraero no provimento de infraestrutura tanto de terminal de passageiros como de sistema de pistas e pátios. M&E - Quais são, na sua opinião, os principais entraves para o desenvolvimento do setor no Brasil. Como a Infraero vem trabalhando para melhorar isso? Gustavo do Vale - O desafio está justamente no tamanho continental do país, em prover infraestrutura adequada para os 63 aeroportos da Rede Infraero, espalhados em todas as regiões do país, cada um com características próprias. É para cumprir esse objetivo que até 2017 estão previstos investimentos em equipamentos, obras e serviços de engenharia no montante de R$ 10 bilhões para todos os aeroportos da Rede.


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Aviação Gol

Empresa aposta nos esforços para reduzir custos

Paulo Kakinoff

>> Os esforços empreendidos pela Gol desde abril do ano passado parecem ter começado a dar frutos. No último balanço divulgado, o resultado ainda foi positivo (R$ 433 milhões de prejuízo). No entanto, os dados – referentes ao segundo trimestre de 2013 – apontam uma redução de 40% do prejuízo. O presidente da empresa, Paulo Kakinoff, disse ao M&E que além da adequação da oferta, houve um forte trabalho na redução de custos. “No primeiro semestre de 2013, a companhia apurou uma economia de R$ 413 milhões, sendo que R$ 147 milhões referem-se à redução nos custos com combustível e lubrificantes e R$ 266 milhões a outros custos operacionais”, explicou o executivo. Segundo ele, esta redução demonstra a flexibilidade da empresa em gerenciar seus custos conforme as mudanças de cenários. “A estratégia foi executada sem perder o foco no cliente e em ampliar a oferta de produtos e serviços”, complementou. Kakinoff.

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MERCADO & EVENTOS - Este está sendo um ano de ajustes na malha da Gol, com redução da oferta. Como está este processo? Paulo Kakinoff - Desde abril do ano passado, a Gol tem adequado sua capacidade à nova realidade de custos do setor de aviação. Nesse período, a companhia reduziu a malha aérea doméstica ao mesmo tempo em que ajustou a sua estrutura e capacidade operacional. M&E - Quais outras ações a companhia vem fazendo para voltar a ter lucro? Paulo Kakinoff - Corte de custos. No primeiro semestre de 2013, a companhia apurou uma economia de R$ 413 milhões, sendo que R$ 147 milhões referem-se à redução nos custos com combustível e lubrificantes e R$ 266 milhões a outros custos operacionais. Essa redução demonstra a flexibilidade da empresa em gerenciar seus custos conforme as mudanças de cenários. Assim como a racionalização da oferta descrita acima, focando na rentabilidade das rotas. A estratégia foi executada sem perder o foco no cliente e em ampliar a oferta de produtos e serviços. O cliente corporativo tem especial atenção da companhia.

M&E - Recentemente, a Gol investiu em novas frequências internacionais, como os voos para Miami e Orlando, além da autorização para um voo para a Nigéria. Esta estratégia deve continuar neste segundo semestre? Há novos destinos internacionais previstos? Paulo Kakinoff - O desenvolvimento das parcerias faz parte da estratégia de ampliar a presença internacional. A Gol está sempre analisando novas rotas e parcerias, porém, no momento, não temos nenhuma definição. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Paulo Kakinoff - A indústria de aviação é fortemente correlacionada com o nível de atividade econômica, além de ter seus custos atrelados ao dólar, que atualmente tem apresentado alta volatilidade. O Brasil tem um dos maiores preços de combustível na aviação do mundo. Esse preço é impactado pela alta carga de ICMS cobrada, que em alguns estados chega a 25%, fazendo com que o preço se torne aproximadamente 40% superior à média dos Estados Unidos e da Europa. Por meio da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), esse tema tem sido fortemente discutido em fóruns públicos, a fim de encontrar uma estrutura de custos mais adequada para a indústria, essencial para o desenvolvimento de um país de dimensões continentais. M&E - Como a Gol tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Paulo Kakinoff - Segundo dados da Abear, desde 2002 as passagens ficaram 46% mais baratas enquanto o número de passageiros transportados aumentou em 161%. Entendemos que com as concessões serão criadas melhores condições para os passageiros e empresas aéreas, uma vez que estão feitos investimentos tanto em terminais como na parte destinada às aeronaves. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Paulo Kakinoff - Os preços seguem uma dinâmica de oferta e demanda, assim como a economia de um modo geral. Não é possível prever de imediato se haverá uma alta nos preços nesse período.


Aviação Tam

Com fusão consolidada, companhia começa a adequar malha >> A fusão entre Lan e Tam completou um ano em junho. O Grupo Latam já atende 135 destinos em 22 países. O Brasil é um dos que contam com a maior parte das operações da companhia, graças às operações da Tam. Neste primeiro semestre, a empresa fez uma “adequação” na sua malha aérea, com uma diminuição da oferta, o que ocasionou uma alta na ocupação. De acordo com a presidente da Tam, Cláudia Sender, o objetivo é assegurar o equilíbrio entre rentabilidade e atendimento aos passageiros. Veja abaixo a entrevista completa com a executiva. MERCADO & EVENTOS – Em junho, Grupo Latam completou um ano de vida. Que balanço é possível fazer sobre este período? Como está o processo de integração das duas companhias? Cláudia Sender - Após um ano da fusão, as companhias aéreas do Grupo Latam Airlines continuam trabalhando para oferecer a melhor malha aérea da América do Sul, beneficiando seus passageiros com maior conectividade, melhores itinerários e frequências, e intervalos de conexão mais curtos para 135 destinos em 22 países, além de oferecer transporte de carga para 144 destinos em 27 países. A criação deste grupo de companhias nos deu a oportunidade de levar a América do Sul para o resto do mundo e trazer o mundo para a América do Sul, permitindo nos posicionar frente a um cenário cada vez mais competitivo, fruto da contínua consolidação do setor aéreo mundial. M&E - A Tam também vem em um processo de di-

Um ano de Latam

M&E - Como a Tam tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Cláudia Sender - O governo tem o diagnóstico das necessidades e dos gargalos, e está sensível à urgência dos investimentos. Estamos contribuindo para uma solução que atenda às necessidades do mercado da melhor forma, até mesmo participando de grupos de trabalho com órgãos governamentais. Acreditamos que algumas ações foram importantes, como a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, medida que já resultou em melhorias substanciais nesses hubs. E a expectativa é que esse processo continue, com Galeão e Confins. M&E - A Tam acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Cláudia Sender - Em épocas de grande demanda, a oferta de tarifas promocionais é menor. Mesmo assim, os passageiros que vão viajar pelo Brasil durante a Copa do Mundo, por exemplo, encontrarão passagens disponíveis em todos os perfis de tarifa, inclusive entre as cidades-sede da competição. Acreditamos que a Copa do Mundo vá atrair um grande público para o Brasil. A Tam tem sido consultada sobre voos charter para o país, o que é mais uma indicação de que o evento será um grande sucesso.

Cláudia Sender

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A associação entre Lan Airlines e Tam Linhas Aéreas, que criou o Grupo Latam Airlines, completou um ano no último mês de junho. A união continua sendo consolidada e uma das ações tomadas foi o ingresso na Oneworld no segundo trimestre de 2014. “O ano de 2012 foi histórico para o setor aéreo, com duas companhias aéreas de grande prestígio na região se unindo para dar origem ao Grupo Latam Airlines. A associação, que resultou em uma conectividade incomparável, é o marco mais importante no transporte aéreo regional. Não existe outro grupo de companhias aéreas na região que ofereça mais voos para mais destinos”, comentou Enrique Cueto, CEO do Grupo Latam Airlines. “A criação deste grupo de companhias nos deu a oportunidade de levar a América do Sul para o resto do mundo e permitiu que nos posicionássemos frente a um cenário cada vez mais competitivo, fruto da contínua consolidação do setor aéreo mundial”, complementou.

minuição de oferta. Isso deve continuar no decorrer do ano? Cláudia Sender - Daremos continuidade à atual estratégia de ampliação da eficiência na operação aérea de passageiros. Estamos reduzindo a oferta de assentos e estabelecendo uma nova estrutura tarifária, que nos permita segmentar melhor os passageiros e aumentar a taxa de ocupação de nossas aeronaves. Mas não deixamos de atender nenhum destino. O que fizemos foi rever rotas e frequências. Dessa forma, asseguramos o equilíbrio entre rentabilidade e atendimento aos passageiros.

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Aviação Abear

Desempenho das companhias depende do crescimento econômico >> A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) foi criada há um ano. Representando Avianca, Azul/Trip, Gol e Tam, o objetivo é que a entidade seja porta voz das companhias junto a sociedade e poder público. Neste contexto, segundo o seu presidente, Eduardo Sanovicz, a agenda de trabalho está baseada principalmente na equiparação aos parâmetros internacionais da precificação e tributação do combustível de aviação (QAV) e da regulamentação trabalhista, além da implantação das propostas das empresas aéreas para a infraestrutura física e tecnológica dos aeroportos novos e dos já existentes. Sobre o desempenho do setor, que nos últimos anos vem registrando prejuízos por parte das companhias, Sanovicz ressaltou que isso está intimamente ligado ao crescimento da economia e do próprio país.

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Eduardo Sanovicz

MERCADO & EVENTOS - A Abear surgiu em um cenário onde a maioria das companhias aéreas nacionais apresentava sucessivos prejuízos. No entanto, ao mesmo tempo, a demanda vinha aumentando cada vez mais. Qual é o papel da associação para devolver o equilíbrio às empresas? Eduardo Sanovicz - A entidade surge com o objetivo de vocalizar as demandas que são comuns a essas empresas e de ampliar a compreensão da atividade pela sociedade como um todo. Os associados desejam promover projetos de alta relevância para o desenvolvimento socioeconômico do país. Para os usuários, o resultado é o maior acesso ao transporte aéreo, com uma maior oferta de voos e destinos, a preços competitivos. A política econômica governamental e os esforços do setor, com o avanço da renda e a diminuição do preço das passagens, foram responsáveis por quase triplicar o número de passageiros transportados anualmente entre 2002 e 2012, quando chegou a 101 milhões de consumidores. O mercado do transporte aéreo doméstico brasileiro já é o terceiro maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e tem ainda um potencial impressionante de evolução pela frente se atendidas as condições necessárias. No cenário traçado pelo estudo que apresentamos recentemente à sociedade, a Agenda 2020, que revela perspectivas para os próximos sete anos, projetamos um mercado nacional com mais de 200 milhões de passageiros circulando por

quase 170 aeroportos, utilizando ao todo quase 1000 aviões e percorrendo 795 rotas domésticas diretas. Mas fato é que o desempenho do setor está intimamente ligado ao desempenho da economia do próprio país, que, ao longo da última década, apresentou uma trajetória ascendente bastante constante. Mesmo nesse cenário positivo, contudo, a questão dos altos custos relativos às operações esteve presente e as empresas fizeram todo o possível para impedir que afetasse o atendimento à demanda crescente do período. M&E - Os combustíveis e as taxas são os principais vilões nos balanços das companhias. Como isso pode ser equacionado? Quais ações da Abear junto ao Governo Federal para que isso seja resolvido? Eduardo Sanovicz - No que tange a valores absolutos, os dois principais fatores de custo que afetam a competitividade das empresas são combustível e pessoal. Também exercem pressão aspectos como o arrendamento e manutenção de aeronaves, despesas comerciais e tarifas aeroportuárias e aeronáuticas e merecem ser objeto de políticas específicas. Em nosso curto tempo de existência, já conseguimos êxitos como a inclusão do setor aéreo no Plano Brasil Maior do Governo Federal de desoneração da folha de pagamentos, o adiamento de novos reajustes de tarifas de auxílio à navegação e procedimentos de aproximação pela Aeronáutica, além da redução da alíquota do ICMS que incide sobre o querosene de aviação no Distrito Federal, que passou de 25% para 12% em maio. Especificamente no que diz respeito ao combustível (QAV), que representa em média 43% do custo do transporte aéreo, temos duas questões a serem endereçadas. Cálculos da Iata mostram que no Brasil o preço do combustível é, em média, 30% maior quando comparado à média global. Sabemos que a composição do preço do insumo inclui itens que devem ser revistos. Paga-se por frete, dutos, estocagem e adicional ao frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) em todo o volume vendido, apesar de aproximadamente 75% do QAV já ser produzido nacionalmente. Além disso, a fórmula de precificação adotada pela Petrobrás, o maior importador, segue atrelada à variação dos preços do petróleo praticados no mercado internacional, cotado em dólares. A liberdade para importar de forma autônoma não é factível e questões logísticas inviabilizam importação em escala. A segunda questão que encarece o combustível e que preocupa é a tributação sobre o insumo. Incidem sobre o preço do QAV o PIS/ COFINS e o ICMS. Com relação ao ICMS, a falta de homogeneidade na alíquota aplicada pelos estados do país gera ineficiência operacional para as empresas,


Aviação Abear guerra fiscal e aumento da emissão de gases poluentes. Atualmente, o ICMS varia de 12% a 25% nos principais aeroportos. Nesse contexto, o sucesso da negociação mantida com o Distrito Federal foi muito positivo, uma vez que o aeroporto de Brasília é um importante “hub” para a aviação nacional e, juntamente com Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, responde por 68% das movimentações anuais de aeronaves. Dessas praças, apenas São Paulo ainda aplica a alíquota superior a 25%, sobre o preço do QAV. M&E - O governo já anunciou que planeja um plano de ajuda às companhias. Como a Abear está participando disso e quais pontos devem ser contemplados? Eduardo Sanovicz - Tomamos conhecimento que as autoridades do setor encomendaram estudos sobre o setor aéreo, mas não sabemos sobre planos de ajuda e não tomamos parte nessas conversas. O que mais interessa às companhias aéreas brasileiras é participar de um mercado livre, de competição saudável e com uma estrutura de custos que as permita disputar espaço em condições de igualdade mesmo em relação a empresas de outras partes

do mundo. Sobre o plano de desenvolvimento da aviação regional, entendemos que a criação de condições mais atraentes pode ser necessária para estimular o estabelecimento de um serviço aéreo regular que não seria possível em outras condições, especialmente para cidades pequenas e médias em regiões de mais difícil acesso. M&E - Quais são os principais entraves para o desenvolvimento do setor no Brasil? Eduardo Sanovicz - Nossos principais desafios ao desenvolvimento dizem respeito à competitividade do setor, são relativos à nossa estrutura de custos e à infraestrutura que temos a nossa disposição. Então em nossa agenda de trabalho estamos atuando em relação a quatro eixos principais: equiparação da forma de precificação do QAV no Brasil aos parâmetros internacionais; equiparação da incidência de tributação sobre o QAV e sobre as empresas aéreas no Brasil aos parâmetros internacionais; equiparação da regulamentação trabalhista dos aeronautas no Brasil aos parâmetros internacionais; implantação das propostas das empresas aéreas para a infraestrutura física e tecnológica dos aeroportos novos e dos já existentes.

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Aviação Avianca

Enquanto mercado diminui oferta, companhia segue em expansão >> Em um momento que o mercado busca um ajuste entre a oferta e a demanda para voltar a ter lucratividade, a Avianca é um oásis. Somente no primeiro semestre deste ano a companhia cresceu 37% e, segundo os dados da Anac, tem hoje o maior load factor entre as aéreas nacionais, com mais de 81%. O segredo do sucesso? Na opinião do vice-presidente Comercial e de Marketing da empresa, Tarcisio Gargioni, esta performance se deve ao produto oferecido. “Este resultado se deve muito ao nosso produto, pois ele é diferenciado e qualitativo, que visa o bem estar do passageiro e está se mostrando exitoso em todos os sentidos”, disse. Veja a entrevista completa.

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Tarcisio Gargioni

MERCADO & EVENTOS - Na contra-mão das demais companhias, a Avianca vem aos pouco ampliando a sua oferta no Brasil. Como foi este primeiro semestre para a companhia e quais são as expectativas de crescimento para este ano? Tarcisio Gargioni - Os números são extremamente favoráveis para nós. O mercado, na verdade, não cresceu nada, apenas 0,09% e nós tivemos um incremento de mais de 37%. Na oferta, o mercado também diminuiu quase 6% e nós crescemos 32%. Os dados são totalmente opostos a situação do mercado. Tivemos o maior aproveitamento da indústria: 81,22%. Para 2013, estamos confiantes que cumpriremos nossa meta de crescer 30%. Este resultado se deve muito ao nosso produto, pois ele é diferenciado e qualitativo, que visa o bem estar do passageiro e está se mostrando exitoso em todos os sentidos. M&E - Como está o processo de troca dos MKs pelos Airbus? Tarcisio Gargioni – Já trocamos dois aviões neste semestre e no segundo deverão ser mais três. Ainda não está especificado em que rotas os novos Airbus vão operar. Hoje nós temos oito MKs voando, mas a saída deles também depende de oportunidades de slots que podem aparecer, mas até final de 2014 todos serão substituídos. Neste ano incluímos duas novas rotas, Fortaleza-SP-Recife, e agora em julho uma outra começando por São Paulo, além de um voo direto para Natal, que nós não tínhamos. Neste ano não teremos nenhum destino novo, vamos apenas reforçar a operação, tanto em capacidade como em número de voos. Para o ano que vem ainda não definimos,

mas possivelmente teremos novos destinos. Teremos isso mais claro em outubro. M&E - A Avianca Brasil irá seguir a mudança de marca feita pela Avianca? Como está este processo? Tarcisio Gargioni - Sim, deveremos acompanhar a marca global. Faremos em forma faseada e ainda não temos um cronograma definido. Vamos fazer pouco a pouco na medida em que surgirem as oportunidades. Vamos sim utilizar a mesma marca no mundo todo, mas será um processo gradual. M&E - Recentemente o senhor falou sobre a entrada da companhia nos GDSs e sobre a possibilidade de compra de jatos Embraer. Já há algo definido sobre esses assuntos? Quando isso deve acontecer? Tarcisio - Já estamos trabalhando para entrar no Amadeus, no segundo trimestre de 2014. Quanto à Embraer, estamos apenas conversando. Ainda sem nada em planejamento. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Tarcisio Gargioni - O desenvolvimento da aviação comercial brasileira dependerá muito do PIB, pois não teremos outro mercado novo. A melhoria da infraestrutura aeroportuária e a desoneração tributária contribuirão para reduzir os entraves, manter o mercado estimulado e competitivo. Vejo o mercado futuro muito veiculado ao PIB, pois não temos um novo mercado emergente, como tivemos no passado, não existe uma nova classe média para entrar, ela já entrou. Acho que as melhorias de infraestrutura, desonerações tributarias vão contribuir para que a gente mantenha a aviação neste ritmo de performance. Com isso a gente mantem uma política de preços competitivos para manter o mercado estimulado. M&E - Como a Avianca tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Tarcisio Gargioni - Estamos acompanhando as obras e confiantes nas melhorias seja nos aeroportos privatizados ou não. O legado disso vai ser sensacional. Vai abrir espaço para crescer mais. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Tarcisio Gargioni - A precificação é extremamente dinâmica. Não é possível prever o seu comportamento neste momento.


Aviação Azul/Trip

Com foco longe dos grandes centros, companhia continua crescendo >> Detentora de 30% de todas as decolagens domésticas do Brasil, a Azul vê ainda mais espaço para continuar crescendo no país. A recente fusão com a Trip deu forma a maior companhia aérea regional do Brasil, com voos para 102 destinos e participação de mais de17% no mercado. De acordo com o presidente do Comitê Executivo da empresa, José Mario Caprioli, já foram identificadas mais 100 cidades com potencial e demanda para frequências regulares. No entanto, aponta a infraestrutura aeroportuária como um dos entraves. O processo de fusão entre as duas companhias segue em andamento. Caprioli explicou que recentemente foi renovada a parceria de longo prazo com a Sabre para adquirir soluções tecnológicas capazes de otimizar a operação após a união entre Azul e Trip, mais especificamente na nas área de planejamento, operações em voos e geração de receita. “O processo está em sua fase inicial e deve ser implementando até dezembro de 2013”, ressaltou. Veja abaixo a entrevista completa. MERCADO & EVENTOS - Como foi este primeiro semestre para a companhia e quais são as expectativas de crescimento para este ano? José Mario Capriolli - O primeiro semestre foi bastante positivo para a companhia. Continuaremos a ampliar nossa malha de voos e destinos, melhorando a conectividade de nossos clientes conectividade.

José Mario Capriolli

M&E - Como a Azul tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada, parcerias e as diversas reformas? José Mario Capriolli - A Azul está muito otimista com o Programa de Investimentos e Logística – Aeroportos, tanto pela vontade política manifestada pelo Governo de realizar investimentos significativos, como também pela forma de implementação acelerada por intermédio do Banco do Brasil. Acreditamos muito no sucesso dessa iniciativa. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? José Mario Capriolli - Os preços praticados para as vendas de passagens variam de acordo com alguns fatores importantes como destino, sazonalidade, compra antecipada, combustível (preço do petróleo) e disponibilidade de assento. Acredito que aqueles que se programarem e planejarem a viagem com antecedência vão conseguir tarifas mais em conta. Na Azul, as melhores tarifas são encontradas em compras com pelo menos 21 dias de antecedência do voo.

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M&E - Recentemente vocês anunciaram a renovação do acordo com o Sabre para otimizar a integração entre Azul e Trip. Como está este processo? A operação já está 100% integrada? Quando isso deve acontecer? José Mario Capriolli - Sim, renovamos a nossa parceria de longo prazo com a Sabre para adquirir soluções tecnológicas capazes de otimizar a operação da nova

M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? José Mario Capriolli - A Aviação tem muito espaço para crescer. A Azul, por exemplo, atingiu 17,4% de participação do mercado nacional e 30% de todas as decolagens do transporte aéreo regular doméstico do país. Já atendemos 102 destinos nacionais e identificamos mais de 100 outras cidades com potencial para receber voos regulares, mas quase todos os aeroportos carecem de investimentos para ampliação de capacidade e adequação às novas regulamentações da Anac. Existem muitos aeroportos regionais que não atendem integralmente às exigências da aviação comercial e necessitam receber investimentos para sua viabilização.

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M&E - Quais são os novos destinos em planejamento? Neste ano a Azul terá o seu primeiro voo internacional? José Mario Capriolli - Não há previsão de lançamento de voo internacional da Azul para esse ano. Atualmente a Azul Linhas Aéreas Brasileiras trafega pelos 26 estados brasileiros, mais Distrito Federal. Neste ano já inauguramos as bases de Pelotas, Passo Fundo e, em breve, chegaremos a Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A companhia lançou em agosto a terceira frequência entre Campinas e Uberlândia. Essa nova opção de voo permitirá a integração da cidade mineira com diversas regiões do país, uma vez que em Campinas há possibilidades de conexões para mais de 50 destinos. Hoje a empresa está presente em um total de 102 cidades do Brasil, contribuindo para o desenvolvimento do turismo e da economia no país, promovendo a integração de regiões.

empresa formada após a união entre Azul e Trip, especialmente nas áreas de planejamento, operações em voos e geração de receita. O processo está em sua fase inicial e deve ser implementando até dezembro de 2013.


Aviação TAP

Expectativa por privatização não diminui aposta no Brasil

Mario Carvalho

>> Em meio a rumores sobre a privatização, a TAP continua apostando no mercado brasileiro. O diretor geral da companhia para a América do Sul, Mario Carvalho, ressaltou o crescimento de 23 voos por semana do país em 2001 para mais 70 partindo de dez cidades brasileiras em 2013. Segundo o executivo, a taxa de ocupação média fica em torno de 80%, posicionando a aérea portuguesa como a que mais leva brasileiros para a Europa. No ano passado, o Grupo Sinergy – que controla a Avianca – demonstrou interesse em adquirir a TAP, mas o governo português desistiu temporariamente da privatização. Recentemente, surgiram rumores do interesse de David Neeleman, proprietário da Azul. Esta é uma questão que, segundo Carvalho, depende do governo, mas que daria condições para a empresa avançar ainda mais. “A TAP tem hoje uma dimensão que é o dobro da que era em 2000. Com a privatização, a companhia terá todas as condições para continuar o processo de forte crescimento”, disse. Veja abaixo a entrevista completa.

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MERCADO & EVENTOS - Como está o processo de privatização da TAP? Poderemos ter novidades ainda neste ano? Mario Carvalho - A TAP tem hoje uma dimensão que é o dobro da que era em 2000. Com a privatização, a companhia terá todas as condições para continuar o processo de forte crescimento. Mas, essa é uma questão do governo português, onde estamos aguardando os próximos passos. M&E - É possível falar sobre o desempenho dos voos da companhia no Brasil, como ocupação etc?

Há estudos para novas frequências no país? Mario Carvalho - Nós apostamos fortemente nas ligações entre o Brasil e a Europa. Em 2001 oferecíamos 23 voos por semana, hoje estamos com mais de 70 frequências partindo de 10 cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. É importante também ressaltar essa comodidade que oferecemos em operar em 10 aeroportos no Brasil e com excelente qualidade nos serviços. Desta maneira, nos mantemos e consolidamos a posição da companhia aérea que mais leva brasileiros á Europa. A taxa de ocupação depende do voo em questão, mas em linhas gerais e ao longo de todo o ano, nossa taxa é superior a 80%. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Mario Carvalho - No meu entendimento, sob a ótica da operação, a infraestrutura adequada é um item muito importante. Apesar do mercado estar aquecido, ainda sofremos muito com este problema. O que se verifica é que a infraestrutura aeroviária não acompanhou a evolução do mercado. M&E - Como a TAP tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Mario Carvalho - A infraestrutura aeroportuária, como é sabido, não acompanhou o aumento da demanda verificada no transporte aéreo. Porém, estamos confiantes que as autoridades responsáveis pela área, conhecedoras do problema, tomarão as devidas providências para modificar esta situação. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Mario Carvalho - Não prevemos grandes alterações de preços para essa época até porque a demanda no Brasil para o exterior não deverá sofrer grandes modificações.

Bons resultados e mais voos O vice-presidente da Tap, Luiz Mór, afirmou que a companhia aérea portuguesa deve ter novos voos no Brasil ainda este ano. De acordo com o executivo, o primeiro de muitos deve ser a frequência Curitiba-Lisboa. “Em 2013, mesmo com toda a crise da Europa, vamos aumentar o número de voos no Brasil. No caso de Curitiba, só

estamos com um problema de pista do aeroporto que logo deve ser resolvido, resultando em mais uma frequência”, afi rmou Luiz Mór. Ele também afi rmou que a empresa conseguiu lucro em quatro anos consecutivos e destacou o mês de maio de 2013. Período que, segundo ele, para muitos, era de baixa temporada. “Em

maio, fechamos um load factor no Brasil de 86% e na Europa de 80%. Apesar da crise, nossos números estão indo muito bem”, destacou. A companhia também comemorou em junho dois anos de operações em Porto Alegre (SP). Neste período foram transportados mais de 165 mil passageiros entra a capital gaúcha e a Europa.


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Aviação Emirates

Maior oferta no Rio de Janeiro e exposição na Copa >> A Emirates iniciou as suas operações no Brasil em 2007. Desde então, tem investido muito na sua presença no mercado brasileiro. Em 2012 a companhia inaugurou a rota Rio de Janeiro - Dubai, frequência que ainda se estende até Buenos Aires, na Argentina. Com o sucesso desta operação, a oferta será ampliada a partir de outubro. “O Brasil continua sendo um mercado muito importante para a companhia. Quando a empresa lançou o voo para São Paulo em 2007, Nova York era o único destino nas Américas. Hoje, cinco anos mais tarde, voamos para 11 cidades na região, o que mostra o investimento da companhia neste mercado”, disse Ralf Aasmann, diretor geral da empresa para a América do Sul. Veja a entrevista completa.

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Ralf Aasmann

MERCADO & EVENTOS - A Emirates é uma das patrocinadoras da Copa do Mundo de 2014. Quais estratégias serão utilizadas para reforçar a divulgação da marca no Brasil durante o evento? Ralf Aasmann - Ao longo da nossa história, os patrocínios têm desempenhado um papel fundamental na divulgação da marca ao redor do mundo. A Emirates é parceira oficial da FIFA desde 2007. Estamos ansiosos para trazer os fãs de futebol para o Brasil para acompanhar a Copa do Mundo de 2014. Atualmente, a companhia conecta 134 destinos para São Paulo e Rio de Janeiro via hub de Dubai. Como patrocinador, além de ter um espaço exclusivo para convidados, o Skybox, em todos os jogos, torcedores presentes nas partidas realizadas na cidade do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte competirão no Emirates Destination Challenge para testar suas habilidades com a bola. Quem acertar a parede com três destinos populares da companhia – Dubai (Emirados Árabes), Haneda (Japão) ou Delhi (Índia) – concorrerá a milhas Skywards equivalentes a duas passagens em classe executiva para uma dessas cidades. M&E - No último ano, a Emirates acrescentou 15 destinos à sua malha. Quais são os próximos previstos para este ano? Ralf Aasmann - A Emirates tem planos de crescimento. Até o fim deste ano, serão inauguradas frequências para Estocolmo, em setembro, e Clark (Filipinas), em outubro. A

rota Nova York - Milão também será lançada em outubro. Sem dúvida, a empresa trabalha para alcançar o 26 º ano consecutivo de lucro em um exercício e manter o crescimento continuo do grupo é uma conquista que mostra a força da marca. Durante o ano financeiro de 2012-13, o Grupo Emirates investiu coletivamente US$ 3.8 bilhões em novas aeronaves, produtos, serviços e instalações, bem como o Hotel JW Marriott Marquis, recém-inaugurado em Dubai. No exercício de 2012-2013, o Grupo Emirates alcançou US$ 845 milhões de lucro líquido e receita de US$ 18.4 bilhões. A Emirates Airline conseguiu US$ 409 milhões de lucro líquido, uma receita de US$ 17 bilhões e recorde de 39.4 milhões de passageiros transportados. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Ralf Aasmann - Aviação no Brasil está se desenvolvendo e em 2012 tivemos 101 milhões de pessoas utilizando o transporte aéreo. Isso mostra quanto o brasileiro está procurando por esse tipo de transporte. Outro dado importante é o levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que apontou que, dos 20 maiores aeroportos brasileiros, responsáveis por 90% do movimento de passageiros, 12 operam acima de sua capacidade e outros cinco encontram-se próximos do limite. Ou seja, faz-se necessário o investimento em infraestrutura para que a aviação no Brasil se torne cada vez melhor. M&E - Como a Emirates tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Ralf Aasmann - Temos uma relação muito estreita com a concessionária GRU Airport, que administra o aeroporto, eles foram a Dubai a convite da Emirates, conhecer o novo terminal construído exclusivamente para o A380 e estou certo de que no máximo até maio do ano que vem teremos duas posições prontas para o avião em São Paulo, pois estão seguindo um cronograma bem preciso. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Ralf Aasmann - Neste momento que a economia passa por incertezas, não é possível afirmar nada sobre valor das passagens. Pensamos que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos são a grande chance para que o Brasil passe a ter destaque no turismo mundial, desde que o país faça sua parte.


Aviação Aerolíneas Argentinas

Brasil como principal mercado >> O Brasil é o principal emissor de turistas para a Argentina e a companhia aérea que melhor representa isso é a Aerolíneas Argentinas, que conta hoje com 85 frequências semanais entre os dois países. Recentemente, a empresa recebeu novas aeronaves e este aumento da frota beneficiou o mercado brasileiro de forma instantânea, com o início de novas frequências para Belo Horizonte, Brasília e Salvador. Os próximos destinos serão Curitiba e Florianópolis. Veja abaixo a entrevista completa com o gerente comercial da aérea, Fabián Lombardo. MERCADO & EVENTOS – A Aerolíneas Argentinas abriu duas novas frequências para o Brasil: Belo Horizonte e Brasília. Quais são as expectativas destes voos? Por que foram escolhidas estas cidades como novos destinos? Fabián Lombardo – A Aerolíneas realizou um estudo de mercado que identificou que estas cidades têm uma grande densidade populacional com importante poder aquisitivo, e, além disso, um tráfico genuíno com Buenos Aires. Apesar disso, nenhuma companhia operava estas rotas de maneira direta, o que representava definitivamente uma oportunidade para nossa companhia. Com efeito, os resultados estão demonstrando que a decisão foi acertada. Desde o início, em 1º de junho, Belo Horizonte já está operando com uma ocupação em média acima de 75%. Brasília, por sua parte, mostra índices semelhantes desde sua inauguração em 1º de agosto. Nestas rotas, os passageiros chegam a Buenos Aires em aproximadamente apenas 3 horas, contra mais de 6 horas com outras companhias aéreas, e a partir daí pode se conectar para os principais destinos do interior da Argentina (Iguazú, Mendoza, Rosário, Córdoba, Bariloche, Trelew, Ushuaia e El Calafate) e cidades como Montevidéo, Santiago de Chile, Assunção e Sydney de maneira imediata.

M&E - A recente alta do dólar poderia diminuir o fluxo de brasileiros para a Argentina? Já se sentiu esse impacto? Fabián Lombardo - Todo viajante em potencial mostra uma preocupação frente a um tipo de câmbio oscilante e o turismo é uma das indústrias que sofre seu efeito. Nossa maior queda nesse fluxo de clientes foi em 2012, quando o dólar registrou essa primeira subida abrupta. Mas, uma vez que se acomodou e que o mercado aceitou as novas regras, tanto Buenos Aires como o resto da Argentina se perfilam como destinos de alta demanda. Neste momento que as famílias brasileiras preferem fazer mais viagens de menor duração durante o ano, a Argentina é um destino favorito que oferece um turismo diversificado de norte a sul e durante os 365 dias, mostrando-se prioritário no momento de projetar gastos em relação custo/benefícios. M&E - Como a Aerolíneas tem acompanhado o processo de melhora da infraestrutura dos aeroportos do Brasil, com concessões às empresas privadas e as distintas reformas? Fabián Lombardo - Conhecemos e compartilhamos o compromisso que o Brasil está assumindo em matéria de infraestrutura aeroportuária e que deverá ser cumpridos nos próximos anos. Claro que os tempos nos pressionam, mas já estamos percebendo as melhorias que foram introduzidas para acelerar o fluxo de passageiros nas áreas de check-in, de embarque e nas áreas estéreis junto à reorganização do sistema e controle de entrega de bagagem. Somos totalmente compreensivos em relação aos critérios de designação de pátios e slots em cada aeroporto.

Fabián Lombardo

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M&E - O Brasil é hoje o principal mercado exterior da Aerolíneas Argentinas? Estão previstas ações específicas para este mercado? Fabián Lombardo - Sim, claro, a diversidade e quantidade de rotas, as mais de 85 frequências semanais e a quantidade de passageiros transportados entre ambos os países demonstram isso. O Brasil é considerado um mercado estratégico e por isso está sempre no foco de nossa análise e planejamento comercial.

M&E - Podemos falar sobre a operação de voos da companhia no Brasil, como a ocupação, etc? Houve um crescimento no número de brasileiros transportados para Argentina no primeiro semestre? Fabián Lombardo - No primeiro semestre do ano, a demanda acompanhou o aumento de oferta. A quantidade de passageiros transportados pela Aerolínas Argentinas entre ambos os países cresceu 15%, por volta de 45 mil passageiros adicionais. A ocupação média de nossos voos foi superior a 70%.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

M&E - Há algum outro destino no Brasil que possa receber voos da Aerolíneas neste ano? Fabián Lombardo - Estamos operando semanalmente para Salvador (BA) e em dezembro começaremos nossas operações diárias para Florianópolis. E como novo destino, se inaugurará um voo diário em equipamento Embraer 190 para Curitiba a partir de 1º de março de 2014.

As perspectivas indicam que continuaremos empreendendo ações para consolidar nossa posição no mercado brasileiro.


Aviação Copa Airlines

Companhia quer consolidar destinos já atendidos no Brasil

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Emerson Sanglard

>> A Copa Airlines voa para sete capitais brasileiras e é considerada pelos agentes de viagens uma boa opção para Caribe e Estados Unidos, com conexões na Cidade do Panamá. Recentemente, a companhia anunciou a redução da comissão para as agências brasileiras de 6% para 3%. Em 2014 ela será fixada em 1%. Segundo o comunicado enviado ao trade, a ação visa adequar os parâmetros utilizados no país aos aplicados pela empresa nos demais mercados. O gerente regional de Marketing da companhia para a América do Sul, Emerson Sanglard, ressaltou o bom desempenho da Copa no Brasil, mercado em que a empresa atua há 13 anos. Atualmente São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre e Recife recebem voos da companhia, mas Sanglard não descarta a ampliação das operações no país. “Estamos sempre atentos a possibilidades de ampliação e de expansão geográfica no Brasil, mas este é o momento de consolidar nossa presença de mercado nas sete regiões onde mantemos operações”, disse. MERCADO & EVENTOS - É possível falar sobre o desempenho dos voos da companhia no Brasil, como ocupação? Há estudos para novas frequências no país? Emerson Sanglard - Os níveis de ocupação estão satisfatórios e atendem plenamente às metas traçadas pela companhia. A não divulgação desses números, porém, obedece a uma política internacional da companhia aérea, em respeito a seus investidores e por se tratar de uma empresa com ações listadas na Bolsa de Nova York. Quanto a novas frequências, estamos sempre atentos a possibilidades de ampliação e de expansão geográfica no Brasil, mas este é o momento de consolidar nossa presença de mercado nas sete regiões onde mantemos operações – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre e Recife. M&E - Recentemente a Copa deu início a uma frequência para Boston. Qual é a expectativa para este voo em relação ao mercado brasileiro? Emerson Sanglard - Boston é uma das cidades de maior potencial econômico dos Estados Unidos e concentra uma importante zona industrial em áreas como construção, robótica, biotecnologia, têxtil e eletrônica.

Acreditamos que essa nova frequência será uma atração natural para o público executivo, mas também para o estudantil, em função da presença de renomadas instituições como o Massachusetts Institute of Technology. O fato de se abrir uma nova rota para o passageiro brasileiro também serve de estímulo para o Turismo de lazer, mesmo com um cenário um pouco adverso. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Emerson Sanglard - Já contabilizamos com sucesso 13 anos de operações no Brasil, período em que acompanhamos um aumento exponencial na demanda por viagens domésticas e internacionais. Este cenário, naturalmente, impõe desafios crescentes no que se refere à oferta de frota e ao atendimento das companhias aéreas, além de exigir investimentos permanentes em modernização dos aeroportos. Acompanhar essa demanda leva a alguns entraves naturais, mas acreditamos no desenvolvimento do setor no Brasil. M&E - Como a Copa tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Emerson Sanglard - Não temos influência direta nessa questão, mas a Copa Airlines acompanha esse processo com extrema atenção, de modo a sempre adequar seus serviços, rotas e horários para oferecer ao passageiros as melhores opções de viagens pelas Américas. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Emerson Sanglard - Esses megaeventos esportivos representarão uma elevação substancial na demanda de viajantes e boas oportunidades para a Copa Airlines. Países inseridos na nossa rota, como Estados Unidos, México, Costa Rica, Colômbia e Equador, apresentam boas perspectivas de classificação para a Copa do Mundo, e o próprio Panamá está na disputa por uma vaga. Além disso, as sete cidades onde atuamos são sedes da competição. Quanto às tarifas, o simples fato de a reta final coincidir com a temporada de férias tende a elevar os valores. Os Jogos Olímpicos também serão promissores, apesar de as competições estarem concentradas em um só destino da Copa Airlines. O que podemos assegurar é que vislumbramos esses eventos como oportunidades únicas para demonstrar a estrutura da Copa Airlines no país e os serviços especialmente preparados para atender o viajante, que dá ênfase a rapidez, praticidade e atendimento.


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Aviação Air Europa

Após se consolidar no Nordeste, companhia voará para São Paulo

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>> A Air Europa começou a voar para o Brasil a partir do Nordeste, com voos ligando Madri a Salvador. Atualmente são três operações diárias, todas com alta ocupação, de acordo com o gerente geral da empresa no Brasil, Luis Antonio Sobrinho. Após a consolidação desta rota, a companhia anuncia que dará início a uma nova frequência no Brasil: Guarulhos-Madri, cinco vezes por semana. A partir da capital espanhola será possível fazer conexões para diversos destinos da Europa. Assim como a operação a partir da capital baiana, o equipamento utilizado será o Airbus A330-200, com 24 assentos na classe executiva e 275 na econômica. Os voos começam no dia 17 de dezembro. Veja abaixo a entrevista completa com o executivo: MERCADO & EVENTOS - É possível falar sobre o desempenho dos voos da companhia no Brasil? Há estudos para novas frequências no país? Luis Antonio Sobrinho Luis Antonio Sobrinho - Sim, hoje operamos desde Salvador com três frequências semanais a Madri e conexões. Operamos em média com 70% a 85% de ocupação. Estamos trabalhando em parceria com empresas aéreas nacionais, acordos que nos permitem captar clientes de outros estados, utilizando o Aeroporto de Salvador como conexão para desfrutarem de nosso produto a Europa. Nosso equipamento desde Salvador a Madri na Espanha é o Airbus 330-200, com 24 assentos na classe executiva e 275 assentos na classe econômica. Nas demais cidades além Madrid, utilizamos nossos Boeings 737-800 com 12 assentos na classe executiva e 168 na classe econômica, e o Embraer 195 com 12 assentos na classe executiva por 275 na classe econômica. Hoje voamos nas principais cidades da Europa como: Barcelona, Lisboa, Roma, Milão, Paris, Londres, Bruxelas e Amsterdã. A partir de março 2014, iniciamos voos via Madri às cidades de Frankfurt e Munique. Quanto a frequência, estaremos iniciando nossa quarta frequência desde Salvador a partir do dia treze de novembro próximo. Somos um membro ativo da Aliança Skyteam e nosso Programa de Fidelidade é o Flying Blue.

M&E - Há alguma outra cidade no Brasil com potencial para receber novos voos da Air Europa? Luis Antonio Sobrinho - Sim, a cidade escolhida foi São Paulo. Nossa operação em Guarulhos começará a partir de dezembro, com cinco frequências semanais a Madri (non stop) e conexões na Espanha e Europa. Nossa operação será com o Airbus 330-200, com 24 assentos na classe executiva e 275 assentos na classe econômica. Pousaremos no Aeroporto Internacional de Guarulhos as 23:15 hrs (Horário de Verão) e nossa decolagem será as 01:15 hrs. Nosso terminal de operação será o TPII. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde acredita que estão os principais entraves? Luis Antonio Sobrinho - Acredito que estamos num caminho de retomada do crescimento no setor, com fortalecimento da malha regional e empresas alcançando a posição de players no mercado. O gargalo ainda é estrutural. Nossos aeroportos nos mostram o quanto estamos aquém de grandes centros da aviação como Europa e Estados Unidos, dentre outros. Não só na questão estrutural e operacional, como também em vias de acesso e transportes. M&E - Como a Air Europa tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Luis Antonio Sobrinho - Com otimismo, pois deu-se início ao desenvolvimento que possibilitou o inicio de nossa operação no Aeroporto Internacional de São Paulo, e também pelo aumento da capacidade de circulação de clientes que estarão utilizando nosso transporte para suas viagens. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Luis Antonio Sobrinho - Acredito que num momento de tamanha importância para o Brasil no cenário mundial, com o aumento da movimentação de pessoas de uma cidade a outra, que só eventos como estes são capazes de fomentar. É importante que o legado desta prestação de serviço seja continuo pela parceria do prestador e consumidor, e a mutua confiança adquirida neste ínterim.


Aviação US Airways

Expansão das operações no Brasil >> Este foi um ano de expansão para a US Airways no Brasil. A companhia, que já mantinha uma frequência entre o Rio de Janeiro e Charlote, passou a operar um voo diário para o destino a partir de São Paulo. Além disso, a empresa solicitou autorização para uma operação entre Guarulhos e Filadélfia, que ainda não foi autorizada. Quando o voo de São Paulo foi iniciado, a expectativa era uma ocupação média de 90%. “Em breve completaremos três meses de operação e percebemos uma forte demanda na rota de Charlotte para São Paulo. Tem sido uma surpresa positiva este novo voo. Além disso, sabemos que o mercado de São Paulo tem um enorme potencial para os passageiros de negócios e de lazer”, disse o gerente de vendas da companhia para o Brasil, Rogério Schaffer. No mundo a companhia também apresenta uma boa performance, no segundo trimestre deste ano, ela obteve um lucro líquido de US$ 409 milhões. Outro fato importante é a fusão com a American Airlines, que deve ser concluída ainda neste trimestre. Por outro lado, o executivo criticou os problemas de infraestrutura no país. “Fomos diretamente afetados com os entraves de infraestrutura nos aeroportos brasileiros. Levamos mais de quatro anos para começar a operação em São Paulo”, contou. “Entretanto nós estamos muito felizes em agora servir dois destinos no Brasil”, complementou. Veja a entrevista completa:

M&E - Em junho a companhia começou a voar para São Paulo. Como foi este início de operações e qual é a expectativa para este voo? Rogério Schaffer - Em breve completaremos três meses de operação e percebemos uma forte demanda na rota de Charlotte para São Paulo. Tem sido uma surpresa positiva este novo voo. Além disso, sabemos que o mercado de São Paulo tem um enorme potencial para os passageiros

M&E - Já há previsão de aumentar o número de frequências ou a capacidade dos voos da companhia para o Brasil? Há algum outro destino no país que interesse à companhia? Rogério Schaffer - Não agora. Nossa fusão com a American Airlines, que já serve vários destinos no Brasil, deverá ser concluída durante o terceiro trimestre deste ano, dependemos apenas de aprovação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e nossa prioridade será a integração e sinergia das duas empresas. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Rogério Schaffer - O mercado de aviação cresce ano após ano e permanecerá assim durante os próximos anos. Isto reflete o atual cenário econômico do Brasil e as oportunidades para as classes D e C. Infraestrutura e regulamentação são os dois principais desafios no no desenvolvimento da aviação no Brasil. M&E - Como a US Airways tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Rogério Schaffer - A US Airways é uma das muitas companhias aéreas que foi diretamente afetada com os entraves de infraestrutura nos aeroportos brasileiros. Levamos mais de quatro anos para começar a operação em São Paulo, já que o aeroporto não tinha slots e estacionamento para aeronaves que nos permitisse um operação adequada. Entretanto nós estamos muito felizes em agora servir dois destinos no Brasil. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Rogério Schaffer - Isto ocorre em todo o mundo, e no Brasil não será diferente. Estamos preparados para o que os eventos como estes.

Rogério Schaffer

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

MERCADO & EVENTOS - É possível falar sobre o desempenho dos voos da companhia no Brasil? Há estudos para novas frequências no país? Rogério Schaffer - Nós acabamos de anunciar os resultados para o segundo trimestre 2013 e o nosso lucro líquido foi recorde, 409 milhões dólares - o maior para o período da história da empresa. A US Airways obteve lucro pelo segundo ano consecutivo, e pelo que parece 2013 pode ser o melhor ano da nossa história. Quanto a novas frequências para o Brasil, recentemente aplicamos a rota Guarulhos Filadélfia que, infelizmente, não foi aprovada, por isso neste momento estamos focados em nossos voos diários de Charlotte para Rio de Janeiro e São Paulo.

de negócios e de lazer.

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Aviação Singapore

Otimismo com o mercado brasileiro >> A Singapore Airlines voa para o Brasil desde 2011 e está muito satisfeita com o desempenho da companhia no país. Segundo o gerente de vendas da empresa no país, Tuck Wah Tang, durante o último ano a taxa média de ocupação dos voos que operam três vezes por semana está em torno de 90%. Por este motivo, ele vê um grande potencial no mercado aéreo brasileiro. No entanto, ressalta que o número de voos não deve ser ampliado em um curto prazo. Veja a entrevista completa:

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Tuck Wah Tang

MERCADO & EVENTOS - A Singapore começou a voar para o Brasil em março de 2011. Que balanço o senhor faz desses dois anos de operações? Tuck Wah Tang - O Brasil é o nosso primeiro destino na América do Sul, onde temos um compromisso de longo prazo. O desempenho da Singapore Airlines no país está dentro das expectativas da empresa, com dois anos de muito sucesso. Durante o ano, a taxa media de ocupação dos voos que operam três vezes por semana está em torno de 90%. É importante comentar que mesmo nos dias em que não operamos para São Paulo, a Singapore Airlines tem parceiros na aviação que permitem uma ampla gama de opções de destino para o viajante. M&E - Há estudos para novas frequências no país? Tuck Wah Tang - Vemos grande potencial no Brasil, com o crescimento econômico do país, aumento do poder aquisitivo da população e o aumento do interesse por novas experiências de viagem. A partir de nossa operação no país, houve uma intensificação das relações comerciais entre Singapura e o Brasil, que representa o quarto país que mais recebe importações de Singapura na América Latina. Houve uma alta de 5,6% do valor das exportações de 2011 para 2012. A exportação para Singapura em 2012 representou 12% das exportações totais do Brasil, de acordo com dados da MDIC. Além disso, os brasileiros se mostraram muito receptivos a nossa característica hospitalidade asiática e estamos bastante otimistas em relação ao futuro da rota. O mercado de viagens para o exterior teve um crescimento de 17% no ano anterior e com a Singapore Airlines vimos um crescimento de 45% na movimentação para Singapura do Brasil. A Singapore Airlines é uma empresa dinâmica, estamos sempre es-

tudando a possibilidade de aumentar a frequência, mas neste momento estamos focando em aperfeiçoar o nosso serviço disponível, com novas gerações de cabines, sistema de entretenimento etc. Para oferecer mais destinos aos viajantes, trabalhamos de forma bastante próxima com os nossos parceiros da Star Alliance. M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Tuck Wah Tang - Os brasileiros estão cada vez mais explorando novos destinos turísticos,e a Singapore Airlines oferece uma maneira fácil, rápida e extremamente confortável de transporte entre o Oriente e o Ocidente. O interesse do brasileiro por novas culturas e a situação econômica favorável do País são alguns fatores que contribuem para o bom desempenho da Singapore Airlines no mercado nacional. Nesse contexto promissor, há dois setores em crescimento. Um deles é a aviação: Números recentes da Infraero mostram que, em 2012, o número de desembarques internacionais atingiu a marca de mais de 8,5 milhões (uma variação positiva de 2,75% em comparação com 2011) e os desembarques nacionais somaram o total de 77,9 milhões em 2012 frente aos 72 milhões de desembarque nacionais em 2011. M&E - Como a Singapore tem acompanhado o processo de melhoria da infraestrutura dos aeroportos no Brasil, com concessões à iniciativa privada e as diversas reformas? Tuck Wah Tang - A Star Alliance, da qual a Singapore Airlines é membro, tem uma comissão de trabalho para trabalhar com o Terminal 3 Desenvolvimento de Aeroporto (novo terminal) de Guarulhos para trocar informações e proporcionar a transferência de conhecimento para garantir que o novo terminal será capaz de atender as necessidade de todos os clientes. Estamos acompanhando o desenvolvimento do sistema aeroportuário no Brasil e estamos confiantes que a modernização da infraestrutura no País favorecerá as companhias aéreas como um todo, principalmente para atender uma forte demanda de passageiros por conta dos grandes eventos internacionais, como Copa do Mundo e Olimpíadas. M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Tuck Wah Tang - O preço de aviação é sempre um exercício dinâmico e, portanto, praticamente impossível de prever. Estamos confiantes que teremos um escopo grande de preços disponíveis para passageiros que queiram participar desses grandes eventos.


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Aviação Etihad

Companhia comemora sucesso de operação no país >> A Etihad Airways começou a voar para o Brasil neste ano. Mais precisamente no dia 1º de junho, com três operações por semana a partir do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Desde o início de agosto a frequência passou a ser diária e mesmo sem divulgar resultados e ocupação, a empresa classifica a sua primeira operação na América do Sul como “um sucesso”. Veja abaixo a entrevitsta completa com o diretor geral da Etihad no país, Juan Torres.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Juan Torres

serviços sem paralelo, que acreditamos que cumpre e supera as expectativas dos nossos viajantes. Nossos parceiros do trade do Brasil apreciam e reconhecem os benefícios que temos para os passageiros de negócios e de lazer viajar. Estamos empenhados em divulgar a marca Etihad Airways para os nossos parceiros do trade através da publicidade e parcerias com empresas líderes com o objetivo de promover viagens e turismo entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos e mais longe para os principais destinos em toda a nossa rede global.

MERCADO & EVENTOS - Como você avalia este início de operações da Etihad no Brasil? As vendas e ocupação estão dentro do esperado? Juan Torres - O voo de São Paulo tem sido um sucesso com a forte demanda de passageiros de negócios e de lazer, que continua a crescer. A frequência está atraindo passageiros em ambos os sentidos entre Abu Dhabi e São Paulo, e as ligações de ida para destinos na nossa rede global. Há muita demanda também pelas conexões que oferecemos através do nosso hub em Abu Dhabi para destinos no Golfo Pérsico, Norte da África e do Levante, bem como, mais a leste na China e no Japão e em toda a Ásia.

M&E - Como o senhor vê o desenvolvimento da aviação no Brasil? Onde você acredita que estão os principais entraves? Juan Torres - O Brasil é o maior país da América do Sul e que possui a economia mais forte na região. Nossa decisão de iniciar os serviços a São Paulo foi impulsionada pelo rápido crescimento econômico que o país está experimentando, que aumentou a demanda por viagens aéreas. São Paulo foi escolhido como primeiro ponto de entrada para a América do Sul porque é um dos principais centros de negócios e comércio. É também uma porta de entrada principal para o resto do continente. O Aeroporto Internacional de Guarulhos é um dos mais movimentados do mundo, mas atualmente está expandindo sua capacidade total. Esta capacidade adicional permitiu Etihad Airways a operar seu voo diário desde 1º de Agosto de 2013. Reconhecemos e respeitamos o foco estratégico do governo sobre aviação e vamos continuar trabalhando juntos como eles para atender às novas necessidades do mercado.

M&E - Como está sendo a receptividade do trade brasileiro com a chegada da Etihad e quais são as estratégias da companhia para se aproximar dos agentes de viagens e divulgar o produto? Juan Torres - Nosso voo para São Paulo tem sido muito bem recebido por todos os segmentos do mercado brasileiro e, especialmente, a indústria de viagens e comércio. Nós oferecemos um produto único, uma extensa rede de conexões e

M&E - O senhor acredita que durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos as tarifas devem ter uma alta no Brasil? Juan Torres - Os preços são guiados pelo princípio da oferta e demanda. E a demanda deve ser grande para o Brasil durante esses importantes eventos esportivos, por isso as tarifas podem mudar. Recomendamos reserva antecipada para obter o melhor negócio.

Bons resultados A Etihad Airways obteve o segundo melhor resultado de sua história no segundo trimestre de 2013. A companhia cresceu 8% em receita de passageiros, gerando US$ 921 milhões, um aumento de 13% em relação ao primeiro trimestre. A receita gerada por codeshare e pela participação em companhias aéreas parceiras foi de US$ 184 milhões, resultado 25% maior do que o mesmo período de 2012. A receita de parcerias foi responsável por 20% da receita total de passageiros da companhia aérea no 1º semestre e 2º trimestre de 2013. “Apesar do clima de dificuldade no comércio global, ainda conseguimos obter um crescimen-

to recorde de dois dígitos no 2º trimestre e no primeiro semestre de 2013”, comemorou o presidente e CEO da empresa, James Hogan, que afirmou ainda que as metas de resultados foram alcançadas. Neste ano a Etihad também foi às compras. Em junho a companhia anunciou planos para adquirir 49% da JatAirways, que será rebatizada de Air Serbia. A Etihad e o governo da Sérvia injetarão US$ 40 milhões e aportarão outros fundos de até US$ 60 milhões cada. A operação ainda está sujeita a aprovação regulatória. Em abril foi concretizada a compra de 24% da Jet Airways e o valor da negociação foi de US$ 380 milhões.


Aviação Delta

Brasil é mercado estratégico para Delta crescer na América Latina >> Segundo Luiz Henrique Teixeira, diretor de vendas da Delta, o Brasil é um mercado estratégico para os planos de crescimento da companhia na América Latina; e os investimentos no mercado brasileiro estão entre as principais iniciativas globais da Delta. “O Brasil é tão importante para a estratégia de crescimento da Delta na região que no início do ano a sede comercial para a América Latina foi transferida de Atlanta para São Paulo, ocasião da mudança do nosso vice-presidente Nicolas Ferri para São Paulo”, disse. A Delta opera 35 voos diretos entre o Brasil e os Estados Unidos incluindo Atlanta, Detroit, New York- JFK para São Paulo, assim como de Atlanta para o Rio de Janeiro e Brasília. “Com a nossa parceira Gol Linhas Aéreas Inteligentes, nós oferecemos para os nossos consumidores mais de 380 destinos em mais de 65 países, atendendo 99 %da demanda entre os passageiros do Brasil e Estados Unidos entre os dois países”, comentou. Recentemente, a companhia recebeu autorização para nova frequência entre São Paulo e Atlanta. De acordo com o diretor, esta nova rota será iniciada até dezembro de 2013. São Paulo também é a sede da primeira Linha Técnica de Manutenção Operacional (TechOps) da Delta Air Lines instalada na América Latina. O espaço está instalado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e foi inaugurado no dia 10 de julho. Serão contratados 26 funcionários técnicos, supervisores, prestadores de serviços e um gerente para o empreendimento. MERCADO & EVENTOS – Dentre as rotas operadas no Brasil, quais as mais movimentadas e consideradas as mais importantes para a Delta? Luiz Henrique Teixeira – Temos um voo de Atlanta para Brasília e para o Rio de Janeiro, e três para Atlanta, Detroit, Nova York-JFK para São Paulo. De acordo com os dados de julho, 15% da capacidade da Delta no Brasil vem dos EUA e Brasília, 22% dos EUA e Rio de Janeiro e 63% entre EUA e São Paulo. M&E – Além de Atlanta, há novos voos previstos no país? Caso sim, em destinos já operados pela

companhia ou abertura de novos mercados? Luiz Henrique Teixeira – A Delta conseguiu uma permissão pelo Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) para aumentar seus serviços para o Brasil com uma frequência diária entre Atlanta e São Paulo. Nós também teremos uma nova frequência entre Detroit e São Paulo disponível no dia 1º de outubro de 2014 e permitirá que a Delta continue seus serviços diretos entre esses destinos. M&E – Com os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, a demanda aérea aumentará no Brasil. Como ficarão os voos nesse período de eventos? Luiz Henrique Teixeira – Não estamos planejando mudanças nos voos da Delta porque não estamos esperando um grande volumes de passageiros concentrados em um único dia. Haverá um distribuição de passageiros voando antes e durante a Copa do Mundo. Também não acredito que haverá mudanças de horários de voos, com necessidade de malha especial ou remanejamentos de voos.

Luiz Henrique Teixeira

M&E – As tarifas aéreas nos megaeventos terão algum tipo de reajuste? Luiz Henrique Teixeira – O principal objetivo da Delta é fornecer os melhores serviços e promover a melhor experiência para o consumidor tanto na alta temporada quando na baixa temporada, já que queremos ser a melhor companhia aérea americana para a América Latina. Nossos preços não são reajustados de acordo com eventos de grande porte.

Em julho de 2013, a Delta anunciou os resultados financeiros para o segundo trimestre do ano. Os principais destaques incluem o lucro líquido de US$ 844 milhões, referente ao trimestre encerrado em junho. Este resultado é recorde para o segundo trimestre. Os resultados incluem US$ 118 milhões de participação nos lucros que foram oferecidos pela Delta aos seus funcionários, por sua contribuição para que a empresa alcançasse suas metas financeiras. Além

disso, a empresa anunciou implantação de um plano de equilíbrio de capital voltado para a injeção de até US$ 5 bilhões para os acionistas, até 2017, através da redução da dívida e do retorno de mais de US$ 1 bilhão para os acionistas, ao longo dos próximos três anos, por meio de US$ 200 milhões oferecidos em dividendos anuais e de um programa de recompra de ações no valor de US$ 500 milhões. A receita operacional da Delta caiu US$ 25 milhões, no compa-

rativo com o segundo trimestre de 2012. O tráfego e sua capacidade cresceram na casa dos 0,5% e 0,8%, respectivamente. A receita de passageiros aumentou 0,7% no comparativo com o mesmo período do ano anterior. A receita de cargas diminuiu 11,4%, resultado na diminuição do rendimento relacionada à queda no frete. Outras receitas tiveram redução de 5,6% como resultado da diminuição nas receitas de manutenção por terceiros.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Resultados do segundo trimestre 2013

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Aviação Air China

Brasil ainda precisa investir mais em infraestrutura

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Calvin Tang

>> De acordo com Calvin Tang, gerente geral da Air China, fatores como alta densidade e situação econômica da China faz com que muitos chineses visitem as principais atrações turísticas e metrópoles do mundo, seja para turismo ou negócios. Para ele, com o advento dos grandes eventos que o Brasil receberá, muitos chineses visitarão o país. Com isso, a demanda por voos aumentará entre os países. “Certamente eventos esportivos chamam a atenção de todo o mundo e a China não poderia ficar fora disso. Apesar de o futebol não está entre os esportes favoritos, muitas histórias positivas sobre o Brasil são divulgados na imprensa local. Isso trará não só chineses, mas outros cidadãos asiáticos para visitar o Brasil”, comentou. Ele também acredita que os megaeventos trarão força e mais investimentos para o país. “O foco será voltado para o Brasil e a curiosidade dos cidadãos chineses para conhecer as belezas do Brasil deve crescer mais e mais”, disse. Segundo ele, a Air China espera trazer um bom número de fãs da Ásia e da Europa em seus voos, uma vez que os voos saem de Pequim, fazendo uma parada em Madrid e, em seguida, continuam até São Paulo. Embora os chineses estejam ansiosos por conhecerem o Brasil, Tang avisa que ainda é preciso melhor em alguns quesitos para o bom atendimento aos turistas. “A Air China acredita que o Brasil vai fazer um trabalho muito bom. O povo brasileiro sabe acolher muito bem. Todos os estrangeiros que visitam o Brasil levam de volta para casa boas lembranças. Mas no meu ponto de vista, o Brasil ainda precisa investir mais em infraestrutura; não deixando de lado as questões prioritárias básicas, como educação e saúde”, declarou. Ele ainda citou melhor sinalização e informação nos aeroportos e a fluência em outros idiomas como inglês e espanhol.

“No meu ponto de vista, o Brasil ainda precisa investir mais em infraestrutura; não deixando de lado as questões prioritárias básicas, como educação e saúde”

MERCADO & EVENTOS – A empresa tem dois voos de Pequim para São Paulo. Como é a demanda e a ocupação desses voos? Espera-se aumentar o número de voos entre destinos? Ou operar novos voos para outros destinos no Brasil? Calvin Tang – Hoje temos de ocupação média de 80% em praticamente todos os nossos voos. Apesar de ter apenas dois voos por semana de São Paulo para Pequim (via Madrid) para os outros dias temos acordos de code-share com Tam e Lufthansa, que levam passageiros até a Europa e, em seguida, conectar com voo da Air China até a Ásia. Para outras cidades do Brasil temos uma boa rede de voos code-share com a companhia aérea Tam, que pode trazer nossos passageiros para outros destinos brasileiros. M&E – Qual é a importância do Brasil para os negócios da empresa? Este é um mercado representativo? Calvin Tang – O Brasil é o primeiro destino a ter operadora pela Air China na América do Sul. Isso devido as boas relações entre os dois países. A economia brasileira é outro fator importante, com grandes dimensões e oportunidades de negócios. Hoje em dia encontramos um grande número de empresas chinesas com filiais no Brasil, bem como escritórios de grandes empresas brasileiras na China e espalhados pela Ásia. Isto contribui para o desenvolvimento. O Brasil também é a primeira entrada para os cidadãos chineses para explorar todos os fascinantes países sul-americanos. A Air China quer facilitar esse fluxo de todas as maneiras. M&E – Como o Brasil se posiciona dentro da companhia? Quais os planos da aérea para o país? Calvin Tang – Air China é muito focada em promover a nossa classe empresarial de prestígio. Anteriormente, estamos habituados a ter 36 lugares e agora mudamos para 28 assentos, trazendo mais conforto aos passageiros. O banco se transforma em uma cama de 180°. Com a abundância de entretenimento e instalações para agradar os passageiros de negócios e de lazer. Também é preciso mencionar o excelente serviço de bordo, com pratos asiáticos e ocidentais, incluindo a premiada carta de vinhos franceses e famosos chás chineses. Você pode imaginar Air China oferecer aos seus hóspedes “Moqueca de Peixe”? Quem poderia imaginar isso? Depois de chegar em Pequim e outras cinco cidades, o passageiro ainda vai se surpreender com a nossa transferência BMW no trajeto até o seu destino. Esperamos ter mais e mais passageiros brasileiros voando com a Air China. Queremos colaborar cada vez mais para a aproximação dos dois países.


