TAXICULTURA 09

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Leitura de Bordo

www.taxicultura.com.br

Literatura Infanto-Juvenil Na hora do presente inove: ofereça livros!

Balneário de Santos

Roteiros onde se combinam uma natureza exuberante, história e muita cultura

Final de ano com sabor especial Ceias especiais para quem deseja curtir as festas sem ter trabalho algum

Edição 09


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TAXICULTURA|Novembro


EXPEDIENTE

Diretoria Adilson Souza de Araújo Davi Francisco da Silva Fábio Martucci Fornerón Isabella Basto Poernbacher (editora@portodasletras.com.br) Redação Editor Waldir Martins MTB 19.069 Edição de Arte Carolina Samora da Graça Mauro Bufano Projeto Editorial Editora Porto das Letras Reportagem Daniele Tavares, Estela Guerreiro, Gustavo Werneck,Marina Schmidt e Miro Gonçalves Colaboradores Fernanda Monteforte, Fernando Lemos, Adriana Scartaris e Mery Hellen Jacon Pelosi

Editorial

Fotografia Davi Francisco da Silva

Livros para todos

Ilustração da Capa Cris Alhadeff

Não existe outra forma de fomentar o desenvolvimento que não seja investir no binômio Educação e Cultura. Por isso, na presente edição, colocamos para os nossos leitores o desafio de tentar escapar do desvario consumista, que nos toma de assalto nesta época do ano, principalmente quando pensamos nos presentes para os nossos filhos, sobrinhos e netos. Mestre em educação e professor da PUC/SP, Adilson Souza de Araújo apresenta um breve panorama do segmento editorial infanto-juvenil e revela um universo rico, dinâmico e absolutamente criativo, colocando os livros como uma excelente opção de presentes para os jovens nesse Natal. Ainda no clima das festas, revelamos ao leitor algumas alternativas para quem deseja aproveitar o melhor da festa sem nenhum trabalho e sem perder tempo na cozinha. Os chefs dos tradicionais restaurantes A Bela Sin-

Publicidade

Revisão Naira Uehara

tra, Chácara Santa Cecília e Baruk estarão a postos para receber ou levar até seus clientes diferentes e saborosas ceias de Natal. Antecipando o período de férias, viajamos até um dos mais tradicionais destinos turísticos para os paulistanos de todas as idades: o balneário de Santos. Uma das mais antigas do Brasil, a cidade revela um vigor surpreendente, onde o visitante tem a seu dispor uma estrutura de turismo invejável, com diversos roteiros que combinam uma natureza exuberante, história e muita cultura. Para quem não for viajar, vale a pena visitar o novo espaço de música da cidade: o Cine Joia. Fechado nos anos 1980 para dar lugar a uma igreja petencostal, o espaço reabriu no último mês de novembro e promete atrações incríveis para dezembro, como o rapper Criolo e os já consagrados Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra.

Diretor Fábio Martucci Fornerón Assessoria jurídica Paulo Henrique Ribeiro Floriano Comercial Suporte Administrativo Ana Maria S. Araújo Silva Bruna Donaire Bissi Assinaturas e mailling (assinatura@portodasletras.com.br) Impressão Wgráfica Tiragem 25.000 exemplares Distribuição Gratuita TAXICULTURA é uma publicação da Editora Porto das Letras Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Rua do Bosque, 896, casa 24, CEP 01136-000. Barra Funda, São Paulo (SP). Telefone (11) 3392-1524, E-mail editora@portodasletras.com.br. Proibida a reprodução parcial ou total dos textos e das imagens desta publicação, exceto as imagens sob a licença do Creative Commons. As

Boa viagem e boa leitura! Os Editores

opiniões dos entrevistados publicadas nesta edição não expressam a opinião da revista. Os anúncios veiculados nessa revista são de inteira responsabilidade dos anunciantes.

Dezembro|TAXICULTURA

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SUMÁRIO | TAXICULTURA

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Onde fica?

22 22 40 44 Agenda

Agenda

Mundo Cão

08

Paulistanos

28 28 42 Beleza

Charme e Beleza

Horizonte vertical

12

Tecnologia

30 30

Qualidade de vida Tecnologia

14

São Paulo: um mundo todo

32 32

Bandeira Livre Morar Bem

16 16 36 36 Capa

Qualidade de Vida

São Paulo Tem

Mundo&Cia

20 18 38 38

Livros e Leitura Bandeira LIvre Morar Bem Capa

48

Parque do Alto Ribeira

ESPAÇO LEITOR

Para nós, sua participação é fundamental. Para enviar suas críticas, elogios, sugestões ou comentários basta enviar um email para: leitor@taxicultura.com.br Assim que recebermos sua mensagem entraremos em contato para atender a sua solicitação.

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TAXICULTURA|Dezembro

Não sou usuário contumaz de táxi, mas outro dia, ao fazer uma corrida, li a matéria sobre o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira e adorei. Estou interessado em passar as férias de janeiro por lá. Onde consigo maiores informações? Reginaldo Prates

Prezado Reginaldo, Para obter maiores informações basta acessar os seguintes endereços: www.ambiente.sp.gov.br/ecoturismo www.petaronline.com.br www.parqueaventuras.com.br Atenciosamente, A redação


16 Distribuir Cultura

Segmento editorial infantojuvenil se credencia como uma excelente opção de presentes para os jovens neste Natal

14 38 Final de ano

com sabor especial

32 46 Balneário de Santos

36 22 Cine Joia

Depois de quase três décadas, o A centenária cidade oferece Nunc sollicitudin, nisl id placerat vitae,que já foi igreja cinema, roteiros onde se curcombinam umabibendum atantigo Diferentes restaurantes oferecem sus tempor, lorem dui conultricies et ipsum. Sed non pentecostal, volta como a mais natureza exuberante, história e ceias especiais para quem deseja sequat tellus, et placerat mi Suspendisse nova casa de shows da cidade muita cultura viverra lectus. curtir um natal e um ano novo sem sem sit amet quam. Suspendsit amet augue lacus, vitae ter trabalho algum isse quam mauris venenatis ligula.

Museu da Pessoa Muito interessante a matéria sobre o Museu da Pessoa. Incrível pensar o quanto a história pode se democratizar com o avanço da tecnologia que permite iniciativas como essa. Como pode ser poderosa a ideia que somos nós, os anônimos, quem fazemos a história. Fábio Nascimento

Ivaldo Bertazzo Prezado Fábio Não resta dúvida que as novas tecnologias estão, de fato, nos inserindo em um novo paradigma sócio-cultural. Fazer com que esse novo mundo seja democrático e justo é um desafio para todos nós.

Atenciosamente, A redação

Pessoas como Ivaldo Bertazzo fazem parte daquele seleto grupo de criadores que, com seu trabalho, contribuem para que toda sociedade tome consciência do próprio corpo e da própria vida.

Prezada Márcia Em um país onde a arte e cultura são tratadas como produtos de luxo, onde apenas uma pequena parcela pode ter acesso, personagens como Ivaldo Bertazzo que se dedicam a estudar e formar gerações de artistas nas diferentes camadas sociais são imprescindíveis.

Márcia Ribeiro Atenciosamente, A redação

Dezembro|TAXICULTURA

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ONDE

FICA? Davi Francisco

O primeiro Shopping da América Latina Por Daniele Tavares

O

prédio é um dos primeiros grandes edifícios e centros comerciais multifuncionais da cidade de São Paulo. Projetado pelo arquiteto David Libeskind, o complexo caracteriza-se pela mistura de diferentes usos em uma mesma estrutura urbana, mesclando uso residencial, comercial, serviços e lazer. Inaugurado em 1958, o local é considerado o primeiro shopping center da América Latina e em 2005 a edificação foi tombada pelo Condephaat, o Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico. A galeria proposta em seu projeto transformou-se em paradigma para edifícios similares na área central de São Paulo durante a década de 1950. O espaço conta com restaurantes, escritórios e outros tipos de estabelecimentos de comércio e prestação de serviços, além da maior livraria da América Latina em área construída. Outro ícone é o grande relógio digital no topo da construção, que marca a hora e a temperatura e pode ser visto em diferentes pontos da cidade. Pioneiro no trabalho de reciclagem, desde o ano de 1999, o condomínio realiza toda decoração de natal utilizando apenas materiais separados do lixo gerado pelo próprio edifício, que é um dos maiores pontos de arrecadação de recicláveis do país.

Você sabia?

O trabalho de decoração natalina no edifício segue três diretrizes básicas: utilização de material reciclado a partir do lixo produzido no próprio condomínio; concepção artística baseada em temas da cultura brasileira; participação da comunidade da elaboração dos enfeites/artefatos

Davi Francisco

Os primeiros 10 leitores que identificarem a localização da foto acima ganharão um par de ingressos para o teatro.

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Sua resposta deverá ser enviada para o e-mail:

leitor@taxicultura.com.br

O resultado sairá na próxima edição junto com os nomes dos ganhadores.

Ponte Estaiada Orestes Quércia O complexo viário mostrado na última edição da Revista TAXICULTURA é a Ponte Estaiada Orestes Quércia. A ponte se encontra na Marginal Tietê, zona norte da capital paulista e liga a Avenida do Estado à pista sentido Castelo Branco.

GANHADORES Evanildo Victor Raposo

Melissa Bellis

Neusa Romano

Rogério Manzano

Anailton Alencar

Alexandre Pannia

Bruno de Oliveira

Mário Alfredo

Márcio Zeppelini

Cintia Damião

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Dezembro|TAXICULTURA

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PAULISTANOS Por Waldir Martins e Adilson Souza de Araújo Divulgação

Paulo Caruso O traço que reconstrói a cidade

P

aulistano nascido na Praça Júlio de Mesquita e criado na Vila Madalena, onde vive até hoje, o chargista e cartunista Paulo Caruso sintetiza como poucos a paixão pela nossa fascinante ininteligível megalópole. Desde menino, mergulhado na arte de pintar e desenhar, graças à influência de seu avô materno Francisco Hespanha, o Seu Paco, que constantemente dava a ele e ao seu irmão, o também cartunista Chico Caruso, lápis coloridos e papéis, terminou por se tornar um dos mais representativos ilustradores da vida e das paisagens paulistanas.

Nacionalmente reconhecido pelos seus cartuns políticos, Caruso é um artista que, como ele mesmo se define, “ataca em diferentes áreas”: dedica-se à composição musical, à produção de espetáculos de música e teatro, além de sua já histórica participação no programa Roda Viva da TV Cultura, cujos cartuns estão em uma incrível exposição no Espaço Cultural BM&FBOVESPA. Recentemente, no dia 11/11/2011, fundou, em parceria com seu irmão Chico e os médicos Alexandre e Ricardo Ghelman, gêmeos também, o Sindicato dos Gêmeos que, mais do que uma brincadeira, pretende desenvolver estudos e pesquisar o universo dos gêmeos brasileiros. Acompanhe a seguir os melhores trechos de uma agradável conversa onde Paulo Caruso pôde tratar um pouco da sua história, sua paixão pelo cartum e novos projetos.


