TCC arqurbuvv Tratamento Paisagístico do bairro Santa Paula I - Vila Velha/ES

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CENTRO UNIVERSITÁRIO VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

MAYARA PAVANI BARCELLOS

TRATAMENTO PAISAGÍSTICO DO BAIRRO SANTA PAULA I – VILA VELHA / ES

VILA VELHA 2013


MAYARA PAVANI BARCELLOS

TRATAMENTO PAISAGÍSTICO DO BAIRRO SANTA PAULA I – VILA VELHA / ES

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Vila Velha, como requisito parcial para obtenção de Grau em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Clóvis Aquino de Freitas Cunha

DATA DE DEFESA: __/__/____ MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________ PROFESSOR ORIENTADOR: CLÓVIS AQUINO F. CUNHA

__________________________________________________ EXAMINADORA: LIZIANE DE OLIVEIRA JORGE

__________________________________________________ MEMBRO EXTERNO: JOYCE GUASTI TONINI


Ao Deus trino, a minha família, pai, mãe e irmã, ao namorado companheiro, e a minha inspiração profissional e orientador Clóvis Aquino; com carinho dedico esse trabalho.


AGRADECIMENTOS

Ao Deus Pai que me concedeu forças para a conclusão dessa pesquisa, mesmo com todas as dificuldades e situações de desesperança. Por proporcionar sabedoria e luz, sabendo me guiar por todos os caminhos. Aos meus pais e minha irmã, razões da minha vida, e que acompanharam todo o meu esforço ao longo de todo o curso, e souberam apoiar, incentivar, ajudar e ao meu lado sonharam com esse momento. Ao namorado que estava presente em todas as dificuldades e soube me compreender, estimular e impulsionar cada período que se passou. Ao professor orientador, Clóvis Aquino, que compartilhou de todas as fases de estudo, desde as primeiras matérias, onde pouco se sabia da profissão, direcionando para a criação de uma personalidade projetual, além de ter se tornado fonte de inspiração em diversas propostas e soube mostrar as maravilhas do universo arquitetônico e paisagístico. Aos colegas de classe graduandos que partilharam momentos de alegrias, tristezas, vitórias e derrotas ao longo dos anos. A todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, que proporcionaram conhecimento e disponibilidade, em especial a segunda orientadora, Professora Liziane, que auxiliou nessa fase final do curso e, pra mim, se tornou, uma referencia de profissional e atitude que estimula e inspira o desenvolvimento de todos os estudos; e ao Professor Carlos Alberto Kuster Pinheiro,

mestre

do

conhecimento

geográfico,

que

contribuiu

para

o

desenvolvimento dos mapas e compartilhou de seus arquivos para ajudar a concluir a pesquisa. Em geral, a todos os amigos pessoais e de trabalho que compartilharam de conhecimentos, ouviram preocupações e lamentos, a sogra, que auxiliou com seus conhecimentos linguísticos, e a parentes, em especial as minhas avós Maria Arlete e Assumpta (in memorian) que cuidaram e ampararam em todas as fases da minha vida.


"Eu conheço o preço do sucesso: Dedicação, trabalho duro e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer”. (Frank Lloyd Wright)


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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo uma pesquisa de embasamento teórico que conduz ao desenvolvimento de como melhorar a qualidade paisagística do bairro Santa Paula I, localizado no município de Vila Velha - ES, através da arborização, iluminação pública, pavimentação e passeio público, definição e projeto de praça, integração com o Parque Natural Municipal de Jacarenema (PNMJ), marcação da identidade visual, assim, definindo qual tipo de tratamento será mais adequado. Com essa proposta pretende-se realizar trabalho projetual de urbanismo e paisagismo, com a implantação de características de forte personalidade para uma área digna de um estudo de melhorias, atendendo as necessidades da mesma e possibilitando o uso por pessoas que possam desfrutar de espaços com paisagem natural e passeios estimulantes.

Palavras-chave: loteamento, urbanização, paisagem urbana, paisagismo.


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ABSTRACT

This study aims to theoretical research leading to the development of how to improve landscape quality of the neighborhood Santa Paula I, located in the municipality of Vila Velha - ES, through afforestation, street lighting, paving and promenade, definition and design of square, integration with the Municipal Natural Park of Jacarenema (MNPJ), marking the visual identity, thus defining what type of treatment will be most appropriate. With this proposal we intend to perform a project work deployment features with strong personality to an area worthy of improvements study that serve the same and enabling the use by people with spaces to enjoy natural scenery and exciting rides.

