Jornal Medeia Nimas - Edição 29 - Setembro, 2022

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Cinema Medeia Nimas www.medeiafilmes.com 01.09 28.09.2022 info@medeiafilmes.com362574213Telefone:|Lisboa1050-057-B42Outubro,de5Av.28.09.2022—01.09|edição29ªNimasMedeiaCinemaPrograma «Folheando Serge Daney – Uma História do Cinema» A partir de 15 Setembro Satyajit Ray O Invicto + O Salão de Música [inéditos em sala] e outras 6 obras-primas A partir de 1 Setembro Restos do Vento de Tiago Guedes Estreia 22 Setembro

• Festival de Cannes 2022 – Selecção Oficial Fora de Competição, Special Screenings 22 de Setembro, 21h30 – Projecção seguida de conversa com o realizador e os actores

ESTREIA – 15 SETEMBRO Cada novo filme de Dario Argento é um acontecimento. Óculos Escuros com mais razão, porque o mestre incontestável do thriller de terror italiano não filmava há 10 anos e regressa agora ao giallo clássico, que popularizou. A sua obra, que levou os códigos do género “a picos inéditos de incandescência”, tem vindo a ser celebrada recentemente com retrospectivas em Roma, no Lincoln Center de Nova Iorque, e, actualmente, na Cinemateca Francesa. Óculos Escuros conta a odisseia de Diana (Ilienia Pastorelli), uma escort girl que, ao fugir de um serial killer, acaba por ficar cega. O filme já nos avisara de quão perigoso é olhar o sol e a morte de frente, e será através dos olhos de uma criança que adopta, sobrevivente do acidente em que esteve envolvida, e da sua cuidadora (Asia Argento), que Diana irá percorrer os meandros de uma Roma escura e hipnótica, numa luta sem tréguas para se ver livre do assassino. • Festival de Berlim 2022 – Selecção Oficial Berlinale Special Gala

EstreiasTRÊSMILANOSDEDESEJO

Quatro amigas viajam de carro de Paris para a Roménia, para uns dias de férias. Uma delas vai casar-se daí a um mês. Uma distração numa estação de serviço deixa-as numa situação complicada e são acolhidas por uma família Rom. A actriz Noémie Merlant (Retrato de Uma Rapariga em Chamas, Paris 13) realiza e interpreta esta primeira longa, escrita com Gimi Covaci, jovem actor Rom, e que se inspira na história de ambos. É um filme solar, ardente e pleno de desejo (também um imenso desejo de cinema), sensível, sincero e justo na forma como aborda o sentimento de pertença, a partilha, a amizade, o amor e a intimidade, o diálogo entre culturas, desmontando preconceitos. Um filme livre... • Festival de Cannes 2021 – Selecção Oficial Fora de Competição – Young Film Technician Prize Libération Paris Match Elle

ÓCULOS ESCUROS Occhiali neri de Dario Argento com Ilienia Pastorelli, Asia Argento, Andrea Zhang, Andrea Gherpelli Itália, França, 2022 – 1h27 | M/16

RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes com Albano Jerónimo, Nuno Lopes, Isabel Abreu, João Pedro Vaz, Gonçalo Waddington, Leonor Vasconcelos, Maria João Pinho Portugal, 2022 – 2h06 | M/14 ESTREIA – 22 SETEMBRO Depois de A Herdade (2019, que quebrou um jejum de 14 anos para o cinema português na Competição do festival de Veneza, que percorreu o mundo e recebeu vários prémios em festivais, que foi visto por cerca de quatro milhões de espectadores nas salas de cinema e nos canais de televisão, em Portugal e no estrangeiro), Tiago Guedes tem um novo filme, Restos do Vento, que este ano integrou a Selecção Oficial do festival de Cannes, onde também há 16 anos um cineasta português não subia as suas célebres “marches”. Um ritual de passagem numa aldeia do interior de Portugal deixa marcas profundas num grupo de adolescentes. Vinte e cinco anos depois, o passado ressurge como uma bomba ao retardador, e a tragédia instala-se. São a violência e a agressividade traços característicos da natureza humana? (“A Crueldade tem um coração humano, / […] / O Terror tem a divina forma humana / E o Mistério, humana veste”, escreveu William Blake). Será que podemos penetrar o abismo que o homem para si mesmo é? No ritual, o desejo de fazer parte do grupo esbarra com a humilhação, e sentimos o medo na fixidez dos olhares. Há uma revolta que se cala, mas que a todo o momento pode agigantar-se, como as sombras, e explodir. Tiago Guedes, que partilha o argumento de Restos do Vento com Tiago Rodrigues, transforma o local em universal neste filme onde é acompanhado por um extraordinário elenco que junta vários dos melhores actores portugueses e jovens promessas.

