#EdiçãoBeta Revista Mazup - Velha rasgada

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VELHA RASGADA

Não recomendada < 16 anos.

EDIÇÃO BETA Ano 1 - Dez/12 DISTRIBUIÇÃO FREE



O EDIÇÃ DA A LIMIT


Nossa Capa

RolÉ pela Edição

Não foi difícil encontrar alguém que

tatuaram nos anos 1980 estão en-

vendesse o espírito da nossa revista.

velhecendo e levando consigo seus

Tivemos sorte com o conteúdo que

desenhos tatuados. A sociedade

você vai entrar em contato a partir

está prestes a se tornar um “navio

de agora.

pirata”, repleta de gente colorida,

Imaginamos caras, bocas. Opini-

coisa que marca na pele e na mente.

ões e OPINIÕES sobre o conteúdo

Para ir contra, e ao mesmo tempo

editorial. Na capa, especificamente,

mostrar o tema, encontramos uma

ganhou espaço a Maria. Pensamos

senhora que começou a se tatuar

cá com nossos botões sobre tatua-

depois dos 60. Um case inusitado,

gem na terceira idade. Muitos que se

para uma revista inusitada.

10 Negros X cotas 14 Decoração retrô

32 Pensamento positivo

Etiene de Deus Severo - Ligada em seriados. Entrou na onda da revista, ajudou no que pôde, estava sempre on-line buscando coisas novas. Baita quebra-galho e parceria.

34 Seriados fora de série 36 Conversa Casual 38 Desabafo

Entrevistas e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista Mazup. Ficou na dúvida, tem sugestões ou quer dar letrinha? revista@mazup.com.br

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Jornalistas Andréia Rabaiolli Susana Leite / conteudo@mazup.com.br Fotografia Agência Brasil e Luca Lunardi

Diagramação César Krunitzky / cesar@mazup.com.br Ed Gomes / ed@mazup.com.br

12 Precisodisso

31 Larica Express

Direção Editorial Ed Gomes / ed@mazup.com.br

Projeto Gráfico Pedro Augusto Carlessi

8 Drops

22 Fuck Music

Direção Geral Maico Eckert / maico@mazup.com.br

Ilustração Joana Heck

QUEM METEU A MÃO

6 Trash net

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Expediente

Leonardo Hermel - Publicitário e diretor de arte. Metido a desenhista quando está sem sono. Estuda alemão e já morou em uma reserva indígena nos Estados Unidos.

Comercial Diogo Bertussi / diogo@mazup.com.br Maico Eckert / maico@mazup.com.br

VC

Conteúdo on-line e relacionamento Douglas Kerber / douglas@mazup.com.br Luana Rohr / luana@mazup.com.br

VC VC VC VC VC VC VC VC VC VC VC VC VC VC VC Quer?

Susana Ferreira - Nossa musa das músicas. Gosto irreparável. separou uma playlist FODA e nos brindou com possibilidades para o próximo rala e rola.

Você! - Quer seu texto publicado na Revista Mazup? Então se puxa sobre um tema bacana e envia para nós. Garanta a foto na seção colaboradores.

Assistente comercial César Krunitzky / cesar@mazup.com.br

Tiragem: 6 mil exemplares Impressão e CTP: Gráfica Lajeadense Mazup é um veículo multiplataforma de comunicação jovem. Empresa integrante do Grupo RVC. revista@mazup.com.br @tonomazup fb.com/tonomazup 51 3726 6741


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trash net

Style no Pagode Quem não aguenta mais ouvir Gangnam Style, do rapper sulcoreano mais famoso da história Psy -, terá que exercitar um pouco mais a paciência. Pipocam na net dezenas de versões diferentes para o hit mais chicle do momento, e um dos lançamentos bizarros é justamente numa pegada bem brasileira: o pagode. Dá pra imaginar o cantor remexendo o esqueleto, à moda “montaria de cavalo”, com pandeiro e cavaquinho ao fundo? Claro que sim. Vá no deus Google e jogue lá “Gangnam Style + pagode” e se prepare para uma sensação atípica.

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Vingança dos Garis O nosso querido e respeitado rei do resfriado Boris Casoy foi homenageado de forma inusitada. Rola pela net um vídeo que faz o favor de compilar as cenas em que “Cacá”, sem dó e ao vivo, comete a gafe do atxim. Dá para imaginar o que acontece com aquela linguinha que insiste em sair entre uma vogal e outra, quando os movimentos faciais indicam a hora de expedir partículas malquistas do organismo daquele senhor? Clica lá no vídeo pra recapitular todos os saudosos espirros do jornalista mais querido pelos nossos amigos garis.

à la velhinha espanhola

Faz a Fátima

Depois que Cecilia Gimenez resolveu “cagar” a pintura datada do século XIX Ecce Homo, todo mundo tem o direito de fazer. Agarre o pincel virtual e solte toda a sua criatividade restaurando Jesus da maneira que bem entender. No site The Cecilia Prize é possível escolher a espessura do pincel e dar o seu toque autoral no ícone da religião católica. Corre lá e te diverte com um dos virais mais comentados do ano. Muita gente já garantiu sua contribuição à arte, e os resultados podem ser curtidos no mural do site. Pinta o sete no santo!

Nós já montamos a nossa. E está vestida com a camisa do Vasco. No site da eterna parceria do Bonner nas noites do plim-plim, você pode ter um “Encontro com Fátima Bernardes” customizando o visual de uma boneca superfofa da apresentadora. Ouse no look da Fatinha e a transforme em country girl sexy, bailarina safadinha ou periguete. Tentamos colocar pijama e sugerir como uniforme para estar sempre na “sintonia de seus espectadores”, mas o aplicativo é um tanto limitado. Paciência, gente.



drops

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Usurpando mais uma vez o horário do SBT A Usurpadora será a próxima novela reprisada no canal do homem do baú. Gabriela Spanic, a eterna Paola e Paulina Bracho, voltará ao SBT. Pela quinta vez. Quando o folhetim mexicano Maria Mercedes der adeus à faixa das 16h na emissora, será a vez de a história das gêmeas voltar com tudo. “Cenoura” Abravanel realmente gosta de reprisar as novelas mexicanas de maior sucesso. Quem vai assistir? Enquanto isso, acesse no YouTube as pérolas da Paola, uma das vilãs mais lembradas do México! Só jogar no buscador que rola!

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espinafre egípcio? Moustafa Ismail, 24 anos, conseguiu um bíceps descomunal após dez anos suando a camiseta na malhação, duas vezes por dia. Para ter uma ideia, o bíceps do cara tem a mesma circunferência da cintura de um homem adulto: 78cm. Mas o espinafre não é egípcio. Com a intenção de bombar na malhação e garantir um braço surpreendente, Moustafa se mudou, com toda a família para os Estados Unidos. Meta: melhores equipamentos de treino. Para ele, é fichinha levantar ferro com mais de 220 quilos numa tacada. Segundo o cara, a alimentação rica em carnes, amêndoas, água e suplementos de proteína tornou possível alcançar o objetivo Sei....