Keywords: housing development, urbanization, urban landscape, landscape.


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LISTA DE FIGURAS Figura 01. Relação Arquitetura e Paisagem Urbana. .................................... 19 Figura 02. Organização visual da paisagem. ................................................. 20 Figura 03. Recinto e Ponto focal de Gordon Cullen. ...................................... 21 Figura 04. Perspectiva grandiosa e Animismo de Gordon Cullen. ................. 21 Figura 05. Praça Brascan Century Plaza, Itaim Bibi – SP. ............................ 22 Figura 06.

Situação atual “Passeio de Sant Joan Boulevard” direção Arco

do Triunfo.

.................................................................................................. 25

Figura 07.

Situação atual “Passeio de Sant Joan Boulevard” direção Praça

Tetuán.

.................................................................................................. 25

Figura 08. Proposta “Passeio de Sant Joan Boulevard”. ............................... 26 Figura 09. Proposta “Passeig de Sant Joan Boulevard”. ............................... 27 Figura 10. Proposta “Passeig de Sant Joan Boulevard”. ............................... 27 Figura 11. Proposta de Perfil Viário – “Passeio de Sant Joan Boulevard”. .... 27 Figura 12. Passeio de Sant Joan Boulevard. ................................................. 28 Figura 13. Vista aérea praça e sua relação com o hotel e a cidade. ............. 29 Figura 14. Croqui inicial. ................................................................................ 30 Figura 15. Deck de madeira que marca o eixo principal da praça. ................ 30 Figura 16. Bancos iluminados........................................................................ 31 Figura 17. Passarela. ..................................................................................... 31 Figura 18. Passarela iluminada. .................................................................... 32 Figura 19. Arborização................................................................................... 32 Figura 20. Região Metropolitana da Grande Vitória. ...................................... 34 Figura 21. Arco de proteção do Mestre Álvaro. ............................................. 35 Figura 22. Arco de proteção do Mestre Álvaro. ............................................. 36 Figura 23. Eixo de estruturação - BR-101 – Avenida Mestre Álvaro. ............. 36 Figura 24. Parque Linear – Fundos de Vale. ................................................. 37 Figura 25. Varandas da Serra........................................................................ 38 Figura 26. Caminho Verde e Janelas da Serra. ............................................. 39 Figura 27. Poluição visual de fios – Belo Horizonte. ...................................... 42 Figura 28. Rua Oscar Freire, após obras para enterrar a fiação. .................. 42 Figura 29. Praça de Sapopemba abandonada – São Paulo. ......................... 43


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Figura 30. Praça Dr. Tasso de Camargo – Chafariz e Coreto - Goiás. .......... 43 Figura 31. Sensorial. ...................................................................................... 46 Figura 32. Fotografia aéreas dos anos de 1955 (1), 1970 (2)........................ 48 Figura 33. Fotografia aéreas dos anos de 1978 (3), 2008 (4)........................ 48 Figura 34. Fotografia aérea do ano de 2010 (5). ........................................... 49 Figura 35. Terminal de Itaparica – Vila Velha/ES. ......................................... 52 Figura 36. Boulevard Shopping – Vila Velha/ES............................................ 53 Figura 37. Praia do Barrão – Barra do Jucu, Vila Velha/ES........................... 54 Figura 38. Praia da Costa - Vila Velha/ES. .................................................... 54 Figura 39. Uso e Ocupação do Solo. ............................................................. 56 Figura 40. Gabarito. ....................................................................................... 57 Figura 41. Rua Figueira, Bairro Santa Paula I. Uma das vias não pavimentadas. .................................................................................................. 58 Figura 42. Infraestrutura existente. ................................................................ 60 Figura 43. Infraestrutura de transportes. ....................................................... 61 Figura 44. Terreno 01 destinado à praça. ...................................................... 62 Figura 45. Terreno 02 e parte do terreno 01 destinados à praça................... 62 Figura 46. Terreno 03 e parte do terreno 04 destinados à praça................... 63 Figura 47. Zoneamento da área de estudo e adjacências. ............................ 67 Figura 48. Hirarquização Viária conforme Lei Municipal. ............................... 68 Figura 49.

Uma das áreas de vazio urbano do bairro Santa Paula I e torre

de telefonia móvel ao fundo. ............................................................................ 71 Figura 50. Macrozoneamento. ....................................................................... 72 Figura 51. Rua Cajueiro, bairro Santa Paula I – Vila Velha / ES. .................. 72 Figura 52.