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Aviação Alitalia

Brasil no foco da nova estratégia da Alitalia

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Antonio Sgro

>> A Alitalia anunciou recentemente um novo plano estratégico para o período 2013/2016 e a nova missão da companhia. Com isto, o grupo pretende responder às mudanças no mercado de aviação, que nos últimos anos, tem notado uma redução acentuada em sua demanda do mercado doméstico, contra o crescimento no mercado internacional, com destaque para América do Sul e do Norte, Oriente Médio e Leste da Europa. Entre as rotas internacionais que receberão reforço, destaque para Brasil e Estados Unidos. O plano prevê um aumento na receita das atividades em outros continentes, que atualmente garantem 50% da receita total do grupo, o que permite que a mesma seja uma das principais responsáveis pela contribuição à balança de pagamentos na Itália. A nova estratégia foca nos três principais negócios do grupo: Alitalia, Air One e Alitalia Loyalty. São quatro estratégias principais, cujo objetivo é recuperar a produtividade da companhia. Para sustentar o desenvolvimento das redes intercontinentais, seis novas aeronaves devem ser introduzidas até 2016. Novas rotas serão introduzidas na América do Norte e do Sul, em especial nos Estados Unidos e Brasil, além do Japão e da península árabe, com objetivo de fortalecer a presença da companhia. Outros mercados também terão novas rotas até o ano que vem: Seul, Santiago do Chile, São Francisco e Joanesburgo, a partir de Roma. Shanghai, Abu Dhabi e Osaka, a partir de Milão (Malpensa); Tóquio, a partir de Veneza. A Alitalia ainda expandirá sua presença em países onde já opera, com reforço das parcerias comerciais, além de aumentar seu market share em países com forte presença de comunidades italianas. MERCADO & EVENTOS – Dentro do novo plano da companhia, qual a estratégia para o Brasil? Quais ações serão feitas para esse mercado? Antonio Sgro – Em breve anunciaremos as intervenções previstas no plano e que, certamente, o Brasil entrará como prioridade nas estratégias da companhia. M&E – Dentre as rotas operadas no Brasil, quais as mais movimentadas e consideradas as mais impor-

tantes para a Alitalia? Antonio Sgro – Destaco o voo de São Paulo – Roma – São Paulo, além do importante desenvolvimento e crescimento da rota Rio de Janeiro – Roma – Rio de Janeiro. M&E – Há previsão de novos voos no país? Caso sim, em destinos já operados pela companhia ou abertura de novos mercados? Antonio Sgro – Estamos analisando atentamente a situação e brevemente revelaremos os planos para o país. Certamente o Brasil e a América Latina em geral, são opções valiosas para o desenvolvimento do produto Alitalia. M&E – No resultado da companhia, como o Brasil se posiciona? Antonio Sgro – O mercado Brasileiro é o terceiro do mercado no exterior, depois dos Estados Unidos e Japão. M&E – Quais os resultados do primeiro semestre do ano? Em comparação ao mesmo período do ano anterior? Antonio Sgro – Infelizmente não podemos antecipar os resultados da companhia, os mesmos serão comunicados oficialmente em breve, mas todos os nossos esforços estão voltados para melhorar o resultado financeiro em relação ao mesmo período de 2012, e o forte crescimento registrado no Brasil no primeiro semestre confirma esta tendência. M&E – Qual a expectativa da companhia até o final do ano? Antonio Sgro – O objetivo da Alitalia é o de melhorar os resultados feitos em 2012, continuando os investimentos na excelência dos produtos e serviços oferecidos pela companhia. M&E – Com os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, a demanda aérea aumentará no Brasil. Como ficarão os voos nesse período de eventos? Antonio Sgro – A Alitalia está acompanhando os acontecimentos e a evolução do mercado e certamente acompanhará a demanda com eventual variação de capacidade. consideraremos todas as possibilidades operativas de acordo com a nossa previsão de tráfico. M&E – As tarifas aéreas nos megaeventos terão algum tipo de reajuste? Antonio Sgro – As tarifas geralmente acompanham a curva da demanda e do comportamento dos concorrentes diretos e, neste caso, seguiremos esta política.


Aviação American Airlines

Aérea completa 23 anos de operações ininterruptas no Brasil >> Neste ano, a American Airlines completou 23 anos operando no Brasil, sem interrupções. Para Dilson Verçosa, diretor da American Airlines no país, é um grande reconhecimento trabalhar na empresa desde o início e ver seu crescimento. “Estou na empresa desde o primeiro dia e começamos com um voo diário São Paulo – Rio de Janeiro – Miami. É fantástico ver, 23 anos depois, a empresa hoje com 480 funcionários no país, operando nove cidades até novembro”, disse. Veja abaixo entrevista do diretor, que fala mais sobre a companhia e ainda sobre os megaeventos que o país sediará em 2014 e 2016. MERCADO & EVENTOS – Quais as novidades da companhia? As novas frequências para Dallas foram autorizadas? Dilson Verçosa – Já. Na verdade nós aumentamos as frequências de Dallas para o Rio de Janeiro de três para cinco voos por semanas, e incluímos uma segunda frequência para São Paulo, totalizando cinco voos por semana. Então aumentamos mais sete voos semanais de Dallas para o Brasil. A partir de 1° de agosto, a rota de Dallas para São Paulo passa a ser operada com o Boeing 777-300, o avião mais novo da frota, maior na classe econômica e mais assentos na executiva. No final do ano, no Rio de Janeiro, esta mesma frequência passa a ser diária no período de alta temporada de dezembro até o final de fevereiro.

M&E – Falando em aeroportos, se a American colocar um equipamento maior, teremos condições de recebê-lo? Dilson Verçosa – Em algumas cidades, não. Esperamos que em Guarulhos, principalmente depois da privatização. Eles estão com um plano bastante agressivo para os próximos anos, que não só vai atender a demanda da Copa de 2014 como também o aumento da demanda que vem acontecido no Brasil. Estive em Belo Horizonte e Brasília e vi bastante coisa acontecendo. M&E – Acredita que possa existir uma ação emergencial durante a Copa? Dilson Verçosa – Acho que sim, como já aconteceu em outros países. Não é novidade nenhuma. Além do tráfego normal, se tem um grande número de aviões executivos que são utilizados pelos patrocinadores e organizadores do evento. É provável que estes voos sejam deslocados para aeroportos menores.

Dilson Verçosa

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M&E – Quanto o Brasil representa dentro dos resultados da American e quais os números obtidos no primeiro semestre? Dilson Verçosa – O que posso comentar é que a participação do Brasil é muito importante pelo número de aviões que temos aqui. O Brasil hoje é uma das maiores receitas da empresa, é a segunda força internacional de receita. Continuamos crescendo independente de vários acontecimentos do primeiro semestre que tiveram no país, como o aumento do dólar. Tivemos ofertas de mais

M&E – O Brasil vai ser sede de megaeventos em 2014 e 2016. Como acredita que ficará a situação dos voos e dos aeroportos nestes períodos? Existirá alguma ação especial? Dilson Verçosa – Já temos uma malha bem grande no Brasil. Vamos entrar em novembro com Porto Alegre e Curitiba para Miami e São Paulo para Los Angeles. Já operamos em outras sete cidades brasileiras, com voos diretos e diários de Manaus, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo e cinco vezes por semana de Salvados para Miami. É uma malha bem extensa e, além disso, durante as férias também aproveitamos e colocamos frequências nacionais pelo acordo bilateral. Em relação à Copa, acho que só vamos começar a nos posicionar quando os grupos forem definidos, agora em dezembro. Porque nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, já colocamos voos adicionais independente de ser Copa do Mundo ou um grande evento.

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M&E – Além dos voos para Dallas, a companhia tem a intenção de abrir outros? Dilson Verçosa – Dia 21 de novembro começamos a operar rota Miami para Curitiba e com continuação para Porto Alegre em voo diário. Também começamos, na mesma data, rotas diárias de São Paulo para Los Angeles. Ainda na capital paulista, em dezembro vamos colocar o quarto voo para Miami, que é somente durante a alta temporada. Na realidade esta são as novidades de frequências para o ano que vem. Hoje são 102 frequências semanais e serão, se não me engano, 124 até o fim do ano. É preciso confirmar este número porque algumas frequências já foram solicitadas, mas ainda não estão aprovadas.

assentos nos primeiros seis meses em relação ao ano passado, o crescimento é 15% superior ao crescimento do ano anterior. Não temos nenhuma intenção de frear os planos no Brasil.


Aviação Lufthansa

Lufthansa aumenta em 75% a oferta de voos para a América Latina >> A Lufthansa anunciou no ano passado, os planos de começar a voar ainda este ano com o Boeing 747-800 e, em 2014, trazer o Airbus A380. O Brasil, mais especificamente o Aeroporto de Guarulhos, poderia ser o primeiro da América do Sul a receber a nova aeronave regularmente. A aérea tem planos de introduzir esta aeronave na rota entre São Paulo e Frankfurt. Segundo Annette Taueber, diretora da Lufthansa no Brasil, nos últimos anos a companhia aumentou em 75% sua oferta de voos para a América Latina.

Annette Taueber

MERCADO & EVENTOS – Com os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, a demanda aérea aumentará no Brasil. Como ficarão os voos nesse período de eventos? Annette Taueber – Ainda não temos nada definido, mas, a nossa vontade e já estar operando com maior oferta de assentos e isso será possível com a troca da aeronave que atualmente serve a rota São Paulo – Frankfurt. Atualmente, operamos a rota com um Boeing 747-400 e nossa ideia é termos o moderno 747-800 , que oferece uma capacidade 13% maior do que a ofertada hoje.

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M&E – Você acredita que uma malha especial será colocada em uso em função da Copa, por exemplo? Remanejamentos de voos, fretamentos, charteres serão disponibilizados? Annette Taueber – Acredito que sim, como aconteceu

nos demais países sede da Copa. Mas a Lufthansa não vai oferecer este tipo de serviço. M&E – Muitas obras nos aeroportos estão sendo feitas. A demanda será atendida pela estrutura que teremos até o mundial? Annette Taueber – Sim, há muitos investimentos sendo feitos para isso. M&E – Dentre as rotas operadas no Brasil, quais as mais movimentadas e consideradas as mais importantes para a companhia? Annette Taueber – As três rotas são muito importantes e todas elas registram hoje elevada taxa de ocupação. A Lufthansa voa diariamente de Frankfurt para o Rio de Janeiro e oferece voos diários a partir de São Paulo para Munique e para Frankfurt. Dos dois centros de distribuição, oferece conexões para toda a Europa, Ásia e Oriente Médio. No Brasil, as conexões com as demais cidades podem ser feita com a Tam. M&E – Há novos voos previstos para o país? Annette Taueber – Por enquanto não. Nos últimos anos aumentamos em 75% a oferta de voos para a América Latina. M&E – Quais os resultados do primeiro semestre de 2013 no Brasil? Qual a expectativa da companhia até o final do ano? Annette Taueber – Ainda não temos os números fechados do primeiro semestre do ano. A Lufthansa não divulga resultado por país, apenas os números globais, mas podemos dizer que o Brasil e a América Latina vêm crescendo significativamente em importância e em resultados. As perspectivas para o mercado brasileiro são muito boas.

Resultados do primeiro trimestre de 2013 O faturamento do Grupo Lufthansa no primeiro trimestre de 2013 foi de € 6,6 bilhões, 0,1% a mais do que no ano anterior. As receitas do tráfego diminuíram 0,2% para € 5,3 bilhões. Ao todo, os rendimentos operacionais do grupo aumentaram para € 7,2 bilhões no período analisado, um acréscimo de 0,3%. Os custos operacionais aumentaram 1,7% no primeiro trimestre, chegando a € 7,7 bilhões. Os custos de combustível subiram para € 1,7 bilhão, o que corresponde a um aumento de 2,2% em relação ao ano anterior, que registrou custos de € 36 milhões. Este valor

contém um resultado negativo de garantia de preços no valor de € 25 milhões. Devido ao menor número de voos, as taxas caíram 2,2% em relação ao valor do ano passado. No primeiro trimestre, o Grupo Lufthansa obteve um resultado operacional equivalente ao do ano anterior, de menos € 359 milhões. O resultado operacional do mesmo trimestre do ano anterior foi ajustado em € 22 milhões. O resultado do grupo ficou em menos € 459 milhões, um recuo de 16,5%, prejudicado principalmente por depreciações imprevistas e efeitos de avaliações. No período

analisado, a Lufthansa investiu € 718 milhões. Destes, € 657 milhões foram destinados à modernização e manutenção da frota. Ao todo, deverão ser adquiridos oito aviões de longa distância e 100 aviões de curta e média distância da Airbus e da Boeing. Com isso, até 2025 o grupo Lufthansa conta com a entrega de um total de 239 aviões no valor de encomenda de € 23 bilhões. O fluxo de caixa operacional foi de € 976 milhões, o fluxo de caixa livre de € 463 milhões. No primeiro trimestre, o grupo registrou endividamento de crédito líquido de € 1,7 bilhão.


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Aviação Ethiopian Airlines

Brasil é hub estratégico para companhia >> A Ethiopian Airlines está muito contente com as novas operações no Brasil. O volume de passageiros no recém inaugurado voo São Paulo – Adis Ababa aumenta a cada dia, superando as expectativas da companhia. Segundo Gebreg Ziabher Alemu, gerente regional da Ethiopian para o Brasil, o país é a 5 ª maior economia do mundo e uma potência global emergente que tem interesse na África, tanto econômico quanto político, social e até histórico. “Por isso é de extrema importância para os negócios da empresa”, declarou. Para o gerente, a posição geográfica da Etiópia é estratégica para explorar o Oriente com Ocidente; e também promover a relação Sul-Sul, fornecendo conectividade.

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MERCADO & EVENTOS – Quais são as expectativas para os voos operados pela companhia em São Paulo e Rio de Janeiro? Gebreg Ziabher Alemu – Boa taxa de ocupação em nosso voo para Gebreg Ziabher Alemu eventualmente dividir os serviços e operar ponto-a-ponto entre Brasil e Etiópia e também entre Brasil e África Ocidental. Isto irá melhorar a competitividade do nosso serviço aos mercados na África Oriental, Ásia e Oriente Médio. Apesar do grande interesse que temos no país, vamos nos concentrar apenas em São Paulo e Rio de Janeiro. Não há planos de abrir novas rotas e destinos. Até o final do ano, a ideia é alcançar um bom volume de carga e atingir um alto nível de rentabilidade. Além disso, esperamos chegar a um limite que permita aumentar a nossa frequência dos atuais três voos por semana para quatro ou cinco voos por semana. M&E – Com os grandes eventos que o Brasil receberá em 2014 e 2016, a demanda por voos aumenta. É possível que haja adequações na malha aérea do país? Gebreg Ziabher Alemu – Estamos otimistas sobre as perspectivas e sim, a demanda por viagens aéreas para o Brasil vai aumentar naturalmente de todo o mundo devido a estes dois grandes eventos. Considere a África, por exemplo, se eu não me engano, haverá cinco equipes competindo na Copa do Mundo de 2014. Haverá milhares de fãs que acompanham as equipes e muitos outros que virão apenas para assistir os jogos. Temos agora uma

crescente classe média na África com o rendimento disponível para conhecer outras partes do mundo. As pessoas estão muito ansiosas sobre estes eventos, pois é uma grande oportunidade de visitar Brasil. M&E – O sr. acredita que novos voos serão criados para atender às demandas dos jogos da Copa do Mundo? Remanejamento de voos ou charters? Gebreg Ziabher Alemu – Sim, acho que é isso que vai acontecer. A Ethiopian ajustará a capacidade para atender as demandas, como trocar o equipamento por um de maior capacidade ou aumentar a frequência dos voos. Por causa da forte demanda por viagens aéreas durante os eventos, a companhia espera também aumentar a frequência de três para cinco, ou mais em 2014. Mas estamos determinados a voar diariamente para o Brasil até 2016. M&E – Muitas obras estão sendo feitas nos aeroportos brasileiros para atender a forte demanda dos eventos. O sr. acredita que o Brasil terá uma estrutura eficiente no período da Copa do Mundo? Gebreg Ziabher Alemu – Esta é uma grande preocupação. Mesmo agora, sem os grandes eventos, há diversos problemas como áreas de check-in, estacionamento, e outros. Isto é, obviamente, motivo de aborrecimento para as companhias aéreas, para os funcionários dos aeroportos, e mais importante, para os passageiros. Portanto, há grande expectativa de que o projeto de expansão em curso facilitará as dificuldades que as operadoras estão enfrentando atualmente. Esperamos ansiosamente por esse momento, porque nos ajudará a reduzir os custos e aumentar a conectividade e fluxo de tráfego em toda a nossa rede de rotas. M&E – Existe um exemplo global que podemos usar para melhor servir os grandes eventos que vamos receber? Mencione as melhores práticas que podemos usar nos aeroportos do Brasil. Gebreg Ziabher Alemu – Eu não sou um especialista em gestão de grandes eventos, a única coisa que posso dizer é que podemos aprender com a experiência de outros países, que receberam este tipo de evento no passado. É por isso que as cidades que sediaram os Jogos Olímpicos ao longo dos últimos 12 anos (Sydney, Atenas, Pequim e Londres) foram considerados como mais organizados do que seus antecessores. Assim, da mesma forma, levando as lições do passado, tenho certeza que Brasil vai servir de exemplo ao mundo após sediar esses dois eventos espetaculares em apenas dois anos, feito que nenhum país realizou antes.


Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos

Crescimento e otimismo no setor turístico RAFAEL MASSADAR >> Os organizadores de eventos ocupam a primeira posição entre os segmentos turísticos que mais aumentaram seu faturamento em 2012. O segmento cresceu 23,3% em relação ao ano anterior, de acordo com a 9ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (Pacet), realizada pela Fundação Getúlio Vargas. O setor de Turismo de Negócios e Eventos é o segundo maior fator de atração de visitantes estrangeiros para o Brasil: 25,6% dos turistas internacionais vêm ao país com essa finalidade, e seu gasto médio diário, US$ 127, é quase duas vezes maior que o desembolso dos turistas de lazer. Divulgado em maio de 2013, o levantamento da ICCA (International Congress & Convention Association) aponta que o Brasil foi o país com o 5º maior crescimento na rea-

lização de eventos internacionais em 2012, na comparação com o ano anterior. O país subiu de 304 para 360 eventos internacionais no ano passado, um crescimento de 20%. Com o resultado, o Brasil manteve a 7ª posição no ranking internacional da ICCA em 2012. O crescimento deve-se especialmente aos efeitos da exposição do Brasil na mídia internacional, devido à realização de megaeventos esportivos, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. De acordo com os executivos das empresas entrevistadas na pesquisa, os promotores de feiras sentiram a tendência de aumento no número de visitantes e expositores e captaram novos clientes. Eles também afirmam terem sido beneficiados pela mudança de perfil das exposições, que

agora recebem segmentos técnicos, como os de mecânica e de eletrônica. No levantamento da ICCA, alguns municípios tiveram um amplo crescimento, como Bento Gonçalves (150%), Belo Horizonte (117%), Foz do Iguaçu (100%) e Búzios (80%). Entre as capitais se destacam: Fortaleza (60%), São Paulo (27%) e Rio de Janeiro (20%). São Paulo e Rio de Janeiro concentraram 50% dos eventos internacionais realizados no país em 2012. As 10 cidades brasileiras que mais receberam eventos internacionais em 2012, segundo a ICCA, são: Rio de Janeiro (83 eventos); São Paulo (77), Brasília (22); Foz do Iguaçu e Salvador (16), Belo Horizonte (13), Florianópolis e Porto Alegre (12); Búzios (9) e Fortaleza (8).

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Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos São Paulo Convention & Visitors Bureau

De olho na Expo 2020, São Paulo lidera segmento de eventos >> Apesar das inúmeras manifestações públicas que a cidade de São Paulo teve no segundo trimestre, a capital paulista segue no fomento a atividade turística liderada pelo segmento de eventos e negócios. O destino investe como uma das cidades sede da Copa do Mundo de 2014 e aposta na escolha da capital para sediar a Expo 2020. São motivos suficientes para dar continuidade aos investimentos em infraestrutura, conforme explica o presidente-executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau, Toni Sando.

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Toni Sando

MERCADO & EVENTOS – Apesar do foco nos negócios que motivos aponta para que São Paulo ainda não tenha superado outros destinos como Buenos Aires no ranking da International Congress & Convention Association? Toni Sando - Os eventos padrão ICCA são apenas um indicador e tem parâmetros próprios, mas não representam todos tipos de eventos associativos e corporativos, que acontecem em um destino. Porém, quando se trata de cidades na América Latina, São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires estão entre os principais destinos para esse tipo de evento. No Brasil, enquanto os eventos estão distribuídos em diversas cidades, a Argentina, tem uma concentração em um único destino, ou seja, Buenos Aires. Basta lembrar que o Brasil está em sétimo lugar no ranking mundial e a Argentina está no 18º quando se trata de uma análise baseada em países. M&E - Como analisa a infraestrutura de São Paulo e as perspectivas de realizar a Expo 2020? Toni Sando - Estamos muito otimistas com a ampliação do Centro de Exposições Imigrantes, a possibilidade de receber a Expo 2020 em Pirituba, com um novo centro de convenções e até mesmo com a reforma proposta pela prefeitura em reformar o Anhembi. Muitos empresários do setor estão investindo cada vez mais em São Paulo.Temos um Parque Hoteleiro altamente competitivo, com produtos econômicos, midscale e luxo, além da gastronomia padrão internacional sem contar as inúmeras ofertas de entretenimento e espaços culturais. Cada vez mais os visitantes encontram aqui novas opções de lazer, entretenimento e negócios.

M&E - Qual a expectativa do São Paulo Convention & Visitors Bureau para o setor em São Paulo neste ano de 2013? Toni Sando - No segundo trimestre, em função das manifestações publicas em todo o Brasil, alguns eventos e viagens foram adiados. Mas o mercado já esta voltando ao normal e esperamos recuperar o ritmo do ano passado mantendo assim a tendência de crescimento. Esperamos receber mais de 12 milhões de visitantes em 2013. Os mega eventos têm contribuído muito para a visibilidade positiva do destino e para a prospecção de outros grandes eventos. A infraestrutura e legado que esses eventos trazem para o destino fazem a diferença positiva para quem está planejando realizar um evento em nosso destino. É o caso do Congresso do Rotary em 2015, que sem dúvidas, o fato do Mundial da Fifa em 2014, favoreceu a decisão dos organizadores. Trabalhamos para eventos de médio e longo prazo e São Paulo está sempre incluído entre as propostas e orçamentos, entre os principais destinos do mundo para realização de eventos. M&E - Qual o principal desafio da capital para se consolidar internacionalmente? Toni Sando - Como motor da economia nacional, obviamente a metrópole sobressai no cenário internacional, uma vez que é sede de grandes empresas estrangeiras e multinacionais. No SPCVB, além da equipe de eventos nacional, temos um staff de profissionais que atuam diretamente na captação e apoio de eventos internacionais, com a participação constante em feiras e convenções na Europa e nos Estados Unidos, bem como a elaboração de dossiês com os atributos da cidade para receber um evento. A capital ainda mantém posição de destaque no ranking da ICCA, sendo responsável por aproximadamente 30% dos eventos internacionais ocorridos no País. M&E – O setor esportivo tem sido um aliado do turismo, como é o caso da Fórmula 1. Como aproveitar esse calendário de eventos? Toni Sando - Sim, mas existem duas formas de se medir o impacto de um evento na cidade: o movimento de gente e o poder econômico dessas pessoas, o quanto elas gastam aqui. Em termos de público, o maior evento da cidade é a Bienal do Livro, que tem mais de 800 mil pessoas. Só que o público que frequenta a Bienal é formado, em sua maioria, por estudantes, sem poderio econômico. O Salão do Automóvel traz mais de 600 mil pessoas. A Fórmula 1 tem público de 140 mil pessoas, mas essas pessoas gastam muito, têm alto poder aquisitivo, que pagam hotéis caros, e movimentam vários setores da economia. Portanto, a Fórmula 1 é o maior evento em movimentação econômica da cidade.


Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos Rio Convention & Visitors Bureau

Grandes eventos ajudam o Rio de Janeiro a construir uma nova imagem >> Principal destino de estrangeiros em visita ao Brasil, o Rio de Janeiro continua a atrair turistas de todas as partes do mundo, e também do país. Cidade comemora os grandes eventos que recebeu como Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude, e se prepara para outros que estão por vir. O diretor-executivo do Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB), Paulo Senise, destaca os investimentos em infraestrutura e a ampliação da hotelaria da Cidade Maravilhosa nesta entrevista. Ressalta que o Rio dá continuidade a intenção de se renovar como destino turístico e de eventos. MERCADO & EVENTOS - A participação em feiras internacionais continua sendo uma das ações mais efetivas do Rio CVB. Já se pode vislumbrar uma mudança de percepção em relação ao Rio? Paulo Senise - Nos últimos anos, vejo que a percepção em relação ao Rio mudou muito, principalmente no que se refere à questão da segurança. Tanto em relação ao mercado doméstico como na esfera internacional, o Rio de Janeiro era visto como uma cidade insegura para o turista. Essa impressão era potencializada pelo fato de que a cidade era o principal destino brasileiro para os visitantes estrangeiros. Sendo assim, qualquer pequena ação violenta ocorrida na cidade tinha uma divulgação e uma visibilidade muito grande e tomava proporções, às vezes, muito além do fato ocorrido.

M&E - Como está a infraestrutura do Rio de Janeiro e particularmente a hotelaria? Paulo Senise - Pesquisas feitas durante eventos como a Rio+20 mostram que a sinalização continua incomodando. Uma oferta maior de Centros de Convenção de médio e grande porte também ajudaria, assim como a ampliação do metrô e integração maior do transporte da cidade. Mais urgente que isso, porém, é garantir que o Aeroporto Internacional Tom Jobim fique no mesmo nível que os concorrentes internacionais na captação de eventos o mais rapidamente possível. No que diz respeito ao setor hoteleiro lembro que além de ser ampla, a oferta hoteleira do Rio é de qualidade. Os hotéis da cidade estão sempre investindo em melhorias para o conforto de seus hóspedes e para sua adequação ao desenvolvimento tecnológico, o que demanda novos equipamentos em serviços. O setor ficou um tempo, de certa forma, paralisado, mas nos últimos anos a preocupação em se adequar às exigências do mercado internacional se intensificou. Falo com toda a certeza que a hotelaria carioca está pronta para receber a Copa. É certo também que o setor está bastante antenado com as perspectivas futuras e investindo ainda mais para atrair seus hóspedes e, principalmente, mantê-los como clientes em futuras viagens à cidade.

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M&E - Como aproveitar eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas para captar mais eventos para a cidade? Paulo Senise - A Copa pode ser aproveitada no sentido de mostrar uma imagem melhor de nossa infraestrutura para o exterior. Turistas de várias regiões de mundo – potenciais participantes de outros eventos – estarão por aqui. Questões como segurança, acessibilidade e sinalização não podem apresentar falhas. Temos bons exemplos como o Pan, em 2007, e a Rio +20. O bom diálogo entre os governos municipal, estadual e federal, além do apoio da iniciativa privada, possibilitará a superação de desafios de infraestrutura.

Paulo Senise

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M&E – Como fazer com que o Rio possa avançar no segmento de negócios e eventos e superar cidades como Buenos Aires? Paulo Senise – Temos avançado consideravelmente na conquista de novos eventos para o Rio de Janeiro. Os resultados do ano passado revelam que a cidade recebeu mais eventos internacionais do que nacionais em um ano. O levantamento registra que tivemos 108 congressos e feiras internacionais contra 107 nacionais.O Rio sempre teve um grande potencial, mas que agora começa a ser descoberto pelo mercado mundial. A maior prova recente disso foi a indicação do jornal The New York Times colocando nossa cidade em primeiro lugar entre os 50 destinos que devem ser visitados este ano Esperamos ter um incremento superior a 10% este ano na captação de novos eventos e até 2018 estão sendo já trabalhados 240 eventos. Quanto a Buenos Aires lembro que o Rio divide mercado com outros destinos concorrentes no território brasileiro,cidade importantes como São Paulo e demais cidades que se candidatam a sediar eventos internacionais - Buenos Aires está praticamente sozinha na Argentina. Existe a questão da língua – há mais países que falam

espanhol do que português. Outro aspecto importante é a disposição das representações das entidades responsáveis pela escolha do destino em lançar candidaturas além da competitividade da malha aérea.


Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos Confederação Brasileira de Conventions & Visitors Bureaux

Custo Brasil dificulta a captação de grandes eventos

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João Moreira

>> O Turismo de Eventos possui uma contribuição econômica e social significativa para o destino sede e cidades de entorno, além de ser considerado estratégico pela capacidade de minimizar os efeitos da sazonalidade e de ocorrer independentemente da existência de atrativos naturais e culturais exuberantes. Neste cenário, o Brasil vem se posicionando como um destino competitivo para a realização de eventos internacionais. Porém, de acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Conventions & Visitors Bureaux, João Luiz Moreira, a realidade poderia ser melhor.

João Moreira - O custo Brasil onera sobremaneira a atividade e torna o país não muito atraente pelo aspecto custo. O Brasil tem duas grandes cidades, Rio de Janeiro e São Paulo, que dividem o interesse de organizadores e de participantes em eventos. Estas duas cidades representam 44% de todos os eventos realizados no Brasil pelo critério ICCA no ano de 2012, ou seja, duas cidades representam um percentual ainda menor de participação percentual em relação à Buenos Aires. Os custos de hospedagem, alimentação e transporte na Argentina são menores em comparação ao Brasil. Como exemplo podemos citar que a cidade de Buenos Aires tem uma grande rede de metrô, o que transforma o transporte público barato, e o Brasil ainda luta com esta dificuldade de acessibilidade.

MERCADO & EVENTOS - Como o Brasil pode captar, cada vez mais, grandes eventos? João Moreira - Grandes eventos são captados há muito tempo por Convention Bureaux e por OPCs brasileiros, o que move esta economia há quase 30 anos. Os megaeventos têm um componente político porque envolvem investimentos do setor público para a sua realização, mas isto praticamente exclui o setor privado nacional de executar esta atividade porque estes eventos já vêm com um pacote de interessados, beneficiários, patrocinadores, facilitadores e executores, cabendo aos locais uma margem de trabalho quase que marginal em relação a dimensão econômica e financeira destes.

M&E - Como está a infraestrutura das cidades brasileiras? João Moreira - No que diz respeito a equipamentos privados a infraestrutura está pronta há muitos anos e a Copa do Mundo ou os grandes eventos em nada motivaram a este estágio, porque esta atividade de captação de eventos teve a sua estruturação no início dos anos 80 e, desde lá, passa por inúmeras e importantes etapas de crescimento, evolução e consolidação, o que nos colocou no ranking mundial ICCA como um dos destinos que mais realiza eventos com a participação de mais de 60 milhões pessoas por ano e uma movimentação financeira da ordem de R$ 11 trilhões de reais.

M&E - Por que cidades brasileiras ainda estão atrás de BUE no ranking da ICCA? João Moreira - No ano de 2012 foram realizados 360 eventos no Brasil e na Argentina este número foi de 202. Ocorre que a cidade de Buenos Aires realizou 99 eventos e a primeira cidade brasileira ranqueada fez 83. A concentração de realização de eventos em Buenos Aires se deve à estrutura da cidade, o que não ocorre nas demais cidades argentinas com a mesma qualidade e oferta de serviços. Os 99 eventos realizados em Buenos Aires significam 49% de todos eventos com critério ICCA da Argentina. A Argentina tem política pública e investimento público no segmento MICE, o que ainda não ocorre de forma sistemática e orçamentária pela Embratur. M&E - Mas como podemos mudar essa realidade?

M&E - O que falta? João Moreira - Neste tempo todo sempre lutamos com as dificuldades de infraestrutura aeroviária, rodoviária e marítima; custo Brasil; burocracia; legislação trabalhista desmotivadora a regulamentação; justiça do trabalho tendenciosa ao empregado; educação e capacitação deficiente; reciprocidade na emissão de vistos e marcos regulatórios confusos que desestimulam os investimentos M&E - Como estão os investimentos no segmento MICE? João Moreira - Não se recebe algum investimento público e privado no segmento MICE, ou seja, o segmento é pujante e crescente mesmo neste ambiente de dificuldades, que esperava-se fossem eliminados com a chegada dos megaventos, o que até hoje não ocorreu e dificilmente acontecerá, a não ser que o Ministério do Turismo assuma esta postura por determinação da Presidência da República, uma vez que este momento exige altos investimentos em comunicação e promoção nacional e internacional com os mais modernos recursos de tecnologia da informação.


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Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos Iguassu Convention & Visitors Bureau

Foz do Iguaçu sobe 92 posições no ranking internacional da ICCA >> Numa lista de 417 cidades do mundo inteiro que receberam mais de cinco eventos internacionais, em 2012, Foz do Iguaçu aparece em 142° lugar, atrás apenas de três outras cidades brasileiras e à frente de destinos como Miami (Estados Unidos), em 241°, e Cannes (França), na 286ª posição. Na opinião do presidente do Iguassu Convention & Visitors Bureau – ICVB, Mauro Sebastiany, a nova colocação no ranking da ICCA coroa o sucesso do Destino Iguaçu no mercado nacional e internacional e demonstra o quanto a cidade está preparada para atender a eventos de grande porte.

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Mauro Sebastiany

MERCADO & EVENTOS - O que na sua opinião levou Foz do Iguaçu a subir no ranking da ICCA e ficar atrás apenas de três outras cidades brasileiras ? Mauro Sebastiany - A nova colocação no ranking da ICCA coroa o sucesso do Destino Iguaçu no mercado nacional e internacional e demonstra o quanto nos aprimoramos para atender a eventos de grande porte. Não foi surpresa, depois da campanha das Sete Maravilhas, que garantiu grande visibilidade a Foz do Iguaçu, e da conquista dos X Games. Aos poucos, com dedicação, profissionalismo e seriedade, estamos consolidando Foz do Iguaçu como um dos principais destinos de eventos nacionais e internacionais. Em 2012, Foz recebeu 113 eventos, que trouxeram à cidade mais de 150 mil pessoas, o dobro do número de turistas de eventos do ano anterior. M&E - Como está a expansão da rede hoteleira da cidade para atender ao crescimento da demanda? Mauro Sebastiany -Atualmente, Foz do Iguaçu conta com uma rede hoteleira de 20 mil leitos, em franca expansão. A expectativa é chegar a 30 mil leitos até 2014, ano da Copa do Mundo. Inclusive, Foz está no páreo para ser sede de um dos centros de treinamento de uma das seleções classificadas para disputar a Copa do Mundo. Até o fim deste ano, o planejamento é fechar com 22 mil leitos. M&E - Existe alguma proposta para o X-Games se manter em Foz do Iguaçu? Mauro Sebastiany - Temos um contrato para realização de três edições, 2013, 2014 e 2015, mas, já houve uma

manifestação em tornar a competição permanente em Foz do Iguaçu. Estamos em constante conversa com a ESPN Internacional (organizadora do evento) e sentimos que existe sim, essa possibilidade. Claro, tudo vai depender do sucesso dessas edições. A vontade do comitê organizador no Brasil é de que permaneça em Foz o maior tempo possível. Neste ano, o evento teve 27 horas de transmissão ao vivo para 184 países, atingindo cerca de 430 milhões de lares. M&E – Foz do Iguaçu, a exemplo de outras cidades, sofre com o problema da malha aérea. Como mudar esse quadro? Mauro Sebastiany - Após o encerramento das operações da Webjet, a oferta de voos para a cidade teve uma redução significativa, e, por isso, o trade local vai apresentar um estudo para companhias aéreas, como a Copa e a Avianca, para conquistar outros voos para o destino. Recentemente, a Tam começou a operar um novo voo diário direto entre Congonhas (SP) e Foz do Iguaçu (PR). O aeroporto de Foz de Iguaçu deve se transformar num hub para o Mercosul e países andinos. Deve ainda assinar com a Infraero a elaboração de uma nova pista, para 2015. Lembro que a Infraero entregou em abril a ampliação da sala de embarque e do estacionamento de veículos do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/ Cataratas (PR). As melhorias fazem parte do escopo das obras de reforma e ampliação do terminal de passageiros, atualmente em curso e com prazo de conclusão previsto para setembro deste ano. Os investimentos para os serviços de expansão e revitalização, que aumentarão a capacidade operacional do terminal de 2,7 para 3,9 milhões de passageiros por ano, são de R$ 68,78 milhões, sendo que, no final de janeiro, o percentual de execução das obras já havia superado os 50%. M&E - Como aproveitar os megaeventos como a Copa do Mundo para captar novos eventos? Mauro Sebastiany - Pensando nisso, a cidade já está incluída no roteiro turístico oficial da Copa do Mundo de 2014, e estamos nos habilitando para ser o centro de treinamento de uma das 32 seleções que vêm participar da disputa no Brasil. Em julho, uma delegação do Fundo Iguaçu e da Prefeitura de Foz foi ao Rio de Janeiro para defender a candidatura de Foz do Iguaçu ao comitê organizador da Copa do Mundo. Foz do Iguaçu se candidatou apresentando um diferencial importante em relação às outras cidades na disputa para serem uma Team Base Camp. A localização estratégica como ponto principal para nossa escolha.


Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau

Planejamento e infraestrutura: segredos do desenvolvimento contínuo >> Para o presidente do Belo Horizonte CVB, Paulo Boechat, para que o Turismo volte a ser um vetor de desenvolvimento é preciso mudar o modelo de gestão atual. De acordo com ele, o Brasil tem um grande potencial turístico e esta indústria poderia ser geradora de emprego e investimentos, mas para isso é preciso existir vontade política. Ainda segundo o dirigente do Convention, tal processo foi obtido na época do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. De acordo com Boechat, todo o trabalho realizado na época se perdeu no atual governo na medida em que os interesses políticos prevaleceram. MERCADO & EVENTOS - Como o Brasil pode aproveitar os megaeventos para captar cada vez mais eventos? Paulo Boechat - Nós vamos ter outro fiasco. Se não for maior, será igual ao que foi a Copa das Confederações. O Ministério do Turismo e a Embratur não estão mostrando a que vieram. Estamos perdendo dinheiro, com nossos turistas gastando mais lá fora do que aqui. Este ministério morreu. Tem o antes e o pós Walfrido. A Embratur também acabou. Eu não sei qual é o jogo político aqui, pois estamos vendo a mesmice o tempo todo e uma falta de interesse. A divulgação do produto Brasil, como já vimos antigamente, não existe mais. Não houve crescimento no gasto frente ao que estamos mandando para fora. Se gasta no exterior mais de US$ 15 bilhões e nós não temos este retorno aqui dentro. É lamentável o ponto em que chegamos!

M&E - A estrutura hoteleira da cidade comporta grandes eventos? Paulo Boechat - Esse é inicialmente um dos principais obstáculos a serem superados pela capital mineira em sua preparação para sediar a Copa de 2014 com qualidade. Falam em investimentos estimados em R$ 1,1 bilhão, com isso Belo Horizonte ganhará 51 novos estabelecimentos até março do ano do Mundial. Juntos, esses novos hotéis disponibilizarão mais 20.755 leitos. Mas não é só. Outros 24 empreendimentos, com novos 4.683 leitos, serão erguidos em municípios localizados em um raio de até 100 quilômetros de Belo Horizonte. Dessa forma, o número de futuros hotéis passa a ser de 75, agregando no total outros 25.438 mil leitos.

Paulo Boechat

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M&E - Com relação ao Centro de Convenções de Minas,

M&E - Belo Horizonte subiu da 13ª para a 6ª posição no ranking ICCA, o que demonstra um crescimento de 117% entre 2011 e 2012. Não é uma melhora significativa? Paulo Boechat - Dados de 2012 do Belo Horizonte Convention &Visitors Bureau apontam a realização de 44 eventos na capital mineira que contabilizam a participação de mais de 269 mil pessoas. Esse público permaneceu na cidade 3,5 dias e teve gasto médio diário de R$ 538. A oferta de serviços da cidade, o comércio de alta qualidade e a crescente expansão dos polos de medicina, software, moda, gastronomia, dentre tantos outros, tem possibilitado o incremento de novos negócios e a demanda crescente por eventos de todos os portes, mas podíamos estar muito melhor.

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M&E - Em quais sentidos o senhor avalia que a Copa das Confederações foi um fiasco? Paulo Boechat - Aqui em Belo Horizonte, principalmente, foi aquém do que esperavam. A expectativa de turistas aguardados para prestigiar a competição não chegou nem perto do que diziam. Turista não nasce na rua. É preciso estimular o interesse, principalmente fora do Brasil, divulgando e mostrando o que o país tem a oferecer, fazendo a promoção do destino, coisa que não fazem mais. Tanto que diminuiriam o número de participação em feiras internacionais e fazem coisas isoladas. Não é assim que funciona. Falta dinâmica com todas as entidades brasileiras, como Abav, os conventions. Falta estímulo para desenvolver este trabalho de promoção. Estamos parados, e neste nível podemos esperar uma frustração com relação ao que será a Copa de 2014. O povo que foi às ruas se manifestar não deixa de ter razão, pois falta conhecimento e estímulo de quem está comandando. Lamento, porque havia um trabalho exemplar quando o Ministério foi criado e de repente cortouse tudo. É preciso desenvolver o nosso turismo interno. E estamos vendo aí estádios enormes e muito bonitos que vão virar elefantes brancos, iguais os da África do Sul.

o que o senhor pode dizer? Como anda esta questão? Paulo Boechat - O único estado que realmente acordou foi o Ceará, que fez um belíssimo Centro de Convenções e tem progredido e mudado o eixo das coisas. Aqui em Minas Gerais essa área está parada. Nosso Centro de Convenções na realidade não é um Centro de Convenções, ele é pequeno, é um centro de feiras. E isso nós temos falado há muito tempo. Reclamamos e não podemos fazer mais captações de eventos, pois não temos espaço. Não sei o que passa na cabeça dos nossos administradores com relação ao pensamento da área de Turismo. Se olharmos aí na nossa pauta de negócios, de exportações, estamos em quarto/quinto lugar. Então repito, falta estímulo para segmentar e desenvolver o setor. O turismo poderia ser uma das principais fontes da economia do país.


Convention Bureaux / Bureaux de Segmentos São Luís Convention & Visitors Bureau

De olho nos megaeventos, Maranhão aposta no segmento MICE >> Atual diretor-executivo do São Luís Convention & Visitors Bureau, Liviomar Macatrão acredita que constantes investimentos de infraestrutura e na hotelaria do destino são essenciais para tornar a capital maranhense ainda mais competitiva para o segmento de lazer e também para captar mais eventos e atrair novos segmentos. O executivo ressalta a aposta do Maranhão no segmento MICE (Meetings, incentives, conferences, and exhibitions) e fala mais sobre o objetivo do Plano de Promoção desenvolvido pela entidade com o objetivo de buscar novos segmentos no mercado.

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Liviomar Macatrão

MERCADO & EVENTOS – Os conventions do Nordeste têm procurado investir na captação de eventos e novos nichos de mercado. Como o Maranhão CVB tem direcionado suas ações? Liviomar Macatrão - Queremos atingir novos segmentos. Para isso, contratamos uma empresa de consultoria. A ideia é que o mercado perceba o valor de nossa cidade. Somente na capital São Luís são 50 hotéis com capacidade de 8 mil leitos. Com os constantes investimentos, no futuro, esse número subirá para 10 mil. Estamos visitando grandes empresas e fechando parcerias. Nosso foco, além do Brasil, está também no exterior investindo na captação de eventos na França, Itália e Estados Unidos. M&E - No início do ano o Convention lançou o Plano de Promoção para Captação de Grupos de Incentivo. Qual o objetivo? Liviomar Macatrão - O plano tem como objetivos coordenar as ações do São Luís Convention na captação de grupos de incentivo para o Maranhão (2013-2015) de modo a organizar ações promocionais em conjunto com as secretarias Municipal e Estadual de Turismo e promover o Maranhão como destino de incentivo para captar eventos e grupos deste nicho de mercado. Com base nestes objetivos decidimos pautar as ações de participação nas principais feiras de incetivo e formatação de produtos temáticos com os temas sugeridos pelo SLC&VB a fim de despertar o interesse pelo nosso destino. M&E - Como São Luís pode aproveitar o legado da Copa de 2014 para captar mais eventos mesmo sem ser uma das 12 cidades-sede? Liviomar Macatrão - A Copa do Mundo de 2014 que acon-

tecerá no Brasil certamente trará muitos benefícios para o País com a movimentação turística e econômica, segundo pesquisas e estimativas. Pelos estudos preliminares estima-se que o evento irá gerar uma média de R$ 142,39 bilhões de investimentos até que aconteça o Mundial da Fifa. Mesmo que os principais investimentos sejam nas cidades-sede dos jogos que serão disputados, não se pode desconsiderar a influência positiva que terá em todo o Brasil, que vão muito além das reformas e melhoria. E São Luís como sub-sede também receberá esses impactos positivos através do surgimento de postos de trabalho, pois a demanda turística certamente vai aumentar e consequentemente será necessário de mais mão de obra especializada para suprir o crescimento na demanda. M&E - Quais as principais ações previstas dentro do cronograma de promoção e comercialização? Liviomar Macatrão - Vamos tentar atrair os turistas que queiram desfrutar de um destino sustentável de referência nacional e internacional pelos seus produtos únicos, diferenciados, que integra natureza, aventura, esportes relacionados com vento e água, e cultura, num cenário de sol e praia através do roteiro da Rota das Emoções envolvendo paraísos naturais como o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA), a Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba (PI) e o Parque Nacional de Jericoacoara (CE), explorando principalmente o segmento de Viagens de Incentivo. M&E – Como o Convention tem atuado junto ao mercado corporativo? E na promoção junto as feiras. Quais as ações previstas? Liviomar Macatrão - É um assunto de extrema importância para o setor de Turismo, uma vez que pode impactar diretamente na geração de negócios no setor, inclusive ajudando na captação de eventos onde o Convention está inserido. Uma das principais funções dos conventions é trabalhar com grande antecipação. O grande desafio é convencer, fazer com que as empresas tragam seus executivos para São Luís e fazer com que elas contribuam para o desenvolvimento da própria cidade. E o recurso utilizado para o desenvolvimento da cidade é o room tax. O São Luís Convention está trabalhando para conscientizar o mercado corporativo e empresarial da importância dessa contribuição através de palestras e treinamentos para o trade turístico, bem como visita aos decision makers dessas empresas. Já em relação as feiras nosso objetivo é mostrar a infraestrutura do estado para receber eventos e turismo de negócios do Brasil e exterior. A intenção sempre será captar novos eventos tais como corporativos, convenções, programas de incentivo, viagens corporativas, congressos, seminários técnicos, feiras, eventos especiais, dentre outros.


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Divulgação Riotur

Um ano

MARCADO POR Manifestações E MEGAEVENTOS Protestos nas ruas do país, Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude levantam debate sobre a preparação do Brasil para Copa de 2014, gastos realizados e qualidade do turismo receptivo NATÁLIA STRUCCHI, ANDERSON MASETTO, LISIA MINELLI E PAMELA MASCARENHAS >> Não há como fazer uma retrospectiva do que o país viveu até este momento e não citar três fatos marcantes: as manifestações populares, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude. Esses acontecimentos levantaram muitas questões ao longo dos últimos meses e, por isso, foram escolhidos como tema central da nossa revista. Todos, de forma direta ou indireta, causam impacto no turismo. Estaria o país de fato preparado para receber os turistas internacionais como estes devem ser recepcionados? A caminho da Copa de 2014, passamos ou não nos primeiros testes? As respostas não são simples e as avaliações são muitas, feitas pelo próprio governo, pela população, pelo trade e por especialistas em diversos segmentos.

Capítulo 1

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Manifestações populares >> No mês de junho, uma onda de protestos ocupou as ruas das principais cidades brasileiras. Os comportamentos violentos de uma minoria e as consequências da forte ação policial chamaram a atenção da mídia internacional. Governos no exterior chegaram a alertar seus cidadãos para que tivessem cautela em viagens ao Brasil. Os protestos, os maiores já vistos no Brasil em mais de 20 anos, foram convocados principalmente para lutar contra o aumento do custo dos transportes públicos e os gastos de sediar Copa e Olimpíadas. A questão que ficou, no entanto, foi qual seria o reflexo dos atos violentos na imagem turística do país. Antonio Pedro Figueira de Mello, secretário municipal de Turismo do Rio de Janeiro, se mostrou tranquilo com

a repercussão das manifestações no exterior. “Chegaram os grandes eventos, chegaram as grandes manifestações. Enquanto forem pacíficas, está tudo certo. Estivemos na Espanha durante a última Jornada Mundial da Juventude e presenciamos diversas manifestações contra o evento. Nenhuma delas vai atrapalhar os nossos eventos enquanto forem pacíficas”, justificou. Uma rápida pesquisa da ABIH-RJ indicou um impacto na ocupação dos hotéis do Rio de Janeiro. Das reservas para a semana de 17 a 24 de junho, 27,57% foram canceladas no Centro da cidade. Já no Flamengo/Botafogo, o índice de cancelamentos foi de 12%, enquanto em Copacabana/Leme registrou-se 7,14% e Ipanema/Leblon, 4,96%. Na Barra da Tijuca, os índices não chegaram a 1%. “Os números confirmaram as estimativas da ABIH-RJ de que acontecessem pontualmente cancelamentos nos locais onde as maiores manifestações se concentraram, em função da preocupação do visitante com deslocamento e segurança. Nos demais locais, o índice de cancelamentos foi pequeno”, comentou o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes. A ONU, em meados de junho, pediu ao Brasil um diálogo aberto com os manifestantes e a investigação do uso excessivo de força policial, para garantir o direito de reunião pacífica. Registro de prisões arbitrárias, ataques a pessoas aleatórias, inclusive dentro de estabelecimentos, foram denunciados pela população durante as manifestações. O deputado federal Romário mobilizou a sociedade ao levantar os números dos gastos para os grandes eventos, e alertar para o esquecimento de projetos importantes para a mobilidade urbana, que seriam um dos grandes legados, em detrimento de outros mais “importantes” para


Divulgação Riotur - Alexandre Macieira

Fabio Rodrigues Pozzebom - ABr

a realização da Copa e Olimpíadas. De acordo com ele, a Copa no Brasil já custa R$ 28 bilhões de financiamentos e investimentos públicos, quase três vezes o aplicado na Alemanha, em 2006, e no Japão, em 2002. A África do Sul, por exemplo, gastou apenas R$ 7,1 bilhões, quase três vezes menos.

turística e 53,6% a telecomunicação e internet. Apontado antes do torneio como um dos principais problemas, o transporte público parece ter passado no teste, uma vez que 61,5% dos entrevistados avaliaram o deslocamento até o estádio de forma positiva. Já 81% gostaram da organização em geral.

“As projeções para que o Mundial fosse um instrumento eficaz para geração de empregos e renda, promoção do turismo e fortalecimento da imagem do Brasil incentivaram-me a apoiar a proposta para receber a Copa. Como campeão do mundo, tenho a dimensão do gigantismo e do poder desse evento para as cidades-sede, em geral. Porém, fomos atingidos, também, pelas turbulências da economia mundial, aqui repercutindo na necessidade de o governo redimensionar sua política de gastos e investimentos, mas sem prejudicar a liberação de recursos para a Copa, mantendo os compromissos firmados com a poderosa Fifa. Assim, a preparação das cidades para a Copa do Mundo passou a ter prioridade sobre outras necessidades da população. Não creio que a Copa resolva todos os nossos problemas, mas, como tenho dito, há um grande risco de que esse megaevento aprofunde os que já temos”, alertou Romário.

Se a avaliação dos destinos foi boa, outros indicadores – embora não tenham tirado nota vermelha – precisam ser melhorados. Este é o caso do atendimento em outros idiomas, um dos itens com menor avaliação na pesquisa. Marcelo Calado, presidente do Conselho de Turismo e Negócios da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), também reconhece a carência do atendimento na língua estrangeira. Segundo ele, o Pronatec Copa será responsável por esta capacitação, mas até o momento só treinou 2 mil pessoas. “Estamos a um ano da Copa e até agora não temos profissionais treinados para o atendimento em outros idiomas e não concretizaremos esse projeto até 2014”, acredita.

Capítulo 2

Os telespectadores italianos para esta mesma partida superaram a marca de 10 milhões, maior do que qualquer jogo da Itália ao vivo na fase classificatória para a Copa do Mundo de 2014. Este número também foi superior às transmissões da Liga dos Campeões da UEFA na temporada 2012/2013. A final da Copa das Confederações bateu o recorde de público. A partida entre as seleções de Brasil e Espanha foi vista por 69,3 milhões de pessoas nos dez principais mercados.

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>> Em meio às manifestações, chegou a Copa das Confederações. Um levantamento do Ministério do Turismo (MTur) apontou que o país recebeu cerca de 25 mil estrangeiros durante os 15 dias do evento. Um número pequeno em comparação aos 600 mil que são esperados para a Copa do Mundo. Uma pesquisa encomendada pelo órgão à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou que a maioria dos estrangeiros aprovou a infraestrutura das cidades-sede do evento: 83,1% avaliaram como bom ou muito bom os serviços de táxi, 78,3% a limpeza, 71,7% a segurança pública, 62,9% a sinalização

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Copa das Confederações

A Embratur estima que os turistas deixaram pelo menos R$ 311,5 milhões nas seis cidades que receberam jogos da Copa das Confederações. Além do retorno financeiro, o país ganhou uma grande vitrine para se mostrar ao mundo. Algo muito importante para a promoção dos nossos atrativos turísticos. Ainda não existem números definitivos da audiência de todos os jogos, mas Brasil x Itália, realizado em Salvador, teve cerca de 50,4 milhões de espectadores nos dez principais mercados de televisão do mundo, de acordo com a Embratur.


Capítulo 3

Capítulo 4

Jornada Mundial da Juventude

Contagem Regressiva para 2014

>> Passada a euforia da Copa das Confederações, ainda em julho, o país recebeu mais um evento de porte internacional, que foi marcado por acertos e erros: a Jornada Mundial da Juventude. De um lado, o carisma do Papa Francisco, a simpatia do povo carioca, a transferência da vigília e missa de encerramento para Copacabana e o público de 3,5 milhões de pessoas. De outro lado, problemas com transporte público (ônibus lotados e até uma pane no metrô), furtos, falta de banheiros químicos para todos. A Jornada Mundial da Juventude trouxe à tona qualidades e problemas do Rio de Janeiro. E serviu como alerta para os próximos megaeventos já agendados. Mais do que isso, revelou o peso que o Turismo Religioso pode ter.

>> Levando em consideração tudo que foi descrito nas páginas anteriores, passamos então a avaliar a situação do país na preparação para o Mundial da Fifa no próximo ano. Vale lembrar que teremos ainda as Olimpíadas em 2016.

O impacto econômico na cidade foi 17 vezes maior do que a Copa das Confederações. Os gastos totais alcançaram R$ 1,8 bilhão. Comparado à Copa das Confederações, que levou ao Rio R$ 105 milhões em junho, a JMJ foi bem mais poderosa. Dezessete vezes maior. Os dados são de uma pesquisa feita por cinco professores e 20 alunos da Faculdade de Turismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a Secretaria Estadual de Turismo, entre os dias 23 e 25 de julho, com os peregrinos que circularam por Copacabana e Quinta da Boa Vista.

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Os peregrinos do Brasil gastaram em média R$ 49,90 por dia, já os que vieram do exterior tiveram despesas de R$ 81,30. Na Copa das Confederações, os turistas gastaram mais, em média R$ 209,9 por dia, no caso dos brasileiros; ou R$ 230,60, no caso dos estrangeiros. Porém, o impacto econômico da Jornada foi maior devido ao gigantismo do evento: 1,3 milhão de turistas, contra 37 mil que estiveram no Rio na Copa das Confederações. A JMJ ocorreu um ano e um mês após a realização da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável) e, de acordo com estudo feito pela Embratur, apesar das falhas, os turistas estrangeiros aprovaram a estrutura oferecida pela cidade em muitos pontos, como sinalização turística, infraestrutura aeroportuária, segurança e limpeza. Mas se em muitos tópicos houve clara melhora, outros deixaram a desejar. O serviço de táxi foi avaliado por 63% do público da Rio+20 como ótimo ou bom, índice que passou para 60% na JMJ. Muitos turistas reclamaram dos abusos e altos preços cobrados pelos taxistas, que teriam aproveitado a lotação da cidade para luvcrar de forma ilegal. As alterações na programação da Jornada Mundial da Juventude, que acabaram por concentrar em Copacabana a agenda previamente planejada para Guaratiba, influenciaram positivamente a ocupação dos hotéis. O impacto nas reservas foi sentido principalmente na Zona Sul da cidade, mas também nas regiões do Centro e Barra da Tijuca. O resultado ficou cerca de oito pontos percentuais acima da estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ).

Assim como alertou o deputado Romário, de acordo com uma pesquisa feita pela Fecomercio-SP, o legado da Copa será basicamente novos estádios, enquanto os projetos de mobilidade urbana – item considerado prioritário para população das cidades-sede – não serão cumpridos a tempo. “O que vemos é muito investimento em reformas e construção de novos estádios. Já o terceiro aeroporto prometido para São Paulo, por exemplo, nem saiu do papel”, disse Kelly Carvalho, assistente técnica do Conselho de Turismo e Negócios da entidade. Malhas rodoviárias e novas linhas de metrô são outros projetos que não cumprirão o prazo até a Copa. Um exemplo é a extensão de uma linha da CPTM até o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A obra deve ser entregue apenas no final de 2014 ou início de 2015. No estudo da Fecomercio-SP, a avaliação dos países sede de mundiais sempre são super estimadas. Segundo Kelly, a projeção de resultados sempre é maior do que a realidade. “A perspectiva de crescimento do PIB e dos postos de trabalhos na Alemanha, por exemplo, não atingiram as previsões. E isso porque estamos falando de um país desenvolvido onde grandes investimentos foram feitos em função da Copa de 2006”, lembrou. O PIB da Alemanha teve um crescimento de apenas 1,7% e houve a criação de apenas 50 mil empregos temporários dos 150 mil estimados. “O aquecimento das atividades econômicas acontece em setores específicos e durante um determinado período”, completou. Outro dado da pesquisa é sobre a atração de turistas estrangeiros. Na Alemanha foram dois milhões, devido à proximidade dos países europeus; já na África do Sul (2010) foram apenas 250 mil, dos mais de 500 mil estimados. Neste mesmo estudo, as projeções para o Brasil em 2014 são de crescimento de 0,7% no PIB e 0,5% na taxa de empregos. Em relação ao fluxo de turistas, são esperados 600 mil estrangeiros, mas pesquisadores conservadores apostam que o volume será a metade. Segundo Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora da USP, são três razões para um país investir em sediar uma Copa: catalisar projetos urbanos, desenvolver setores da economia, e presença na mídia. “O que o Brasil precisa entender é que os investimentos não podem ser voltados para o turista e sim para a população. O melhor destino de um turista é aquele em que ele deseja morar, onde ele se sente confortável e seguro. De que adianta ter infraestrutura para os turistas e deixar os moradores sem nada?”, indagou. “Atender o turista adequadamente é uma questão de ponto de vista e de envolvimento. Olhar o turista é muito limitado, temos que focar na população”, complementou.


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A bola vai rolar

Estados que sediarão partidas em 2014 revelam expectativas O Distrito Federal e as capitais de Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, Ceará e Amazonas receberão jogos da Copa de 2014. Desde que foram definidas como sedes, as cidades escolhidas se preparam para o evento em junho. O envolvimento em cada caso vai além de um município, e inclui os estados como um todo.

Cláudio Valverde, secretário de Turismo de São Paulo “A exposição na mídia que São Paulo vai ganhar reverterá em grande benefício para a economia do estado, pois se estima que pelo menos seis mil jornalistas da grande mídia internacional e nacional visitarão nosso estado. O resultado apontará para matérias com conteúdos que mostrarão nossos roteiros turísticos, nossas mais variadas atrações, como, por exemplo, a rica gastronomia paulista. A boa situação de infraestrutura engajada a planejamentos, organização e muita ação, trará um resultado compensador. E devido à gigantesca exposição na mídia, em âmbito mundial, o pós-evento não deverá ser esquecido, uma vez que o bom destino é sinônimo de retorno”.

Renato Fernandes, secretário de Turismo do Rio Grande do Norte

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“A Copa do Mundo de 2014 vai gerar cerca de R$ 500 milhões em negócios em Natal. Com o Mundial, o Rio Grande do Norte tem a chance de recuperar o fluxo de turistas estrangeiros. Mas não só isso, tem a chance de fechar parceiras e até de atrair indústrias estrangeiras, dada a visibilidade que terá durante a Copa. De uma forma geral, o evento beneficia a cidade de duas formas: através do investimento em infraestrutura e mobilidade e através do incremento no fluxo de pessoas”.

Estudos apontam que os destinos próximos às cidades-sede também receberão fluxo maior de turistas, sendo que muitos lugares, apesar de não sediarem partidas, lutam para conquistar o posto de subsedes, tornando-se Centros de Treinamentos das seleções que estarão por aqui. Portanto, o M&E quis saber de cada um dos 12 secretários estudais de Turismo, como está a preparação para o Mundial.

Bismarck Maia, secretário de Turismo do Ceará “Teremos uma Copa do Mundo com bastante gente no Ceará, será uma grande alta estação. A diferença é a visibilidade que o estado ganhará. Por isso, mais do que as obras em Fortaleza, estamos voltando nossa atenção para melhorias no litoral e no interior. Não basta termos foco só na capital. Os turistas que vão assistir a jogos em outras sedes precisam ver que o Ceará todo tem condições de recebê-los, com suas belezas naturais e sua infraestrutura. O Ceará deve ser o terceiro estado a receber mais turistas, com uma previsão de cerca de 700 mil”.

Luis Otávio Neves, secretário de Turismo do Distrito Federal “O Distrito Federal terá uma oportunidade ímpar de promoção ao receber sete jogos da Copa do Mundo 2014. A capital do país entrará definitivamente na rota turística nacional e internacional. A população do Distrito Federal terá um ganho enorme e poderá descobrir como o turismo é uma importante ferramenta para geração de emprego e renda. Os milhares de brasilienses serão beneficiados com cada turista que vier à Brasília e gastar em hotéis, restaurantes, feiras de artesanato, shoppings, aluguéis de carros, contratação de guias de turismo. Esse dinheiro vai ajudar a melhorar a qualidade de vida da população do Distrito Federal”.

Abgail Pereira, secretária de Turismo do Rio Grande do Sul

Jairo Pradela, secretário de Turismo do Mato Grosso

“A Copa do Mundo é uma janela de oportunidades para o Rio Grande do Sul. Estamos investindo de forma incisiva na qualificação profissional, pois apostamos que esse seja um dos nossos principais legados. Queremos que o nosso receptivo esteja qualificado para receber os turistas que virão ao estado com o objetivo que eles levem daqui a melhor impressão e desejem voltar em outra oportunidade. Acreditamos que a melhor forma de fazermos com que o turismo se desenvolva com a Copa do Mundo é mostrar que estamos preparados não só para receber os turistas nos grandes eventos, mas, também, no dia a dia, que é o que move a economia do setor”.

“Mato Grosso vive um momento histórico, não só pelo fato de Cuiabá ser sede da Copa de 2014, mas principalmente pela oportunidade que temos de mostrarmos para o mundo o nosso potencial turístico e econômico. O turismo sustentável é um eficiente instrumento de inclusão social, gerador de receitas e de melhoria da qualidade de vida. Estamos trabalhando em parceria com a iniciativa privada para fomentar o turismo e colocar definitivamente Mato Grosso entre um dos principais destinos turísticos do país e do mundo. Investimentos na infraestrutura turística, na capacitação dos agentes envolvidos no setor e na divulgação nacional e internacional do estado são algumas das ações que vem sendo executadas”.


Ronald Ázaro, secretário de Turismo do Rio de Janeiro

Domingos Leonelli, secretário de Turismo da Bahia

“Estamos investindo seis milhões em sinalização para todo o estado, capacitando os diferentes agentes do turismo e levantando roteiros integrados para o visitante ter sua estadia maximizada. Como legado, além da afirmação de nossa vocação turística, não posso deixar de citar a exposição da imagem do Rio de Janeiro na imprensa mundial. Durante a Copa serão mais de 180 países cobrindo o evento. Nossa visibilidade começou assim que nosso país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 e se estenderá até as Olimpíadas em 2016. É um cenário ímpar que eleva àmáxima potência nossa imagem para o mundo todo. E nós não faremos feio. Vamos apresentar um novo Rio de Janeiro, totalmente preparado, desde sua área de mobilidade urbana a seus equipamentos turísticos e, é claro, contaremos mais uma vez com o calor e a receptividade deste povo que não existe em nenhum lugar do mundo”.

“A Copa do Mundo tem seus aspectos positivos, mas poderia ser melhor. Este ano, por exemplo, tivemos uma elevação na ocupação hoteleira de Salvador, que também registrou recorde nos desembarques nacionais e internacionais para o mês de junho. Entretanto, esperamos que a Fifa consiga fazer uma operação melhor de vendas de ingressos, principalmente para as operadoras, que tiveram bastante dificuldades em 2013, que esperamos que não sejam repetidas em 2014. Para o Mundial de Futebol, a Bahia vai repetir o esquema adotado com um receptivo especial, através do Projeto de Guias e Monitores, promoverá ações de marketing no Brasil e no exterior, ampliará a divulgação dos seus hotsites e aplicativos, além de promover uma grande festa de São João, que será o diferencial de Salvador em relação a outras subsedes”.

Agostinho Patrus, secretário de Turismo de Minas Gerais

Oreni Braga, presidente da Amazonastur

“A valorização da imagem internacional de BH como importante destino de Negócios e Eventos, no que concerne à excelência médica, à cultura, à gastronomia e aos esportes, favorece ainda mais a captação de eventos internacionais, trazendo mais investimentos privados. A qualificação da mão de obra especializada faz com que tenhamos as melhores perspectivas quanto a ter Minas como destino de excelência no Turismo de Lazer. Novos roteiros nos diversos segmentos turísticos existentes em Minas recebem recursos e se adequam dentro de uma infraestrutura necessária para bem receber turistas regionais, nacionais e internacionais. Uma melhor rede viária de mobilidade urbana, com equipamentos de última geração. Maior segurança e qualidade de vida. Tudo isso só favorece o crescente fluxo turístico esperado para a Copa de 2014 e nos anos posteriores”.

“A Copa do Mundo é um dos grandes e importantes eventos que catalisam os olhares de toda a imprensa falada, escrita e televisiva, quase que full-time, durante os 30 dias de campeonato. O Amazonas foi brindado, tendo a sua capital Manaus escolhida como uma das sedes. Entendemos que, além da divulgação já mencionada, um dos grandes e importantes benefícios que a sociedade receberá será a qualificação em idiomas, o que permitirá que essas pessoas possam alcançar novas oportunidades em Manaus, no resto do país e no exterior. Uma Copa não se realiza só com a construção de uma Arena, mas com a melhoria de aeroportos, portos, mobilidade urbana, reordenamento das áreas culturais estratégicas da cidade, valorização da cultura local, melhoria dos serviços turísticos, além do envolvimento e preparação de uma sociedade para alcançar novos horizontes”.