PAULISTANOS Fotos de Divulgação

Rio de Janeiro, foi atrás do caminho dele e eu sou um cara mais da parceria. No lançamento do Sindicato dos Gêmeos, passamos um filme sobre gêmeos, do Chico Teixeira, em que há depoimentos de vários gêmeos; e é muito curioso por serem histórias muito parecidas dentro de diferenças. Uma coisa que a gente conta lá é que teve uma época em que meu irmão começou a fazer o aniversário dele no dia 10, sendo que a gente nasceu no dia 6; e ele disse que no dia 6 era para eu comemorar, enquanto no dia 10 ele comemorava com os amigos dele, porque estava no Rio. Eu me perguntava se ele realmente achava que ia ter graça comemorar o meu aniversário sem ele... ele é meu irmão, né?

TAXICULTURA: E no trabalho? Essa diferença também fica presente na forma de desenhar, pintar?

Paulo Caruso: TAXICULTURA: De irmão, só você e o Chico?

Paulo Caruso: Só nós dois. Aliás, acabamos de lançar agora, no dia 11/11/11, o Sindicato dos Gêmeos. Saiu até no Fantástico no domingo e, por isso, está tendo muita repercussão. Os parceiros Alexandre e Ricardo Ghelman são médicos e querem levar a coisa à frente, pesquisar a situação de gêmeos no país, pra ver como é.

TAXICULTURA: Quando foi que tomou contato com o desenho e quando isso virou trabalho?

Paulo Caruso: Lá pelos cinco anos nós começamos a desenhar com o meu avô materno, Francisco, o Seu Paco, um pintor amador. Ele fazia alguns quadros, pintava em cima de madeira, tampa de caixa de chocolate, comprava gravuras e copiava. Ele também acreditava que, por sermos gêmeos, era melhor que ficássemos dentro de casa do que na rua, então nos dava muito papel e nos estimulava muito. Desenhávamos tanto que, quando levantávamos, estávamos tontos. Depois, com uns 15 anos, um colega do meu

irmão que era diretor de redação da Folha da Tarde perguntou se ele não queria trabalhar lá; em seguida, por tabela, arranjou um emprego pra mim no Diário Popular, e começamos profissionalmente com 16 anos.

TAXICULTURA: E a formação? Da onde vem o traço?

Paulo Caruso: Primeiro os gibis, as revistas da Disney, a gente começou a desenhar copiando, recortando, desenhando mesmo. No geral, os artistas têm essa linha: quem é autodidata vem desde pequenininho desenhando. Outros fazem por vocação; o cara decide que é aquilo que ele quer e vai atrás. O nosso caso foi uma brincadeira que virou profissão; nós não escolhemos, mas é um prazer que tínhamos.

A mesma coisa que acontece com a gente na vida, as diferenças estão todas dentro das semelhanças. Se você distingue o trabalho de cada um, você sabe quais são as diferenças. Tem uma característica, por exemplo, eu falo mais, uso mais elementos, faço histórias em quadrinhos com balão, com texto, vários personagens. O Chico é mais focado. Mas se você vê nosso desenho, nota que nossa escola de desenho é uma escola norteamericana, com caricatura, com naturalidade do espaço tridimensional; não é um desenho bidimensional, um desenho sintético. Então, há essa semelhança pelo fato de nossa escola ser a mesma, mas a diferença é que cada um encontra uma maneira de se expressar.

TAXICULTURA: Não tem como falar do seu trabalho sem passar pela sua relação com o seu irmão?

Paulo Caruso: No meu caso não, no caso dele sim. Ele faz questão de ser individualista (risos). Mora no

leitura de bordo dos taxis paulistanos - Dezembro|TAXICULTURA

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PAULISTANOS TAXICULTURA: Você fez a FAU, porque decidiu por essa faculdade?

TAXICULTURA: Você ouviu muitos “não” na sua busca?

Paulo Caruso:

Paulo Caruso:

Primeiro porque todo mundo dizia que eu desenhava bem, então deveria fazer arquitetura; com 14, 15 anos, estava me encaminhando para isso e o Chico também. Nós fomos fazer o vestibular em 69, só que, quando fomos fazer a prova, ele foi preso. Tinha ido estudar na casa de um amigo cuja família tinha ligação com o partidão e a polícia estava esperando pra prender todo mundo e, assim, ele perdeu o vestibular. Eu fiz a prova e passei; depois ele entrou com um recurso e, graças ao reitor, a gente conseguiu que ele fizesse uma prova no meio do ano e ele entrou no mesmo ano que eu. Então, acho que esse trabalho do zodíaco funciona, no mapa astral estava lá que iríamos ser arquitetos (risos).

Vários, essa do Pasquim era notável, eles ficavam em uma casinha e no fim da escada só conseguia ver a mesa, a garrafa de uísque e os pés deles; aquilo para mim era o Olimpo, mas depois eu consegui chegar mais perto (risos).

TAXICULTURA: Arquiteto, músico, o que mais você é?

Paulo Caruso: Eu sou um cara que ataca em todas as áreas (risos), com 14 anos fui pra música e o Chico também veio, passamos por Beatles e Bossa Nova. Acho que meu irmão só não foi pra esse lado porque na época ele namorava, então foi pra outras linguagens, outras áreas. E como estávamos falando dessa coisa de vocação, a minha paixão é mais o desenho do que a música, ela me divide e hoje eu tenho um trabalho musical constante, mas, no final, a minha dedicação fica pro desenho.

TAXICULTURA: Da nova geração de cartunistas há alguém que você possa ver como uma continuidade do seu trabalho? Como uma referência expressiva?

Paulo Caruso: Não sei, existe um grupo de amigos que sempre me referencia: um deles é o Gustavo Duarte, que fez o Lance, agora é freelancer, e é formado em comunicação visual pela Unesp; e o Luciano Veronese, que fez o Agora e voltou a ser freelancer, evoluiu muito rapidamente, já passou pro computador e domina muito mais do que eu. Ele diz que eu fui referência para ele, mas ele que acaba sendo referência para mim. Há dois desenhistas, também, com quem trabalhei junto em eventos, fazíamos caricaturas das pessoas, o Dínamo Alves e o Ricardo Soares, que são do Piauí. Então, tenho muitas pessoas que me acompanham, mas nenhuma que digo “esse sou eu depois”.

TAXICULTURA: Como você avalia a arte do grafite?

TAXICULTURA:

Paulo Caruso:

Você está no meio de gerações; existe contato, interação com o Ziraldo, por exemplo?

O cara tem que ter talento para que isso venda e há muitos talentosos por aí. Tem uma coisa meio mutante na linguagem da arte, em todos os meios, em todas as coisas, isso aconteceu com a pintura, com a ilustração, que pulou dos quadros para as publicações em revistas e livros. Os irmão do Cambuci [Os Gêmeos] são contratados para pintar castelos na Europa, têm uma valorização enorme, e estão levando a arte de rua para um espaço nobre.

Paulo Caruso: Tem até hoje, as gerações se sucedem, mas criam vínculos. Eu fiz um trabalho, inclusive a minha tese era sobre a linguagem de humor. Os nossos ídolos eram da geração anterior: Jaguar, Ziraldo, Fortuna, Claudius, os caras que criaram O Pasquim. E, agora, na nova geração estamos eu, Chico, Laerte... tem uma sucessão.

TAXICULTURA: Você fez parte do Salão de Humor de Piracicaba?

Paulo Caruso: Eu fiz parte do segundo, em 75. Foi lá que eu conheci o pessoal do Pasquim, o Ziraldo e outros artistas. Eu ia sempre ao Pasquim tentar mostrar meus desenhos e a secretária sempre me dizia que eles estavam ocupados. Como eles foram jurados lá, e fizeram isso para promover o humor que praticavam no país, entramos em contato e viramos colegas, fui aceito como um profissional.

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TAXICULTURA: Como a tecnologia entra no seu trabalho? Ajuda?

Paulo Caruso: É muito curioso isso, porque todos os artistas estão fazendo essa migração pro mundo digital, tecnológico e eu ainda não, eu ainda trabalho com o papel e tinta. Na [Revista] Época eu cheguei para mostrar o desenho e uma estagiária estava conversando com o editor de arte. Quando tirei os desenhos e coloquei em cima da mesa, a estagiária ficou surpresa e falou: é feito a mão! Como se fosse algo de outro mundo. A questão é essa, eu não

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PAULISTANOS TAXICULTURA:

TAXICULTURA:

Paulo Caruso:

Você acha que a tecnologia vai inibir as pessoas que tem o traço na mão?

Vem o tempo inteiro: todo momento você está sendo seduzido e inspirado, e até a falta de inspiração acaba sendo motivo de inspiração. A minha encomenda é diária, essa coisa de noticiário; mas eu faço freelas, trabalho disso, sobrevivo com isso.

Paulo Caruso: Por um lado sim. Hoje, as crianças com dois anos de idade já estão fazendo isso, inevitavelmente isso vai significar uma destreza em uma direção e uma perda em outra, mas, por outro, irá valorizar mais os originais, que serão minoria. Quando estávamos no processo do virtuosismo, o interessante era o artesanal, até parecia feito por máquinas, pela precisão do traço, o acabamento que passava por um processo de quase desumanização, você olha e acha simplesmente perfeito.

TAXICULTURA: Você já usa o Google maps como alternativa, ao invés de ir a um local que você vai ilustrar?

Paulo Caruso: Nesse trabalho que estou realizando agora, sobre os Paulistanos Ilustres, acabei de fazer o Cásper Líbero e eu tinha certeza que essa avenida era onde hoje é a Senador Feijó e quando eu olhei no Google Maps vi que estava enganado, que é uma transversal que liga a estação da Luz e corta a Senador Feijó. Aí que eu consegui baixar e ao invés de ir lá, imprimi aqui. Mas ainda é muito importante para mim estar no local, porque a noção de espaço muda muito. No livro [de ilustrações] que fiz sobre São Paulo, eu ia pro local pra saber o tamanho da massa, pra ver os detalhes, a escala das pessoas no local, e se você não estiver no local, não consegue ver. No Empurra, Empurra, [Monumento às Bandeiras, no Parque Ibirapuera] do Brecheret, quando eu fui lá, o meu filho ficou fotografando e eu desenhando e vendo os detalhes das figuras, dos pés, das mãos, cada detalhe naquela escala. Fui me aproximando e só chegando perto pude constatar a grande riqueza da obra, que não é uma homenagem aos portugueses, é a mistura de raças, porque tem negro, europeu, um plano que é um europeu segurando uma criança e duas índias. Além disso, o que divide a figura é um prato de farinha. E ele fala disso, por ele ser imigrante, uma daquelas cabeças é dele.