Rua das Hortências, Bairro Santa Paula I – Acesso ao

condomínio Riviera Park. ................................................................................. 73 Figura 53. Maquete eletrônica do portal de entrada do condomínio Riviera Park.

...................................................................................................... 74

Figura 54. Área onde será implantado o Condomínio Villagio Santa Paula. . 74 Figura 55. Maquete eletrônica do condomínio Villaggio Santa Paula. ........... 75 Figura 56. Estudo Conceitual......................................................................... 78 Figura 57. Planta de Urbanismo Humanizada. .............................................. 79 Figura 58. Proposta percurso ciclovia. ........................................................... 80 Figura 59. Avenida Central existente. ............................................................ 80


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Figura 60. Proposta Ciclovia Eixo Principal. .................................................. 81 Figura 61. Parede Verde – Eixo Principal – Ligação com PNMJ. .................. 81 Figura 62. Área Praça Central - existente. ..................................................... 82 Figura 63. Proposta Praça Central. ............................................................... 82 Figura 64. Praça Central. ............................................................................... 83 Figura 65. Parte 1 – Praça Central. ............................................................... 84 Figura 66. Parte 2 – Praça Central. ............................................................... 85 Figura 67. Parte 2 – Praça Central. ............................................................... 85 Figura 68. Parte 2 – Praça Central. ............................................................... 86 Figura 69. Parte 3 – Praça Central. ............................................................... 86 Figura 70. Parte 3 – Praça Central. ............................................................... 87 Figura 71. Parte 3 – Praça Central. ............................................................... 87 Figura 72. Parte 4 – Praça Central. ............................................................... 88 Figura 73. Quadras a serem desmembradas. ............................................... 89 Figura 74. Quadras desmembradas. ............................................................. 89 Figura 75. Quadras desmembradas. ............................................................. 90 Figura 76. Área desocupada existente no bairro. .......................................... 91 Figura 77. Proposta Praça Linear e Trilha em torno do PNMJ. ..................... 91 Figura 78. Praça Linear. ................................................................................ 92 Figura 79. Proposta Área Esportiva. .............................................................. 93 Figura 80. Quadra desocupada existente no bairro. ...................................... 94 Figura 81. Proposta área esportiva. ............................................................... 94 Figura 82. Quadra Poliesportiva. ................................................................... 95 Figura 83. Quadra Poliesportiva. ................................................................... 95 Figura 84. Estacionamentos. ......................................................................... 96 Figura 85. Praça. ........................................................................................... 96 Figura 86. Praça e estacionamentos. ............................................................ 97 Figura 87. Proposta Portal de acesso ao PNMJ. ........................................... 97 Figura 88. Trilhas existentes no Parque Natural Municipal de Jacarenema. 100 Figura 89. Trecho da trilha Restinga Aberta. ............................................... 101 Figura 90. Trecho da trilha Morro da Mata Atlântica. ................................... 102 Figura 91. Trecho da trilha Estrada de Itapuera. ......................................... 103 Figura 92. Via ligação PNMJ existente. ....................................................... 103 Figura 93. Proposta Portal Acesso PNMJ.................................................... 104


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Figura 94. Proposta Portal Acesso PNMJ.................................................... 104 Figura 95. Proposta Portal Acesso PNMJ.................................................... 105 Figura 96. Proposta Portal Acesso PNMJ.................................................... 105 Figura 97. Proposta Praça espera e descanso. ........................................... 106 Figura 98. Proposta Praça espera e descanso / estacionamentos. ............. 106 Figura 99. Eixo Principal. ............................................................................. 107 Figura 100.

Esquemas escolhidos para iluminação de vias de trânsito. .... 109

Figura 101.

Proposta distribuição vegetação e iluminação viária. .............. 110

Figura 102.

Iluminação precária e mal posicionada do bairro. ................... 110

Figura 103.

Baias de onibus estilo “Dente de Serra”. ................................. 111

Figura 104.

Proposta baias de ônibus. ....................................................... 111

Figura 105.

Avenida Central bairro. ............................................................ 112

Figura 106.

Proposta melhoria Infraestrutura do bairro – Via Eixo Principal. ... 112

Figura 107.

Ipê Branco. .............................................................................. 113

Figura 108.

Ipê Roxo. ................................................................................. 113

Figura 109.