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segredos caninos O astro animal Uggie, que brilhou nas telonas com o filme O Artista, lançou suas memórias na publicação Uggie: My Story. No livro, são contados os detalhes da vida do pet no universo hollywoodiano. Esperto que só ele, o cãozinho aproveita a oportunidade e faz uma dedicatória para a atriz Reese Witherspoon, de Legalmente Loira, com quem contracenou no longa Água para Elefantes, em 2011. Cachorrada. A vida antes da fama do quadrúpede também tem seu espaço reservado na publicação. Entre outras histórias, Uggie destaca a ocasião em que matou um gato e quase foi “pra banha” por ser tão delinquente.

porra, mãe Em Sorocaba, enquanto fazia a prova do Enem, uma guria resolveu pedir ajuda para a mãe. Algumas questões ela não sabia resolver, e não deu outra - pegou o celular (que não havia deixado com os fiscais no início da prova) e mandou mensagens atrás de um help. O que ela não esperava é que a genitora a denunciaria pelo pedido indevido. “Eu não queria, de forma alguma, prejudicar a minha filha, mas eu não acho certo o que ela fez”, justificou a senhora. Ela foi até a Universidade de Sorocaba, local de aplicação da prova, e caguetou a garota. A candidata foi localizada e eliminada do teste.

Taí. Tem mãe que se submete. Tem mãe que não.



NEGROS

X

COTAS

Dívida com mais de um século de atraso

Existe uma história do povo negro sem o Brasil. Mas não existe uma História do Brasil sem o povo negro.


“ A

Contribuímos para desmitificar a própria passividade histórica atribuída ao negro brasileiro, que longe de ser um mero objeto, sempre foi sujeito de sua própria história. Estamos sendo agentes ativos da História, enquanto cotistas que receberam o galardão de toda uma luta dos que vieram antes de nós

Lei das Cotas surge para tapar um buraco que o Brasil mesmo cavou na história do país. É um mecanismo que reserva vagas nas universidades federais para a rede pública, indígenas, pardos e negros. Para a população de descendência afro, a lei de acesso ao Ensino Superior é um acerto de contas. No dia seguinte ao 13 de maio de 1888, os milhares de escravos libertos pela lei abolicionista se tornaram embriões da miséria brasileira. Então sem dono, sem políticas sociais que os integrassem à sociedade do século XIX, os ex-escravos ficaram à margem das transformações do país. Sem acesso à educação, nem aos melhores empregos, os afro-brasileiros dispunham apenas da própria cultura e da força do trabalho. As diferenças só aumentaram em mais de um século de desenvolvimento da nação. Falar sobre cotas é um assunto que divide opiniões. A reação dos que não concordam

Nahan dos Santos

se baseia no sentido de que as cotas são segregacionistas. Por que diferenciar as pessoas para lhes dar as mesmas condições de acesso ao Ensino Superior? A integrante do Coletivo Afronta (grupo criado por estudantes cotistas da Universidade Federal de Santa Maria) Nahan dos Santos explica que essa pergunta só pode ser respondida corretamente com a compreensão de que as cotas são “políticas de reparação”, que para ela significa proporcionar um melhor estado de vida à população negra no país. Em resumo, melhorar. Nahan concorda que o Brasil tem uma dívida com a população negra. “Quando se percebe que a situação dos afro-brasileiros atualmente se deve à falta de políticas públicas para inseri-los na sociedade brasileira pós-abolicionista e que o Estado deveria ter tomado essas medidas, podemos entender que existe uma dívida, na qual os negros brasileiros são credores, e o Estado é o devedor. As cotas raciais são os meios de quitar essa dívida”, conclui.

A lei A lei prevê que as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública, com distribuição proporcional das vagas entre negros, pardos e indígenas.

Afronta

O Coletivo é fruto das cotas na UFSM. Criado em 2010, dois anos após a implementação do sistema na universidade. É mantido por cotistas. Existem muitos coletivos de estudantes negros espalhados pelas universidades brasileiras. A existência dessas organizações mostra que o cotista, longe de ser um sujeito passivo que recebeu uma vaga, é um sujeito ativo com senso crítico para participar do processo de melhoria do sistema de cotas. “Contribuímos para desmitificar a própria passividade histórica atribuída ao negro brasileiro, que longe de ser um mero objeto, sempre foi sujeito de sua própria história. Estamos sendo agentes ativos da história enquanto cotistas que receberam o galardão de toda uma luta dos que vieram antes de nós”, esclarece Nahan, que cita o fotógrafo Januário Garcia: “Existe uma história do povo negro sem o Brasil. Mas não existe uma História do Brasil sem o povo negro”.

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precisodisso 1 · O fim dos gatos pardos Quando a claridade da rua cessa, é a hora de confirmar que “nem todos os gatos são pardos”. E se depender da Philips, os cats noturnos terão mais de 16 milhões de cores. A empresa acaba de lançar uma nova lâmpada LED controlada via wi-fi por smartphones e tablets, permitindo uma combinação extraordinária de cores na iluminação. A Philips hue já está à venda nas lojas da Apple, mas não tem data para chegar até nós, na república das bananas. Quem tiver esse tesouro pode usar fotos salvas no celular para criar uma paleta de cores ou ajustes pré-programados. Simplesmente genial! O aplicativo da Philips tem quatro conjuntos de iluminação criados a partir de uma pesquisa que determinou os efeitos biológicos da luz no corpo. Assim, a lâmpada cria tonalidades para relaxar, ler, concentrar-se ou energizar. O kit vem com três lâmpadas, pelo valor de US$ 199, e cada uma avulsa sai por US$

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59. Elas entram “facinho” nos soquetes existentes. Disponível no site http://store.apple.com/br

2 · Tarantino in box Papai Noel, eu me comportei, tá? Em comemoração aos 20 anos de carreira do Tarantino, a Miramax e Lionsgate lançaram um boxe de Blu-Ray com os sete filmes dirigidos pelo cara. Nasceu com o nome de Tarantino XX: 8-Film Collection. A coleção já está dando sopa nas lojas norte-americanas e, em seguida, vem para o Brasil. Aperta o play e curte a vibe de

Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill Volume 1, Kill Bill Volume 2, À Prova de Morte e Bastardos Inglórios. Amor à Queima Roupa, dirigido por Tony Scott e com roteiro de Quentin, também estará na coletânea. Isso já é demais, mas não para por aí. A caixa traz dois discos com cinco horas de material INÉDITO, em que celebridades, críticos e outros diretores dão a letra sobre Tarantino. Compra lá na Amazon por US$ 90. Site http://www.amazon.com

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Usadinho bem na fita

RETRÔ

Que tal transformar o seu canto em uma viagem no tempo? Móveis e eletrodomésticos antigos destacam ângulos robustos e cores berrantes, apresentando o poder da efervescência cultural característica de décadas passadas. Mudar a decoração não é tarefa fácil. Investimento alto, busca por ideias inovadoras... Tudo parece complicado à primeira vista, mas não precisa ser assim, mané! Inverte o princípio de “tudo novo” e entra na onda do “tudo velho”. O resultado pode surpreender. A sacada não é usar coisas velhas e sim resgatar traços nostálgicos dos célebres anos 1960, 70 e 80. Nessas décadas, o design apresentou uma baita força: esbanjou em cores e tamanhos, acolheu o inusitado e chamou muito a atenção com a criatividade. É essa vibe que está fazendo a cabeça de muitos arquitetos e decoradores. Dá pra ousar pra caramba - vale “retirar do baú” ícones pop que marcaram gerações passadas, como Marilyn Monroe, Elvis Presley, Audrey Hepburn ou The Beatles. Vai no brique de coisas antigas e se sente um pinto no lixo. Os eletrodomésticos, rudimentares naquelas épocas, ganharam toque de modernidade. Não se atenha às funcionalidades daquele liquidificador da vovó, limitado para os dias de hoje. Facilmente se encontra a beleza do design retrô em produtos que estão agora no mercado. A indústria está atenta e tem aliado o visual à tecnologia disponível atualmente. Rádio do avô, aquela TV que está no quarto de hóspedes da casa da tia, geladeira que se encontra em lojas

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de troca de móveis, se estiverem em bom estado, devem ganhar espaço nos cômodos. Caso nada tenha ultrapassado a barreira dos anos, engenhocas cult produzidas hoje completam o espaço e garantem a temática. Mas, se liga. A decoração retrô faz um resgate de elementos que fizeram sucesso, com adaptação para as tendências e necessidades de hoje. Não pisa na jaca moldando a casa ou o quarto amarrado ao passado. A harmonia dos elementos, formas e cores precisa ser bem estudada para garantir a atmosfera nostálgica que vai dar o tom da coisa, sem ser cafona.