Foto Paulo Garcez

Então, para esse tipo de coisas, se você não for lá e olhar não tem como sentir aquilo.

consigo trabalhar de outra forma, tenho amigos que só trabalham no meio digital, começou a profissão fazendo tudo no artesanato, mas hoje só trabalha no tablet, está tudo digitalizado, não trabalha mais com papel.

Onde você busca a inspiração pro trabalho?

TAXICULTURA: E o trabalho no Roda Viva?

Paulo Caruso: Se dependesse do diretor do programa eu não teria visibilidade nenhuma, e uma coisa que tem ali o tempo inteiro é desenho; a minha função é quebrar aquele clima de pergunta e resposta do programa. Não importa quantos apresentadores e entrevistados tenha, será sempre um programa de pergunta e resposta e eu sempre briguei muito por causa disso, já cheguei até a me afastar, mas depois voltei. Dá visibilidade porque, mesmo com o passar dos anos, tem um cara que sempre está lá, que sou eu.

TAXICULTURA: Como você avalia esse novo jeito de humor do stand up? Por exemplo, a polêmica entre o Rafinha Bastos e a Wanessa Camargo, como você vê toda essa história?

Paulo Caruso: Eu acho que tem essa coisa das novas gerações. Eu, particularmente, acho que os caras estão fazendo suicídio, o stand-up perde um pouco a noção do que é humor, porque no fundo tem uma coisa sadomasoquista, eles fazem o público rir de piadas a respeito deles mesmos, e acham que isso é humor, e, às vezes, é apenas sadismo. O pessoal da minha época, que vem lá da ditadura, tem um comportamento politicamente correto; claro que a gente também luta para que o humor tenha liberdade. Já esses caras tiram o sarro das minorias e acabam criando situações delicadas, como essa. Na mesma época dessa confusão, eu ia fazer uma matéria sobre humor e aconteceu a morte de José de Vasconcelos; e uma reportagem da Folha de S. Paulo fala: “José de Vasconcelos é muito conhecido pela Escolhinha do professor Raimundo”. Veja você, o cara foi fundador do

stand-up no Brasil, é o cara que realmente fazia texto, mas o editor e o repórter, que são jovens, não o conhecem, não têm história e pecam um pouco por essa ignorância. No caso do Rafinha, quando disse que comeria a mulher e o seu filho, ele falou do ponto de vista do choque, no fato de comer, não sexualmente; era uma brincadeira de duplo sentido e foi encarado só como um ato sexual e acho exagero isso.

TAXICULTURA: Como você definiria essa cidade?

Paulo Caruso: Por mais que digam que ela é desumana, é a cidade mais acolhedora que temos no país, pois nele habita gente de todas as raças, credo e conduções. Apesar de falarem que somos mais insanos, nós somos mais cosmopolitas, somos a megalópole, espalhamos um padrão de vida pro resto do país. Nosso modelo de cidade foi importado dos norte-americanos, enquanto as cidades europeias, que historicamente seriam mais a nossa referência, perderam esse espaço. A verticalização, o centro degradado, o crack tomando conta dos centros, foi o que eu vi muito nos Estados Unidos e, infelizmente, adotamos esse modelo, e vamos ter que aprender a andar com isso. Mas São Paulo, nesse aspecto, tem muita informação que pode ajudar na reformulação do modelo.

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TECNOLOGIA Por Fernando Lemos

Divulgação

KIDREX.ORG

Fernando Lemos é estrategista de Tecnologia e idealizador do Projeto Tecnologia Para Todos palestras@tecnologiaparatodos.tc www.tecnologiaparatodos.tc www.facebook.com/tecnoparatodos

M

otores de buscas na internet são sempre alvos de constantes preocupações para pais, pois sites como Yahoo, Bing, Altavista e Google podem ajudar muito, mas por outro lado, permitem muita exposição a crianças que podem facilmente acessar, mesmo de maneira não intencional, conteúdos impróprios. Uma alternativa para enfrentar esse problema é o site KIDREX.ORG. Operando como o engine do Google, esse site já tem embutidos filtros que garantem o bloqueio de conteúdos impróprios. Dessa maneira, se você tem um firewall ou alguma solução de segurança em casa, pode incluir todos os sites de buscas e liberar o KIDREX.ORG. Ele também possui uma área exclusiva para que os pais informem à central do KIDREX novos endereços que devam ser bloqueados. Uma opção excelente para o uso de crianças nas pesquisas na Web.

Minibiblio

O MINIBIBLIO é simples, fácil de usar e ajuda na organização de coleções em geral

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ou qualquer conjunto de caracteres. Na tela, do lado esquerdo, você escolhe o tipo de coleção e vai incrementando em um banco de dados, podendo incluir comentários e até imagens. O MINIBIBLIO ajuda inclusive a controlar objetos emprestados como livros e discos, informando a data combinada para cobrar o objeto de volta.

Divulgação

S

e você tem alguma coleção como hobby, a web traz várias opções de softwares que ajudam a organizá-la. Uma alternativa interessante é a aplicação gratuita chamada MINIBIBLIO, disponível nos sites de download. É um gerenciador muito útil, simples e fácil de usar, que ajuda na organização de coleções de livros, revistas, manuais, vídeos, músicas, e até dados de maneira geral. Como a operação é bastante flexível, possibilita cadastrar coleções de outros itens como moedas, chaveiros e quaisquer outros objetos. Permite pesquisa rápida por nome, data, autor

Robot Inseto

C

om a tecnologia de robótica e técnicas modernas de miniaturização, o laboratório de pesquisas da Força Aérea Americana está desenvolvendo o protótipo de um INSETO ROBOT. Pequeno o bastente para caber na ponta de um dedo, esse equipamento minúsculo poderá bater asas como um inseto verdadeiro, voando e até se escondendo entre grupos de insetos reais. Será controlado por pilotos treinados, pois apesar do tamanho, possui um sistema complexo, com muitas variações. O INSETO ROBOT trará embutidos uma microcâmera e um microfone e chegará ao ponto de poder trasportar pequenas quantidades de gás e até explosivos. Uma evolução da tecnologia bélica.

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SÃO PAULO

UM MUNDO TODO Por Estela Guerreiro Mauro Holanda

Final de ano com sabor especial Diferentes restaurantes oferecem ceias especiais para quem deseja curtir o Natal e Ano Novo sem ter trabalho algum

N

as festas de final de ano, a ceia é o momento mais importante, em que a família e amigos se reúnem para a troca de presentes, e comemoram e felicitam o novo ano que está se iniciando. Contudo, preparar essa farta mesa com suas inúmeras iguarias e pratos termina muitas vezes por atrapalhar a festa, pelo volume de trabalho e tempo despedido na sua elaboração.

Por isso, a cada ano, um número maior de restaurantes tem disponibilizado serviços com ceias para as famílias que querem aproveitar o melhor das noites de Natal e Ano Novo, curtindo as pessoas queridas, sem gastar seu tempo na cozinha.

Segundo Ilda Vinagre, a casa preparou um cardápio especial composto por pratos como o bacalhau em posta confitado com molho de lagosta e o peito de peru assado com cerejas e nozes com molho de vinho do Porto que, no Ano Novo, será substituído pelo tradicional leitão assado.

A Bela Sintra

Utilizando receitas criadas a partir de sua experiência à frente de importantes cozinhas como o restaurante Bolota Castanha, de Portugal, a chef destaca o cuidado necessário no trato dos ingredientes, que devem ser manuseados sem pressa, para garantir que o bacalhau, o peru e o leitão possam assimilar os temperos criteriosamente elaborados.

Comandado pela chef Ilda Vinagre, que há 32 anos trabalha com gastronomia portuguesa, o restaurante A Bela Sintra aposta na sofisticação e requinte de seus

Para finalizar, serão servidas duas sobremesas que se harmonizam com os pratos principais: um bombom de baunilha

Se você está entre aqueles que desejam apenas curtir o melhor da festa, a TAXICULTURA apresenta três casas que podem contribuir para que sua ceia seja um sucesso.

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pratos, elaborados a partir de tradicionais receitas portuguesas, para conquistar o paladar de seus clientes nas ceias de Natal e Ano Novo.

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SÃO PAULO

UM MUNDO TODO

com frutas vermelhas ao chocolate e um strudell de peras ao caramelo com sorvete de baunilha. Chácara Santa Cecília Experiência é o que não falta para o chef Demétrio de Santana, responsável pela cozinha do restaurante Chácara Santa Cecília. Com 18 anos de atuação na área, já esteve à frente de restaurantes como o Paridi, Walter Mancini, Restaurante Toscana, Roberto Raviole, Restaurante Pinotage, Fasano, entre outros, até chegar na Chácara Santa Cecília. Para a ceia da noite de Natal, Santana realizou uma pesquisa de ingredientes e sabores como açafrão, bacalhau, cordeiro e ervas frescas aromáticas e criou alguns pratos que serão servidos no sistema de buffet: leitão assado à moda da Chácara, que leva molho de cachaça; peru assado com fios de ovos e cereja; salmão na massa folhada aberta com confit de tomate; namorado com crosta de limão siciliano e orégano; tender com molho de laranja kinkan; caçarola de cordeiro com minilegumes; filé mignon com cogumelos frescos ao azeite trufado; pernil de vitela e brandade de bacalhau. No almoço do dia 25, outras maravilhas estão dispostas no buffet da casa, como a costela no bafo; o risoto de pinhão; tender a Califórnia servido com castanhas e frutas secas; peru à moda da Chácara; pernil regado ao vinho, assado na lenha com farofa de castanhas; lombo recheado com alho poró; bacalhau Gomes de Sá; filé mignon grelhado com molho madeira, e robalo crocante.

A hora da sobremesa seguirá a mesma variedade dos pratos principais, com pudim de castanha-do-pará; torta de cupuaçu; terrine de abóbora com coco; charuto crocante de banana com sorvete de chocolate; bolo de tapioca com cocada queimada e doce de leite brûlée; torta mousse de chocolate e salada de frutas da estação.