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Three Thousand Years of Longing de George Miller com Tilda Swinton, Idris Elba Austrália, EUA, 2022 – 1h48 | M/12 ESTREIA – 8 SETEMBRO “O AMOR REDIME DO MUNDO diziam eles // mas onde está o mundo senão aqui?”. Estes são os versos finais de “Canto Telegráfico”, de Mário Cesariny [Pena Capital], e não evocamos o seu nome em vão. A meio do poema, Cesariny escreve: “Apetece contar uma história tão estranha”; também pode parecer-nos estranha a história que o australiano George Miller tem para contar, e que foi buscar à escritora A. S. Byatt. Alithea Binnie (Tilda Swinton) também é escritora e vai a Istambul dar uma conferência, onde explica que as figuras da mitologia estão votadas a tornar-se metáforas com o avanço da ciência. À noite, no quarto do hotel, ao limpar um frasco que comprara num antiquário, liberta um génio que estava lá dentro (Idris Elba). E Alithea tem que formular três desejos. Entre uma intimidade quase teatral naquele quarto, e o fantástico das histórias que o génio conta, dois seres que parecem opostos partilham a experiência da solidão. Pode este encontro libertá-los dos erros do passado? • Festival de Cannes 2022 – Selecção Oficial Fora de Competição Les Inrocks L’Humanité Transfuge MI IUBITA, MEU AMOR Mi Iubita mon amour de Noémie Merlant com Noémie Merlant, Gimi Covaci, Sandra Codreanu França, 2021 – 1h35 | M/12 ESTREIA – 15 SETEMBRO

• Festival de Cinema de Hong Kong 1973 – Melhor Filme O SANTO Mahapurush de Satyajit Ray com Charupa Kash Ghosh, Robi Ghosh Índia, 1965 – 1h04 | M712 Uma família Hindu devota é enganada por um charlatão que se faz passar por santo, numa comédia sem rodeios.

• Festival de Cinema de Berlim 1963 – Urso de Prata CHARULATA de Satyajit Ray com Soumitra Chatterjee, Madhabi Mukherjee, Shailen Mukherjee Índia, 1964 – 1h54 | M/12 Adaptação de um romance de Rabindranath Tagore, de quem Ray fora discípulo. A solitária mulher de um jornalista apaixona-se por um primo deste, que visita a sua casa e partilha consigo o amor pela poesia.

O COBARDE Kapurush de Satyajit Ray com Soumitra Chatterjee, Madhabi Índia,Mukherjee1965– 1h06 | M/12 Perdido numa pequena aldeia, com uma avaria no carro, um argumentista é surpreendido quando encontra uma antiga namorada. Uma pequena pérola na obra de Satyajt Ray, que revela toda a sua mestria.

Medeia Nimas 01.09 — 28.09.2022 3

O HERÓI Nayak de Satyajit Ray com Uttam Kumar, Sharmila Tagore, Birewar Sen Índia, 1966 – 1h52 | M/12 Uma estrela do cinema indiano vai a Nova Deli receber um prémio. Nessa manhã, os jornais publicam um escândalo sobre ele. Na viagem de comboio vai reavaliar o seu percurso.

O SALÃO DE MÚSICA Jalsaghar de Satyajit Ray com Chhabi Biswas, Sardar Akhtar, Gangapada Basu Índia, 1958 – 1h40 | M/12 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA. INÉDITO EM SALA ESTREIA – 1 SETEMBRO Biswambhar Roy, um aristocrata sem descendência por causa da morte do filho, gasta a sua fortuna organizando em sua casa sumptuosos espectáculos musicais. Arruinado, e com o banco a não lhe conceder mais crédito, prepara uma última soirée, a mais exuberante e opulenta de todas. Adaptado de um conto da literatura bengali, O Salão de Música, que contou com a participação dos mais notáveis músicos e dançarinos da época, entre eles o virtuoso Ustad Vilayat Khan, tem um entendimento raro da música e uma relação vital com ela, e é, ao mesmo tempo, uma obra sobre a decadência de uma classe, a dos grandes proprietários, os “Zamindars”. É um dos mais belos e mais célebres filmes do mestre indiano.

A GRANDE CIDADE Mahanagar de Satyajit Ray com Madhabi Mukherjee, Anil Chatterjee, Índia, 1963 – 2h10 | M/12 Quando o marido de Arati perde o emprego, é ela que passa a sustentar a casa, o que contraria os costumes conservadores na cidade de Calcutá. As velhas estruturas desabam e a modernidade começa a surgir...

Satyajit Ray – 2 Obras-primas Inéditas em Sala

O DEUS ELEFANTE Joy Baba Felunath de Satyajit Ray com Soumitra Chatterjee, Parinita Banerjee, Haradhan Banerjee Índia, 1973 – 1h56 | M/12 Admirador de Sherlock Holmes, Ray criou o detective Feluda. Aqui depara-se com o roubo de uma imagem de Ganesh, o Deus Elefante.

O INVICTO Aparajito de Satyajit Ray com Pinaki Sengupta, Smaran Ghosal, Kamala Adhikari Índia, 1956 – 1h50 | M/12 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA. INÉDITO EM SALA ESTREIA – 1 SETEMBRO Segundo filme de Satyajit Ray, foi premiado com o Leão de Ouro no festival de Veneza, onde o cineasta decidiu que este seria o segundo título de uma trilogia dedicada a Apu. O Invicto é o filme mais belo desta trilogia e uma das obras-primas de Ray. Um comboio atravessa uma ponte sobre o rio. E logo estamos na cidade sagrada de Benares, nas margens do Ganges, onde Apu e os pais recomeçam a vida da família. Apu tem 10 anos e é um aluno curioso e brilhante. Mas o infortúnio obriga a que regresse com a mãe à aldeia natal. Apu ganha uma bolsa para estudar em Calcutá, o que vai obrigá-lo a separar-se da mãe. Com música de Ravi Shankar, O Invicto é o grande filme de Ray sobre a figura da mãe, e nele estão também os temas marcantes da sua obra: a passagem do campo à cidade, o crescimento e o conhecimento. • Festival de Veneza 1957 – Leão de Ouro; Prémio FIPRESCI