Jackosn Pitombo, secretário de Turismo do Paraná

“A Copa do Mundo para nós não é o fim, nem o começo, e sim o meio. Pernambuco vem trabalhando em ações comercias, levando todas suas potencialidades para feiras, workshops e palestras em diversas cidades e países. A Secretaria, através da Empresa de Turismo de Pernambuco, está preparando também os profissionais ligados ao turismo do estado para melhor receber os turistas em Pernambuco. A viabilização de um novo núcleo urbano na Região Metropolitana do Recife deve se configurar como o principal legado da Copa do Mundo Fifa 2014 para nós pernambucanos. Como herança da realização de uma competição desse porte, podem ser listadas uma série de melhorias em infraestrutura, além dos investimentos em capacitação profissional que tem potencial para repercutir em toda a economia do estado”.

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“Visamos oferecer aos visitantes estrutura adequada, seguranças amigáveis, opções de roteiros turísticos, reurbanização e embelezamento da cidade, com foco nos locais com maior movimento de turistas como aeroportos, rodoviária, terminal de passageiros, além do entorno do estádio. A Secretaria do Turismo desenvolveu plano de incentivo a roteiros no estado que beneficiem todos os municípios que integram as dez regiões turísticas do Paraná. Vamos incentivar o turista a consumir produtos locais, experimentar a gastronomia regional e mostrar que é possível conhecer as belezas de nosso estado com segurança e preços convidativos. Independente da Copa do Mundo gostaria de convidar todos para conhecerem as belezas e o conforto que proporcionamos. O paranaense é povo hospitaleiro e simpático e o estado oferece atrativos para todos os segmentos com qualidade”.

Alberto Feitosa, secretário de Turismo de Pernambuco

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Capítulo final Projeções para o Mundial

Valdir Walendowsky, presidente da Santur

Adenauer Góes, secretário de Turismo do Pará

Oportunidades que vão além das cidades-sede A Copa do Mundo de 2014 trará inegáveis benefícios e maior visibilidade para as 12 cidades-sede selecionadas e seus respectivos estados. Mas de Norte a Sul do país outras capitais e regiões também buscam aproveitar as oportunidades e legados deixados pelos megaeventos. Esse é o caso, por exemplo, do Pará, que não vai sediar jogos, mas é vizinho do Amazonas. O secretário estadual de Turismo, Adenauer Góes, lembra que a realização de megaeventos tem como fatores preponderantes gerar novas oportunidades, muitas destas para a Região Amazônica, incluindo o Pará, que tem como objetivo alcançar a liderança da Região Amazônica até 2020. Para isso, o governo paraense planeja, por meio de ações e estratégias, triplicar o número de turistas brasileiros e ampliar a participação na receita gerada pelo turismo internacional para 15%, bem como aumentar o volume da receita global do turismo no estado.

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Ele também ressalta a importância do legado que será deixado pelos megaeventos. “Eu entendo que o maior legado da Copa do Mundo de 2014 deve ser a imagem do Brasil. E, neste sentido, confesso que estou preocupado pela forma como está imagem foi repercutida durante a Copa das Confederações. Uma outra preocupação é com a questão dos investimentos que tem sido feitos em função dos grandes eventos que os país vai receber, incluindo a Copa. Todos eles, ultrapassam em muito os orçamentos pré-estabelecidos, como por exemplo, os próprios estádios que estavam orçados em R$ 3,6 bilhões e que hoje já batem a casa dos R$ 8 bilhões. Então, me preocupa, na realidade, o quanto de positivo vamos usufruir com os grandes eventos”, alerta o dirigente. Na Região Sul, o Estado de Santa Catarina também não vai receber partidas do Mundial, mas deve atrair um público ávido por turismo de lazer durante a Copa de 2014. O governo aposta na melhoria da infraestrutura por meio de investimentos na ordem de R$ 9 bilhões, bem como em ações promocionais focadas tanto no mercado doméstico como internacional para atrair os visitantes que chegarem ao país para o Mundial da Fifa. Segundo Valdir Walendowky, presidente da Santur, esse é o valor do Pacto de Santa Catarina, elaborado pelo governo. Ele destaca ainda as novas ações de marketing que incluem, até o verão, o lançamento do selo retratando a nova Marca de SC. “Isso certamente dará maior identidade e visibilidade”, destacou ele. Os resultados já começaram a aparecer e, na última temporada de inverno, o fluxo turístico nas regiões serranas superou os 25% comparados ao ano passado. O governo também tem investido em segmentos. “Temos aí o cicloturismo, que já tem um roteiro em 10 cidades catarinenses e o do turismo de aventura”, lembrou. A partir deste mês as ações de marketing já começam a ser realizadas nos países do Conesul, que devem atrair um grande volume de turistas para a Copa de 2014. “Esse é um mercado importante que estaremos trabalhando fortemente, pois são destinos emissores prioritários”, adiantou.

>> Um estudo inédito desenvolvido pela assessoria técnica da presidência da Embratur mostra que, considerando apenas o dinheiro gasto por turistas brasileiros e estrangeiros durante os 30 dias de jogos da Copa do Mundo, a economia brasileira já terá retorno de todos os investimentos públicos feitos para garantir a realização do evento. A maior parte das despesas previstas para a Copa de 2014 é de turistas brasileiros. A projeção é que três milhões de viajantes nacionais gastem R$ 18,3 bilhões nas 12 cidades-sede do evento. São esperados ainda 600 mil estrangeiros - o dobro dos que foram à África do Sul em 2010-, que devem injetar R$ 6,8 bilhões. A estimativa foi feita com base no histórico de fluxo de turistas para o país e na procura por ingressos na agência da Fifa. O valor supera todos os investimentos públicos – em nível federal, estadual, municipal e via empréstimos de bancos federais – feitos ao longo dos anos para garantir a realização dos jogos, estimados em R$ 22,5 bilhões. “É importante destacar que esses são apenas os recursos gastos diretamente por turistas”, afirma o presidente da Embratur, Flávio Dino. “O valor total mobilizado na economia a partir das atividades do turismo é muito maior e inclui toda o impacto indireto na cadeia produtiva: o restaurante vai demandar mais verduras do feirante, o vendedor ambulante vai demandar mais gelo; o dono do hotel vai contratar mais bebidas do distribuidor”, exemplifica Dino. “São recursos que entram diretamente no bolso de diversos setores da economia brasileira, inclusive a informal”. As estimativas acima, apresentadas pela Embratur, servem para acalmar os ânimos dos mais exaltados por conta dos gastos com o evento esportivo. Como já mencionado, as verbas destinadas ao Mundial estavam entre os itens que motivaram os protestos do mês de junho. Muitos questionavam o fato do governo priorizar investimentos em estádios, por exemplo, em detrimento da educação, saúde, entre outros. Apesar disso, muito ruídos ainda permanecem. No trade, critica-se o fato do turismo não ter sido ouvido. As principais operadoras do país, entre outros players do mercado, não escondem sua insatisfação. Valter Patriani, da CVC (página 31) e Luis Paulo Luppa, da Trend (página 30), foram enfáticos aos criticar muitos pontos que envolvem a organização da Copa de 2014. Diante de todas as vertentes, resta-nos aguardar o momento da bola rolar, no dia 13 de junho de 2014. Ficam as mágoas, lamúrias, mas, ao mesmo tempo, a esperança que tudo termine bem e que o país mostre todo seu valor.


“Brasil merece confiança pela solidez das suas instituições e pela capacidade do seu povo” >> A frase que preenche o título desta entrevista é uma afirmação do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Ciente dos problemas enfrentados e dos desafios a serem superados, ele garante que o país passou no teste da Copa das Confederações com nota 8, e pode se sair ainda melhor no próximo ano. “O sucesso na Copa de 2014, dentro e fora dos gramados, vai mostrar ao mundo que o Brasil, além de saber organizar grandes eventos, é um país que merece confiança pela solidez das suas instituições e pela capacidade do seu povo”. MERCADO & EVENTOS - Como o senhor avalia esse teste chamado Copa das Confederações? Passamos no teste com qual nota? Aldo Rebelo - Fomos aprovados no teste da Copa das Confederações. Merecemos nota 8. Para passar pela Copa 2014 com nota ainda melhor, vamos seguir trabalhando e corrigir os erros de agora. O governo federal, por intermédio do Pronatec Copa – programa executado pelo Ministério do Turismo – oferece oportunidades de qualificação para profissionais que atuam diretamente com o público. Taxistas, garçons, atendentes em geral podem realizar cursos de línguas estrangeiras e especialização nas respectivas funções. Mas com certeza a barreira dos idiomas não será empecilho ao sucesso da Copa 2014.

M&E - Muitos estudos mostram que existe um exagero nas previsões para megaeventos. O senhor está otimista com relação ao Brasil? O que podemos esperar? Aldo Rebelo - Eu creio que vamos ficar perto desse número. Nem muito mais, nem muito menos que 600 mil turistas estrangeiros. E temos uma estimativa de três milhões de brasileiros se deslocando entre as cidades sedes.

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M&E - Na Copa das Confederações, além do retorno financeiro, o país ganhou uma grande vitrine para se mostrar ao mundo. Como o Brasil pode aproveitar o momento dos megaeventos para criar uma imagem positiva lá fora? O senhor acha que as manifestações realizadas nós últimos meses podem ter atrapalhado nossa imagem? Aldo Rebelo - O sucesso na Copa de 2014, dentro e fora dos gramados vai mostrar ao mundo que o Brasil, além de saber organizar grandes eventos, é um país que merece confiança pela solidez das suas instituições e pela capacidade do seu povo. Depois da Copa das Confederações, tivemos outro grande evento. A Jornada Mundial da Juventude e a visita do Papa Francisco, que tiveram grande cobertura da mídia internacional. Quem passou pelas cidades onde houve jogos da Copa das Confederações e viu que as manifestações – apesar dos problemas criados por uns poucos provocadores infiltrados nos movimentos – não prejudicaram a competição, nem ameaçaram as delegações e os turistas, vai voltar na Copa. Quem tinha algum temor em relação à segurança e acompanhou as impressionantes reuniões de mais de três milhões de pessoas no Rio de Janeiro com o Papa Francisco, viu que os brasileiros são acolhedores e sabem defender seus direitos respeitando as leis e os princípios da boa convivência.

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M&E - Como está o andamento dos projetos para 2014? Estamos dentro do cronograma ou atrasados? Como aproveitar as instalações após a Copa? Aldo Rebelo - Vamos por partes. É preciso separar bem o que é obra para a Copa, das obras que seriam executadas com, ou sem, Copa da Fifa. Os projetos de mobilidade urbana que são realizados paralelamente às obras dos estádios, seriam executados de qualquer maneira. As reformas dos aeroportos e dos portos, os alargamentos de vias urbanas, a modernização do sistema de transporte de passageiros nas grandes cidades são obras que ficarão aí, para dar mais conforto e segurança e mudar as cidades para melhor. Nas seis cidades onde foram disputados os jogos da Copa das Confederações, as obras de mobilidade ainda não estão concluídas. Mas as pesquisas dão resultados positivos. Até junho do ano que vem, vamos avançar. Algumas obras estarão prontas e as 12 cidades-sede da Copa estarão em

condições ainda melhores para receber os turistas e as delegações. Sobre risco de ociosidade dos estádios, pode-se responder com o que acontece em Brasília. O Mané Garrincha sempre foi apontado como um provável elefante branco. Depois da Copa das Confederações o estádio recebeu um espetáculo musical e dois jogos de futebol com média de mais de 50 mil pessoas. Portanto, o nível de aproveitamento das arenas vai depender da gestão de cada uma delas.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico

Brasil perde espaço no cenário mundial de cruzeiros marítimos LISIA MINELLI >> Há tempos a CLIA Abremar Brasil (Cruise Lines In- CLIA do ano de 2011, os Estados Unidos figuram na primeiternational Association) prevê uma redução no volume ra posição com 10,44 milhões de passageiros embarcados, de cruzeiros marítimos no Brasil, caso investimentos e seguido de Inglaterra (1,7 milhão), Alemanha (1,38 milhão), melhorias não fossem feitos nos portos no país. As previsões Itália (923 mil), Canadá (763 mil), Espanha (703 mil) e Brasil. estavam corretas e se confirmaram. Na última temporada (2012-2013), os 15 transatlânticos que percorreram a costa Ao todo, em 2012/2013 foram 280 atracações em 19 brasileira transportaram 732.163 cruportos nacionais ao longo de quase zeiristas. Isso representa uma queda de seis meses. Uma pesquisa com dados “As companhias 9% sobre o total da temporada anterior consolidados da temporada está sendo (2011/2012), onde foi registrado o têm um problema preparada pela CLIA Abremar, mas embarque de 805.189 passageiros. Os ainda se encontra em estágio prelirecorrente no altos custos de operação e os impostos minar e não tem previsão de publipraticados no país têm afastado as cação. Para a temporada de cruzeiros Brasil em relação companhias armadoras. Com isso, o 2013/2014, 12 navios farão roteiros à infraestrutura e Brasil perdeu duas posições no ranking pela costa brasileira. A estimativa é mundial de transporte de passageicustos muito altos. que a nova temporada, que começa ros em cruzeiros marítimos, caindo em novembro, tenha um fluxo de 668 Isso faz com que os mil turistas e 242 roteiros de viagens, da quinta para a sétima colocação. investimentos sejam número cerca de 12% menor que no “Já ocupamos a quinta colocação neste ano passado. “As companhias têm reavaliados” ranking, mas por causa dos altos custos um problema recorrente no Brasil em da atividade no Brasil, principalmente relação à infraestrutura e custos muito tributários, que têm deixado o país menos competitivo, altos. Isso faz com que os investimentos sejam reavaliados, estamos perdendo posições para outras regiões, como a Aus- o que é demonstrado nos números atuais da temporada e tralásia (englobada por Austrália, Nova Zelândia e Indonésia) na redução ainda maior para 2013/2014”, avaliou Amaral. que, com verão simultâneo ao nosso, registrará crescimento de 155% em seu turismo marítimo até o fim do ano”, disse A Medida Provisória 595/12, sancionada no último dia Ricardo Amaral, presidente da associação. No ranking da 05 de junho pela Presidência da República, propõe rever

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Números em tópicos Brasil cai de 5º para 7º lugar no ranking mundial 1° - USA - 10,44 milhões 2° - Inglaterra - 1,7 milhão 3° - Alemanha - 1,38 milhão 4° - Itália - 923 mil

 A temporada de Cruzeiros Marítimos 2012/2013 terminou no mês de abril. Os 15 transatlânticos que percorreram a costa brasileira transportaram 732.163 cruzeiristas, o que significa uma diminuição da ordem de 9,06% sobre o total da temporada anterior (2011/2012), que registrou 805.189 passageiros.  A temporada de Cruzeiros 2011/2012 terminou em meados do mês de maio 2012 com excelente resultado. Os 17 transatlânticos que percorreram a costa brasileira transportaram volume recorde de passageiros: 805.189 cruzeiristas, o que significa um crescimento da ordem de 1,56% sobre o total da temporada anterior (2010/2011), que registrou 792.752 passageiros. Foram 386 atracações em 20 portos nacionais ao longo de quase sete meses.

5° - Canadá - 763 mil 6° - Espanha - 703 mil 7° - Brasil - 694 mil 8° - Austrália – 623 mil Número de passageiros transportados (2011) / Classificação segundo a Clia (Cruise Lines International Association), que considera o ano de janeiro a dezembro.

 A temporada de Cruzeiros 2010/2011, que terminou em maio de 2010, teve ótimo resultado. Os 20 transatlânticos que percorreram a costa brasileira transportaram 792.752 cruzeiristas – sendo 12,5% (99 mil) estrangeiros -, o que significa um crescimento da ordem de 10% sobre o total da temporada anterior (2009/2010), que registrou 720.621 passageiros. Foram 414 atracações em 21 portos nacionais ao longo de sete meses.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico

entraves do setor portuário que acabam relacionados com os cruzeiros marítimos. Um novo e adequado marco regulatório facilitaria a parceria das armadoras com o poder público no sentido de investimentos no setor. A presidente Dilma Rousseff aprovou o texto, mas fez vetos, ou seja, a medida voltará a passar pelos senadores e deputados, já que será necessária a apreciação das mudanças exaltadas pela chefe do Executivo Nacional.

Destinos mais populares em termos de crescimento de capacidade em 2013 *: • 34,4% Caribe / Bahamas • 21,7% Mediterrâneo • 10,9% Europa (sem Med) • 5,0% Austrália / Nova Zelândia / Pacífico • 4,8% Alasca • 3,9% América do Sul • 3,4% Ásia • 15,8% Outros destinos

*Informações baseadas em auditorias anuais dos quatro maiores operadores de cruzeiros que representam aproximadamente 85% da capacidade global de cruzeiros, da Carnival Corporation, a Royal Caribbean Limited, Norwegian Cruise Line e MSC Cruzeiros. Capacidade de distribuição também reflete destino e sazonalidade do mercado.

Pesquisa Clia

Para Amaral, mesmo com a recente aprovação da MP dos Portos (MP595) a tendência é que o Brasil perca espaço no cenário mundial de cruzeiros. “Eu considero a aprovação da MP um avanço, pois, indica que o governo entendeu a necessidade de competitividade dos portos. Embora ela tem muito mais foco nas cargas (importação e exportação) – que foi o que motivou as discussões, as melhorias se feitas podem também beneficiar os cruzeiros”, comentou.

Destinos em alta para 2013 • Caribe • rios dos EUA • rios europeus • Sudeste da Ásia • Pacífico Sul • Canadá / Nova Inglaterra • Austrália / Nova Zelândia • América do Sul

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Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Royal Caribbean

Foco da companhia está nos roteiros internacionais >> Devido à dificuldade das operações de cruzeiros marítimos no Brasil, cada vez mais as armadoras estão investindo em levar os brasileiros para roteiros internacionais. Isso não é diferente com a Royal Caribbean, que nesta temporada trará apenas o já conhecido Splendour of the Seas. Segundo Ricardo Amaral, vice-presidente da companhia para a América Latina, México e Caribe, a estratégia de apresentar os roteiros no exterior ao brasileiro tem dado certo e a cada ano e o volume de passageiros embarcados nesses cruzeiros aumentam.

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Ricardo Amaral

MERCADO & EVENTOS – Desde a última temporada, a armadora tem diminuindo a oferta no Brasil. Qual a estratégia da Royal para o país? Ricardo Amaral – A Royal Caribbean International tem mantido seu premiado navio Splendour of the Seas. O navio é querido dos brasileiros e tem uma excelente aceitação na América do Sul. A empresa tem investido cada vez mais na estratégia de levar o turista brasileiro para desfrutar férias em seus navios no exterior, em especial no Caribe e Europa. A estratégia tem se mostrado acertada vide o crescente número de hóspedes brasileiros a bordo do Oasis e Allure of the Seas, os maiores navios do mundo. M&E – Fale um pouco das novidades para temporada brasileira, tanto em atrativos como em escalas. Ricardo Amaral – O Splendour of the Seas este ano trará minicruzeiros de três a cinco noites; além dos roteiros de sete noites para o Nordeste e também para região do Prata. Teremos ainda roteiros comemorativos, como Natal, Carnaval e Páscoa, com destaque para o Réveillon em Copacabana. Uma novidade será em nossas travessias, no roteiro de 15 noites (Brasil - Europa) teremos o temático Royal Dance, para os amantes da dança e para os que querem aprender os primeiros passos. Esse roteiro também terá uma imersão cultural dos nossos hóspedes nas diversas nacionalidades a bordo, com cursos de línguas e culinária. M&E – Há intenção de voltar a operar mais navios no Brasil? Ricardo Amaral – Caso tenhamos melhorias na infraes-

trutura portuária acredito numa natural propensão de trazer mais navios. Atualmente, a estratégia é levar o turista brasileiro para desfrutar férias em nossos navios no exterior, em especial no Caribe e Europa. M&E – Qual a importância do mercado brasileiro dentro da companhia? Se há um ranking, como o país pode ser posicionado? Ricardo Amaral – Todos os países onde a companhia tem escritórios próprios são importantes. Brasileiros são a segunda nacionalidade (exceto americanos/canadenses) a bordo dos dois maiores navios do mundo, Oasis e Allure of the Seas. A aceitação do público brasileiro para esses produtos foi enorme. Com a inauguração de um terceiro navio desta mesma classe em 2016 e outros três navios da nova classe Quantum em 2014, 2015 e 2016, esperamos aumentar ainda mais o número de brasileiros viajando conosco. M&E – A Royal tem projeto de construção de três novos navios. Como andam esses projetos? Ricardo Amaral – A Royal irá inaugurar quatro novos navios até 2016. O terceiro da classe Oasis, que deverá repetir o sucesso de seus irmãos Oasis e Allure of the Seas. Além de três navios da nova classe Quantum em 2014, 2015 e 2016 que prometem revolucionar o mercado com atrações que só a Royal Caribbean consegue oferecer, como um simulador de paraquedismo e varandas virtuais nas cabines internas, que mostrarão ao vivo o que acontece do lado de fora para os hóspedes de cabines internas. O primeiro deles, o Quantum of the Seas, que iniciará sua navegação em novembro de 2014, já está com as vendas abertas. M&E – Além desses novos navios, qual outra novidade a Royal prepara para as próximas temporadas? Ricardo Amaral – O Oasis of the Seas fará uma mini temporada na Europa em 2014, será a primeira vez que o navio sairá do Caribe. O Navigator of the Seas também será revitalizado e começará a navegar em janeiro de 2014, já com as novíssimas varandas virtuais. Além disso, temos nossas parcerias exclusivas que enriquecem a experiência a bordo. M&E – Com os resultados do Brasil no setor de cruzeiros, é possível projetar como serão os próximos anos? Ricardo Amaral – Na última década tivemos um aumento de navios, porém no último ano tivemos uma pequena queda, acredito que se nada mudar essa tendência de confirme para os próximos anos.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Costa Cruzeiros / Ibero Cruzeiros

Armadoras terão oferta de 150 mil leitos na temporada 2013/2014 >> Segundo Renê Hermann, diretor geral do Grupo Costa para a América do Sul, a temporada 2012/2013 para o Grupo Costa foi bem satisfatória, tanto em relação à ocupação quanto ao faturamento. Para a temporada 2013/2014, as expectativas são positivas e a meta é manter bons índices de ocupação e faturamento. Para isso, a companhia trará para o Brasil quatro navios: Costa Favolosa e Fascinosa – os dois mais novos e modernos navios da frota e mais dois da Ibero Cruzeiros: Grand Celebration e Grand Mistral. MERCADO & EVENTOS – O Grupo Costa trará quatro navios para o Brasil, sendo dois deles da Ibero. Qual a estratégia da armadora para o mercado brasileiro? Renê Hermann – O mercado sul-americano segue sendo estratégico para o Grupo Costa, tanto que os mais novos, modernos e tecnológicos transatlânticos da Costa foram escalados para retornar a região. Em 65 anos de operação, a América do Sul se consolida como um mercado maduro para cruzeiros marítimos do Grupo. Formadora do mercado marítimo no Brasil, o Grupo busca atender esse novo perfil de consumidor, oferecendo uma experiência de qualidade e totalmente diferenciada a bordo. Nossa grande demanda é por serviço e valor agregado, requisitos sempre colados na tradição italiana de navegar. As inovações e modernidade dos mega navios Costa Favolosa e Fascinosa e a relação custo-benefício do Grand Celebration e Grand Mistral atendem aos desejos e necessidades do cruzeirista brasileiro. M&E – Qual será a oferta total do grupo Costa no país em 2013/2014? Renê Hermann – Ao todo, o Grupo Costa soma uma oferta de 151.512 leitos. A Costa Cruzeiros e a Ibero Cruzeiros, terão uma oferta maior de cruzeiros de longa duração, que variam de seis a nove noites. Para crescermos nossa presença na região com qualidade e atendimento diferenciado, optamos por ampliar o número de roteiros mais longos.

M&E – Recentemente, foi anunciado pela Clia Abremar que o Brasil perdeu espaço no cenário mundial de cruzeiros. Em sua opinião, quais os principais gargalos do setor no país? Renê Hermann – A infraestrutura portuária no país precisa melhorar muito. Há problemas de custo de operação, entraves burocráticos e taxações. Apenas uma política integrada de fomento aos cruzeiros pode trazer resultados concretos a curto prazo. Precisamos de políticas públicas que incentivem a melhoria de infraestrutura dos portos assim como uma legislação específica. O mercado de cruzeiros está em ascensão e traz uma série de benefícios ao país, entre elas geração de empregos, entrada de dinheiro e incentivo ao comércio das cidades portuárias. M&E – O potencial de cruzeiristas do Brasil é inegável. O sr. acredita que com a redução da oferta no país, a tendência é o público migrar para roteiros no exterior? Renê Hermann – A população brasileira está viajando mais e, consequentemente, optando por férias a bordo de navios. A partir do momento em que esse turista brasileiro já experimentou cruzeiros pela América do Sul, a tendência desse viajante é explorar novos destinos internacionais a bordo de transatlânticos. Observamos um aumento na procura por cruzeiros pelo Mediterrâneo e pelas travessias Atlânticas.

Renê Hermann

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M&E – E quanto aos cruzeiros temáticos? Renê Hermann – Esta temporada é especial para a Costa Cruzeiros, já que será comemorado 20 anos de operações ininterruptas de roteiros temáticos na costa brasileira. O 20º Cruzeiro Fitness será realizado de 16 a 22 de fevereiro de 2014, com saída de Santos. Ao longo desse período, a Costa realizou 94 edições de cruzeiros temáticos em 15 navios diferentes, atingindo a marca de 219.141 passageiros transportados. Temos ainda na temporada 2013/2014 quatro cruzeiros temáticos: 12º Bem-Estar, 11º Dançando a Bordo e 7º Tango & Milonga, saindo de Santos.

M&E – Quais outras novidades o Grupo Costa pode antecipar para as próximas temporadas? Renê Hermann – A Costa Cruzeiros está em processo de expansão de sua frota. O 15º navio da companhia recebe investimentos de 550 milhões de euros e será entregue em 30 de outubro de 2014. O Costa Diadema será o maior navio de bandeira italiana em operação no mundo, somando 132.500 toneladas e capacidade para transportar 4.947 passageiros. Ao todo, serão criadas 1.854 cabines. Entre as novidades estão restaurante japonês, uma pizzaria, um bar no estilo bávaro, e o espaço Country Rock Club. Além disso, o Samsara SPA, centro de bem-estar e relaxamento que ocupará três andares do navio.

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Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico MSC Cruzeiros

MSC segue na contramão da maré negativa dos cruzeiros no Brasil >> Mesmo diante de um cenário negativo para os cruzeiros no Brasil, a MSC Cruzeiros mantém seus esforços e atenção para a América do Sul, em especial no país. Segundo Adrian Ursilli, diretor comercial, o Brasil é o segundo principal mercado para a companhia, ficando atrás somente da Itália. Atenta para as oportunidades, potencial turístico, além das rotas já realizadas a cada temporada, a companhia tem investido continuamente, ampliando oferta de leitos para essa região, trazendo novidades em serviços, inúmeras opções em minicruzeiros, viagens de longa duração e roteiros temáticos. “Além de navios ultramodernos e novos, como o MSC Preziosa que, batizado em março deste ano, já aportará no Brasil em novembro para a temporada 2013/2014. Elementos como esses são fundamentais para o contínuo desenvolvimento do setor e que agradam a todos os públicos”, disse.

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Adrian Ursilli

MERCADO & EVENTOS – A MSC é hoje a armadora com maior número de navios na temporada. Qual a estratégia da companhia para o mercado brasileiro? Adrian Ursilli – O Brasil é um mercado potencial e, nos últimos anos, deu claros sinais disso, com demanda cada vez maior para o setor. Mais que isso, o público brasileiro se identifica com o mercado de cruzeiros, tanto que a MSC ultrapassou um recorde de mais de 1 milhão de hóspedes brasileiros embarcados nos últimos cinco anos, marca registrada na última temporada (2012/2013). E, antes disso, na temporada anterior, esse volume foi também conquistado para hóspedes sul-americanos em navios da companhia. Para se ter ideia, o mercado cresceu 623% em 10 anos e a MSC Cruzeiros, que hoje é líder no Brasil, aumentou o número de hóspedes 42 vezes, em sete anos. M&E – Qual será a oferta da MSC Cruzeiros na temporada 2013-2014? Adrian Ursilli – Ao todo serão quatro navios. O novíssimo MSC Preziosa; o MSC Magnifica – que retorna aos trópicos por ter também caído no gosto dos brasileiros; o já consagrado MSC Orchestra e, outro estreante, o MSC Poesia. Para a temporada, a companhia incrementará sua oferta de leitos chegando a 290 mil, em mais de 80 roteiros que incluirão 13 cidades sul-americanas e, ainda, as Grand Voyages a partir de outubro, com os navios partindo da Europa rumo aos

portos brasileiros e sul-americanos e, no fim desta temporada, a partir de março, regressando ao velho continente. M&E – Quais foram os resultados da companhia na temporada passada e qual a expectativa para a próxima? Adrian Ursilli – A companhia superou a marca de 1 milhão de hóspedes brasileiros embarcados nos últimos cinco anos, marca registrada na última temporada (2012/2013). Os números desse último período foram de 196 mil hóspedes nacionais, de um total de 246 mil cruzeiristas embarcados. Para 2013/2014, haverá um incremento de 12%. Cabe citar nossa satisfação em inovar continuamente nessa região e na forte aceitação dos hóspedes para nossos serviços e excelência, por isso a companhia está confiante em repetir o sucesso da classe Fantasia e do MSC Yacht Club, a bordo do MSC Preziosa, além da escolha desse colosso dos mares para prestigiar o público na América do Sul. M&E – A oferta de cruzeiros no Brasil diminui a cada temporada. Com isso, a tendência é que mais brasileiros façam roteiros no exterior? Adrian Ursilli – Com a estabilidade econômica, ampliação da renda entre as classes e até o surgimento da ‘nova classe média’, os brasileiros passaram a experimentar novos serviços e experiências. Nesse cenário, estão os cruzeiros. Cada vez mais, os brasileiros têm escolhido visitar outros países incluindo o luxo e o conforto dos navios. Pelos itinerários oferecidos, foi notório o interesse dos hóspedes brasileiros para os roteiros do MSC Divina rumo a Istambul. Além disso, os roteiros pelo Mediterrâneo sempre chamam atenção por incluírem as charmosas cidades da costa italiana, além da França, Espanha, Portugal, Alemanha, entre outras. M&E – Cruzeiros no exterior serão inclusive foco das ações da MSC Cruzeiros no Brasil. Qual a expectativa para os resultados da próxima temporada? Adrian Ursilli – A MSC trabalha para oferecer as melhores opções em roteiros nacionais e internacionais e, de olho nas preferências do público nacional, escolheu-se recentemente o navio MSC Divina para estrear no mar caribenho e, ainda, realizar itinerários fixos durante o ano todo, já a partir de novembro de 2013. Outra região de roteiros o ano todo, o Mediterrâneo, concentra opções que estão entre as mais agraciadas tanto por aqui como em outros países. Pela demanda crescente, a MSC acredita que os hóspedes brasileiros intensificarão a procura por essas rotas e também em outros locais, incluindo norte da Europa, Emirados Árabes Unidos, Mar Vermelho, rotas que partem do Mediterrâneo e adentram o Mar Negro, além do sul da África.


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Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Oceania Cruises

Crescimento de três dígitos é esperado em 2013

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Jean Saraiva

>> Há tempos a Clia Abremar prevê uma retração no segmento de cruzeiros no Brasil. Nas últimas duas temporadas essa previsão se confirmou e houve uma redução de 9% na oferta de cruzeiros na costa brasileira. Além disso, o país caiu da 5º posição para 7º no ranking dos cruzeiros no mundo. Mas esse cenário é completamente diferente para a Oceania Cruises. Segundo Jean Saraiva, diretor de Vendas e Marketing da companhia no Brasil, como só trabalham com cruzeiros internacionais, os números tem crescido. “Como não temos operação no Brasil nosso caso é diferente e devemos crescer três dígitos em numero de passageiros embarcados em 2013”, disse. Mas para ele, no caso dos cruzeiros internacionais, a oscilação do câmbio prejudica muito. “Além da ocupação das companhias aéreas também podem dificultar em alguns momentos, mas acredito que esta questão tem se reduzido em virtude no aumento de números de voos internacionais no Brasil”, comentou. Infraestrutura e altos custos sempre são citados pela Clia Abremar como principais problemas para o desenvolvimento do segmento. “A Oceania Cruises tem alguns roteiros que passam pelo Brasil mas não sistema de cabotagem. Temos a informação de que as taxas portuárias do Brasil estão entre as mais caras do mundo e isso torna a tarifa mais cara”, lembrou.

saída no Brasil, porém todos com roteiros internacionais. Destaque para o Marina, navio inaugurado em 2011 e que vem pela segunda vez ao Brasil, fazendo a rota entre Rio de Janeiro e Valparaíso, em dezembro deste. M&E – Quais foram os resultados da companhia na temporada passada e qual a expectativa para a próxima? Jean Saraiva – Em 2012, a Oceania Cruises no Brasil fechou com um crescimento de 100% com relação ao ano anterior. Para 2013 acreditamos fechar um crescimento bem positivo novamente. Tanto que o Brasil deve fechar o ano na sétima posição no ranking das vendas da Oceania Cruises. Outros mercados importantes para a companhia são Estados Unidos e Canadá, seguidos pela Austrália e Grã Bretanha. M&E – A Oceania recebe brasileiros em seus cruzeiros no exterior. Quanto representativo é esse volume e quais os principais destinos escolhidos? Jean Saraiva – As viagens em cruzeiros internacionais têm aumentado a cada ano no Brasil e acreditamos que o país ainda está no começo desta subida. Na Oceania Cruises, com apenas dois anos em investimentos, o Brasil tem apresentado ótimos resultados e se posicionando bem. O principal destino para onde os brasileiros viajam é a Europa.

MERCADO & EVENTOS – A Oceania terá dois navios com saídas no Brasil. Qual será a oferta total no país em 2013-2014? Jean Saraiva – A Oceania Cruises terá três roteiros com

M&E – Quais as novidades da Oceania para a próxima temporada? Há novos investimentos ou novos navios a serem anunciados? Jean Saraiva – Acabamos de lançar nossa temporada 2014, com os roteiros de Europa, Alasca e Américas. A novidade seria o retorno do Insignia à frota, totalizando cinco navios da armadora. Apenas na Europa, teremos quatro navios em 2014 e a introdução de roteiros mais curtos de sete dias, que representarão 31% dos roteiros de Europa.

“Em 2012, a Oceania Cruises no Brasil fechou com um crescimento de 100% com relação ao ano anterior. Para 2013, acreditamos ter um crescimento bem positivo novamente. Devemos crescer três dígitos em número de passageiros embarcados”

M&E – Com os resultados do Brasil no setor de cruzeiros, é possível projetar como serão os próximos anos? E os megaeventos? Jean Saraiva – Como já comentado, para cruzeiros internacionais, a realidade é diferente e acredito que permanecerá em crescimento por alguns anos ainda. Em relação aos megaeventos que o país receberá, acredito que para os cruzeiros internacionais isso possa prejudicar um pouco; considerando que num espaço de dois meses de pré e pós evento da Copa de 2014, os voos estarão bem cheios e pode se tornar difícil sair do Brasil neste período. E quanto a possibilidade de os navios serem utilizados como hospedagem durante a Copa, por exemplo, acredito que seja possível, porém não no caso da Oceania.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Pullmantur

Falta de infraestrutura impede vinda de novos navios >> O Grupo Pullmantur aprovou um plano de expansão com o objetivo de liderar o mercado latino-americano de cruzeiros. O plano, que será implementado durante os próximos três anos, contempla a abertura de uma sede na América Latina, assim como inúmeras iniciativas comerciais e operativas. Trata-se de uma decisão estratégica guiada pelo rápido crescimento das operações do Grupo na região, que já gera 65% de seus clientes. A oferta de cruzeiros da Pullmantur converteu-se em um modelo de sucesso na América Latina, ao unir o crescimento sustentado com altos níveis de reconhecimento e satisfação dos clientes. O objetivo do plano é atingir, em três anos, 500 mil passageiros na região. Segundo Alexandre Zachello, diretor da Pullmantur no Brasil, apesar do grande potencial apresentado pelo país, as precárias condições de operações dificultam a vinda de mais navios da companhia para a costa brasileira. “Alto custo de operar os navios no Brasil, falta de infraestrutura e falta de opções de itinerários são os principais gargalos do setor no país. O Brasil possui cerca de 8 mil km de costa e apenas poucos portos acessíveis aos cruzeiros. Além, é claro, da falta de infraestrutura local para atender aos cruzeiristas”, disse. “Podemos citar como exemplo que atualmente temos dois navios fazendo o Caribe. Se tivéssemos maiores condições aqui no nosso país, esses navios estariam aqui”, completou. De acordo com o diretor, as empresas de cruzeiros marítimos estão optando por países onde há maior infraestrutura e incentivos ao setor. “Um bom exemplo é a Austrália”, lembrou.

pação foram bons, porém com alto custo operacional. O Brasil possui uma posição estratégica importante perante ao Grupo. Se tivéssemos maiores condições estruturais no nosso país, poderíamos trazer mais navios. M&E – Quais os principais mercados da Pullmantur? Alexandre Zachello – Os principais mercados são Europa, em especial o espanhol, que aporta 35% dos clientes; e onde o Grupo detém a liderança no negócio de cruzeiros. E a América Latina, responsável por 65% do total de passageiros, incluindo Brasil e Caribe. M&E – A armadora já recebe muitos brasileiros em seus cruzeiros no exterior? Alexandre Zachello – Eu acredito no potencial do Brasil e também que há mercado para o exterior. Normalmente, os cruzeiristas de primeira viagem optam por uma viagem mais curta e em território nacional e, quando gostam, optam por uma viagem mais longa e ao exterior. A Pullmantur Brasil manda vários cruzeiristas para o exterior, sendo que o principal mercado é o Caribe. Nossa expectativa é enviar dois mil passageiros ao mês ao exterior durante este ano.

M&E – Os megaeventos poderão ajudar o setor de cruzeiros? Alexandre Zachello – Não acredito, pois os eventos ocorrerão nos meses de inverno aqui e, portanto, baixa temporada. Nesse momento, os navios estão na Europa onde é alta temporada.

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M&E – Quais foram os resultados da companhia na temporada passada? Como o Brasil se posiciona? Alexandre Zachello – Os resultados de vendas e ocu-

M&E – Com os resultados do Brasil se retraindo no setor de cruzeiros, é possível projetar como serão os próximos anos? Alexandre Zachello – Nossa intenção é manter os três navios aqui para a próxima temporada e futuras. A tendência também depende de como o Governo trabalhará a questão e melhoria da infraestrutura no nosso país e não podemos negar que já estamos avançando e discutindo o tema.

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MERCADO & EVENTOS – Qual a estratégia da companhia para o mercado brasileiro? Qual será a oferta da Pullmantur no país em 2013/2014? Alexandre Zachello – Na temporada 2013-14 continuaremos com três “O Brasil possui uma navios, igualmente a anterior. O que posição estratégica muda é o itinerário. Por exemplo: nosimportante so navio Zenith deixará de fazer mini cruzeiros passando para roteiros de perante ao Grupo. nove noites, saindo do Rio de Janeiro Se tivéssemos e não mais de Santos (SP) e passando por Montevidéu, no Uruguai e Buenos maiores condições Aires, na Argentina. O Sovereign fará estruturais no nosso roteiros de Santos a Salvador; e o Empress com mini cruzeiros pelo Sudeste. país, poderíamos Teremos nessa temporada cerca de 140 trazer mais navios” mil passageiros embarcando no Brasil.

Alexandre Zachello


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Qualitours

Operação de cruzeiros no Brasil é um grande desafio >> Dados da Clia Abremar constatam que o Brasil perdeu espaço no cenário mundial de cruzeiros. Atualmente, o país ocupa a sétima posição no ranking. Para Ilya Hirsch, diretor da Qualitours Cruises & Tours, a operação de navios de passageiros na costa brasileira há muito tempo é complicada. “A operação representa um grande desafio para as companhias marítimas”, declarou. Portos e autoridades portuárias com exigências e interpretações diversas em cada porto do país emperram a realização dos cruzeiros.

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Ilya Hirsch

MERCADO & EVENTOS – Qual a estratégia da Qualitours para o mercado brasileiro? Ilya Hirsch – A Qualitours tem como foco principal a venda dos cruzeiros internacionais, navios Premium e de Luxo, que operam em regiões como Escandinávia e Rússia (Mar Báltico), Mediterrâneo, Ilhas Gregas e Turquia, Mar Negro, Alasca, Caribe, Canadá, Antártica, Taiti e Polinésia, Austrália e Pacífico. Vendemos não apenas os navios de companhias das quais a Qualitours detém representação de vendas, mas, também, os cruzeiros internacionais das companhias que operam roteiros na costa brasileira. Não há interesse maior da empresa em incrementar sua distribuição de cruzeiros no Brasil. M&E – Como a Qualitours não vende navios com saídas no Brasil, qual a oferta no exterior que a empresa trabalhará na temporada 2013/2014? Ilya Hirsch – Seguimos as temporadas e regiões de operações correspondentes: cruzeiros no Caribe, com maior foco no período de novembro a março; Mediterrâneo, de abril a novembro; Mar Báltico e Fiordes da Noruega, de junho até o final de setembro; Alasca, de Junho a Agosto; Antártica, entre novembro e março; Taiti e Polinésia, o ano todo. temos os melhores cruzeiros e navios, operando sempre em alguma das regiões ou destinos mais procurados e nas épocas certas. M&E – Quais os principais destinos escolhidos pelos brasileiros quando embarcam no exterior? Ilya Hirsch – Os números da Qualitours, bem como dos demais representantes de vendas e agentes gerais, não são divulgados, pois são confidenciais. Não há estatística

disponível. Os principais destinos escolhidos pelos cruzeiristas mais experientes são Mediterrâneo, Ilhas Gregas, Escandinávia & Rússia, Alasca e Canadá & Nova Inglaterra. M&E – Quais foram os resultados da empresa na temporada passada e qual a expectativa para a próxima? Ilya Hirsch – Quando falamos em temporadas, a Qualitours faz sua análise por áreas de cruzeiros. Atingimos as metas propostas, apesar da concorrência acirrada de outros “players” no mercado e da ação de consolidadores de cruzeiros com sede nos EUA e Europa. Com o lançamento de financiamento para todos os cruzeiros premium e de luxo estamos estimulando o mercado e temos uma expectativa de crescimento global de 20% para 2014, em todos os destinos. M&E – Como o Brasil se posiciona dentro dos resultados das armadoras no exterior que a Qualitour vende? Ilya Hirsch – A participação do mercado brasileiro, considerados todos os fatores atuantes na venda dos cruzeiros de luxo e premium, ainda é baixa, ficando abaixo de 10% da receita global das companhias marítimas. Cresceu um pouco diante da crise internacional que afetou grandemente os mercados principais – Estados Unidos e Europa –, que, tradicionalmente, lideram os números da receita das armadoras. Os resultados específicos das companhias marítimas não são divulgados infelizmente. M&E – Quais as novidades que as armadoras que a Qualitours trabalha preparou para a próxima temporada? Há novos investimentos ou novos navios a serem anunciados? Ilya Hirsch – Todos os anos as companhias marítimas têm o compromisso de revitalizar e renovar seus navios em operação, atendendo não somente a novos clientes, mas os clientes fiéis à marca e/ou ao navio. A crise internacional não interferiu na construção de novos navios. Em 2013, são seis navios que saem dos estaleiros, um mega iate da Companhia Ponant (264 hóspedes) ao custo de 100 milhões de libras, e também o Europa 2, da Hapag Lloyd, ao custo de 360 milhões de dólares, ambas companhias do portfólio da Qualitours. Em 2014 serão seis novos navios. Em 2015, mais seis novos, dentre estes o Seven Seas Explorer, da Regent Seven Seas, além de outras encomendas em processo de avaliação. Com as companhias investindo em novos navios, o mercado global tende a crescer entre 15% e 20% nos próximos anos.


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Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Iberostar

Para Copa 2014, 98% das cabines já estão comercializadas

Orlando Giglio

>> O luxuoso navio-hotel da rede hoteleira espanhola Iberostar, que navega durante o ano todo pelos rios Negro e Solimões, opera no Brasil desde 2005. Desde então, o Iberostar Grand Amazon recebeu mais de 20 mil turistas e navegou 58 mil quilômetros. O navio foi o primeiro projeto turístico no Brasil do Grupo Iberostar. Saindo do porto de Manaus, o navio opera dois itinerários: um cruzeiro de três noites pelo rio Solimões e outro de quatro noites pelo Rio Negro. Também existe a possibilidade de realizar o circuito completo, com duração de sete dias e passagem pelos dois rios. De acordo com o diretor Comercial e de Marketing da rede Iberostar, Orlando Giglio, existe a possibilidade do navio ser usado para hospedagem de visitantes durante 2014, no entanto, 98% das cabines para o período já estão comercializadas. O Iberostar Grand Amazon se destacou entre hotéis detentores de infraestrutura adequada a receber hóspedes executivos e estrutura para sediar eventos para pelo menos 150 pessoas. Infraestrutura – O navio possui 2.200 toneladas, 70 pés, 73 luxuosas cabines de 23 m² e duas suítes de 50 m², todas externas, distribuídas em três decks para passageiros. Além delas, dois restaurantes, dois bares, salão, duas piscinas e sala de fitness fazem parte do

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Roteiros Cruzeiro de três noites pelo Rio Solimões: inclui caminhada em trilhas na região de Manacapuru, com árvores grandes e antigas, além de plantas cultivadas pelos povos locais; passeios em lanchas por igarapés e igapós do rio Manacapuru; pesca de piranha em flutuante no lago Jacaré; passeios em lanchas para observação de aves; passeios noturnos; caminhada em trilhas na região de Janauacá, com variedade de árvores, plantas, cipós, flores e observação do modo de vida do povo local, com visitas a casas de palha, casas de farinha e seringais, além do famoso Encontro das Águas. Cruzeiro de quatro noites pelo Rio Negro: inclui visita ao famoso Arquipélago das Anavilhanas, um dos maiores conjuntos de ilhas fluviais do mundo; observação de botos cor-de-rosa em Novo Airão; tempo livre em Praia Grande, um oásis de areias brancas em meio à Selva Amazônica; excursão noturna de lancha; trilha na floresta; observação de pássaros; visita a comunidade indígena; show de folclore e Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões.

sistema all inclusive, que oferece hospedagem, alimentação e bebidas nacionais e importadas, além das excursões e apresentações artísticas no navio. O projeto de decoração de interiores, assinado pelos arquitetos Fernanda Salles e Gilles Jacquard, priorizou objetos folclóricos e obras de arte locais. MERCADO & EVENTOS – O Grupo Iberostar tem intenção de construir novos navios para desenvolver o segmento de cruzeiros fluviais? Orlando Giglio – Não temos planos de construção para o momento. M&E – Qual foi o resultado do navio no ano passado? Orlando Giglio – A taxa média de ocupação ficou em 40% em 2012. Já o total de fretamentos foi de 12 saídas ao longo do ano passado. M&E – A procura é maior de brasileiros ou estrangeiros? Orlando Giglio – Brasileiros representam em média 55% do público e os estrangeiros 45% que, em sua maioria, são americanos, alemães, espanhóis, chilenos e argentinos. M&E – O navio tem foco no lazer, mas também recebe grupos e incentivo. Quanto isso representa no resultado do navio? Orlando Giglio – Esse público representa 25% do total em receita do navio. M&E – Dentro do resultado do grupo, qual é a representatividade do Grand Amazon? Orlando Giglio – Por ser um navio de apenas 75 cabines a representatividade no Brasil é de 7% do faturamento anual dos resorts. M&E – Durante a Copa, haverá jogos na cidade de Manaus. O Iberostar Grand Amazon poderá servir de hospedagem para os turistas que forem assistir aos jogos? Orlando Giglio – Sim, poderá, entretanto já esta com 98% das cabines vendidas. M&E – Algum investimento está sendo feito para esse período de Copa? Orlando Giglio – Já tendo em vista a possível utilização do navio como hospedagem. Sim, faremos a troca de todos os televisores, tapetes e grama artificial, assim como alguns itens de decoração, além da manutenção.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Firstar

Brasil apresenta crescimento de 40% para NCL >> De acordo com Estela Farina, diretora da Firstar – representante da Norwegian Cruise Line no Brasil, no último ano o Brasil apresentou um crescimento superior a 40%, em relação ao ano anterior. “É o pais que mais cresceu na América Latina e continua sendo o primeiro mercado em vendas dessa região para a companhia”, comentou. Estela também cita o crescimento de 5% na procura de cruzeiros fluviais da AmaWaterways. “Este é um produto desafiador, pois, os brasileiros costumam planejar suas viagens com menor antecedência que americanos e europeus, o que faz com que tenhamos mais dificuldades na disponibilidade de cabines”, disse. Apesar do grande volume de cruzeiristas, a NCL não tem intenção de oferecer roteiros no Brasil. “A Norwegian já cogitou a ideia de operar no país, mas esbarra-se em muitos problemas”, disse. Infraestrutura e altos custos sempre são citados pela Clia Abremar como principais problemas para o desenvolvimento do segmento. A NCL concorda com essa avaliação e por isso, ainda não tem planos de operação de cabotagem na costa brasileira. Já a Oceania Cruises, outra companhia representada pela Firstar no Brasil, oferece algumas poucas saídas de cruzeiros com passagem pelo país, “mas não dedicados integralmente ao destino ou mercado brasileiro”, lembrou. Recentemente, foi anunciado que o Brasil perdeu espaço no cenário mundial de cruzeiros. Para Estela, os motivos são devido a problemas de infraestrutura adequada para os navios e turistas que chegam nos portos, e uma deficiência na legislação que torna a operação custosa, confusa e ineficiente. “Esses motivos são abordados há tempos, mas sem grandes progressos”, afirmou. “Estrutura portuária e legislação adequada são nossos principais gargalos, ressaltando que isto causa um custo operacional muito auto e pouco competitivo, em relação a outras opções de destinos marítimos”, completou. Veja abaixo entrevista com a diretora sobre as novidades para a próxima temporada e ainda uma análise do segmento de cruzeiros no Brasil.

M&E – A Firstar embarca brasileiros em seus cruzeiros no exterior. Acredita que brasileiros procurarem roteiros no exterior é uma tendência? Estela Farina – Acredito que sim. Mesmo não tendo cruzeiros aqui no Brasil, conseguimos identificar clientes que tiveram sua primeira experiência em cruzeiro por águas brasileiras e que, aprovando este modelo de viagem, passam a planejar as próximas férias em um cruzeiro internacional. Estou certa que os cruzeiros no Brasil contribuíram muito para o crescimento de brasileiros nos cruzeiros internacionais.

Estela Farina

M&E – As duas últimas temporadas de cabotagem no país apresentaram retração de oferta. É possível projetar como serão os próximos anos? Estela Farina – Creio que a tendência e haver uma redução na oferta de cruzeiros no Brasil, a menos que alguma alteração significativa seja feita na estrutura e legislação brasileira. Como sabemos que não são temas fáceis, a tendência será reduzir a oferta.

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M&E – Os megaeventos como Copa e Olimpíadas trarão visibilidade ao Brasil. Isso poderá trazer benefícios para o setor de cruzeiros? A sra. acredita que os navios poderão ser usados durante a Copa, por exemplo, como meios de hospedagem? Estela Farina – Com certeza será uma oportunidade para desenvolvermos o Brasil. Mas usar navios como hospedagem não acredito que aconteça. O período do ano em que estes eventos ocorrerão não são propícios para um remanejamento de roteiro dos navios. Seria uma ótima opção e solução para eventuais gargalos em hospedagem, mas o período da Copa será o mesmo período de alta temporada na Europa. E aparentemente as companhias não tem se mostrado dispostas a interromper a temporada regular para servir como hospedagem no Brasil.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

MERCADO & EVENTOS – Quais as novidades da NCL para a temporada 2013-2014? Estela Farina – Em maio de 2013, inauguramos o Norwegian Breakaway, com roteiros que tem inicio em Nova York. E em janeiro de 2014 teremos outro importante lançamento. Será o navio Norwegian Getaway que oferecerá roteiros pelo Caribe o ano inteiro, com embarque no porto de Miami. Este roteiro agrada muito aos brasileiros e o navio possui atrações muito especiais que certamente irá agradar ao nosso publico. O Getaway tem uma incomparável oferta gastronômica, com mais de 28 opções de locais para refeições, passando pelo restaurante do Chef celebridade Geoffrey Zakarian, churrascaria brasileira, bistrô francês, cozinha oriental, entre outros. E o entretenimento também traz opções para todos os gostos: desde o espetáculo Legalmente Loira, até clubes de jazz, espetáculo de dança Burn the Flor, ou magica Illusiona-

rium, para citar alguns. As acomodações também são muito diferenciadas com cabines em áreas exclusivas para quem viaja solo, ou com a família toda. Para a Oceania, contamos com novos e mais opções de roteiros de sete noites em diversos destinos na Europa, com embarque ou desembarque de portos atraentes como Istambul, na Turquia; Veneza, na Itália; Monte Carlo, em Mônaco; entre outros.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Oceania Cruises e Regent Seven Seas

“Acreditamos que o Brasil vai voltar forte neste segundo semestre” >> Novos itinerários e incentivo para venda de mais cruzeiros aos brasileiros. Esta é a estratégia das armadoras Regent Seven Seas Cruises e Oceania Cruises para o mercado Brasil. Para Christian Sierralta, vice-presidente de vendas internacionais para América Latina e Caribe, a estimativa para a temporada 2013/2014 é positiva. “Nós acreditamos que o Brasil vai voltar forte neste segundo semestre, já que as reservas estão sendo feitas em cima da hora. É cedo para prever, mas a reservas são fortes nas últimas semanas e o segundo semestre pode sim ser melhor que o primeiro”. Veja abaixo as novidades das companhias para o país e ainda uma breve análise do VP sobre os megaeventos que o Brasil receberá.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Christian Sierralta

MERCADO & EVENTOS - Recentemente, foi anunciado que o Brasil perdeu espaço no cenário mundial de cruzeiros, caindo de 5º para 7º no ranking. A quais motivos você atribui esse resultado? Christian Sierralta - Isso pode ser atribuído a alguns fatores na seguinte ordem de relevância. Houve um grande crescimento há alguns anos e é difícil manter este ritmo, especialmente com a desaceleração da economia. Além disso, nossas janelas de reservas estão mudando, de seis meses de antecedência para dois ou três antes da data da partida, tivemos um primeiro semestre lento. O terceiro motivo é que outros mercados estão produzindo mais consistente e, eventualmente, ultrapassam o Brasil. O México é um bom exemplo, que tem agora um mercado mais estável. M&E - A Oceania terá dois navios com saídas no Brasil. Enquanto a Regent fará cruzeiro para o RJ no Réveillon. Qual será a oferta total no país em 2013-2014? Christian Sierralta - Esperamos ter mais brasileiros em nossos navios do que em anos anteriores, os itinerários serão mais atraentes para este mercado. Nossa proposta é simples: melhores acomodações, melhor cozinha e melhor preço. Há descontos para incentivar as compras até 30 de setembro. Estamos muito animados por este novo itinerário, já que é o primeiro ano de cruzeiro no Rio de Janeiro. Estamos preparando uma tarifa diferenciada para os brasileiros. Além das tarifas de residentes especiais,

reconhecemos que este é um cruzeiro para famílias, então crianças menores de 17 anos viajando com os pais terão gratuidade. Ainda assim, um dos diferenciais mais imporante da Regent é que os roteiros incluem excursão em terra em cada porto, sem nenhum custo adicional. M&E - Quais foram os resultados da companhia na temporada passada e qual a expectativa para a próxima? Christian Sierralta - Nós acreditamos que o Brasil vai voltar forte neste segundo semestre, já que as reservas estão sendo feitas em cima da hora. É cedo para prever, mas as reservas são fortes nas últimas semanas e o segundo semestre pode sim ser melhor que o primeiro. M&E - Como o Brasil se posiciona dentro dos resultados da companhia? Christian Sierralta - Ainda é cedo para dizer, mas acreditamos que neste ano o Brasil não irá subir no nosso ranking. Os Estados Unidos são nosso principal mercado, seguidos pelo Canadá, Reino Unido, Austrália e Alemanha. M&E - A Oceania e a Regent já recebem brasileiros em seus cruzeiros no exterior. Quanto representativo é esse volume e quais os principais destinos escolhidos? Christian Sierralta - Quando falamos sobre o mercado brasileiro, 90% dos nossos negócios são para os destinos internacionais e 10% para a América do Sul. Brasileiros de classes mais altas procuram a Regent para conhecer destinos extraordinários. Mediterrâneo é sempre o destino preferido, seguido pelo Báltico. Os países mais visitados pelos brasileiros são Croácia, Montenegro e Turquia. M&E - Quais as novidades que as armadoras preparam para a próxima temporada? Há novos investimentos ou novos navios a serem anunciados? Christian Sierralta - A Oceania teve dois novos navios em 2011 e 2012 que duplicaram a nossa capacidade. Para 2014 revitalizamos três navios, o Insignia, o Nautica e o Regatta. Eles receberão um upgrade de US$ 50 milhões e passarão por remodelação de suítes, camarotes e áreas públicas. M&E - Os megaeventos trarão muita visibilidade ao Brasil. Isso poderá ser benéfico para o setor de cruzeiros? Christian Sierralta - Sim. Eu acho que os megaeventos vão aumentar o interesse dos espectadores ao redor do mundo. Será um período em que o mundo todo estará observando o Brasil.


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Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Pier 1

Foco de vendas para Antártida e Patagônia >> A Pier 1, representante das companhias Crystal Cruises, Holland America, Seabourn e Silversea no Brasil, está com novidades para os cruzeiros neste ano. Thiago Vasconcelos, diretor da empresa, destaca os novos roteiros pela Antártida e Patagônia das armadoras Seabourn e a Silversea. Segundo ele, estes são roteiros de expedição que têm como principal objetivo as atividades em terra. Para apresentar essas novidades aos agentes e operadores, a Pier 1 está programando uma série de eventos nas principais cidades do Brasil.

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Thiago Vasconcelos

MERCADO & EVENTOS – Quais as principais novidades que as armadoras no exterior preparam para a próxima temporada? Thiago Vasconcelos – O foco principal da Pier 1 são os cruzeiros internacionais pela América do Sul (Patagônia & Antártida), Alasca, Ásia, Caribe e Europa, então vamos aproveitar essa oportunidade para levar os cruzeiristas que viajavam apenas pela costa brasileira a novos destinos. Estamos com novidades principalmente com a Seabourn e a Silversea, que oferecem roteiros diferenciados na Antártida e em Galápagos, respectivamente. A partir de setembro, a Silversea fará roteiros o ano todo por Galápagos com cruzeiros de expedição. O Silver Galápagos Expedition Ship é o único navio de luxo a fazer esse roteiro. Com capacidade para apenas 100 passageiros, é dedicado as atividades fora do navio com foco no destino, sem deixar de oferecer toda comodidade. Este é um roteiro para aqueles passageiros mais viajados e que buscam valores como cultura e história, além da exclusividade. O ticket médio é alto, mais de US$ 5 mil por pessoa. Já a Seabourn esta com um roteiro para a Antártida em um navio de luxo para 450 passageiros. A grande novidade neste caso é que a armadora é a primeira a conseguir autorização para desembarcar no continente. É uma oportunidade de fazer um cruzeiro de expedição, mas em um navio de lazer, com todos os atrativos como cassino, spa e atividades a bordo. O roteiro é feito pelo Seabourn Quest. M&E – Quais ações serão feitas no mercado brasileiro para incrementar as vendas no país? Thiago Vasconcelos – Estamos preparando eventos e roadshows para divulgar nossos cruzeiros no exterior.

Faremos uma parceria com nossos representantes comerciais nas capitais do país e principais mercados. Nossa expectativa de vendas é muito boa para o ano. Com foco em especial nas novidades das armadoras Seabourn e Silversea. Por enquanto ainda estamos trabalhando ações para vendas na Europa e Caribe, mas em breve apresentaremos mais novidades para o mercado. M&E – A Pier 1 opera navios com saídas no Brasil? Qual a oferta no exterior que a empresa trabalhará no ano de 2013/2014? Thiago Vasconcelos – Temos navios com saídas no Brasil. Durante o período da temporada brasileira 2013/2014 nosso foco fica voltado para as saídas de América do Sul (Patagônia & Antártida), em especial aquelas com embarque ou desembarque no Brasil, e Caribe. Vale ressaltar que criamos um pacote específico para o público brasileiro, de compras em Miami, com a Crystal Cruises. O roteiro de 16 dias a bordo do Crystal Sinfony sai de Miami e chega no Rio de Janeiro, no final de novembro. Período ideal para compras de Natal. Além disso, o roteiro passa ainda por outros portos brasileiros como Belém, Fortaleza, Natal, Maceió e Salvador. M&E – Como a Pier 1 avalia o atual cenário dos cruzeiros marítimos no Brasil? Thiago Vasconcelos – Nos últimos dez anos houve um grande desenvolvimento e incremento do setor no país. Mas tudo é um ciclo. Agora o mercado se acomodou conforme a demanda e as necessidades. Este é o momento atual. Acredito que daqui a alguns anos possa mudar e a oferta volte a aumentar. Em curto prazo a oferta diminuirá e a migração para roteiros no exterior aumentará, mas nada impede desse cenário mudar. Os dois tipos de cruzeiros se complementam. Os passageiros que viajam para o exterior também viajam pela costa brasileira. Assim como a maioria dos setores da economia brasileira, o mercado de cruzeiros marítimos sofre com os problemas de infraestrutura, falta de regulamentações, burocracia, taxas e impostos exorbitantes. O resultado é o famoso custo Brasil que afugenta novos investimentos no país gerando um círculo vicioso. M&E – Você acredita que os navios poderão ser usados durante a Copa como meios de hospedagem? Thiago Vasconcelos – Essa seria uma excelente solução para a questão do déficit de hotéis nas cidades-sede litorâneas da Copa, mas a não ser que os contratos de fretamento dos navios já tenham sido firmados há algum tempo, acho improvável.


Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Discover Cruises

Brasil representa 40% do resultado da Discover Cruises na América Latina >> De acordo com Cristina Scielzo, diretora da Discover Cruises no Brasil, o país representa hoje 40% do volume de vendas da companhia em toda a América Latina. Já no internacional, o volume passa a ser 10% do total. Entre os principais mercados destacam-se Europa, América do Sul, Asia, Taiti e Alasca. Pensando no potencial de crescimento do mercado brasileiro, a Discover Cuises, representante da Princess Cruises e Cunard Line no Brasil, prepara uma série de ações para promover os navios da armadora no próximo semestre. O objetivo é incrementar as vendas entre 30% e 40% no mercado. Eventos estão sendo programados nas principais capitais do país até o final do ano e a expectativa é atingir mais de 800 agências. Para isso, será feita uma ação mais agressiva com os produtos da América do Sul. Cerca de cem agentes de viagens serão contemplados com a a distribuição de cabines-cortesia para agentes de todo o Brasil para viagens em diversos roteiros. Esta iniciativa vai atingir não os agentes que vendem mais, mas aqueles que têm maior identidade com o produto. Para o segundo semestre, mais novidades serão anunciadas, relacionadas a ações comerciais com o trade, com benefícios e premiações. Além disso, o site lançado recentemente pela Discover (www.discoverprincess.com. br), direcionado aos agentes de viagens, está sendo reformulado para promover os cruzeiros realizados na América do Sul. A Princess Cruises terá três navios operando pela região: Golden Princess (Patagônia), Crown Princess (Travessia) e Pacific Princess (Caribe & Rio Amazonas). As vendas desses produtos estao aquecidas e há inclusive categorias já com lista de espera.

M&E – Quais as novidades que as armadoras que a Discover trabalha no exterior preparam para a próxima temporada? Há novos investimentos ou novos navios a serem anunciados? Cristina Scielzo – Em 16 de junho de 2013 tivemos a inauguração do navio Royal Princess, com capacidade para 3600 passageiros e que teve como madrinha a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Para a divulgação desse navio foram feitas blitz de vendas em 80 agências e operadoras. Em 2014 será a vez do Regal Princess, novo navio da Princess Cruises. Para este navio, outras ações de divulgação serão pensadas. Como itinerários, teremos dois navios baseados no Japão e dois operando no Taiti. M&E – Como a sra. avalia o posicionamento do Brasil no segmento de cruzeiros no mundo? Cristina Scielzo – Os resultados do Brasil estão caindo a cada temporada. E continuará assim se não houver uma maior cooperação da iniciativa privada e do governo. É preciso mudar a visão dos negócios. Esperamos que a abertura dos portos possa oferecer tarifas melhores e serviços mais de acordo com o setor. Outro ponto que deve ser levado em conta são os megaeventos que o Brasil sediará. Eles trarão muita visibilidade ao país e poderá ser benéfico para o setor de cruzeiros. Isso certamente ajudará o segmento, principalmente aos cruzeiros pela costa brasileira. M&E – Ainda falando de megaeventos. É possível que os navios possam ser usados nesse período de Copa do Mundo como meios de hospedagem? Cristina Scielzo – Não acredito que seja possível que os navios que percorrem a costa brasileira atuem como charteres. O que pode acontecer são navios virem com passageiros embarcados em outros países, como no caso do México, por exemplo.