RASGADA

Algumas atrás da orelha, ou no pulso ou em qualquer outro lugar que não choque um netinho desavisado. Recatada, nossa personagem? A curiosidade estava grande, e eu não perdi por esperar. Maria é, de fato, uma sessentona à frente de seu tempo. E do nosso. Horário marcado, 9 e meia, 9 e 45 e nada. O medo de levar toco já me assolava. Até que um Fusca azul cruzou a esquina, ensurdeceu os pedestres que ensaiavam atravessar a faixa de segurança e chamou minha atenção pela cor: azul-calcinha. Essa era a carruagem da nossa velha rasgada. Um Fusca 1974 azul-calcinha. Observando Maria de longe, fiquei abruptamente extasiado com as araras em sua camisa jovial, pulseiras que pulavam em todas as direções e um belo par de tamancos azuis que mais pareciam baquetas em um tambor, de tão sonoros. Sapatos azuis, da cor do Fusqueta que eu só tinha presenciado nos pés de gurias de 18 anos. Não foi necessária nenhuma palavra para introduzir o tema para nossa personagem. Ela se encarregou de tomar as rédeas da situação e, num ímpeto, escalar as escadas do shopping até o estúdio de tatoo. Passos largos, decididos. “Vamos ao templo, estou ansiosa”, confidenciou. Concordei

Na rua, convidou-me a sentar no meio-fio. Estava cansada de ficar em pé. Começou reclamando do “sol das 10h”. Foi aí que entendi que, de fato, tratava-se de uma idosa. Marcar a intensidade do calor do sol pelo horário do dia é coisa de avó. Entre uma tragada e outra, pedi para ver o desenho que seria tatuado. Imediatamente as araras da camisa ganharam vida e remexeram-se junto com suas mãos enrugadas, a bolsa desorganizada. Estava atrás do esboço da arte. Abriu um papel amassado, que estava no fecho do lado esquerdo, junto de uma carteira de LM e alguns isqueiros. Surgiu a impressão de um trevo-dequatro-folhas, rodeado de letras ilegíveis. Desenho bacana, tamanho médio, colorido. Perguntei qual a inspiração para a arte, e a resposta foi sonora: “Google”. “Google?”, questionei. Veio boca afora, como resposta, o primeiro palavrão do dia. Foi então que tive a certeza de que estava frente a frente com a primeira capa da nossa revista Mazup.

Fotos Luca Lunardi

e fomos. Quase na porta do estúdio, fui metralhado: “Espera aí. Deu vontade de fumar. Me acompanha ali fora pra um cigarrinho?”. Fui, né? Um ótimo momento para entender melhor aquela senhora e tirar mais informações sobre sua personalidade. Sacar qual era a vibe daquele, no máximo, 1,60m de altura que esbanjava espontaneidade.

VELHA

Foi na frente da Galeria Alvorada Center, na Pasqualini, que marquei o encontro com Maria. Por telefone, ela me pareceu uma daquelas com mais de 30 anos em cada perna e que destrincha suas tardes em meio a crochês e bordados. Tá certo, o tema é tatuagem na terceira idade, e isso, por si só, entrega certa rebeldia do ser humano. Poderiam ser estrelinhas, pensei.


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Quando entraste para a onda das tatoos? Maria - Foi depois de velha. Com 62 anos me rasguei pela primeira vez. Deu vontade, fui e fiz. Como tudo na minha vida. Minhas irmãs acharam a ideia ridícula. Dizem que sou muito velha para tatuagem. Minha idade não está na carteira de identidade. Até está, mas não dou bola pra ela. Mas, vem cá, por que tatuagem e não tricÔ? Maria - Porque eu não sou velha pra fazer tricô. Quando envelhecer, pensarei no caso. Mentira, eu tentei, mas não tenho paciência. Me doem os braços, mas não sou velha. O que Seus filhos acham dessa história? Maria - Eles curtem. Os três têm tatuagens. Quando abri o jogo que faria, acharam que era mais uma viagem das minhas. Depois de prontas, acharam superlegal. Somos uma família de pintados. Doeram? Maria - Menos do que muitas coisas que fiz na vida. Tenho couro duro, enrugado. A agulha mal entra. Não doeram, não. A sensação é mais prazerosa do que dolorida. Qual estilo de desenho faz Sua cabeça? Maria - Puta, merda... não entendo os tipos de tatuagens. Nem quero saber. Penso em algo, pesquiso, imprimo e faço.

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Quantas tatuagens você tem? Maria - Gosto de todas perto, para fazerem companhia umas às outras. Não sei o número exato, mas são todas no meu braço esquerdo. Tem flor, coração, ramo. Hoje farei um trevo. Futuramente um ânus, no braço. As rugas serão as pregas (risos). Brincadeira. Mas faz, então, um c*. Vai ficar estiloso. Maria - Já tenho um, você também tem. Todos têm. Um por pessoa já está mais do que bom. Fico com o meu natural, só. Difícil escolher o desenho de hoje? Maria - Não. Gosto de folhagem, ramo, planta. Tenho quatro netos, pensei em um trevo-dequatro-folhas. Junto com cada pétala terá um símbolo do sexo de cada um deles. XX para as meninas e XY para o meu neto varão. Aliás, dedico este trevo como boa sorte pra vocês, da revista. Muito obrigado. Qual a idade dos seus netos? Maria - Não me faça perguntas difíceis. A mais velha tem 18 anos, e a mais nova, cinco. Os outros estão no meio disso. acredita em duendes? Maria - Nunca parei para pensar. A Xuxa acredita, né? Gosto da Xuxa loira, não morena. Se ela diz que existe, eu acredito. Na verdade, não sei. Acho que não. Bah, isso me deu ideia para uma próxima tatuagem... Tatuaria, então, um duende? Maria - Se fosse bem colorido, sim. Duende

preto e branco não tem graça. Faria em meio a cogumelos gigantes e folhagens. Só não faria uma fada junto porque fadas são chatas. Conheço algumas, e posso confirmar. seu marido gosta dos desenhos? Maria - Sim, ele fez uma tatuagem também, em minha homenagem. Tatuou uma frase dizendo que me ama e sempre me amou. Foi um presente quando fizemos quatro décadas nos aturando. Achei a coisa mais piegas do mundo, mas me senti na obrigação de retribuir. Tenho uma assinatura dele tatuada. O bom é que assinatura ninguém sabe o que está escrito, na verdade! São garranchos. Costumo dizer que é “merda”, em inglês; o povo acredita. Pretende se rasgar muito ainda, nesta vida? Maria - Não sei. Estou satisfeita. Vou curtir as que tenho e, quem sabe, futuramente, faça mais algumas. Talvez uma entre os peitos. Um olho egípcio. Tenho um sinal que gostaria de esconder. Pode ser a pupila. Ficaria em alto relevo, um olho egípcio com uma verruga no meio. Seria o único, acho. Mas não se podeMtatuarverrugas. Maria - Eu tatuo onde eu quiser e ninguém tem nada a ver com isso. Ok! E esse sinal na testa, que tal esconder, também? Maria - É de estimação. Na verdade, era