Rever Satyajit Ray

Entre as celebrações do centenário de Satyajit Ray (1921-1992) no ano passado e os trinta anos sobre a sua morte que se assinalam este ano, regressamos à obra do maior cineasta indiano de todos os tempos, um dos quatro maiores da história do cinema para Martin Scorsese. Este que será, seguramente, um dos acontecimentos cinéfilos da rentrée. A 1 de Setembro estreiam-se finalmente por cá duas das suas obras-primas, até hoje inéditas comercialmente nas salas portuguesas: Aparajito / O Invicto (1956), segundo título da célebre trilogia de Apu (momento de epifania, que hipnotizou Scorsese quando o viu em sala) e Jalsaghar / O Salão de Música (1958), com que os espectadores europeus o redescobririam no fim dos anos 70. Scorsese, que dizia que os primeiros filmes do mestre indiano tiveram um efeito profundo na sua futura carreira (e o elogio a Ray pelos realizadores americanos vai de William Wyler e Kazan, que falavam na sua poesia sobre celulóide, a Spielberg, ou Wes Anderson que lhe dedicou o seu filme The Darjeeling Limited), sublinhava que “eram apenas o início de uma das maiores obras na história do cinema, que todos temos que ver e rever. Uma e outra vez, e mais outra, porque são um dos nossos maiores tesouros”. E é isso que lhe propomos a partir de 8 de Setembro: “Rever Satyajit Ray” com mais seis filmes, também em cópias digitais restauradas. A casa e o mundo de um cineasta à procura da plenitude.

• Festival de Cinema de Berlim 1966 – Menção Especial do Júri

• Festival de Cinema de Berlim 1965 – Urso de Prata CÓPIAS RESTAURADAS

• Festival de Cinema de Veneza 1965 – Selecção Oficial em Competição

15h Estreia Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada

www.medeiafilmes.com 4 1 Set. Quinta

17h Ciclo John Cassavetes UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 20h Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 22h LIBERTAD de Clara Roquet 4 Set. Domingo 10h30 Ciclo John Cassavetes ROSTOS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 13h Hors Champ RODA DA FORTUNA E DA FANTASIA de Ryûsuke Hamaguchi

15h30 Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 17h30 Ciclo John Cassavetes NOITE DE ESTREIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 20h15 Estreia Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 22h15 Hors Champ O QUARTO AZUL de Mathieu Amalric 5 Set. Segunda 13h Ciclo John Cassavetes UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 16h Hors Champ O ESTÁDIO DE WIMBLEDON de Mathieu Amalric Cópia 35mm 18h LIBERTAD de Clara Roquet 20h Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 22h Hors Champ STILL LIFE - NATUREZA MORTA de Jia Zhangke Cópia 35mm 6 Set. Terça 12h LIBERTAD de Clara Roquet 14h Hors Champ AURORA de Cristi Puiu 17h15 Ciclo John Cassavetes ROSTOS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 19h45 Estreia Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 22h Hors Champ O PÂNTANO de Lucrecia Martel Cópia 35mm 7 Set. Quarta 13h30 Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 15h30 Ciclo John Cassavetes SOMBRAS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 17h30 Ciclo John Cassavetes A MORTE DE UM APOSTADOR CHINÊS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 19h45 TRALALA de Arnaud e Jean-Marie Larrieu 22h Hors Champ A RAPARIGA SANTA de Lucrecia Martel Cópia 35mm 8 Set. Quinta 12h LIBERTAD de Clara Roquet 14h Rever Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 16h Ciclo John Cassavetes UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 19h Rever Satyajit Ray A GRANDE CIDADE de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 21h45 Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 9 Set. Sexta 12h30 Ciclo John Cassavetes ROSTOS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 15h Rever Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 17h30 TRALALA de Arnaud e Jean-Marie Larrieu 20h LIBERTAD de Clara Roquet 22h Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 10 Set. Sábado 11h Rever Satyajit Ray O COBARDE de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 13h Rever Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 15h15 LIBERTAD de Clara Roquet 17h30 Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 19h45 Ciclo John Cassavetes A MORTE DE UM APOSTADOR CHINÊS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 22h Sessão Especial MAD MAX - AS MOTOS DA MORTE de George Miller Cópia Digital Restaurada 11 Set. Domingo 11h MARX PODE ESPERAR de Marco Bellocchio 13h Ciclo John Cassavetes NOITE DE ESTREIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 16h Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 18h30 Ciclo John Cassavetes UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 21h30 Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 12 Set. Segunda 13h Rever Satyajit Ray O SANTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 15h Ciclo John Cassavetes SOMBRAS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 17h Rever Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 19h15 Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 21h30 Rever Satyajit Ray CHARULATA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 13 Set. Terça 13h Rever Satyajit Ray O HERÓI de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 15h30 Ciclo John Cassavetes ROSTOS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 18h LIBERTAD de Clara Roquet 20h Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 22h Rever Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 14 Set. Quarta 13h LIBERTAD de Clara Roquet 15h Rever Satyajit Ray O DEUS ELEFANTE de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 17h30 Sessão Especial MAD MAX - AS MOTOS DA MORTE de George Miller Cópia Digital Restaurada