Cristina Scielzo

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MERCADO & EVENTOS – A Discover não vende navios que operem no Brasil, mas recebe muitos passageiros em seus navios no exterior. Qual o potencial do país nesse segmento? Cristina Scielzo – É uma tendência os brasileiros viajarem cada vez mais para o exterior, mas não de uma maioria que se utiliza de cruzeiros. Existe uma parcela bem representativa de passageiros que fazem a costa brasileira ainda não tem poder aquisitivo para uma viagem ao exterior. Afirmo isso porque 100% dos nosso volume de cruzeiros são feitos no exterior. Mas ao mesmo tempo vemos uma quantidade enorme de pessoas tomando gosto por viajar de navios, aproveitando todo o conforto e comodidade. Além disso, o passageiro não precisa pegar voos, transfer, se descolocarem e se hospedarem em diversos hotéis para conhecer diferentes destinos e países. Ao contrário, eles já estão hospedados em um hotel flutuante de cinco estrelas,

com toda mordomia e refeições inclusas. O que faz com que o custo benefício seja muito mais atrativo.

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Cruzeiros Marítimos / Turismo Náutico Blue Sea

Consolidada no Rio, empresa terá filiais em outros estados >> A diretora de Vendas da Blue Sea, Marcia Trojman, está comemorando o atual momento passado pela empresa de cruzeiros marítimos. Em entrevista ao MERCADO & EVENTOS, a executiva acredita que firmando novos contratos com operadoras e agências, a Blue Sea espera manter o crescimento apresentado em 2012, que chegou a 40%. De acordo com ela, a alta do dólar, apesar de assustar alguns turistas, não vai intimidar os que são fiéis ao segmento de cruzeiros marítimos.

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Marcia Trojman

MERCADO & EVENTOS - Como podemos avaliar o mercado de cruzeiros da Blue Sea no cenário nacional atualmente? Marcia Trojman - Com esse aumento do dólar, nossos clientes, de fato, ficam um pouco assustados. Porém, acredito que os interessados em viajar acabam se acostumando com a alta e passam a usufruir dos cruzeiros sem muitos problemas. Consolidados no Rio de Janeiro, estamos atualmente investindo em novas filiais pelo Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e, assim, visamos integrar e oferecer oportunidades em novas áreas de atuação. Como em todas as temporadas, acredito que teremos uma ocupação satisfatória. M&E - Qual a previsão de crescimento esperada pela Blue Sea para temporada 2013/2014? Existe algum tipo de evolução, na comparação com a temporada 2012/2013? Marcia Trojman - Apesar do imbróglio encontrado com aumento do dólar, como comentado anteriormente, não acredito que tenhamos uma diminuição da expectativa quanto ao número de turistas que viajarão e, consequentemente, ao crescimento esperado dentro do mercado. Na temporada 2012/2013, por exemplo, obtivemos um crescimento de 35%. Este ano pretendemos chegar ao mesmo patamar apresentado, com variações que podem chegar a até 40% de aumento. Um dos fatores que pode

alavancar todo esse progresso é o fato de estarmos lidando com um novo tipo de turista, um turista mais familiar, que consegue englobar todos os membros para fazer cruzeiros em conjunto. Característica a qual deixa de lado certos boatos de que cruzeiros são para casais ou para público de uma idade mais avançada. M&E - Se fossemos classificar o mercado da companhia de acordo com a nacionalidade. Como poderíamos classificar os principais da Blue Sea? Marcia Trojman - Operarmos em diferentes continentes, oferecendo rotas pelos países mais exóticos e frequentados pela Europa, América e Ásia. Diria que 65% do público-alvo que a Blue Sea consegue alcançar são brasileiros. Ou seja, o mercado por aqui está bastante fomentado e deve crescer ainda mais. M&E - A alta procura do turista brasileiro por cruzeiros marítimos, tanto domésticos como internacionais, faz com que as empresas se atualizem e busquem, sempre, o melhor atendimento, as melhores rotas e preços. Como a Blue Sea se prepara para receber essa demanda e apresentar novidades para a temporada 2013/2014? Marcia Trojman - Dentro dos pacotes all-inclusive estamos oferecendo diversas rotas durante toda a temporada. Focando na Ásia, com passeios exóticos entre Indonésia, Cingapura e Hong Kong, esperamos atrair muitos clientes. Além disso, estamos com opções de rotas exclusivas para o Alasca, Galápagos, entre outras dezenas de opções.

Un-Cruise Adventures chega ao Brasil e oferece cruzeiros de luxo no Rio pela Blue Sea Mais uma companhia de cruzeiros decidiu investir no mercado brasileiro. Dessa vez é a norte-americana UnCruise Adventures, especializada em cruzeiros de luxo, que desembarca no país com a proposta de conquistar o mercado classe A com cruzeiros diferenciados para pequenos grupos - entre 22 e 88 passageiros - explorando rotas relacionadas ao turismo de aventura no Havaí, no Alasca e México. Para divulgar a companhia, que conta com uma frota de oito navios, a diretora Blanca-Stella Lanao veio ao Brasil onde definiu sua representação no país com duas empresas, uma com sede em São Paulo e a Blue Sea, com sede no Rio. Márcia Trojman, diretora da Blue Sea, disse: “Sem dúvida o mercado brasileiro de luxo está em busca de novas opções e os cruzeiros da Un-Cruise têm uma proposta inédita que vai atender aos agentes de viagens e ao mercado do Rio de Janeiro e São Paulo”.


Educação / Intercâmbio / Pesquisas / Treinamento / Network

Turismo aquece mercado de trabalho PEDRO MENEZES >> Um dos segmentos mais importantes para a ordem e o progresso do país é a educação. Investimentos suficientemente bons e o interesse em aprender, fazem do mercado de trabalho uma luta cada vez mais dura, com milhares de profissionais investindo em especialização para garantir o conforto adequado para suas respectivas famílias. Dentro dessa roleta-russa educacional, especialistas em capacitação e experiência no ramo dão dicas, não só para melhorar as estratégias do governo em obter uma mão de obra qualificada, mas também ao público final, em como se preparar para a busca de um lugar ao sol. O ciclo dos megaeventos, como já era previsto, trouxe com ele um grande impulso

econômico para o Brasil, com grandes empreendimentos, além de trazer a esperança a milhares de pessoas que, até então, apenas permaneciam em busca de novas oportunidades. Além do preenchimento em todos os setores da infraestrutura nacional, a evolução do turismo, como um todo, está abrindo portas para capacitações em línguas, empregos nas redes hoteleiras, nos aeroportos e na mobilidade urbana. Atualmente, 700 instituições de ensino estão ministrando cursos rápidos em hotelaria, gastronomia e Turismo. Cerca de 80 mil novos profissionais são inseridos no mercado formal ao ano, atualmente, de acordo com Marciano Freire, diretor do Ipeturis. Com a economia brasileira em alta

e o crescimento dos setores produtivos e de serviços, as oportunidades de emprego tendem a continuar aumentando. Nas próximas páginas que abordam o segmento, também encontramos material suficiente para entender a educação internacional e os avanços no número de intercâmbios na mesma proporção em que a globalização coloca as fronteiras cada vez mais próximas. As características educacionais englobadas no crescimento do Brasil, você pode encontrar neste material especial, produzido pelo MERCADO & EVENTOS, sobre Educação dentro de toda uma preparação para receber os megaeventos, com entrevistas exclusivas com especialistas na área.

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Educação / Intercâmbio / Pesquisas / Treinamento / Network ABBTur

Para os megaeventos, não há tempo para capacitação em idiomas >> Com base no princípio de que o domínio de outro idioma, atualmente, é fundamental para melhorar a qualidade do turismo receptivo durante os megaeventos, Elzário Júnior, presidente da ABBTur, coloca em pauta as estratégias necessárias para uma melhor capacitação dos profissionais, nesta entrevista ao M&E. Na sua opinião, a implantação de aprendizagem de línguas estrangeiras no Ensino Básico só pode se dar a longo prazo. Para ele, é necessário buscar novas fórmulas para mudar este panorama nacional em meio a expectativa da qualificação profissional e, consequentemente, a abertura para novas oportunidades.

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Elzário Junior

MERCADO & EVENTOS - Dentro da estrutura para receber os megaeventos, a capacitação da mão de obra tem sido uma das preocupações? O que o senhor acha que pode ser feito para mudar a atual realidade? Elzário Junior - Para os megaeventos, especificamente, não há tempo suficiente para deixar um profissional apto para ter o domínio de duas línguas, como é o nosso caso. Infelizmente os programas previstos pelo Governo tiveram atraso na sua implementação. Temos que ter em mente que leva-se aproximadamente dois anos para alcançar o nível avançado em um idioma estrangeiro. Diante deste quadro a alternativa é promover uma ação mais imediata. Sugiro que se possa sim haver um esforço para contratar pessoas que possuam outros idiomas e venham a ser remuneradas no nível de mercado de outros setores. Somente deste modo, teremos uma solução a curto prazo. O país acaba perdendo pessoas com formação em Turismo e hotelaria para outras áreas que melhor valorizam a importância e necessidade de profissionais bilíngues em áreas estratégicas. M&E - O senhor acredita que será necessário agregar novos eventos para manter o crescimento na capacitação em outras línguas? Como você enxerga a solução para melhorar e aumentar a capacitação dos brasileiros no aprendizado de outras línguas? Elzário Junior – Deve se partir do princípio que aprender e dominar outro idioma é fundamental para qualquer

profissional que se dedique a sua área de interesse e pesquisa, no contexto globalizado que se apresenta atualmente. Especificamente para quem trabalha com turismo, atividade que lida com gente, atendimento e acolhimento de motivações humanas. Implantar uma estratégia de longo prazo de aprendizagem de línguas estrangeiras no Ensino Básico, que engloba ampliar a carga horária semanal e intercâmbio de estudantes. Para os aprendizes em Turismo e hotelaria, esse intercâmbio pode ser realizado em programas governamentais, tais como “Brasil, sem fronteiras”. E popularizar intercâmbio cultural e linguístico com permanência em residências nos países de língua estrangeira. Contudo essa ação governamental Brasil sem Fronteiras se destina aos estudantes em certa fase de curso e de instituições públicas, e prioriza áreas do conhecimento, com foco no tecnológico/científico, Não incluindo o Turismo. E, tem como um dos maiores problemas observados para as inscrições no programa, a falta do idioma e a maior escolha é para países que tenham o uso do espanhol, pois as pessoas se sentem com mais possibilidades de se “virar”. Vale observar ainda que as pessoas já formadas, adultas e que vêm do ensino tradicional não dominam idiomas. Portanto, a falta do idioma é uma questão maior do país, em todas as áreas e níveis, bem como a falta de profissionais técnicos e executivos para atender ao mercado, passa por essa questão. M&E – Quais os desafios encontrados pelas redes de capacitação em línguas na captação de novos alunos interessados? Acredita que o aprendizado é dificultado por uma educação de baixa qualidade? Elzário Junior - A aprendizagem de línguas estrangeiras já se mostrou defasada no Ensino Básico, onde os estudantes têm pouco contato com a língua. Em paralelo, as redes de capacitação em línguas adotam estratégias comerciais que impossibilitam o ingresso de uma grande parte do público alvo, ou seja, adotam mensalidades caras inviabilizando deste modo um ensino com maior amplitude de ação. Temos que rever essa estratégia. Tome por exemplo outros países como o Canadá, país que desperta em muito o interesse dos estudantes brasileiros. Lembro que o Canadá adota duas línguas oficiais, que estão entre as mais faladas mundialmente. Creio ser esse um dos motivos deste interesse por atrair grande fluxo de turismo educacional especificamente para aperfeiçoamento e intercâmbio para aprendizagem da língua inglesa e francesa, além da potencialidade turística que o país oferece. O Brasil por sua vez tem que encontrar seus próprios caminhos.


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Educação / Intercâmbio / Pesquisas / Treinamento / Network Fundação Getúlio Vargas

Limpeza e sinalização turística: entraves na preparação para Copa >> O especialista em Turismo da FGV Projetos, André Coelho, mostra-se confiante dentro de uma política estratégica, montada em rede nacional, para receber o maior legado dos megaeventos: os turistas. Considerando o momento “Copa do Mundo e Olimpíadas” como único, André lembra, em entrevista ao M&E, que a capacitação de profissionais é importante dentro de um projeto que englobe, proporcionalmente, investimentos em sinalização turística e segurança, áreas as quais são responsáveis pela maior insatisfação turística. “Primeiro vem a segurança e depois a organização”.

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André Coelho

MERCADO & EVENTOS - Como podemos avaliar os fenômenos econômicos e sociais trazidos pela Copa do Mundo? André Coelho - Primeiramente, eu acredito que o momento “Copa do Mundo e Olimpíadas” é muito importante para o Brasil como todo, não só por trazer recursos e atividades, mas para a aceleração de uma série de processos políticos e burocráticos, como uma alavanca para o ponto de chegada. E dentro desses moldes, coloco a infraestrutura turística, e todo o seu benefício, como um dos principais pontos dos investimentos. Isso engloba toda uma massificação de sinalização turística bilíngue, com maiores e mais detalhados critérios de informação. Acredito que exista uma preocupação maior das autoridades em como nossa infraestrutura vai servir e aparecer para o mundo durante os megaeventos. Lembrando que a infraestrutura tem de ser boa para a população para ser boa para o turista, tratando a mobilidade como legado somente. Outro ponto importante é a integração de transportes, já que turismo trata-se de pessoas em deslocamento, e isso integra modernização dos aeroportos, transporte integradores dentro das cidades e área de ciclovias, essa última uma grande tendência. Destaco, também, o ponto cultural como fundamental para um legado satisfatório, incluindo todo o benefício de interagir com outras culturas. O Brasil tem o privilégio de promover a Copa e se expor dentro de sua própria casa, e temos de aproveitar isto.

M&E - Acredita que nossa mão de obra estará necessariamente pronta para receber uma enorme gama de turistas que pretendem visitar o Brasil nos próximos 10 anos? André Coelho - Acredito que sim. Apesar disso, temos muito o que fazer em termos de capacitação, principalmente de línguas e em serviços, como atendimento ao cliente. Mas vejo o mercado, em geral, se preparando, se estruturando, de alguma forma, para receber os turistas, com cursos capacitatórios. Iremos, certamente, chegar a um nível adequado. O fator da língua nem é tão preocupante para o estrangeiro. Primeiro vem a segurança e depois a organização. Os fatores mais complicados para os turistas são a limpeza pública e a sinalização. Eu acho que a questão da língua é importante, mas não a colocaria no topo do ranking, como um fator tão complicador para o segmento. A língua é um problema, mas não o mais grave. M&E - Qual é a avaliação que podemos fazer sobre a importância das medidas político-econômicas tomadas para os megaeventos? André Coelho - Os investimentos são necessários e o fator “Copa do Mundo e Olimpíadas”, como disse, acelera o desenvolvimento das infraestruturas necessárias tanto em aeroportos como na mobilidade urbana, com sinalização turística massiva. Tudo que é bom pro povo é bom pro turista. O turista está se mesclando mais com o povo e vivendo mais o nosso cotidiano. É a interação e o calor que os fazem aproveitar o máximo possível. Então, essas medidas importantíssimas têm que ser tomadas, primeiramente, para o bem do povo. Depois vem o bem para os turistas, consequentemente. M&E - O Pronatec Copa vem criando estratégias para a capacitação rápida de turmas, tanto na mão de obra especializada quanto no aprendizado de idiomas. O senhor acredita que podemos obter êxito com essa estratégia remediadora? André Coelho - Acredito ser uma estratégia remediadora e necessária. Realmente não tenho dados sobre os cursos, mas sei que há um contingente significativo se posicionando melhor em suas áreas de trabalho. É apenas uma demonstração que o governo tem preocupação na receptividade das pessoas e com o legado que fica pós-evento. E pros profissionais, esses cursos é uma forma de dar um passo além nas suas carreiras.


Educação / Intercâmbio / Pesquisas / Treinamento / Network Ipeturis

Cerca de 80 mil novos profissionais são inseridos no mercado formal ao ano >> O Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo, através do diretor Marciano Freire, destaca a movimentação capacitatória para os megaeventos e as realidades encontradas na recepção de estrangeiros. Em entrevista ao M&E, Marciano mira soluções para o planejamento estratégico do turismo nacional e acredita na união dos poderes público e privado para treinamento e aprimoramento profissional. MERCADO & EVENTOS - Sabemos que a oportunidade em aprender e dominar novas línguas ainda é baixa. O que o senhor acha que pode ser feito para mudar essa realidade? E o que o país perde, em termos econômicos, com esse tipo de questão ainda por desenvolver? Marciano Freire - A fluência em idiomas não se desenvolve em seis meses de curso, com duas ou quatro horas de aula por semana. A fluência é desenvolvida com a vivência, levando-se uma vida inteira para dominar razoavelmente uma língua. Basta nos perguntarmos o quanto dominamos o próprio português. É insuficiente, para o atendimento a turistas estrangeiros, ensinar um vocabulário básico e limitado a esses profissionais, pois não basta saber expressar um cumprimento cordial. Todavia, além da preocupação com o domínio de idiomas por profissionais de turismo, há coisas muito mais simples que podem e devem ser feitas, e que dependem da sensibilização do empreendedor privado e do poder público. Sinalização em inglês, cardápios bilíngues e com fotos, mapas ilustrados das cidades, dentre outros, são exemplos de itens essenciais como instrumentos de comunicação e o primeiro passo para o atendimento ao estrangeiro. Temos, no DNA do brasileiro em geral, a boa vontade para ajudar, a simpatia, a disponibilidade, que pode até ser muito mais importante que o domínio do idioma, porém não é suficiente.

M&E – Qual seria a solução para melhorar e aumentar a capacitação da mão-de-obra brasileira? Marciano Freire - Empresas e entidades representativas dos setores produtivos e de serviços deveriam se unir para disponibilizar programas de capacitação e reciclagem profissional que incluiriam, também, técnicas de atendimento ao público e aprendizado das principais línguas estrangeiras. As empresas, por meio dos sindicatos e associações de classe, poderiam estabelecer convênios com escolas de formação, o que facilitaria o acesso e baratearia o custo, visto que a demanda aumentaria. Empresas, trabalhadores, entidades e turistas sairiam ganhando. As empresas teriam mão-de-obra mais bem preparada, e trabalhadores ampliariam suas habilidades e valorizariam o currículo.

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M&E - Quais são os principais imbróglios encontrados pelas redes de capacitação em geral, na captação de novos alunos interessados? Como mostrar o valor da capacitação dentro de uma carreira disputada como é a dos garçons, guias turísticos, entre outras profissões fundamentalmente necessárias? Marciano Freire - O setor de turismo está em expansão. O Brasil é um país extenso e com grandes opções turísticas. Investir em qualificação profissional nesta área é estar atento para o futuro. Segmentos voltados ao turismo encontram hoje grandes chances de crescimento na economia, a exemplo da cadeia hoteleira e do setor de cruzeiros marítimos. Com a facilidade de acesso ao crédito, cada vez mais pessoas têm a possibilidade de viajar e conhecer novos lugares. Profissões como garçom, guia turístico e camareiro podem ser apenas o primeiro passo para uma carreira de sucesso na área.

Marciano Freire

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M&E - O senhor acredita que a expectativa de capacitação de profissionais vai continuar a crescer mesmo após o encerramento do ciclo de megaeventos, em 2016? Marciano Freire - Segundo o Ministério da Educação e Cultura, há no Brasil mais de 700 instituições de ensino ministrando cursos rápidos em hotelaria, gastronomia e turismo. Cerca de 80 mil novos profissionais são inseridos no mercado formal ao ano, atualmente. Com a economia brasileira em alta e o crescimento dos setores produtivos e de serviços, as oportunidades de emprego tendem a continuar aumentando. Porém, ainda faltam bons programas de ensino e capacitação. A realização da Rio+20 e a Copa

das Confederações foram exemplos de que o Brasil ainda carece de mão-de-obra qualificada. Acredito que os megaeventos no país serão apenas o início de um novo ciclo do emprego no Brasil. Os empresários já perceberam que a falta de qualificação é prejudicial aos negócios. O próximo passo é unir forças para capacitar os trabalhadores, criar planos de carreiras, investir em treinamento e incentivar o aprimoramento profissional, independente da área de atuação.


Educação / Intercâmbio / Pesquisas / Treinamento / Network Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta)

Intercâmbio estudantil, um mercado em permanente expansão >> Em meio a globalização o intercâmbio estudantil tem conquistado cada vez mais adeptos no país em função das inúmeras vantagens oferecidas. Carlos Robles, presidente da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), mostra o lado positivo de estudar fora do país e os passos para alcançar uma evolução dentro de uma estragégia de receptividade do turista internacional, interessado em conhecer o nosso país. Dentro dos destinos preferidos dos brasileiros cita como exemplo o Canadá como modelo de sucesso para essa prática.

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Carlos Robles

MERCADO & EVENTOS - O que o senhor acha que pode ser feito para melhorar o atendimento aos turistas? Carlos Robles - O Brasil se prepara para os megaeventos através de programas privados, onde os interessados buscam aperfeiçoamento do idioma no exterior. O país também oferece programas de políticas públicas como o Programa Ganhe o Mundo, da Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco, que oferece cerca de 1.000 bolsas de estudos para intercâmbios de seis meses aos jovens de escolas públicas do estado. Através destes programas, os estudantes passam a ter uma maior compreensão da cultura e códigos internacionais, retornam para o Brasil preparados para acolher esses turistas que estarão chegando para os megaeventos e também posteriormente a eles. São desafios que estão sendo vencidos para poder capacitar, cada vez mais, os brasileiros na área do turismo receptivo. M&E - O senhor acredita que o receptivo internacional tende a crescer mesmo após o encerramento do ciclo de megaeventos, em 2016? Carlos Robles - Sim, eu acredito que megaeventos chamarão muitos turistas específicos. O Brasil estará na mídia mundial e aqueles que não tiveram a oportunidade ou optaram por não estarem nos megaeventos, terão maior interesse em visitar nosso país após 2016. Portanto, eu acredito que será um efeito retardatário. Ao agregarmos novos eventos claro que estaremos ajudando a manutenção dos mesmos, mas até hoje muitos turistas visitam os estádios olímpicos de onde foram realizadas as Olimpíadas

em Pequim e Sydney, por exemplo. Em uma pesquisa realizada pela Belta em 2013, sobre o mercado de 2012, concluiu que o volume de intercâmbios, com alunos saindo do Brasil para estudar no exterior, está em uma curva ascendente, mesmo com eventos atraindo muitos turistas ao Brasil. M&E - Como se pode melhorar o padrão dos cursos de intercâmbio no Brasil Carlos Robles - Bom, acredito que de início temos que aproveitar as escolas e centros de aprendizado de idiomas no Brasil, que estão capacitados para ministrar esses cursos. Creio que hoje os brasileiros valorizam o aprendizado do segundo idioma (estrangeiro) como um diferencial, seja para entrar na universidade ou para ingresso, manutenção ou melhora profissional, e com isso as pessoas começam a investir em experiências de intercâmbio. O mais comum é o primeiro intercâmbio ser de curso de férias, programa de férias para jovens ou o programa de ensino médio no exterior (high school). Lembro que o tempo médio que os estudantes ficam no exterior é de 1 a 6 meses. Os cursos mais procurados, com base na pesquisa divulgada em 2013 pela Belta, são o de idiomas (63,4%), do ensino médio (13,4%) e o de férias (7%). M&E - Qual é a percentagem de crescimento, nesses últimos 10 anos, na procura de brasileiros a morar fora do país durante um período de tempo? Carlos Robles - Os dados refletem o número de estudantes brasileiros enviados pelas agências associadas à Belta. Como podemos ver, em 2003 enviamos 34 mil estudantes para estudar no exterior. Em 2012 esse número chegou a 175 mil. Já a busca pelo Brasil como um destino educacional ainda é muito incipiente. O país está desenvolvendo programas para captar um turista idiomático-cultural. A Belta juntamente com a Embratur tem participado de feiras no exterior divulgando o segmento de educação no Brasil com programas formatados utilizando o potencial regional. A imagem do Brasil como um destino de educação é muito positiva, reforçada pela forma com a qual os brasileiros recepcionam o turista estrangeiro. Precisamos resolver, como todos os países, problemas internos que dificultam um maior número de visitantes para podermos conseguir desenvolver esse segmento cada vez mais. Eu trabalho com educação internacional há cerca de 20 anos e acredito que o intercâmbio promove uma mudança no ser humano. Uma abertura a diferentes culturas, diferentes modos de agir, pensar, refletir e melhorar a pessoa e, consequentemente, a sua comunidade.


Eventos / Feiras

País está no Top 10 da ICCA e se prepara para os megaeventos NATÁLIA STRUCCHI, LUCIANO PALUMBO, LUIZ MARCOS FERNANDES, ANDERSON MASETTO, LISIA MINELLI, PEDRO MENEZES E ARTHUR STABILE >> Segundo dados da última Demanda Turística Internacional (2011), o segmento de negócios, eventos e convenções corresponde a 25,6% do motivo da vinda de estrangeiros para o país. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o interesse pelo país aumentará. Mas será que o Brasil está preparado para receber tantos novos eventos? “A falta de estrutura nas cidades que sediam os eventos afeta a organização dos mesmos de uma forma geral”, argumenta Arnaldo Nardone, presidente da International Congress and Convention Association

(ICCA). O Brasil está no ranking das 10 principais nações na captação de eventos dentro do padrão do ICCA, sendo atualmente o sétimo colocado. Para ele, é preciso que exista é uma planificação conjunta para que exista a maior captação de eventos. De acordo com a Embratur, o turismo de negócios no Brasil cresceu 20% durante sua atuação em 2012. Para todo o ano de 2013, a expectativa é seguir o mesmo ritmo de crescimento. Só no ano passado, no Rio de Janeiro – por exemplo, os participantes de feiras e exposi-

ções deixaram cerca de R$ 430 milhões na cidade durante sua permanência. Para consolidar o destino como um dos maiores receptores de eventos do mundo, a Embratur abriu edital de chamamento público no valor de R$ 2,7 milhões. O objetivo é que órgãos públicos e associações sem fins lucrativos realizem ações de promoção na área de turismo de eventos; além de fomentar o turismo de negócios e eventos e preparar o país para os megaeventos esportivos. Até o momento as 27 propostas apresentadas já somam cerca de R$ 6,4 milhões.

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Eventos / Feiras Abeoc

Crescimento acima de 14% do setor em 2013 >> Confiante na ascensão do segmento brasileiro de feiras e eventos neste ano, com aumento de 14,3%, Anita Pires, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), classifica como modestos os investimentos na área quando comparados com as suas necessidades. Ela inclui tanto projetos com origem na iniciativa privada quanto ações governamentais para a construção de espaços, além de apontar o fortalecimento dos Conventions e Visitors Bureaux por parte dos governos com políticas públicas de estímulo ao setor turístico como um todo.

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Anita Pires

MERCADO & EVENTOS – O mercado brasileiro tem conquistado grandes feiras e eventos de projeção internacional. Tivemos algum avanço em relação a investimentos públicos e privados para construção de novos espaços? Anita Pires – Há ações do BNDES e Ministério do Turismo de financiamento para o setor hoteleiro e há também iniciativas de novos espaços em projeto ou em construção, tanto quando nos referimos a empreendimento de origem privada, como o Royal Palm, em Campinas, quanto públicas, como é o caso de espaços em Fortaleza e Florianópolis. Mesmo assim, são investimentos modestos em relação às necessidades da dinâmica deste setor que crescerá 14,3% em 2013.

de estímulo e atenção ao setor e continuidade das ações de capacitação. Essas ações têm que ser de continuidade e uma política de apoio por parte da Embratur e das entidades na captação de eventos internacionais para o Brasil, fortalecimento e profissionalização dos Conventions e Visitors Bureaux por parte dos governos estaduais, municipais e investimentos do setor privado também devem ser incluídos nessas políticas. M&E – Sobre a qualidade dos espaços e serviços dos profissionais brasileiros para receber eventos de qualidade, o que tem sido feito e o que está planejado? Anita Pires – Já há uma consciência da urgência de capacitação na gestão das empresas na busca incansável de serviços de qualidade como condição sine qua non para avançar no mercado. Abeoc Brasil e Sebrae Nacional, preocupados com esta questão, já estão implantando em 12 Estados o Programa de Qualificação em Gestão e Certificação de Micro e Pequenas Empresas de Eventos, com apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). M&E – Quais são as novas tendências no mercado? Anita Pires – Busca de tecnologias novas, inovação e criatividade, pois as empresas descobriram os eventos como grande ferramenta de marketing e comunicação com resultados imediatos na construção de parcerias, reforço de marca, lançamento de novos produtos e globalização.

M&E – Durante as manifestações e protestos realizados no mês de junho deste ano, só em São Paulo, M&E – O que a Copa do Mundo 2014 conquistou sete de cada 10 eventos foram cancelados. Como a e deve conquistar para o Brasil neste setor? Quais senhora enxerga o impacto disso na imagem do país são as expectativas para os própara os próximos anos, principalximos anos? mente levando em conta a Copa “Investimentos Anita Pires – No primeiro momento, do Mundo de 2014 e Olimpíadas são modestos os principais legados da Copa são a 2016? infraestrutura aeroportuária, pois os Anita Pires – Creio que no primeiro em relação aeroportos brasileiros são um caos; momento impacta negativamente, às necessidades os investimentos em hotelaria, vias de pois a segurança é um dos ítens mais acesso para algumas cidades, estádios, importantes na hora da decisão do da dinâmica chegada de empresas internacionais, destino a ser escolhido. Por outro deste setor” que trazem nova cultura de gestão; e lado, há um sentimento mundial das profissionalização do mercado, incluinpessoas de que essas manifestações do capacitação, ensino e preparação técnica para o setor. pacíficas fazem parte da busca de um novo contrato social para o Brasil e para o mundo. Esperamos sim que sejam M&E – E resultados pensando a longo prazo? pacíficos e busquem a construção da cidadania nacional Para o futuro, esperamos políticas públicas e de mercado e a felicidade da nação brasileira.


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Eventos / Feiras Abraccef

Gestão pública dos centros de convenções está em declínio >> No caminho certo, muitas vezes, também significa “temos muito a melhorar”. Isso é o que pensa a presidente da Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef), Margareth Pizzatto. Entre empreendimentos privados e públicos, Margareth lembra que o Brasil, em evidência no mundo, receberá cada vez mais eventos e, pra isso, existe a necessidade de “programas de formação, qualificação e requalificação em praticamente todas as áreas”. Em entrevista ao M&E, a presidente avalia a qualidade dos centros de eventos brasileiros perante a visão do mundo e quais estratégias são necessárias para levar o Brasil ao topo neste quesito.

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Margareth Pizzatto

MERCADO & EVENTOS - Como a Abraccef avalia a qualidade dos centros de eventos brasileiros em relação à competitividade internacional? O que ainda precisa ser aprimorado neste setor? Margareth Pizzatto - Os centros de convenções administrados pela iniciativa privada passam, regularmente, por programas de manutenção e de melhorias, tornando-os bastante competitivos no cenário nacional e latino-americano. Por outro lado, os equipamentos sob a gestão do poder público não se apresentam de igual forma, com indicadores de desempenho declinantes. Os governantes são ávidos em edificar, objetivando trazer os “grandes congressos nacionais e internacionais”, não raras vezes em cidades desprovidas de acesso por via aérea, ou com baixa frequência, sem infraestrutura hoteleira compatível, dentre outros itens da cadeia produtiva do segmento. Sob a égide da cultura do “maior”, criam equipamentos superdimensionados, deficitários e sem sustentabilidade, os quais, ao invés de gerar receitas e fomentar as atividades locais, acabam se tornando um fardo para o erário público, levando-os à deterioração e obsolescência. M&E - E sobre a qualificação dos profissionais brasileiros para receber eventos com cada vez mais qualidade e projeção internacional? Margareth Pizzatto - Necessitamos de programas de formação, qualificação e requalificação em praticamente todas as áreas, dentre as quais a de gestão profissional de centros de convenções. Mais importante ainda; que esses programas sejam continuados e não se esgotem por conta dos grandes eventos que temos sediado e que ainda sediaremos. Há de se ter continuidade e aperfeiçoamento.

M&E - Quais seriam as novas tendências no mercado? Margareth Pizzatto - Eventos focados em áreas cada vez mais técnicas e especializados, com fortes tendências de regionalização. É evidente que continuaremos a receber grandes eventos, nacionais e internacionais, nos equipamentos sediados nos grandes “portões de entrada”, porém, aqueles baseados fora do grande eixo, deverão prospectar e explorar seus próprios mercados, em consonância com suas características socioeconômicas, potencializando as forças locais. Um novo cenário de oportunidades emerge em nosso país, com o incremento do poder aquisitivo em regiões outrora carentes, desejosas em potencializar o consumo e de aperfeiçoamento profissional. M&E - Como avalia a necessidade de readequação de espaços de eventos, e criação de outros, apontada por diversas entidades do setor? Alguma conquista já foi garantida neste sentido? Margareth Pizzatto - Precisamos manter programas regulares de manutenção e de melhorias dos equipamentos a esse fim destinados. Aqueles sob a égide da gestão privada procuram atender esse anseio do mercado, talvez não da forma desejável, mas o fazem. Preocupanos os equipamentos sujeitos à gestão pública, apesar dos avanços que se vislumbram com o recente PAC do Turismo lançado pelo Governo Federal, que destinará mais de $ 600 milhões para construção e reforma de diversos centros de convenções públicos. No entanto, não basta destinarmos recursos para edificação e modernização. Temos que nos preocupar com a gestão profissional, séria, responsável e despida, sempre que possível, das ingerências de natureza política. Temos que nos preocupar igualmente com a construção de equipamentos adequados e sustentáveis. M&E - O que a Copa do Mundo 2014 conquistou para o Brasil neste setor? Quais são as expectativas para os próximos anos? Margareth Pizzatto - Considero que os megaeventos que estamos sediando, em particular a Copa do Mundo 2014, trouxeram, e trarão, grandes conquistas para nosso segmento e para a sociedade brasileira como um todo. Somente para citar um exemplo: saímos daquela mesmice de construir “estádios de futebol”, com finalidade única e específica para essa modalidade esportiva, e evoluímos para a construção de modernas “arenas” de uso múltiplo, sendo capazes de abrigar outros tipos de eventos que não uma simples partida de futebol. Isso é um avanço. Pode-se questionar os gastos, as localizações, enfim, uma série de outros itens, mas é inegável que se trata de uma evolução e de um significativo legado para as populações.


Eventos / Feiras ICCA

Falhas impedem maior avanço do Brasil na captação de eventos >> Neste ano, a International Congress and Convention Association (ICCA) comemora 50 anos. Numa conversa bastante agradável, marcada pela simpatia do executivo Arnaldo Nardone, presidente da entidade, o M&E descobriu o que pode estar contribuindo para atrasar o avanço brasileiro na captação de eventos. Apesar do país como um todo estar entre os “Top 10” no ranking da ICCA, ocupando a sétima posição, a cidade de Buenos Aires ainda é a primeira na América Latina, à frente do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. MERCADO & EVENTOS - Como o senhor vê a situação do Brasil hoje no que tange à realização de eventos com padrão ICCA? Arnaldo Nardone – É uma posição muito boa, ocupando a sétima colocação no último ranking divulgado. Isso demonstra a profissionalização deste setor no país. Existem mais oportunidades e vejo que os Centros de Convenções são os responsáveis por esse trabalho de divulgação juntamente com os Conventions Bureaux, que buscam novos eventos. No entanto, é preciso que os outros setores da comunidade participem de forma mais ativa nesse sentido. É necessário que seja formada uma grande equipe composta tanto pelo setor público quanto pelo setor privado. Defendo a interlocução de serviços entre todas as partes envolvidas.

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M&E – A América Latina, como região, vem evoluindo

M&E – O senhor citou o caso de sucesso de Buenos Aires, que está na frente de Rio e São Paulo no ranking ICCA. Como isso é possível? O Brasil supera a Argentina de forma geral, mas BUE continua na liderança da América Latina? Arnaldo Nardone – Isso acontece por conta da marca (brand) das cidades. Os executivos preferem Buenos Aires por ser uma cidade onde é fácil se mover e que possui áreas bem definidas. A imagem que fazem de São Paulo é de uma cidade muito grande, onde é mais fácil se perder e que “assusta” esses visitantes. Além disso, São Paulo tem como marca apenas os negócios, já Buenos Aires alia negócios com atrativos de lazer e vida noturna na medida certa. Ressalto que essa questão da marca é de extrema importância. Posso dar como exemplo a cidade de Copenhagen, que havia apostado apenas na marca do Ecoturismo, mas teve que rever isso e se reposicionar. Já o Rio de Janeiro tem muito potencial, porém uma marca forte de lazer. E as estruturas de seus hotéis também precisam de uma renovação, o que já está acontecendo. Se melhorar a infraestrutura e segurança, voltará a aparecer como cidade integrada e voltará a mostrar sua aptidão para os negócios e eventos. Muitas pessoas de fora olham para a capital fluminense e só vêem praia.

Arnaldo Nardone

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M&E – Quais os fatores podem afetar a imagem de um país e impedir que ele receba mais eventos? Arnaldo Nardone – A falta de estrutura nas cidades que sediam os eventos afeta a organização dos mesmos de uma forma geral. Por isso é preciso uma planificação conjunta. No aeroporto, tanto a segurança quanto o controle de passaporte, devem funcionar. Posso citar como exemplo uma situação que vivi ao chegar em São Paulo para a WTM-LA. No aeroporto de Guarulhos um cidadão do próprio aeroporto, da área de segurança, começou a gritar comigo sem motivo algum. Eu o questionei e tentava entender o motivo de estar sendo tratado daquela maneira. Imagina a imagem que um turista, de negócios ou mesmo a lazer, vai levar de qualquer destino se passar por uma situação como esta. Portanto, ressalto, o Brasil é extremamente exitoso na captação e promoção de seus destinos, mas falta conscientização de toda a estrutura das cidades. Não se pode apenas se preocupar em captar o evento de depois esquecer os outros detalhes. Quando um evento acontece num determinado destino, esse evento tem que ser um fenômeno, porque um evento bem feito traz outros eventos. Se o evento for ruim, o público volta para casa falando mal o destino como um todo.

neste sentido? Arnaldo Nardone – Tenho visto um grande desenvolvimento nos últimos três anos com mais promoção, profissionalização e infraestrutura. Nos últimos 7 a 8 anos o número de construções de centro de convenções também aumentou. Os hotéis, por sua vez, melhoraram sua estrutura. Em alguns casos, os países são profissionais, mas não tem mercado, como acontece com o Chile, que possui um limite de mercado e isso não permite que ele cresça nesse segmento de Turismo de Eventos. O Peru vem crescendo, mas ainda é muito novo nesse setor, possuindo apenas dois conventions bureaux. Lima não tem infrasetrutura suficiente, com apenas dois grandes hotéis. Já o caso de Buenos Aires é mais impressionante, já que a cidade hoje é a número um na América Latina na captação de eventos e não tem centros de convenções, apenas o espaço La Rural, que é convertido para receber eventos. O destino utiliza os hotéis para sediar as reuniões, encontros e feiras.


Eventos / Feiras Fundação Comissão de Turismo Integrado (CTI) Nordeste

É preciso um projeto permanente de qualificação no Turismo >> As peças-chave para o futuro do país nos megaeventos estão em infraestrutura, capacitação e mídia institucional. Assim pensa o secretário executivo da CTI-Nordeste, Roberto Pereira, que tem a melhor expectativa possível para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. Pereira ainda cita que as diversas manifestações no país não tiraram o brilho do turismo e o saldo dos eventos deste ano, como a Jornada Mundial da Juventude, foi positivo. O secretário ainda aponta a necessidade de um projeto permanente para a qualificação profissional do setor, assim como a reciclagem de quem já está no mercado de trabalho. Confira abaixo a entrevista com Roberto Pereira.

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Roberto Pereira

MERCADO & EVENTOS - Qual a expectativa para os grandes eventos que acontecerão no país nos próximos anos? Roberto Pereira - A expectativa só pode ser a melhor possível. Esta é uma fase auspiciosa para o Brasil em relação ao mundo, e eventos deste porte, megaeventos, cumprem também a função de preencher o decesso do turismo de lazer. A ocupação de viajantes do exterior é vantajosa pelas demandas que traz. E deve ser encarado com bons olhos para o segmento turístico do Nordeste. Já aconteceram eventos com grandes proporções no país, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, e obtivemos êxito na organização, na segurança. Se não alcançamos a plenitude, atingimos uma boa margem para o futuro. M&E - A expectativa é que fique qual legado depois da Copa do Mundo no Brasil? O mesmo é esperado da Olimpíada no Rio de Janeiro? Roberto Pereira - Na realidade são três os pontos principais. O principal legado será a infraestrutura, não de estádios, mas das cidades; depois vem a capacitação dos profissionais do setor, qualificar bem os destinos; e por fim a mídia institucional. Se estes pontos estiverem funcionando nos eventos, serão muito significativos para o posicionamento positivo do Brasil. Dessa forma, a imagem do país será colocada à mostra e consolidada como um país competitivo, seguro e bonito por natureza. Sem falar da cultura invejável e da cordialidade dos brasileiros.

M&E - Esta cordialidade teve a imagem modificada por causa dos protestos que aconteceram a partir de junho em diversos estados? Roberto Pereira - Os protestos não macularam a imagem do brasileiro e do país. Podem gerar algo prejudicial quando falamos no sentido do futuro, pois preocupam e dão a sensação de falta de segurança. Até mesmo por não fazer parte da cultura nacional. Mas a rigor, não tirou o brilho dos eventos. A Jornada Mundial da Juventude, por exemplo, aconteceu logo depois, e até mesmo durante as manifestações, e foi sensacional. Não ficou só a imagem de um Papa carismático, mas também de uma enorme aglutinação de pessoas de forma ordeira. Foi um saldo positivo. M&E - Quais os principais diferenciais do mercado nacional de feiras e eventos frente a outros países? Roberto Pereira - Esta ainda é uma área recente no Brasil, um segmento que está se desenvolvendo. Podemos citar que já adquirimos e devemos adquirir mais competitividade, competência e aglutinação. Os megaeventos que vão acontecer apresentam o Brasil como um país vigoroso, forte economicamente, um povo forte e também forte no turismo. Não só no de lazer, mas também para eventos e feiras. Temos condições de competir com igualdade no mercado da América Latina e até mesmo com grandes países, como Estados Unidos e Europa, mercados que tem maior tradição e história na área. M&E - Mesmo sendo recente, este ramo de atuação busca novidades. Quais são as atuais tendências do mercado nacional de feiras? Roberto Pereira – O governo tem cumprido o papel dele em descobrir o filão de mercado, com a Embratur e também o próprio Ministério do Turismo. Os Conventions e Visitors Bureaux têm seu mérito, com atuação muito competitiva. As secretarias específicas de Turismo, existentes nos Estados do Nordeste, são outra tendência e evidencia o Turismo, deixa-o visto de forma mais prioritária. M&E - As formações realizadas com os profissionais cumprem a demanda atual e irão cumprir a demanda dos megaeventos? Roberto Pereira - Existe uma melhora exponencial, aquém da desejada. Deveriam acontecer capacitações mais pedagógicas e não tão apressadas. Porque dessa forma há a habilitação com mais perenidade. Deve existir um projeto pedagógico permanente que inclua a requalificação de profissionais. Reciclar é preciso, pois hoje as tecnologias sugerem isso e se modifica em dois anos.


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Eventos / Feiras BNT Mercosul

Brasil como bola da vez: Copa traz as melhores expectativas >> Para Geninho Góes, diretor da BNT Mercosul, as expectativas em relação à Copa do Mundo no país são as melhores possíveis. Segundo ele, eventos deste porte (incluindo as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016) deixam marcas no futuro do país. O diretor afirma que a necessidade trará a especialização da mão-de-obra para o segmento turístico, elencando a simpatia e carisma dos brasileiros como uma grande vantagem. Confira a entrevista com Geninho Góes.

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Geninho Góes

MERCADO & EVENTOS - Qual a expectativa com os grandes eventos no país? Geninho Góes - Acredito que a cada dia o Brasil está na vitrine como um grande destino mundial tanto para se fazer turismo como para realização de eventos de grande porte. Como dizem: o Brasil é a bola da vez. Isso significa que a expectativa é das melhores para o mercado turístico e para a economia. Eventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas com certeza deixam suas marcas. A promoção espontânea mundial do destino é uma das coisas boas. Recentemente estive na África do Sul e questionei por inúmeras vezes algumas pessoas sobre o que a Copa do Mundo trouxe de diferente. A resposta era que apenas melhorou aquilo que já era bom, como reforma de estradas de acesso. Creio que uma Copa ou Olimpíada não vai mudar a realidade social de um destino, para isto é preciso uma série de fatores que vão além da construção ou reforma de aeroportos e estádios. Porém, pode atrair mais turistas a médio prazo e com isto manter e gerar empregos. O resultado virá com o que será feito com este dinheiro. M&E - São Paulo é candidata a sediar a Expo 2020. O legado deixado por este evento pode ser superior ao que será deixado pelos megaeventos esportivos? A cidade está preparada para um evento desta dimensão? Geninho Góes - A questão da cidade estar preparada para um evento deste, acredito que o Brasil não estava preparado (e ainda não está para atender a Copa e as Olimpíadas ). Isso não é uma questão apenas do Brasil. Em Londres, algumas pessoas demoraram oito horas do aeroporto até o centro em plenos Jogos Olímpicos. Existem

destinos muito mais preparados com infraestrutura. O mais importante nem sempre é o que acontece durante estes grandes eventos, é o que vem depois. M&E - Como atender estes turistas com diferenciais competitivos? Geninho Góes - Quem nasceu primeiro? Não tem turistas porque não tem gente preparada ou não tem mão de obra especializada porque não tem demanda suficiente? Com certeza a necessidade, o apuro trará a especialização. As pessoas buscarão mais cursos de idiomas, buscarão se aperfeiçoar na área de atendimento ao cliente, entre outras especializações necessárias. Nossa grande vantagem é a simpatia e carisma do brasileiro que encanta o mundo todo. Esta simpatia e jeito alegre, aliados ao conhecimento, podem fazer muito sucesso com o tempo. M&E - Quais são as novas tendências no mercado? Geninho Góes - Cada vez mais o turista quer viver experiências diferentes, quer experimentar novas situações. Acredito que esta seja a grande tendência. Além disto, o consumidor está cada vez mais conectado. As redes sociais permitem cada vez mais que as pessoas deem seus relatos sobre suas viagens. Não ficaremos reféns de informações de poucas pessoas. Basta conhecer alguns sites de reservas e ver os depoimentos de quem ficou hospedado num hotel ou frequentou um restaurante. Se a nota for baixa e tiver muita reclamação, o empreendimento perde com isso e não tem propaganda que mude este cenário. Além disso, o turista fica independente. Muito mais que agente de viagens, os profissionais de turismo precisarão ser bons consultores. M&E - Durante as manifestações e protestos realizados no mês de junho deste ano, só em São Paulo, sete de cada dez eventos foram cancelados. Como enxerga o impacto disso na imagem do país para os próximos anos? Geninho Góes - Acontecimentos como estes ocorreram na França, na Grécia, na Argentina e em várias partes do mundo. O que não dá para fazer é mascarar os problemas em função de um evento internacional. Não se pode ignorar os problemas sociais do país, as deficiências na área da saúde, educação, transportes. Sem dúvidas existe impacto na área de eventos, como os que foram cancelados e com certeza acarretaram em grandes prejuízos para os segmentos, expositores e participantes. Mas como disse, os problemas não podem ser ignorados. Espero que alguns deles sejam amenizados até a Copa do Mundo e as Olimpíadas, porque a solução pode levar algum tempo.


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Eventos / Feiras Festival do Turismo de Gramado

Sem planejamento adequado, fica difícil consolidar grandes eventos no país >> O Festuris comemora esse ano 25 anos. Depois de se consolidar como um dos principais eventos do gênero no país, busca focar novos nichos de mercado para essa edição como a questão da sustentabilidade. Ao comentar o sucesso do evento, a empresária Marta Rossi, diretora da Marta Rossi & Sílvia Zorzanello Feiras e Empreendimentos, destaca aqui alguns aspectos que devem ser observados na organização de um evento. Para ela não se deve incluir o Brasil na pauta dos grandes eventos mundiais sem um planejamento adequado. Confira aqui, sua entrevista.

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Marta Rossi

MERCADO & EVENTOS - Após 25 anos a que atribui o sucesso do Festuris? teve uma receita? Marta Rossi – Eu diria que existem alguns elementos chave como pesquisa, planejamento, estratégias eficazes, valor agregado aos detalhes e criatividade. Saber medir o momento certo, bem como a forma de reinventar-se tem que ser um exercício diário. Eu creio que não existe uma receita única para transformar um evento numa iniciativa de sucesso. Eu, particularmente, tenho uma filosofia de trabalho sério e profissional que tem dado resultados. Lembro que há um pensamento que sempre me vem à mente e que me identifico muito, de Charles Chaplin. Diz assim: “Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia. O mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante”. M&E - Como o Brasil pode se tornar um destino de excelência para o setor de eventos? Marta Rossi - O setor de eventos vem crescendo sensivelmente no Brasil. Segundo informações do Ministério do Turismo, o setor de organização de eventos é um dos que mais cresce no País, alcançando um percentual de 23.3 %. A partir da conquista de eventos importantes, com visibilidade mundial como a Fórmula Indy, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo, Olimpíadas entre outros, o Brasil passou a receber uma visibilidade internacional sem precedentes. Para que venhamos a ser um destino de excelência, ao meu ver alguns ítens pontuais precisam ser solucionados de forma urgente e coloco como prioridade, antes mesmo dos problemas de infra-estrutura, o planejamento. Faz parte da cultura do povo brasileiro acreditar em demasia no seu

talento e jogo de cintura para a solução de problemas, o que compromete sempre o resultado final de um trabalho. Por maior que seja o sucesso de um evento, as pequenas falhas quando ocorrem, recebem a mesma relevância que o tamanho do evento. Este é um fato comprometedor. Entre os ítens que todos nós sabemos estão problemas como: estrutura aeroportuária, telecomunicações, investimento em tecnologia, mobilidade urbana, capacitação e segurança pública. M&E – Qual o caminho para o Brasil avançar na captação de grandes negócios? Marta Rossi - Muito trabalho, seriedade, foco e sobretudo a valorização das pessoas acima dos negócios.A cada dia cresce no país o volume de eventos. A exposição do Brasil no exterior com a realização de megaeventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas deve incrementar ainda mais esse segmento. Mas este é um longo caminho a ser percorrido. Nós que estamos esse ano completando 25 anos de atuação no mercado alcançamos o patamar de sucesso como marca da promoção e fomento de negócios nacionais e internacionais pela credibilidade que conquistamos junto ao mercado. Uma credibilidade que foi sendo edificada a partir de um trabalho sério, profissional e também com relacionamentos que soubemos consolidar. M&E - Como analisa a importância da capacitação como fator para melhoria do nosso padrão de turismo receptivo? Marta Rossi - O mercado está cada vez mais competitivo e exigente. O mundo esta cada vez menor em relação a distância, para que estejamos na ponta e fundamental que tenhamos um conhecimento básico universal sobre idiomas, hábitos, costumes, atitudes, comportamento e por aí passa a educação, em outra palavras o saber.Este conhecimento nos permitirá a desenvolver estratégias, ferramentas, estruturas, pessoal, para atender as expectivas de quem busca nosso país como destino de eventos. E ai temos que estender um aplauso para a ABEOC, que penso, de forma pioneira, em parceria com Sebrae , implantou um programa de qualificação para empresas de eventos. M&E - Que lições se pode tirar de eventos como a Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude? E em relação ao Festuri quais as novidades para esse ano? Marta Rossi - Que somos um país com grande apelo, entretanto necessitamos ter olhos críticos e aceitar nossas limitações para corrigi-las. Sobretudo, conforme disse acima, sermos menos auto-confiantes em nosso jeitinho brasileiro e planejar mais.


Eventos / Feiras Promove Eventos

Mercado de eventos: falta apoio, infraestrutura e preços competitivos >> Com base na experiência de 25 edições do Centro-Oeste Tur, principal feira de Turismo da região, a diretora da Promove Eventos, Claudia Miranda, lembra que o setor carece ainda de maior apoio institucional e também de investimentos da parceria público-privada na construção de novos centros de convenções. O crescimento na demanda de novos eventos tem, na opinião dela, deixado o calendário praticamente sem alternativas. Cita como exemplo o caso do Minas Tur, que ainda não tem data para sua próxima edição por falta de vagas em Belo Horizonte. Já em relação aos segmentos a serem melhor explorados, aposta na capacitação dos agentes de viagens como forma de especialização e fonte de conhecimento da categoria. Nesta entrevista ao M&E, ela fala dos desafios do mercado e critica a má distribuição da malha aérea, assim como os altos preços tanto da hotelaria como da aviação.

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M&E – Como a Promove Eventos tem se comportado

M&E – Como você vê as oportunidades geradas para que o Brasil possa se beneficiar dos megaeventos que estão sendo realizados? Claudia Miranda – Sem dúvidas com muito otimismo. Hoje em dia você viaja ao exterior e vê que o Brasil já desperta um interesse maior. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas essa exposição do país fica muito mais evidente. Sem dúvidas que o setor de eventos também vai se expandir. A tendência é essa. O interesse pelo nosso país mudou radicalmente na última década e o Brasil é visto como um país de oportunidades de bons negócios. Esse interesse é benéfico, mas esbarra ainda na questão da má distribuição da nossa malha aérea. Isso acontece com maior evidência nas cidades distantes das principais capitais. Veja o caso de Goiânia, uma cidade que tem um crescimento significativo, rica em turismo e agronegócios, mas cujo acesso aéreo ainda é deficitário. Sem dúvida é preciso encontrar soluções e a aviação regional poderia ser uma alternativa para facilitar o acesso e permitindo com isso um benefício imenso tanto para o turismo de lazer como de negócios.

Cláudia Miranda

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

MERCADO & EVENTOS – A Promove acabou de realizar mais uma edição do Centro-Oeste Tur e agora está investindo em novas áreas, como o setor de construção, ao realizar em Goiânia uma feira internacional. Quais os principais desafios para o mercado de organizadores de eventos? Cláudia Miranda – Cada vez mais o calendário de eventos tem se expandido sem uma organização. Creio que há vários eventos ao mesmo tempo, prejudicando assim os expositores em função do alto custo. Muitas empresas e agentes de viagens deixam de participar por ser totalmente inviável. Outra questão preocupante é o espaço para realização de eventos. Em Belo Horizonte, promovemos o Minas Tur e a falta de datas nos impediu de conseguir realizar o evento neste primeiro semestre, adiando-o para o segundo semestre. Isso demonstra a dificuldade que os organizadores de eventos encontram. Se esse problema é grande no Rio e São Paulo, imagine então nas cidades mais distantes destes grandes centros urbanos. Outro desafio que enfrentamos são os altos preços da hotelaria e das passagens aéreas. Com os megaeventos, o Brasil vai ganhar maior visibilidade e atrair novos eventos. Precisamos ter mais tarifas promocionais para expositores e participantes para reduzir os custos. Muitas vezes as tarifas praticadas tanto pela hotelaria como na aviação doméstica chegam a superar os preços praticados no exterior inviabilizando a participação do agente e dos expositores. Tudo isso dificulta muito, os organizadores de eventos não têm nem mesmo o reconhecimento do Governo. Sentimos falta do apoio institucional como ocorria há alguns anos. Lembro que, apesar de um evento gerar renda e emprego para a região, os custos ficam apenas com os organizadores, o que não é justo.

neste mercado do Turismo de Negócios e quais os planos de expansão previstos para esse setor? Claudia Miranda – Nós da Promove temos procurado expandir nosso leque de atuação. Já recebemos até propostas para criar outros eventos nos mesmos moldes dos atuais, mas ainda temos que negociar com as secretarias de turismo a questão de custos. Atualmente, trabalhamos com dois eventos já consolidados, o Minas Tur e o Centro-Oeste Tur, mas já estamos expandindo nossa atuação. Nossa meta é crescer em 30% nos próximos cinco anos. No próximo ano estaremos realizando em Goiânia uma feira internacional da construção civil. Estamos ampliando nosso leque de ação. Já nas feiras organizadas pela nossa empresa estamos apostando também na capacitação dos agentes de viagens em parceria com algumas das principais operadoras do país. Isso permite aos agentes e operadores conhecerem mais os produtos, serviços e destinos e, deste modo, se tornam verdadeiros especialistas. Num mercado cada vez mais competitivo o conhecimento é fundamental e os agentes de viagens começaram a compreender isso


Eventos / Feiras WTM-LA / Reed Travel Exhibitions

Dinamismo da economia traz novos players para o mercado brasileiro >> De acordo com Lawrence Reinisch, diretor da WTM Latin America e da Reed Travel Exhibitions, a World Travel Market Latin America 2013, realizada em conjunto com o 39º Encontro Comercial Braztoa, foi um grande sucesso, com alto número de participantes, feedback extremamente positivo e uma impressionante quantidade de negociações. Em sua opinião, a parceria com a Braztoa foi excelente e terá longa duração. A próxima edição já tem data definida: de 23 a 25 de abril de 2014, no Transamerica Expo Center.

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Lawrence Reinisch

MERCADO & EVENTOS – Como você avalia a primeira edição da WTM-LA? Lawrence Reinisch - Foi excelente. Quando acabamos, estávamos muito felizes, tantos eram os elogios: conteúdo educacional, programa de Hosted Buyers (compradores convidados internacionais), apresentação da feira, etc.. Mas elogios dos amigos fazem parte de nossa cultura, e preferimos prestar atenção às críticas, que sempre existirão. M&E – Quais as mudanças para a próxima edição? E as expectativas? Lawrence Reinisch - Com a demanda de novos expositores estamos expandindo a feira, locando também o Hall C do Transamérica. A expectativa é muito positiva, e nas feiras internacionais em que temos participado a maior parte dos novos prospects já quer participar da WTM Latin America 2014 e 41° Encontro Comercial Braztoa. Queremos fortalecer ainda mais os diferentes programas de compradores; aumentar a promoção e comunicação do congresso; divulgar mais também o serviço de shuttle da estação Santo Amaro para o pavilhão. Além disso, tenho o compromisso de aumentar a participação dos expositores brasileiros, pois, acredito inteiramente na força do Turismo para a criação de postos de trabalho, aumento de renda e consequente inclusão social. M&E – Qual avaliação você faz da parceria com a Braztoa para a realização do evento? Lawrence Reinisch - Firmamos parceria com a Braztoa por cinco anos, e estamos satisfeitíssimos. É um prazer

trabalhar com uma associação tão séria, ética e focada. Marco Ferraz continua o notável trabalho de seus antecessores, apoiado pela incansável Monica Samia e sua excelente equipe. M&E – Quais outras feiras e eventos a Reed faz no Brasil e quais as novidades que podem ser anunciadas? Lawrence Reinisch - A Reed é a maior empresa de feiras no mundo, realizando aproximadamente 500 feiras. No Brasil são quase 50, em dezenas de setores econômicos. Entre as mais conhecidas estão o Salão do Automóvel, a Feicon, a Equipotel. O dinamismo da economia brasileira trouxe alguns novos players ao mercado e possivelmente teremos novidades nos próximos meses. M&E – O Brasil está preparado para receber os megaeventos? Lawrence Reinisch – Em todos os países em que houve megaeventos falou-se sobre a falta de preparo, o que faz com que pareçam ter acontecido por sorte. É natural a inquietude, na medida em que os prazos avançam. Os eventos vão acontecer, é um fato, e temos que nos unir para que aconteçam do melhor modo. Os megaeventos não devem ser vistos como um meio de atingir retorno imediato; devem ser vistos pelo aspecto simbólico e, principalmente, pelo que trarão de conhecimento adquirido, de trabalhar, saber superar as dificuldades e entregar um bom resultado. M&E – O serviço e o atendimento são os principais setores de investimento para os eventos. Como atender com diferenciais competitivos? Lawrence Reinisch - A melhoria do serviço e atendimento tem um prazo longo de maturação. Dependem da educação, que para mim é o maior gargalo brasileiro. A educação é e continuará sendo o maior desafio deste governo e dos que virão após. M&E – Os eventos corporativos realizados no país serão afetados de alguma forma no ano da Copa? Lawrence Reinisch - O calendário de feiras foi o primeiro a ser achatado. Os organizadores de outros eventos corporativos também estão adaptando suas necessidades à oferta disponível. Haverá concentração de eventos nos meses anteriores e posteriores aos eventos; possivelmente alguns cancelamentos e com certeza mudança de planos, contemplando outros locais.


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Eventos / Feiras WTTC

Ásia continuará a liderar o crescimento do setor ao longo da próxima década

David Scowsill

>> A conferência anual do World Travel and Tourism Council (WTTC), do qual o M&E é media partner no Brasil, foi realizada neste ano entre os dias 9 e 10 de abril, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Os dois dias foram marcados por debates que envolveram os principais setores da indústria do Turismo. Em 2023, a contribuição econômica total da indústria para o PIB será de US$ 10,5 trilhões, e 1 em cada 10 postos de trabalho. “Que outra indústria pode reivindicar tal crescimento constante e sustentável nestes tempos conturbados?”, questionou o presidente do WTTC. A próxima cúpula global vai ser realizada em abril de 2014, na China, em Sanya, na província de Hainan. A escolha tem justificativa, afinal, segundo as previsões do WTTC, Ásia continuará a liderar o crescimento do setor ao longo da próxima década, com um incremento médio anual de mais de 6%. Em 2023, a China vai ultrapassar os Estados Unidos com o maior número de viajantes do mundo e como economia do Turismo.

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MERCADO & EVENTOS - O próximo evento global do WTTC será na China. Qual a previsão para essa região nos próximos anos? David Scowsill - A Ásia continuará a liderar o crescimento do setor ao longo da próxima década, com um incremento médio anual de mais de 6%. Em 2023, a China vai ultrapassar os Estados Unidos com o maior número de

Próxima Conferência Regional acontece em Seul A Ásia vai sediar os próximos eventos do World Travel & Tourism Council (WTTC). Primeiro será a vez da Conferência Regional, em Seul, entre os dias 10 e 11 deste mês. O evento promete reunir executivos, representantes do governo e da mídia internacional para debater o potencial da indústria do turismo para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico na região através do tema “Staying Ahead of Tomorrow”. A previsão é que em 2023, a Ásia seja responsável por metade dos empregos na indústria de viagens e turismo do mundo. Esta será, portanto, a região que vai estar na vanguarda do desenvolvimento do turismo, e as questões a serem enfrentadas pela região devem comandar a atenção de todos os players globais do setor, e também os líderes das economias turísticas do mundo. A conferência será no Lotte Hotel Seoul.

viajantes do mundo e como economia do Turismo. Estes números e previsões podem fazer você parar e pensar. Que tipo de impacto isso terá sobre nossa indústria e na economia em geral? Setores público e privado devem planejar juntos o futuro a longo prazo, se concentrar em estratégias de longo prazo, e construir infraestrutura sustentável. Precisamos trabalhar juntos mais do que nunca com um plano, não só para agora, mas para os próximos 10, 25 ou mesmo 50 anos. MERCADO & EVENTOS– Como você vê o atual momento do Turismo no Brasil? David Scowsill - O mercado brasileiro está crescendo muito rápido e é muito dinâmico. A projeção de crescimento para os próximos dez anos é de 4% a 5% ao ano. Mesmo assim, temos algumas preocupações quanto a este desenvolvimento. Isto é, quanto ao investimento em infraestrutura, como a construção de aeroportos e estradas, por exemplo. A infraestrutura dos aeroportos, particularmente, deve ser planejada para os próximos cinco ou dez anos, assegurando assim o crescimento no mercado doméstico, que ainda representa 95% do total do impacto econômico do Turismo no país. É preciso incentivar companhias aéreas na operação de novas rotas, com a cobrança de menos taxas. M&E – E no internacional. Quais são os entraves para que este crescimento não seja maior? David Scowsill - No caso do mercado internacional, temos três ou quatro pontos importantes. O número de estrangeiros que viaja ao Brasil se encontra estagnado em 5,2 milhões nos últimos cinco anos. O primeiro passo é tornar a obtenção de vistos mais fácil, com a emissão eletrônica. A segunda coisa são os impostos cobrados das companhias aéreas nos aeroportos. Eles precisam ser menores para estimular este crescimento. O terceiro ponto importante é a conectividade. É necessário ter mais acordos entre o Brasil e outros países. Com acordos de “céu aberto” teremos mais companhias voando no país, tanto estrangeiras como brasileiras. Essas três coisas são vitais para trazer mais passageiros para o Brasil. M&E - Quais são os desafios para o setor em 2013? David Scowsill – O WTTC prevê contribuição 3,2% maior do Turismo no PIB mundial em 2013. O ano de 2012 demonstrou novamente o quão resistente a indústria de viagens e Turismo é. Apesar de muitas dificuldades econômicas, no ano passado, pela primeira vez, vimos mais de um bilhão de viajantes internacionais passando por portos, aeroportos, estradas e estações de trem de todo o mundo, muitos pela primeira vez.