A ceia para quem quer ficar em casa No restaurante Baruk, uma combinação particular contribui para deixar a ceia ainda mais interessante: os irmãos Denise e Gustavo Batistel, proprietários do estabelecimento, que são descendentes de espanhóis, mas desde crianças foram acostumados a saborear as delícias preparadas pela madrinha de Gustavo, a libanesa Lilian Chueiri, que hoje assina o cardápio da casa. Daí surgiu o interesse em montar um restaurante com as receitas da família, resultando uma comida árabe contemporânea, com um tempero todo especial. Dona de uma clientela formada não apenas pela comunidade árabe, a casa, que não irá funcionar durante as festas, decidiu inovar e oferecer uma ceia de Natal diferente, que será entregue via delivery, para famílias que desejam uma alternativa para o tradicional peru. “Entre os pratos que compõem a ceia, estão os itens tradicionais da culinária árabe, como esfihas, kibes, babaganush, hommus,

coalhada seca, pão sírio, salada de sete grãos, charutos de folha de uva, arroz marroquino com carne moída, frango desfiado salpicado de amêndoas e snoubar, kibe assado com snoubar, pernil de cordeiro assado com geleia de pimenta e farofa crocante e berinjela Baruk (carne refogada, fatias de berinjela com creme branco salpicado de amêndoas torradas). A bebida que melhor acompanha é o vinho. Sugerimos o Chateau Kefraya – Líbano”, indica Gustavo.

Onde comer e pedir: A Bela Sintra Rua Bela Cintra, 2325 - Consolação Tel. 11 3891-0740 www.abelasintra.com.br

Chácara Santa Cecília Rua Ferreira de Araújo, 601 - Pinheiros Tel. 11 3034-3910 /3034-6251 www.chacarasantacecilia.com.br

Baruk Alameda Raja Gabaglia, 160 - Vila Olímpia Tel. 11 3045-9999 www.restaurantebaruk.com.br

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CAPA Por Adilson Souza de Araújo

Livrarias contam com áreas dedicadas aos pequenos onde há atividades lúdicas para estimular o gosto pela leitura

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TAXICULTURA|Dezembro - é leitura de bordo dos taxis paulistanos


Patricia Oliveira

Literatura Infanto-juvenil Era uma vez um mundo em que as crianças eram desprovidas de infância: elas recebiam instruções para a vida e para os afazeres diários do mesmíssimo modo que as pessoas adultas recebiam. Era um tempo em que criança significava, nem mais, nem menos, um adulto em miniatura, seres de dimensões reduzidas, que exigiam, portanto, o uso de calças curtas. Eis a diferença entre um (o adulto) e o outro (a criança): as calças curtas!

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pesar disso parecer fazer parte de um mundo do faz de conta, esse tempo foi real: até por volta do século XVII era assim que se viam as crianças na Europa. A mudança ocorreu pelas ideias e propostas de gente como Rousseau, que trouxe uma visão mais sofisticada sobre o desenvolvimento humano, das possibilidades e necessidades educativas para esses seres em formação, não adultos em miniatura.

simo, Graciliano Ramos, Guilherme de Almeida, Cecília Meireles, Clarice Lispector, até chegar às décadas de 1970/1980, que se tem chamado de boom da literatura infantil, com uma produção vertiginosa por autores como Ana Maria Machado, Elvira Vigna, João Carlos Marinho, Lygia Bojunga Nunes, Marcos Rey, Ruth Rocha e Ziraldo, apenas para citar alguns.

A Europa foi se dando conta de que a forma e o conteúdo das informações às crianças careciam de especificidade e ajustes, respeitando sua capacidade e modo de compreensão, interpretação e apropriação do mundo que os rodeava.

Mas, afinal, o que é a literatura infanto-junvenil? Numa palavra: é literatura!

E o mesmo valia para a leitura que se oferecia às crianças, surgindo, então, as primeiras experiências, iniciadas por Charles Perraut, que deu uma roupagem literária às histórias de tempos imemoriais, muitas vezes transmitidas oralmente (Chapeuzinho Vermelho; A Bela Adormedica; O Pequeno Polegar). Muitos anos depois, autores importantes como os Irmãos Grimm (Cinderela; João e Maria; O Príncipe Sapo) e Hans Christian Andersen (O Patinho Feio; O Soldadinho de Chumbo; A Pequena Sereia) seguiriam caminhos semelhantes. Despertar o prazer da leitura Mas, como as concepções arraigadas na sociedade não se modificam da noite para o dia, o trabalho de Perraut buscava um utilitarismo que o justificasse. Afinal, tudo bem que se oferecesse uma leitura diferenciada às crianças, mas daí a “ler por ler”, ao alto dos 8 / 10 anos de idade, já era um desperdício exagerado! A história praticamente se repetiu no Brasil, nos início do século XX, com Monteiro Lobato à frente dessa literatura. Depois dele, nas décadas seguintes, um time com nomes importantes como José Lins do Rego, Érico Verís-

A transição para o mundo adulto

É sonho, fantasia e mesmo doses de realismo, ingredientes que seduzem também os adultos, mas oferecidos numa linguagem – leia-se textos e ilustrações - adequada a essa tenra idade em que tudo se aprende, na qual a curiosidade está naturalmente à flor da pele, sem obrigatoriedade ou compromissos com o utilitarismo. Afinal, para fazer uso, por obrigação e sobrevivência, daquilo que se vai aprendendo enquanto criança e adolescente é que temos o resto da vida. Sua importância mais central está na contribuição com o processo de desenvolvimento humano, na ampliação e apropriação do vocabulário, permeando as diferentes etapas do processo de desenvolvimento mental e emocional, que permitem a leitura e interpretação, não somente dos próprios textos livros e ilustrações, mas do mundo que nos cerca e todos os mundos que formos capazes de inventar e criar. Em tudo isso, um dos elementos mais complexos e, ao mesmo tempo, fundamentais, é a construção das pontes que permitirão a passagem da literatura infanto-juvenil para a adulta, numa contínua estruturação e reestruturação do pensamento, que vai caminhando do mais absolutamente concreto e fantasioso à mais pura capacidade de abstração, um modo maduro de ver e pensar o mundo e seus fenômenos.

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CAPA Um novo livro para um novo público O próprio espaço dedicado aos infanto-juvenis passou por alterações importantes. Bibliotecas deixaram o ar sisudo para se transformar em locais mais convidativos, aconchegantes e acolhedores, muito mais propícios ao encontro e a interação, seja com as obras literárias, seja com as demais pessoas que coabitam o espaço. O mesmo vale para as livrarias, especialmente as grandes e espaçosas, que contam com áreas dedicadas aos pequenos leitores, onde é possível encontrar, além dos livros, programas de contação de histórias, teatros de bonecos e mais um sem fim de atividades lúdicas para seduzir e estimular o gosto pela leitura. O livro dentro da história de cada um A cada dia surgem novas e diferentes iniciativas com o objetivo específico de promover a literatura infanto-juvenil e a formação de novos leitores. O projeto Memórias da Literatura Infantil e Juvenil, do Museu da Pessoa (vide endereço no final), é um exemplo desse trabalho de divulgação que, de um lado, apresenta relatos de autores, ilustradores, críticos e editores, que partilham sua vivência literária, e, de outro, destaca o depoimento de leitores - anônimos e famosos - e suas experiências com os livros e a literatura. São relatos cativantes sobre a importância e a inserção dos livros na vida dessas pessoas e as reminiscências de suas memórias, tudo isso junto a uma linha do tempo da literatura infanto-juvenil brasileira, dos entrevistados e dos leitores. Literatura que circula pelas comunidades Outra importante iniciativa tem sido construída pelo Instituto Educare, através das Ecotecas, bibliotecas infantis construídas com material reciclável, e que aliam o apelo à preservação ambiental ao incentivo à leitura. Num espaço de reduzidas dimensões – o formato é de uma banca de jornal – um mundo de possibilidades, de biblioteca a palco para teatro de bonecos, passando por oficinas de contação de histórias e o que mais a imaginação de crianças, jovens e educadores criarem. A alternativa pioneira é uma opção econômica para comunidades que não disponham de bibliotecas ou um atrativo diferenciado para espaços culturais, associações e escolas. Dentro dessa mesma perspectiva, a Fundação Itaú Social distribui, gratuitamente e pelo segundo ano consecutivo, a Coleção Itaú de Livros Infantis. Vale ressaltar que, mais do que a pura e simples distribuição de livros, a iniciativa procura contribuir no encontro com o prazer da leitura pelas crianças, mirando e apostando, também, no envolvimento do adulto ao ler para as crianças. Sobre este projeto, apresentamos um saboroso texto publicado por Ricardo Costa, comentando a riqueza e o deleite que ler para uma criança pode significar (leia box ao lado).

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Por Ricardo Costa Publicado Originalmente em http://publishnews.wordpress.com O slogan de uma campanha do Itaú diz: “Ler para uma criança muda a sua história”. Me pergunto se “sua” seria da criança ou do leitor... Acabei de ver esse slogan em um carro meio velho estacionado aqui perto do escritório e a dúvida me veio à mente. É a mágica da rica língua portuguesa. Embora seja “quase óbvio” para mim que a ideia é de que a história da criança é que vai ser mudada, não resisti a pensar na opção do “sua” referente a você, a pessoa que lê para a criança. A nossa língua permite isso; fácil. E o melhor de tudo é que ler para uma criança muda mesmo a história de quem lê. Viajar na história com a criança é muito bom. É divertido. É inspirador. É revigorante. E se a criança for faladeira, extrovertida, imaginativa, é bem capaz de você acabar com uma nova história nas mãos, contada por ela. Mas ver uma criança curtir a contação de história também é muito bom. O sorriso dela, os olhos “estalados”, o interesse… e depois ela vem contar tudo pra você. Repetir a história como se não fosse você quem lhe contou! E não é que parece mais bonita a história quando ela conta do que quando você lê? Aprender com a vontade de aprender da criança. Aprender com a simplicidade da criança. Aprender com a informalidade da criança. Aprender com a ingenuidade da criança. Isso muda a sua história. Sua. De você mesmo! Leia para uma criança e mude a história de vocês!

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CAPA Balada para adultos e crianças Nesse processo de expansão do livro como um elemento presente junto a diferentes públicos, a Balada Literária se tornou um evento que movimenta o cenário cultural da cidade de São Paulo há anos. E em sua sexta edição, ocorrida no mês de novembro, ela incorporou a I Baladinha Literária, uma sensível iniciativa que revela a importância do infanto-juvenil para a literatura e a necessidade de investir nos novos leitores. Em meio a tantas novidades, em breve chegará aos cinemas um clássico da literatura juvenil das décadas de 1980 e 1990, até hoje publicado com grande sucesso: O Mistério do 5 Estrelas, obra de Marcos Rey, um dos escritores que melhor contou a cidade de São Paulo. Palma Bevilacqua Donato, viúva do escritor e responsável pela preservação de uma parte importantíssima de nossa história literária, destaca a originalidade e a atualidade de Marcos Rey e espera, nas telas, o mesmo sucesso e reconhecimento que desfruta o livro. Se por muito tempo houve uma noção de literatura infantil como algo menor, de segunda categoria, uma arte menos digna e de poucos louros, essa visão se mostra, hoje, anacrônica e descabida. O imenso número de novos autores, ilustradores, editores e publicações demonstra isso. Renato Coelho, assistente editorial na Melhoramentos para infanto-juvenis é um desses casos que revelam o quanto o setor tem a crescer. Acadêmico de Letras pela PUC-SP, o jovem terminou por descobrir o alcance dessa literatura e seu potencial, afirmando que o que ele via era apenas a ponta do iceberg. Como ele, outros vão, pouco a pouco, estreitando vínculos profissionais e afetivos com essa arte e ajudando a preparar o caminho da inserção à leitura para os mais jovens. Livros: um presente de futuro Com tudo isso, o mais importante da literatura infanto-juvenil é viabilizar o acesso à leitura e contribuir para que as novas gerações possam aprender a gostar de ler e ter acesso a obras de qualidade.