Cinema Medeia Nimas

15h Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 17h Ciclo John Cassavetes A MORTE DE UM APOSTADOR CHINÊS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 19h30 LIBERTAD de Clara Roquet 21h30 TRALALA de Arnaud e Jean-Marie Larrieu 3 Set. Sábado 11h Hors Champ MALMKROG de Cristi Puiu 15h Estreia Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada

17h15 Ciclo John Cassavetes NOITE DE ESTREIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 20h Estreia Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 22h LIBERTAD de Clara Roquet 2 Set. Sexta 13h Ciclo John Cassavetes SOMBRAS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada

Medeia Nimas 01.09 — 28.09.2022 5

19h30 TRALALA de Arnaud e Jean-Marie Larrieu 22h Estreia TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 15 Set. Quinta 13h Rever Satyajit Ray O COBARDE de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 14h30 Rever Satyajit Ray O HERÓI de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 17h Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 19h Estreia ÓCULOS ESCUROS de Dario Argento 21h Folheando Serge Daney RIO BRAVO de Howard Hawks Cópia Digital Restaurada Sessão seguida de conversa 16 Set. Sexta 12h30 Ciclo John Cassavetes NOITE DE ESTREIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 15h30 Folheando Serge Daney DODESKADEN de Akira Kurosawa 18h Rever Satyajit Ray O SALÃO DE MÚSICA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 20h Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 22h Folheando Serge Daney OS PÁSSAROS de Alfred Hitchcock Cópia Digital Restaurada 4K 17 Set. Sábado 11h Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 13h Rever Satyajit Ray O INVICTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 15h Folheando Serge Daney ICI ET AILLEURS de Jean-Luc Godard 17h TRÊS MIL ANOS DE DESEJO de George Miller 19h30 Folheando Serge Daney A INFLUÊNCIA DOS RAIOS GAMA NO DASCOMPORTAMENTOMARGARIDAS de Paul Newman Cópia Digital Restaurada 4K 22h Estreia ÓCULOS ESCUROS de Dario Argento 18 Set. Domingo 11h LIBERTAD de Clara Roquet 13h Rever Satyajit Ray A GRANDE CIDADE de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 15h30 Folheando Serge Daney DA NUVEM À RESISTÊNCIA de Jean-Marie Straub, Danièle Huillet 17h30 Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 19h30 Estreia O JOVEM CUNHAL de João Botelho Sessão seguida de conversa 22h Folheando Serge Daney A TOMADA DO PODER POR LUÍS XIV de Roberto Rossellini 19 Set. Segunda 12h Rever Satyajit Ray O SANTO de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 13h45 Ciclo John Cassavetes SOMBRAS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 15h45 Ciclo John Cassavetes A MORTE DE UM APOSTADOR CHINÊS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 18h15 Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 20 Set. Terça 12h Rever Satyajit Ray O DEUS ELEFANTE de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada 14h30 LIBERTAD de Clara Roquet 16h30 Ciclo John Cassavetes UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 19h30 Folheando Serge Daney AS TRÊS COROAS DO MARINHEIRO de Raúl Ruiz 22h Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 21 Set. Quarta 13h Ciclo John Cassavetes ROSTOS de John Cassavetes Cópia Digital Restaurada 15h30 Estreia MI IUBITA, MEU AMOR de Noémie Merlant 17h30 Rever Satyajit Ray CHARULATA de Satyajit Ray Cópia Digital Restaurada Programação sujeita a alterações. Consulte o site www.medeiafilmes.com

20h Estreia ÓCULOS ESCUROS de Dario Argento 22h Folheando Serge Daney A FLORESTA INTERDITA de Nicholas Ray 22 Set. Quinta 11h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 14h Hors Champ RODA DA FORTUNA E DA FANTASIA de Ryûsuke Hamaguchi 16h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 19h Folheando Serge Daney DODESKADEN de Akira Kurosawa 21h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes Sessão seguida de conversa 23 Set. Sexta 12h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 15h Hors Champ O QUARTO AZUL de Mathieu Amalric 17h Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 19h30 Folheando Serge Daney A TOMADA DO PODER POR LUÍS XIV de Roberto Rossellini 21h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 24 Set. Sábado 11h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 14h Hors Champ O PÂNTANO de Lucrecia Martel Cópia 35mm 16h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 19h Folheando Serge Daney RIO BRAVO de Howard Hawks Cópia Digital Restaurada 21h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 25 Set. Domingo 11h A MÃE E A PUTA de Jean Eustache Cópia Digital Restaurada 4K 15h Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 17h30 Hors Champ O ESTÁDIO DE WIMBLEDON de Mathieu Amalric Cópia 35mm 19h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 22h Folheando Serge Daney A INFLUÊNCIA DOS RAIOS GAMA NO DASCOMPORTAMENTOMARGARIDAS de Paul Newman Cópia Digital Restaurada 4K 26 Set. Segunda 12h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 15h Hors Champ STILL LIFE - NATUREZA MORTA de Jia Zhangke Cópia 35mm 17h Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 19h30 LIBERTAD de Clara Roquet 21h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 27 Set. Terça 12h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 15h Hors Champ A RAPARIGA SANTA de Lucrecia Martel Cópia 35mm 17h Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 19h30 Folheando Serge Daney A FLORESTA INTERDITA de Nicholas Ray 21h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 28 Set. Quarta 13h Folheando Serge Daney ICI ET AILLEURS de Jean-Luc Godard 14h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 17h Folheando Serge Daney AS TRÊS COROAS DO MARINHEIRO de Raúl Ruiz 19h30 Estreia RESTOS DO VENTO de Tiago Guedes 22h Folheando Serge Daney OS PÁSSAROS de Alfred Hitchcock Cópia Digital Restaurada 4K Bilhetes Medeia Nimas: 8€ — Preço Normal; 6€ — Desconto para Cartão Jovem / Estudante, Terceira Idade e Entidades Parceiras ( Não aplicável na venda de bilhetes online através plataforma ActiveTicket.pt ) 5€ — Preço de todas as sessões, sem excepção, até às 13h30 Horário da Bilheteira: Abre 30 min antes da primeira sessão e encerra 30 min depois da última sessão.