Exterior

Viagens de brasileiros ao exterior crescem RAFAEL MASSADAR >> Os brasileiros gastaram US$ 12,3 bilhões no exterior no primeiro semestre deste ano segundo dados do Banco Central. O valor é um novo recorde para este período. Até o momento, o maior valor para despesas de brasileiros no exterior, no primeiro semestre de um ano, havia sido registrado em 2012 – quando somaram US$ 10,7 bilhões. Somente em junho deste ano, ainda de acordo com dados do BC, as despesas de brasileiros lá fora totalizaram US$ 1,92 bilhão, o que também representa novo recorde histórico para o mês. O recorde anterior, para junho, havia sido registrado em 2011 (US$ 1,86 bilhão). Os números do BC mostram que as despesas cresceram em junho deste ano

apesar da alta do dólar – fator que encarece passagens e despesas em moeda estrangeira e desestimula o gasto lá fora. Em abril, o dólar oscilou ao redor de R$ 2. A partir de meados de maio, de acordo com dados da autoridade monetária, a moeda norte-americana começou a subir, terminando o mês retrasado em R$ 2,13. Já em junho, fechou o mês em R$ 2,21. Em julho e agosto teve nova alta, operando em R$ 2,40. O turista brasileiro espera aumentar em 52% o valor dos gastos com viagens segundo estudo divulgado em meados de agosto. De acordo com a pesquisa, o Brasil é o país que apresenta maior crescimento no quesito – no geral, os viajantes internacionais esperam aumento médio

de 5% no orçamento da próxima viagem. Os brasileiros, além de tudo, junto com os sauditas, australianos, chineses e sul-africanos, estão entre os cinco que mais gastaram na última viagem, com um valor médio de US$ 2.956. A média global foi de US$ 2.390. Os Estados Unidos e a Argentina estão no topo da preferência dos viajantes brasileiros: 47% viajaram para a Argentina nos últimos dois anos e 40% para os EUA, seguidos de Itália (16%), França (16%) e Chile (15%). Para as intenções de viagem no próximo ano, o cenário não muda muito, a preferência são os Estados Unidos (25%), seguidos por Argentina (11%), Itália (9%), França (6%) e Canadá (5%).

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Exterior Comissão Europeia de Turismo

Europa atraiu mais da metade dos turistas brasileiros em 2012

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Salvatore Costanzo

>> O número de brasileiros em viagens internacionais entre 2000 e 2010 cresceu 62%, segundo balanço da European Travel Commission (ETC), em parceria com a Organização Mundial do Turismo (OMT). A pesquisa revela que, só em 2012, 8,7 milhões de pessoas saíram do Brasil, sendo que, desse total, 2,6 milhões viajaram pela América do Sul e 6 milhões realizaram viagens de longa distância, principalmente para a Europa. O Velho Continente atraiu 51,8% do total de viajantes do Brasil, algo em torno de 3,1 milhões. Destinos europeus ocidentais receberam a maior parte dos turistas, 43,8% do total de brasileiros que desembarcaram na Europa, seguido pelo Sul da Europa com 40,7%. Norte e Centro/ Leste, 8,8% e 6,7%, respectivamente.

a produção televisiva e cinematográfica, realização de press trips para divulgação em revistas e cadernos de turismo) quanto em ações de promoção para o trade turístico (como a realização de workshops e seminários), pois a existência de uma ampla e diversificada oferta de produtos turísticos é fundamental para o aumento de fluxo de pessoas ao destino.

MERCADO & EVENTOS - Desde que assumiu a presidência da CET, em março, o que sentiu em relação ao interesse dos brasileiros pela Europa? Salvatore Costanzo - A Europa, sem dúvida, é um destino que desperta a admiração dos brasileiros. Por seus atrativos únicos, a Europa é considerada o principal destino turístico internacional. A nossa missão é manter este interesse em alta, mostrando todo o fascinante universo turístico europeu, que se manifesta através de seus locais a serem visitados, sua cultura, história, gastronomia, curiosidades e tantos outros pontos de interesse dos brasileiros. Os destinos mais procurados pelos brasileiros ainda são os “tradicionais” como Itália, Alemanha, Espanha, Portugal e Suíça. Porém, há outros destinos em grande expansão, como a República Checa, Áustria, Turquia, Croácia, Irlanda e países do leste europeu.

M&E - O Brasil envia cerca de 600 mil turistas por ano para a Itália. Qual a posição atual do Brasil em grau de relevância no envio de turistas e a expectativa da ENIT com relação a este ano e o próximo? Salvatore Costanzo - Os países emergentes, principalmente os do BRICS, situam-se como prioridade na estratégia de promoção turística da Itália. O Brasil, especificamente, é um país-chave neste contexto, pois apresenta enorme potencial de crescimento. O turismo entre Brasil e Itália cresce constantemente, apresentando incremento anual de 20% nos últimos três anos – e, segundo o resultado de pesquisas realizadas, a previsão para este ano e para o próximo é de manutenção deste crescimento. Espera-se a visita de 800 mil brasileiros na Itália neste ano.

M&E - Qual seria a melhor estratégia para promover não apenas os tradicionais e conhecidos destinos europeus, mas também divulgar os menos visados pelos brasileiros? Salvatore Costanzo - Para que o destino se torne conhecido, é necessário investir em marketing e promoção turística - isto é, a relação deve ser direta. Este investimento deve ser direcionado tanto para ações que divulguem o destino para o público geral (como, por exemplo: apoio

M&E - Para o próximo Workshop Internacional Descubra a Europa (Wide) o que se pode esperar de novidades? Já tem data definida? Salvatore Costanzo - O Workshop Internacional Descubra a Europa (Wide) é um evento de muito prestígio por parte do trade, pois concentra todas as ofertas em um só espaço, facilitando para quem opera com o continente. Para essa próxima edição do workshop, a grande novidade é que o evento será realizado na sede da Comissão Europeia de Turismo, em Bruxelas. Cada país participante levará um grupo de operadores brasileiros para encontrar com a oferta turística europeia.

M&E - Um Papa latino-americano ajudou a atrair mais turistas da América Latina para a Itália? Aumentou a procura pelo Turismo Religioso? Qual a estimativa de turistas dessa região para o destino este ano? Salvatore Costanzo - Sim, afinal de contas, o Brasil é a maior nação católica do mundo, além de abrigar metade dos fiéis da América Latina. E a Itália é um país que concentra muitas histórias e memórias ainda preservadas da história do catolicismo, tornando-a referência em turismo religioso. A visita do Papa Francisco ao Brasil, em decorrência da Jornada Mundial da Juventude, foi muito positiva. Acreditamos que pode ocorrer um aumento de 25% neste e no próximo ano na procura pelo turismo religioso na Itália por turistas da América Latina.


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Exterior Ministério do Turismo da Argentina

Apesar da inflação, Argentina ainda atrai muitos turistas brasileiros >> A Argentina ainda é um dos principais destinos dos brasileiros no exterior, só perde para os Estados Unidos. E o movimento em Buenos Aires já foi maior. A quantidade de brasileiros na Argentina caiu 30% até julho na comparação com o mesmo período de 2012. Apesar da inflação e da política de câmbio, os brasileiros são maioria entre os turistas estrangeiros. Pela proximidade, pelo idioma fácil de encarar, pela semelhança com a Europa e, especialmente, pela riqueza cultural. Para o ministro de Turismo da Argentina, as tarifas em Buenos Aires são menores que a de muitas capitais brasileiras. Ou seja, quem quer viajar para o exterior gastando menos chega à conclusão de que ainda vale à pena ir para a Argentina. O titular da pasta mostra-se confiante com os números de 2013.

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Enrique Meyer

MERCADO & EVENTOS - Qual a importância do mercado brasileiro para o turismo e economia da Argentina? Enrique Meyer - A Argentina tem fortes relações culturais, políticas e comerciais com o Brasil. Nosso presidente considera o turismo uma política de Estado e no Brasil a atividade também tem apoio do governo. Ambos os países recebem o maior fluxo de turistas com o mais alto nível de gastos por dia. Em termos econômicos, significa um benefício tangível para os argentinos: geração de emprego e fonte de divisas para o país. A expectativa para este ano é de crescimento de 5% a 10% de brasileiros em relação ao ano passado. M&E - A queda de turistas brasileiros que visitaram a Argentina este ano preocupa? O fato do país ficar com fama de “destino caro” atrapalha?! Enrique Meyer - Há uma situação menos positiva do que em outros anos, por isso, o Instituto Nacional de Promoção Turística trabalha para adicionar a competitividade, conquistar novos mercados, criar novos produtos, promover novas rotas, adicionar profissionalismo. Este contexto inclui, por exemplo, um equilíbrio sustentável entre o turismo interno e o receptivo, a sazonalidade da atividade, a diversificação da oferta. Nós preferimos analisar a evolução do turismo com a continuidade que requer o assunto, com uma forma mais abrangente. No que se refere a sermos um destino caro, indicadores como o índice de câmbio real, que o Banco Central da Argentina elabora, faz com que a nossa moeda siga sendo competitiva. Além disso, há rankings

como a publicação internacional do The Economist ou da prestigiada consultora Mercer que consideram a Argentina um dos países com os preços mais baixos da região. M&E - O número de voos partindo do Brasil para a Argentina aumentou neste ano. Existe alguma negociação para que aumente cada vez mais? Enrique Meyer - A Aerolíneas Argentinas já incluiu voos para Belo Horizonte e acaba de abrir uma rota para Brasília. Muito em breve, a partir de março do próximo ano, também irá incluir Curitiba. Lembre-se que Aerolíneas Argentinas também abrange outros destinos, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis. M&E - A Argentina pretende aproveitar a Copa do Mundo no Brasil para atrair mais turistas? Enrique Meyer - A região certamente vai receber os visitantes que terão como destino o Brasil na Copa do Mundo. Recentemente, na Reunião Extraordinária do Mercosul de Turismo, realizada em Montevidéu, as delegações da Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela, acordaram promoções de mercados distantes. Isso será divulgado em breve. M&E - Qual a expectativa para a Fit deste ano? Alguma novidade? Enrique Meyer - Este ano, a Feira Internacional de Turismo da América Latina será realizada em Buenos Aires de 14 a 17 de setembro. Contaremos com mais de 30 países entre os quais Emirados Árabes, Turquia e Jordânia, que não participaram em edições anteriores. A Argentina terá uma ação chamada “Viaja por tu país”, patrocinada pelo Ministério do Turismo. O país convidado desta vez é o Equador. A organização decidiu concentrar-se no Pavilhão Internacional para todos os destinos internacionais e empresas de turismo, incluindo o Brasil. E, pela primeira vez, co-organizado com a Associação Argentina de Ecoturismo e Turismo de Aventura, a feira terá uma área especial dedicada ao Turismo de Aventura: o setor “Adventure FIT”. M&E - O que esperar das etapas do MotoGP em 2014/15 e 16? Enrique Meyer - Competições internacionais de MotoGP e de outros esportes têm muito para contribuir no desenvolvimento do turismo na Argentina a partir de vários aspectos. Eles impulsionam o setor, e também a economia, na criação de postos de trabalho. Outro ponto positivo é o fato de colocar o país e a cidade onde a competição ocorre no mapa do mundo e suas atrações turísticas espalhados pela imprensa internacional. A MotoGP é uma ferramenta eficaz de divulgar ainda mais o país, a qualidade inigualável de nossos serviços e o calor do nosso povo.


Exterior Brand USA

Brasil é foco de investimentos dos EUA e vai ganhar representação >> Em 2012, aproximadamente 1,8 milhão de brasileiros visitaram os Estados Unidos, crescimento de 18% sobre 2011 e de 504% em dez anos. “Os números colocam o Brasil como quarto maior emissor para os Estados Unidos, atrás de Reino Unido, Japão e Alemanha, mas apenas 50 mil atrás do terceiro colocado. Não será surpresa se nos números finais essa diferença ainda diminuir ou desaparecer”, explica o diretor do Brand USA na América Latina, Luiz Moura. Em gastos, estimados em US$ 10 bilhões, o Brasil ocupa, com folga, a terceira posição. Sobre a inclusão do País no Visa Waiver a expectativa é de que isso finalmente ocorra, já que o processo caminha bem, tanto lá quanto no governo brasileiro, que também terá de isentar os norte-americanos de visto. Polônia e Chile devem entrar no programa junto com o Brasil. Por fim, o executivo anuncia que a entidade deve ter representante no Brasil, ainda esse ano.

M&E - Onze dos 18 escritórios internacionais da Brand USA já estão em operação, e o Brasil terá seu representante? Luiz Moura - Temos 11 propostas de empresas brasileiras em análise, e pós selecionada as mais qualificadas, vamos anunciar. Provável que durante a Abav, esta e a previsão da Brand USA, já que o Brasil representa um mercado importante e isso deve ser levado em consideração, por ser um mercado em potencial que vive um bom momento e não teve o impacto de outros países em função da crise econômica mundial. Nossa expectativa é que até o final do ano todos os nossos escritórios estejam em operação, já que neste mês de setembro serão abertos os da Colômbia, México e Canadá. M&E - A entidade teve neste ano uma verba de US$ 200 milhões para se manter e promover os Estados Unidos. Para o próximo ano já se tem o orçamento e quais os focos de promoção? Luiz Moura - Este deverá ser o valor usado nos próximos anos também, mas como depende de uma fórmula de match funds, ou seja, precisa que o setor privado participe para que os fundos sejam liberados, este valor sempre será meio que indefinido.

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M&E - Qual seu balanço sobre este primeiro ano na Brand USA? Luiz Moura - Primeiro ano com muitas atividades, cinco pavilhões americanos nas principais feiras na região, como: ANATO Bogotá, WTM Latin America São Paulo, ABAV São Paulo, FITA Cidade do México e FIT em Buenos Aires. Um primeiro trabalho com algumas operadoras na região que já começaram a utilizar a marca Brand USA em suas campanhas. A campanha institucional que começou no Brasil será lançada brevemente no México. Ou seja, tudo leva a crer que teremos um ano bem produtivo.

Luiz Moura

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MERCADO & EVENTOS – No ranking de principais destinos emissores para os Estados Unidos, há chances do Brasil passar a Alemanha já neste ano? Luiz Moura - Acreditamos que sim. Tudo leva a crer que alcançaremos a marca de 2 milhões ultrapassada este ano pelos brasileiros, e com a crise que ainda persiste na Europa, provavelmente não haverá crescimento por parte de países europeus nos EUA, como em 2011 e 2012. O Brasil é o terceiro principal mercado em gastos, atrás apenas de Japão e Reino Unido, isto é o que tem mais impressionado aos destinos americanos e por este motivo muitos deles estão abrindo ou procurando representantes no Brasil. M&E - Nova York foi a cidade mais visitada pelos turistas do Brasil no ano passado, desbancando Orlando. Como você avalia essa retomada da Big Apple na preferência dos brasileiros? Luiz Moura - É a primeira vez que uma cidade da Flórida perde esta posição, que sempre ficava com Miami ou Orlando. Ainda não temos uma fotografia real desses dados que nos permita entender o porquê disto ter acontecido. De qualquer maneira são destinos muito conhecidos dos brasileiros e que nos últimos anos têm investido muito no mercado brasileiro para promover seus produtos, e que deverão por muito tempo ainda brigar por esta posição. M&E - Em relação aos vistos, no Brasil, o governo conseguiu diminuir a espera de entrevista para dois dias. Como anda as negociações para isenção? Luiz Moura - Isto é um trabalho que a US Travel tem feito com muito sucesso, pressionando o governo americano para que destine mais verbas e recursos para o melhor atendimento tanto nos consulados como na imigração

na chegada, mas sabemos que alguns aeroportos (pontuais) ainda têm problemas. A inclusão do Brasil no Visa Waiver parece ser uma possibilidade muito grande, mas obviamente é algo que tem que ser tratado bilateralmente, ou seja, não basta apenas um lado querer. Os dois governos precisam trabalhar neste sentido.


Exterior PromPerú

País trabalha para receber mais de 3,5 milhões de turistas até 2016 >> Em 2012, o Peru recebeu 123.616 turistas brasileiros, o que significa um aumento de 7% em relação ao ano anterior. De acordo com a diretora de Promoção de Turismo da PromPerú, Maria del Carmen de Reparaz, as estratégias de promoção estabelecidas pelo órgão até 2015 visam receber 184.735 brasileiros, um aumento de 49% em relação a 2012.

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Maria del Carmen

MERCADO & EVENTOS – Recentemente, a Organização Mundial de Turismo apontou que o crescimento do turismo no Peru é três vezes maior que a média mundial. Qual a expectativa para este ano e para os próximos? Maria del Carmen – Este ano temos a expectativa de crescimento de 10%. No primeiro semestre crescemos 10.9% comparado com o mesmo período de 2012. Também no ano passado, o Peru recebeu 123.616 turistas brasileiros, o que significa um incremento de 7%. Até 2015, nossa meta é receber 185 mil. Apesar de um cenário de crise mundial, estamos contentes com esses números. Somos um destino com elementos distintos: com muita cultura, gastronomia de alta qualidade e, claro, com Machu Picchu, uma das Sete Maravilhas do Mundo. Além disso, o crescimento econômico do Peru nos ajuda em investirmos em infraestrutura. M&E - O Peru tem desenvolvido melhorias em sua infraestrutura e novos hotéis estão sendo construídos, além do que novas rotas aéreas. Que novidades mais os turistas podem esperar? Maria del Carmen – Estamos desenvolvendo uma melhora em nossa rede hoteleira. Neste sentido, para receber cada vez mais brasileiros, estamos tentando aumentar a quantidade de frequências partindo do Brasil. Atualmente, já temos uma rota diária da Tam partindo de São Paulo. No Festival de Turismo de Gramado, mapeamos a região Sul do Brasil com diversos empresários peruanos e conseguimos o voo de Porto Alegre com a Avianca. Isso nos anima para futuramente cobrir outras regiões brasileiras. Ambas são as regiões que mais emitem turistas para o Peru. Para 2015, o Aeroporto de Lima será ampliado e terá uma nova pista. O mesmo acontecerá em Cusco.

M&E - Seriam os eventos e as grandes convenções uma nova aposta do Peru para se posicionar como um dos principais destinos turístico do mundo? Maria del Carmen – Nós últimos anos, o país vem recebendo cada vez mais eventos importantes, o que mostra que temos qualidade para este segmento. Um exemplo é que em 2012 fomos palco da La Cumbre. Neste ano, foi a vez do Fórum Econômico da América Latina, onde recebemos diversos presidentes do continente. Nossa rede hoteleira, que cada vez cresce mais, encontra-se totalmente preparada para ser sede de qualquer tipo de evento. Também existe um plano do Governo Federal para construir um grande centro de convenções. Além da formalização de Convention & Visitors Bureaux de Lima e Arequipa, que vão desenvolver ainda mais a política de captação de eventos em nosso país. M&E - A PromPerú tem sido reconhecida por suas atividades através de importantes premiações, como a WTA e o prêmio Virtuoso 2013. Quais as principais ações desenvolvidas para mostrar aos turistas que o Peru vai além de Lima, Machu Picchu e Cusco? Maria del Carmen – O trabalho da PromPerú encontra-se em três pilares principais: turismo, exportações e imagem (marca nacional). Nesse sentido, a missão da instituição é focada em contribuir efetivamente para o crescimento sustentável e descentralizado do turismo. No caso do turismo, além de promover o país através de campanhas publicitárias, a gestão é focada na geração de maior penetração na cadeia comercial em mercados estratégicos. Também reforçamos a promoção do turismo interno através da criação de uma cultura de viagens, realizando uma análise minuciosa de cada segmento de mercado e oportunidades. Com isso estamos sempre presentes em feiras e eventos relevantes, desenvolvemos alianças estratégicas com o setor privado para a promoção conjunta, além de diversas ações também exploramos novos mercados. M&E - O destino vem aumentando sua participação em feiras internacionais, principalmente em eventos realizados no Brasil. Qual a importância do mercado brasileiro para o Peru e quais são os cinco mercados prioritários? Maria del Carmen – O Brasil é o terceiro maior mercado para Peru e, nos próximos anos, estamos certos de que irá subir posições. É importante ressaltar a importância da auto-estrada Interoceânica para a abordagem do Peru e do Brasil no futuro e circulação de turistas brasileiros em todas as partes do nosso país.


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Exterior DZT

Alemanha se torna um dos países preferidos dos brasileiros >> O Centro de Turismo Alemão (DZT) divulgou os números alcançados em 2012. Segundo o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, foi registrado um novo recorde: 68,8 milhões de pernoites de turistas procedentes do exterior em meios de hospedagem com mais de 10 acomodações, o que significa um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Nesse cenário, o Brasil é um dos países que vêm contribuindo para o crescimento do turismo alemão. Em 2012, o número de pernoites de brasileiros no país foi de 694.440, um crescimento de 19% em relação a 2011. Para 2013, a expectativa é manter os 20% de crescimento. Para a diretora do DZT no Brasil, Margaret Grantham, o Brasil vem se tornando um mercado cada vez mais importante para a Alemanha.

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Margaret Grantham

MERCADO & EVENTOS - Como você avalia a participação da Alemanha na primeira WTM Latin America, ainda mais tendo sido país anfitrião? Margaret Grantham - O Centro de Turismo Alemão (DZT) faz um balanço muito positivo da sua participação na primeira WTM-LA. Durante os três dias de feira muitos visitantes, de toda a América Latina, passaram pelo estande do DZT em busca de informações sobre o destino Alemanha. Os parceiros também ficaram muito satisfeitos com a qualidade dos expositores. O Brasil, a propósito, vem se tornando um mercado cada vez mais importante para a Alemanha. Em 2012, registramos uma taxa superior a 18% de crescimento no número de pernoites de brasileiros na Alemanha. Até 2020, a média de crescimento estimada é de 8,5%. Neste ano, apesar do crescimento estar mais tímido — devido à alta do dólar que afeta diretamente o movimento de viagens —, já registramos crescimento em todos os meses na faixa dos 4%. M&E - Em abril o DZT lançou oficialmente sua página brasileira e em português, fato considerado um marco na expansão das atividades em mídias sociais do DZT através do mundo, então o que mais pode se esperar neste setor? Margaret Grantham - Nos últimos anos, inúmeras pesquisas comprovaram que as redes sociais, como o Facebook, aumentaram a sua importância no processo de decisão do local de férias. Hoje, o brasileiro “começa sua viagem” pela internet. Sabemos que a Alemanha ainda é um país “estranho” para os brasileiros, e as redes sociais

têm nos ajudado a desmistificar essa imagem por meio de relatos e compartilhamentos de pessoas que visitaram o país e puderam conhecer, in loco, toda a diversidade que temos a oferecer, além da excelente relação custo x benefício. A página em português do Facebook, voltada para o mercado brasileiro, foi lançada no final de abril, durante a WTM America Latina, e hoje já reúne quase 15 mil fãs. Outra ferramenta importante é o website www. germany.travel, uma das maiores fontes de consulta para viajantes brasileiros que têm como destino a Alemanha. Os números de consulta ao site não param de crescer. Ele possui ferramentas úteis não só para o turista, mas, também, para profissionais do trade, na hora de eles montarem um roteiro para a Alemanha. M&E - Neste ano de 2013, a Alemanha teve como temática promocional os jovens. Qual será o foco a ser trabalhado no próximo ano? Margaret Grantham - O foco de mostrar uma Alemanha jovem, um destino vibrante e inovador continuará a ser trabalhado em 2014, visto que o App “Share the Moment – Youth HotSpots in Germany”, uma ferramenta extremamente útil para quem vai viajar para o país ou quer saber quais os lugares do momento, segue bastante atualizado, trazendo sempre novidades e os lugares e eventos de destaque de todo o pais. No entanto, ano que vem teremos um foco muito grande nos Patrimônios da Unesco na Alemanha. Entre os mais impressionantes monumentos históricos, conjuntos arquitetônicos, instalações industriais significativas e paisagens naturais excepcionais, 38 foram declarados pela Unesco como Patrimônio Mundial. Em 2014, em uma parceria com a Comissão da Unesco na Alemanha e com a Associação Alemã Patrimônios da Humanidade da Unesco, esses patrimônios serão o foco do nosso trabalho de marketing, sob o lema “Patrimônios da Humanidade Unesco – Cultura Sustentável e Turismo na Natureza”. M&E - No ano passado, o país, pela terceira vez consecutiva, foi o segundo destino europeu mais visitado: 45.8 milhões de viagens ao destino. Sendo o quarto destino mais procurado dos brasileiros, como mudar essas posições? Margaret Grantham - Temos à frente mercados tradicionais na Europa, como Portugal, que tem uma relação forte com o Brasil pela própria cultura e idioma. Nosso trabalho vem sendo, ao longo dos anos, desmistificar aquela imagem de que a Alemanha é um país “sisudo e carrancudo”, como muitas pessoas ainda o idealizam, até por causa do idioma, que acaba causando um pouco de receio nas pessoas. Acredito que este trabalho vem dando certo, visto o contínuo crescimento de pernoites de brasileiros no país.


Exterior Greater Miami Convention & Visitors Bureau

Brasileiros ocupam primeira colocação entre os visitantes de Miami >> A crise econômica mundial persiste em algumas partes do mundo, mas Miami vem apresentando um forte crescimento em seus negócios – e isso está acontecendo em todas as áreas, seja nos negócios imobiliários como no comércio e, principalmente, turismo. Segundo o relatório divulgado pelo Departamento de Comércio dos Estados, os brasileiros correspondem a 60% do total de turistas que visitam Miami anualmente. As compras em Miami são um dos principais atrativos e motivo pelo qual o número de visitantes brasileiros aumenta significativamente a cada dia, conforme informação da Câmara de Comércio do Brasil na Flórida. De acordo com Marina Barros, diretora do Greater Miami Convention & Visitors Bureau, a cidade é um destino que se destaca pela sua pluralidade. MERCADO & EVENTOS - Como fazer para que as muitas facetas da Flórida sejam de interesse dos turistas? Marina Barros – Em Miami, todos os meses realizamos algo para agregar mais turistas. Por exemplo, de agosto a setembro, realizamos o Miami Space, programa onde valorizamos a gastronomia. Trata-se de uma mega-promoção – que já virou uma tradição local – onde os melhores e maiores restaurantes da região metropolitana de Miami oferecem menus de três pratos com preços fixos. Também temos o Carnaval de Miami, os shows da Broadway que sempre estão se apresentando na nossa região. Outra novidade será o Parque dos Museus, em uma esplanada às margens da bela baía de Key Biscayne, no centro da cidade. São infinidades de eventos que divulgamos anualmente para mostrar que a região não vive só de compras e, sim, também de cultura.

Marina Barros

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M&E - Neste ano, o estado celebrou seus 500 anos, como a senhora analisa os próximos anos do destino? Marina Barros – Acredito que o turismo tem tudo para crescer na região. Mas tudo depende da cotação do dólar aqui no Brasil. Caso a inflação aumente, isso pode prejudicar a ida dos brasileiros para o destino. Caso o contrário, com certeza esses números serão bem maiores. Em conversa com agentes e operadores, a cotação ideal seria R$1,95 no máximo, para eles isso seria o ideal. O Brasil é o ponto principal para Miami na América Latina e no mundo. Os brasileiros têm uma influência muito grande na cidade, e quando chegam lá se sentem em casa. É muito fácil para um brasileiro apreciar as atrações de Miami M&E - Qual a expectativa de turistas para este ano e de gastos? Marina Barros – O brasileiro é o que mais gasta na região. Em média, eles gastam US$ 3 mil por viagem. O número de brasileiros que visita os Estados Unidos quase quadruplicou entre 2004 e 2011, segundo o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Miami recebeu 689.961 brasileiros no ano passado, número 8,8% maior que o do ano anterior, que garantiu a permanência do país no primeiro lugar entre os maiores emissores de turistas para o destino americano. Os brasileiros ainda foram os que mais gastaram na região, com despesas de US$ 1,5 bilhão, 11% a mais que em 2011, ano que, inclusive, registrou 17,9% de aumento na receita em relação a 2010. M&E - Qual a expectativa da Flórida com relação à inclusão do Brasil no Visa Waiver? Marina Barros – A expectativa é enorme. Nosso presidente está trabalhando quase diariamente junto com todos os órgãos que vão se beneficiar com a aprovação junto ao Senado Federal. A expectativa é de que em um ou dois anos no máximo o Visa Waiver seja aprovado. Caso isso ocorra, estimamos que o número de turistas na região dobre. Apesar da facilidade, ainda existem pessoas com o visto negado. Sem contar aqueles que têm que se descolar para outras cidades para conseguir o visto.

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M&E - No ano passado, Nova York foi a cidade mais visitada pelos turistas brasileiros, e pela primeira vez a Flórida perdeu posição, como a senhora avalia essa perda? Marina Barros – Talvez Nova York tenha investido mais em propaganda. Eu não posso avaliar muito essa pesquisa porque o dia a dia nos mostra uma outra realidade. Em Miami nós só vemos brasileiros e só se fala português. A região não percebeu essa perda efetivamente. Inclusive, nossos shoppings possuem funcionários que falam português pela grande quantidade de brasileiros que passam por lá. O Aeroporto Internacional de Miami (MIA) anunciou que em 2012 registrou um novo recorde histórico no número de passageiros transportados, em parte, graças às conexões com o Brasil, assim como no número de mercadorias, que superaram os dois milhões de toneladas. Segundo os dados, em 2012 passaram pelo aeroporto 39,5 milhões de passageiros, o que representa um aumento de 1,1 milhão (3%) com relação a 2011 - quando já havia sido

batido um recorde histórico -, e foram transportadas 2,1 milhões de toneladas, 4,6% mais do que no ano passado.


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Flórida Estado americano está de braços abertos para os brasileiros

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>> Destino certo de milhares de turistas de todas as partes do mundo, a Flórida é um dos estados prediletos dos brasileiros que viajam aos Estados Unidos. Seja para fazer compras, passear, estudar ou mesmo trabalhar, nos últimos três anos essa preferência pode ser constatada em números divulgados pelo Departamento de Comércio do país. Popularmente conhecido por suas grandes atrações turísticas, como os parques temáticos concentrados basicamente em Orlando, é também repleto de centros de compras e belas praias, e por isso destino certo dos turistas.

Localizado no sudeste dos Estados Unidos, corresponde à porção mais meridional do país, com uma ponta avançando pelo mar do Caribe. Conhecida como The Sunshine State (O Estado Ensolarado, na tradução livre) a Flórida tornou-se sinônimo de lazer, férias e atividades agradáveis, tanto para norte-americanos como para estrangeiros. Neste ano, o estado celebrou seus 500 anos, já que, em abril de 1513 o explorador espanhol Juan Ponce de León desembarcou no que ele chamou de “La Florida” — a primeira visita europeia documentada no que

viria a ser os Estados Unidos Continentais. Atualmente a principal fonte de renda do estado é o turismo. Destino conhecido mundialmente por suas diversas atrações turísticas, atrai anualmente mais de 60 milhões de turistas de outros estados americanos e países. É o lugar mais procurado por quem deseja encontrar um clima agradável durante praticamente todo o ano, e este fato, num país sujeito a nevascas e frios intensos durante meses a fio, é sinônimo de paraíso. Tanto é que, ao se aposentar, a maioria dos norte-americanos sonha em fixar residência definitiva na Flórida.


VISITFLORIDA.com/portugues pra de imóveis, o que mostra o grande interesse pelo destino, um encanto que ocorre na primeira viagem, tornando a vontade de voltar muito grande. Não são os consumidores brasileiros os únicos seduzidos pelo turismo e pelo paraíso de compras na Flórida. O estado americano passou a atrair também empresários que se instalam no país, seja por conta própria, em parceria com empresas americanas e até virtualmente. Mesmo em tempos de crise, em 2011, o fluxo do comércio entre o Brasil e a Flórida movimentou US$ 15,14 bilhões, alta de 15% em relação ao ano anterior. Quase toda visita turística pela Flórida começa por Orlando ou Miami, as duas principais atrações do estado. Mas o Sunshine State vai muito além destes dois destinos. Tampa, Kissimmee, Fort Lauderdale, St. Petersburg, Clearwater, Boca Raton, Coral Springs, Miami Beach, Florida Keys, Everglades, Biscayne Bay, Jacksonville, Tallahassee, Panama City, Palm Beach são algumas das opções. Relativamente pequeno, quase totalmente plano e com ótimas estradas, faz com quem poucos dias sejam suficientes para se ter uma boa ideia da região. Ao analisar o mapa da Flórida é possível perceber uma forma de uma ponta, como se fosse um apêndice avançando pelo mar adentro. Graças a isto esta península tem um litoral imenso, com mais de mil quilômetros de extensão e muitas praias bonitas para explorar. De imenso pantanal alagado a refúgio de milionários e seus iates, aposentados morando a beira mar em praias desertas e multidões de turistas invadindo os parques temáticos, a Flórida mudou bastante, e com certeza para melhor. Por isso é só escolher por onde começar e desbravar o destino que vai muito além dos famosos parques temáticos, centros de compras e belas praias.

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Mesmo sendo uma região que abraçou tantas ondas de imigrantes latinos, nenhum grupo foi tão cortejado e mimado atualmente quanto os brasileiros. Destino bilíngue, pois, além do inglês, uma parcela significativa da população da Flórida se expressa em espanhol, a região sempre foi um porto seguro para cubanos, bem como para imigrantes vindos de diversos outros países da América Central. Assim, não é de estranhar que a maior parte das lojas tenha letreiros em inglês e espanhol. Atendentes, recepcionistas, motoristas, supermercados, aeroportos e lojas de departamento têm sempre alguém de origem latina falando espanhol, e grande parte das vezes estas pessoas são maioria. E devido ao grande número de brasileiros que moram e viajam ao estado, o português também já virou comum por lá. De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o número de visitantes brasileiros em território norte-americano cresceu 453% na última década.O Brasil foi responsável por enviar aproximadamente 1,8 milhão de turistas para os EUA em 2012, sendo que a maioria - cerca de 1,6 milhão - escolheu a Flórida como destino. Os gastos de turistas brasileiros também têm crescido exponencialmente: foram US$ 8 bilhões em 2012 contra US$ 6,5 bilhões em 2011 (aumento de 17%). O ensolarado estado é um convite quase irrecusável para os brasileiros.O ambiente tropical e o clima de verão constante, somados às vantagens dos preços atraentes e da facilidade da infraestrutura americana, conquistaram a preferência deste mercado tão importante atualmente para o país. É incontestável o bom trabalho dos Estados Unidos em transformar aquela região - quase toda pantanosa e de terrenos imprestáveis - num concorrido polo turístico que fatura bilhões de dólares por ano. Segundo números do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a atividade mais comum para 95% de brasileiros no país é fazer compras. E na Flórida, os turistas brasileiros seguem entre os líderes de com-

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Walt Disney World Resort na Florida

revela novidades para as festa de fim de ano MAGIC KINGDOM Do dia 8 de novembro até 20 de dezembro, os visitantes do Walt Disney World Resort poderão curtir a festa “Mickey’s Very Merry Christmas” no Magic Kingdom. Por 25 anos, este evento imperdível tem atraído famílias de todo o mundo para desfrutar o espírito natalino no parque. Datas para 2013: Nov. 8, 11, 14, 15, 17, 21, 22 e Dez. 1, 3, 5, 6, 8, 10, 12, 13, 15, 17, 19, 20.

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O evento de natal começa às 7 p.m. (após o horário regular do parque) e os visitantes, com ingresso para a festa “Mickey’s Very Merry Christmas”, poderão entrar no clima de natal com shows ao vivo, fogos espetaculares, uma parada inesquecível e exlusiva para o evento, chuva de neve na Main Street, U.S.A, além de cookies e chocolate quente à vontade. Os visitates também podem aproveitar a festa para conhecer e curtir as novas atrações da nova Fantasyland. Para mais informações visite www.Disneyworld.com/Christmasparty. O ingresso para este evento é muito concorrido. Recomendamos a compra antecipada.

Showcase. A diversão continua com a oportunidade de encontrar o Papai e a Mamãe Noel, além de vivenciar o “IllumiNations: Reflections of Earth”, um espetáculo noturno de luzes e fogos com um encerramento especial para esta época do ano. DISNEY’S HOLLYWOOD STUDIOS The Osborne Family Spectacle of Dancing Lights De 8 de novembro a 5 de janeiro os visitants do Disney’s Hollywood Studios terão a oportunidade de ver o show de luzes dançantes e efeitos 3D perfeitamente sincronizados com músicas natalinas em meio a uma chuva de neve. A tradição do “Osborne Family Spectacle of Dancing Lights” acontece na Streets of America. tunidade de ver a novidade todas as noites

EPCOT Candlelight Processional: de 29 de novembro até 30 de dezembro, o parque Epcot apresenta um lindo espetáculo, que combina músicas natalinas com a leitura Entretenimento, fogos e mais: comovente da histórias do natal feita por laços, festões, luzes brilhantes e árvores de uma celebridade, acompanhada por coral e natal gigantes decoram o natal encantado orquestra ao vivo. O evento acontece durante do Magic Kingdom. A diversão ainda inclui algumas noites às 5h, 6h45 e 8h15p.m. no o show “Holiday Wishes: Celebrate the palco do America Gardens Theater. Whoopi Spirit of the Season” com fogos noturnos Goldberg e Ashley Judd são destaques na lista espetaculares, além de de narradores deste ano. apresentações ao vivo Nov. 29 – Dec. 1 - Gary Disney mistura com os personagens Sinise; Dec. 2-3 – a contradições e clima natalino firmar; Dec. 4-5 – Ashley mais adorados da DisJudd; Dec. 6-7 – Whoopi ney com trajes inspiraem espetáculos Goldberg; Dec. 8-10 – Sidos no natal. deslumbrantes para os gourney Weaver; Dec. 1113 – Dennis Haysbert; Dec. Castle Dream Lights: visitantes dos parques a 14-16 – James Denton; graças a um espetácupartir de 8 de novembro Dec. 17-19 – Edward James lo de efeitos especiais Olmos; Dec. 20-22 – Trace que banha o Castelo Adkins; Dec. 23-25 – a confirmar; Dec. 26-28 da Cinderela, com 200 mil luzes brancas – Blair Underwood e Dec. 29-30 – Amy Grant. brilhantes, o castelo será transformado em um palácio de gelo cintilante espeOs visitantes do Walt Disney World Resort cialmente para esta época do ano. Os vipodem adquirir um pacote de refeição, que sitantes do Magic Kingdom terão a oporcombina almoço ou janta em alguns restaurantes do Epcot com lugar garantido para o “Candlelight Processional” e vista privilegiada para o espetáculo “IllumiNations: Reflections of Earth”. Para mais informações e reservas: http://disneyworld.disney.go.com/reservations/ dining/candlelight-dinners/ Festas de final do ano ao redor do mundo Os visitantes do Epcot entram no clima de final de ano enquanto curtem as festas celebradas em diversos países por meio do Epcot World

DISNEY’S ANIMAL KINGDOM De 7 de novembro a 2 de janeiro, os visitants do Disney’s Animal Kingdom poderão curtir o Mickey e seus amigos na parada “Mickey’s Jingle Jungle Parade” ao som de músicas natalinas em um misto de batidas de todas as partes do mundo. DOWNTOWN DISNEY Faça suas compras de final do ano no Downtown Disney durante o “Festival of the Seasons”. O melhor lugar para suas compras entrará no clima do natal com entretenimento ao vivo, festas na rua e oportunidade de fotos com o Papai Noel e o Pateta Noel! HOTÉIS DO WALT DISNEY WORLD RESORT Os 25 hotéis resorts da Disney ganharão decoração festiva, casas de gengibre e muito mais. Os hóspedes podem experimentar ainda mais a magia nesta temporada, com preços excelentes. Os hóspedes poderão desfrutar de um pacote de férias de seis noites, sete dias, com hospedagem e ingressos válidos em todos os quatro parques da Disney. Para obter informações sobre reservas contate seu agente de viagens.


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Barbie, a única nos EUA. Continue a caça as pechinchas no Swap Shop, o mercado das pulgas, oferecendo um complexo comercial interno e ao ar livre com mercadorias de marca e um drive-in com 14 telas de cinemas e o Festival Flea Market, um mercado coberto com mais de 500 lojas vendendo jóias, roupas, sapatos e qualquer outra coisa que você possa imaginar. AUMENTANDO O ESTILO

Diga HELLO a

GREATER Fort Lauderdale

Greater Fort Lauderdale recebe visitantes do mundo todo. A partir do momento que você deixar o aeroporto, você está cercado por céu azul, palmeiras e rostos sorridentes - das praias de águas azuis cristalinas aos exóticos Everglades da Flórida.

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ADORA FAZER COMPRAS? Descubra a conveniência e o valor de comprar num destino chique e descontraído. Em Greater Fort Lauderdale, é fácil de exibir seu senso ensolarado de moda nas várias boutiques, departamentos de lojas e outlets de grife. Há passeios de compras especiais para grupos e ônibus locais da praia. E, a maioria dos hotéis oferecem fácil acesso aos principais centros de compras para o viajantes sem carro. Você pode até mesmo fazer compras de táxi aquático. Então traga malas extras! UM TESOURO DE PECHINCHAS Sawgrass Mills é o maior centro de desconto e entretenimento do mundo. Com mais de 350 lojas de marca e lojas de varejo, você está certo de encontrar ofertas tentadoras. Novas lojas incluem Columbia

Sportswear, DKNY, Steve Madden, Polo Ralph Lauren Boys, Polo Ralph Lauren Girls, Greg Norman, Michael Kors e bare Minerals. Nos Colonnade Outlets da Sawgrass se encontram os principais designers de luxo, incluindo Prada, Kate Spade, Bloomingdale’s Outlet, Saks Off 5th, Theory, Tory Burch e muito mais. Varejista de Moda Perna e Corpo Wolford e designer italiano de jóias da marca Ippolita acabam de abrir junto com a Dreamhouse

Visite o Galleria Mall, um ambiente sofisticado para suas compras, onde você encontrará varejistas mundialmente famosos como Macy’s, Neiman Marcus e Dillard’s, juntamente com restaurantes de luxo e o Red Door Spa de Elizabeth Arden. Las Olas Boulevard é conhecido como “Mile Style” de Greater Fort Lauderdale, repleto de butiques, restaurantes com lounges animadas e cafés com mesas na calçada. Las Olas é também uma importante parada ao longo do sistema de Water Taxi de Greater Fort Lauderdale. The Village no Gulfstream Park, em Hallandale Beach e The Promenade em Coconut Creek são alguns dos mais recentes shopping ao ar livre e de entretenimentos com grandes varejistas, complementados por lojas de acessórios, restaurantes, cafés e bares. DESCONTOS DE VERÃO O verão é a época perfeita para visitar Greater Fort Lauderdale. Quando você quiser fazer uma pausa para as compras, você pode desfrutar de infinitas maneiras para economizar com 2-por-1 nas atividades mais quentes da área. Mergulhe e snorkel, veleje em uma aventura de barco nos 480 quilômetros de canais navegáveis, descubra o seu lado selvagem em um passeio de barco nos Everglades, ou chegue de barco ou paddleboard para uma experiência descontraída em um dos vários restaurantes à beira dos canais. Visite sunny.org/summer para saber mais. Ou tire proveito do nosso pacote assinatura para os viajantes mais exigentes. “Férias como um VIP” quando você escolhe um dos 11 hotéis de Luxo de Lauderdale e recebe um upgrade gratuito de quarto, US $ 100 de crédito no resort, estacionamento com manobrista de cortesia e cartão de US$25 do American Express Gift. Detalhes no sunny.org/vip


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Wizarding World of Harry Potter mudou Orlando para sempre >> A afirmação do título é feita pelo diretor sênior da Universal na América Latina, Marcos Barros. Depois do fenômeno causado pelo Mundo Mágico de Harry Potter no Islands of Adventure, no Universal Orlando Resort, uma expansão com inauguração para o próximo ano promete movimentar ainda mais o complexo, já que irá interligar o parque ao Universal Studios, localizado ao lado. A construção de “Londres” e da Diagon Alley está em andamento e quando concluída contará com lojas, um restaurante e uma inovadora atração baseada no banco Gringotts, famoso nos filmes da série. A ideia, segundo Marcos, é equilibrar a busca entre os parques. Mas as novidades não param por aí, o executivo conta outras “promessas” do complexo, como a réplica da cidade dos Simpsons, novo resort e fala sobre a importância do mercado brasileiro e dos agentes de viagens.

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M&E - Como o senhor vê essa onda de investimentos da Universal em seus próprios produtos, como foi o caso de Transformers e Meu Malvado Favorito? Marcos Barros - A Universal Orlando nunca investiu tanto em seu próprio produto como nos últimos anos, mas isso está em nosso DNA. Sem uma renovação planejada e constante, com um conteúdo que seja relevante para sua audiência, nosso produto não sobrevive – sejam nossos parques, nossos canais de televisão, ou nossos estúdios de cinema. E não se engane, nós vamos ter mais novidades num futuro próximo.

MERCADO & EVENTOS - Como foi abertura da atração Transformers no parque de Orlando, tendo em vista que ela foi um sucesso na Califórnia e em Cingapura? E qual a expectativa para a réplica de Springfield, o que os fãs de Simpsons podem esperar? Marcos Barros - Como prevíamos, o retorno tem sido muito positivo. Os Transformers são uma franquia de sucesso, com fãs pelo mundo todo, e a tecnologia usada na atração (3-D com movimento e ação ao vivo) é fantástica. Sabíamos que iria de encontro ao gosto dos nossos visitantes e não foi diferente. Springfield USA está fantástica. Uma réplica perfeita e fiel, como os maiores fãs poderiam imaginar. Não é todo dia que você pode almoçar no Krusty Burger ou relaxar tomando uma Duff ou o famoso drinque Moe Flamejante – e aqui você pode!

M&E - Em março será lançado a primeira parte do Cabana Bay Beach Resort, o quarto hotel do complexo, ele já está sendo comercializado? Se sim, como está a procura? Marcos Barros - Já estamos aceitando reservas para o nosso mais novo e maior hotel da Universal Orlando, para chegadas a partir de 31 de março de 2014. A receptividade do Universal ‘s Cabana Bay Beach Report tem sido excelente no mercado brasileiro porque ele apresenta uma combinação única: preço + benefícios exclusivos nos parques. Explico: este vai ser o nosso hotel mais econômico. Serão 900 apartamentos standard a preços econômicos (a partir de $87 + taxas por noite), mais 900 suítes familiares (para até 6 pessoas, com preços a partir de $125 + taxas por noite). Os hóspedes terão acesso aos parques da Universal Orlando uma hora mais cedo que o público em geral. Além disso, o hotel terá duas enormes piscinas, um lazy river, e 10 pistas de boliche, remetendo ao tema principal do hotel – uma viagem aos anos 50 e 60!

M&E - Uma nova área do Harry Potter está sendo desenvolvida e irá ligar os dois parques em Orlando. Já tem data definida de lançamento? Como será o funcionamento nessa combinação do Universal Studios com o Universal Islands of Adventure? Marcos Barros - A primeira experiência com o Wizarding World of Harry Potter no parque Universal’s Islands of Adventure foi um fenômeno que mudou Orlando para

M&E - Como o senhor avalia a importância dos agentes de viagem na comercialização dos hotéis e parques do complexo. Quanto eles representam nas pré-vendas dos ingressos? Marcos Barros - Os agentes de viagens são peça fundamental em todo esse processo, por isso seguimos investindo nesse canal, com novas opções de treinamento e capacitação por todo o Brasil.

Marcos Barros

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sempre. Ficou, porém, uma certeza: a de que podíamos oferecer mais para nossos visitantes e fãs dos livros e filmes. Assim, surgiu a ideia de expandir a área para o parque Universal Studios. Se no primeiro parque tínhamos Hogsmead e o Castelo de Hogwarts, nessa segunda área teremos Londres, o Beco Diagonal e o Banco Gringots. Além disso, teremos a ligação entre os dois parques através do trem Hogwarts Express. Anunciaremos mais detalhes durante os próximos meses, mas eu posso adiantar que tudo estará pronto em meados de 2014.


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SeaWorld Parks se prepara para um 2014 de celebração >> Com uma série de novidades lançadas ano a ano, o SeaWorld Parks & Entertainment não fez diferente neste, e não fará no próximo. Com a recém-lançada atração Antarctica, que tem como temática o universo dos pinguins, e que se mostrou um enorme sucesso, a empresa se prepara não apenas para mais lançamentos - como a Falcon’s Fury, no Busch Gardens Tampa -, mas também para celebrar cinco décadas do SeaWorld, principal parque do complexo. Nessa entrevista, a Marjori Schroeder, Relações Públicas da empresa na América Latina, revela detalhes de todas as ações.

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MERCADO & EVENTOS - Como o público recebeu o lançamento da nova área que o SeaWorld inaugurou este ano? Marjori Schroeder - A Antarctica é o nosso grande xodó, não só por ser o maior investimento da história do SeaWorld, mas Marjori Schroeder também porque mudou a estrutura do parque. É uma nova área completamente temática e os visitantes que chegam ao parque sentem que tem algo diferente, uma área centralizada e de grande extensão. Além, é claro, de se tratar de um dos animais mais populares do parque, os pinguins, sempre muito queridos pelos visitantes, juntamente com a baleia Orca e os golfinhos. A recepção foi muito boa, como já esperávamos. A atração em si, que é o carrinho, é a mais concorrida do parque, então estamos com longas filas. Porém, temos uma novidade: o nosso Quick Queue, passe para as atrações que evita filas, já inclui a Antarctica. M&E - Qual a importância do mercado brasileiro não só nos parques da Flórida, mas também da Califórnia? Marjori Schroeder - Nossa política não permite a divulgação de números, mas posso dizer que em matéria de Flórida o Brasil está entre os três principais mercados internacionais dos nossos quatro parques: o Discovery Cove, Aquatica, SeaWorld e Busch Gardens. Ao longo do ano vemos sempre alterações na posição, mas os brasileiros se mantém no top 3. Quanto à Califórnia, há uns dois anos observamos o crescimento bem expressivo de visitantes. O turista entendeu que o SeaWorld San Diego faz parte de um roteiro

para quem vai conhecer toda aquela região, e não só San Diego, mas quem também vai para Los Angeles, Las Vegas e São Francisco e que passaram a incluir o parque na viagem. M&E - Como será a comemoração dos 50 anos do SeaWorld? O que os brasileiros podem esperar dessa celebração? Marjori Schroeder- É a nossa grande festa para 2014 e também nossa grande novidade. Essa comemoração é da bandeira SeaWorld, que está presente em Orlando, em San Diego e em San Antonio, no Texas. Os três vão estar em clima de festa. Serão 18 meses de celebração e que começam a partir de 21 de março. Haverá toda uma programação durante este período e um dos destaques é uma área no SeaWorld San Diego. Neste caso, toda a entrada principal do parque está sendo remodelada, não haverá mais todo aquele esquema de bilheteria, será algo mais na linha concierge e os visitantes vão sentir de cara a diferença. E, além disso, teremos uma praça interativa de 12 mil metros quadrados denominada Explorer’s Reef. Nos outros parques teremos o Esquadrão de Surpresas, onde os visitantes serão surpreendidos por atores durante o dia com brincadeiras, prêmios e algumas gincanas. M&E - Quais os próximos planos dos parques, em matéria de novas atrações e shows? O falcão será a nova investida? Marjori Schroeder - Como nova atração, teremos, em 2014, a Falcon’s Fury, no Busch Gardens Tampa. Ela seguirá o conceito do parque de ser radical e vem para bater todos os recordes de adrenalina dos visitantes que a encararem. Será uma torre de queda inspirada no voo de um falcão, onde depois de subir 100 metros, a cadeira irá inverter o sentido, então as pessoas vão ficar de cara para baixo e então vão despencar a cerca de 100 quilômetros. Para se ter uma noção, a Sheikra, que é a nossa montanha-russa mais alta, tem 60 metros, então vai ser algo bem radical e que sabemos que o brasileiro vai adorar. M&E - Vocês pensam em investir em novas tecnologias também para os aparelhos smartphones, como forma de aumentar a interação do público com o parque? Marjori Schroeder - Parte da nossa celebração de 50 anos inclui investimentos neste departamento, em aplicativos para smartphones e tablets, mas também em dispositivos de interação com o público. Isso está dentro da nossa estratégia festiva para aumentar ainda mais o vínculo com os visitantes durante o período.


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Celebração de 50 anos e nova atração radical são destaques do SeaWorld Parks & Entertainment Nos últimos anos, os parques da família SeaWorld Parks & Entertainment vêm se destacando por suas novidades, inaugurações e inovações. Em 2014 não vai diferente e os visitantes já podem se preparar para um mar de surpresas. Um dos destaques do próximo ano será a celebração de 50 anos do parque SeaWorld, uma das bandeiras do grupo. O primeiro parque com essa marca abriu as portas ao público pela primeira vez em março de 1964 em Mission Bay, San Diego, na Califórnia. Atualmente, além do parque da Califórnia, há dois outros parques SeaWorld, sendo um em Orlando, na Flórida, e um em San Antonio, no Texas. A celebração de 50 anos do SeaWorld, intitulada “Sea of Surprises™” (Mar de Surpresas), terá início em 21 de março de 2014 e acontecerá nos três parques. A comemoração começa com a inauguração da nova praça de entrada do SeaWorld San Diego. O novo portão principal irá

substituir a bilheteria atual por uma recepção com tema de praia e ao estilo concierge. Já no lado de dentro do parque, haverá diversas piscinas onde será possível tocar em filhotes de tubarão, arraias e peixes. Para a celebração será lançado o “Esquadrão de Surpresas”, que irá distribuir prêmios e presentes especiais. Por fim, para reforçar o compromisso do SeaWorld com o meio ambiente e sua paixão pela proteção do oceano, esculturas gigantes de animais marinhos serão expostas nos parques. O grupo de arte ambiental Washed Ashore foi contradado pelo SeaWorld para criar uma obra de arte em grande escala a partir de detritos encontrados no oceano. O objetivo deste trabalho é reforçar que os nossos amigos animais precisam de um ambiente saudável para viver.

Nova atração no Busch Gardens Tampa O outro destaque para 2014 do SeaWorld Parks & Entertainment está no Busch Gardens Tampa, localizado a cerca de uma hora de Orlando. No segundo trimestre do próximo ano, o parque ganhará a Falcon´s Fury. Com 102 metros de altura, essa torre levará os aventureiros para uma queda a 96 km/h. Localizada na área do Timbuktu, a Falcon´s Fury poderá ser visita de qualquer parte do parque e até mesmo de vários locais da região de Tampa Bay. No ponto mais alto da nova atração haverá um elemento surpresa. Assim como o pássaro que dá nome a essa experiência, os aventureiros irão girar 90 graus e ficar de cara para baixo em uma posição de mergulho. Instantes depois, todos irão despencar a 96 km/h sentindo a força de 3,5 Gs em uma velocidade e potência nunca vivenciada anteriormente.

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Disney segue transformando fantasia em realidade >> Após a abertura de boa parte da Nova Fantasyland, a Disney se prepara para a conclusão da maior expansão do Magic Kingdom, em Orlando, na Flórida (EUA), com a inauguração no próximo ano de uma nova atração na área. Além de um novo desfile noturno no parque que visa celebrar essa expansão. A empresa também segue trabalhando no desenvolvimento de suas parcerias, como no caso da LucasFilm, que lhe rendeu a franquia Star Wars, e também com James Cameron e a Fox Filmed Entertainment, para trazer o mundo de Avatar para o Walt Disney World. O vice-presidente de Vendas e Marketing para a Indústria do Turismo do grupo, Randy Garfield, fala sobre todos estes assuntos.

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Randy Garfield

MERCADO & EVENTOS - Como avalia o interesse do público desde a abertura da New Fantasyland, no Magic Kingdom? Qual a expectativa para a conclusão da nova área, marcada

para o próximo ano? Randy Garfield - O feedback tem sido extremamente positivo. Como nossa maior expansão até agora, a Nova Fantasyland produziu uma experiência de imersão que permite aos visitantes ainda mais interação com os nossos personagens. Com a continuidade da expansão, mais oportunidades de se criar novas memórias em família irão surgir. O “The Princess Fairytale Hall” e o “Seven Dwarfs Mine Train” são duas das expansões mais esperadas. Esta última, inspirada no clássico Branca de Neve, irá contar com uma montanha-russa de estilo familiar, projetada com um movimento inédito de vai-e-vem. M&E - Com relação à compra da franquia Star Wars, o que os fãs da saga e da Disney podem esperar? E como está o projeto da área baseada no longa Avatar, no Animal Kingdom? Randy Garfield - Há mais de 25 anos, a nossa parceria com a LucasFilm ajudou a trazer o universo imaginativo de Star Wars à vida em nossos parques e resorts em todo o mundo. Nós tivemos uma ótima relação de trabalho com a produtora durante anos antes da aquisição, como pode ser visto em algumas das nossas atrações temáticas

nos parques de Anaheim, Orlando, Paris e Tóquio, e também no nosso evento anual Star Wars Weekends, no Disney’s Hollywood Studios, na Flórida. As duas marcas são muito compatíveis, e o fato de que o universo Star Wars contém um vasto número de personagens dá a Disney uma inspiração infinita. Já a recente união de forças com o visionário cineasta James Cameron e a Fox Filmed Entertainment para trazer o mundo de Avatar para o Walt Disney World ainda está em andamento. A construção está prevista para começar em breve no Animal Kingdom, escolha natural, já que a história enfatiza a vida em harmonia com a natureza. M&E - Qual foi o retorno da recente e, inédita, ação de manter os parques abertos 24 horas durante o Memorial Day e que deu início a temporada de verão? Randy Garfield - Embora a política da empresa não me permita compartilhar números, posso dizer que o pontapé inicial do nosso Monstrous Summer (Verão Monstruoso), com a abertura de nossos parques em ambas as costas por 24 horas, foi um enorme sucesso. M&E - O Brasil atualmente encontra-se em qual posição nos mercados prioritários da companhia? Randy Garfield - O Brasil é realmente um dos nossos mais importantes mercados internacionais. Ao investir nosso tempo e esforço em cultivar e crescer essa relação, continuamos a ver um crescimento de dois dígitos desse mercado no Walt Disney World nos últimos anos. O estímulo constante que nossa equipe recebe para participar de feiras como Abav, Festival de Gramado, WTM Latin America e Braztoa, nos dá a oportunidade de crescer ainda mais o mercado. Nós sempre nos esforçamos para oferecer aos nossos parceiros brasileiros programas de treinamento significativos e suporte para os agentes de viagens. M&E - A Disney Destinations recentemente lançou um site de treinamento online para os agentes de viagem, qual a importância das vendas feitas por estes profissionais? Randy Garfield - O recém lançado módulo de formação online “Disney Destinos Genius” é projetado para melhorar ainda mais a expertise do agente de viagem em relação aos nossos produtos. O consumidor médio brasileiro se baseia principalmente na ajuda de agentes de viagens quando querem planejar e reservar as suas férias na Disney. Introduzimos o programa “Genius” para fornecer informações e materiais que aumentem a interação com seus clientes. Com o lançamento do módulo, o website do trade também foi reformulado.


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Locadoras de Veículos

Aluguel de carros e assistência em transporte crescem em 2013 LUCIANO PALUMBO >> Com um faturamento de R$ 6,23 bilhões, o setor de locação de veículos teve um crescimento de 9,9% em 2012, de acordo com dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). Apesar de ser um aumento significativo, principalmente quando comparado com 0,9% do PIB no ano passado, houve queda no ritmo de crescimento. Nos anos anteriores, o crescimento havia sido de 11%, em 2011, e de 16,9%, em 2010. No ano passado, a manobra da indústria automobilística pode ter sido a grande causadora do setor ter andado com o “freio” puxado, ou melhor, o IPI para carros em patamar mais baixo é apontado como o principal responsável pela redução na expansão do segmento. “Com essa alíquota do imposto, o valor dos carros deprecia muito rápido. Acabamos não conseguindo vender os automóveis antigos para comprar novos e isso gera uma falta de renovação da frota e expansão do segmento”, disse o presidente do conselho nacional da entidade, Paulo Gaba Jr.

ou aluguel diário de automóveis. O “rent a car” se divide entre turismo corporativo (24% das locações) e turismo de lazer (19%). Como o faturamento do setor atingiu R$ 6,23 bilhões em 2012, é possível estimar que o turismo de negócios representou aproximadamente R$ 1,49 bilhão deste montante. Para efeito comparativo, o turismo corporativo havia sido responsável por R$ 1,41 bilhão do faturamento total das locadoras de automóveis no Brasil, em 2011. Conforme a Abla, as frotas das locadoras são altamente diversificadas e atendem a diferentes perfis de clientes (o turista de negócios e o turista de lazer). A prática comum das empresas do setor é a divisão da frota por grupos (veículos populares, médios, de luxo, utilitários etc.), dependendo da estratégia e da política comercial de cada locadora.

Segundo ele, esse impasse pode ser observado através da idade média da frota do setor, que passou de 15 meses em 2010 para 18, no ano passado. Do lado oposto, o que permite que a indústria continue crescendo mesmo em um período de resultados fracos da economia brasileira é, justamente, a crise. “Ela é positiva para nós, pois muitas empresas passam a ver vantagem em locar um carro, no lugar de comprar”, afirma Gaba Jr.

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Mercado - O faturamento gerado por este nicho no setor de locação saltou de R$ 1,41 bilhão para R$ 1,49 bilhão no último ano, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). Conforme o mais recente censo da associação, 43% das locações de veículos feitas no último ano se destinaram ao chamado “rent a car”,

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Locadoras de Veículos Abla

Brasil ainda não tem uma política de retenção >> O presidente do Conselho da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Gaba, declarou em entrevista exclusiva ao Mercado & Eventos que falta para o Brasil uma política de retenção para os turistas estrangeiros durantes os grandes eventos. “É complicado realizar grandes eventos sem uma política dessas. Esse é o ideal para termos sucesso e retermos os turistas viajando e consumindo no país. Veja o lucro que deu quando a São Paulo Turismo começou a trabalhar para deixar o turista mais tempo em São Paulo”, comentou. Segundo o executivo da Abla, a política de retenção é fácil de ser encontrada no exterior. “Eu acabo dando muito exemplo de fora do Brasil, por necessidade de viajar muito para fora. Veja Las Vegas, aquele lugar, no deserto, está cheio de segunda a segunda”, enfatiza. Além da retenção, Gaba jr. ressalta a expectativa para o mercado no segundo semestre e em 2014. Confira a entrevista com Paulo Gaba Jr.

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Paulo Gaba Jr.

MERCADO & EVENTOS – Qual o balanço do mercado de locação este ano, principalmente se pensarmos nos grandes eventos, como a Copa das Confederações? Paulo Gaba Jr. - Não posso falar tudo. Estão todos em uma situação complicada. Não há estrutura – e isso não é diferente de outros lugares do mundo - sabemos que na Alemanha não estava tudo pronto. O que podemos definir é apenas a primeira fase de um evento como a Copa do Mundo. Daí tem que existir um planejamento e todas as empresas devem se preparar neste sentido. Neste contexto, quem garante que o time tal vai passar para a segunda fase? Se não passar, o que acontece? Temos que começar a pensar nesse sentido. Com exceção de um ou outro povo como, por exemplo, o japonês, que vem pelo esporte e sabe que ele não vai passar para a segunda fase. M&E - De uma maneira geral, no mercado de locação, como é possível atender a demanda neste período de grandes eventos? Como ele se mobilizar pra isso? Paulo Gaba Jr. - Quem não se programar vai ter problemas. A gente não consegue trabalhar na expectativa da demanda, tem que se antecipar senão não há como atender o mercado. Na verdade, não temos como prever. Tem uma dezena de empresas que diz que vai comprar carros para a isso ou aquilo. Tudo bem, vai comprar mas,

e depois? Existe um limite do que se compra, do que se mantém em estoque para o evento. Lógico, quando a gente compra um carro, eu não posso vender nem se eu quiser. Por lei ele tem que ficar 12 meses na minha frota. Não que temos algum benefício fiscal, mas temos substituição tributária. Se eu vender antes da hora tenho que pagar a diferença de ICMS. Ele vai ficar na frota por 12 meses. M&E - Como planejar então? Paulo Gaba Jr. - O que acontece, é que a média de prazo das locadoras é de bem mais do que isso. A nossa média é de 18 meses. Eu não posso comprar um carro pra 30 dias, tem que comprar um carro para 18 meses e aí entra escolha do modelo e uma série de fatores até para ver o que colocaremos na frota. Programar-se para um evento desses é impossível porque ele traz surpresas. A gente faz um planejamento e uma estimativa. Mas ninguém vai comprar 500 carros a mais porque terá que vender depois. É um calculo global, para a tudo. Porque o cliente habitual, do ano inteiro, vai te ligar nessa época e você não pode dizer não. Vamos juntar todo mundo. M&E - Qual é a expectativa do mercado? Paulo Gaba Jr. - Operacionalmente é um trauma para a gente. Temos uma expectativa de que seja uma coisa boa, que cresça, que tenha uma demanda. Mas não posso deixar de atender meu cliente habitual. Vamos tentar de tudo para que o cliente habitual fique na empresa. Vai ter pisada na bola? Vai. É muito difícil conseguir equilibrar tudo, especialmente numa época com tanta demanda. Mas eu acho que entre mortos e feridos todos se salvam. M&E - Se fazermos um balanço do primeiro semestre, como foi o mercado no país? Atingiu as expectativas das locadoras? Paulo Gaba Jr. - Temos batido as metas com frequência porque o mercado é bom, é comprador e está comprador. Quanto mais crise, quanto mais incerteza é menos investimento e a melhor forma de se investir pouco é passar o risco para o outro. Não dá pra mensurar. É uma coisa que se faz no final do ano, quando se levanta tudo que foi comprado, tudo que foi distribuído para tentar chegar num número mais próximo. Mas ainda não dá pra dizer. O mercado está bom, está andando, mas não tem nada quantificado. M&E - Este problema de manifestações, ou mesmo a falta de turismo de retenção, pode atrapalhar a realização dos eventos e a venda de locação? Paulo Gaba Jr. - Não, mas ele fica mais caro. Quando não se tem retenção, se o cliente vai alugar por um dia só, você cobra mais caro o dia. É o mesmo raciocínio do aéreo. Não tem jeito.