outra verruga, mas quando fiz plástica, ela virou isso. Desconfio que, na verdade, o sinal de antes esteja na minha nuca, agora. Nunca mais o encontrei. Então já tentou esconder sua idade? Maria - Por acaso eu lhe falei quantos anos tenho? Não. É mais de 60. Depois dos 60 decidi não fazer mais aniversário. Comemoro algumas primaveras, mas não comento. Faço a linha Glória Maria, minha xará. Sou uma Maria sem glória. Só que alemoa. O cigarro queimou e subimos ao estúdio. O tatuador escutou Maria com paciência de Jó e aumentava o tom de voz à medida que notava que ela não escutava direito. Marcaram o desenho no braço, logo acima dos rabiscos que já existiam. Limparam o local. Maria se deitou na maca, e o barulho da pistola de tatuagem anunciou o início dos trabalhos. As cores escolhidas foram verde, vermelho e azul. Verde, obviamente, para as pétalas do trevo; azul, para o escrito XY; e vermelho, para três XX. Quando a agulha tocou o braço da velha, fixei-me em seus olhos. Ela fitava ao redor, sem expressar dor. Confirmou o que havia me dito antes. Enquanto isso, eu e o Luca, o fotógrafo, discutíamos a imagem que ilustraria este texto. Imaginei algo com sangue, borrão e lágrimas, mas Maria parecia estar tirando as cutículas de tão calma. Foram feitos alguns cliques. Nenhum funcionou como queríamos. Foi o Luca quem sugeriu: “Pega a pistola e faz uma pose aí”. Com destreza, ela não desapontou. Caras, bocas e trejeitos brindaram a lente do Luca. Estávamos sérios até então. Depois disso foi só gargalhada. Ela se saiu superbem. Estava curtindo ser fotografada. Queria, inclusive, um book. Colocou

a pistola na veia, fez menção de mordê-la. Até que se encontrou com ela apontando para a cabeça. Nesse momento, nos disse que havia trabalhado na polícia por décadas e sabia lidar com um revólver como ninguém. Nenhum de nós duvidou, até porque nada vindo dela nos surpreenderia. Com o desenho pronto, parecia uma criança portando brinquedo novo. Olhava, queria passar a mão, mas era impedida pelo Bepanthol, pomada utilizada para cicatrização. Não gostava de meleca. Não de Bepanthol. Orgulhosa e cheia de sorrisos, nos questionava se havia ficado bom. Com certeza ficou. Foi superdivertido acompanhar todo o processo. Ela era uma criança. De espírito, mas era. Entendi, de fato, que os anos da carteira de identidade não contam muito em determinadas situações. Com a roupa remangada, ouviu atentamente os conselhos de manutenção do curativo e cuidados com a pele recém-rasgada. Já sabia o que fazer, mas ouviu novamente. Era uma tatuagem nova. O que dirão suas irmãs, agora? Maria - Vou correndo mostrar para minha mãe. Ela simplesmente adora. Tem 90 anos, enxerga melhor do que eu.. Sabe que sou assim. Minhas irmãs olharão, farão caretas, mas gostarão. Esta sou eu. Perguntarão sobre o ânus que eu prometi tatuar. Vou dizer que mudei de ideia e será a próxima. Só tu e eu sabemos que não. Usarei minhas rugas para aprimorar o desenho, sim. Um maracujá, talvez. Uvapassa? Penso e te conto depois. _________________________________________________ Ed Gomes ed@mazup.com.br _________________________________________________

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FUCK MUSIC QUEENS OF THE STONE AGE / MAKE IT WIT CHU LISTAMOS cinco opções de música para embalar sua próxima transa. Chega de silêncio ou só sons corporais. Investe na trilha sonora do momento que a coisa rende. Além da dica de som, fique atento na combinação do que usar e em uma das posições oficiais do Kamasutra, especialmente escolhida para dar mais emoção ao momento.

Para chegar junto no carro. Sim, no possante, dentro ou fora dele. Ideal para noites quentes e embaladas por tequila. Nelas, um fio-dental rosa (mas fio dental mesmo!) Neles, cueca boxer cinza. Kamasutra - Posição chão de estrelas: de costas para ele, curve o corpo para a frente, até apoiar as mãos no chão (se flexibilidade não for o seu forte, pode dobrar os joelhos). Faça-o encaixar por trás, abraçando-a pela cintura. Se seu homem for muito impetuoso, você pode usar um travesseiro para apoiar as mãos.

GARBAGE / QUEER Se tocar em uma festa, essa música é perfeita para dançar e seduzir. Som que combina com vestidos apertados, cintaliga preta e muito couro. Só pegar o par e deitar legal em um divã cor de carne, num lençol azul. Para as garotas mais selvagens, lingerie preta com rendas. Para ele, uma cueca boxer branca. Que delícia! Kamasutra - Posição da égua: sentado e apoiado nos próprios braços, o homem recebe a mulher, que monta sobre ele permitindo beijos e “mordidinhas” em suas costas. Uma vez que a posição é bastante confortável, e a penetração é total, a mulher terá maior domínio e poderá movimentar-se bastante.

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Marvin Gaye / Lets get it on

Jace Everett / Bad Things

Um clássico para aquela noite fria e chuvosa, quando os corpos estão na frente da lareira ou do aquecedor. Invista no tapete! Só cuidado para não terminarem esfolados. Tanto para elas quanto para eles, NADA além de uma coberta felpuda. Uau! Kamasutra - Posição dO CARANGUEIJO: o homem, ajoelhado e com a coluna ligeiramente reclinada, investe na parceira que se deita com as pernas flexionadas. Seus joelhos servirão como um leme para orientar o ritmo e a velocidade durante uma penetração profunda.

Para os momentos ácidos e fugazes, típicos de início de relacionamento. Essa é para dançar, se enrolar e morder muito! Vale na mesa da cozinha, no sofá. Aonde a música levar. Mas entre quatro paredes, claro!

Alejandro sanz / Cuando nadie me ve Música que te chama na chincha em qualquer momento e lugar. Indicada tanto para os amantes quanto para casais de longa data. Perfeita pra uma noite fria, regada a vinho e seu lover! Para elas, calcinha vermelha; para eles, samba-canção preta. Kamasutra - Posição Quase Lótus: deitada de costas, a mulher encolhe e cruza as pernas, como na conhecida posição da ioga. A experiência é interessante, apesar da dificuldade que a maioria das mulheres encontra em conseguir manter a posição por muito tempo.