“Em Straub e Huillet, seria preciso guardar o sensualismo e deixar cair o comunismo. De entre os seus filmes, o meu preferido é o Pavese, Da Nuvem à Resistência, o que mais me convence a propósito dos deuses da antiguidade, um assunto sobre o qual sou bastante ignorante. […] Se o cinema dos Straub representou para mim um papel de superego, é também por uma razão de pedagogia: são os profs formidáveis que gostaríamos de ter tido ou sido, que tornam possível uma experiência humana real, com os objectos audiovisuais, uma experiência que é preciso fazer passo a passo e com muita exigência.” – S. D.

Wind across the Everglades de Nicholas Ray com Christopher Plummer, Burl Ives, Gypsy Rose Lee, Peter Falk EUA, 1958 – 1h33 | M/12

www.medeiafilmes.com 6 Ciclo «Folheando Serge Daney – Uma História do Cinema»

A FLORESTA INTERDITA

ICI ET AILLEURS de Jean-Luc Godard, Anne França,Marie-Miéville1976–53min|M12

“Hawks não deforma o real; é lá que escolhe os gestos, os instantes e os lugares que serão mais reveladores; um gesto de Dean Martin (Dude) passando a mão pelo rosto diz-nos mais sobre a personagem que todas as cenas de embriaguez que pudessem ser filmadas.

“Esta cinefilia é particular. Não é todo o cinema americano que está em jogo, é uma parte dele, muitas vezes a mais desprezada: Lang, DeMille, Tourneur, Ray… Lembro-me que, em 1964, encontrámos Cukor e confiámos-lhe que Wind across the Everglades era um dos mais belos filmes americanos. Partiu com uma gargalhada onde podíamos ler todo o desprezo que tinha por este filme. Isso feriu-nos muito, mas nunca mudámos a nossa opinião.” – S. D. OS PÁSSAROS The Birds de Alfred Hitchcock com Tippi Hedren, Rod Taylor, Jessica Tandy EUA, 1963 – 2h | M/12 | CÓPIA DIGITAL RESTAURADA 4K “[Como em A Terra em Perigo, de Don Siegel], em resumo, o fim do mundo é sempre o que acontece a uma família, a intimidade, a condição do que passa para além de toda a intimidade. Quando filma Os Pássaros, Hitchcock nunca perde de vista essa lei simples (que ele usa a seu favor, fazendo desta intimidade uma causa possível do cataclismo. O que há entre a obra-prima absoluta de Hitchcock e o bom filme de Donald Siegel é uma distância certa. De Santa Mira a Santa Bodega.” – S. D.

RIO BRAVO de Howard Hawks com John Wayne, Dean Martin, Angie Dickinson EUA, 1959 – 2h23 | M/12 | CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

Permite-nos imaginar a vida na cidade para além do que nos é mostrado […]” – S. D.

15 SET. 2022 A 15 FEV. 2023 "Carta branca a Serge Daney", Marselha 1991

AS TRÊS COROAS DO MARINHEIRO Les trois Couronnes du matelot de Raúl Ruiz com Jean-Bernard Guillard, Philippe Deplanche, Lisa França,Lyon 1983 – 1h58 | M/12 “Verdadeiro leitmotiv dos últimos anos, ‘a crise do argumento’ é uma fraca e tranquilizadora definição do que não está bem. Ninguém parece perguntar-se quais as histórias de que estão carregadas as nossas sociedades pós-industriais. Nem do tipo de ‘contrato’ novo que implica o que conta e os que ouvem (daí a importância da obra errática de Ruiz: As Três Coroas do Marinheiro, 1982).” – S. D. • Festival de Cannes 1983 – Prémio Perspectives du Cinéma Assinalam-se 30 anos da morte de Serge Daney (1944-1992), um dos maiores críticos na história do cinema, e não poderíamos deixar de relê-lo e ir ao encontro dos seus trinta anos de “cinécriture”. Graças à nossa amizade, pude com ele partilhar ao longo de duas décadas inúmeras conversas e, sobretudo, escutá-lo na sua paixão pelos filmes, pelos realizadores e pela história do cinema. Foi a partir dos seus escritos e dessas conversas que fiz esta escolha alargada de 50 filmes de cerca de 40 realizadores, e que são exemplo da acuidade, da justeza, e, mais do que isso, da apreciação crítica de Serge Daney. Objecto de textos inteiros, como o texto inicial dedicado ao Rio Bravo de Hawks, publicado em 1962 e onde já vamos encontrar muitos dos temas que foi desenvolvendo depois, ou por vezes referidos em apenas três ou quatro frases nos seus textos reunidos no “monumento” em quatro tomos La Maison Cinéma et le monde, estes filmes e cineastas (que vão de Boris Barnet a Nanni Moretti e Gus Van Sant, passando por Hawks, Ford, Lang, Dreyer, Mizoguchi, Hitchcock, Cukor, Nicholas Ray, Renoir, Rossellini, Godard, Straub e Huillet, Duras, Oliveira, Syberberg, e, surpreendentemente, Paul Newman e Stallone, entre outros) deram azo a longas e apaixonadas conversas, livres e cheias de vivacidade, de uma lucidez extrema e muitas vezes mesmo divinatória, com ele e com o nosso amigo comum Jean-Claude Biette. L’Exercice a été profitable e aqui os passamos para que os vejamos, com uma energia sempre renovada. Paulo Branco A produtora e editora Stone & The Plot publica em Portugal o livro-entrevista de Serge Toubiana, Perseverança, uma espécie de cine-biografia de S.D., que resultou do registo de uma conversa de vários dias entre ambos. O lançamento terá lugar no Nimas no início de Outubro.