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Locadoras de Veículos Localiza

Empresa aposta nos agentes para ampliar diárias no país

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Paulo Henrique Pires

>> Como foco em ampliar a distribuição do mercado “rent a car” e produtos junto aos agentes de viagens, a Localiza prepara uma ‘mega ação’ para os próximos meses em todo o território nacional. A informação é do diretor Comercial, Paulo Henrique Pires. “Vamos investir mais em treinamento e capacitação dos agentes de viagens e lançar, em breve, uma campanha de marketing para o trade”, disse. Pires ressaltou a participação da locadora junto ao segmento corporativo onde atua em mais de 80 mil empresas. “Hoje temos uma participação de 60% de vendas dentro da Abracorp. Porém, o segmento dentro associação corresponde a 2% das comercializações. Neste contexto ainda crescemos 3%”, afirmou. Segundo ele, o segmento corporativo corresponde a 85% do share da Localiza. “Dentro destes 85%, aproximadamente 40% é feito via agência. Os outros 15% estão pulverizados em doméstico por meio de agencias (lazer) ou vendas diretas”, comentou. Atualmente a Localiza possui 200 profissionais direcionados ao atendimento do mercado e o canal de agencias de viagens, segundo Pires, seria mais um reforço nas vendas. “Temos que desmistificar a venda de ‘rent a car’ junto aos agentes. Por isso, estamos investindo em campanhas, treinamentos e ações de marketing ao longo do ano”, reforçou. “No segmento de locação, o carro é uma mobilidade“, ressaltou. Reservas – no final do primeiro semestre, a Localiza integrou seu sistema de reservas com o Galileo. Com isso, a partir de agora, todas as reservas efetuadas pelos agentes de viagens conectados ao Galileo no Brasil, serão transferidas para a Localiza de forma automatizada. Um dos grandes benefícios desta integração será o acesso das agências de viagens ao inventário da maior locadora de automóveis da América Latina, especialmente, às agências corporativas devido à sua alta demanda. Confira a entrevista de Pires ao M&E. MERCADO & EVENTOS – Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Paulo Henrique Pires - A frota da Localiza hoje é composta por 117.902 carros. A utilização média é de 70%. Buscamos sempre manter este patamar para contar com os outros

30% em períodos de maiores demandas, que é o caso de grandes eventos e alta estação. Além disso, a Empresa pode recorrer ainda à sua divisão de venda de carros, a Seminovos Localiza. Desta forma, a Localiza sempre está preparada para atender a demanda de seus clientes. M&E - Expectativa para o período no país? Paulo Henrique Pires - Durante a Copa das Confederações a demanda da Localiza se manteve no mesmo patamar, pois o evento não trouxe o aumento de demanda esperado pelo mercado. Para a Copa do Mundo e Olimpíadas a Empresa acredita que a demanda apresentará crescimento, uma vez que são os dois mais relevantes eventos esportivos do mundo. M&E - Como os locadores/assistência em transportes podem trabalhar o publico interno nos grandes eventos? Paulo Henrique Pires - A Localiza reconhece os agentes de viagem como o seu principal canal de distribuição e vem buscando várias formas de aproximação, valorização e reconhecimento. Estamos trabalhando conceitos que pretendem desmistificar o aluguel de carros como algo complicado para ele e seus clientes. M&E - As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Isso pode atrapalhar a vinda de turistas? Paulo Henrique Pires - Na ocasião, devido à relevância e abrangência do movimento, os noticiários do mundo todo voltaram a atenção para o Brasil. De fato, foi uma exposição negativa para o país. Entretanto, continuamos esperando uma demanda grande de turistas tanto para os eventos esportivos quanto para períodos de alta estação. O Brasil é um dos destinos de turismo mais cobiçado no mundo devido às suas belezas naturais, pluralidade cultural e custo relativamente baixo. Certamente, continuará recebendo muitos visitantes externos. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas de serviços e locações devem aquecer? Paulo Henrique Pires - Apesar do ritmo menor de crescimento da economia brasileira, refletido no desempenho ruim do PIB, a receita líquida da Localiza Rent a Car no primeiro semestre de 2013 foi R$563,6 milhões, um aumento de 5,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume de diárias também cresceu 3,8%. Para o segundo semestre a Empresa espera manter-se em linha com os resultados apresentados nos últimos seis meses.


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Locadoras de Veículos Hertz

Hertz alia disponibilidade e flexibilidade para manter mercado >> Na busca de se manter à frente de um mercado que muda em alta velocidade, a Hertz anunciou um plano grandioso para alinhar o aluguel de seus carros com as novas tendências. A empresa vai expandir seu serviço 24/7 e colocar veículos espalhados pelo mundo para serem retirados nas ruas sem a necessidade de intermediários. A estratégia é baseada em dois conceitos: disponibilidade e flexibilidade. O objetivo é ir muito além de pontos clássicos de aluguel como aeroportos e colocar carros disponíveis em locais como estacionamentos de lojas de departamento e no centro de bairros residenciais. De acordo com o diretor comercial da Hertz, Helio Netto, o diferencial da locadora está ligado à qualidade da prestação de serviço. “Não adianta você ter frota disponível se não possui infraestrutura adequada para atender o cliente”, disse.

Helio Netto

MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Helio Netto -Nos grandes eventos nos prepararmos fazendo uma movimentação da frota e

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Comunidade e Fidelidade A empresa criou uma comunidade de compartilhamento que conta atualmente com 760 mil carros, que podem ser usados com o pagamento de taxas anuais e de reserva. No início de janeiro, a empresa foi adquirida pela Avis-Budget (outra grande locadora de carros) por 500 milhões de dólares. A meta da Hertz é passar de 35 mil para meio milhão de carros disponíveis globalmente no serviço até 2016. A Hertz lançou um programa de fidelidade Gold Plus Rewards, que oferece aos clientes serviços diferenciados e recompensas na utilização dos serviços em todos os países nos quais a locadora está presente. O programa permite aos usuários agilidade e rapidez na reserva e retirada de veículos nas lojas em aeroportos em todo o Brasil e ao redor do mundo. A adesão ao programa é totalmente gratuita. E para a retirada do veículo, basta se dirigir ao balcão Gold e apanhar as chaves. Outro benefício exclusivo para os participantes é o acúmulo de pontos que podem ser trocados por uma diária, fim de semana ou semana inteira de locação. Os prêmios não estão sujeitos a períodos de blackout e os pontos não expiram e podem ser transferidos para o cônjuge ou parceiro quantas vezes o usuário desejar.

também, em alguns casos, antecipando o planejamento da renovação da frota. Mas o nosso diferencial é a qualidade da prestação de serviço, pois não adianta você ter frota disponível se não possui infraestrutura adequada para atender o cliente. Começamos o nosso planejamento entendendo o cliente que participará do evento, que tipo de carro ele deseja, econômico, para família ou executivo, onde se concentra a demanda - aeroportos, lojas etc... Pois com um planejamento adequado poderemos prestar um serviço de qualidade. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das confederações e JMJ podem ser superados para o mundial de 2014? Helio Netto - Os problemas que constatamos estão relacionados, em maior parte, à falta de uma infraestrutura ideal nas cidades para receber esses eventos.O nosso grande desafio para esses eventos é o Brasil criar uma infraestrutura com custos adequados e que tragam reais benefícios para a população após o evento, deixando um legado de aeroportos, rodovias, avenidas e sinalização, treinamento e qualificação de mão-de-obra, entre outros, para gerar uma imagem positiva do país, possibilitando um crescimento significativo do turismo internacional, e criando riqueza para nosso povo. M&E - As manifestações populares prejudicaram a imagem do país no exterior? Isso atrapalha a vida dos turistas? Helio Netto - As manifestações são um direito legítimo em países que possuem uma democracia consolidada, não acredito que prejudiquem a imagem do país quando são realizadas de forma pacífica. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas de serviços de locações devem aquecer? Helio Netto - Historicamente, o segundo semestre tem um desempenho melhor que o primeiro. Mesmo havendo reduções constantes na projeção do PIB, continuamos otimistas em ter um segundo semestre mais aquecido.


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Locadoras de Veículos Shift Mobilidade Corporativa

Shift quer a liderança no mercado de assistência em transporte

Alexandre Pinto

>> Com apenas dois anos operando no mercado nacional, a Shift Mobilidade Corporativa já comemora um crescimento de 25% no seu faturamento em relação ao primeiro ano. A empresa conta com 60 colaboradores e escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de oferecer atendimento internacional por meio de uma rede de parceiros. Como parte da comemoração, a empresa anunciou investimentos de R$ 2 milhões para ampliar a sua frota própria. No ano passado, o crescimento anunciado foi de 11% nas atividades da empresa. De acordo com Alexandre Pinto, diretor da Shift, o crescimento é fruto do trabalho transparente e da dedicação da equipe unida ao relacionamento que a empresa desenvolve com o trade, principalmente com as TMCs. Pinto ressaltou ainda que este ano, a empresa deve alcançar um crescimento operacional acima dos 20%. “Além disso, vamos ampliar nossa atuação no país com a abertura de uma nova base na região Sul”, comentou. “O crescimento deve também contemplar o interior de São Paulo”, emendou Alexandre Pinto. Este ano, a empresa é a transportadora oficial da Feira da Abav e conta com um estande na ilha corporativa da Abracorp. Hoje, a Shift atua em São Paulo e no Rio de Janeiro com bases próprias. “Estamos muito felizes em comemorar nosso segundo aniversário anunciando essa novidade, o que nos destaca entre os concorrentes que,

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Frota “Oferecemos, em São Paulo, uma frota com dois ônibus, quatro vans, dois micro-ônibus e seis sedans, todos top de linha em seus segmentos”, disse Alexandre Pinto. Os ônibus e micro-ônibus adquiridos pela Shift têm capacidades para 46 e 26 passageiros, respectivamente, e trazem frigobar, sistema de vídeo com DVD e internet wi-fi a bordo. As quatro vans são do modelo Ford Transit, considerado o utilitário mais seguro do Brasil na categoria, único a apresentar cinto de segurança de três pontos para todos os ocupantes. Os seis sedans que completam a frota da empresa são do modelo Corolla GLI. “Procuramos formar uma frota diversificada para poder atender aos principais perfis de eventos e serviços corporativos”, finalizou.

costumeiramente, trabalham com frota terceirizada”, disse. Em entrevista ao M&E, Pinto descreve as expectativas para atender as demandas dos grandes eventos, além do crescimento da Shift para 2013. MERCADO & EVENTOS - Como atender a demanda nos períodos de grandes eventos? Alexandre Pinto -No caso da Shift, que conta com mais de 400 parceiros em todo o Brasil e parte de frota própria, isso é indiferente, no entanto é preciso atentar aos eventos de grande demanda, como F1, por exemplo. Nestes casos é preciso apenas trabalhar as reservas com antecedência, ainda assim há possibilidade de deslocarmos frota de outras regiões para o atendimento. M&E - Como estruturar o turismo receptivo e atividades complementares aos jogos, como por exemplo, pacotes sem ingressos? Alexandre Pinto – Hoje, a Shift trabalha o segmento de serviço receptivo e já dispões de pacotes, city tours, reservas de restaurantes, shows e etc. Temos convênios com alguns pontos turísticos e prefeituras para facilitar a venda destes tickets, como por exemplo no pão de açúcar, corcovado. A expectativa é que a demanda corporativa baixe um pouco e que a dos grandes eventos aumentem de forma proporcional. A diferença que os custos ficarão mais altos. M&E - Como os locadores/assistência em transportes podem trabalhar o publico interno nos grandes eventos? Alexandre Pinto -As locadoras estão prontas para trabalhar este público, no entanto as empresas de assistência, que tem seu foco voltado em empresas, talvez tenham mais dificuldades. A shift está preparando sistemas e meio de pagamento para facilitar esta venda. M&E - Quais problemas apresentados na Copa das confederações e JMJ podem ser superados para o mundial de 2014? Alexandre Pinto -No quesito transporte, a maior dificuldade é infraestrutura rodoviária. Algumas obras estão sendo realizadas e acredito que isso não seja um impasse para a realização de um bom evento. M&E - Quais as expectativas para o segundo semestre? As vendas de serviços e locações devem aquecer? Alexandre Pinto -As expectativas para o segundo semestre são sempre positivas. Esperamos crescer entre 20 e 30% a mais com relação ao primeiro semestre de 2013.


Meios de Hospedagem

Hotelaria preparada e consciente para 2014 PEDRO MENEZES >> O setor hoteleiro nacional vem caminhando em passos largos, do mesmo modo em que as previsões mais otimistas para o crescimento turístico no Brasil. Com investimentos significantes em novos hotéis e resorts, e na reestruturação dos já renomados, o setor desbanca outros módulos infraestruturais no quesito preparação para os megaeventos. Descartando a possibilidade de super-oferta hoteleira e frisando a necessidade da fomentação turística após o término deste ciclo, as diversas entidades do setor acreditam em um futuro próspero para o país e, consequentemente, para os negócios. “Ninguém constrói um empreendimento hoteleiro só para os megaeventos”. A frase mais compartilhada nas entrevistas feitas pelo MERCADO & EVENTOS junto aos especia-

listas do segmento, mostra uma extrema confiança de investidores injetada nas estratégias de chamar o turista internacional, por parte, não só dos órgãos privados, mas também de toda uma movimentação do MTur e Embratur, a conhecer o Brasil nas próximas décadas. Os eventos pontuais, característica que não pertence a natureza da indústria hoteleira, leva a um estopim na taxa de ocupação durante o período festivo, mas o legado futuro é considerado ainda mais importante. Isso porque, turistas bem recebidos, bem sinalizados e seguros tendem, não só a voltar ao país, mas também induzir amigos e familiares a realizarem a mesma visita. No geral, os especialistas acreditam que o parque hoteleiro brasileiro deve continuar crescendo e que as cidades-sede estarão pre-

paradas para os megaeventos. Os novos empreendimentos chegam e se juntam as redes hoteleiras já consolidadas, em um processo satisfatório para o mercado. “Tem espaço para todo mundo. Não vai sobrar hotel e nem vai faltar hotel,” colocou Dilson Jr., presidente da Resorts Brasil. A curto prazo, as empresas hoteleiras contratadas pela Match, empresa responsável pela organização de tarifas da Copa Fifa 2014, já se adequam aos contratos, enquanto os outros hotéis, que complementam a rede, já se preparam para evitar preços abusivos. “O balizador dessas tarifas é o mercado.” Esses e outros assuntos do mercado hoteleiro do Brasil você confere em nossa seção especial, com especialistas mostrando a evolução do setor, totalmente equivalente ao progresso atual do país.

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Meios de Hospedagem ABIH Nacional

“Não podemos nos limitar a sediar megaeventos para fomentar Turismo” >> O presidente da ABIH Nacional, Enrico Fermi, foi enfático em crer na preparação da rede hoteleira para os grandes eventos que batem à porta do país até 2016. O tema já vem sendo discutido durante um tempo, mas Enrico pôde explicar os contratos firmados com a organização da Copa do Mundo 2014. O presidente acredita que as tarifas estão dentro do parâmetro satisfatório para FIFA e que a ABIH vai monitorar as possíveis inflações no preço dos hotéis complementares.

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Enrico Fermi

MERCADO & EVENTOS - Qual é a sua expectativa para a questão da super oferta hoteleira durante os megaeventos até 2016? Enrico Fermi - Há uma contra-informação sobre este rumor. Essa expectativa de super oferta hoteleira para a Copa do Mundo está totalmente descartada. Não existe esse receio em função do nosso crescimento. Estamos investindo a fundo na construção e reforma de diversas redes. Sabemos que os hotéis são empreendimentos que sustentam-se durante 30 anos no atendimento ao público. As reformas necessárias e o incremento dos novos hotéis são motivos significantes para não atrapalhar o andamento de nossas previsões, que calculam 600 mil turistas internacionais diariamente durante o período de Copa. M&E – Qual o papel da ABIH na definição de tarifas durante a Copa de 2014? Enrico Fermi - Os contratos foram fechados em 2007, quando o país foi escolhido sede da Copa. A empresa chamada Match, que ficou responsável por fechar os précontratos com 840 hotéis, já definia tarifas desde aquele ano, dentro do padrão que a Fifa entende ser satisfatório e dentro dos parâmetros do mercado internacional. Dados do mês de maio colocam 636 hotéis já com contratos fechados. Ainda tem alguns hotéis pendentes nessa transação porque estão passando por alguns imbróglios na tarifa acordada junto à organização. O papel da ABIH é detectar os contratos pendentes e intermediar para um possível acordo entre as partes. M&E - O setor hoteleiro deve investir R$ 7 bilhões até 2015 no Brasil. Quais estratégias de nossa rede

hoteleira para um melhor aproveitamento desse investimento? Enrico Fermi - O melhor aproveitamento desta verba é na construção e ampliação de novos hotéis. Este trata-se de um dado importante! Mostra que nosso setor continua investindo pesado no país e apostando no futuro do Brasil mesmo após o megaeventos. Porque ninguém vai investir R$ 7 bi só para Copa do Mundo e Olimpíadas. Esse investimento se dá com projeções futuras de 30 anos. Nenhum empreendimento hoteleiro será construído apenas para suprir a demanda dos grandes eventos. A ampliação da rede é um legado que permanece durante décadas, tanto para turistas domésticos como internacionais. M&E - Durante a Copa das Confederações, algumas sedes, como Rio de Janeiro, por exemplo, tiveram ocupação abaixo do esperado. Como avalia isso? Enrico Fermi - A baixa ocupação hoteleira da Copa das Confederações já era esperada, logo não ficou aquém de nossas expectativas. Nós sabíamos que o evento é mais uma motivação e preparação do público interno para o ano seguinte, do que a captação do público externo. Logo, essas características colocaram a gente dentro dessa expectativa. Nossa rede já tem uma ocupação adequada durante esse período do ano, na Copa, portanto, essa taxa deve deslanchar. Mesmo as cidades que não são sedes ganharão com a visibilidade do país como um todo. Temos destinos que funcionam muito bem, mas que nessa época vão perder. É uma perda natural do turismo de eventos ou corporativo, mas que poderá ganhar indiretamente com a exposição dos atrativos brasileiros para o mundo. M&E - Como o senhor classificaria as cidades-sede para receber os turistas durante a Copa do Mundo 2014? Enrico Fermi - Temos cidades como Natal e Fortaleza, por exemplo, que não cresceram muito em número de leitos porque a atual rede hoteleira já é suficiente para o público que frenquentará as partidas. Já São Paulo, uma das cidades que mais deve receber turistas, possui todo o entorno que oferece bom atendimento, com cidades periféricas, como Campinas. Nossos estudos calculam que em um raio de 400 km o turista pode se deslocar podendo conhecer e se hospedar em outras áreas. Em Brasília isso pode acontecer, já que se trata de uma cidade não tão concentrada. Em dias de jogos em determinadas cidades, a taxa de ocupação hoteleira é alta. Em outros dias da competição sem partidas, a taxa torna-se baixíssima. Por isso devemos controlar bastante esse gargalo.


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Meios de Hospedagem GJP Hotéis & Resorts

“Estamos em uma nova fase da hotelaria nacional”, diz Guilherme Paulus >> Assim como as redes hoteleiras nacionais mais preparadas para os megaeventos, a GJP também baseia seu planejamento sem se limitar aos curtos prazos. Com investimentos em unidades estratégicas ao redor do Brasil, Guilherme Paulus, presidente da GJP Hotéis & Resorts, credita grande parte desta reestrutura nos 3,6 milhões de pessoas que devem voar pelo país durante os 30 dias de Copa em 2014. Aceitar o Brasil como uma diversidade de segmentos turísticos atuando em quase toda a temporada é o que faz Guilherme Paulus investir, cada vez mais, em toda sua rede. Como ele mesmo afirma, “estamos em uma nova fase da hotelaria nacional”.

Guilherme Paulus

MERCADO & EVENTOS – Serão contratados novos funcionários para atender a demanda dos megaventos? Guilherme Paulus - Nós não limitamos nosso planejamento aos megaeventos, pois eles passarão rapidamente, mas deixarão seu legado. O fluxo deve chegar a 3,6 milhões de pessoas – tanto brasileiros quanto turistas estrangeiros. Nossa rede, particularmente, vai continuar crescendo com

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GJP anuncia expansão e investe no corporativo Desde o ano passado, a GJP vem colocando em prática um plano de expansão que começou pela criação de três novas marcas para os empreendimentos da rede. A Wish,marca cinco estrelas da rede que já foi implementada no Serrano, em Gramado (RS), a Prodigy, marca quatro estrelas utilizada no Convention Beach Resort Aracaju, e a Linx, que será utilizada no Linx International Airport Rio de Janeiro. No cronograma estabelecido a bandeira Prodigy será ampliada em hotéis pelo país, com meta de passar das atuais três unidades para 20 até o ano de 2016. Serão investidos R$ 550 milhões para este plano de expansão ambicioso da marca, com foco para atrair o público midscale. A rede está investindo também no segmento corporativo e de eventos. Recentemente, o grupo inaugurou o Sheraton Bahia, que tem foco no corporativo de alto padrão. Em março, foi a vez de um novo centro de convenções no hotel Iguassu Resorts, com capacidade para até 620 pessoas. A GJP fará ainda esse ano um famtour para gestores de viagens direcionado a dois hotéis da rede: Iguassu Resorts e Prodigy Beach Resorts, em Aracaju. O hotel nos aeroportos do Galeão (RJ) deve ser inaugurado até o final do ano e em Guarulhos (SP), ainda sem data prevista. A GJP administrará um novo hotel em São Luis (MA). O portfólio da rede conta, atualmente, com 14 hotéis.

a construção e inauguração de hotéis nos aeroportos do Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte, além de um resort em Maceió. Nós estamos com incremento em unidades como o Sheraton da Bahia Hotel, em Salvador. Durante a Copa das Confederações, o Sheraton ficou lotado, recebemos a delegação da Fifa, imprensa internacional, entre outros. Foz do Iguaçu (PR) já foi confirmada como centro de treinamento para a Copa do Mundo de 2014, e o Iguassu Resort está na expectativa de receber uma das seleções, tanto para hospedagem quanto para treinamento. Apenas com as inaugurações do Linx Hotel International Airport Galeão Rio de Janeiro e do Sheraton, incrementamos nosso quadro de pessoal com a criação cerca de 400 empregos diretos, mais cerca de 800 indiretos. M&E - O aumento da procura pela construção de novos empreendimentos hoteleiros no Brasil mostra que as estratégias dos empresários vão além do pensamento nos megaeventos. O que vem impulsionando as redes hoteleiras a investir aqui? Guilherme Paulus - Acredito que o segredo do Brasil é a diversidade, o fato de termos destinos para todos os gostos, milhares de quilômetros de um litoral fantástico. Baseado neste pensamento, podemos ter certeza que nós não dependemos apenas dos grandes eventos e isso, consequentemente, tem o poder de trazer ainda mais investidores com pensamentos a longo prazo como acontece, atualmente, nesta nova fase da hotelaria nacional. M&E - O que podemos esperar sobre o índice da taxa de ocupação da Rede GJP Hotéis durante a Copa do Mundo? Quais são os hotéis estrategicamente localizados nas cidades-sede que devem receber a maior taxa? Guilherme Paulus - Nossa expectativa é de lotação esgotada. Com certeza teremos um grande fluxo de hóspedes em unidades como o Sheraton da Bahia, o Prodigy Grand Hotel & Suites Berrini, o Iguassu Resort (apesar de não estar em uma cidade-sede, deverá receber uma seleção para treinamento), o Linx Galeão, etc. A GJP está sempre investindo na melhoria do atendimento, já que o nosso negócio é a arte de receber bem. Estamos com diversos investimentos previstos, para as Olimpíadas já teremos unidades como a do Santos Dumont. Esperamos fechar 2014/2015 com mais de 4.000 unidades habitacionais.


Meios de Hospedagem FOHB

O balizador das tarifas hoteleiras é o próprio mercado >> O parque hoteleiro brasileiro deve continuar crescendo. Essa é a opinião de Roberto Rotter, presidente do FOHB. Acreditando na responsabilidade dos megaeventos em criar, diariamente, uma mídia gratuita do país, Roberto fala sobre as estratégias do mercado para manter-se vivo após 2016 e descarta a possível inflação de tarifas dos hotéis que não fecharam contratos com a Match, empresa parceira da Fifa na Copa do Mundo. “O balizador dessas tarifas é o próprio mercado.” MERCADO & EVENTOS - O senhor afirmou, em nota, que o setor hoteleiro deve investir R$ 7 bilhões até 2015 e que, com isso, não faltarão quartos para os turistas durante o período de Copa do Mundo. Quais cidades-sede serão mais beneficiadas com este investimento? Roberto Rotter - Uma das principais cidades a receber este investimento é o Rio de Janeiro, não só em função da Copa do Mundo, mas pelo fato de receber outros eventos de porte internacional como a Jornada Mundial da Juventude e as Olimpíadas 2016, acontecendo exclusivamente na cidade. Digo que parte dos investimentos já foi aproveitado durante a Copa das Confederações e injetado na infraestrutura que irá receber as Olimpíadas. Além disso, cidades como Cuiabá e Manaus, proporcionalmente falando, também já começam a ser contempladas com boa parte desses investimentos. Isso porque já estamos adiantando o progresso de determinadas cidades que mais pecam na rede hoteleira. Temos de seguir o padrão Fifa, apresentar uma capacidade de hotelaria igual ou superior a 30% da capacidade do estádio em número de leitos. Com esses investimentos garanto que estaremos preparados para receber todo e qualquer evento.

M&E - Qual é a previsão para o incremento de novos quartos na rede, entre novos empreendimentos e reformas de hotéis, até a Copa do Mundo? Roberto Rotter - Não temos esse número com precisão. O que temos são estudos do Senac e previsões do governo que tendem a mostrar a necessidade das doze cidades-sede em receber infraestrutura adequada para manter o mercado hoteleiro saudável. Podemos colocar como preparadas as cidades de Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. Já as regiões que mais precisam desenvolver sua rede até o ano que vem, por terem chances de apresentar um desempenho insatisfatório, são Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre e Salvador, este último que tem risco moderado em nossa pesquisa.

Roberto Rotter

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M&E - Responsável pela organização da rede hoteleira e seus contratos, a Match definiu os preços de tarifas e pacotes em 2007. O senhor concorda com

M&E - Podemos acreditar que a super-oferta hoteleira durante os megaeventos trata-se apenas de um rumor? Roberto Rotter - Ficou muito claro que a Copa das Confederações, em temos de organização, tratou-se apenas de um evento local, sem o porte internacional. Isso pode explicar o porquê de apenas 3% do público ser estrangeiro. Mas estava tudo dentro dos planos, já que ninguém vai gastar dinheiro e tempo para usufruir de dois eventos em seguida. A expectativa que temos está toda na Copa do Mundo e posso adiantar que nem todos os hotéis estarão lotados. Isso porque, apesar de ser férias de julho e Copa do Mundo, o mundo corporativo não existe nesta época, então a atividade econômica hoteleira diminui por esse ponto.

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M&E - O que podemos pensar sobre a previsão de crescimento do setor hoteleiro até 2016? Roberto Rotter - Os grandes eventos sempre vêm pra agregar valor. Mas não podemos construir um hotel só pensando atender os eventos. Pelo contrário, os eventos são pontuais, característica que não pertence à natureza da indústria hoteleira. Temos de analisar qual é o crescimento econômico do país, qual será o aumento de demanda que justifique investimentos futuros. Estamos sempre monitorando tudo isso. O que temos estimulado muito é a promoção do destino, no ponto de vista turístico, para atrair mais negócios para essas cidades e continuarmos, portanto, fomentando a ocupação hoteleira.

esses contratos já pré-estabelecidos? Roberto Rotter - Estou de acordo com os contratos. Isso porque, são regras claras e já estabelecidas pela Match, totalmente dentro do padrão. Na época, já houve discussões necessárias para chegar a esse entendimento. Já os hotéis independentes fizeram suas negociações próprias. O balizador dessas tarifas é o mercado. O grande ponto para evitarmos a prática de tarifas abusivas é o próprio cliente, o próprio consumidor que deve ficar ciente do valor médio disponível no mercado. Podemos tratar este fato com a mesma característica utilizada pelas companhias aéreas: o quanto antes for fechado o contrato, menor será o custo.


Meios de Hospedagem Resorts Brasil

Resorts passaram a ser considerados produtos domésticos >> O segmento dos resorts está sendo mais explorado pelo turista doméstico do que pelo turista internacional. Isso é o que Dilson Fonseca Jr., presidente da Resorts Brasil, afirmou em entrevista ao Mercado & Eventos. Ele não mediu palavras para demonstrar sua crença na visibilidade nacional, como sendo a principal estratégia que o Brasil precisa adotar caso queira continuar fomentando o Turismo após 2016. Dilson foi enfático ao dizer que, mesmo sem competir com os hotéis comerciais e suas tarifas, o segmento estará pronto para receber uma taxa hoteleira perto dos 100% na Copa, com o privilégio de hospedar dezenas de delegações. A expectativa de Dilson é voltar a apresentar uma taxa de ocupação internacional adequada, após a crise europeia que reduziu os investimentos.

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Dilson Fonseca

MERCADO & EVENTOS - O que os resorts podem oferecer de vantagens aos turistas durante a Copa do Mundo? Dilson Fonseca - Os resorts são muito conhecidos e apreciados no turismo em geral. Mas o público relacionado à Copa do Mundo, por exemplo, pensa mesmo em ficar perto das áreas dos estádios, da mobilidade urbana, hospedado em hotéis comerciais. A procura pela hospedagem em resorts depende muito do perfil do torcedor que vem até o Brasil. A maioria dos resorts vai receber delegações. Seremos os grandes responsáveis, verdadeiros anfitriões das delegações da Copa. Eu acredito ter mercado para todo o mundo. A grande questão é que temos de convencer o governo a diminuir a carga tributária do turismo do Brasil. O imposto aumenta a nossa tarifa e isso pesa no bolso do turista. As estratégias que usamos de captação são simples. Enquanto a maioria dos hóspedes dos hotéis comerciais se hospedam de acordo com leito disponível, os que vêm para nossos resorts escolhem com antecedência, aproveitam nossas peculiaridades, logo esse é o diferencial. M&E - Como o setor de resorts visualiza o Turismo no Brasil após o encerramento do ciclo de megaeventos, em 2016? Dilson Fonseca - Antes de mais nada, tenho de afirmar

que somos extremamente otimistas. Temos a oportunidade única de colocar o Brasil na prateleira do mundo, junto as suas características e peculiaridades. A visibilidade internacional é a grande chave da fomentação do turismo e temos de agarrar essa oportunidade já que estamos sendo acompanhados pelo mundo inteiro até 2016. O que o Brasil pode ganhar na Copa, de mais importante, não é, de fato, a taça futebolística, e sim toda essa visibilidade atrelada a um ótimo serviço hospitaleiro. O empresário não enxerga esse crescimento com imediatismo. Pelo contrário, nossa grande expectativa é o pós-evento e toda essa visibilidade internacional que ainda está por vir. M&E - Podemos crer que a super oferta hoteleira durante os megaeventos trata-se apenas de um rumor ou isso ainda preocupa? Dilson Fonseca - A super oferta hoteleira não passa de um rumor, a meu ver, já que temos mercado para todo mundo. Não vai sobrar hotel e nem vai faltar hotel. Nossa rede hoteleira em geral está preparada. Para termos uma noção, a taxa de ocupação por turistas internacionais nos resorts brasileiros chegava a 40% até 2009. Atualmente, essa taxa chega a apenas 10% devido a crise. Podemos classificar resorts, hoje em dia, como um produto doméstico. Podemos construir a quantidade de hotéis que quisermos que ainda sim existirá mercado para todo mundo. Nós só construímos hotéis e resorts porque acreditamos no país, no turismo brasileiro. M&E – Qual a taxa de crescimento e ocupação dos resorts brasileiros? Dilson Fonseca - Estamos com uma taxa de crescimento que beira os 3% ao ano, com uma média de 58% e 59% de ocupação. Enquanto isso, os hotéis comerciais saem na frente com a flexibilidade de hospedagem e preço mais acessível. M&E - O senhor acredita que os resorts estão em expansão no Brasil? Dilson Fonseca - Temos um mercado consolidado com ampliações em alguns resorts. Acredito em uma expansão da rede de resorts, mas ainda existe potencial para crescer mais. É verdade que a crise na Europa atrapalhou um pouco nossas previsões. A nossa expectativa, diante esses grandes eventos, é que consigamos voltar a apresentar uma taxa de ocupação internacional como era antes, junto a descoberta das peculiaridades que os resorts têm a oferecer ao turista brasileiro.


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Enquete com a rede hoteleira A hotelaria do Brasil estará preparada para Copa de 2014 e Olimpíadas? As taxas devem ser elevadas nesses períodos de megaeventos? Jeferson Munhoz, diretor de Vendas do Bourbon

“Acredito que estamos preparados para acolher este evento. Novos empreendimentos sendo inaugurados, outros sendo reformulados e ampliados, uma melhor preparação da mão de obra, entre outras estratégias. Com relação à ocupação, acredito que haverá uma substituição da clientela, ou seja, o volume de clientes corporativos individuais e eventos deve reduzir muito. Em contrapartida, haverá uma chegada de turistas fanáticos por futebol. Devido a este fator, acredito que teremos um possível e pequeno aumento de taxas, devido a lei da oferta e da procura, normal em grandes eventos”.

Eduardo Filho, superintendente de Vendas e Marketing do Tropical

“Estamos desenvolvendo muito o setor com reformas e construções devido à alta concorrência, o desejo de modernização e com intuito de evitarmos qualquer tipo de dificuldade. Estaremos preparados e temos problemas muitos maiores pelo caminho, como a infraestrutura de comunicação e locomoção, principalmente na região Norte. De acordo com as taxas, como nossa rede já está contratada junto a Match desde 2008, acredito que as tarifas já estão estipuladas. Todavia, consigo visualizar um aumento de, no máximo, 20% em cima do preço usual, em meio a burocracia que envolve a lei de oferta e da procura”.

Antônio Dias, diretor executivo do Royal Palm Plaza

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“O grande legado dos megaeventos tem sido os investimentos realizados nos aeroportos como, que possibilitarão um incremento no Turismo de Lazer e de Eventos. Os novos centros de convenções darão um novo impulso para a hotelaria e economia de todas as regiões. Os preços das tarifas a serem praticados pela hotelaria durante o período dos megaeventos, creio que a melhor alternativa é a lei de mercado. Não acredito na medida do governo de querer estabelecer tetos para os preços das diárias junto aos respectivos organizadores. De fato, é o empresário de hotelaria que deve determinar o que achar melhor para o seu negócio e para o seu cliente”.

Gisele Torrano, diretora internacional de Vendas do Meliá “Em algumas cidades estamos preparados para receber estes eventos, porém em outras sofreremos com falta de acomodações adequadas, mão de obra especializada e, principalmente, a questão do idioma, que vejo como item bastante preocupante. Eu mencionaria, também, como uma deficiência, a questão de infraestrutura dos aeroportos, retirada de bagagens e a parte de transportes dentro de cada uma destas cidades. O número de turistas que virá, muitas vezes, é maior do que o esperado, apesar da questão dos custos de viagem. Por outro lado, como o Brasil é a terra do futebol, com certeza isso será um atrativo positivo. Na Meliá, por exemplo, já temos vários grupos confirmados para as respectivas datas e esperamos uma taxa de ocupação bastante alta”.

Annie Morrissey, VP de Vendas e Marketing da Atlântica

“Muitos turistas farão sua primeira visita ao Brasil durante os megaeventos. Portanto, o ponto importante é em relação ao treinamento de nosso setor para que esta visita torne-se memorável. As visitas devem ter uma repercussão positiva na imprensa mundial. Na questão do aumento de taxa, acreditamos que nas cidades-sede e em algumas outras cidades que circundam estes megaeventos isso ocorrerá. Porém, deve-se entender que a hotelaria estará substituindo um público - turistas que virão à Copa e às Olimpíadas - pelo outro, já que torna-se normal o viajante de negócio diminuir suas viagens durante a Copa, principalmente”.

Angélica Sparapani, gerente geral do Di Roma

“Eu acredito que a hotelaria ainda não está 100% preparada para a Copa do Mundo 2014, assim como outros fatores: qualificação dos profissionais, modernização dos aeroportos, melhoria na malha aérea e rodoviária e custo das passagens aéreas. Este é o melhor momento para o Brasil poder deixar uma ótima impressão, caso apresentemos serviços de qualidade e preços justos. Boa recepção é sinônimo de aumentar o fluxo turístico para os anos subsequentes. Já de acordo com as taxas oferecidas, eu acredito que é a lei da oferta e procura tem o poder de definir os valores a serem praticados durante essa época”.

Eliseu Barros, diretor geral do Marina Park

“Considero a hotelaria nacional bem preparada para receber tanto os participantes como também os visitantes e público em geral, dentro das expectativas de atendimento, disponibilizando serviços para cada nicho. De certo modo, possuímos características para satisfação de todos os hóspedes, desde o cliente de alto poder aquisitivo até aquele que chega com um orçamento reduzido. Quanto aos valores de tarifas aplicados nesses períodos, compreendemos que é natural prevalecer a lei de mercado da oferta e da procura, inclusive considerando importante os investimentos feitos pela hotelaria para adequação das necessidades do mercado internacional de alto nível que desembarcará aqui”.

Francisco Garcia, diretor geral da IHG “Eventos internacionais como a Copa, deixam um importante legado para a hotelaria brasileira. Com a escolha do país para estes megaeventos, o setor foi obrigado a passar por expansões e reformas. As duas iniciativas são imprescindíveis para que o Brasil se firme como um destino viável na realização de eventos desta dimensão, à partir do sucesso destas experiências. Além das melhorias estruturais, vê-se, também, um investimento importante na profissionalização da mão-de-obra, buscando atender de forma apropriada estes visitantes. Quanto às taxas nestes períodos, é natural que a demanda gerada resulte em um aumento, principalmente nas cidades que já estão consolidadas como destino. O nosso desafio será justamente ajustar as diferentes expectativa”.


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Silvio Pessoa, diretor geral do Sol Express “O Brasil está muito bem preparado no que diz respeito a equipamentos do parque hoteleiro. O grande desafio está na capacitação da mão de obra, que será um fator preocupante para receber os turistas que virão para os megaeventos. Há também a questão do legado pós-eventos que é preocupante. Caso o Brasil não decole como destino turístico internacional e não venhamos a dotar o país de uma melhor infraestrutura com modernos centros de convenções, corre-se o risco de termos uma hotelaria ociosa e cuja saída será a canibalização dos preços, prejudicando todo o setor. Quanto à questão da alta de tarifas acredito que haja um incremento na tarifa normal de no máximo 50%, porque sabemos que a adoção de preços abusivos não trará benefícios a ninguém”.

Luigi Rotunno, diretor geral do La Torre “Eu considero a hotelaria preparada para os megaeventos, sem visualizar dificuldade alguma pela frente. As lacunas que temos de preencher já estão sendo resolvidas. Pelo lado das taxas, isso acaba prejudicando muito o pós-evento. Se analisarmos uma projeção para um turismo futuro, o aumento de taxa durante o evento pode ser bastante prejudicial, uma vez que o turista vai voltar ao seu país de origem com a ideia de que o Brasil é caríssimo. Um evento como a Copa 2014 não pode ser enxergado somente por 30 dias (duração), devemos aproveitar esse potencial para o setor nos próximos anos. Apesar de eu ser contra, as taxas podem até ser elevadas um pouco, devido a oferta, mas não podemos duplicar ou triplicar o valor e permanecer fora da realidade”.

Orlando Giglio, diretor Comercial e Marketing do Iberostar no Brasil “O Brasil ainda tem tempo e está tratando da preparação para ambos os eventos. O que preocupa é apenas o caos do trânsito e a infraestrutura nas grandes capitais, pelo desinteresse de várias gestões em enfrentar a situação de frente. A hotelaria rapidamente está se atualizando e colocando os hotéis mais antigos em forma, assim como novas oportunidades estão surgindo. Com certeza, a Copa é positiva em vários aspectos e a hotelaria, como sempre, estará pronta para receber os turistas. Quanto às taxas de ocupação, será melhor e maior que qualquer mês de junho ou julho dos últimos 30 anos, mas precisa ser estabelecido um preço adequado. O ideal é tratar esse período como alta estação, explorando o turismo e não o turista, como muitas vezes pensam os proprietários dos hotéis”.

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Gerson Teixeira, gerente Comercial da rede Mar de Canasvieiras “Acredito que as grandes redes hoteleiras estão bem preparadas dentro deste processo. Porém, não creio que todas as redes chegarão ao nível de qualidade esperado. Em relação aos valores do mercado, acredito ser uma coisa abusiva. Delimitar tarifas praticadas em um período determinado é completamente fora da realidade. De alguma forma, o mercado tem que mudar essa concepção. Em nossa rede, por exemplo, já produzimos estratégias apostando neste fluxo de turistas que estarão nas cidades-sede, mas acreditando na realidade tarifária. Deixar o turista com desejo de conhecer seu destino, aliando a isso uma estratégia tarifária que seja chamativa é o ponto principal desta oportunidade”

Luis Fernando, diretor geral do Vela Branca “Acho que a hotelaria está muito bem preparada para a Copa do Mundo 2014 e para Olimpíadas 2016, principalmente se tratando das cidades-sede, uma vez que já são destinos consolidados no turismo em diversos segmentos como: sol e praia, carnaval, esportes em geral, negócios e convenções, cultura e história, melhor idade, GLBT, gastronômico, religioso, estudantil, ecoturismo, Réveillon, dentre outros. Acredito, também, que as taxas de ocupação deverão ser elevadas nestes períodos, mais precisamente nas cidades-sede e também nas cidades consideradas subsedes, que poderão acomodar alguma seleção e toda sua comitiva”.

Carolina Abud, gerente de Vendas do Palladium “Os brasileiros possuem uma cultura imediatista. A maioria não está acostumada a fazer planejamentos e isso acontece também quando trata-se de viagens. Organização de eventos grandiosos como a Copa e Olimpíadas exigem mais planejamento dos setores envolvidos. Mesmo que imprevistos ocorram, não afetarão o andamento dos eventos, que atrairão turistas brasileiros e estrangeiros. O que vai nos ajudar a superar as falhas de planejamento e estrutura é a hospitalidade do brasileiro, mas ainda temos uma barreira grande a ser ultrapassada: o idioma. Por fim, em relação às tarifas, acredito que seja natural seguir a lei da oferta e da procura. Precisamos ser condizentes com as realidades dos turistas. Com certeza, o Brasil deve tirar proveito financeiro de oportunidades como essa, mas sem ser abusivo”.

Alberto Cestrone, diretor executivo do Infinity Blue “Trata-se de um período e segmento bastantes movimentados, na qual existe muita especulação e correria, uma vez que toda a modernização não foi bem programada. Todavia, eu acredito que a hotelaria está se preparando bem junto as companhias e agências de viagens para fazer um excelente trabalho nos megaeventos. Em relação as tarifas, precisamos constatar, primeiramente, o que está sendo oferecido para o turista em questão de quantidade e qualidade. Se formos comparar com outros países, nós sentimos que aqui no Brasil é mais caro, porém a qualidade de serviço que oferecemos, acredito não existir em nenhum outro local. Neste caso, o custo-benefício que apresentamos é bem mais viável do que em qualquer país do mundo, tratando-se de um diferencial.

Andréa Natal, gerente geral do Copacabana Palace “Em termos gerais, eu acredito que sim. A nossa hotelaria é bem experiente e observadora. Além disso, tomemos como exemplo eventos anteriores, que representaram indiscutíveis desafios. Isso posto, estou bastante confiante que iremos honrar com esses vindouros momentos esportivos da melhor forma possível no que tange à logística de hospedagem. O segredo é planejamento e preparação. De acordo com as taxas, creio que sim. É cabível mencionar que o Copacabana Palace já está a 100%, o que já pode ser considerado como uma tendência para os demais hotéis. Creio também que, tomando como base o histórico das anteriores Copas e Olimpíadas e do grande público por elas atraído, que a perspectiva para o nosso país seja de uma afluência igualmente de grandes proporções”.


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Ricardo Miranda, gerente-geral do Rio Design Hotel “Acredito que em nível de serviço estamos bem tranquilos com relação às empresas mais estruturadas, porque esses tipos de hotéis já vêm investindo nesta modernização a longo prazo. O gargalo está no fato de como os hotéis estão se relacionando com os seus fornecedores, o que pode gerar um certo desconforto. Existe, ainda, um desequilíbrio na oferta e na demanda. o Rio, por exemplo, está nessa fase de transição e essa relação deve mudar. A visão que o hoteleiro tem é de otimizar a demanda junto a capacidade de oferta. O aumento pode gerar alguns inconvenientes para o hóspede, que tem de se organizar, mas acredito ser um processo inevitável. Eu, particularmente, acho que esse modelo não é muito sustentável a longo prazo”.

Tomás Ramos, diretor Comercial do Othon “Acredito que o setor hoteleiro, atualmente, está em perfeito estado. A hotelaria nacional, como um todo, vem produzindo reformas antes mesmo dos megaeventos, logo essa característica serviu para fomentar, ainda mais, todo o processo. Em meio a isso, acreditamos ter esse papel bem feito reconhecido quando a Copa e as Olimpíadas chegarem. Na questão das tarifas, podemos colocar como certa a lei da oferta e procura. Neste caso, não vejo nenhum tipo de abuso em relação às hospedagens em todos os hotéis Othon, particulamente. Nossa média, por exemplo, é de 300 euros a diária durante a Copa. Com esse preço podíamos nos hospedar em um hotel em Berlim, mesmo sem estar na época de nenhum evento importante”.

Marco Oliva, diretor Comercial do Club Med “Acredito que a Copa de 2014 é uma oportunidade única para chamarmos o turista internacional, para conseguirmos trazer mais estrangeiros para dentro de nossos Villages. Não creio, porém, na captação massiva de hóspedes nacionais nesta ocasião. Estamos apostando, portanto, no inbound internacional. De forma geral, não acho que exista qualquer tipo de abuso com relação aos preços praticados por parte dos hoteleiros nacionais. Neste ponto, acredito que apenas está sendo aplicada a lei da oferta e da procura, mas dentro de limites sensatos. No caso do Club Med, nos Villages de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, e Itaparica, Bahia, as tarifas mudam durante esse período”.

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Érica Drumond, diretora-presidente da Vert Hotéis “Acredito que os grandes centros sim, estarão preparados. Já as cidades de segundo porte, apesar de também estarem se preparando, ainda não têm uma infraestrutura pronta. Já temos um padrão internacional, então o nosso grande investimento é na capacitação em relação aos destinos turísticos, investindo em tecnologia e na mão de obra capacitada. O que determina isso é o mercado. Tem destinos, por exemplo, que turistas só procuram durante o dia do jogo, ou seja, diárias curtas. Naturalmente, esse destino não terá uma ocupação massiva, já que o turismo corporativo para por esses 30 dias. Em relação ao Ramada, acredito que já estamos dentro dos padrões junto a Match e patrocinadores, porque fechamos contratos com antecedência”.

Pedro Reimão, diretor-presidente do Pestana “O mercado hoteleiro do Brasil vem se preparando ano após ano, por meio de eventos como o Rio+20 e a JMJ, para atender o crescimento da demanda deste mercado. Esses últimos eventos mostraram que o país está no caminho certo e tem total capacidade. Além disso, há uma grande diferença entre o público que participa do Carnaval e do Réveillon, nos quais a grande maioria é brasileira, enquanto que nesses próximos eventos esportivos a maioria será de turistas de todas as partes do mundo. Em todos os mercados existe a lei da oferta e da procura, e em períodos de grandes eventos é inevitável que o preço dos serviços sofra alterações. Toda a base de custos neste período aumenta. Esses eventos são uma oportunidade única para o país aumentar a sua receita, gerando negócios em todas as áreas, não só na hotelaria”.

Sérgio Souza, diretor comercial do Casa Grande Hotel “Em termos de preparação, eu acredito que a hotelaria do Brasil está bem. Particularmente, acredito que a expectativa que é criada para os megaeventos, como a Copa do Mundo, sempre fica acima da realidade. O problema maior do país será no que tange à logística e não aos hotéis. Nós, do Casa Grande, estamos fazendo várias cotações para grupos de incentivo. Este tipo de procura está muito grande para o período da Copa. Em relação às tarifas praticadas pela hotelaria do Brasil, não concordo que estejam exageradas. As tarifas cobradas, em sua maioria, estão dentro do padrão de um evento como este que está por vir, no mesmo patamar das cobradas nos Mundiais já realizados no exterior. O mercado opera com a lei da oferta e da procura”.

Antonietta Varlese, gerente de Comunicação Corporativa e Desenvolvimento Sustentável Accor na América Latina “Certamente, eu acredito que toda a rede Accor, como as outras grandes redes, está muito bem preparada para receber turistas de todas as partes do mundo durante esses megaeventos que estão por vir, principalmente por ter o privilégio de oferecer um portfólio de marcas bem diversificado, com objetivo de atender os gostos e requerimentos dos mais diversos públicos que aqui desembarcarão, a partir de 2014. Já em relação a taxa de hospedagem, acredito que deva aumentar nas cidades em que terão jogos, mas este é um fator que naturalmente acontece em toda a cadeia do turismo, seja em relação a transporte, alimentação ou atrações turísticas, como a própria Copa do Mundo 2014.

Rogério Tonato, gerente geral do Naoum hotéis “Creio que a realização de megaeventos como Copa e Olimpíadas é sempre positiva. Mas me preocupo com a falta de um planejamento adequado. Veja o caso de Brasília, que está dobrando o número de leitos. Caso não haja uma mobilização do governo e do setor privado para investirem em acessibilidade, por meio da malha aérea e também em novos centros de convenções, corremos o risco de ter nossas taxas de ocupação reduzidas a metade. Isso não será bom para ninguém e lembro que as taxas da hotelaria em Brasília estão na faixa de 60% atualmente. Quanto à questão de abusos de preços durante a Copa eu não acho que isso vá acontecer. Pode ser até que um ou outro hotel venha a praticar preços abusivos, mas serão certamente uma exceção”.


Parques

Parques podem gerar 56 mil novos empregos RAFAEL MASSADAR >> Impulsionados pelo atual momento econômico e pelas boas oportunidades que regem o turismo brasileiro, os parques temáticos prevêem investimentos na ordem de R$ 400 milhões até o ano de 2015. Os recursos serão utilizados na construção de novas atrações e melhorias na infraestrutura dos empreendimentos. De acordo com o Sistema Integrado de Parques Temáticos e Atrações Turísticas (Sindepat), esse progresso acompanha o aumento de renda e a exigência dos consumidores. Passado o período de estagnação do setor, vivido entre 2000 e 2008, nos últimos três anos parques temáticos e atrações turísticas tiveram um bom avanço, injetando cerca de R$ 100 milhões na compra de

novos equipamentos, a fim de aumentar o número de visitantes, atrair novos públicos e, consequentemente, promover a cultura de visitação aos empreendimentos entre as famílias brasileiras. Em meados de dezembro 2012, representantes do Governo Federal e integrantes do Sindepat se reuniram para discutir estratégias para o fortalecimento do setor. Entre os principais itens debatidos, estão a redução do Imposto de Importação para a compra de produtos sem similares nacionais e o reconhecimento dos equipamentos dos parques como bens de capital. O pedido de redução do IPI foi encaminhado para a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimen-

to Indústria e Comércio (MDIC). Caso os pleitos dos parques temáticos e atrações turísticas sejam atendidos, o Sindepat se comprometeu a implantar um plano quinquenal de metas com a previsão de R$ 1,93 bilhão de investimentos, geração de 56,4 mil empregos e incremento de 13 milhões de visitantes no período. Em comparação aos Estados Unidos e países da Europa, a indústria de parques e atrações é relativamente nova no Brasil, porém com grande potencial para aquecer economias locais e aumentar o índice de empregos. O segmento é responsável pela geração de 90 mil empregos, diretos e indiretos, principalmente por oferecer a oportunidade da primeira profissão para muitos jovens.

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Parques Hopi Hari

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Hopi Hari segue focado em se renovar >> Cláudio Pinheiro Guimarães, novo CEO do parque temá- cionamento diferentes, apesar de atuarmos, até então, no mestico Hopi Hari desde maio, destaca o lançamento de novas mo setor. Não temos estudo quanto à migração desta visitação. atrações, como a área da Liga da Justiça e da parceria com a Warner Bros., e dos planos do parque para o futuro, que M&E - Quanto o setor de eventos representa na promete novidades. De acordo com o receita do parque? executivo, a 12ª Hora do Horror, que Cláudio Pinheiro Guimarães - Os eventos sempre tiveeste ano explora o lado sombrio dos ram relevância no orçamento de Hopi Hari, que possui contos de fada, deve atrair um público uma equipe exclusiva para o atendimento deste tipo de de 550 mil pessoas. O parque também demanda. Anualmente, sediamos vários tipos de eventos, segue se dedicando a sediar diferentes como confraternizações de final de ano de empresas, tipos de eventos. Em 2014 repetirá convenções, lançamentos de produtos, entre outros, com a dose e irá receber novamente o capacidade para atender pequenos, médios e grandes Kaballah Circus e o Country in Park. públicos. A partir deste ano, o parque voltou seus esforços na realização eventos musicais. Importantes parcerias MERCADO & EVENTOS - Como o evidenciaram a infraestrutura do Hopi Hari para esse tipo senhor avalia o lançamento da de projeto: facilidade de acesso, estacionamento para 3,5 nova área da Liga da Justiça? mil veículos, ampla oferta de alimentos e bebidas, espaço, Cláudio Pinheiro Guimarães - As- e o diferencial de oferecer ao público também as atrações sim como o lançado parque. Em maio, sediamos o Kaballah mento da área de Circus, evento de música eletrônica que “Os eventos Looney Tunes, em reuniu cerca de 20 mil pessoas. No início sempre tiveram de junho, o Country in Park atraiu 15 janeiro de 2012, a nova região temil visitantes num final de semana, com relevância no mática da Liga da atrações como Luan Santana e Michel orçamento Justiça atendeu e Teló. Os dois eventos serão repetidos Cláudio Pinheiro Guimarães vem atendendo ao no ano de 2014. de Hopi Hari, principal objetivo que possui do Hopi Hari quando foi fechada a parceria M&E - O que o senhor espera da Hora com a Warner.Bros Consumer Products: do Horror? uma equipe renovar a experiência dos mais de 20 Cláudio Pinheiro Guimarães - A Hora exclusiva para milhões de visitantes que já vieram ao do Horror chega à 12ª edição em 2013 parque nestes 13 anos de operação, e o atendimento mostrando que é um evento consolidado, estimular a vinda daqueles que ainda admirado e esperado pelo público. É o deste tipo de não nos conhecem. Além de se divertir principal evento anual do Hopi Hari e, nas atrações e interagir com os personaneste ano, será realizado de 15 de agosto a demanda” gens, o visitante continua o encantamento 31 de outubro. Nossa expectativa é atrair durante a refeição e pode levar para casa diversas opções um público de 550 mil pessoas. Com o tema “Era Uma de lembranças disponíveis nas lojas das respectivas áreas. Vez - Histórias para Você não Dormir”, a Hora do Hor ror deste ano promete muitos sustos, numa experiência M&E – Além da Liga da Justiça e dos personagens imperdível e inesquecível. Looney Tunes, o que mais irá surgir dessa parceria com a Warner Bros.? M&E - Quais diferenciais os parques terão durante Cláudio Pinheiro Guimarães - Neste momento, estamos e depois da Copa do Mundo? focados em garantir a melhor experiência com a Liga da Cláudio Pinheiro Guimarães - O que temos percebido Justiça e Looney Tunes. é que existe uma busca maior por lazer pelas famílias e que após a Copa esta procura aumentará. Desta forma, M&E - Vocês sentiram aumento no público desde o oferecemos um lazer estruturado onde o visitante poderá fechamento do Playcenter? encontrar as condições ideais para aproveitar um dia Cláudio Pinheiro Guimarães - Somos dois parques com posi- inesquecível com a família e amigos.


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Parques Beto Carrero

Parque lança infraestrutura móvel para capacitações itinerantes >> O diretor de Marketing, Vendas e Novos Negócios do Beto Carrero World, Vitor Bauab, falou sobre a nova aposta do empreendimento no setor de eventos e a parceria com o trade. De acordo com ele, o parque já atingiu 21% de crescimento de público e 23% de receita no primeiro semestre deste ano. Durante a Avirrp 2013, no início de agosto, foi lançada a Cidade do Beto Carrero, uma carreta que vai rodar o Brasil capacitando agentes e realizando ações sociais. Neste contexto, o parque fechou uma parceria com o governo de Pernambuco e com a Flytour Viagens e começa, pelo interior dos estados do Paraná e São Paulo, um feirão de vendas de pacotes com a participação dos principais agentes locais.

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Vitor Bauab

MERCADO & EVENTOS - Qual a expectativa de visitantes para este ano? Vitor Bauab - Para este ano esperamos dois milhões de pessoas. Em julho, chegamos a margem de um milhão, então temos os meses restantes para chegar a expectativa prevista. Este primeiro semestre de 2013 foi o melhor da história dos 21 anos do Beto Carrero World. Atingimos 21% de crescimento de público e 23% de receita. Especificamente em julho, tivemos o melhor de todos os tempos. Atingimos 110% da meta e, se consolidarmos os primeiros sete meses, ficamos com um resultado de 23% de público e 25% de receita. M&E - O parque investe cada vez mais na parceria com o trade. Os resultados têm sido os esperados? Vitor Bauab - O Beto Carrero é um empreendimento consolidado, bem reconhecido no Estado de Santa Catarina e de alguma forma nos Estado do Paraná e do Rio Grande do Sul. O parque deixou de fazer mídia no eixo de São Paulo para cima, ou seja, foi um mercado um pouco esquecido em algum momento, por diferentes motivos. Mas o que importa agora é entender o que é preciso fazer para retomar o trabalho. Desde que assumi, desenvolvemos ações mais arrojadas, mostrando a atual cara do Beto Carrero World não só em Santa Catarina, mas fora de lá também. Com relação aos próximos planos, sempre classifico em dois tipos: fixo e pontual. Lançamos a Cidade do Beto Carrero, que foi muito elogiada. O objetivo dela é estar presente em

todas as feiras, realizar ações como promoções itinerantes, visitar cidades e realizar treinamentos e capacitações, com o intuito de promover o produto. Queremos fazer dela um case de promoção. Vamos, inclusive, desenvolver a ideia de lançar feirões de negócios. Independente disso, a carreta segue rodando. Estamos analisando a ideia de levá-la para a FIT, em Buenos Aires. E a partir daí, projetamos algumas viagens dentro do Mercosul. Fechamos também a participação no Salão do Turismo de João Pessoa, vamos subir com a carreta até lá, e depois descer por todo o litoral, pegando o Nordeste inteiro. M&E - Como o público recebeu os lançamentos do parque neste ano? Vitor Bauab - Este ano tem sido muito bom para nós. Um parque precisa sempre se inovar. Trabalhamos com entretenimento, então renovar é parte do negócio. E entendemos que o timing para isso é a cada dois anos ter algo novo, mas estamos conseguindo num ano lançar praticamente duas atrações. Começamos 2013 com o lançamento do Beto Carrero Eventos, em junho lançamos o Velozes e Furiosos Show, que é uma exclusividade nossa, e que foi muito bem recebida pelo público. E agora em outubro vamos inaugurar a área do Madagascar. M&E - Com relação à hotelaria dentro do parque, escutamos especulações como Infinity Blue, Accor, Bourbon. Há algo concreto? Vitor Bauab - Existe o interesse de termos um hotel dentro do Beto Carrero, mas nós ainda não temos parceiros. Estamos primeiro entendendo o modelo que queremos adotar. Somos sim procurados e vamos escolher aquele que apresente a melhor proposta e que esteja de acordo com nossas ideias. Não creio que nada seja estabelecido para este ano ainda, mas quem sabe para 2014. M&E - O que falta para um parque brasileiro ter um número de visitantes à altura dos parques norte-americanos? Vitor Bauab - É preciso deixar claro que quando se fala em faltar algo, se pensa em infraestrutura, mas na verdade falta cultura do povo brasileiro de entender que nós temos tanta competência de ter um parque quanto um americano. Então é preciso acabar com o preconceito de achar que no Brasil não se pode ter um parque temático a altura, pois hoje em dia nós temos. O Beto Carrero World é hoje o maior da América Latina, com mais de 100 atrações e uma média de 900 funcionários. Derrubada essa barreira, entra a força das ações, que estão sendo feitas tanto pelo estado quanto pelos empreendimentos privados.


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Política

MTur estabelece novos critérios para políticas de fomento do setor e promoção do país LUIZ MARCOS FERNANDES >> O Brasil possui o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) turístico do mundo. Atualmente, o setor representa 3,7% da economia no país. Dentro da estratégia de gestão, o Ministério do Turismo, juntamente com a Embratur, vêm implementando políticas de fomento ao setor, que registrou no ano passado 190 milhões de desembarques. Confira aqui algumas das medidas e ações. CAPACITAÇÃO O MTur decidiu rever a meta inicial de capacitar 240 mil profissionais até a Copa pelo Pronatec. Até julho deste ano, o Pronatec Copa já havia formado 15.890 alunos. A meta é oferecer, até 2014, 160 mil vagas gratuitas para 54 cursos profissionalizantes. Pessoas que têm mais de 18 anos e que moram em uma das 120 cidades contempladas podem se inscrever em um dos cursos disponíveis.

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REGIONALIZAÇÃO As novas diretrizes do programa priorizam a gestão descentralizada das regiões, investimentos em qualificação profissional e infraestrutura. Ao todo são nove premissas. O MTur classificará o nível de desenvolvimento (que varia de 1 a 3) de cada uma das regiões turísticas e definirá as necessidades de investimento de cada localidade e deve investir recursos na ordem de R$ 130 milhões no programa. PAC O Ministério do Turismo destinou um repasse de R$ 260 milhões para investimentos em melhorias em São Paulo como parte do PAC do Turismo. Segundo o MTur, a primeira fase do PAC do Turismo tem um montante de R$ 680 milhões, dos quais boa parte será usada na reforma e construção de centros de convenções. INFRAESTRUTURA Foi assinado um pacto de sinalização das cidades históricas que formaliza o repasse de R$ 19 milhões para a implantação de placas e equipamentos que facilitam a localização de visitantes em 34 destinos históricos de 17 estados de todas as regiões brasileiras. CONVÊNIOS O Ministério do Turismo por meio do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal

(Siconv) analisa propostas de projetos de infraestrutura no valor mínimo de R$ 100 mil, num total previsto para investimento de R$ 6 milhões. ACESSIBILIDADE O MTur está financiando 14 projetos que envolvem acessibilidade no turismo e 1,6 mil obras até 2014. O objetivo é incluir cerca de 45 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência. No total, o Ministério do Turismo vai investir R$ 109 milhões em acessibilidade até a Copa de 2014. CADASTUR O sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no turismo, o Cadastur, ficou mais simples e inclusivo. A partir de agora, os pequenos empreendedores individuais, como jangadeiros e bugueiros, podem fazer parte do cadastro de prestadores de serviço do setor em qualquer categoria. Ao se cadastrarem, eles passam não só a ter regras para atuar, como se beneficiam das vantagens dos cadastrados. Também não é mais necessário apresentar alvará de funcionamento para obter o cadastro. A portaria também aumenta o prazo de renovação de cadastro de guias de dois para cada cinco anos. PROJETOS O MTur anunciou a criação de um Banco de Projetos a fim de facilitar aos estados a elaboração de propostas para o setor. O objetivo é ajudar na agilização de um documento essencial para ter o projeto de sua obra aprovado: o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável, o PDITS. Para esse ano, o Ministério do Turismo reservou R$ 2,1 bilhões para financiar projetos de infraestrutura. PARQUES Os parques naturais poderão ser mais uma opção de lazer para os turistas da Copa do Mundo de 2014. O MTur constituiu uma comissão para buscar junto a iniciativa privada parceiros para essa empreitada. O ministério já tem um programa para o desenvolvimento das cadeias produtivas de turismo no entorno de cinco parques nacionais e também articula, com o Ministério do Meio Ambiente, a implantação de infraestrutura nos Parques da Copa. O modelo será semelhante ao já adotado em Foz do Iguaçu.


Política

VIAJA MAIS O Ministério do Turismo decidiu apresentar nesta edição da Abav o programa Viaja Mais Melhor Idade. O programa em parceria com a Braztoa terá financiamentos em até 48 vezes e os produtos serão comercializados por operadoras da Braztoa, bem como CVC e outras operadoras. OBRAS Existem em andamento no país 18 mil obras e investimentos monitorados pelo MTur com recursos que somam R$ 6,8 bilhões em 4 mil municípios. Isso não inclui os recursos dos bancos oficiais. Há também no Congresso emendas parlamentares que somam R$ 1 bilhão. PROMOÇÃO O Programa de Apoio à Captação e Promoção de Eventos da Embratur terá recursos no valor de R$ 2,7 milhões. O objetivo é que órgãos públicos e associações sem fins lucrativos realizem ações de promoção na área de turismo de eventos. Os recursos serão aplicados em 27 propostas, vindas de vários estados, que totalizaram R$ 6,4 milhões. O valor investido pela Embratur em ações de

fortalecimento da imagem da região Nordeste em 2012 foi de aproximadamente R$ 21 milhões. PARCERIA O Sebrae prevê aplicação de R$ 250 milhões em programas relacionados ao empreendedorismo e capacitação para o setor de turismo nos próximos quatro anos. O Sebrae e o MTur assinam ainda esse ano um programa de ações conjuntas. SBCLASS Em função do baixo número de meios de hospedagem que aderiu ao SBClass, novo sistema de classificação, o MTur decidiu simplificar as exigências e estimular a adesão a um novo programa. Algumas das novidades serão divulgadas durante o Congresso. Uma das propostas em estudo é a que permite aos empresários fazer, temporariamente, uma auto-classificação e aguardar a vistoria por parte de técnicos do MTur para obter a definitiva. Outra proposta prevê a formação de um cadastro nacional de hotéis e que seria utilizado pelos funcionários públicos em viagens. Ao invés da liberação de verbas para essas despesas eles receberiam vouchers.