Pata de vaca. .......................................................................... 114

Figura 110.

Oiti. .......................................................................................... 114

Figura 111.

Caneleira. ................................................................................ 115

Figura 112.

Pitanga. ................................................................................... 115

Figura 113.

Paisagismo Praça Central. ...................................................... 116

Figura 114.

Embaúba. ................................................................................ 117

Figura 115.

Jamelão. .................................................................................. 117

Figura 116.

Ipê Amarelo. ............................................................................ 117

Figura 117.

Chuva de Ouro. ....................................................................... 118

Figura 118.

Paisagismo Praça Linear – Trecho 1. ..................................... 118

Figura 119.

Paisagismo Praça Linear e Área Esportiva – Trecho 2. .......... 119

Figura 120.

Paisagismo Portal Acesso PNMJ. ........................................... 119


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LISTA DE SIGLAS

PNMJ – Parque Natural Municipal de Jacarenema IJSN – Instituto Jones dos Santos Neves PDM – Plano Diretor Municipal IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística RMGV – Região Metropolitana da Grande Vitória IDAF – Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal ZOC – Zona de Ocupação Controlada ZEIA – Zona de Especial Interesse Ambiental ZEE – Zona de Especial Interesse Econômico ZEIS – Zona de Especial Interesse Social HIS – Habitação de Interesse Social ZPAC – Zona de Proteção Ambiental e Cultural ZOR – Zona de Ocupação Restrita INMET – Instituto Nacional de Meteorologia EMCAPA – Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 15 CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DO PAISAGISMO ....................................... 17 CAPÍTULO 2 – ESTUDOS DE CASO .............................................................. 23 2.1. Projeto Internacional ........................................................................... 24 2.1.1. Passeio de Sant Joan Boulevard – Barcelona / Espanha (Lola Domènech Arquitecta)............................................................................... 24 2.2. Projeto Nacional .................................................................................. 29 2.2.1. Projeto da Praça Pública - Águas de São Pedro – São Paulo / Brasil (Purarquitetura / Aflalo & Gasperini)................................................ 29 2.3. Projeto Estadual .................................................................................. 33 2.3.1. Contribuições ao desenvolvimento urbano de Serra – Propostas Preliminares (Jaime Lerner – Arquitetos Associados) ............................... 33 CAPÍTULO 3 – A IMPORTÂNCIA DA PAISAGEM E DOS EQUIPAMENTOS URBANOS........................................................................................................ 40 CAPÍTULO 4 – CONDICIONANTES PRÉ-PROJETUAIS ................................ 44 4.1. Localização da área ............................................................................ 45 4.2. Considerações históricas da cidade .................................................... 47 4.3. Considerações do bairro: breve histórico e situação atual .................. 51 4.4. Infraestrutura ....................................................................................... 57 4.5. Condicionantes legais ......................................................................... 64 4.6. Caracterização Climática .................................................................... 68 4.7. Potenciais e limitações da área ........................................................... 70 CAPÍTULO 5 – INTENSÕES PROJETUAIS .................................................... 76 5.1. Conceito .............................................................................................. 77 5.2. Projeto de Urbanismo.......................................................................... 78 5.3. Projeto de Paisagismo ...................................................................... 113 5.4. Conclusões ....................................................................................... 120 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 121 ANEXOS ........................................................................................................ 128 ANEXO 01 .................................................................................................. 129 Localização do Bairro Santa Paula I com equipamentos e bairros do entorno (Organizado pelo autor) .............................................................................. 129


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ANEXO 02 .................................................................................................. 131 Área de estudo em 1971 (Organizado pelo autor) ...................................... 131 ANEXO 03 .................................................................................................. 133 Área de estudo em 1978 (Organizado pelo autor) ...................................... 133 ANEXO 04 .................................................................................................. 135 Localização do Bairro Santa Paula I no contexto municipal com principais eixos viários (Organizado pelo autor) ......................................................... 135 ANEXO 05 .................................................................................................. 137 Entrevistas .................................................................................................. 137 ANEXO 06 .................................................................................................. 143 Projeto de Urbanismo e Paisagismo ........................................................... 143