Kamasutra - Posição BATENDO PREGO: nesta posição, a mulher deita de costas e estica uma das pernas, apoiando o calcanhar na testa do parceiro. Durante as investidas dele, a perna erguida da mulher provoca deliciosas sensações em ambos. OBS.: Nesta música, se quiserem juntar todas as posições, também é a proposta ;]

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Publieditorial

DCE Univates 30 anos

O Diretório Central de Estudantes convida todos os alunos para desfrutar o seu espaço no prédio 9, sala 400. A sala do DCE tem uma estrutura preparada para atender com comodidade o aluno, sendo um local de integração e de descanso na hora do intervalo. Contamos com: Achados e perdidos: todo o material que é encontrado nas dependências do campus vem para o DCE e pode ser retirado com os nossos funcionários; Distribuição de carteirinhas estudantis: a carteirinha estudantil que dá descontos aos alunos pode ser retirada na sala do diretório. As solicitações destas podem ser feitas gratuitamente, no começo de cada semestre, pelo site do DCE. E para deixar sua carteirinha atualizada, basta passar no DCE uma vez por ano para colocar o selinho referente ao período; Distribuição das provas: todas as provas do semestre podem ser retiradas na sala do diretório com nossos funcionários; Contamos com uma sala de jogos com duas mesas de sinuca e uma de fla-flu. Temos ainda TV com SKY, cinco computadores com internet liberada - sem sites bloqueados -, jornais e revistas, tudo para a comodidade e conforto dos alunos; Somos ponto de venda de ingressos para festas da região em geral. Inclusive, em festas da instituição, como de diretórios acadêmicos de cursos; Temos, em nossas dependências, o xerox mais barato de todo o campus, custando apenas R$ 0,10, bem como para impressão. A encadernação

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também tem custo baixo, custando apenas R$ 1,50 até 75 folhas, e para além disso, R$ 2,00; Disponibilizamos kits de chimarrão (dispondo de cuia, bomba e térmica) para todos que desejarem, mediante apresentação de documento oficial com foto. E após parceria do diretório com a Ervateira Rei Verde, entregamos pacotinhos de 250g de erva-mate com apresentação da carteirinha estudantil atualizada. Possuímos convênios com algumas empresas aqui da região do Vale do Taquari, onde se consegue um desconto camarada mediante apresentação da carteirinha estudantil. A lista completa pode ser vista no site do DCE; Realizamos, no decorrer do ano, alguns passeios para os alunos com um preço barbada. Neste ano, realizamos uma excursão para a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre. Os interessados deveriam pagar apenas R$ 10 para usufruir a cultura de que o evento dispunha. Tá esperando o quê? Vem pra cá para integrar conosco e aproveitar um pouco de nossas vantagens, pois é para você, estudante, que estamos fazendo nosso trabalho e continuamos na luta pelo movimento estudantil.

1 Trote dos Bixos Solidário Brincadeira feita com os calouros dos cursos de graduação da Univates. Acontece duas vezes por ano, em cada início de semestre. As equipes do DCE passam nas salas dos mais novos estudantes nos turnos da manhã e noite. Todo ano, o DCE, com os diretórios acadêmicos de cursos, recebe os calouros com brincadeiras que os identifique como “bixos”. O Diretório Central dos Estudantes é contra todo e qualquer ato violento cometido com estudantes, por isso, a ideia do trote do diretório é conscientizar as pessoas de como é importante ajudar o próximo por meio de atos solidários. Todo alimento e material de limpeza que é arrecadado durante os dias do trote é encaminhado a entidades carentes. Já as bebidas são usadas na festa dos bixos.

2 Festa dos Bixos É a festa mais tradicional da Univates, que acompanha as três décadas do DCE. A famosa Festa dos Bixos ocorre duas vezes por ano, no início de cada semestre, como um modo descontraído de recepcionar os calouros. A promoção ocorre por conta do Diretório Central de Estudantes em parceria com os DAs de cursos. Os shows, a cerveja a preço camarada e o já conhecido “salsipão” são as principais atrações do evento, integrando os novos alunos e os inteirando do dia a dia da comunidade acadêmica.


4 Passeio com intercambistas O DCE recebeu intercambistas de Portugal, Colômbia e Suécia, que caíram de paraquedas na Univates. Com o espírito de integração, fazendo com que os estudantes estrangeiros se sentissem em casa, o diretório os levou para visitar pontos turísticos da nossa cidade e mostrou um pouco da cultura e espírito gaúchos. Essa atividade é realizada anualmente com todos os alunos vindos de outros países, para que eles levem de volta à sua terra todo o acolhimento aqui recebido.

5 Páscoa Solidária Para comemorar essa data tão especial, o DCE organiza uma tarde de recreação e caça ao ninho em algum orfanato da região. Este ano, a Amam foi novamente a escolhida. A atividade que ocorreu no dia 14 de abril, com muitas brincadeiras e diversão para os presentes, despertou o chocólatra que existe em cada um.

3 Debate sobre a implantação do curso de Medicina No dia 24 de março, o DCE, com os diretórios acadêmicos e com a pró-reitora adjunta de Ensino, Luciana Carvalho Fernandes, discutiu a implantação do curso de Medicina na Univates. Na ocasião, fez-se todo um apanhado histórico do processo inicial, seguido de um debate sobre as dúvidas, mitos e convergências entre os estudantes e a comissão de implantação. Este foi o primeiro de muitos outros encontros que serão realizados para que a comunidade acadêmica possa opinar e se posicionar em relação à implantação do curso de Medicina na Univates. É de suma importância que os estudantes se mostrem atentos a esses debates e mostrem anseio pelo tão esperado curso, pois é assim que se vê a real importância da possível implantação, que é feita exclusivamente para ele: o estudante.

6 UEE/Caravana UNE Com o objetivo de promover uma reflexão e um debate sobre o país que a juventude pretende construir nos próximos dez anos, a UNE lançou sua caravana UNE Brasil+10, a qual percorreu 12 estados brasileiros desde o dia 28 de março até meados de junho. Em Porto Alegre, os estudantes tiveram a oportunidade de debater com Aldo Arantes, expresidente da UNE, e a deputada federal e ex-diretora da UNE Manuela D’Avila. Segundo Aldo Arantes, os estudantes na América Latina têm o papel de sair na busca pelo novo e considera que a tarefa central da juventude nos próximos dez anos é aprofundar o processo democrático. Na mesma linha, Manuela fez uma provocação sobre as reformas que a juventude e os estudantes podem fazer na sociedade para contribuir na construção de um país mais justo. O DCE reconhece a importância da realização de ações como essa. Principalmente porque as questões levantadas durante os debates da caravana foram levadas e abordadas no Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), realizado em junho, paralelamente à Conferência Rio+20.

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7 Curso de Comunicação Oral

12 Rio+20

Com o objetivo de proporcionar aos alunos o conhecimento de técnicas de expressão oral, exercitando situações variadas de fala em público, o DCE Univates promoveu o curso de Comunicação Oral, ministrado pelo professor Wanderlei de Brito, graduado em Jornalismo, pós-graduado em Comunicação Jornalística e doutorando em Comunicação e Novas Tecnologias. O curso aborda as características da linguagem oral, técnicas para melhorar a dicção, postura e domínio da gesticulação e preparação técnica.

8 Show 30 anos DCE - Pouca Vogal O principal evento do ano para o DCE ocorreu para homenagear aqueles que são a razão de existir do diretório: os estudantes. O show da dupla de gaúchos Humberto Gessinger e Duca Leindecker, batizado de Pouca Vogal, é uma experiência inovadora na música pop nacional. O evento realizado no dia 24 de maio levou em torno de quatro mil pessoas, entre alunos e membros da comunidade em geral, para o Complexo Esportivo da Univates. Foi uma noite de comemoração, alegria e muita emoção.

9 Promoção do Dia das Mães Elas que nos deram a vida foram as homenageadas do DCE. Para concorrer na promoção, a mamãe deveria mandar uma foto com o seu filhão ou filhona para nós. As melhores e mais criativas ganharam uma caneca com sua foto, estampando o amor entre mãe e filho.

10 Aniversário do DCE Todo aniversário tem que ter bolo, e o DCE não fugiu à regra. No dia 3 de junho, o diretório completou suas três décadas de muita história e luta pelos direitos estudantis. O bolo com as 30 velinhas foi cortado e servido aos alunos que chegaram para comemorar conosco essa data tão especial.