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Política Ministério do Turismo

Turismo tem hoje pauta econômica e uma agenda de competitividade >> Desde que assumiu a pasta, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, tem se preocupado em elaborar um modelo de gestão transparente capaz de atender as demandas do setor. Reconhece que ainda há muito que fazer, mas lembra que as demandas por recursos do setor têm sido atendidas e garante que num curto prazo a qualidade no atendimento ao turista vai melhorar. Ao mesmo tempo, manifesta sua preocupação com o período pós Copa e lembra que o importante é o brasileiro recuperar sua auto-estima.

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Gastão Vieira

MERCADO & EVENTOS – Até que ponto os investimentos do MTur têm atendido às demandas do setor? Quais os principais gargalos e desafios? Gastão Vieira – Posso garantir que as demandas do setor que dependem de investimentos do MTur têm sido atendidas. Quase 80% do orçamento da pasta é destinado a obras de infraestrutura nos municípios, e estas caminham conforme a capacidade de cada município de propor e executar projetos. Um exemplo: em 2012, o MTur destinou R$ 116 milhões para obras de acessibilidade, sinalização turística e para a construção de Centros de Atendimento ao Turista nas cidades-sede da Copa. O dinheiro está disponível há mais de um ano, mas só Fortaleza iniciou obras de acessibilidade até agora. Para este ano, temos um orçamento de R$ 84 milhões destinados para matriz de responsabilidade da Copa do Mundo. Igualmente importantes para a agenda de competitividade do setor são as desonerações feitas pelo governo federal no ano passado, que beneficiaram os setores aéreo, hoteleiro e rodoviário. Temos diversas parcerias com o Sebrae, como no índice de competitividade e no Prêmio Nacional de Turismo, mas essas parcerias não substituem as ações do governo federal. M&E – Como fazer com que os programas de capacitação da mão de obra especializada possam beneficiar destinos turísticos mais distantes? Gastão Vieira - O principal programa de capacitação de mão-de-obra que temos em curso é o Pronatec Copa, que espera treinar 240 mil pessoas até 2014. Esse é o mínimo que precisamos fazer para melhorar a qualidade do atendimento ao turista no Brasil no curto prazo. Mas

minha preocupação maior é com o período pós Copa, que, esperamos, ver a chegada de turistas estrangeiros no Brasil atingir um novo patamar. Por essa razão, estamos fazendo parcerias com países como Portugal e Áustria para treinar estudantes brasileiros de nível superior em turismo em centros de excelência nesses locais. M&E – As manifestações populares geram uma imagem de insegurança e incerteza para os turistas. Essa imagem negativa nas grandes cidades explorada pela imprensa preocupa em função dos eventos futuros que o país sediará? Gastão Vieira - Deixe-me responder com os números da pesquisa que realizamos juntamente com a Coppe-UFRJ e que ouviu 1.350 estrangeiros e 3.100 brasileiros durante a Jornada Mundial da Juventude. Mesmo com todos os problemas noticiados pela imprensa, para 54% dos entrevistados a imagem do Rio de Janeiro melhorou. Noventa e cinco por cento deles disseram que pretendem voltar ao Rio, e os atrativos turísticos são mencionados por 76% como motivação da visita. Entre os estrangeiros, 92% disseram que pretendem voltar ao Brasil, e a imagem do país melhorou para 62,5% deles. Houve nas ruas um clima geral de paz e calma, os aeroportos funcionaram bem, sem confusão nem atrasos, e o mesmo se verificou na Copa das Confederações. Nem o preço dos hotéis, que a imprensa vinha temendo que afastasse os turistas, foi motivo de muita reclamação: o público reclamou mesmo foi do preço da comida nos estádios. Nossa maior preocupação com a Copa e a Olimpíada não é com os turistas terem imagem negativa do país. É com a auto-estima dos brasileiros, que precisam abraçar os grandes eventos e seu legado. M&E – O Brasil deu início ao calendário dos megaeventos com a Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude. Que lições podemos tirar para os eventos futuros? Gastão Vieira - Eu resumiria em três palavras: planejamento, planejamento e planejamento. O calendário na verdade foi iniciado com a Rio +20, no ano passado, que testou nossa capacidade de receber autoridades. A Copa das Confederações foi um teste para o turismo interno, os aeroportos e a rede hoteleira. A JMJ, para a mobilidade urbana, a segurança de autoridades e turistas e o processamento de um evento de massa. A Copa de 2014 juntará todos esses fatores. Precisamos concluir a infraestrutura que ainda está para ser concluída e terminar de treinar as pessoas, sem descuidar de nenhum detalhe de planejamento, do evento e das contingências. O Brasil está num bom caminho.


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Política Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo

Políticas públicas exigem pesquisa e monitoramento >> Apesar dos inegáveis avanços registrados nos últimos anos, o Brasil ainda é um país que carece de informações, principalmente quando se trata de números referentes ao turismo e o impacto que os mesmos têm na economia do país. Neste sentido, o Ministério do Turismo tem procurado desenvolver junto ao mercado um acompanhamento permanente por meio de uma parceria com a Fundação Getúlio Vargas para divulgação de números do setor que fazem parte da Conjuntura Econômica. Além do acompanhamento mensal, o MTur utiliza também números divulgados pelo IBGE. Na opinião de José Francisco Salles, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, todos esses esforços servem para elaboração de políticas públicas nas esferas federal, estadual e municipal.

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José Francisco Salles

MERCADO & EVENTOS – Dados estatísticos sempre foram uma lacuna na elaboração de políticas públicas no país. Qual a importância das ações do MTur para obter informações junto ao setor privado e que benefícios podem resultar essas iniciativas? José Francisco Salles – Os dados que coletamos por meio da Conjuntura Econômica junto à iniciativa privada nos permitem ter uma noção de um setor que representa quase R$ 58 bilhões em faturamento e emprega 115 mil pessoas. Com base nestes resultados se pode ter uma ideia da pulsação do empresariado. Atualmente, o Ministério também acompanha, mensalmente, em sete regiões metropolitanas, o comportamento do consumidor para ter uma ideia do potencial do turismo emissivo e do perfil do viajante. O IBGE também nos fornece informações relativas a oferta turística e nos mostra que o PIB do turismo no Brasil é de 3,7%, isso num país que tem uma grande diversidade econômica. M&E – Uma das preocupações do ministro Gastão Vieira tem sido com relação ao alto custo dos serviços e produtos turísticos brasileiros, principalmente nos quesitos hotelaria e aviação. Como vê a decisão do MTur de monitorar essas tarifas e buscar soluções junto ao setor para que o país não perca a competitividade? José Franciso Salles – É uma decisão correta, mas sem o

objetivo de interferir. Lembro que o setor privado segue a lei da oferta e demanda. Claro que ninguém quer praticar tarifas que não tenham atratividade. É normal também que com o aumento na demanda haja um reajuste para quem deixa para a última hora. Acho saudável o ministério realizar um monitoramento e manter conversações com cada setor quando acontecerem os abusos. As pessoas viajam durante todo o ano e os empresários devem estar atentos a esse detalhe. Preços caros podem espantar a demanda e prejudicar a imagem do país, mas estamos atentos para evitar que haja uma política impraticável para o consumidor. Quem faz a economia do turismo é o setor privado. Ao governo cabe zelar pela imagem do país. M&E – Até que ponto pesquisas como a realizada após a Jornada Mundial da Juventude podem levar o Ministério a identificar setores de grande potencial a ser explorado, como o caso do Turismo Religioso? José Francisco Salles – Essas pesquisas são de fundamental importância neste processo de sinalização das ações do Ministério. Durante a JMJ ouvimos 4.500 turistas, dos quais 1.400 eram estrangeiros. Pois bem, 93% deles manifestaram interesse em voltar ao Brasil e boa parte se disse interessada em roteiros de Turismo Religioso. Esses dados nos permitem traçar o perfil destes turistas, que neste caso, em sua maioria, eram jovens. Lembro que esse foi o maior evento já sediado numa única cidade do país, daí a importância da pesquisa, que mostrou também o gasto médio e os serviços utilizados. Nossa meta até o próximo ano é de ampliar esse trabalho de pesquisa e levantamento de dados para que possamos chegar a um patamar capaz de mensurar a importância do setor na economia. M&E – Dentro das manifestações populares o MTur chegou a mensurar o impacto negativo na imagem do país no exterior? José Francisco Salles – Essa mensuração não foi feita pelo MTur. Temos sim acompanhado o noticiário da mídia internacional e pudemos constatar que mesmo com imagens de depredação o Brasil continua sendo um país de sonho de consumo de muitos. E essa imagem positiva é fruto de um trabalho de promoção do destino realizado continuamente em grandes destinos emissores. Manifestações populares acontecem em vários países e nem por isso as pessoas deixam de viajar. O mesmo acontece em relação ao Brasil. Temos procurado mostrar sim a excelência do país. Os que aqui tiveram são os que mais promovem o nosso destino. O volume de turistas e divisas deve manter sua taxa de crescimento. Será menor do que os anos anteriores em função da crise econômica mundial, mas ainda assim devemos continuar a crescer.


Política Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo

Desafios para um Turismo de qualidade: capacitação e investimentos >> Faltando menos de um ano para a Copa do Mundo no Brasil, o Ministério do Turismo, juntamente com outras áreas do governo, tem procurado melhorar a qualidade do nosso receptivo. Isso se reflete tanto na capacitação como nos investimentos em infraestrutura. Com o objetivo de auxiliar estados e municípios, por meio de linhas de financiamento, o Ministério do Turismo anunciou recentemente a criação do Banco de Projetos. Na questão da infraestrutura o objetivo é dotar as cidades de modernos centros de convenções como meio de atender a demanda crescente pelo Turismo Negócios. Segundo o secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Fábio Mota, as lições tiradas da JMJ e da Copa das Confederações devem servir de base para que os futuros megaeventos não enfrentem os mesmos problemas enfrentados nestes dois casos. MERCADO & EVENTOS – Qual sua avaliação da JMJ e da Copa das Confederações em relação à infraestrutura para receber os turistas? Fábio Mota – A Copa das Confederações foi um aprendizado para a Copa do Mundo. Isso diz respeito aos problemas ocorridos na questão da qualificação de mão de obra, bem como no item da mobilidade urbana. Sabemos o que não funcionou bem, e que a sinalização turística deixou a desejar. Mas são questões pontuais que podem ser solucionadas. Já em relação à JMJ, como foi um evento bem maior, pudemos constatar a necessidade de oferecer aos visitantes maior segurança, já que aconteceram furtos e roubos, principalmente na periferia. Foi um teste para aprimorarmos os nossos serviços e produtos. Já estamos agindo e já liberamos recursos para sinalização turística em 18 cidades.

M&E – Como estão os investimentos do MTur e o que falta ao Congresso para aprovação de emendas que beneficiem o setor? Fábio Mota – Quando entrei aqui tínhamos 45% obras do turismo paradas. Hoje temos em andamento no país 18 mil obras e investimentos na ordem de R$ 6,8 bilhões em quatro mil municípios. Isso não inclui os recursos dos bancos oficiais. Agora com o PAC são mais R$ 700 milhões. Estimo que vamos conseguir mais R$ 1 bilhão nas emendas, já que mais de 75% do orçamento do MTur está contingenciado e temos disponíveis algo em torno de R$ 300 milhões. A ida do secretário Valdir Simão para a assessoria da presidente Dilma nos anima, pois ele conhece a importância do nosso setor e poderá nos ajudar bastante. Já em relação ao Congresso reconheço que houve avanços e até uma mudança de mentalidade no que diz respeito à importância deste setor. Mas é preciso avançar mais.

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M&E – Muitos dos projetos não se concretizam. Como o MTur pode contribuir para agilizar os financiamentos para o setor? Fábio Mota – O grande problema de boa parte dos municípios e estados está justamente na elaboração dos projetos para liberação de recursos em obras de infraestrutura turística. A verdade é que os empenhos de recursos são realizados, mas há um prazo de dois anos a ser cumprido dentro da execução do programa. Não adianta só garantir o recurso. O MTur, em função disso, decidiu apresentar recentemente o Banco de Projetos, justamente para agilizar a execução das obras e projetos e permitir a liberação de recursos.

Fábio Mota

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M&E – O segmento de eventos relacionado ao Turismo de Negócios tem crescido consideravelmente. Como o MTur vê esse potencial e o que deve ser feito para que o Brasil atraia ainda mais novos eventos? Fábio Mota – O mercado de eventos é de extrema importância. O crescimento registrado mostra o potencial deste mercado e apenas no ano passado registramos um incremento de 20%, chegando a 360 eventos de padrão internacional. O grande desafio é qualificar os locais destes eventos para melhorar nossa competitividade. Esse fato gerou o PAC do Turismo, com o objetivo de liberar cerca de R$ 700 milhões em parceria com a Caixa Econômica Federal para investimentos em infraestrutura e qualificação, com trâmites mais rápidos. Neste quesito temos projetos de novos centros de convenções atendendo um cronograma que se estende até as Olimpíadas.

M&E – Como está o andamento do Pronatec e porque alguns setores não foram beneficiados? Fábio Mota – Temos atualmente 50 mil alunos sendo atendidos, mas tivemos que reduzir a nossa meta de 240 mil e agora o objetivo é de chegar a 160 mil. Isso ocorreu por problemas decorrentes de currículo e questões técnicas. Também em 2014 pretendemos incluir outras áreas que não foram beneficiadas. Com tudo isso, posso afirmar que os turistas dos grandes eventos terão um atendimento melhorado.


Política Embratur

Competitividade é peça-chave para avanço do Turismo brasileiro >> Responsável pela política de promoção e comercialização do Brasil junto ao mercado internacional, a Embratur tem voltado suas ações para superar a marca dos 10 milhões de turistas estrangeiros. Segundo o presidente da Embratur, Flávio Dino, o grande desafio nesta estratégia promocional é fazer com que o país mantenha um alto grau de competitividade no cenário internacional. Confira aqui nesta entrevista sua visão sobre o legado dos megaeventos e a imagem do país

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Flávio Dino

MERCADO & EVENTOS - Que lições o Brasil, em sua política de promoção e comercialização, pode tirar com a realização dos megaeventos? Flávio Dino - Em primeiro lugar, acho que podemos tirar a lição de que algumas apostas estavam corretas. Os megaeventos que já aconteceram no Brasil, como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a Copa das Confederações, trouxeram uma movimentação econômica de quase R$ 2 bilhões. Além disso, tivemos um ganho de imagem para o país que é incalculável. Foram geradas milhares de reportagens pelos veículos estrangeiros mostrando nossos destinos turísticos e nossa cultura para milhões de pessoas em todo o mundo. Nenhuma campanha publicitária teria o alcance que tiveram a cobertura da imprensa sobre os jogos da Copa das Confederações. Outra lição que podemos tirar é que, sim, o turista que vem para os megaeventos vai nos ajudar a chegar a um novo patamar no fluxo internacional do mercado. Oito em cada dez estrangeiros que vieram para a JMJ nunca haviam pisado no Brasil. Das lições a tirar para melhorarmos os preparativos para os próximos megaeventos, no meu entender, há pelo menos dois pontos. Um é que precisamos intensificar as ações de receptivo, e aí falo de todos – governos federal, estaduais e municipais, além da iniciativa privada. É preciso pensar ações específicas e diretas para esse turista, do momento em que ele pisar no país até a hora em que fizer seu check-in no aeroporto para voltar. Lembro que a telefonia e acesso à internet foram dois serviços que contam com avaliações muito ruins, desde a Rio+20, passando pela Copa das Confederações e JMJ. M&E - Quais os principais desafios e gargalos quando

se fala em competitividade no cenário internacional para que o Brasil possa ser um destino de excelência? Flávio Dino - Não tenho dúvida que, hoje, o principal gargalo para aumentar a participação do turismo brasileiro no mercado mundial é a competitividade. Sem produtos turísticos a preços acessíveis, o país vai avançar aos poucos nessa área, mas não atendendo ao que, todos nós que trabalhamos no setor, vemos que é possível. Por isso, defendo a necessidade de uma ampla discussão envolvendo governo, Congresso e empresários para encontrar soluções. É preciso pensar novas formas de incentivar a concorrência em setores-chave, como a aviação, e desonerar cadeias inteiras, desde que isso renda ganhos ao consumidor. M&E – A Embratur já tem dados sobre o impacto das manifestações nas viagens de estrangeiros ao Brasil? Flávio Dino - Em primeiro lugar, quero deixar claro que qualquer manifestação, desde que pacífica, é uma expressão natural da democracia. A sociedade brasileira lutou décadas para se livrar de uma ditadura militar e ter direito a se manifestar livremente. Avaliar a manifestação apenas ou majoritariamente pelo aspecto turístico, no meu entender, não é correto. De qualquer forma, os destinos turísticos mais consolidados do mundo, como França, Espanha e Itália passaram por manifestações recentes. E, em nenhum desses países houve queda do fluxo de turistas por esse motivo. Também no nosso caso, não ocorreu. Um monitoramento detalhado feito pela diretora de Mercados Internacionais, Leila Holsbach, mostrou que não houve sequer um cancelamento de viagem por causa das manifestações ocorridas este ano. M&E - Qual a sua opinião sobre a flexibilidade de vistos e abertura dos céus para empresas aéreas internacionais? Flávio Dino - Eliminar barreiras que dificultam as viagens e aumentar a oferta de voos e assentos são medidas essenciais para incrementar o turismo no Brasil. Além disso, defendemos também medidas que aumentam a concorrência no mercado aéreo, a exemplo da expansão da aviação regional, da efetivação de novos acordos de “céus abertos” e da extensão a todos os países da Unasul. Esta medida já foi adotada há alguns anos na União Europeia, com ótimos resultados para os usuários. Outro caminho seria o estabelecimento de um teto tarifário a cada rota aérea, para evitar tarifas disparatadas, de R$ 6 mil ou R$ 7 mil em trechos nacionais, que lesam os consumidores e produzem danos de imagem que fazem diminuir a vontade de viajar pelo país.


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Política Diretoria de Produtos e Destinos da Embratur

Desafios para fazer do Brasil um destino de excelência e competitividade >> O diretor de Produtos e Destinos da Embratur, Marco Lomanto, acredita que o Brasil tem tido cada vez mais visibilidade desde a realização de megaeventos como a Copa das Confederações e, principalmente, com a Jornada da Juventude, realizada em julho, no Rio de Janeiro. Todos esses megaeventos devem impulsionar o turismo internacional de forma definitiva. Ao mesmo tempo, lembra que existem ainda desafios para que o país possa vir a se tornar em pouco tempo um destino de excelência e competitividade no cenário internacional. Ele destaca a questão da promoção e a possibilidade de explorar novos segmentos como o público jovem e o Turismo Religioso.

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Marco Lomanto

MERCADO & EVENTOS – Que lições o Brasil pode tirar com eventos como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude? Marco Lomanto – A primeira delas é de que a melhoria da infraestrutura e os investimentos para alavancar o padrão e a qualidade dos serviços são fundamentais. Mas apenas isso não basta. Para aproveitar melhor os megaeventos, o setor privado, incluindo-se aí as agências de viagens e operadoras, devem investir cada vez mais na capacitação e na qualificação da mão de obra. A iniciativa privada se beneficia diretamente como é o caso da hotelaria, que tem no Turismo de Negócios mais de 60% do volume de hóspedes. Temos que aprender com os erros e acertos. Se por um lado toda a estrutura montada em Copacabana para a JMJ mostrou que somos capazes de realizar eventos de grande porte, de padrão internacional, também tivemos problemas, como questões de mobilidade urbana e também em alguns estádios, o caso da Copa das Confederações. M&E – Muito se tem falado na questão da competitividade do país no cenário internacional. A Embratur tem dado sinais que um dos setores que precisam ser monitorados é a hotelaria. Qual sua opinião a respeito? Marco Lomanto - Para tornar o Brasil mais competitivo temos tido a preocupação de monitorar o mercado. Houve o caso da hotelaria onde tivemos alguns problemas pontuais durante eventos como a Rio + 20. Num mercado regido pela lei da oferta e da demanda, é preciso ter uma consciência clara que não se podem praticar abusos. Já tivemos exemplos claros desta

prática aqui no Brasil e no exterior, gerando prejuízos, uma imagem negativa e que culminou com o fato de que as taxas de ocupação ficaram bem abaixo do esperado. Não se pode superdimensionar tarifas. Temos nos reunido com os representantes do setor para discutir essas e outras questões, pois a imagem do país pode sofrer arranhões e gerar distorções prejudicando a vinda de turistas. Ninguém deseja isso, nem a hotelaria. M&E – Temos pela frente a Copa do Mundo e as Olimpíadas. De que forma a Embratur pretende conduzir a estratégia de promoção junto aos principais destinos emissores? Marco Lomanto – Inicialmente nós investimos no programa Gol to Brasil, que estava direcionado para a promoção das 12 cidades-sede da Copa. Agora, nesta segunda etapa, estamos ampliando o nosso raio de promoção. Isso se traduz não apenas na promoção e divulgação de um número maior de cidades, como também numa estratégia para mostrar a diversidade cultural do país, sua rica gastronomia e a arte. Neste semestre, vamos realizar três ações específicas. Uma delas em novembro, em Los Angeles, aproveitando dois novos voos para o Brasil, sendo um da American Airlines e outro da Tam. Outra ação será em Bogotá e uma terceira em Amsterdã, pegando a região de Benelux. A promoção inclui também ações direcionadas para público final e não apenas para o trade como acontecia até então. Queremos mostrar por meio desta iniciativa um pouco da vivência brasileira, daí o nome do programa Vivências Brasil. M&E – Até que ponto as imagens de depredação nas manifestações divulgadas no exterior prejudicam o trabalho de promoção e comprometem a vinda de turistas estrangeiros ao país? Marco Lomanto – Creio que as manifestações populares não afetam a imagem do país. Boa parte dos países que sediaram a Copa do Mundo teve também manifestações desta ordem e natureza. E no Brasil isso não tem sido diferente. São cobranças pelos investimentos realizados, questionamentos de gastos públicos em detrimento a outros setores como saúde e educação. Claro que imagens de depredação divulgadas no exterior, fruto de alguns vândalos e baderneiros, não são positivas. Mas boa parte das manifestações têm sido pacíficas. Vivemos hoje num mundo globalizado e com as informações fornecidas pela internet as pessoas estão mais conectadas com a situação real, e sabem que existe no país uma situação de normalidade. Prova é que tanto a Copa das Confederações como a JMJ foram realizadas com sucesso, num clima festivo e amistoso cativantes. Houve alguns problemas, mas nada que tirasse o brilho das festas. Só me preocuparia caso a situação ficasse fora de controle. Mas isso eu não acredito.


Política Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA)

É preciso buscar uma classificação de hotéis eficiente e sem burocracias >> O governo decidiu alterar o atual modelo do sistema de classificação hoteleira adotado recentemente em função do baixo retorno que obteve até então. As novas regras, que devem entrar em vigor já para a Copa do Mundo de 2014, visam facilitar o processo de cadastramento e classificação para os estabelecimentos e se baseiam num modelo em que o próprio empreendedor se classifica. A medida é apoiada pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), mas com restrições. O principal temor, segundo o presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, diz respeito à agilidade por parte do MTur no sistema de averiguação e comprovação dos itens exigidos, que será realizado posteriormente.

M&E – Como analisa a capacitação da mão-de-obra em restaurantes e hotéis para atendimento aos turistas durante os megaeventos. Os programas propostos pelo governo darão o resultado esperado? Alexandre Sampaio – O processo de formação profissional nunca é suficiente. Louve-se o esforço do governo com o Pronatec e as ações do Senac. Mesmo assim existe um engessamento na atual legislação e uma dificuldade para formar uma mão-de-obra que tenha um melhor preparo. O próprio Pronatec reduziu suas metas iniciais. A saída pode ser envolver outros parceiros atraindo empresas que atuam no mercado para serem participantes técnicas. O próprio governo poderia adotar medidas de isenção fiscal estimulando empresas na capacitação de seus funcionários. Há também a alternativa do uso das redes sociais e novas tecnologias para ampliar o programa de capacitação já que os cursos presenciais se revelam inviáveis.

Alexandre Sampaio

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M&E – Que lições podemos tirar da Copa das Confederações e da JMJ para evitar que problemas ocorridos venham a se repetir na Copa do Mundo e nas Olimpíadas? Alexandre Sampaio – Sob o aspecto da hotelaria e dos restaurantes tivemos bons resultados no Rio de Janeiro e alguns problemas pontuais em outros estados. Acho que tivemos experiências de sucesso como a distribuição de

M&E – A FBHA tem levantado algumas questões sobre o projeto das gorjetas e também em relação à segurança alimentar. Como estão essas questões e os planos da entidade? Alexandre Sampaio – Temos sim a preocupação com algumas questões, principalmente, no que se refere à tributação das gorjetas. Há também um programa do governo que passou a exigir, por parte da Anvisa, um sistema de classificação de restaurantes com base na segurança alimentar nas 12 cidades-sede. A iniciativa é louvável, mas isso pode gerar interpretações erradas já que na prática o cliente pode achar que o restaurante que tem menos classificação não garante uma alimentação segura com as regras básicas de higiene. Na hotelaria, continuamos na briga com a questão do Ecad. Não é cabível cobrar direitos autorais das músicas tocadas em quartos de hotel. Quanto à FBHA como entidade, estamos abrindo uma representação em Belém e inaugurando uma nova sede até o final do ano em Brasília.

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MERCADO & EVENTOS – O governo decidiu alterar o modelo do SBClass em função do pouco interesse dos estabelecimentos pelo mesmo. Como vê a nova proposta? Alexandre Sampaio – A ideia é que o empresário se auto classifique para obter inicialmente uma classificação provisória até que o MTur viesse a conceder a classificação definitiva. Acho que se ajuda por um lado, por outro lado preocupa, pois essa medida pode gerar concorrências desleais pela demora de se efetivar a classificação definitiva, principalmente em cidades mais distantes dos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. É preciso discutir melhor essas questões e outras, como por exemplo, a possibilidade de estimular os hotéis a se classificarem para fazerem parte de um cadastro, numa relação de meios de hospedagem aptas a receberem funcionários públicos em viagem. A ideia é que o governo tenha um cadastro único de hotéis credenciados a serem utilizados pelos funcionários que recebem diárias durante as viagens. Com a formação de um cadastro único as empresas selecionadas teriam uma classificação definida. É outra possibilidade. É preciso discutir esse tema, pois existem também riscos de inadimplência em função do não pagamento das despesas em diárias e extras, já que o funcionário teria apenas um voucher a ser utilizado. E existe a preocupação com a pontualidade no pagamento. O importante é ter um sistema de classificação eficiente e sem burocracias.

vouchers aos voluntários da JMJ. Na questão pública, pudemos observar que houve problemas de mobilidade urbana e acho que o principal foi a falta de estratégias. O ideal seria que para eventos de grande porte se forme uma comissão para evitar contratempos futuros.


Política Sebrae

Melhoria na qualidade da gestão empresarial é fundamental ao setor >> À frente do Sebrae Nacional, o ex-ministro do Turismo, Luiz Barretto, lembra que a entidade tem trabalhado em áreas como empreendedorismo e capacitação para tornar o turismo um segmento cada vez mais forte e competitivo. Nesta entrevista ao M&E ele diz que o projeto de “Economia da Experiência” aplicada ao turismo é uma tendência mundial que, a seu ver, valoriza ainda mais a identidade cultural e histórias do lugar como elemento indutor para a escolha do destino. Ele destaca aqui a importância da melhoria na gestão empresarial como forma de elevar a qualidade e a competitividade do setor.

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Luiz Barretto

MERCADO & EVENTOS - Como o Sebrae tem contribuído para ajudar nos programas de empreendedorismo e capacitação em relação aos megaeventos? Luiz Barretto - Desde a sua concepção, o Sebrae aposta na formação e capacitação dos pequenos negócios brasileiros. Temos a intenção de tornar esse segmento mais competitivo e forte, não só pelas circunstâncias dos grandes eventos esportivos que o Brasil está recebendo, mas para o futuro. Por isso, a melhoria da gestão empresarial é um tema que sempre está na nossa pauta de atuação. Em relação à Copa do Mundo de 2014, criamos o programa Sebrae 2014, que reúne todas as ações da instituição voltadas para o evento e que podem ser aproveitadas em outros grandes eventos internacionais. A primeira ação do programa foi realizar um mapeamento de todas as oportunidades que serão geradas para os pequenos negócios antes, durante e depois da Copa. Encontramos um total de 930 oportunidades que serão geradas nas 12 cidades-sede. O mapeamento foi feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O trabalho identificou os requisitos necessários às micro e pequenas empresas (MPEs) para que consigam comercializar produtos e serviços com foco nessas oportunidades. Identificamos nove setores que serão mais beneficiados: turismo, produção associada ao turismo (que inclui gastronomia, artesanato e toda a economia criativa), tecnologia da informação e comunicação, construção civil, comércio varejista, serviços, têxtil e vestuário, madeira e móveis e agronegócio. Agora estamos trabalhando para realizar encontros de negócios nos diversos segmentos para

aproximar compradores de vendedores e apresentar linhas de crédito disponíveis aos pequenos negócios. Já para a Olimpíada e Paraolimpíada de 2016, que ocorrerão no Rio de Janeiro, vamos capacitar e preparar as micro e pequenas empresas para adquirirem requisitos necessários para serem fornecedores do Comitê Organizador e das grandes empresas que fornecerão para o Comitê. Temos cursos como o Sebrae Mais e o Sebraetec que ajudam o empreendedor a adquirir indicadores de gestão e de sustentabilidade nesse sentido. M&E - O ministro Gastão Vieira confirmou que está fechando com o Sebrae uma parceria. Qual o objetivo? Luiz Barretto - Estamos trabalhando numa parceria para ampliar a competitividade das micro e pequenas empresas com ações nos eixos da gestão do conhecimento, promoção e acesso a mercados e qualidade dos pequenos negócios. Quanto aos investimentos realizados pelo Sebrae, lembro que ainda para este ano, estamos trabalhando em projetos de turismo integrados ao programa Sebrae 2014. Nossa meta é atender cerca de 30 mil pequenos negócios em todos os estados. Negócios relacionados à tecnologia da informação para o turismo, à sustentabilidade e à certificação e normalização de empreendimentos do segmento de aventura, além de bares, restaurantes, empresas de eventos e meios de hospedagem. M&E - Com base na sua experiência no MTur, que legado os megaeventos podem deixar para o Brasil e os gargalos e desafios ainda a serem superados? Luiz Barretto - Podemos falar em dois grandes momentos de oportunidades para os pequenos negócios. Antes do evento, se beneficiam principalmente empreendimentos da construção civil nas obras de construção e reforma das arenas, e as de tecnologia da informação, que desenvolveram softwares e aplicativos para diversas finalidades, como gerenciamento de rotas, transportes, idiomas, mobilidade, gestão de restaurantes e hotéis. Em uma segunda fase, a partir de agora, após a Copa das Confederações, ganham destaque empresas que oferecem diretamente a experiência do consumo de produtos e serviços aos visitantes. São empreendimentos do turismo, economia criativa – como cultura e entretenimento –, artesanato, moda e serviços. M&E – Como vê a imagem do turismo no Brasil de hoje e os principais avanços e desafios a serem superados? Luiz Barretto - Com tantas oportunidades de negócios, o turismo continua sendo uma das economias que mais cresce no Brasil.


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Política Comissão de Turismo e Desporto do Senado

Legislativo e Turismo: uma parceria em busca do fortalecimento do setor >> Além da aprovação de emendas parlamentares, o Congresso Nacional tem desempenhado um papel de fundamental importância na aprovação de leis, como a Lei Geral do Turismo, que prestam uma valiosa contribuição para o setor. Na opinião da senadora, Lídice da Mata, a parceria entre o legislativo e o turismo deve avançar ainda mais. Ela defende também que o legado de megaeventos tenha um foco na inclusão social, bem como a criação de uma conta-satélite, instrumento que considera essencial para mensurar o impacto do turismo na economia do país.

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Lídice da Mata

MERCADO & EVENTOS – Quais os principais avanços ocorridos nos últimos anos na relação entre o legislativo e o Turismo? Lídice da Mata – Eu acho que já avançamos muito nos últimos anos. Prova disso, foi a constituição das Comissões de Turismo e Desporto na Câmara e no Senado. A criação do próprio Ministério do Turismo facilitou esse diálogo permanente. Mesmo com esses avanços ainda há muito a conquistar. A verdade é que o Turismo ainda não é reconhecido como atividade econômica e em função disso não tem a prioridade que poderia ter. Precisamos avançar ainda muito, inclusive para o desenvolvimento regional beneficiando inúmeras regiões como o Norte, Nordeste, Centro-Oeste e tantos outros destinos. O próprio turismo doméstico se ressente disso. Mesmo com o fato do turismo ter se popularizado e ter deixado de estar restrito a classe média, ainda temos que criar produtos e serviços que ajudem as pessoas a conhecerem mais o seu país. Hoje o interesse da população e as próprias condições são muito maiores e as pessoas estão viajando cada vez mais. Temos inúmeros instrumentos capazes de estimular ainda mais essa prática como o fato das férias sazonais. O Governo tem que buscar fórmulas e meios. Eu creio que falta ao nosso país a criação da Conta Satélite, um instrumento capaz de demonstrar a real importância do turismo na renda do país, na economia, na geração de emprego e renda. Precisamos de fato contar com esse instrumento para planejar futuras ações para o setor e mostrar o verdadeiro peso que essa atividade do turismo tem tanto no que se refere ao aspecto social como econômico.

M&E – A constatação que com os megaeventos cresceram os investimentos em infraestrutura. É inegável. Esse fato certamente há de contribuir para um incremento do turismo doméstico e internacional. Quais são os gargalos ainda a serem superados? Lídice da Mata – Cada vez mais as cidades começam a se preparar para receber um contingente maior de turistas e isso deve ser reforçado com a proximidade dos megaeventos. A falta de capacitação e de aspectos como a mobilidade urbana nunca foram impedimentos para o turista conhecer um destino, mas certamente não há como negar que esses fatores ajudam em muito na imagem que o turista terá do destino. No momento em que se tem maior infraestrutura se permite que um número maior de turistas possa visitar aquele destino. Precisamos avançar e sem esquecer a inclusão social. Veja o caso da Copa das Confederações que não soube trabalhar com competência para que se pudesse beneficiar a população do entorno. Essa discussão tem sido amplamente debatida. É preciso que se aproveitem as competições esportivas para aproximar parcelas da sociedade excluídas. Houve exceções como foi o caso da Bahia onde o Governador incluiu uma cláusula para as construtoras do novo estádio utilizarem mão-de-obra local. O legado dos megaeventos não pode esquecer o social. Os dirigentes têm que estar mais voltados para esse legado. M&E – Dentro das medidas aprovadas pelo Congresso está a Lei Geral do Turismo que se tornou letra morta pela falta de sua implementação. Os Estados alegam que não têm como atuar como órgãos fiscalizadores. O que pode ser feito para mudar esse quadro? Lídice da Mata – Eu acho que essa fiscalização é de responsabilidade dos estados. O estado tem que exercer seu papel regulador e fiscalizador de ações que ele considera corretas a serem impostas para a sociedade. Os empresários e autoridades têm que sentar junto com o Governo para encontrar alternativas. O que não pode acontecer é o estado querer repassar para a esfera federal uma responsabilidade que é sua. A Lei estabeleceu limites e diretrizes e agora precisa se tornar um instrumento capaz de normatizar o setor. M&E – De que modo o legado dos megaeventos poderá contribuir para setores como as agências e operadoras do turismo? Lídice da Mata – Eu creio que será uma experiência e uma oportunidade única para os profissionais que atuam no setor. A vinda de milhares de turistas ao país poderá sem sombra de dúvidas gerar inúmeras oportunidades para que o setor venha a aprimorar seus serviços.


Política Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado

Turismo, um setor preponderante para atividade econômica do país >> No Congresso, o turismo tem conquistado um espaço cada vez maior. Segundo o senador Antônio Carlos Valadares, presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado, há inúmeros gargalos a serem superados no país diante da oportunidade dos megaeventos. Ele destaca a importância do Legislativo e lembra que existem 77 projetos de lei relacionados ao tema “Turismo” tramitando na Câmara e 36 no Senado. Avançar na pauta legislativa exigirá, segundo ele, a colaboração dos diversos interessados, entre tantos que podem contribuir para fazer avançar e consolidar o desenvolvimento do turismo no país. MERCADO & EVENTOS - Qual a importância do turismo e megaeventos no país, e como analisa a evolução desse setor nos últimos anos? Antônio Carlos Valadares - O turismo é fator preponderante na atividade econômica do país. O Brasil tem que se preparar para os megaeventos, pois esse é um momento decisivo para a imagem do país. Os aeroportos têm que oferecer, a exemplo dos hotéis, todo conforto e infraestrutura. Atualmente, o turismo não chega a 4% do nosso PIB, mas temos condições de, nos próximos 10 anos, chegar a 9% se soubermos fazer o nosso dever de casa com competência. Não será exagero dizer, parodiando a célebre frase do Presidente Lula, que nunca antes na história deste país tivemos perspectivas tão promissoras para o turismo brasileiro. Conforme já afirmado e reafirmado inúmeras vezes, o advento dos megaeventos nos traz as melhores expectativas quanto à realização de nosso potencial turístico. Não custa lembrar que alguns dos maiores eventos internacionais farão do Brasil a grande vitrine do turismo mundial.

M&E – Que legado os megaeventos podem deixar para nossos governantes e autoridades? Antônio Carlos Valadares - O legado que os megaeventos poderão deixar ao Brasil não está apenas na infraestrutura e nos benefícios econômicos decorrentes, que são de suma importância e incluem, além das instalações voltadas ao esporte, a qualificação da mão de obra, a melhoria dos sistemas de transporte e telecomunicações, a segurança pública e a qualidade dos serviços em geral. O legado inclui questões imateriais como a visibilidade e a imagem Antônio Carlos Valadares do país no exterior, o estímulo ao voluntariado e à participação social e até questões mais intangíveis, como a preocupação com a sustentabilidade e com a redução de desigualdades sociais. A capacidade de aproveitamento desse legado depende de planejamento, com estratégias de médio e longo prazos para o turismo brasileiro. O investimento público em infraestrutura pode até não se pagar apenas com o fluxo de turistas durante os eventos, mas certamente será recompensado com o incremento futuro do fluxo de turistas no país. É preciso que as políticas públicas, no âmbito do Poder Executivo, e o marco regulatório, no âmbito do Poder Legislativo, acompanhem essa evolução. Se hoje temos um ambiente macroeconômico favorável precisamos agora enfrentar gargalos de infraestrutura, qualificação de mão de obra, carga tributária e outros entraves ao pleno desenvolvimento do setor.

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M&E – Como fazer com que o Brasil seja um destino mais atraente para o turismo internacional? Porque recebemos menos de seis milhões de turistas ao ano? Antônio Carlos Valadares - A ampliação do turismo internacional passa ainda pela facilitação da obtenção de vistos. A desburocratização desses processos seria positiva para o turismo e para a economia brasileira.

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M&E – Porque o Brasil ainda não consegue traduzir em negócios o grande potencial que possui? Antônio Carlos Valadares - Ainda temos um imenso potencial a explorar. Segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial, o Brasil é o primeiro na lista de atrativos naturais entre 139 países do mundo. O Brasil também já é o sétimo destino de eventos internacionais e está entre os dez principais países para realização de grandes feiras internacionais. No entanto, o Brasil ocupa a 45ª colocação no ranking mundial quando o quesito é a competitividade do país para o desenvolvimento do turismo, o que leva em consideração aspectos como infraestrutura, mobilidade, nível de preços e segurança.O Governo Federal espera dobrar, até 2017, o número de estrangeiros que chegam ao Brasil, alcançando 10 milhões de turistas por ano. A meta é fazer do país o terceiro maior destino turístico do

mundo em 2022, aumentando a participação do setor no PIB para 9,5%. O trabalho será longo. É preciso avançar no campo das desonerações tributárias, para que todos os setores sejam beneficiados por um regime de tributação simplificado e desburocratizado, e que nosso sistema tributário tornese mais justo, recaindo mais sobre a renda e menos sobre o consumo.


Política Anseditur

Brasil está na rota do fluxo turístico, mas ainda não é um destino internacional >> A presidente da Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes de Turismo das Capitais e Destinos Indutores (Anseditur), Cláudia Pessôa, tem defendido a participação dos estados em eventos (como este Congresso da Abav) e buscado soluções junto ao MTur e Embratur quando se trata de temas como convênios, verbas e promoção internacional. Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016, a dirigente lembra que é preciso rever políticas de promoção e comercialização, bem como promover ajustes a fim de receber os megaeventos e se tornar o país um destino internacionalmente consolidado, adotando medidas para fomento ao turismo regional.

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Claudia Pessôa

MERCADO & EVENTOS – Como representante das capitais das 12 cidades-sede, qual sua avaliação dos primeiros megaeventos realizados como a Copa das Confederações e a JMJ? Claudia Pessôa - A avaliação eu diria que foi positiva. No caso da JMJ houve um público bastante específico e essa avaliação só serve de parâmetro para o caso da mobilidade urbana no atendimento a um grande fluxo de visitantes. Já em relação à Copa das Confederações, mesmo sendo um evento de menor porte, creio que todos os problemas ocorridos servem para que os dirigentes e governantes busquem soluções a fim de que os mesmos não venham a se repetir durante a Copa do Mundo aqui no Brasil, em 2014. Isso diz respeito tanto à qualidade do nosso receptivo quanto a questão da mobilidade urbana, segurança e outras questões que não funcionaram do modo esperado. Lembro que um evento como a Copa do Mundo oferece ao visitante a oportunidade de conhecer destinos próximos durante o intervalo dos jogos. Tenho acompanhado as ações de fomento da Embratur no sentido de estimular as pessoas a conhecerem melhor o Brasil e a sua diversidade. É o caso dos festejos juninos, que podem agregar valor durante a Copa no próximo ano. Claro que as ações poderiam ser mais otimizadas, mas já são uma iniciativa promissora. M&E – Que legado as capitais podem tirar destes grandes eventos que estão programados para os próximos anos? E em relação as verba para capa-

citação solicitadas ao MTur pela Anseditur. Como está esse programa? Claudia Pessoa – O portfólio do PNT que o MTur oferece é interessante. Tem aspectos positivos, mas ainda não é o ideal. Podemos citar como exemplo a capacitação de mão-de-obra que está sendo realizada em Maceió, onde a ideia é capacitar pelo menos mil profissionais. Vamos esperar pelos resultados para que se possa ter uma avaliação na prática. No caso da Anseditur, lembro que recentemente nós fizemos um pleito à coordenação do Programa de Regionalização para capacitar gestores dentro de um projeto específico. A ideia é formar profissionais que sejam multiplicadores para atuar nos municípios. A ideia foi bem recebida e agora vamos dar andamento ao processo neste sentido. Esse é um trabalho de parceria dos municípios para fortalecimento dos mesmos. M&E – Dentro das prioridades da Anseditur na atual gestão, quais os pontos que considera mais importantes? Claudia Pessoa – Nossa ideia é o fortalecimento da marca e a sensibilização dos governantes e todos os setores envolvidos. Queremos sempre mostrar que a nossa associação promove reuniões com propostas em busca de resultados e que têm como objetivo a elaboração de programas efetivos, sem o cunho festivo ou social. Lembro que o mais importante é o envolvimento de todos nesta busca de resultados. As solicitações feitas de uma reunião para outra são cobradas posteriormente. M&E – Um dos entraves para o desenvolvimento do turismo doméstico é o alto custo para um consumidor com baixo poder aquisitivo. Como resolver essa equação principalmente no quesito da aviação comercial? Claudia Pessoa - Essa questão é de fato preocupante. A redução da malha aérea e o alto preço das tarifas tem sido objeto de debates e discussões. O fomento ao turismo doméstico está diretamente relacionado a essa e outras questões. Já na última reunião do Conselho Nacional do Turismo debatemos a questão das tarifas aéreas. Os dados da Infraero mostram que alguns destinos tiveram um incremento no volume de passageiros. Precisamos então solucionar a questão da acessibilidade. Apenas Maceió teve um crescimento de 23% no fluxo de passageiros. É preciso também buscar alternativas viáveis e uma delas é o fomento ao turismo rodoviário. Em Alagoas temos desenvolvido programas de incentivo ao turismo regional por meio de ações pontuais em destinos potenciais. É preciso sempre buscar novas estratégias para incentivo ao turismo regional.


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Política Bito

Produto Brasil: em busca de novos critérios para vender o país

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MERCADO & EVENTOS – Como vê hoje o Brasil no cenário internacional e o que nos falta para estarmos entre os destinos mais cobiçados pelo Turismo mundial na próxima década? Salvador Saladino – Claro que com megaeventos, como a Rio + 20, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude o país ganhou maior visibilidade. Mas nem sempre essa exposição é positiva. Veja o caso da própria Rio+20, onde tivemos sérios problemas com os altos preços cobrados pela hotelaria. Na verdade, eu diria que existem atualmente inúmeras estratégias e ações que, ao invés de contribuir e promover o nosso destino, têm prejudicado a imagem do país no exterior, o que pode comprometer em muito o legado dos megaeventos. Sugiro a criação de uma comissão intersetorial para discutir temas importantes que dizem respeito a uma padronização e critérios referentes a alguns setores que considero essenciais como é o caso das empresas aéreas e a hotelaria. O mesmo digo em relação à necessidade de adoção de estratégias de promoção e formatação de produtos com padrão internacional divulgados com foco e diretriz. Enfim, promover um amplo debate com os mais diversos segmentos que integram a cadeia produtiva do Turismo no sentido de criar o Produto Brasil.

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>> O Brasil está na moda e aumenta a cada dia o interesse do mercado internacional pelo nosso destino. A constatação não é apenas do Ministério do Turismo, mas também de outras entidades e associações, como é o caso da Brazilian Incoming Travel Organization (Bito), principal entidade que faz o intercâmbio dos operadores internacionais com o mercado brasileiro. Mas nesta zona de convergência, o presidente da Bito, Salvador Saladino, tem identificado alguns gargalos que dificultam a comercialização do nosso destino junto aos principais países emissores. Entre os desafios a serem apontados está a falta de padronização dos produtos e serviços oferecidos pelo setor. Saladino defende a criação de uma Comissão com a participação de representantes dos mais diversos setores a fim de estabelecer critérios que permitam ao país alcançar um alto grau de competitividade.

M&E – Já tivemos exemplos em relação ao abuso de

Salvador Saladino

preços praticados em outros países e que acabaram por não atingir as expectativas do setor. Isso pode acontecer também no Brasil durante a Copa e as Olimpíadas? Como evitar que isso aconteça? Salvador Saladino – Estamos preocupados. A Bito tem observado que tanto na Rio + 20 como na Copa das Confederações as taxas de ocupação da hotelaria ficaram bem abaixo do esperado e houve um motivo para isso, os preços das tarifas adotadas. A vinda de turistas também ficou aquém do previsto. Esses resultados mostram claramente a necessidade de um amplo debate entre os articuladores e players do mercado sobre a necessidade de adotarmos preços mais competitivos em relação ao mercado internacional e uma estratégia conjunta. M&E – Qual foi a proposta que a Bito apresentou no Conselho Nacional de Turismo? Salvador Saladino - Levamos ao Conselho Nacional do Turismo uma proposta para rever produtos e serviços a nível Brasil. Os nossos produtos têm que ser melhorados atingindo um patamar de padrão internacional a fim de sermos mais competitivos. Veja o caso das tarifas aéreas, que atingiram um patamar inaceitável quando se trata de uma análise de competitividade com o que é praticado no exterior. A nossa preocupação não é rever tarifas propriamente, mas conceitos e estratégias a fim de tornar o Brasil mais atraente para o turista internacional. M&E – Hoje temos um extenso calendário de eventos. Como ordenar um segmento que cresce a cada ano e aproveitar as oportunidades para estreitar relacionamentos comerciais? Salvador Saladino –No Brasil falta um ordenamento, uma redução no volume de workshops e feiras. É demasiado e acaba se investindo sem uma estratégia adequada. Posso afirmar que quem ganha dinheiro com esses eventos é o montador. Temos que fazer um calendário racional, que possa ter uma redução no número de eventos. Todas essas questões passam pela ideia da formação de uma comissão intersetorial em que possamos pensar de forma globalizada, pois estamos falando de Brasil. É preciso definir responsabilidades. Temos uma relação entre compradores e vendedores. Se quisermos colocar nosso produto na prateleira, não basta distribuir folhetos, como acontece muitas vezes. O resultado disso é que muitas destas ações acabam nos colocando como verdadeiros pregadores no deserto, e é preciso pensar numa nova estratégia de promoção do produto Brasil se quisermos aproveitar o legado dos grandes eventos, e ao mesmo tempo fazer chegar aos nossos compradores os nossos produtos e serviços.


Política Secretaria Nacional de Políticas de Turismo

Brasil ainda explora mal o seu grande potencial turístico >> Responsável pela elaboração de programas públicos de fomento ao turismo, o atual secretário Nacional de Políticas de Turismo, Vinícius Lummertz, vem, desde a sua posse, buscando implantar uma série de ações com o objetivo de fortalecer o setor e, ao mesmo tempo, levar a uma conscientização maior dos empresários e de outros setores do Governo para importância do Turismo como atividade econômica essencial na geração de emprego e renda. MERCADO & EVENTOS - Que lições podemos tirar dos primeiros megaeventos como a Copa das Confederações e a JMJ? Vinícius Lummertz – Considero que os dois eventos foram bem sucedidos. Isso é importante para mostrar que o Brasil tem todas as condições de realizar esses e outros eventos, coisa que era totalmente inviável ha 10 anos. Hoje esse quadro mudou. Claro que existem ajustes a serem realizados, principalmente no que se refere à mobilidade urbana. Estamos aprendendo com tudo isso para não repetirmos erros no futuro. Os investimentos que serão realizados nos próximos dois anos vão criar maiores facilidades, mas isso não quer dizer que vamos resolver todas as questões da noite para o dia. Tivemos manifestações populares, mas isso também não preocupa. Tudo isso mostra que somos também uma nação democrática.

M&E – Que benefícios o Pac do Turismo poderá trazer ao setor e ajudar a cumprir as metas do PNT? E como manter a competitividade com os altos preços de alguns setores como hotelaria e aviação? Vinícius Lummertz – Certamente os investimentos vão contribuir em muito para melhorar a infraestrutura turística. O Brasil é um país ainda de muitas necessidades e precisamos também dos investimentos privados. Já em relação aos hotéis creio que o mercado está mais bem comportado. O que mais preocupa é o setor da aviação, que é uma concessão do Governo. O tema esteve em discussão recentemente porque é preciso promover uma maior abertura do mercado para aumentar a competitividade. Isso tem sido objeto de debate, um tema polêmico. É preciso uma nova equação que possa beneficiar não apenas as empresas aéreas, mas ao passageiro.

Vinícius Lummertz

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M&E – Dentro dos programas de fomento ao Turismo, o governo relançou o Programa de Regionalização. Como a relação público-privada pode avançar e trazer benefícios para a economia do país? Vinícius Lummertz – Creio que todas essas iniciativas visam um ordenamento mais eficaz, diagnósticos e estruturação para uma melhor relação público-privada. Os investidores do setor privado esperam da parte do Governo

M&E – O MTur anunciou recentemente o relançamento do Viaja Mais Melhor Idade e também a revisão do Cadastur e do Sistema de Classificação de Hotéis. Como estão moldados esses novos programas? Vinícius Lummertz – Estamos relançando nesta edição da Abav o programa Viaja Mais Melhor Idade com uma nova modelagem e cuja comercialização será facilitada por meio de novas ferramentas na internet. Ele será gerenciado pelo Governo e executado pelo setor privado com o apoio da Braztoa. Já em relação ao Cadastur e ao Sistema de Classificação de Hotéis, estaremos divulgando nesta Abav um modelo mais simples, sem burocracias. Dentro da Abav teremos o Espaço Brasil com o objetivo de estreitar relações com o mercado.

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M&E – Uma das bandeiras que você tem defendido é a ocupação ordeira dos parques nacionais. Como esse segmento pode ser melhor explorado em toda sua potencialidade? Vinícius Lummertz – Essa de fato é uma das questões que têm merecido nossa atenção. Temos um enorme potencial a ser explorado e mesmo contabilizando seis milhões de visitantes ao ano, creio que possamos chegar aos 60 milhões. Mas isso não se dará de forma imediata. É um processo longo que já foi iniciado. Estamos discutindo governanças, potenciais e diagnósticos com grupos de trabalho. O importante é que já demos início a um movimento para abertura dos Parques no Brasil e já para a Copa do Mundo no próximo ano teremos algumas ações alinhavadas neste sentido. Estamos liberando alguns recursos para melhoria da infraestrutura.

que haja a criação das melhores condições para que esse investimento venha a ocorrer. Essa abordagem tem se dado por áreas como os parques nacionais, licenciamento de marinas e portos turísticos. Enfim, é um conjunto de medidas que possa efetivamente atrair novos investimentos. Lembro que os bancos públicos vêm contribuindo com linhas de financiamento e liberação de recursos que devem somar esse ano algo em torno de R$ 14,5 bilhões para o setor contra R$ 11,5 bilhões no ano passado. A verdade é que temos um grande potencial, mas que ainda precisa ser explorado.


Política Secretaria-executiva do Ministério do Turismo

Eficiência e qualidade para competitividade no Turismo >> Depois de ter assumido a pasta da secretaria-executiva do Ministério do Turismo, segundo posto na hierarquia do MTur, Sérgio Braune tem procurado dar continuidade às políticas de fomento para o setor iniciadas por seu antecessor, Valdir Simão. Ao mesmo tempo, lembra que o país precisa investir para melhorar o padrão no turismo receptivo, bem como solucionar os gargalos da aviação comercial, de modo a permitir que o transporte aéreo seja eficiente e mais acessível. Braune confirma ainda que o governo quer ampliar as ações para fomento o turismo doméstico e confirma que após o Viaja Mais Melhor Idade pretende ter programas direcionados ao trabalhador.

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Sérgio Braune

MERCADO & EVENTOS – Que lições já podemos tirar dos primeiros megaeventos para evitar a repetição de problemas futuros? Sérgio Braune – É importante observar cada evento. No caso da Jornada Mundial da Juventude pudemos constatar que é preciso haver um planejamento estratégico na questão da mobilidade urbana. A exemplo da Copa das Confederações são eventos diferenciados em relação à Copa do Mundo que irá acontecer aqui no Brasil. Temos sim que agilizar o ritmo das obras para que os investimentos possam estar concluídos a tempo de melhorar o nosso turismo receptivo. O mesmo acontece em relação à questão da capacitação. É importante que esses megaeventos tragam um legado positivo para o turismo no país. Temos que levar em conta também que tanto o governo como o setor privado têm um papel a realizar. O turismo precisa ser mais reconhecido como atividade econômica e temos trabalhado neste sentido. M&E – Uma das questões que mais tem preocupado o governo diz questão ao setor aéreo, tanto no que se refere ao preço das tarifas como a questão da redução na oferta da malha aérea. Como vê essa questão às vésperas dos megaeventos? Sérgio Braune – A questão da aviação comercial no Brasil é hoje uma preocupação permanente do governo, pois num país de grandes dimensões continentais o

transporte aéreo tem um peso de grande importância. Precisamos de fato ampliar a malha aérea para atender a crescente demanda, pois isso representa não apenas uma solução para os turistas que viajam a lazer, como também para quem viaja a negócios. Temos que buscar soluções a médio e curto prazo junto às empresas aéreas para minimizar os problemas decorrentes tanto no que diz respeito ao alto preço das tarifas como também para um melhor atendimento aos passageiros. Essa situação fica ainda mais preocupante em períodos de pico, como as férias de verão, bem como nos megaeventos, quando o fluxo de visitantes é maior, como aconteceu recentemente. M&E – Dentro da política de fomento ao turismo, quais as prioridades do senhor nesta etapa inicial de sua gestão? Sérgio Braune – Desde que assumi a pasta temos nos preocupado em valorizar a atividade com o seu peso na economia. Como estamos às vésperas da Copa do Mundo é preciso dar continuidade aos programas de fomento como o Pronatec, que tem por objetivo a capacitação da mão de obra. Precisamos de fato melhorar o padrão de atendimento ao turista. Não basta apenas ter a hospitalidade. É preciso investir cada vez mais na capacitação. Também temos trabalhado questões pontuais como a sinalização turística e a construção de novos centros de convenções para beneficiar o turismo de negócios. São questões que merecem uma atenção especial. Lembro que o setor privado pode dar também sua contribuição. As empresas que trabalham direta ou indiretamente com o turismo podem ajudar neste processo de capacitação. Um bom atendimento certamente é a nossa melhor ferramenta promocional de marketing. Quando isso não acontece quem perde é o país. M&E – Até que ponto as manifestações populares e imagens de depredação podem arranhar a imagem do país no exterior? Sérgio Braune – Claro que esse tipo de imagem, sobretudo de depredações, não ajudam em nada a nossa imagem no exterior. Mas lembro que foram casos isolados. Manifestações populares são comuns em diferentes países. São sinais de uma democracia e devem ser encaradas com naturalidade. Isso já aconteceu anteriormente em países que sediaram a Copa e, no Brasil, não será diferente. Aqui mesmo durante a Jornada não aconteceram incidentes e ocorreu tudo bem mesmo com as manifestações ocorridas contra o governador Sérgio Cabral.


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Política Fundação da Comissão de Turismo Integrado do Nordeste

Malha aérea ainda é obstáculo para crescimento do Turismo no Nordeste >> Recentemente, os secretários de Turismo de boa parte dos estados entregaram ao governo um documento onde defendem uma política de céus abertos como forma de incentivar a concorrência na aviação comercial brasileira. Segundo o presidente da Fundação da Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI-NE), Alberto Feitosa, é preciso haver regras que favoreçam a vinda de aéreas estrangeiras, mas também que evitem a quebra das nacionais por meio de uma legislação protecionista. Feitosa, que é também secretário de Turismo de Pernambuco, defende medidas para incentivo ao turismo regional e uma monitoração nos preços dos produtos e serviços para que o país não perca a competitividade.

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Alberto Feitosa

MERCADO & EVENTOS – O senhor é favorável a adoção de uma política de céus abertos para aumentar a competitividade e a oferta, reduzindo os preços das tarifas? Alberto Feitosa - Para o turismo, a política de céus abertos, como a assinada com os Estados Unidos, é uma boa notícia, por possibilitar a ampliação do fluxo de visitantes e impedir a elevação de preços por causa da maior concorrência. No entanto, outro aspecto que deve ser levado em consideração é a situação de nossas companhias aéreas. As companhias brasileiras têm um custo mais alto que as empresas americanas e europeias, por exemplo, fruto do complexo sistema fiscal e tributário do país e do chamado custo Brasil. Isso puxa nossa competitividade para baixo e, de certa forma, impende o crescimento de nossas empresas no mercado internacional. Portanto, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre a liberalização desse mercado e a sobrevivência das empresas nacionais. M&E - Como aproveitar melhor o legado dos megaeventos? Quais os gargalos e desafios a serem superados? Alberto Feitosa - Eventos como a Copa do Mundo são uma excelente oportunidade de divulgação, à medida que garantem grande visibilidade em todo o mundo. Seu legado, como foi verificado após as Copas da Alemanha e da África do Sul, tende a se estender pelos anos seguintes. Na África

do Sul, que foi o caso mais recente, houve um incremento de 25% no turismo. Se no Brasil chegarmos perto desse índice serão cerca de três milhões a mais de visitantes estrangeiros. Segundo estimativas da FIFA, a Copa de 2014 deve ter um impacto positivo de 1,5 ponto percentual no Produto Interno Bruto do país. Contudo, precisamos enfrentar alguns gargalos. Os principais são relacionados principalmente à infraestrutura. Ampliação dos aeroportos, malha aérea, estradas, transporte público e capacitação profissional são aspectos que precisam ser melhorados, não só para os eventos, mas sobretudo para absorver o crescimento do fluxo turístico no período pós-eventos. M&E - A s manifestações populares prejudicam nossa imagem no exterior? E o preço dos hotéis e passagens nos faz perder maior competitividade? Alberto Feitosa - As manifestações em si não prejudicam a imagem do país. Ao contrário, fortalecem a imagem da democracia. O que prejudica são as ações de oportunistas que aproveitam essas manifestações para praticar atos de vandalismo. Isso sim deve ser coibido. Já os preços, sem dúvida, comprometem nossa competitividade, tanto em relação ao turista doméstico quanto em relação ao turista estrangeiro. Se para os brasileiros do Sul do país ficar mais barato ir para o Caribe, naturalmente nossa competitividade é atingida. Recentemente, por exemplo, com o Real valorizado, muitos brasileiros optaram por viajar para fora do país. Hoje, esse cenário começa a mudar com a valorização do Dólar. M&E - O que falta ao Nordeste para ser reconhecido como principal produto turístico do país e como vê o segmento do turismo de Negócios com os novos centros de convenções? Alberto Feitosa - Estados como Bahia, Ceará e Pernambuco são os mais procurados por visitantes estrangeiros, por conta das suas praias, belezas naturais e por ter um povo reconhecidamente acolhedor e hospitaleiro. No entanto, falta ainda muito investimento e uma maior integração dos estados para que a região tenha mais destaque no cenário nacional e internacional. Em relação ao turismo de negócios, esse é um nicho de mercado que deve ser olhado cada vez com mais atenção. Trata-se de um público de elevado poder aquisitivo que, satisfeito com a forma com que foi atendido e com o que viu de atrativos durante um evento, com certeza voltará a passeio, com a família. Obviamente, mais uma vez esbarramos na questão da infraestrutura. Para fazer esse segmento turístico decolar é preciso ter centros de convenções estruturados.


Turismo LGBT

Turismo LGBT desbanca outros segmentos e já representa 5% do PIB Turístico Mundial PEDRO MENEZES >> Se o turismo LGBT é uma realidade ascendente no nosso país, em outros continentes já está mais do que consolidado. Responsável por movimentar US$ 65 bilhões só nos Estados Unidos, o segmento chega ao Brasil com força, proporcionalmente ligado a avidez do público gay por produtos específicos. Atualmente, o Brasil registra, por ano, aproximadamente, quatro milhões de turistas do segmento LGBT, entre eles, 10% de estrangeiros. Estudos publicados pela Abrat GLS colocam quase 40% do público LGBT nacional, viajando, em média, quatro a seis vezes por ano. Número significante para colocar o segmento turístico como um dos mais rentáveis já comercializados pelo trade. Quando se fala em futebol e, consequentemente, viagens para assistir a Copa ao redor do mundo, o público LGBT quebra as barreiras estereotipadas pela sociedade, demonstrando um interesse assíduo por esportes.

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No Brasil, de acordo com a Abrat GLS, o segmento gay é ignorado e não recebe a devida receptividade encontrada no atendimento ao público em geral. A forma equivocada em atender um determinado público pode não trazer benefícios ao Brasil, dentro de uma realidade que deve ser aproveitada ao máximo, trazendo frutos para a economia nacional. O público gay, em meio a conquista de seus direitos e indo de encontro a novas oportunidades de lazer e trabalho, vem crescendo e fomentando diversos setores, desde tratamentos estéticos e casamentos formais, até o próprio turismo.

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Turismo LGBT Abrat GLS

Segmento gay está sendo ignorado nas capacitações para a Copa >> O Turismo LGBT e suas exclusividades. É isso o que a presidente da ABRAT GLS, Marta Viana, pôde debater em entrevista ao M&E. De acordo com a presidente, o mercado turístico LGBT já representa 5% do total do mercado turístico. Constituído por um público que busca a diversão entre os mais variados segmentos, sem se preocupar com as economias, o Turismo LGBT é responsável por movimentar R$ 17 bilhões anuais no Brasil e ao redor do mundo os gastos chegam a US$ 70 bilhões.

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Marta Viana Dallachiesa

MERCADO & EVENTOS - Qual é a porcentagem que a senhora estipularia para ilustrar a presença do Turismo GLS em meio a outras categorias do setor no Brasil? Marta Viana - Em números bem conservadores podemos dizer que 5% do mercado turístico seja LGBT. Digo que são números conservadores porque todas as pesquisas feitas até hoje, seja no Brasil ou no exterior, mostram que gays & lésbicas viajam mais e gastam mais em viagens, portanto espera-se que este segmento tenha uma fatia proporcionalmente maior do turismo.