Em meio às festas de final de ano, aniversários ou outras comemorações, uma forma bacana de estimular a leitura é oferecer livros como presente e, para isso, alternativas não faltam, capazes de atender a todos os gostos e bolsos, para meninos e meninas, para crianças e adolescentes.

por incrível que isso possa parecer, o maior gargalo já não é econômico, mas cultural.

Oferecer um livro é participar de um projeto de vida, que, em doses homeopáticas se vai construindo, através do cultivo de um sem número de aparentes inutilidades, mas que terminam por fazer aflorar um mundo de potencial e criatividade, capaz de pensar e construir um mundo melhor e mais justo. O mesmo potencial que toda criança, que toda pessoa guarda dentro de si.

Outras informações

Promover o maior acesso à leitura é um desafio para toda sociedade e, em boa medida,

Comece você mesmo a mudar essa história, pedindo ao Papai Noel que entregue aquele livro bacana para a criança que você quer bem.

Museu da Pessoa Projeto Memórias da Literatura www.museudapessoa.net/mdl/ memoriasDaLiteratura

Baladinha Literária Rua Fradique Coutinho, 915 Tel.:11 3814-5811 www.livrariadavila.com.br

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Livros &

LEITURA

Lançamentos e seleção TAXICULTURA

Era uma Vez, uns Três

Entre a Espada e a Rosa

A Odisseia de Tibor Lobato

O Mistério do Cinco Estrelas

Canteiro – Músicas para brincar

Um livro alegre e movimentado, que mostra que é possível, sim, encantar os netos sem presentes nem doces. É só pôr no caldeirão muito amor e criatividade pra fazer a melhor poção: diversão! Para entrarem no mundo imaginário das crianças, a avó, com a ajuda de Frigério, o simpático dragão-lagartixa, se fantasia de bruxa e o avô se fantasia de Dom Quixote! Tudo isso para esperarem os netos, que vão invadir a casa como um furacão! Sejam muito bem-vindos ao mundo de Era Uma Vez, Uns Três, da autora Telma Guimarães, com belíssimas ilustrações de Cris Alhadeff! Um livro que irá contribuir para que a leitura possa se tornar um hábito, estreitando a relação e a troca entre adultos e crianças.

“Mais uma vez consegui escrever um livro de contos de fadas. E, completada a tarefa, penso no conto italiano em que a Rainha, em vez da filha tão esperada, dá à luz uma plantinha de alecrim, que passa a regar com leite. Meus contos de fadas são plantinhas de alecrim, nascimentos incomuns, muito desejados, quase de outra natureza, que só banhados com leite – ou sangue – podem crescer e revelar a filha que contêm.”

Já imaginou encontrar um saci velho? Ou quem sabe descobrir ser descendente do Curupira? Ou ainda ser possuidor de um amuleto poderoso? Tibor Lobato e sua irmã Sátir são filhos de ciganos e, após perderem os pais em um terrível incêndio, vão morar no sítio de sua avó, onde conhecem Rurique. Mistérios e perigos passam a surgir na vida dos três, os levando a reconhecer valores e virtudes como amizade, coragem, esperança e amor. A Odisseia de Tibor Lobato – O Oitavo Vilarejo é um romance infanto-juvenil que traz toda a magia das crenças e costumes brasileiros. Gustavo Rosseb resgata personagens como a MulaSem-Cabeça e o Boitatá, e outros menos conhecidos como a Pisadeira e a Porca dos Sete Leitões.

Um cadáver debaixo da cama dá início à investigação que conduz o suspense escrito por Marcos Rey e que já vendeu mais de três milhões de exemplares. A trama acontece em São Paulo, no luxuoso Emperor Park Hotel, um cinco estrelas que recebe hóspedes muito poderosos. Entre pessoas tão importantes, Leo não passa do mensageiro do hotel, mas ele é justamente o único que presenciou situações que mais ninguém viu a respeito do crime que ocorreu no quarto 222. Leo precisa provar o que diz e só tem o apoio dos amigos Gino, Ângela e Guima. Essa é mais uma daquelas histórias que prendem desde o princípio e que, como outros livros da coleção Vaga-Lume, conquistam os leitores juvenis.

A leitura pode ser uma viagem, mesmo antes que se aprenda a ler. O livro interativo da compositora e arte-educadora Margareth Darezzo é indicado para crianças a partir de três anos e, com muita diversão, prova que estimular a criatividade, o raciocínio e a expressão de sentimentos é algo que se faz brincando. As páginas de Canteiro – Músicas para brincar convidam os leitores mirins a encontrarem animais simpáticos, participar de jogo de trilha, brincar de cineminha, percorrer mapas, usar uma lanterna mágica para afugentar o medo, entre outras coisas. Tudo isso acompanhado por um cd com 15 músicas para cantar, dançar e aprender. O convite, cheio de cor e som, está feito: é hora de brincar!

Melhoramentos 32 págs. R$ 32,00 Telma Guimarães

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Melhoramentos 72 págs. R$ 26,00 Marina Colasanti

É assim que Marina Colasanti começa o prefácio do premiado livro de contos Entre a Espada e a Rosa. Uma princesa que esconde uma maldição sob os trajes de guerreira, um cavalo que se alimenta de moedas de ouro e um castelo de ar que fica nas nuvens são algumas das histórias desse livro repleto de encanto.

Patuá 250 págs R$ 30,00 Gustavo Rosseb

Global Editora 125 págs R$ 27,00 Marcos Rey

Editora Ática 32 págs R$ 32,00 Margareth Darezzo

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AGENDA Dezembro

Como parte das comemorações pelos 25 anos do Programa Roda Viva, da TV Cultura, o cartunista Paulo Caruso está realizando uma exposição de charges e ilustrações, que têm como personagens alguns dos entrevistados que participaram do programa ao longo destes anos. Batizada como “Roda Viva 25 anos, o Brasil passa por aqui”, a exposição ficará em cartaz até o dia 30 de dezembro no Espaço Cultural BM&FBOVESPA e contará com uma seleção de vinte e cinco charges realizadas pelo próprio cartunista. Espaço Cultural BM&FBOVESPA Até 30 de dezembro Segundas a sextas, das 10h às 18h Praça Antonio Prado, 48 - Centro Tel.: 11 2565-6826 Entrada gratuita www.bmf.com.br/portal/pages/Cultural

Jac Leirner A exposição retrospectiva de Jac Leirner apresenta cerca de 60 trabalhos entre esculturas, objetos, instalações e aquarelas. Realizados entre os anos 1980 e 2011, seus

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Galeria Emma Thomas 10 de Novembro a 12 de janeiro, das 16h às 22h Rua Barra Funda, 216 - Barra Funda Tel.: 11 3666-6489 Entrada gratuita www.emmathomas.com.br

Fotografia Vintage A fotografia demorou a ser vista como arte elevada, mas o que seria do nosso olhar sem a imobilização da imagem pelo agente imaterial da luz? No ensaio On Photography, a fotógrafa Annie Liebovitz mostra que a fotografia não é uma afirmação do mundo: são fragmentos, miniaturas da realidade. Galeria Fass 2 de Novembro a 31 de Janeiro Rua Rodésia, 26 - Vila Madalena www.fassbrasil.com trabalhos utilizam embalagens de cigarros, sacolas plásticas, dinheiro, cartões de vistas e outros produtos retirados do universo do consumo. Tendo como motes o sistema da arte e os costumes do meio artístico (viajar, apresentar cartões de visita, etc.), Jac Leirner torna-se uma das primeiras artistas a tratar a condição do artista sob a globalização e suas implicações para a produção e circulação da arte. Estação Pinacoteca 19 de Novembro a 26 de Fevereiro Terça a domingo, das 10h às 18h Largo General Osório, 66 – Luz Tel.: 11 3335-4990 Entrada: R$ 6 (meia-entrada para estudantes e idosos) Grátis aos sábados. www.pinacoteca.org.br

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Da Espanha e da Argentina, Agustina Nuñez e Raul Diaz Reyes abrem exposição na Galeria Emma Thomas. Agustina Nuñez veio ao Brasil para mostrar suas exposições individuais, entre séries de desenhos, serigrafia sobre papel, vidro e bronze, além de um mural especial, tudo pensado para o nosso país. Já o espanhol Raul Diaz Reyes apresenta a Intimate Freaks, uma exposição de retratos desenhados dos Papas, feito com canetinhas e aquarela.

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25 anos de charges de Paulo Caruso no Roda Viva

Don’t Walk e Intimate Freaks

Fotógrafos da Cena Contemporânea Divulgação

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EVENTOS

A exposição reúne 90 fotografias que pertencem à coleção do Banco Santos, sob a guarda provisória do Museu de Arte Contemporânea. Essa coleção já foi objeto, em 2008, de uma mostra intitulada Fotógrafos da Vida Moderna e, desta vez, as obras selecionadas abarcam o período entre os anos de 1954 e 2005 e evidenciam uma mudança radical na atitude do fotógrafo/artista, que passa a empregar o dispositivo fotográfico em sentido amplo, o que inclui não só a tomada tradicional com a câmera, mas também a construção da imagem por meio de encenações e manipulações. MAC/USP Cidade Universitária 19 de Novembro a 15 de Abril Terças e quintas, das 10h às 20h Quarta, sexta, sábado, domingo e feriado das 10h às 18 horas Rua da Praça do Relógio, 160 – Cidade Universitária Tel.: 11 3091-3039 Entrada gratuita www.mac.usp.br

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Uma excelente leitura para voc锚 e para o pr贸ximo passageiro - Dezembro|TAXICULTURA

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EVENTOS

AGENDA

Dezembro

Percurso do Torcedor A exposição é um percurso único, costurado pela história do futebol nos séculos XX e XXI. São 15 salas temáticas, que somam mais de 1400 fotografias, 6 horas de vídeo e muita interatividade. Museu do Futebol Terça a domingo, das 10h às 18h Praça Charles Miller, s/n – Estádio do Pacaembu Tel.: 11 3664 3848 Entrada: R$ 6 (meia-entrada para estudantes e idosos). Entrada gratuita às quintas-feiras www.museudofutebol.org.br

Os Opalas

Com o tema “Razão e Sensibilidade”, serão apresentadas mais de 50 montagens encenadas pelos alunos e dirigidas por professores. Espetáculos como “A História de Amor de Romeu e Julieta”, texto de Ariano Suassuna, e “Severinos”, inspirado em “Morte e Vida Severina”, integram a programação.