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INTRODUÇÃO A paisagem urbana pode ser considerada, nos dias atuais, como fundamental para a qualidade de vida da população, onde cada vez mais se procura um lugar ideal para se viver. Um bairro com conforto, tranquilidade e segurança. Com a melhoria dessa qualidade de vida urbana, surge o problema que pode ser colocado como: Qual tipo de infraestrutura é mais adequada, em termos de sistema viário, passeio público, iluminação, arborização e praças? O objetivo da pesquisa será exatamente propor essa melhoria visual, identificando quais os principais fatores que irão ajudar a criar a identidade do local. O estudo se inicia com a seleção de bases teóricas que tratam de fundamentos do paisagismo e infraestrutura urbana, tornando-se referência para a pesquisa. A escolha da área de estudo foi devido à concentração populacional consolidada nas regiões norte e nordeste do Município de Vila Velha que hoje passa por transformações significativas e resultam em nova dinâmica na economia, que serão abordadas na pesquisa, manifestando tendências à expansão

da

mancha

urbana

como

resultado

da

concorrência

de

empreendimentos direcionados a regiões pouco adensadas, somado a relativa demanda por habitação, ambas recorrentes em toda a região metropolitana. A área de intervenção localiza-se no estado do Espírito Santo, município de Vila Velha, bairro Santa Paula I. É uma região isolada que se encontra atrás do Parque Natural Municipal de Jacarenema e que tem sido ocupada nos últimos cinco anos com novos loteamentos e condomínios de alto padrão. Mesmo com baixa densidade populacional, essas futuras ocupações demandariam um grande fluxo de veículos e pessoas e a área não possui uma infraestrutura adequada para comportar essa nova demanda, por isso, o local pede um estudo de intervenção na estrutura viária e na paisagem, de modo a se adequar a esses novos usos de ocupação do solo. Para o embasamento teórico da pesquisa, tratados nessa primeira etapa, quatro capítulos foram colocados:


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O primeiro capítulo mostra o ponto de vista paisagístico com base em autores referenciados, como Tim Waterman, Gordon Cullen, Benedito Abbud, dentre outros. São inseridos conceitos que darão subsídios para o projeto de intervenção, como a visão de Waterman em relação ao papel do paisagista e como ele influencia no crescimento urbano, os aspectos de visão, reação e substância que trata Cullen, e o paisagismo sensitivo de Abbud. O segundo capítulo mostra projetos três projetos paisagísticos, sendo um internacional, um nacional e um estadual, que abordam conceitos que deram subsídios para a elaboração do projeto em questão. O terceiro capítulo fala sobre a importância de se trabalhar a paisagem e os equipamentos urbanos em um determinado espaço, e como esse tema influencia na qualidade de vida dos usuários. O quarto capítulo fala das condicionantes pré projetuais com o estudo da área subdivido em itens que identificam a sua localização, um breve histórico da cidade e do bairro, a situação em que a área se encontra atualmente, a sua infraestrutura, seus condicionantes com base nas leis municipais, o clima, os potenciais e as limitações do lugar. Finalizando, o quinto capítulo contém o projeto propriamente dito, conceitos utilizados para a proposta, com base nos critérios estudados, além do anteprojeto de urbanismo e paisagismo.


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CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DO PAISAGISMO


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A compreensão da dificuldade das conformações do espaço deve ser uma das preocupações fundamentais do arquiteto. As mudanças constantes na natureza fazem do paisagismo, uma atividade com uma visão suficientemente ampla para sugerir alternativas funcionais, sustentáveis e conseguir encaixar possíveis atividades e exigências em um espaço, e decidir como esses usos trabalham no lugar disponível. Segundo Tim Waterman, a arquitetura paisagística, após se estabelecer ao longo do século XX, entra no desafio de aperfeiçoar e admitir seu lugar como a profissão mais indicada para direcionar o crescimento urbano em um período cada vez mais essencial no desenvolvimento em harmonia com as funções naturais do planeta. “O planejamento da paisagem é a arte de equilibrar, em uma determinada área, os usos do solo existentes como desejáveis, além de sugerir funções alternativas” (WATERMAN, 2010). De acordo com Maria Angela Faggin Pereira Leite (2006), entre meados de 1960 e 1980, as relações capitalistas compreenderam praticamente todos os espaços, os sistemas de elaboração e distribuição se organizam em escala global, as relações sociais do cotidiano foram transformadas, a cultura do consumo foi estimulada, os espaços, físico, social, político e econômico se desligaram quase completamente, mas essas transformações, no entanto, não englobam totalmente as propostas de atuação do paisagismo. Ainda de acordo com a mesma autora, uma paisagem é desenvolvida através da concordância entre elementos novos e velhos, externos e internos. Essa combinação que existe em cada local, segundo uma determinada lógica particular de organização, implica um confronto e, muitas vezes, um conflito. A aceitação desse confronto ou conflito é condição de procura da exatidão. A paisagem é resultado do equilíbrio entre múltiplas forças e processos temporais e espaciais. Em certa medida, a paisagem é um reflexo da visão social do sistema produtivo e suas formas transformam-se ou desaparecem sempre que as teorias, filosofias e necessidades que as criam não são mais reais ou autoevidentes (LEITE, 2006)