15 de Setembro, 21h – Projecção seguida de conversa

A INFLUÊNCIA DOS RAIOS GAMA NO COMPORTAMENTO DAS MARGARIDAS The Effect of Gamma Rays on Man-In-The-Moon Marigolds de Paul Newman com Joanne Woodward, Nell Potts, Robert Wallach, Judith Lowry EUA, 1972 – 1h40 | M/12 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA 4K “Uma pequena frase resume bem uma emoção que o cinema americano, nas suas sagas e melodramas, nas séries de televisão e nos frescos familiares sempre soube destilar. E esta frase diz mais ou menos: ‘é a vida!...’ Há momentos assim, onde tudo se joga, onde a personagem compreende que jogou e foi jogada. […] Não resta senão [‘é a vida’] o último combate numa guerra perdida de um indivíduo face à imagem embaciada daquilo que acreditou ser o ‘seu’ destino e que é um capítulo na história dos outros. […] Há disso no filme do grande Paul Newman, A Influência dos Raios Gama…” – S. D. • Festival de Cannes 1973 – Prémio Melhor Actriz (Joanne Woodward) DODESKADEN de Akira Kurosawa com Zuchi Yoshitaka, Kin Sugai, Junzaburo Ban Japão, 1970 – 2h16 | M/14 “Ninguém no Japão pede o quer que seja a Kurosawa, que se encontra, no termo de uma carreira bem preenchida, sem comparação com qualquer cineasta de hoje: ele não responde a nenhum pedido e só faz aquilo que quer. Depois do grandioso Dodeskaden, está enfim livre, i.e., completamente só.” – S. D. • Festival de Veneza 1971 – Prémio OCIC A TOMADA DO PODER POR LUÍS XIV La Prise du pouvoir par Louis XIV de Roberto Rossellini com Jean-Marie Patte, Katharina Renn, Pierre Barrat França, 1966 – 1h34 | M/12 | Legendas PTBR “Rossellini olha e pede-nos para olhar: compreender é pouco, julgar é trair, porque a última palavra nunca é dita, nunca é colocado o ponto final. Tudo está ligado ao infinito, e por isso nunca acaba, o mal no caminho do bem, o erro leva à verdade, e vice-versa. […] O cinema é reposto no seu verdadeiro lugar, encontra a sua mais alta função: não prova nada, não privilegia, dá a ver.” – S. D.

“A História Com um H. grande. No sentido de ‘os homens fazem a História’ mas não é a deles! Estes filmes têm sempre um pé algures num país de loucura mansa onde não se cessa de ‘tirar o ponto’ – in vitro. Reconhecemos estes filmes no seu tom cantado ou sonhado, no seu modo de pôr o som ‘demasiado alto’ ou nem tanto, dando a ouvir (mais que a ver) um sussurro tão nítido que acaba por ser suspeito. Na falta do siderante Barry Lindon, estou contente por colocar, lado a lado, o muito esperado Ivan o Terrível, de Eisenstein, e o muito esquecido Ici et ailleurs, de Godard, última meditação de um aprendiz de feiticeiro do génio (sem o qual seríamos todos um pouco mais estúpidos), sem falar do filme mais ambicioso dos últimos anos, o sumptuoso NON ou a Vã Glória de Mandar, de Oliveira. ” – S. D.

DA NUVEM À RESISTÊNCIA Dalle nube alla resistenza de Jean-Marie Straub, Danièle Huillet com Olimpia Carlisi, Guido Lombardi, Gino Felice Itália, 1979 – 1h44 | M/12

• Festival de Berlim 2001 – Selecção Oficial em Competição; Prémio Alfred Bauer • Festival de Sundance 1999 – Prémio NHK

Sessões

O QUARTO AZUL La Chambre Bleue de Mathieu Amalric com Mathieu Amalric, Léa Drucker, Stéphanie Cléau, Laurent Poitrenaux, Serge Bozon França, 2014 – 1h16min | M/16

A RAPARIGA SANTA La niña santa de Lucrecia Martel com Mercedes Morán, Carlos Belloso, Alejandro Urdapilleta AR, IT, NL, ES, 2004 – 1h46 | M/12 CÓPIA 35MM É Inverno em La Ciénaga. Amália, jovem adolescente, tenta salvar a alma de um médico de meia-idade, hospedado no hotel familiar.