O grupo apresenta um repertório composto por clássicos do samba-rock, como “O Namorado da Viúva”, “Katarina”, “Segura a Nêga”, “Pensamento Verde” e “A Beleza é Você Menina”, além de versões instrumentais de pérolas da MPB e composições próprias. Com Toninho Crespo (vocal e guitarra), Evaldo Corrêa (vocal e percussão), Augusto Swing (vocal), Américo Rodrigues (vocal e bateria), Paulo Cerqueira (teclados), Marcelo Bianca (vocal e percussão), Fernando de Sá (baixo), Renato Farias (trombone), Midney Simon (trompete) e Luiz Carlos de Paula (trompete), músicos que em sua trajetória se apresentaram ao lado de mestres como Jorge Benjor, Bebeto, Luís Vagner, Marku Ribas e Tim Maia.

Teatro do Macunaíma 11 de Novembro a 23 de Dezembro Rua Adolpho Gordo, 238 – Barra Funda Tel.: 11 3217-3400 Entrada: R$ 14 (meia-entrada para estudantes) www.macunaima.com.br

Sesc Ipiranga 18 de Dezembro, às 18h Rua Bom Pastor, 822 - Ipiranga Tel.: 11 3340-2000 Entrada gratuita www.sescsp.org.br

75ª Mostra de Teatro Macunaíma

Mostra Samuel Fuller no Inspiratorium Excepcional diretor de cinema norte-americano, injustiçado pela crítica e pouco conhecido do público, Samuel Fuller é homenageado pelo Inspiratorium com a exibição de 22 de seus filmes. Entre os títulos estão raridades e obras inéditas no Brasil, como A Dama de Preto, No Umbral da China, Tormenta Sob os Mares e A Lei dos Marginais. Inspiratorium Até 17 de dezembro Aos sábados, às 18h30 e às 20h30 Rua Pedro Morganti, 51 - Vila Mariana Tel.: 11 2619-3111 / 2619-7111 Entrada gratuita www.inspiratorium.com.br

Adoniran na Caixa Cultural Caixa Cultural recebe o espetáculo Adoniran, inspirado no universo do mais paulistano dos cantores. A peça mistura dança contemporânea e cenas teatrais, ao som de violão, pandeiro, caixa de fósforos e sapateado, tendo como trilha sonora os maiores clássicos do compositor. O espetáculo reafirma a opção pela simplicidade e pelo samba, que se desenvolve a partir de uma singular caixa de fósforos, numa cadência única e reveladora do caráter criativo e universal da música popular brasileira, onde Adoniran figura como um dos seus mais ilustres personagens. Caixa Cultural 8 a 11 de dezembro, às 19h Praça da Sé, 111 - Centro Tel.: 11 3321-4400 Entrada gratuita

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Dingou Béus A companhia de comédia Os Melhores do Mundo apresentam uma versão inusitada do nascimento de Jesus na peça Dingou Béus. O espetáculo, que estreou no Natal de 1998, mostra a espera de Maria e José pela chegada de Cristo com a presença de muitos outros “convidados especiais”. Enquanto eles aguardam o tão esperado momento, Papai Noel e suas renas se preparam para rechear as chaminés com embrulhos coloridos, os Reis Magos tentam encontrar a manjedoura em Belém e Roberto Carlos aquece as cordas vocais para estrelar mais um especial de fim de ano.

Citibank Hall 10 de Dezembro, às 22h e 11 de Dezembro, às 20h Avenida Jamaris, 213 – Moema Entrada: R$ 30 a R$ 110 www.citibankhall.com.br

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Por Estela Guerreiro

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BELEZA

A nova coleção verão 2012 No vai e vem da moda, como quem segue as ondas do mar, a temporada de verão promete mesclar tradição e inovação com muito estilo e conforto

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verão 2012 promete ser uma temporada marcada por coleções onde as peças irão realçar a alegria e o espírito leve e divertido das pessoas, podendo até incomodar um pouco aquelas que estão acostumadas com padrões mais conservadores.

passarelas internacionais para criar peças modernas e cheias de detalhes que são a cara da estação mais quente do ano. Com modelos mais leves e confortáveis, a marca agrega charme e elegância às peças básicas e leva para as vitrines de todo o país modelos tomara-que-caia, decotados, vazados nas costas ou nas laterais.

A nova coleção My name is blue, da grife de moda feminina Caricatura, é um exemplo dessa tendência, e se desenvolve a partir dos ícones e influências dos anos 70, conferindo uma silhueta suave, esvoaçante, sensual e totalmente dotada de feminilidade.

Outra tendência para o verão 2011/2012 é o look total branco, com vestidos, macacões, shorts e blusinha desenhados em cortes ousados, que irão agradar as fashionistas, além de valorizar o corpo das mulheres. Além disso, as rendas e babados ganharam destaque na coleção e dão um toque de sofisticação e romantismo às peças.

Antenada ao universo da moda, a grife se inspirou nas últimas tendências apresentadas nas

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BELEZA O charme do comprimento maxi Elegante e indispensável, o comprimento maxi, como o dos vestidos longos, vem com tudo nesta estação e promete conquistar muitas adeptas. Mas é preciso atenção, pois, apesar de ser uma das tendências mais fortes da temporada, a maxi tem como complicador conseguir se adequar ao estilo de muitas mulheres. O comprimento atende com facilidade mulheres jovens e magras, permitindo montar um look capaz de deixar a mulher mais alta e, ao mesmo tempo, valorizar o corpo mais esguio. Para completar o visual, nada como um bom salto alto, uma blusa leve que se modele ao corpo, acompanhada de uma bolsa pequena e cheia de estilo. Para dar o tom do verão, estilistas de diferentes grifes buscaram inspiração na cor do céu: o azul! Tecidos leves e fluidos trazem a nuance em modelos e recortes diferenciados. Nesse universo, o eterno e bom companheiro jeans chega com muita leveza e novamente com uma boa pitada de anos 70. Com peças dinâmicas e atuais em um estilo básico diferenciado, agrada diferentes personalidades. Casual e discreto, o estilo navy é mais uma tendência para o verão 2012 No estilo navy, ou náutico, predominam as listras na cor vermelha, azul-marinho e branca. Inspiradas nos uniformes dos marinheiros, as peças traduzem literalmente o verão e a sua inescapável proximidade com o mar, o calor e os elementos náuticos. Clássico da moda desde a década de 20, o estilo vai e volta no universo fashion, sempre com uma nova visão e um toque de urbanismo. A linha inspirada no vestuário dos marinheiros ganhou espaço na nova coleção de verão e abre espaço para versões de listras com diferentes larguras e padrões (diagonais e coloridas).

A linha navy abre espaço para versões de listras com diferentes larguras e padrões diagonais e coloridos

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QUALIDADE

DE VIDA

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Por Fernanda Monteforte

De dentro para fora

Um dos fatores que certamente abala a qualidade de vida de muitos indivíduos é a busca de um tirano padrão estético que oprime características pessoais em prol de modelos pré-estabelecidos

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Fernanda Monteforte é consultora de qualidade de vida e ministra aulas do Método DeRose Maiores informações: Tel.: 11 4125-6658 fernanda.monteforte@ metododerose.org

specialmente depois que foi instituído o patriarcado, identificamos verdadeiras barbáries em prol de um estilo de beleza que, na maior parte das vezes, desrespeita as características naturais de cada um.

essa máscara, que nos esquecemos totalmente da essência e deixamos de olhar para dentro.

Ao longo da história, observamos desde mulheres usando calçados apertados e espartilhos rigorosos, esmagando seus pezinhos e cintura para a obtenção de um padrão esquálido, até o desenvolvimento de doenças que causam graves transtornos psicológicos e fisiológicos e chegam a ser letais como a bulimia e a anorexia nervosa. E quanto aos homens? Eles também não escaparam dos complexos causados pelos estereótipos.

A beleza que provém de dentro para fora é muito mais autêntica e espontânea. É a força interna do indivíduo que, como uma chama, reflete um corpo físico naturalmente mais belo e saudável; é o prazer de preservar características próprias e valorizá-las como únicas; é o entusiasmo que faz a pessoa transbordar de alegria sincera para contagiar aqueles que estão ao seu redor; é a coragem para transpor os obstáculos e percalços da vida, e é a motivação que traz a energia de ação e realização.

Atualmente, o Brasil é um dos países que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, inclusive entre adolescentes. Nada contra tais procedimentos, desde que pautados numa decisão individual e consciente, e, não apenas, o reflexo da massificação como ocorre na maior parte das vezes. E o pior é que, a exemplo da moda, os padrões mudam radicalmente, deixando cair por terra anos, ou até mesmo vidas, de tempo, dinheiro e energia despendidos para minimizar as frustrações causadas pela inadequação de um padrão estabelecido de forma aleatória. Autoconhecimento, bem-estar, prazer e satisfação Não é raro observar que as pessoas que mais se empenham para alcançar uma plasticidade idealizada são justamente aquelas que mais sofrem de baixa autoestima. Ouso dizer que, muitas vezes, são tantos os esforços para preservar

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O corpo se torna um problema, um invólucro para satisfazer as pressões e expectativas externas ao invés de um veículo de autoconhecimento, bem-estar, prazer e satisfação.

É o poder que faísca pelos olhos.

Dicas:

1. Tenha carinho e respeito pelo seu corpo 2. Exercite-se com técnicas que ampliem a saúde e a vitalidade, que supram as necessidades fisiológicas e ergonômicas, escolhendo para tanto, um método que lhe traga prazer 3. Revise e adote hábitos alimentares saudáveis, pautados no bem-estar e no prazer, e não na repressão 4. Alimente a alma com cultura e arte; nutra o intelecto com informações selecionadas 5. Firme os alicerces do caráter e da ética 6. Adote uma postura mais carinhosa, elegante e generosa perante seus pares 7. Desenvolva diariamente ações de civilidade, com o firme propósito de contribuir com um mundo melhor 8. Valorize suas características individuais: você é único!