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11 Festa Junina do DCE

Dentro das atividades alusivas aos 30 anos do DCE, estiveram participando alunos e representantes da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sediada na cidade do Rio de Janeiro. O encontro recebeu o nome de Rio+20, tendo o objetivo de renovar o engajamento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta, 20 anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Entre os temas debatidos estavam a contribuição da “economia verde” para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza, com foco sobre a questão da estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável.

Camisa de flanela, chuquinhas e pintinhas, muita pipoca, quentão e pinhão. Ao que tudo indica, se trata do bom e velho São João. O DCE pendurou suas bandeirinhas no teto de sua sala, colocou música e convidou todos para desfrutar No mês de junho, ocorreu o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), os comes e bebes típicos da data comemorativa. que reuniu as principais lideranças de Diretórios Centrais de Estudantes, UEEs e executivas de curso. A 60ª edição do evento realizou-se também no Rio de Janeiro, bem como a Rio+20, e além de debater temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, teve a finalidade de elaborar uma plataforma política a ser apresentada à sociedade. Como não poderia ser diferente, o DCE se fez presente para ficar por dentro do que ocorreu no evento.

13 Coneg da UNE


15 Livro A História do Movimento Estudantil da Univates

17 Quarta Cultural

Os 30 anos do DCE serão documentados em um livro planejado em parceria com o Centro de Memória da Univates. Para se ter a credibilidade que hoje possui, o DCE passou por muitas superações e desafios, se transformando num símbolo da luta dos estudantes na comunidade lajeadense e na instituição da qual faz parte. E isso, bem como os fatos mais marcantes do movimento estudantil no Vale do Taquari, desde seu surgimento até os dias de hoje, será abordado nesse apanhado de história que o estudante ajudou a construir. O lançamento da obra está previsto para o final do mês de dezembro.

16 Distribuição de

sacolinhas de lixo ecológicas

Em mais essa atividade alusiva aos 30 anos do DCE, o Diretório Central dos Estudantes, mostrando sua preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade, distribuiu sacolinhas de lixo ecológicas para serem usadas em carros nas entradas dos prédios da Univates. A ação tinha por objetivo conscientizar os estudantes a se preocupar com as gerações futuras.

14 Debate “Que educação queremos na universidade comunitária?” Foi realizado em junho um grande debate sobre que tipo de educação os estudantes querem nas universidades comunitárias, com a participação de representantes do movimento estudantil, como DCEs do Estado, DAs de cursos e UEE/RS Livre. Entre os temas abordados constavam a qualidade do ensino, uma discussão ampla com comunidade acadêmica a respeito do direcionamento do Orçamento da instituição, sendo cogitada a hipótese de um orçamento participativo (em que haveria votação por parte dos estudantes sobre as prioridades da destinação do dinheiro) e o aumento do preço das instituições comunitárias do RS.

Promovendo um momento de cultura, na hora do intervalo da noite, o DCE realiza, em toda a última quarta-feira de cada mês, a Quarta Cultural, em frente da sala do diretório, trazendo sempre algum músico da região com o objetivo de fazer um som para os estudantes e descontrair o ambiente acadêmico.

18 Dia do Estudante Paralelamente à Festa dos Bixos, no início do 2º semestre, foi comemorado o Dia do Estudante. Para parabenizar os estudantes pelo seu dia, foi sorteado um tablet, pen drives e ingressos para a Festa à Fantasia de Lajeado. Para participar, os alunos tiveram que levar um quilo de alimento não perecível para o DCE, que foi destinado à ONG Abaquar. Todos queriam os brindes, mas o verdadeiro prêmio era ajudar aqueles que necessitam.

19 Ifsul O Diretório Central dos Estudantes da Univates esteve representando a comunidade acadêmica na audiência pública em abril de 2011. De lá para cá, muitos avanços aconteceram para que o instituto federal saísse do papel para uma realidade aos estudantes do Vale do Taquari. No ano de 2012 foram discutidos o local e os cursos que seriam oferecidos pelo Ifsul. Alguns retrocessos aconteceram, mas não demos o braço a torcer. Os estudantes, principais interessados, conquistaram uma grande vitória, pois a partir do DCE e Ules, que trouxeram a iniciativa de criar uma pesquisa pública - aplicada pelos técnicos do instituto -, tiveram a chance de participar das escolhas das áreas de possíveis cursos técnicos e estar cientes de cada avanço relacionado a esse assunto. Não iremos desistir, não sairemos da luta, porque educação não é mercadoria.

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Galeria de fotos

20 5ª Gincana Ules/DCE Univates

Tarefas, enigmas, rali, diversão, muita risada e integração. É com esse espírito que se realizou, em todo o município lajeadense, mais uma Gincana Ules/DCE Univates. Em sua quinta edição, e com a troca do nome de enduro para gincana, superou as expectativas e foi considerada a melhor de todas já promovidas, com ótimos elogios e várias críticas construtivas. O evento, que é formado por uma comissão organizadora composta de integrantes do DCE, foi formatado desde janeiro para sua construção. A campeã deste ano foi a equipe Vikings, seguida por Hunters, Pardais, Ghost Busters, Woodstock e Rocket. Mais importante que o resultado, foi o ganho de amizades e vínculos criados durante toda a gincana, fazendo valer a pena cada minuto de suor e cansaço. A gincana teve início dia 31 de agosto, com atividades rolando até seus dias oficiais: 12, 13 e 14 de outubro. E que venha a próxima!

21 Conselhos

No decorrer do ano de 2012, o DCE comparece a vários encontros e conselhos para representar o estudante, reivindicar os seus direitos e levar a eles um pouco mais sobre o que acontece no meio acadêmico. Essa participação mostra como o DCE se preocupa com aqueles que representa e como quer lhes inteirar das atividades pelo diretório exercidas. Vale lembrar ainda que esses conselhos sempre ocorrem em período de expediente e durante a época de aulas, mostrando o comprometimento da diretoria para com os alunos, não permitindo que empecilhos como esses façam com que não se corra atrás e possa-se levantar mais uma vez a bandeira do movimento estudantil.

22 Natal na ONG Abaquar

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Pelo quarto ano consecutivo, o DCE faz o papel de Papai Noel da ONG Abaquar. Em época natalina, os diretores vão visitar os alunos, levando comes e bebes, assando salsichão, levando pula-pula para os pequenos se divertirem. Os achados e perdidos que não foram retirados no decorrer do ano são doados para a instituição, fazendo a alegria do Natal da criançada. Essa atividade é apenas uma das tantas ações para com a ONG no decorrer do ano. Até os diretores acabam entrando no clima, só faltando entoar o famoso “ho ho ho”.


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LARICA EXPRESS A alquimia da fome não tem explicação. Seja depois da balada, de uma caminhada hard ou após um dia pegado no trabalho. Quando a vontade de devorar tudo o que vem pela frente aperta, é interessante aproveitar e criar novos pratos. Tenha coragem e brinque com a comida. Por que não? Explicando... Não vamos ensinar a cozinhar com caviar, muito menos um baita filé grelhado. A vibe é como transformar um lanche pronto e rápido em algo digno de matar o leão enfurecido que está no seu estômago, coisa que não existe em nenhum restaurante badalado. Lanche caseiro, feito por ti, em formato de “correria do dia a dia”. Bora testar!

TRANSFORMANDO UM SANDUBA EM ALGO MEGABLASTER SUPERCINCO ESTRELAS Sabe aquele sanduíche com “dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles num pão com gergelim”? Famosinho e gostoso. Mas qual o segredo? Ele pode sair da sua geladeira NOW. Não duvida. Curte aí a receita e se puxa no próximo lanche rápido da madruga.