• Festival de Cannes 2004 – Selecção Oficial em Competição RODA DA FORTUNA E DA FANTASIA Wheel of Fortune and Fantasy de Ryûsuke Hamaguchi com Kotone Furukawa, Kiyohiko Shibukawa, Katsuki Mori, Fusako Urabe Japão, 2021 – 2h01 | M/14 Um tríptico com ecos rohmerianos sobre o amor no Japão moderno, entre o imprevisível e as coincidências: um inesperado triângulo amoroso, uma armadilha de sedução falhada e um encontro que resulta de um mal-entendido. Hamaguchi no auge da sua arte.

O ESTÁDIO DE WIMBLEDON O Estádio de Wimbledon de Mathieu Amalric com Jeanne Balibar, Esther Gorintin França, 2001 – 1h09 | M/12 CÓPIA 35MM Uma jovem procura em Trieste um “escritor-quenunca-escreveu”, numa deambulação com ecos do cinema de Antonioni…

É um jogo arriscado, mas permitimo-nos escolher cinco cineastas posteriores ao desaparecimento de Serge Daney, que estariam certamente entre aqueles que mais lhe interessariam no cinema contemporâneo, objectos eleitos para o seu olhar crítico, sobretudo na sua relação com a escrita, e porque, na linha de uma noção cara a Daney, o seu "hors champ" é tão essencial como o que está no plano. — Paulo Branco

• Festival de Cannes – Un Certain Regard

Hors Champ – Novos Filmes e Cineastas que Fariam S.D. Escrever especiais

• Festival de Berlim – Urso de Prata, Grande Prémio do Júri STILL NATUREZALIFE MORTA San xia hao ren de Jia Zhang-Ke com Tao Zhao, Zhou Lan, Sanming Han China, Hong Kong, 2006 – 1h51 | M/12 CÓPIA 35MM A construção da barragem das Three Gorges, a maior do mundo, causou uma transformação radical e brutal nos habitantes e na natureza do lugar, expulsando centenas de milhar de pessoas, trazendo consigo a exploração, a miséria e uma catástrofe ecológica anunciada. A sexta longa de Jia Zhang Ke, o maior cineasta da transformação da China das últimas décadas, para quem o cinema é uma forma de registar aquilo que está a desaparecer, conquistou o Leão de Ouro em Veneza.

Medeia Nimas 01.09 — 28.09.2022 7

• Festival de Berlim 2020 – Prémio Encounters de Melhor Realizador O PÂNTANO La Ciénaga de Lucrecia Martel com Mercedes Morán, Graciela Borges, Martín Adjemián AR, FR, ES, JP, 2001 – 1h43 | M/12 CÓPIA 35MM Diz Lucrecia Martel: “a força do cinema está naquilo que não vemos à nossa volta, e, de repente, conseguimos ver numa história projectada no écran." O Pântano é a vida de duas famílias no estupor provincial de La Ciénaga, onde nada acontece, mas tudo está prestes a explodir.

• Festival de Cannes 2010 – Un Certain Regard MALMKROG de Cristi Puiu com Agathe Bosch, Ugo Broussot, Frédéric Schulz-Richard RO, CZ, RS, 2020 – 3h21 | M/12

O JOVEM CUNHAL de João Botelho com João Pedro Vaz, Margarida Vila-Nova, Gonçalo Norton Portugal, 2022 – 53 min | M/12 “Gosto do Cunhal. E nos tempos que correm acho que é bom falar da coerência e da coragem que ele teve e que é uma das grandezas da condição humana. Tantos anos na clandestinidade e tantos anos na prisão, isolado, espancado e torturado nunca disse nada, nunca cedeu”, diz João Botelho, que recorreu a imagens de arquivo e a uma encenação de excertos de textos de e sobre Álvaro Cunhal neste filme fascinante, que “não é ficção nem documentário, é cinema, uma coisa sobre um homem que é maior do que a vida". 18 de Setembro, 19h30 – Projecção seguida de conversa com o realizador e outros convidados

Um tableau vivant erguido numa imponente casa de campo na Transilvânia do final do século XIX, inspirado no texto Os Três Diálogos e o Relato do Anticristo (1915) do filósofo russo Vladimir Soloviov.

Um homem e uma mulher amam-se em segredo num quarto de hotel. Trocam algumas palavras anódinas depois de fazerem amor. Pelo menos, é isso que o homem crê. Adaptação do romance homónimo de Georges Simenon.