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BANDEIRA

LIVRE

Balneário de Santos Uma das principais estâncias balneárias do país, a cidade de Santos confirma sua natural vocação para o turismo e oferece diferentes alternativas de roteiros e programas

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ocalizada a 72 km da capital paulista, com uma população de aproximadamente 417 mil habitantes (IBGE 2010), a cidade de Santos exibe números espetaculares quando se trata de turismo: dados da Secretaria Municipal de Turismo, baseados em levantamento realizado pela empresa Ecovias, responsável pela gestão do sistema rodoviário Anchieta/Imigrantes, indicam que mais de 18 milhões de turistas visitaram a cidade no ano de 2010. Motivos para explicar esse sucesso não faltam, a começar pelas belas praias da cidade contornadas pelo maior jardim de orla marítima do planeta (218.800 m² com mais de cinco quilômetros de extensão, registrado pelo Guinness Book), passando pelo mais importante porto da América Latina, além das belezas naturais da Mata Atlântica e da diversidade arquitetônica e artística do seu Centro Histórico. A força do turismo santista Apontada como a capital nacional dos cruzeiros marítimos, a cada temporada, a cidade recebe mais passageiros. Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos - Abremar, dos 894 mil turistas que nesta temporada 2011/2012 viajarão pela costa brasileira, 589 mil embarcarão por Santos. O porto local tem movimentação prevista para 1.789.666 passageiros (entre embarque, desembarque e trânsito), 1,5% superior à temporada passada. Para acolher esse mundo de gente, Santos dispõe de uma invejável estrutura hoteleira, com 21 hotéis, que representam 3.502 lei-

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Anderson Bianchi

Por Waldir Martins

tos, e ainda três flats, com 722 leitos. Já estão aprovados pela prefeitura oito novos projetos para a construção de hotéis e há dois outros empreendimentos em fase de aprovação. Gastronomia e lazer Não são poucos os visitantes – particularmente os paulistanos - que descem a serra apenas para desfrutar das delícias da gastronomia santista, que conta com representantes das mais diferentes cozinhas de todo o mundo, capacitados para atender os mais exigentes paladares. Obviamente os frutos do mar estão entre os principais destaques, que tem na Meca Santista o prato mais característico da cidade: uma meca grelhada, coberta por camarões, risoto de palmito pupunha e farofa de banana com bacon. Inacreditável de tão saborosa. Contudo, as opções gastronômicas não param nos pescados e é possível saborear desde uma verdadeira pasta italiana, até um excelente churrasco gaúcho ou ainda o melhor da culinária japonesa ou da cozinha brasileira, com pratos como sarapatel, baião de dois e escondidinho de carne seca. Vale à pena verificar no portal de turismo de Santos as inúmeras especialidades gastronômicas à disposição dos visitantes: www.turismosantos.com.br.

Não são poucos os visitantes que chegam à cidade para saborear as delícias da gastronomia santista

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A cidade conta com um acervo arquitetônico invejável que ajuda a contar boa parte da história do Brasil

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Natureza, história e cultura Apesar do inquestionável fascínio que o mar exerce, é importante que o turista possa se voltar para a enorme variedade de atrações e roteiros que a cidade oferece, pois, por ser uma das mais antigas do Brasil, fundada em 1546, conta com um acervo histórico e arquitetônico que ajuda a contar boa parte da nossa história. Caracterizada como um potente centro econômico e comercial, Santos ainda desfruta de uma natureza exuberante e conta com uma excelente estrutura para os apaixonados pelos esportes de aventura. A depender do tempo de permanência, o visitante terá roteiros que permitirão apreciar o melhor da cidade, em passeios inesquecíveis. Acompanhe algumas das atrações existentes. Passeios de Escuna pela Baía de Santos O passeio pelo mar revela um panorama diferente da cidade e leva ao Porto de Santos e a ilhas distantes com direito a parada para mergulho. Saídas da Ponte Edgard Perdigão, na Ponta da Praia. Orquidário Municipal Além das orquídeas e dos pássaros que vivem livres em meio à fauna, também podem ser vistos animais silvestres como jacaré-de-papoamarelo, mico-leão-dourado, cotias e veados. Praça Washington s/nº, Bairro José Menino. Tel. 13 3237-6970 Orla da praia e jardins Principal cartão postal da cidade, os 7 km de praias limpas são contornados pelo maior jardim de orla marítima do mundo. Parque Municipal Roberto Mário Santini Projeto do arquiteto Ruy Ohtake, o parque ocupa a plataforma do emissário submarino e avança 400 metros no mar. Entre outras atrações, o visitante pode encontrar: Espaço Criança, pista profissional de skate, ciclovia, Museu do Surfe, gibiteca e áreas de convivência e contemplação. Av. Presidente Wilson, em frente ao nº 169, Bairro José Menino. Tel. 13 3288-4404 Pinacoteca Benedicto Calixto Belíssimo casarão restaurado do início do século XX, que mantém, no andar térreo, exposição permanente de obras do pintor Benedicto Calixto e biblioteca de livros de arte. O andar superior fun-

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ciona como galeria de mostras temporárias. Avenida Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão. Tel. 13 3288-2260 Aquário Municipal É o primeiro aquário do Brasil e durante muitos anos foi o maior do país. Segundo parque público em visitação no estado de São Paulo (atrás apenas do Zoológico da capital). Praça Luiz La Scala s/nº, Bairro Ponta da Praia. Tel. 13 3236-9996 Museu de Pesca Acervo com diversos tipos de peixes, crustáceos, moluscos, aves e mamíferos marinhos taxidermizados, além de maquetes de embarcações. Avenida Bartolomeu de Gusmão, 192, Bairro Ponta da Praia. Tel. 13 3261-5260 Museu do Mar Possui o maior acervo de conchas do país, incluindo conchas gigantes, com mais de um metro. Permite uma visão geral dos principais grupos marinhos do Brasil e de várias partes do mundo. Rua República do Equador, 81, Bairro Ponta da Praia. Tel. 13 3261-4808

Linha Turística do Bonde Com saídas da Praça Mauá, cinco bondes (dois da antiga frota santista, dois portugueses e um italiano) e um reboque circulam pelas principais ruas e edifícios do Centro Histórico. O embarque é feito na Estação Buck Jones, na Praça Mauá. Bolsa Oficial de Café Criado em 1922 para abrigar a principal Bolsa de Café e Mercadorias do mundo, o prédio é considerado um dos mais belos da cidade. Desde 1998 abriga o Museu do Café. Rua XV de Novembro, 95. Tel. 13 3219-5585 Outeiro de Santa Catarina É o marco da fundação da Vila de Santos. No século XVI, Luis Góis e sua mulher ergueram na base do pequeno morro a Capela de Santa Catarina de Alexandria (a imagem da santa encontra-se hoje no Museu de Arte Sacra de Santos – MASS). Rua Visconde do Rio Branco, 48. Tel. 13 3202-1240

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Pantheon dos Andradas Inaugurado em 7 de setembro de 1923, é o jazigo das cinzas de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência. Praça Barão do Rio Branco s/nº. Tel 13 3201-5032 Complexo Turístico do Monte Serrat Situado a 157 metros acima do nível do mar, oferece uma vista panorâmica de toda a região, inclusive das escarpas da Serra do Mar. Praça Correia de Melo, 33. Tel. 13 3221-5665 Estação do Valongo Primeira ferrovia paulista e uma das primeiras do Brasil, a estação foi inaugurada em 16 de fevereiro de 1867 pela São Paulo Railway. O prédio abriga hoje a Secretaria de Turismo de Santos. Largo Marquês de Monte Alegre s/nº. Tel. 13 3201-8000 Teatro Guarany Primeiro edifício construído para fins teatrais em Santos, o Teatro Guarany foi inaugurado em 1882 e destruído por um incêndio em 1981. O prédio foi totalmente reconstruído pela Prefeitura e entregue em 2008. Praça dos Andradas s/nº. Tel. 13 3219-3827 Museu de Arte Sacra de Santos Localizado no prédio do antigo Mosteiro de São Bento, começou a ser construído em 1644 e desde 1725 tem a forma atual. Do acervo com cerca de 600 peças, mais de 400 estão expostas. Rua Santa Joana DÁrc, 795. Tel. 13 3219-1111 Memorial das Conquistas Santos Futebol Clube Com uma concepção inovadora, o museu do Alvinegro Praiano apresenta o acervo em um espaço de mais de 380 metros quadrados, que leva o visitante a uma verdadeira viagem à história do Peixe. Rua Princesa Isabel, 77. Tel.13 3257-4099 Laje de Santos Considerado o melhor ponto de mergulho do Estado de São Paulo e o 3º do Brasil, a Laje de Santos está a 45 quilômetros da praia. O lugar favorece um mergu-

lho em água do mar cristalina e visibilidade de até 30 metros. Informações sobre as operadoras autorizadas pelo Disk Tour 0800-173887 Fazenda Cabuçu Referência histórica localizada às margens da Rodovia Rio-Santos, possui córregos e cachoeiras cristalinas – a principal é a Cachoeira do Cabuçu, onde a água percorre uma rocha de cerca de 10 metros de altura e forma uma piscina natural. Acesso permitido apenas sob monitoramento. Mais informações pelo Disk Tour 0800-173887 Caminhos de Jurubatuba O percurso do rio pode ser feito por caiaques e canoas canadenses. Seu vale apresenta rica vegetação e abriga exemplares da fauna nativa, como tatus, cotias, preguiças, lagartos e aves de solo como o macucos, nhambus e urus. Há também grande número de sabiás, periquitos, maritacas, tucanos, tiés, saíras e outros. Acesso permitido apenas sob monitoramento. Mais informações pelo Disk Tour 0800-173887 Mirante do Caetê Localizado a apenas 2 km da Fazenda Cabuçu, o mirante, com 260 m de altitude, é o ponto mais alto do Município de Santos. Acesso permitido apenas sob monitoramento. Mais informações pelo Disk Tour 0800-17388

Baía de Santos Daí se pode avistar e desfrutar do riquíssimo patrimônio histórico e ambiental, constituído por fortalezas, ilhas, o costão rochoso e pequenas praias, além dos transatlânticos, barcos de pesca, clubes náuticos da ponta da Praia, e muito mais.

Como chegar Acesso Rodoviário A partir da capital: Sistema Anchieta (SP 150) e Imigrantes (SP 160).

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Por Gustavo Werneck

Cine Joia - A nova casa da música Transformado em templo de uma igreja pentecostal nos anos 1980, o Cine Joia volta à cena como um novo palco para receber bandas dos mais variados estilos musicais

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naugurado em 1952 como um cinema para atender a vanguarda japonesa, o Cine Joia ganhou fama pela exibição dos filmes premiados da famosa produtora Toho – com o foco principal no diretor Akira Kurosawa – e terminou por se tornar uma referência para quem curtia cinema de arte na cidade. Na década de 1980 encerrou suas atividades e se transformou em templo de uma igreja pentecostal. Após grande intervenção estética e tecnológica, o Joia voltou a abrir suas portas para continuar sendo um templo, mas agora para os devotos da música. Sob os cuidados dos sócios André Juliani, Facundo Guerra e Lúcio Ribeiro, a casa conta com a infraestrutura necessária para receber bandas nacionais e internacionais, afinadas com o cenário musical contemporâneo.