M&E - Não só no Brasil, mas ao redor do mundo, o número de Gays, Lésbicas e Simpatizantes que procuram pacotes de viagens segmentados aumenta gradativamente. Quais estratégias o mercado está tomando para manter este crescimento ao longo dos anos? Marta Viana - Essa busca por produtos segmentados é uma realidade neste momento que o Brasil vive, de crescimento recente da visibilidade do consumidor LGBT. No entanto, outros mercados mais maduros, já passaram desta fase. A avidez por produtos específicos por parte do gay brasileiro vem justamente desta recém-encontrada liberdade. As ofertas destes produtos específicos no mercado brasileiro ainda estão restritas. Por enquanto se acha mais produtos fora do Brasil do que aqui: sejam festas de circuito ou cruzeiros GLS. Para se ter uma ideia, há 10 vezes mais ofertas para o Turismo GLS lá fora do que no Brasil. M&E - Quais são as principais atividades que o turista GLS procura? Marta Viana - O turista GLS busca tanta variedade quanto o turista tradicional. Até porque não existe apenas um perfil de consumidor, existem vários. A promoção tende a ser mais

forte e visível para uma fatia deste mercado: jovens, homens, solteiros que buscam produtos como pacotes para eventos gays (Paradas de Orgulho, festas de circuito) e cruzeiros. M&E - Qual é o balanço que a senhora faz da movimentação econômica anual do Turismo GLS no Brasil? Marta Viana - Não existem ainda pesquisas específicas para o mercado de Turismo LGBT interno. Isso é algo que devemos tratar urgente com Ministério do Turismo para uma produção. A estimativa se baseia em uma percentagem da participação do Turismo no PIB Brasileiro. Por nossos cálculos, o segmento LGBT gasta no mínimo R$ 17 bilhões em Viagens e Turismo no Brasil. Nos EUA, o mercado de Turismo e Viagens dos LGBTs é estimado em US $70 bilhões. Ainda podemos crescer bastante. M&E - Acredita que a política dos países em liberar o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser responsável por fomentar ainda mais o Turismo LGBT? Marta Viana - Tenho certeza que o casamento igualitário, quando for devidamente regulamentado no Brasil, vai fomentar o Turismo. Este fomento no número de turistas aconteceu claramente na Argentina (com aumento de turistas gays estrangeiros) e também na cidade de Nova York. Estudos do C&VB de NY mostraram um incremento no Turismo local de US$ 150 milhões de dólares somente no ano passado, como resultado dos casamentos do mesmo sexo (gastos em cerimônias, lua de mel, festas, hospedagem de amigos e familiares etc.). Este é um nicho a ser explorado. Outras oportunidades que estão surgindo se referem a viagens para casais de gays e lésbicas com filhos, que são cada vez mais numerosos (15% dos gays e 25% das lésbicas americanos já possuem filhos) e que encontram pouquíssimos produtos para eles. M&E - É grande o público LGBT que se interessa pela Copa do Mundo? Marta Viana - Ao contrário do estereótipo, gays e lésbicas se interessam, e muito, por esporte. Basta vermos os dois eventos esportivos mundiais que atraem milhares de atletas e participantes (o Gay Games e Out Games). No entanto, infelizmente, este segmento está sendo ignorado nas capacitações de atendimento ao turista para a Copa do Mundo. Deveríamos preparar, no mínimo, todas as cidades-sede para atender bem ao turista LGBT que, sem dúvida, virá para estes eventos, mas isto não está nos planos do Ministério do Turismo. Alguns destinos brasileiros “gay-friendly”, como Salvador, Recife, São Paulo e Fortaleza, estão trabalhando com a ABRAT GLS e capacitando o trade turístico local. Fora estes destinos, o preparo está muito aquém do que gostaríamos e isto nos preocupa.


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Turismo LGBT IGLTA

Mercado LGBT movimenta bilhões ao ano e ainda tem muito a crescer

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John Tanzella

>> Um público que não se preocupa em gastar. Este é Estados Unidos, por exemplo, podemos estimar uma o primeiro mandamento visualizado pelos segmentos quantia que chega aos US$ 65 bilhões em gastos com turísticos que alcançam o nicho LGBT pelo mundo. Em esse tipo de turismo, de acordo com a Community contato com John Tanzella, presidente e CEO do IGLTA Marketing Inc, empresa de pesquisa localizada em São (International Gay and Lesbian Francisco, Califórnia. Travel Association), o MERCADO & EVENTOS teve acesso a informa- M&E - Quais estratégias o mercado está tomando ções que levam a crer em uma fo- para manter este crescimento ao longo dos anos? mentação permanente da economia John Tanzella - A IGLTA está aumentando, gradativapor parte deste público, que, grada- mente, seu investimento em divulgação, especialmente tivamente, aumenatravés das mídias sociais, no intuito de ta e encontra seu envolver mais os viajantes LGBT com os “A América espaço na diversão nossos membros ‘gay friendly’ em todo e nas leis, como o o mundo. O boca a boca sempre foi uma Latina e a casamento homosforma confiável de promoção de um desÁsia serão sexual já liberado tino e com as mídias sociais, fica muito em diversos países. mais fácil e rápido se conectar com os especialmente O segmento vem Somos, também, defensores de importantes para viajantes. sendo apontado seções específicas de LGBT nas diversas como o que mais feiras mundiais, como a ITB e FITUR, o crescimento gasta, chegando a além de esperarmos expandir este viés futuro do US$ 65 bilhões ao em mais viagens e feiras. A América ano nos Estados Turismo LGBT” Latina, que tornou-se um grande alvo Unidos, por exemagora, juntamente com a Ásia, serão plo. Sem dúvidas, este é um turismo especialmente importantes para o crescimento futuro. bastante promissor, com frentes engajadas na fomentação do segmento M&E - Acredita que a política dos países em liberar na América Latina e na Ásia, principais alvos atualmente. o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser responsável por fomentar ainda mais o Turismo LGBT? MERCADO & EVENTOS - Como você classificaria o John Tanzella - Temos acompanhado um aumento na mercado turístico LGBT ao redor do mundo? Pode- comercialização para turistas gays, em particular, nas mos colocá-lo como um mercado ascendente nesses áreas agora com o casamento gay legalizado. Na Arúltimos 10 anos? gentina, por exemplo, o escritório nacional de turismo John Tanzella - Nós definitivamente podemos classificar desenvolveu um departamento específico LGBT e criou este nicho como bastante crescente, tratando-se de um um orçamento fechado para promover seu país. Também segmento que viaja e gasta mais do que o público em vimos isso em lugares como Nova York, por exemplo, geral. Também visualizamos, nos últimos 10 anos, que as que fez uma pesquisa sobre os gastos do casamento entre empresas tradicionais estão se tornando, cada vez mais, homossexuais, depois de um ano dessa lei, e mostrou o adeptas desse Turismo LGBT, para mostrar que estão quanto essa característica está fomentando a economia incluídos no mercado e demonstrando a característica estadunidense. acolhedora, bem como desejando frutos para o seu negócio. M&E - Qual avaliação você faz deste segmento M&E - Qual é a porcentagem estipulada para ilus- perante o futebol. É grande o público LGBT que se trar a presença do Turismo LGBT em meio a outras interessa por Copa das Confederações e do Mundo? categorias do setor no Brasil? John Tanzella - Como todas as pessoas, dentro da coJohn Tanzella - O segmento é muitas vezes apontado munidade gay há muitos segmentos, inclusive os fãs de como o maior em gastos diversos com viagens. Só nos futebol. Isso não é incomum e vem crescendo.


Tecnologia

Tecnologia em evolução no Turismo ARTHUR STABILE >> O Brasil é um mercado que ainda está desenvolvendo seu potencial quando o assunto é tecnologia voltada para o turismo. Este segmento mantém sua evolução por espaços onde pode implementar atividades com foco em criar facilidades para agências, operadoras e, principalmente, para o público final. Ou seja, busca facidades para cada viajante dentro do país, independente de suas necessidades. O trade ainda é o foco das atividades, pelo fato de possibilitar e intermediar o contato da ferramenta com o turista. “Está em evolução, mas ainda há muita confusão nesse mercado, em especial na criação da solução adequada e específica para

cada agência”, é o que acredita o Country Manager da Amadeus no Brasil, Mario Ponticelli, quando questionado sobre o atual momento deste segmento em terras brasileiras. O crescimento na busca por soluções tecnológicas faz com que empresas do segmento cresçam, esta é uma consequência natural. Considerando o primeiro semestre deste ano, a Amadeus IT Holding S.A., principal empresa do Grupo Amadeus, somou crescimento de 5%, com 176,3 milhões de euros em seu valor e com receita 4% maior no período. Saindo do campo Brasil, a empresa alcançou 39,8% na participação do mercado global de reservas junto à agências

de viagens, total 1,6 pontos superior à mesma quantidade no ano passado. Com pensamento próximo ao de Mario Ponticelli, Antônio Loureiro, presidente da Travelport, entende e considera o país como um dos melhores mercados do mundo para soluções “front-end”, com muita competição e uso constante de tecnologias. “Diria que o segmento corporativo é a Fórmula 1 para testes que acabam por ser introduzidos no segmento do lazer e daí o seu beneficio imediato”, afirma. Mesmo assim, o principal representante da empresa considera que ainda há espaços no setor para onde se pode crescer, e cita a gestão de “middle e back office” como um destes espaços a serem preenchidos.

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Tecnologia Amadeus

Segmento está em processo de evolução no país >> Ao considerar o crescimento do segmento de tecnologia do turismo como criador de uma quimera, por existir a vontade geral de investir em novos canais de vendas sem o devido preparo tecnológico, Mario Ponticelli, Country Manager da Amadeus no Brasil, afirma que este segmento ainda está em processo de evolução no país. Ponticelli aponta que somente um entre três viajantes está com seu destino definido, e apresenta ferramentas da Amadeus para suprir esta demanda, dividida em soluções para aéreo, definição de destinos e agências de viagens. Executivo ainda traz outras soluções criadas pela empresa, assim como seu “crescimento progressivo desde 2010”. Confira a entrevista com o Country Manager:

Mario Ponticelli

MERCADO & EVENTOS - Quais foram os aplicativos lançados desde a última Feira das Américas? Mario Ponticelli: No Brasil, lançamos o Extreme Search – sistema que já está implementado em uma agência de viagens online brasileira, – e o Web Service de Carros, solução do mercado para venda de aluguel de carros online - implementado na locadora Mobility. Fora do Brasil, temos o Amadeus Master Price Featured Results - implementado numa grande online internacional.

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M&E - Como as novas ferramentas contribuem para o segmento do Turismo? Mario Ponticelli - As estatísticas nos indicam que somente 33% dos clientes sabem qual é o seu destino de viagens,

os outros querem ser inspirados. O Extreme Search e o Featured Results servem justamente para isso. São ferramentas que têm a finalidade de inspirar os clientes indecisos sobre a sua viagem. M&E - De que forma funcionam estas ferramentas? Mario Ponticelli - O Featured Results tem como função unir a tecnologia de pesquisa de voos com dados de BI de viagens para melhorar a experiência de compra dos usuários online não profissionais. Já o Extreme Search realiza pesquisas altamente específicas a partir de informações variadas, como por exemplo preço, atividades e região. O Web Service de Carros para o mercado online oferece às agências de viagens a possibilidade de vender serviços adicionais altamente rentáveis. M&E - Como avalia o segmento de tecnologia do Turismo no Brasil? Mario Ponticelli - Está em evolução, mas ainda há muita confusão nesse mercado, em especial na criação da solução adequada a cada a agência. O grande crescimento do segmento online está criando uma quimera, pois todos querem entrar em novos canais de venda, mas, atualmente, poucos estão preparados tecnologicamente para isso ou compreendem pouco o custo e o valor real da tecnologia. M&E - Qual a perspectiva de crescimento da Amadeus para este ano? Mario Ponticelli - A Amadeus desde 2010 vem progressivamente crescendo no mercado e queremos que essa tendência continue nos próximos anos. A empresa está corretamente associada à tecnologia e o mercado está cada dia mais necessitado destas tecnologias e de um parceiro de TI, não unicamente de um GDS.

Crescimento do setor Não só o segmento de tecnologia está crescendo. As empresas que formam o setor estão se desenvolvendo, como é o caso da Amadeus. Financeiramente, seu sucesso está mantido com o crescimento de 5% da Amadeus IT Holding S.A., principal empresa do Grupo Amadeus, durante o primeiro semestre de 2013. Neste período, seu valor totalizou 176,3 milhões de euros, alavancado pela alta de sua receita, 4% maior nestes meses (porcentagem foi de 4,7%, ajustado pelo tipo de câmbio), alcançando 795 milhões de euros.

Outro ponto de crescimento foi na participação no mercado global de reservas aéreas realizadas junto com as agências de viagens. Agora, a participação é de 39,8%, 1,6 ponto percentual maior em comparação com o último trimestre de 2012. Com isso, as soluções de TI tiveram receita 9,8% maior (182,9 milhões de euros) pela migração de companhias aéreas para a plataforma Altéa. Mais companhias significa mais passageiros embarcados, 13,6% maior neste intervalo, com 131,7 milhões de pessoas pela plataforma. Levando em consideração os

atuais contratos firmados pela Amadeus, a estimativa da empresa é que 800 milhões de passageiros sejam embarcados durante 2015 pela Altéa. Caso confirmado, este aumento será de 42% quando comparado com quantidade embarcada durante 2012. Aeroportos – Além de aéreas, aeroportos europeus atuam com sistemas da Amadeus. Munique, na Alemanha, e Copenhague, na Suíça, são cidades cujos aeroportos receberão os sistemas Amadeus Airport Sequence Manage e Amadeus Airport Fixed Resource Optimiser, respectivamente, durante 2013 e 2014.


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Tecnologia Travelport

Planos no Brasil são ambiciosos, com projetos para os próximos quatro anos >> Comparando o mercado corporativo com uma Fórmula 1 para testar produtos, Antônio Loureiro, presidente da Travelport, garante que a empresa entrou definitivamente neste “complexo e competitivo mercado”. Para o presidente, a prioridade da empresa no momento é concluir o processo de interface com todos os fornecedores. Os planos no Brasil são ambiciosos, com projetos para os próximos quatro anos. Ele vê o país como um dos melhores mercados do mundo para soluções “front-end”, com muita competição e uso constante de tecnologias. Mas considera que ainda há para onde crescer, e cita a gestão de “middle e back office” como um destes segmentos.

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Antônio Loureiro

neste momento a conclusão do interface com todos, sem exceção, os fornecedores de tecnologia da atividade econômica das viagens e turismo no Brasil. M&E - Como as novas ferramentas contribuem para o segmento do Turismo? Antônio Loureiro: Todas as ferramentas desenvolvidas pela Travelport ou em parceria contribuem para o segmento do Turismo. Diria que o segmento corporativo é a Fórmula 1 para testes que acabam por ser introduzidos no segmento do lazer e daí o seu beneficio imediato. Sendo a Travelport uma das maiores inovadoras em alternativa ao GDS tradicional, é evidente que procuramos que nossa postura corresponda a este perfil. M&E - Qual a perspectiva de crescimento da Travelport para este ano? Antônio Loureiro: A Travelport lançou um plano de ação bastante ambicioso para o Brasil para os próximos quatro anos, porém ainda não falaremos em números. Sendo a Travelport uma multinacional, os números de lucro esperados para 2013 não são possíveis de divulgar ao nível de um país.

MERCADO & EVENTOS - Quais foram os novos aplicativos lançados desde a última Abav? Antônio Loureiro: Desde a última Abav, a Travelport apostou maioritariamente em soluções de aumento de M&E - Como avalia o segmento de tecnologia para produtividade. Os desenvolvimen- o Turismo no Brasil? tos introduzidos Antônio Loureiro: Um segmento muito no Smartpoint – robusto e ativo ao nível de soluções no “Fizemos da nova tela com interface gráfico –, com “front-end”, seja para utilização profismobilidade funcionalidades acrescidas ao nível sional ou para acesso direto pelo conda busca e aumento no nível de resuma das nossas sumidor ou empresa. Nesta vertente o postas a novas variáveis, contribuem Brasil se posiciona como um dos memaiores apostas” lhores mercados do mundo e também decisivamente para uma poupança do número de entradas criptadas e dos mais competitivos com utilização de um aumento da qualidade da venda. Também fize- tecnologias de uma forma constante. Contudo, no meu mos da mobilidade uma das nossas maiores apostas. entender, ainda tem caminho para percorrer na área de gestão “midlle e back office”, nomeadamente na captação M&E - Com quais ações? de dados e disponibilização de CRM, e controle financeiro Antônio Loureiro: O lançamento mundial da solução que possibilitem a automatização no carregamento de TMA, suportada numa parceria com a TTS (Travel conteúdos para o “front-office” de uma forma integrada. Technology Systems) banalizou definitivamente a portabilidade do acesso a todas as plataformas da Travelport, M&E - O Brasil pode ser uma referência no setor? sejam elas Galileo Wordlspan e Apollo. Para além destas Antônio Loureiro: Dizendo isto que apresentei, não signovidades citadas, o enriquecimento dos conteúdos nifica que o Brasil não esteja a todo o vapor para se tornar permitiram à Travelport entrar definitivamente no um exportador de soluções tecnológicas para a atividade complexo e competitivo mercado corporativo, sendo que econômica das viagens e turismo. Nessa área, graças a sua neste momentos grandes contas corporativas geridas por presença global, a Travelport pode, e deve ser encarada, um dos nossos clientes já são atendidas na plataforma como um valor agregado para esses fornecedores como do Galileo. Contudo, as nossas grandes prioridades são veículo de promoção dessas soluções para outros países.


Turismo de Aventura / Ecoturismo / Turismo Rural

Cresce a procura do Turismo focado na natureza PEDRO MENEZES E ARTHUR STABILE >> Se o turismo voltado para a natureza está se tornando uma tendência a longo prazo no Brasil? Tenha certeza que sim! O lazer turístico relaxante ou radical, acompanhado da distância dos centros urbanos, vem fomentando o segmento em áreas verdes, contempladas, muitas vezes, por belas cachoeiras, fauna e flora, por um ar puro e por uma relaxante ausência de responsabilidades. Todos esses ingredientes estão sendo bem explorados pelas empresas que diversificam seus investimentos e potenciais por dentro das privilegiadas rotas turísticas que o Brasil pode oferecer.

Considerada como a Copa Verde pelos estrangeiros, de acordo com Adriana Schmidt, diretora de Comunicação da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), a Copa 2014 deve receber o perfil diferente de outras Copas, onde a maioria dos turistas era do sexo masculino. De acordo com Adriana, as distâncias relativamente grandes no Brasil fazem com que o viajante se desligue um pouco dos jogos e possa conhecer os arredores de cada cidade-sede, atraídos por suas peculiaridades. E dentro dessa característica esperada para 2014, o

Turismo de Aventura, que hoje é traduzido pelo segmento como atividades da cultura da vida ao ar livre, vem embalado pela Copa Verde, em meio a um esquematizado marketing de oportunidade. Composto pela vida no campo que dispõe do ecoturismo, esportes radicais, entre outras atividades que mesclam adrenalina e tranquilidade, o Turismo de Aventura / Ecoturismo vem mantendo uma média de 15% de crescimento ao ano, medidos desde 2003. Pioneiro em criar normas específicas para o segmento, o Brasil atualmente é considerado referência mundial no assunto.

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Turismo de Aventura / Ecoturismo / Turismo Rural Abeta

Abeta considera Turismo de Aventura a maior vocação do setor em expansão >> Considerada a Copa Verde para os estrangeiros, a Copa do Mundo do Brasil de Futebol 2014 deve ser mais familiar. Essa é opinião da diretora de Comunicação da Abeta, Adriana Schmidt. Na sua opinião o fato de se colocar as distâncias das cidades-sede como fator principal para um possível turismo alternativo em conjunto com a família em meio ao espaçamento entre os dias de jogos, favorece as viagens. Característica essa que pode fomentar outros setores do Turismo, como o de aventura praticado pela Abeta. Lembra que são mais de 70 atividades oferecidas pelo setor e que têm grande apelo junto ao turista estrangeiro.

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Adriana Schmidt

MERCADO & EVENTOS - O Turismo de Aventura e o EcoTurismo possuem uma demanda bem segmentada. Quais são as estratégias encontradas por este segmento para atrair turistas que chegarão ao Brasil para a Copa do Mundo? Adriana Schmidt - A Copa 2014 é considerada como a Copa Verde pelos estrangeiros. Acredita-se que nesta Copa, o perfil do turista será diferente de outras, em que a maioria dos turistas é homem. Como as distâncias são relativamente grandes no Brasil, acredita-se que os turistas virão em família. E como temos um espaço de cerca de cinco dias entre cada jogo na mesma cidade, eles terão este tempo para conhecer os arredores. Acreditamos que o próprio marketing do Brasil e da Copa Verde já sejam um atrativo para que estas pessoas desfrutem do turismo de aventura que, hoje, é traduzido pelo segmento como atividades da cultura da vida ao ar livre. Todas as cidades que receberão os jogos da Copa oferecem atividades de turismo de aventura. Precisamos ter inteligência para explorar ao máximo esta excelente oportunidade. M&E - Qual cenário atual deste segmento no Brasil? Quais estratégias devem ser utilizadas para manter ou aumentar o nível de procura por essas atividades turísticas? Adriana Schmidt - O cenário do turismo de aventura nunca foi tão bom. Está em pleno crescimento, principalmente baseado no fato de que este segmento é encarado, atualmente, como a cultura de vida ao ar livre e possui cerca de 70 atividades, que vão desde observação de vida selvagem, até mergulho, rafting, passeio de bugue nas dunas, caminhadas, entre outras atividades. A fuga dos

grandes centros e a busca de momentos juntos á natureza, que está sempre bem alinhada como o bem-estar e qualidade de vida, é uma das estratégias. M&E – Na sua opinião quais são as principais cidades que têm vocação para i Turismo de Aventura e o EcoTurismo no Brasil? Quais são as principais restrições encontradas pelo usuário? Adriana Schmidt - Hoje temos alguns destinos que são mais procurados, como os dois parques nacionais de maior visitação, que são o Parque Nacional da Tijuca (RJ) e o Parque Nacional de Foz do Iguaçu (PR). Além disso, regiões importantes como as de Bonito (MS), Pantanal (MT/MS), Chapada Diamantina (BA), Fernando de Noronha (PE) e Brotas (SP), por exemplo, são bem vistas pelo público. Estes são alguns destinos amplamente procurados para esse tipo de atividade. Não existe uma idade adequada para a prática do turismo de aventura. Existe uma idade mínima, que é a partir dos 7 anos, quando a criança tem um pouco mais de “independência” para realizar as atividades. Mas a faixa etária predominante nesta atividade está entre os 18 e 40 anos. Hoje não existe uma restrição para o praticante. Por exemplo, em Socorro, no Parque dos Sonhos, é possível fazer atividades verticais (tirolesa, rapel) com pessoas com dificuldades motoras, além de grupos que trabalham com observação de aves para cegos. No mercado, já existem empresas especializadas que atendem o turista com dificuldades motoras e físicas. Basta querer praticar e buscar uma empresa especializada que desenvolve a atividade. O turismo de aventura está cada vez mais ao alcance de todos no Brasil. M&E – A questão da segurança é sempre uma preocupação principalmente para os operadores internacionais. Como o setor lida com isso? Quais as principais estratégias para seguir crescendo? Adriana Schmidt - Pela nossa experiência, temos a clara certeza de que o segmento vem criando força e se desenvolvendo muito de cinco anos para cá. Neste tempo foi desenvolvido o programa “Aventura Segura”, em que as empresas do ramo se profissionalizam através de aplicações de um sistema de gestão de segurança. Aliás, hoje o Brasil é referência neste assunto em âmbito mundial. Essa referência brasileira pode ser comprovada na criação da ISO 14890, que será exigida em todo o mundo e que está baseada nas normas brasileiras. Será focada em gestão de segurança e as empresas brasileiras têm a oportunidade de serem as primeiras no mundo a terem essa certificação. Isso deixaria o Brasil em uma melhor posição no segmento, com grandes possibilidades de sermos o número 1 em destino de aventura mundial, posto ocupado, atualmente, pela Nova Zelândia.


Turismo de Aventura / Ecoturismo / Turismo Rural Brazilian Adventure Society

Operadoras precisam se preparar para atender visitantes estrangeiros >> Sair do turismo tradicional, que oferece Carnaval, futebol, praia e mulheres bonitas, e se aventurar. Essa é a proposta de Sergio Franco, presidente da Brazilian Adventure Society, que revela em entrevista ao M&E as particularidades de um segmento turístico que, ao contrário do que pensam, atinge todas as idades. Apresentando um crescimento médio de 15%, desde 2003, o Ecoturismo e o Turismo de Aventura aproveitam o momento dos megaeventos para ampliar a visão dos turistas nacionais e internacionais, em conhecer atividades que, por muitas vezes, só podem acompanhar através da TV. MERCADO & EVENTOS - Quais são as estratégias elaboradas pela Sociedade Brasileira de Aventura para atrair turistas que terão o privilégio de desembarcar no Brasil para acompanhar a Copa 2014? Sergio Franco - Queremos ajudar a divulgar um Brasil que, provavelmente, esses turistas ainda não conhecem. Mostrando o que temos, além de Carnaval, Futebol, praias e mulheres bonitas. Os mais de 4.000 associados da BAS (Brazilian Adventure Society) são aventureiros, fazem expedições o tempo todo e boa parte delas dentro do Brasil. Produzem materiais em vídeo e fotos, conteúdo cobiçado pelas mídias internacionais. Com a divulgação do país com a Copa, estaremos ajudando a ampliar a visão dos potenciais turistas estrangeiros em relação às possibilidades de atividades que encontrarão no Brasil.

M&E - Quais as principais estratégias para seguir crescendo? Sergio Franco - O mercado continua crescendo, principalmente em relação ao turismo interno. Nesta primeira fase, a grande importância desse tipo de turismo foi que ele aconteceu nas regiões mais inóspitas, que não tiveram outras oportunidades de desenvolvimento econômico, ou pela dificuldade de acesso, ou por serem impróprias para agricultura extensiva ou por serem distantes. Foram esses fatores que permitiram que a natureza fosse preservada e se tornasse o principal componente desse produto turístico.

Sergio Franco

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M&E - Quais são as principais cidades e regiões brasileiras trabalhadas pela Sociedade Brasileira de Aventura? Quais áreas podem ser consideradas em expansão no Turismo de Aventura e Ecoturismo? Sergio Franco - Todas as cidades-sede da Copa têm no seu entorno uma grande quantidade de destinos de ecoturismo e aventura. A Copa será uma grande oportunidade para esses destinos entrarem em contato, muitos pela primeira vez, com estrangeiros e medir como está a adequação do

M&E - Qual cenário atual do segmento no Brasil? Quais estratégias devem ser utilizadas para manter ou aumentar o nível de procura por essa atividade turística? Caso esteja em alta, como o senhor avaliaria esse aumento em relação a 2012? Sergio Franco - Nos últimos dez anos as várias modalidades de turismo na natureza (Ecoturismo, Turismo de Aventura, Turismo Rural etc.) foram as que mais cresceram. Não existem pesquisas recentes, mas as últimas, feitas pelo MTur, demonstravam um crescimento médio de 15% ao ano. Após adquirir experiência com o mercado interno, as operadoras de Ecoturismo e Turismo de Aventura precisam se preparar para atender visitantes estrangeiros, adaptando seus produtos às expectativas desse público, que são muito diferentes em comparação aos brasileiros. Além disso, terão que qualificar suas equipes, entendendo as diferenças culturais, a língua e desejos. Um primeiro passo foi dado através do programa “Aventura Segura”, realizado pelo MTur, Abeta e Sebrae, quando foram criadas as normas para certificação das operadoras. Garantir a segurança dos turistas é uma das premissas para atrair estrangeiros. Aliás, o Brasil foi o primeiro país a criar normas específicas para Turismo de Aventura e hoje é a referencia mundial no assunto.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

M&E – Qual a média de idade para o Turismo de Aventura e o Ecoturismo? Quais são as principais restrições encontradas pelo turista? Sergio Franco - Ao contrário do que pensam, essas atividades atingem todas as idades. Hoje, a maior parte das operadoras está focada em famílias que buscam atividades ao ar-livre e os produtos turísticos de sucesso são aqueles que integram atividades tanto para crianças como para a terceira idade. Para a maior parte das pessoas, principalmente para as que vivem nos grandes centros, uma pequena caminhada por uma trilha já pode ser uma grande aventura.

seu produto para esse público e sua capacidade de atendê-lo. Agora, mais do que o resultado durante o período da Copa, o que mais interessa é usar esse período para se preparar e aproveitar o potencial que temos para o turismo internacional.


Turismo de Aventura / Ecoturismo / Turismo Rural Idestur

Panorama aponta mais de 6,3 mi de visitantes para o Turismo Rural >> Mantendo sua expansão, o Turismo Rural cresce como fruto de esforços concentrados ao ver a área com visão empreendedora e inovadora. Assim define como motivos para o desenvolvimento do turismo rural a presidente do Idestur, Andreia Roque. Uma das ações para fortalecer os destinos rurais foi o Guia de Produtos Tradicionais Rurais, que, segundo Andreia, integrou a atividade com produtos de tradição local e a perspectiva de ser um diferencial para os grandes eventos internacionais. Confira abaixo a entrevista com a presidente do Idestur.

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Andreia Roque

MERCADO E EVENTOS - No 39° Congresso da Abav, a senhora disse que o Brasil seria líder no ranking mundial do Turismo Rural em cinco anos. Como está este processo? Andreia Roque - A atividade do Turismo Rural tem despontado nos últimos anos no Brasil como um dos segmentos do mercado turístico que apresenta grande crescimento em número de produtos ofertados e resultados obtidos. Até a pouco tempo, o turista que desejasse vivenciar roteiros de turismo rural, visitando produtos realmente estruturados, precisava se deslocar para destinos referencia como a Europa ou Argentina. Hoje, o Brasil apresenta múltiplos destinos que ofertam inesquecíveis experiências de grande qualidade e certamente será o grande destino da atividade. O desenvolvimento deste setor não ocorreu por acaso, foi fruto de esforços concentrados de empresários que identificaram esta atividade como negócio, com uma visão empreendedora e inovadora. M&E - As diversas variações do Turismo Rural, como ecoturismo, aventura e esportes, caminham para uma integração no sentido de atrair mais turistas? Andreia Roque - Turismo no espaço rural tem diversas variações sim, sendo uma delas o turismo rural, ecoturismo, aventura e esporte, pois usa do universo rural como sua área de ação, tendo, porém, ofertas e objetivos diferentes e sim caminham para a integração para atrair mais turistas. Segundo a análise dos resultados obtidos do Panorama Empresarial do Turismo Rural deste ano que passou, estudo fruto de uma parceria entre Sebrae Nacional e Idestur, permite o reconhecimento da exis-

tência destas atividades integradas por todo o país, com o surgimento de novas ofertas em todas as regiões. A descentralização dos antigos destinos turísticos rurais, anteriormente localizados no sul e sudeste do Brasil, também pode ser verificada entre os dados da pesquisa, gerando o fortalecimento do setor. M&E - Os primeiros resultados alcançados pelo Guia de Produtos Tradicionais Rurais foram de acordo com as expectativas? Andreia Roque - Sim, pois integrou a atividade com produtos de tradição local e a perspectiva de ser um diferencial para os grandes eventos internacionais no Brasil, porque percebe-se o incremento do número de turistas internacionais nas atividades turísticas rurais, a procura de conhecer produtos tradicionais em oferta no Brasil, como as Fazendas Históricas de Café em São Paulo, Engenhos de Açúcar no Nordeste, Agronegócio de Mato Grosso, entre outras experiências diferenciadas, são na atualidade um dos novos produtos ofertados no mercado externo e o guia inovou a procura do mercado ofertando informações e em inglês, japonês e português. Cabe ressaltar que nos próximos anos com a realização de megaeventos no Brasil prometem aquecer o mercado turístico e o turismo rural pode e deve ser inserido nesta realidade com seus produtos tradicionais e diferenciais. Porém, terá sucesso e sobreviverá somente aquela empresa que estiver preparada para este novo momento. M&E - Quais os dados obtidos pelo turismo rural durante o primeiro semestre de 2013? Andreia Roque - Como já vinha sendo demonstrando nos dados das pesquisas anteriores do Panorama Empresarial do Turismo Rural- PETR há uma forte tendência de fortalecimento dos novos empresários do turismo rural. Moradores de grandes centros urbanos que optaram em um novo momento por retornar ao campo, comprar propriedades e aprender novas formas de produção, agregam seu conhecimento adquirido em atividades anteriores à vida do campo tornando-se empresário do turismo rural e da produção agropecuária. Destaca-se o aumento da demanda dos públicos da melhor idade, das escolas (pedagógico) e o técnico-científico, que tem procurado a área rural para desenvolver suas atividades. M&E - A perspectiva é alcançar quantos visitantes durante este ano? Andreia Roque - Não sei quantos visitantes, mas podemos ter incremento. Temos uma idéia de quanto movimentaremos neste ano a partir do panorama do Idestur, que aponta para mais de 6,3 milhões.


Santa Catarina

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com atrações

Destino completo,

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o ano todo


Setur / Balneário Camroriú

Praia Central em Balneário Camboriú, município que na alta temporada recebe, aproximadamente, 1,5 milhão de turistas

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Praias e cachoeiras para curtir o verão da melhor forma >> A capital de Santa Catarina é um dos mais importantes destinos turísticos do Brasil. O município se espalha por uma ilha costeira – a Ilha de Santa Catarina – e por alguns bairros localizados numa pequena península continental. Nesse território contam-se uma centena de praias, montanhas, áreas de preservação permanente, Mata Atlântica, dunas e duas grandes lagoas: a do Peri, o maior reservatório de água doce da ilha, e a da Conceição. Florianópolis tem 100 praias, de todos os tipos, desde enseadas abrigadas até aquelas de mar aberto e com ondas grandes, boas para o surfe. Algumas são famosas e muito procuradas, como Jurerê Internacional, Jurerê, Canasvieiras, Ponta das Canas, Lagoinha, Brava,

Ingleses e Santinho (Norte da ilha); Moçambique, Barra da Lagoa, Mole e Joaquina (Leste); Campeche, Armação e Pântano do Sul (Sul). A Lagoa da Conceição possui águas calmas, esverdeadas, transparentes e pouco profundas. Na Lagoa do Peri as águas são rasas e cristalinas. Saindo de Floripa em direção à Serra Verde e Mar, nos deparamos com mais belezas. O litoral catarinense é um dos mais bonitos do Brasil: são dezenas de praias com areias brancas e águas azuis transparentes, a maioria delas emolduradas por morros verdejantes; balneários movimentados e recantos bucólicos, alguns quase selvagens; enseadas abrigadas e praias de mar aberto. O menor município catarinense está localiza-

do numa península caprichosamente desenhada, com baías, enseadas e praias. Em Bombinhas, a transparência das águas e a biodiversidade marinha atraem os praticantes de mergulho, que encontram costões para snorkeling e operadoras bem equipadas para o mergulho autônomo. Sua orla, formada por belas praias, ainda oferece boas condições para surfe, vela e esqui aquático. Com cerca de 75% do seu território composto de áreas de preservação, Bombinhas também mostra uma natureza exuberante em terra. Trilhas ecológicas apresentam aos turistas as riquezas da Mata Atlântica, cachoeiras e diversas espécies de animais e plantas. Balneário Camboriú, moderno e cosmopolita, tem atrações que garantem diversão


adocicado. Lages e Urubici são outras duas cidades que não podem deixar de ser visitadas. A primeira é considerada a capital nacional do Turismo Rural, onde o visitante pode fazer atividades ligadas à vida nas fazendas, como pescar, andar a cavalo, ordenhar vacas e saborear um bom churrasco. Já Urubici abriga inúmeras cachoeiras, rios, nascentes, grutas, trilhas, morros e serras. Uma das dicas é o Morro da Igreja, o ponto mais alto do estado, com 1.828 metros de altitude. O lugar tem formação rochosa com uma fenda de 30 metros de diâmetro, conhecida como Pedra Furada. Há ainda Aparados da Serra, onde o visitante irá encontrar paisagens de tirar o fôlego. Situada entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a região concentra o maior número de nascentes de águas do Brasil e a maior área de Mata Atlântica preservada. Além de paredões que parecem ter sido esculpidos e que possuem mais de 1.200 metros de altura. Entre eles correm as águas cristalinas dos rios, que formam piscinas naturais, corredeiras e cachoeiras.

Carlito Ferreira

Praia de Porto Belo e cachoeira em Bom Jardim da Serra: diferentes opções para curtir o verão

24 horas também na baixa temporada e recebe visitantes durante o ano inteiro. Na alta temporada, aproximadamente 1,5 milhão de turistas procuram o município – dos quais, pelo menos 100 mil vêm de outros países. Dia e noite, de janeiro a dezembro, o agito é intenso na Avenida Atlântica, que contorna a Praia Central e concentra movimentados bares, casas noturnas, bons hotéis, lanchonetes e restaurantes especializados em frutos do mar e cozinha internacional. Para quem gosta de água doce, cidades como Bom Jardim da Serra, Urubici, Urupema, São Joaquim e Lages fazem parte do roteiro que registra algumas das paisagens mais bonitas do sul do Brasil. Acolhidos em hotéis-fazenda ou em aconchegantes pousadas rurais, os turistas que chegam à Serra Catarinense podem combinar o prazer da rusticidade com o deleite da gastronomia farta e rica. A tranquila São Joaquim é um dos destaques. No final de setembro, a belíssima florada das macieiras e das cerejeiras (árvores comuns na região) enche o ar com perfume suavemente

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Baleias: ilustres visitantes em SC

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>> Entre os meses de junho e novembro a Praia do Rosa, no município de Imbituba (e também em Garopaba) se transforma em um grande berçário de baleias Franca - a segunda mais ameaçada de extinção do planeta. Neste período, centenas delas, vindas da Patagônia, vão para o destino em busca de águas mais quentes para dar à luz e amamentar seus filhotes. Os exemplares que visitam o litoral catarinense medem aproximadamente 8 metros e pesam 60 toneladas. Nadando muito próximas à costa, logo após a arrebentação das ondas, elas podem ser vistas até mesmo da areia. De comportamento dócil destes animais

gigantes surpreendem. Assisti-los brincando com os filhotes, exibindo as nadadeiras, a cauda, saltando ou mesmo amamentando tem encantado turistas de todas as idades. No Rosa, a faixa de areia da praia mede exatamente dois quilômetros de extensão. Em cada extremidade costões rochosos compõem a paisagem, que ganha mais beleza com a lagoa de água salgada localizada no meio da praia e com o sugestivo nome de “Lagoa do Meio”. Descoberta nos anos 1970 por pescadores, na década seguinte foi “invadida” pelos surfistas e em 90 por turistas. Hoje excelentes hotéis e pousadas fazem parte deste belo cenário.

Na Praia do Rosa os turistas podem observar as baleias Francas de pertinho


Vá pedalando!

Cicloturismo atrai visitantes para várias regiões do Estado >> Grupos em todo o mundo reúnem-se cada vez mais para conhecer diversos destinos, exercitando-se por meio do cicloturismo. Isso mesmo! Neste caso, a bicicleta não é utilizada somente como meio de transporte, mas como uma companheira de viagem. Santa Catarina foi o primeiro estado brasileiro a criar roteiros turísticos para serem apreciados em viagens curtas de bicicleta, num contato mais próximo com a natureza e a cultura local, com apoio de guias e empresas especializadas. O cicloturista não tem preocupação com desempenho ou velocidade, ele busca conhecer mais a fundo os locais onde passa, aproveitando o máximo da cultura, gastronomia, natureza e, principalmente, o contato com as pessoas. Praticamente

todas as cidades possuem zona rural com estradas de chão batido, que passam por florestas, riachos ou cachoeiras, campos e plantações, em montanhas ou planícies; à beira dessas estradas moram pessoas de hábitos simples, trabalhadores rurais, fazendeiros e camponeses, que sempre têm uma história boa pra contar; essas estradas dão acesso a elementos de arquitetura como casarões e casebres, engenhos, igrejas e monumentos, muitos dos quais identificados com a cultura e a colonização local; durante o percurso, o cicloviajante se depara com festas tradicionais, o folclore local, os hábitos, o linguajar, a culinária e as crenças dos moradores. Em Santa Catarina, o circuito pioneiro é o do Vale Europeu. Criado em 2006,

passa pelas cidades de Timbó, Pomerode, Indaial, Rio dos Cedros, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Rodeio, Apiúna e Ascurra, que preservam características das colonizações alemã e italiana. Os trajetos trocam as rodovias asfaltadas, de grande movimento, por estradas de terra, trilhas e caminhos em meio ao verde. Hoje, há ainda roteiros organizados nas regiões da Grande Florianópolis, da Costa Verde e Mar, da Serra Catarinense e do Caminho dos Cânions. A Rota das Baleias é um circuito de bicicleta que abrange as praias de Laguna até Palhoça, programado entre junho e novembro (temporada das baleias-francas). Nos Aparados da Serra, os cicloturistas seguem as trilhas das bordas dos cânions Itaimbezinho e Fortaleza.

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Abav - Feira das AmĂŠricas ď‚&#x; Setembro 2013

Hermes Bezerra / Fonte Letras Brasileiras

Norberto Cidade

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Ricardo Ribas / Fonte Letras Brasileiras


Santa Catarina dos esportes e da aventura cachoeira com piscinas naturais. O parque disponibiliza guia mediante agendamento e a caminhada dura cerca de uma hora. Também pela Lagoa do Peri pode ser feita a trilha para Ribeirão da Ilha, num passeio mais difícil, por conta das duas horas andando por trechos de grandes desníveis. Ali, na pequena comunidade do sul da ilha, é possível ver um engenho tradicional, fruto da colonização açoriana, e provar as famosas ostras de Florianópolis. Não só a terra e as águas, mas também o ar da cidade é tomado pelo esporte através dos voos de parapente. Há saídas do Morro da Lagoa, Morro da Mole ou Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, e os passeios dependem do bom tempo. Os voos – duplos, com guia – contemplam paisagens das Praias Mole, Galheta e Joaquina; da Lagoa da Conceição; ou de um vale envolto em montanhas e cachoeiras. Ricardo Ribas

>> Os esportes também não ficam de fora na lista de atrações do destino. A capital, Florianópolis, é cercada por morros e mata, a Lagoa da Conceição é referência para os esportistas – além das atividades aquáticas, como o windsurfe e o stand up paddle, há também as trilhas pelo entorno do local. Uma das mais famosas é o Canto dos Araçás, que passa pelo meio da Mata Atlântica e leva à pequena comunidade de Canto da Ilha, tombada como Área de Preservação Cultural por preservar a cultura pescadora e rendeira dos açorianos. Há a opção de pegar uma baleeira para chegar até ali, mas a porção “aventura” do passeio está mesmo na caminhada de cerca de quatro horas. Menos longa é a Trilha da Gurita, que passa pelo Parque Municipal da Lagoa do Peri, percorrendo alguns casarões de donos de engenhos do século 19 e levando até uma

Ao lado, a Lagoa do Peri. Acima, esportes na Lagoa da Conceição

A mistura étnica ocorrida na região Sul resultou em uma culinária completamente diferente do resto do país. A culinária do litoral, porta de entrada dos descobridores portugueses e dos colonizadores açorianos, é baseada em frutos do mar. No Caminho dos Príncipes e no Vale Europeu - núcleos alemães - o pescado sai de cena e a carne suína protagoniza iguarias com temperos picantes e sabor forte, tudo regado à cerveja. A influência alemã está presente

em pratos como chucrute com vina, kassler (chuleta de porco), eisben (joelho de porco) e bockwurst (salsicha). O ente mit rotkohl (marreco com repolho roxo) já é uma adaptação com ingredientes nativos das terras brasileiras. Destaque para as confeitarias alemãs, um verdadeiro paraíso de delícias, doces e salgadas - uma das mais conhecidas é o Appfelstrudel, folhado de maçã, mas as cucas e empadas também valem a pena, assim como os muitos

outros produtos coloniais, com destaque para as geléias e embutidos artesanais. Maior leva de imigrantes, os italianos se espalharam pelo Estado. Suas acolhedoras cantinas típicas estão presentes em todas as regiões com as massas, a polenta e o frango. Vale a pena enveredar pelos caminhos coloniais que levam às comunidades tradicionais do interior rural, onde os costumes dos pioneiros ainda fazem parte do cotidiano e os sabores são mais autênticos.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Roteiro gastronômico catarinense acompanha a saga da colonização

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Caio Pimenta

Mapa das regiões turísticas O Estado de Santa Catarina possui 5,9 milhões de habitantes em 293 municípios distribuídos por uma área de 95.346 km2, divididos em dez regiões turísticas

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DEZ REGIÕES TURÍSTICAS DE SANTA CATARINA REGIÕES

PRINCIPAIS CIDADES

OUTRAS CIDADES DE INTERESSE

Caminho dos Príncipes

Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, São Francisco do Sul

Rio Negrinho, Campo Alegre, Corupá, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Itaiópolis, Mafra, Itapoá

Costa Verde e Mar

Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Porto Belo, Navegantes, Balneário Piçarras

Bombinhas, Penha, Camboriú, Ilhota, Luís Alves

Vale Europeu

Blumenau, Pomerode, Brusque, Nova Trento, Rio do Sul

Gaspar, Indaial, Timbó, Botuverá, Ibirama, Apiúna, Rodeio, Rio dos Cedros, Presidente Getúlio, Doutor Pedrinho, Benedito Novo

Grande Florianópolis

Florianópolis, Governador Celso Ramos, São José, Palhoça

Biguaçu, Águas Mornas, Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado, São Pedro de Alcântara, Angelina, Antônio Carlos, Anitápolis, São Bonifácio

Encantos do Sul

Laguna, Imbituba, Garopaba, Criciúma, Tubarão

Urussanga, Nova Veneza, Orleans, Gravatal, Jaguaruna, Içara, Balneário Rincão

Caminho dos Cânions

Araranguá, Sombrio

Passo de Torres, Balneário Gaivota, Santa Rosa do Sul, Jacinto Machado, Turvo, Timbé do Sul, Meleiro, Morro Grande, Maracajá, Balneário Arroio do Silva, Praia Grande

Serra Catarinense

Lages, São Joaquim, Urubici, Urupema, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro

Bocaina do Sul, Correia Pinto, Anita Garibaldi, Campo Belo do Sul, Cerro Negro, Capão Alto, Otacílio Costa, Rio Rufino, São José do Cerrito, Painel, Palmeira

Vale do Contestado

Videira, Treze Tílias, Fraiburgo, Tangará, Pinheiro Preto, Piratuba, Irani, Itá, Caçador, Curitibanos, Porto União

Canoinhas, Frei Rogério, Seara, Rio das Antas, Campos Novos, Capinzal, Concórdia, Joaçaba, Herval d’Oeste

Grande Oeste Catarinense

Chapecó, Xanxerê

Xaxim, São Domingos, Vargeão, Abelardo Luz, Mondaí e São Lourenço do Oeste, Saudades, Maravilha, Guatambu

Caminhos da Fronteira

São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira

Itapiranga, Guaraciaba, São José do Cedro


São Paulo Caio Pimenta

O maior destino turístico do Brasil pede passagem

empresários e profissionais das mais diversas áreas que vêm à cidade para reuniões, procedimentos administrativos ou, simplesmente, para fechar um negócio. Há ainda visitantes em busca de participação em feiras, congressos, convenções, seminários, palestras, oficinas e também eventos de lazer, como os grandes shows. Foi com esse posicionamento – de destino vocacionado para o tripé “negócios, eventos e entretenimento” – que São Paulo alcançou a marca de maior destino do Brasil, com mais de 13 milhões de visitantes ao ano.

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tem. Não à toa, passou, nos últimos anos, a ser amplamente procurada por pessoas de todo o planeta em busca da brasilidade já conhecida – do samba, do futebol, da boa e farta feijoada, da caipirinha, das frutas exóticas e da alegria –, mas também das tendências que aparecem aqui e se espalham. É a mistura de modernidade com o jeito brasileiro que revela toda a criatividade vanguardista, mostrada na arte, na moda, na música, na dança, no grafite e em várias outras áreas. E ainda tem os negócios e os eventos, que atraem

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Global e ao mesmo tempo muito brasileira. Diversa, inclusiva, onde tem de tudo um pouco, de forma muito intensa. Essa é São Paulo, a maior metrópole do Hemisfério Sul, centro econômico e financeiro do país. E, há alguns anos, o maior destino turístico do Brasil. A capital paulista é assim, gigante em tudo e transborda entretenimento urbano, cultura e criatividade em todas as suas formas. Tornou-se destino obrigatório para quem quer estar antenado com o mundo e, ao mesmo tempo, quer conhecer um pouco do que só o Brasil


SÃO PAULO

Jose Cordeiro

Jose Cordeiro

ESPECIAL

São Paulo Fashion Week

Skol Sensations

São Paulo: Modo de Usar Com tamanha oferta nesta grande metrópole, o visitante muitas vezes fica confuso, não consegue se focar ou mesmo saber tudo que tem à sua disposição. Mas em São Paulo há muito para todos. Basta saber enxergar com os olhos do turista e oferecer aquilo que ele busca, conforme seu perfil. Caio Pimenta

São Paulo para estrangeiros A cidade está incluída no circuito de grandes metrópoles mundiais, mas o que mais tem chamado a atenção dos estrangeiros é sua capacidade de preservar o que há de mais brasileiro, como as manifestações culturais, como o Carnaval e a Virada Cultural, ou a paixão pelo futebol, demonstrada tanto em estádios como em um museu interativo inteiramente ligado ao assunto, o Museu do Futebol. A gastronomia e a vida noturna também são um espetáculo à parte e representam bem a diversidade de estilos encontrada nessa cidade tipicamente brasileira. A feijoada, a caipirinha, o grafite, o samba, o forró, a arte de saber festejar, a alegria, o tempero... Estes são os ingredientes mais procurados pelos turistas internacionais.

Grafites espalhados pelas ruas

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

O lado intensamente cosmopolita e global da capital paulista é o principal atrativo da cidade para os milhões de brasileiros que a visitam todos os anos. A agenda paulistana está sempre repleta de shows internacionais, grandes musicais da Broadway e eventos de repercussão mundial, como a Fórmula 1, o São Paulo Fashion Week e a Bienal de Artes. São Paulo também abriga sedes das melhores grifes internacionais, além de lojas que são referência em moda e design, encontradas principalmente nas ruas Oscar Freire e Gabriel Monteiro da Silva. Até a gastronomia paulistana é uma atração para os brasileiros, com restaurantes renomados e reconhecidos no mundo todo, como o D.O.M, considerado o sexto melhor do planeta. É esse perfil internacional que o turista nacional busca acessar e que só São Paulo pode oferecer com a cordialidade e a receptividade típicas do Brasil. Carnaval de São Paulo

Vista do Terraço Itália Fernando Heise

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Jefferson Pancieri

São Paulo para brasileiros

Para casais apaixonados Famosa por sua agitação, São Paulo é também uma ótima opção para viver momentos a dois. É possível realizar desde piqueniques no Parque Ibirapuera, com direito a um passeio pelos diversos museus que o espaço abriga, até jantares românticos à luz de velas em restaurantes com vista panorâmica, emendados com uma volta de helicóptero ou limusine, ou um Day Spa.


Jose Cordeiro

ESPECIAL

SÃO PAULO

Para o público LGBT São Paulo é diversa, inclusiva e antenada e, por isso, se tornou também um dos maiores destinos para o público gay, que não mede esforços – e nem verba – para gastar no que gosta. Não é à toa que há, na cidade, cerca de 80 estabelecimentos gay friendly, voltados para este público ou muito frequentados por ele. Os atrativos culturais e noturnos se destacam, além de eventos como a Parada do Orgulho LGBT, uma das maiores do mundo. Cidade é conhecida como destino gay friendly

Jose Cordeiro

Para jovens Os jovens, em geral, estão atrás de muita diversão. A agitada agenda cultural e de entretenimento da cidade é um prato cheio para divertir este público. O destaque fica por conta das feirinhas – de arte, artesanato ou design –, dos grandes shows e festivais de música e, principalmente, da cena noturna badaladíssima. São milhares de bares, casas de shows e danceterias, para todos os gostos. E ainda regiões inteiras cuja vida noturna é uma atração à parte, como a Vila Madalena, a Rua Augusta e a Vila Olímpia. Jefferson Pancieri

Biblioteca Mario Andrade

Para estudantes O prestígio das mais de 200 universidades paulistanas tem atraído cada vez mais visitantes interessados em aprofundar seus conhecimentos em cursos de graduação, pós-graduação e doutorado. Outro nicho é o dos profissionais que desejam se especializar em uma das inúmeras escolas livres e centros culturais, que oferecem cursos de curta duração, técnicos e de extensão.

Vila Madelena

Caio Pimenta

Beto Issa

Praça Benedito Calixto

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Etapa da Fórmula 1 é realizada em São Paulo

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Jose Cordeiro

ESPECIAL

SÃO PAULO

Para empresários A cidade é destino certo do turista de negócios. O segmento é uma das vocações da metrópole que representa o maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, é sede de algumas das maiores corporações globais e oferece toda a infraestrutura de serviços, tecnologia e telecomunicações. Ou seja, o lugar ideal para investir e fechar um negócio. São Paulo ainda oferece a mais qualificada estrutura turística para que empresários não precisem se preocupar com nada. As principais redes hoteleiras do mundo estão na cidade, há milhares de restaurantes para os mais variados gostos em todos os bairros e o serviço de táxi é abundante em toda a capital.

Principais feiras do país acontecem em São Paulo

Para a família

Jose Cordeiro

São Paulo possui atrações divertidas e educativas que integram toda a família e são ideais para quem viaja com os filhos. Há muitos parques ao ar livre e museus interativos voltados para crianças, como o Catavento Cultural, com mais de mais de 200 instalações dedicadas a entreter e ensinar, o Aquário São Paulo e o Zoológico, o maior do país, com mais de três mil animais. A sempre recheada agenda de cinemas, teatros, shows, espetáculos e exposições também reserva um espaço especial para as atrações voltadas ao público infantil. Caio Pimenta

Cidade conta com diversas opções de mobilidade urbana Jose Cordeiro

Turismo de Lazer conta com vários atrativos, incluindo Zoológico

Turismo de Negócios movimenta a cidade durante o ano inteiro

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Jose Cordeiro

Estruturas completas para realização de eventos

Para quem quer organizar ou participar de evento A cidade recebe milhões de turistas para negócios e eventos. Entre os que se hospedam em hotéis, mais de 75% vêm para a cidade com estas motivações. Aqui se concentra 75% do mercado brasileiro de feiras e negócios, movimentando anualmente cerca de R$ 4 bilhões. Para receber todos estes eventos, a cidade conta com 270 mil metros quadrados de área de exposição para locação e com uma infinidade de prestadores de serviços para a organização de convenções. Boa parte desta oferta pode ser conferida no site www.cidadedesaopaulo.com/mice.


Priscilla Vilarino

Jose Cordeiro

Caio Pimenta

SÃO PAULO

Priscilla Vilarino

ESPECIAL

Mosaico de cenários e experiências envolvem os visitantes que passam pela cidade de São Paulo a cada ano

EXPERIÊNCIA PAULISTANA

Como oferecer ao turista uma pitada do modo de vida paulistano:  Ir a uma feira de rua e experimentar a combinação clássica de caldo de cana e pastel fresquinhos;

 Apreciar um bem servido sanduíche de mortadela ou um pastel de bacalhau, no Mercado Municipal;  Ser fã de café e curtir as mais charmosas cafeterias abundantes na cidade;  Assistir a um clássico do futebol paulista

 Se jogar na balada de segunda a segunda;

 Tomar café, almoçar ou jantar nas excelentes padarias da cidade, incluindo as que atendem 24 horas;

 Ir a uma das salas de cinema de arte para ver um filme mais alternativo, dos mais diferentes países;

 Admirar os diversos estilos de lojas, bares, baladas e também de pessoas na Rua Augusta;

 Ao menos uma vez por ano, conferir as novidades das ruas de comércio popular 25 de Março e José Paulino;

 Comer uma boa feijoada com chope aos sábados em um dos restaurantes ou botecos tradicionais neste prato;  Parar em uma grande livraria para folhear um livro sem preocupação;

 Fazer um happy hour na Vila Madalena ou na Vila Mariana;  Apreciar uma das melhores pizzas do mundo, a qualquer hora e em qualquer dia da semana.

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

 Passear pela Avenida Paulista no fim de semana e conferir o Parque Trianon, as feiras de antiguidades e as inúmeras opções de lazer e cultura;

no estádio do Pacaembu e descobrir porque o esporte é considerado paixão nacional;

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ESPECIAL

SÃO PAULO

Sampa em dados e fatos 11 milhões de habitantes na cidade e 20 milhões na região metropolitana  Mais de 13 milhões de turistas ao ano  90 mil eventos anuais  75% do mercado das principais feiras de negócios  15 mil restaurantes de 51 tipos de cozinha  20 mil bares e casas noturnas  164 teatros  280 salas de cinema  125 museus  39 centros culturais  53 grandes shoppings centers  13 mil lojas nos principais shoppings  95 parques e áreas verdes  46 mil quartos em 410 hotéis  62 hostels  33 mil táxis  3 aeroportos  9 estádios de futebol  4 grandes casas de espetáculos  2 áreas de proteção ambiental (Capivari-Monos e Bororé-Colônia), com cachoeiras e aldeias indígenas  Maior destino turístico do Brasil  10º maior PIB do mundo  14ª cidade mais globalizada do mundo  2ª maior bolsa de valores do mundo  4ª maior metrópole do mundo  6º melhor restaurante do mundo (D.O.M., pela revista Restaurant)  8ª rua mais luxuosa do mundo (Rua Oscar, pela Excellence Mystery Shopping International)  Maior cidade japonesa, libanesa, espanhola, portuguesa e terceira maior italiana fora de seus países de origem.

Jose Cordeiro

Principais Eventos

de São Paulo Parada Gay Jose Cordeiro

E mais:

Salão do Automóvel

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Jose Cordeiro

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 Aniversário da Cidade;  Carnaval – Desfile das Escolas de Samba de São Paulo;  São Paulo Fashion Week;  Virada Cultural;  Casa Cor;  Parada LGBT (Parada Gay);  Bienal do Livro;  Virada Esportiva;  Bienal de Arte;  Bienal de Arquitetura;  Salão Internacional do Automóvel;  Grande Prêmio de Fórmula 1;  Natal Iluminado;  Réveillon na Paulista.

 Festivais de música;  Shows internacionais;  Blocos de Carnaval de rua;  Feiras de negócios;  Congressos e convenções;  Musicais;  E muitos outros.

E nos próximos anos: Festival de Música Nova Brasil

 Copa do Mundo de Futebol em 2014;  Congresso Rotary em 2015;  Jogos de futebol das Olimpíadas em 2016;


ESPECIAL

SÃO PAULO

Para o profissional de turismo Guia Fique Mais Um Dia

O que é: Uma publicação que reúne 20 sugestões de roteiros de apenas um dia separados em diversos temas: Natureza, Cultural, Bem-estar, Bom e Barato, Sofisticado, Descolado, Em Família, Compras e também por regiões e bairros da cidade. Como usar: Com turistas que vêm a São Paulo para uma viagem de negócios ou acompanhar um evento. É uma excelente maneira de incentivá-los a prolongar sua estadia por um ou mais dias para aproveitar a vasta oferta cultural e de lazer da cidade. Onde: fiquemaisumdia.com.br

Roteiros Temáticos

O que é: Nove miniguias com informações sobre atrativos, contextualização histórica e dicas para descobrir a cidade a partir dos temas: Arquitetura pelo Centro Histórico, Cultura Afro, Arte Urbana, Cidade Criativa, Ecorrural, Independência do Brasil, Café, Futebol e Mirantes. Como usar: Ideal para apresentar a multifacetada cidade de São Paulo de uma forma nada óbvia e de acordo com o perfil do turista. Onde: cidadedesaopaulo.com/download

Mapas por região

O que é: Seis mapas mostram com mais detalhes as atrações de seis importantes regiões da capital paulista: Santana, Pinheiros, Paulista, Ipiranga, Morumbi e Centro. Há também um mapa geral que ajuda a ter uma noção mais completa sobre o que a metrópole oferece. Como usar: Para vender

os atrativos da extensa e multiculltural cidade dee São Paulo a turisstas de negócioss e ajudá-los a conhecer cer a oferta paulistana a dee cultura, lazer e gastrostronomia existente perto rto o de onde ele se hospedará. ed dará. Onde: cidadedesaopaulo. op paulo. com/download

Site de Turismo de São Paulo

O que é: Um site que possui as principais informações sobre a cidade, uma agenda cultural atualizada e diversos materiais de divulgação e promoção disponíveis para download. Como usar: Como ferramenta de estudo sobre a capital paulista. O site é constantemente atualizado e traz sempre novas informações, curiosidades e materiais voltados para turistas e profissionais do segmento. Onde: cidadedesaopaulo.com

MICE

O que é: Uma ferramenta on-line de busca que reúne mais de 240 espaços em São Paulo para realização dos mais diversos tipos de eventos, desde convenções, feiras, congressos, shows e até pequenas reuniões de trabalho. Como usar: Um filtro disponível no site ajuda profissionais a encontrar os locais que mais se enquadram às suas necessidades de espaço, estrutura ou localização. Uma lista será formada com informações, contatos e imagens de cada lugar. Onde: cidadedesaopaulo.com/mice

O que é: Um material que mostra resumidamente o que é São Paulo, como é o estilo de vida paulistano e quais experiências podem ser vividas na cidade. Como usar: Bom para conhecer melhor a capital e oferecê-la para turistas interessados em vivenciar sensações únicas em uma metrópole que é global e ao mesmo tempo tipicamente brasileira. Onde: cidadedesaopaulo.com/download

O que é: A São Paulo Turismo oferece diversos treinamentos sobre a capital paulista para operadores e agentes de viagem, guias e demais profissionais de turismo. Como usar: Entre em contato, converse com a equipe especializada, explique seus interesses e se informe sobre as possibilidades de treinamentos disponíveis. Onde: cidadedesaopaulo@spturis.com

Turismo de Lazer

O que é: Um guia com o melhor de São Paulo para turistas que vêm a lazer para conhecer, principalmente, o lado cultural e de entretenimento da cidade. Como usar: O guia tem argumentos para o profissional de turismo oferecer São Paulo aos turistas, dicas de como encantar o visitante e várias outras informações. Onde: cidadedesaopaulo.com/download

Guia São Paulo LGBT

O que é: Um guia completo, com as principais atrações para o turista LGBT, focado nos temas Cultura, Vida Noturna, Regiões e Gastronomia, com sugestões de passeios e de locais gay friendly. Também possui um calendário de eventos de interesse do público gay e um roteiro completo do que fazer de segunda a domingo. Como usar: Ideal para conhecer o que São Paulo oferece para este público. Onde: cidadedesaopaulo.com/download

Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

Folheto Viva Tudo Isso

Treinamentos

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ESPECIAL

SÃO PAULO

Novidades paulistanas para o público da Feira das Américas

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Abav - Feira das Américas  Setembro 2013

ABAV em São Paulo e São Paulo na ABAV >> Em 2013, a Feira das Américas, da Associação Brasileria de Agências de Viagens (ABAV), voltou a acontecer em São Paulo, afinal, a cidade é a maior metrópole do Hemisfério Sul, maior destino receptor de turistas do Brasil e também o maior emissor de viajantes do país. Tudo isto somado ao seu poder econômico, sua oferta de serviços e infraestrutura turística, cultural, de entretenimento e de compras fazem da cidade um negócio vantajoso para agentes, operadores de viagem e demais profissionais do turismo. Aliás, a atividade turística vai muito bem na cidade. No ano passado, mais de 12 milhões de visitantes estiveram na metrópole. A ocupação hoteleira média registrada é próxima

aos 70%, sendo que São Paulo tem a maior quantidade de meios de hospedagem do país: são 46 mil quartos em hotéis. E os desembarques nos aeroportos e terminais rodoviários que atendem a capital não param de subir. Por todas essas razões, São Paulo é mesmo o lugar ideal para a Feira das Américas e recebe o evento – e seus participantes – de braços abertos. Tanto que, em seu estande na feira, foi montada uma grande Central de Informação Turística, onde está a equipe da São Paulo Turismo e outros atendentes treinados, todos especialistas em recepcionar e orientar os visitantes. Lá são distribuídos mapas e guias da cidade e materiais inéditos lançados no evento e que o público poderá conhecer em primeira mão.

Entre as novidades lançadas este ano está o folheto “São Paulo. Viva Tudo Isso”, com os destaques da capital paulista, em especial, os atrativos imperdíveis da cidade nos segmentos de cultura, gastronomia, vida noturna, compras, esportes, estudos, saúde e negócios, além de um calendário com os principais eventos anuais e atrações nos arredores da cidade, da praia à montanha. Outro material inédito apresentado na feira é o Guia São Paulo LGBT, um roteiro completo que chama a atenção do público GLS para as atrações que só a capital paulista oferece e que ajuda os profissionais de turismo a entenderem porque a metrópole atrai esses turistas, mais exigentes, com maior grau de escolaridade, alto poder aquisitivo e disponibilidade para gastar em entretenimento e compras. Também original é o folheto Turismo Receptivo, com uma relação de agências de turismo receptivo que prestam serviços na capital – e podem ser grandes parceiras de agentes e operadores do Brasil afora. Há outras novidades, como o Boletim Semestral do Observatório do Turismo, com pesquisas, análises e tendências sobre a atividade turística em São Paulo. Para o estande, a São Paulo Turismo também preparou inovações. Além de dois painéis grafitados por artistas renomados, foram colocadas nas laterais do estande seis totens com informações sobre as principais iniciativas da cidade para a promoção do turismo. E nesses totens estão gravados ainda os QR Codes (códigos acessados por meio de smartphones e tablets) de cada projeto para que o material completo possa ser baixado pelo público por meio do celular, ali, na hora.

MAIS SOBRE A CIDADE DE SÃO PAULO? A São Paulo Turismo (SPTuris) é a empresa municipal de turismo e eventos da capital paulista e se coloca à disposição para auxiliar os profissionais de turismo, oferecendo materiais de apoio, capacitações e informações em geral sobre a cidade. Entre em contato: São Paulo Turismo S.A.  Av. Olavo Fontoura, 1209  Parque Anhembi - CEP 02012-021 Santana - São Paulo - SP  Tel.: 55 (11) 2226-0400  www.spturis.com / www.cidadedesaopaulo.com



FOLHA DO TURISMO

Edição Especial 41º Congresso da Abav e Feira das Américas  Setembro 2013

ani f e

Megae

em

stações

MERCADO & EVENTOS Edição Especial 41º Congresso da Abav e Feira das Américas

t o n s e v

São Paulo

Cadernos Especiais Principais atrativos do Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo

Brasil 

Setembro 2013

Números Balanço do Turismo brasileiro com entrevistas e dados

De um lado, protestos. De outro, a Copa das Confederações e JMJ. Revelamos os impactos registrados e a preparação do país para 2014


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