AURORA de Cristi Puiu com Cristi Puiu, Clara Voda, Valeria Seciu RO, FR, CH, DE, 2010 – 3h01 | M/16 CÓPIA 35MM Um dia, Viorel (interpretado pelo realizador Cristi Puiu) acorda inquieto. Sem procurar qualquer explicação, conduz por Bucareste, decidido a pôr termo à instabilidade que reina na sua vida. Esta é a história trágica da queda de um homem comum, ignorado pelo sistema social romeno…

• Festival de Veneza – Leão de Ouro

MAD MAX – AS MOTOS DA MORTE Mad Max de George Miller com Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne Austrália, 1979 – 1h28 | M/18 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA Mad Max (1979), o pesadelo distópico que lançou George Miller e trouxe a fama a Mel Gibson é hoje um “clássico” de culto. Filmado com baixo orçamento e produzido em registo de “guerrilha”, fechando estradas sem autorização e rodando as vertiginosas cenas de acção e perseguições “sem rede” (a actriz principal teve de ser substituída por causa de um acidente de mota), acabaria por se tornar um dos mais populares, melhores e mais influentes filmes de acção de sempre, dando origem a uma das sagas de maior sucesso, que se tem prolongado ao longo dos anos. Aproveitando a estreia de um novo filme de George Miller, vamos revê-lo numa cópia nova and remember the road warrior, the man we called Max

• Festival de Cannes 2021 – Semana da Crítica • Prémios Goya 2022 – Melhor Jovem Realizadora e Melhor Actriz Secundária (Nora Navas)

cinema. TRALALA de Arnaud e Jean- Marie Larrieu com Mathieu Amalric, Josiane Balasko, Mélanie Thierry, Maïwenn França, 2021 – 2h | M/12 Filme de “máscaras”

Les PositifInrocks

ÚLTIMAS OPORTUNIDADES

• Festival de Cannes 2021 – Selecção Oficial Fora de Competição Télérama Positif Cahiers du Cinéma Les Inrocks A MÃE E A PUTA La Maman et la putain de Jean Eustache com Jean-Pierre Léaud, Françoise Lebrun, Bernadette Lafont França, 1973 – 3h40 | M/16 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA “Uma verdade profunda, como nunca se vira no cinema. Para mim, é o maior filme de todos os tempos.” Nadav Lapid, realizador

Ray Carney, Cassavetes on Cassavetes, Faber and Faber, 2001 LIBERTAD de Clara Roquet com Maria Morera Colomer, Nicolle García, Nora Navas Espanha, Bélgica, 2021 – 1h44 | M/12

“Cassavetes foi o pioneiro de uma nova concepção do que o cinema poderia ser e fazer. A sua visão era a de um cinema como a exploração pessoal do sentido da sua própria vida e das vidas daqueles que o rodeavam. Era uma forma de colocar questões profundas e perspicazes sobre o mundo em que vivia e pedir aos outros para questionarem e explorarem as suas próprias experiências. […] Uma das coisas mais surpreendentes que descobri foi o quanto os filmes de Cassavetes estavam cheios das suas experiências e dos seus sentimentos mais pessoais muito para além do que imaginara quando comecei [estas conversas e investigação]. Cassavetes está dentro dos seus filmes, e as suas impressões sobre a vida estão em personagens como o Ben, de Sombras, o Richard, de Rostos, o Seymour, de Minnie e Moskowitz, a Mabel, de Uma Mulher sob Influência, o Cosmo de A Morte de um Apostador Chinês, e o Robert de Love Streams, a um ponto que me deixou aturdido, quando finalmente o compreendi.”

Clara Roquet, como escreveu o El País, é uma das cineastas que “lideram a revolução do cinema espanhol”.

NOITE DE ESTREIA Opening Night de John Cassavetes com John Cassavetes, Gena Rowlands EUA, 1977, 2H24 | M/12 Um dos melhores filmes sobre o mundo do teatro, com mais uma interpretação superlativa de Gena Rowlands. —

A MORTE DE UM APOSTADOR CHINÊS The Killing of a Chinese Bookie de John Cassavetes com Ben Gazzara, Timothy Agoglia Carey, Seymour Cassel EUA, 1976, 1h49 | M/16 Filme noir e nocturno onde as sombras se avolumam, com Ben Gazzara num dos seus melhores papéis.

UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA A Woman under the Influence de John Cassavetes com Gena Rowlands, Peter Falk, Fred Draper EUA, 1974, 2h26 | M/12 Uma das grandes interpretações de Gena Rowlands e um dos mais célebres filmes de Cassavetes.

• Festival de Cannes 1973 – Selecção Oficial em Competição; Grande Prémio do Júri; Prémio FIPRESCI ROSTOS Faces de John Cassavetes com Gena Rowlands, John Marley EUA, 1968, 2h10 | M/12 Um dos filmes mais característicos do modo de trabalho do realizador, que submete a câmara ao "movimento dos actores", criando com eles uma enorme empatia.

SOMBRAS Shadows de John Cassavetes com Ben Carruthers, Lelia Goldoni, Hugh Hurd, Anthony Ray EUA, 1959, 1h27 | M/12 Primeira longa de Cassavetes, é como que um “manifesto” por um novo onde o protagonista (bravo!, Mathieu Amalric) se reinventa numa espécie de “teatro/jogo”, é o melhor filme dos Larrieu.

MARX PODE ESPERAR Marx può aspettare de Marco Bellocchio com Marco Bellocchio, Alberto Bellocchio, Pier Giorgio Bellochio Itália, 2021, 1h36 | M/12 Bellocchio reconstrói a história do seu irmão gémeo que se suicidou, uma época, e aquilo de que o seu cinema foi sendo feito.

• Festival de Cannes 2021 – Cannes Première; Palma de Ouro Honorária

CÓPIAS RESTAURADAS

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