Nomes consagrados da atual música brasileira, Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra também participam da programação de dezembro no Cine Joia e, no dia 10 de dezembro, apresentam canções do trabalho A Curva da Cintura, gravado com o maliense Toumani Diabaté, e outras músicas compostas ao longo de mais de 20 anos de amizade. Canções dos compositores Lupicínio Rodrigues e Serge Gainsbourg também estarão incluídas nesse repertório, em versões de Antunes e Scandurra. Vale a pena conferir. Divulgação

A intenção é retomar a ideia de uma casa de música dedicada a shows, sem deixar de lado outras manifestações culturais, como projetos musicais variados e espetáculos que contemplem vários tipos de mídia.

vencedor da 7ª edição do Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura na categoria melhor show do ano, e vencedor do VMB 2011, que, no dia 09 de dezembro, fará o lançamento do videoclipe da música Freguês da MeiaNoite, junto com o repertório do álbum Nó na Orelha.

Arquitetura original Localizado na Praça Carlos Gomes, 82, a cerca de dois quarteirões do metrô Liberdade, o novo Cine Joia abre prestando reverência ao projeto original: voltam os pisos de taco, os tons de verde claro usados na pintura primeira do cinema, as pastilhas da fachada, entre outros elementos da arquitetura original do edifício, ao mesmo tempo em que injeta tecnologia de ponta e explora novas opções estéticas.

Inovação e tecnologia a serviço do show A casa é também a primeira do mundo a utilizar iluminação através da técnica de projeção 3D Mapping, que transforma os lugares projetados em uma espécie de tela de cinema 3D gigantesca. Por esse motivo, faz jus à palavra Cine de seu nome: a projeção voltará a ser uma grande atração do espaço, mas como suporte para a apresentação da banda que estiver em cima de seu palco. Como prova desse trabalho diferenciado, a casa conta com a participação de talentos como o MC, cantor e compositor Criolo,

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Cine Joia Pça. Carlos Gomes, 82 - Liberdade Tel.: 11 3231 3705 http://cinejoia.tv

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Por Adriana Scartaris

Carlos Torres

A revolução da cor Contra a ditadura do branco e bege básico, um mundo de cores quentes chega para revelar a verdadeira alma brasileira

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Adriana Scartaris

Designer desenvolve projetos de design de interiores aplicando técnicas acadêmicas e de terapias espaciais www.adrianascartaris.com.br

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omo profissional de design vejo de perto o que o mercado define como tendência em design de interiores e arquitetura. Por conta disso, há pelo menos dez longos anos tenho vivido a ditadura do branco e bege básico. Nada contra ambientes claros, iluminados, cheios de branco e bem elegantes. São lindos e atemporais. Mas será que todos, todos mesmo adoram essa proposta ou é simplesmente o medo de errar?

mais branco ao branco menos branco com toques de bege mais bege e bege menos bege. Confesso que tenho achado tudo isso muito entediante.

Folheando as revistas de decoração dos últimos anos encontro inúmeras lindas propostas de ambientes, que vão do branco

Como profissionais podemos criar belas propostas monocromáticas. Mas sempre a mesma proposta? Precisávamos de algo novo.

Em todas as primeiras reuniões que fiz com clientes nos últimos anos para tratar do conceito do projeto ouvi o mesmo pedido: adoro tudo bem clarinho, com muito branco! Quero minha casa assim. O desafio de inovar

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Já estávamos sentindo que o fim da era glacial na decoração estava se aproximando. Parece que a cor invadiu tudo de uma hora para outra. Vitrines dos shoppings exibem manequins vestindo misturas densas de cores vibrantes. As bancas exibem capas de revistas de vários segmentos diferentes com cores fortes e contrastantes. Andando pelas ruas vejo algo ainda mais surpreendente: fachadas de residências e prédios comerciais surgem a cada dia coloridíssimas como que recriando prédios que sempre estiveram ali e nunca foram notados. Tenho visto esquinas e ruas com mais de 10 cores diferentes nas fachadas. Um toque de rebeldia como que afirmando que agora tudo pode e quanto mais, melhor! O que acontecerá com as propostas de design de interiores que virão daqui para frente? Teremos mais liberdade e poderemos aquecer nossos espaços e nossos corações com o calor das cores? Nossos clientes sentirão necessidade de colorir um pouco mais seus espaços? A cor veio para ficar? Um caminho sem volta Devemos perdoar alguns excessos eufóricos comuns a toda revolução que abre caminho para o novo. Excessos que certamente virão em um banho de cores primárias, secundárias, complementares e outros tantos contrastes até ontem impensáveis. Em pouco tempo tudo se encaixará e o equilíbrio voltará aos espaços que produ-ziremos no dia a dia. Empório Casa Cor

As cores fazem bem porque nos trazem de volta as nossas origens de povo solar e vibrante

Seguindo essa nova tendência, junto com um grupo de cinco outras profissionais – Renata Coppola, Ita Rodrigues, Nélia Chinelli Fay, Juliana Junqueira e Érica Mare – realizamos um intenso trabalho de pesquisa, tendo como referência os empórios e armazéns antigos do interior de São Paulo, e desenvolvemos o Empório Gourmet na Casa Cor Trio, realizada durante o mês de novembro, no Jockey Club de São Paulo. Um espaço que nasceu da união de ideias e histórias, que resgatou valores e peças de

família em dias de garimpo pela cidade, em descobertas incríveis nos baús das vovós. De alma brasileira, esse Espaço Gourmet segue a nossa paixão pelas cores e mostra a receita de nossa cultura miscigenada, através de objetos, texturas e lembranças de cada uma das seis profissionais que assinam esse espaço. Uma verdadeira celebração de cores, aromas e sabores, que fazem parte da vida de todos nós. O que me encanta e faz feliz é sentir que estamos voltando às nossas origens de povo solar e vibrante. Somos coloridos. Essa é nossa vocação e as cores certamente nos fazem bem porque nos trazem de volta. Que venham as cores!

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MUNDO CÃO&CIA

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Por Dra. Mery Hellen Jacon Pelosi

Adestramento e atividades físicas para cães Adestramento básico de obediência pode ser uma excelente alternativa para que seu animal de estimação tenha uma convivência mais harmoniosa e feliz com seus donos

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ão é preciso ser um adestrador profissional para condicionar o seu animal, o importante é que você se disponha a fazer pequenas atividades que o ensinem a comportar de maneira adequada e condicioná-lo.

medo excessivo e/ou agressividade. Além disso, depois de estabelecida essa prática, torna-se remotas as possibilidades de reversões futuras no quadro comportamental. A importância de atividades físicas Hoje, muitos donos não encontram tempo suficiente para levar seus animais a parques e praças para um passeio, ou mesmo para a prática de uma atividade física, o que vem causando alguns problemas de saúde nos animais, como o clássico exemplo da obesidade.

usar violência física como punição é um erro grave

Uma das ações habituais do adestramento é integrar comandos no convívio com o seu cão e exercitá-los ao longo do dia. À primeira vista parece difícil e complicado, no entanto, com apenas 20 minutos do dia praticando, o seu cão pode aprender e começar a obedecer a seus comandos. Para facilitar, utilize um petisco, brinquedo ou até mesmo um passeio para agradá-lo por ter sido obediente. Com o passar do tempo, ele entenderá que receber um prêmio marca a aprovação de seus donos e, assim, a recompensa terá um valor cada vez maior. Sem violência

Serviço Clínica Veterinária Estação ZOO Fone: 11 5083-6495 www.estacaozoo.com.br/artigos.html

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Antes de tudo, precisamos entender que cães são animais sociais. A principal função do adestramento é tornar a relação entre donos e cães mais harmoniosa, facilitando o convívio entre ambos através do condicionamento do animal. Mas tome cuidado: usar violência física como punição é um erro grave que levará o cão a desenvolver distúrbios comportamentais, como

Para evitar esse tipo de problema é possível encontrar profissionais especializados em adestramento e que também levam o animal para passear, o que melhora a qualidade de vida do animal, através da rotina de atividades físicas. Outra possibilidade para quem busca alternativas de atividades físicas para o seu cão é o “Agility”, um esporte que faz o animal percorrer um circuito de obstáculos. O Agility pode ser praticado por qualquer tipo de cão, não importa o tamanho ou raça. É uma atividade física intensa que contribui muito para o bem-estar do animal, uma vez que aumenta de forma significativa o seu gasto de energia, controla a obesidade e contribui para acalmar os mais hiperativos.

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HORIZONTE

VERTICAL

Crônicas de uma São Paulo que ninguém vê Texto e Ilustração: Ivan Forneron

UM RISO PRA NÃO PERDER O HÁBITO

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Então nos damos conta que esse perder-se no lugar onde vivemos e frequentamos por tantos anos é uma situação sem nome e é difícil de saber o que a causou

m raciocínio intruso nasce de diversas formas e é impelido por necessidades que fogem à razão. Quando você está a caminho de um lugar qualquer, eles aparecem, os raciocínios não convidados, e começam a praticar sua ginástica com e sem alongamento. Eles têm disposição ilimitada, pois é como se soubessem que por maior que sejam sempre cabem na cabeça de quem os hospeda. Há dias — e isso aconteceu numa terça-feira de sol quente, no centro da cidade — que os raciocínios específicos chegam mesmo a sequestrar os pensamentos e a nossa cabeça vira uma confusão difícil de explicar. A confusão, por sua vez, é a criatura mais gorda e bem alimentada em São Paulo, daí que ruas, destinos e endereços se transformem tão facilmente numa trama de galhos secos e retorcidos. Começa haver uma inversão no itinerário e você descobre que está num lugar em vez de outro. Tenta consertar e acaba indo a um terceiro lugar que nem estava nos seus planos. Então nos damos conta que esse perder-se no lugar onde vivemos e frequentamos por tantos anos é uma situação sem nome e é difícil de saber o que a causou. E o raciocínio lá, enlouquecido, como se fosse um alienígena que tivesse invadido a sua mente. Nessas horas não adianta a pressa, ficar bravo ou praguejar contra nada nem ninguém. São momentos em que você é engolido pela geografia e experimenta que a seriedade em excesso é um alçapão inevitável. Seja lá o que for, é algo estranho que nos invade. E eis que surge a lucidez, até então no fundo ou num canto às escondidas, dá um beliscão ou um assobio, e você parado faz a pergunta salva-vidas: “Onde é que eu tô?”— ou se for mineiro, melhor ainda, você diz: “Oncotô?” — e começam a tomar sua antiga forma as placas das ruas e você distingue a calçada de asfalto. À minha esquerda, um vendedor ambulante, de voz forte e brincalhão, brada a excelência do produto que anuncia e, na sua convicção irônica, reitera: “Chegou o novo GPS manual. Esse… nunca dá pau!” Olho pra suas mãos, ele está vendendo mapas. Era o riso que meu raciocínio precisava.

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