1º Passo (e único) - Sem essa de ficar comprando pão, bife... Garante um daqueles sanduíches EXPRESS em um mercado próximo ou até na loja de conveniências de posto de gasolina. Aqueles que se faz no micro-ondas, sabe? Receita do molho especial: 120ml de maionese 2 colheres de sopa de Frensh Dressing (o laranja) da Hellman’s 2 colheres de chá de sweet pickle relish 1 colher de sopa de cebola bem picadinha 1 colher de chá de vinagre de maçã 1 colher de chá de açúcar Sem segredo. Meche tudo e enfia no sanduíche. Monte da seguinte maneira: 1. Divida o pão de hambúrguer em partes; 2. Esquente uma frigideira sem óleo e dá uma leve tostada nas fatias; 3. Em uma das partes, passe o molho especial, coloca o queijo cheddar, hambúrguer, um pouco de cebola picada e alface; 4. Coloque outra parte do pão e passe mais molho; 5. Acrescente 2 fatias de picles, coloque outro hambúrguer, alface, cebola e um pouco mais de molho.


pENSAMENTO positivo

Imagine sua vida, bem do jeito que ela é. Um belo dia, pela manhã, quando entra no banho rotineiro, leva um senhor choque. Por sorte (seria mesmo?), o calçado de borracha isolou a descarga elétrica e nada de pior aconteceu. O susto não foi fatal. Mais tarde, você conta a história para alguém. Após o relato, qual afirmação faria? Sorte ou azar? Essa conclusão é importante. Pode indicar como você lida com os acontecimentos. Não precisa ser chuveiro e choque na jogada. A ideia é parar e pensar como as situações são encaradas. Duas são

as possibilidades de entendimento do exemplo acima:

1 - Que puta azar. Todo dia tomo banho no mesmo chuveiro e nunca havia levado um choque. Eu poderia ter morrido, me caguei de medo, foi um grande susto. Choque pode matar! Quase viro churrasquinho.

2 - Nossa, sorte eu estar com borracha nos pés. Isolou o choque. Imagina o que poderia ter acontecido. Caraca, ainda estou vivo. Ainda bem que não ocorreu nenhum acidente. Foi só um susto.

Tudo depende do ponto de vista

A verdade é você quem escolhe. Estamos sempre explicando tudo. Homens, mulheres, crianças. Somos ensinados, desde pequenos, a explicar minuciosamente e a procurar uma explicação. Tim-tim por tim-tim. Não queremos fatos isolados, sem narrativa, uma frase solta e pronto. Sem entender, é difícil lidar com os acontecimentos. Almejamos sempre o porquê esmiuçado, preciso. Ânsia por um motivo. Mas o que fazer com o que não tem explicação? Muitas coisas não têm, nem adianta bater pé. É aí que nosso cérebro entra em ação e “cria”. Inventamos alguma coisa que poderia ter acontecido, um possível desfecho para o fatídico. E a melhor forma de entender é contrastar com uma versão que já conhecemos, mesmo que a fantasia entre no meio da história. Ficção para efeito de comparação. Nos exemplos citados, as duas possibilidades de entendimento são perfeitamente aceitáveis. Porém, ambas são completamente diferentes, dois tipos prováveis de autoconstrução. Isso significa que somos livres para escolher uma narrativa para o que nos assola. Cada um faz a constatação que quiser. Ao escolher a alternativa 1, opta por acreditar no azar. Impõe a máxima de que você só se ferra. Vira um profeta do caos, esperando a próxima sacanagem que a vida vai aprontar. Você se rotula como azarado e, de fato, se coloca perante a vida como um. Longe de ser uma questão de autoajuda barata. Conscientemente, podemos criar versões que expliquem os acontecimentos a partir de uma ótica mais positiva. Lidar com os problemas como contratempos, que serão contornados. Pesar na balança do juízo o real tamanho da questão e se ela merece ser observada como opressora. Pensar negativo tira a esperança, dá medo, faz com que nossa palheta de colorir a vida seja escassa de opções.

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Mas, ressaltando, isso é questão de escolha. O problema é seu.


Seriados fora de SÉRIE #1 · New Girl Série superfofa, com Zooey Claire Deschanel (versão norte-americana da Katy Perry). Trata de Jess, uma

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garota estranha que faz canções para todas as situações. Em uma delas, descobre que o namorado a trai e, com isso, precisa encontrar outro lugar para morar. Junto com os amigos Nick, Schimit, Winston e a

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amiga Cece, a protagonista aprende que não se deve criar músicas em determinadas situações.

New Girl é uma série de televisão americana que estreou nos EUA em setembro de 2011, na FOX.

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#2 · The Walking Dead Ok, está fazendo sucesso. Uma série sobre zumbis. Presuntos vivos que perseguem os humanos. As pessoas passam todos os capítulos tentando

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4

fugir pelos monstrengos sem serem devoradas. A história foi criada e escrita por Robert Kirkman e pelo desenhista Tony Moore em forma de quadrinho. Foi publicada nos EUA em 2003 e virou série de TV em 2010.

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5

Passa na Fox apenas. A maquiagem é invejável.

#3 · American Horror Story

#4 · Pretty Little Liars

É mesmo bizarro! Se você não for

Retrata a vida de quatro garotas -

do tipo que gosta de freak show/

Aria Montgomery, Spencer Hastings,

anomalias, essa, com certeza, não

Hanna Marin e Emily Fields - que,

é uma série indicada. A história

depois do desaparecimento da

se passa numa casa BEM mal-

líder do grupo, Alison DiLaurentis,

assombrada, em Los Angeles.

começam a receber ameaças por

Depois de sofrer um aborto e ser

mensagens de texto assinadas por

traída pelo marido psiquiatra, Vivien

“-A”. Todos os segredos sórdidos das

muda-se com ele e sua filha para

garotas estão em risco. A princípio,

o local sem saber o que se passa

elas acham que Alisson é a autora

por lá. Coisas estranhas começam a

das chantagens, mas o corpo dela

acontecer. A casa foi palco de mais

aparece, e o mistério se instala.

de 20 mortes, todas ocorridas da

A série foi criada por Marlene King,

forma mais freak possível. E isso é

baseada na coletânea de livros

só o começo. Suspense bem tenso,

homônima escrita por Sara Shepard.

com aparições de ex-moradores

No Boomerang e, em breve, no SBT.

que interagem com a nova família, bolinhos envenenados pela vizinha e visitas da pequena Adelaide, com sua frase célebre “you gonna die in here”. #TENSO

American Horror Story é uma série de televisão norte-americana de terror-drama criada e produzida por Ryan Murphy e Brad Falchuk. Passa na FOX.

#5 · Two and a Half Man Depois de muito beber e ter relacionamentos vazios com diversas mulheres, Charlie Harper morre na oitava temporada e surge, na trama, Walden (Ashton Kutcher), um bilionário da internet que compra a mansão em Malibu e leva de brinde Alan, Berta e Jake, antigos moradores. Passa na CBS, nos EUA, e no Brasil é transmitido pela Warner e pelo SBT.


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Conversacasual Destilando ironia

A figura esquálida, atrai em sua volta dez, 12 pessoas. Ela está curvada e apesar do ar frágil, as mãos são ágeis. Me aproximo mais e descubro tratar-se de um caricaturista. A propaganda não mente: “Ria de si antes que os outros o façam”. Desenhos bem feitos mostram o talento do senhor mirrado. Traços bem humorados de Hof, o caricaturista do Shopping da Rua da Praia. Aproximei-me e ouvi que contava piada de loiras. Não dei bola. Ele faz desenhos duplos. Mas eu quis puxar conversa. A repórter do interior que foi visitar a Feira do Livro e curiosa, num momento plus, foi bisbilhotar o homem. - O senhor faz caricatura de duas pessoas?, disse. - Isso é uma pergunta de loira!, retruca ele, não perdendo a piada. A galera se fina rindo. Tenho de concordar com um sorriso amarelo: - É verdade. Ele continua contando piadas: - Sabe como se chama uma loira que pintou o cabelo de preto? Inteligência artificial. Eu finjo que rio, até porque essa é uma piada de loira antiga. E disparo, bem na careca dele: - Nenhuma loira quis lhe arrancar os cabelos por conta dessas piadas? Ele não ouviu ou fez que não entendeu. Nosso papo estava tenso, mas eu fui aí querendo

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fazer a entrevista. Fiz minha filha Marianna sentar na cadeira das caricaturas para ter mais tempo de conversar com o Hof. - Há quanto tempo o senhor faz caricatura no shopping? Ele, com ar de ingenuidade, relata: - Todos os dias. Mais do que depressa, eu digo - Não, isso é resposta de loira, quero saber há quantos anos o senhor está aqui. - Eu estou aqui há dois anos. Bem, no total são cinco anos. Marianna se ajeita na cadeira, eu o interrompo para dizer: - Pode caprichar nos defeitos dela que eu quero rir depois. Pode ofender. O senhor se chama Hof? - Sim, sou Hofmeister. Descubro que é Valdir Carlos Hofmeister. Mas o apelido granjeou mais fama do que o nome. Hof é muito mais popular, do que sua “graça” original. Olho para o painel cheio de caricaturas e arrisco ser simpática com o humorista que destila sarcasmo. Para quê? - Tudo isso foi o senhor quem pintou? -Não, isso foi um espírito!, me diz de imediato Me ofendo, um pouco. - O senhor é engraçadinho, né. - A senhora vem com perguntas engraçadas eu dou respostas engraçadas.

ilustração Joana Heck

Entre um traço e outro, Hof, o caricaturista da Rua da Praia, tem o corpo frágil e a mente ágil. Esta conversa “non sense” aconteceu em plena Feira do Livro.


- O senhor tem tolerância zero. Quanto tempo o senhor é caricaturista? Ele abranda a voz, sinto que pode ser uma pausa nessa guerrilha verbal. É minha chance de fazer a entrevista. - Toda minha vida fui caricaturista. Mas eu trabalhei em muita coisa. Fui cabeleireiro, maquiador. Diagramador da Zero Hora. Foi da Zero Hora, mas vejo que o senhor tem uma matéria do Correio do Povo falando do senhor pendurada ai. - Eles são meus amigos. O pessoal do Correio. Eu quero falar das caricaturas. E pergunto sobre elas. - As pessoas gostam de rir de si mesmas? Ele é pragmático, como todo humorista sensato perspicaz. - Pessoas inteligentes riem de si mesmas. Então eu descubro porque ele parece estar frágil. Me conta que estava doente e que não tinha ido visitar a Feira do Livro de Porto Alegre, maior evento cultural da cidade. - Como é ver a vida passar pelos corredores deste shopping? - Eu tive fora um mês e meio. Fiquei no hospital. Tô meio fraquinho ainda. Hoje me atrevi a vir trabalhar porque tem sol. No Hospital não descobriram nada de doença, mas passei por duas cirurgias. Sabe para que existe uma junta médica? Para dividir a culpa (risos). - O senhor é caricaturista e humorista... Aqui do corredor, os humanos são apressados? Hof, enquanto faz a caricatura da Marianna, não percebe que tem gente esperando. Mas eu percebo. Ele declara: - Tem pessoas de todo o tipo. Quem vem no

shopping, vem pra passear. Mas na hora do rush, elas estão com pressa e passam rápido. Aqui vem todo mundo me cumprimentar. Passa o Paulo Sant’Anna e o Armando Burd (um dos experientes e conhecidos jornalistas do Estado, hoje colunista da Rede Pampa de Comunicação). O Armando me ajudou muito quando eu fiquei doente no Hospital. Ele falou com a direção para que conservasse meu lugar aqui. Ele é judeu e a direção do shopping também é. Eu voltei e estou aqui trabalhando. As pessoas são minhas amigas. Os jornalistas do Correio trazem sacolas de livros para mim. Eu conheço os mais velhos. (O Shopping fica a 15 passos de distância do jornal Correio do Povo). O desenho da Marianna ficou pronto, eu ri muito, tiramos uma foto e o mestre da ironia, fez até sorriso e pose para o retrato. - Depois você manda a entrevista para o e-mail carecatura, tá? - E o senhor gosta de piada de loira, né? - É que deu o acaso.

Valdir Carlos Hofmeister, conhecido como Hof. além de caricaturista, foi cabeleireiro, esteticista, maquiador e fazia - faz até hoje implante de cílios. Mais: durante 20 anos foi diagramador de jornal. Hof fica no 2ª andar do Shopping da Rua da Praia. ____________________________________ Andréia Rabaiolli conteudo@mazup.com.br ____________________________________

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DESABAFO Um sonho. Começaremos apresentando esta viagem toda da maneira mais clichê possível, totalmente na contraposição da nossa ideologia de “esquerda de boutique” . Isso mostra o quão estamos confusos, felizes e extasiados por produzir a Revista Mazup. O que está na sua mão é fruto de muito tesão por ver isso nascer. E nasceu. Agora, SEGURe! Acreditamos nas pessoas, nas suas ânsias, nelas. Em cada uma, com força. E é assim com você, que está lendo agora. Apostamos que nem todas as matérias chamaram a sua atenção... E isto é ótimo. Queremos várias cabeças, inclusive a sua, pensando conosco. Esperamos que tenha parado em algum texto pelo menos. Em alguma imagem... Tenha ficado tonto com alguma cor. Almejamos que, num certo momento, tenhamos acertado em você, que é nosso alvo. FerrÔ! Vamos chamar sua atenção. Mostrar o que nos der na telha, sempre com respeito À sua inteligência. Erraremos, pode preparar os tomates. Atirar na gente. Queremos opinião sem frescura, entender de verdade o que se passa na sua cachola. E botar na revista. Até porque, em momento nenhum teremos frescura com o que quer que seja. Maturidade acima de tudo, respeitando limites e quebrando paradigmas. Pode contar. Isso, nas suas mãos, é físico. Iremos além. O campo ideológico é nossa meta. A resposta de quem lê será o motor de propulsão dessa loucura orquestrada. Depende dos leitores se iremos até a cidade vizinha ou ao espaço. Dá seu gás que a gente cresce. Foi tudo tão querido antes de virar realidade! Projeto cuidado, embalado como neném. Explosão de tudo - tudo junto -, numa bagunça editorial eficiente e gostosa. Não cessamos de produzir, inventar, pesquisar. Tudo para dar uma chave de coxa em você. Esta é a Revista Mazup. Uma revista diferente pra gente igual, ou

igual para gente diferente.

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eSTA IMAGEM, DO NOSSO AMIGO LEONARDO Hermel, ILUSTRA BEM O MOMENTO. sIMBIOSE É A PALAVRA. mISTURA, #TAMOJUNTO. uM CARACOL QUE VIRA CARNEIRO, QUE VIRA ROSA. nADA E TUDO AO MESMO TEMPO. ÁCIDA E DIRETO NA VEIA.


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