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Gordon Cullen (2006) mostra uma visão poética da paisagem, considerando a sua dimensão visual. A paisagem urbana inclui não só a conformação física da cidade, mas também as suas relações, sejam de natureza ambiental, social econômica, política ou comportamental, em um meio completamente dinâmico. Se me fosse pedido para definir o conceito de paisagem urbana, diria que um edifício é Arquitetura, mas dois já seria paisagem urbana, porque a relação entre dois edifícios próximos é suficiente para libertar a arte da paisagem urbana (CULLEN, 2006. p. 135).

Figura 01.Relação Arquitetura e Paisagem Urbana. Fonte: Cullen, 1996.

Cullen diz também que a paisagem urbana é uma arte que torna coerente e organizado, visualmente, a grande quantidade de edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano. Esse conceito de paisagem, elaborado no ano de 1960, ainda exerce forte influência em arquitetos e urbanistas porque possibilita análises sequenciais e dinâmicas da paisagem a partir de premissas estéticas, isto é, quando os elementos e jogos urbanos provocam impactos de ordem emocional.


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Figura 02.Organização visual da paisagem. Fonte: Cullen, 2006.

Alguns exemplos desse conceito é uma rua ou avenida em linha reta, onde a perspectiva visual seja assimilada rapidamente, pode se tornar monótona ou então grandiosa. Para estruturar o conceito de paisagem, Cullen recorre a três aspectos. O primeiro é a visão, que é formada por percepções em sequencia dos espaços urbanos, primeiro se observa a rua, em seguida entra em um pátio, que existe um novo espaço e assim por diante. O segundo fator são as reações do indivíduo com relação a sua localização, reações provocadas pelos espaços, abertos, fechados, altos, baixos, etc. O terceiro aspecto é a substância, que se relaciona com a construção da cidade, cores, texturas, escalas e estilos que caracterizam edifícios e setores da malha urbana. Com base no conceito de paisagem como elemento organizador, Cullen apresenta vários temas para paisagens urbanas, como, pátios, que são espaços urbanos interiores caracterizados pelo sossego e a tranquilidade, em que o transito das ruas não é notado, tem escala humana e, geralmente, é um espaço pontuado por árvores, bancos, que permitem descanso e contato humano; o ponto focal que é um símbolo de convergência, que define a situação urbana, um elemento de força que se consolida de forma isolada e por vezes marca pela verticalidade; a perspectiva grandiosa como a visual dos eixos monumentais dos grandes bulevares, essa paisagem produz a sensação de imensidão; e o animismo, uma configuração


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inspiradora, ou seja, as manifestações de estranheza e até irritação. É um artifício por vezes usado no expressionismo.

Figura 03. Recinto e Ponto focal de Gordon Cullen. Fonte: Adaptado por Adam (2007) de Cullen (1983).

Figura 04.Perspectiva grandiosa e Animismo de Gordon Cullen. Fonte: Adaptado por Adam (2007) de Cullen (1983).

O conceito de Cullen, em relação a paisagem urbana, facilita o entendimento no que diz respeito a sentimento, capacidade de criação, racionalidade e liberdade de se unificarem em um mesmo meio de observação. Esse conceito promove a interação entre o ser humano e o ambiente urbano despertando a percepção da paisagem. A ideia de paisagem urbana, na relação entre percurso, visual e emoções tem sido intensa e idealizada em diversas cidades. O paisagismo sensitivo, como trata Benedito Abbud (2008), também é outra forma de configurar a paisagem urbana, ao mesclar plantas com espécies frutíferas, chás e


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temperos, aguça o olfato e o paladar. A visão é estimulada pelas cores e pela proporção das espécies em relação à dimensão do espaço e para a audição o barulho das folhas ao vento, que pode ser complementado com espelhos d’água, fontes e cascatas.

Figura 05.Praça Brascan Century Plaza, Itaim Bibi – SP. Fonte: Folha Vitória, 2010 ( Acesso em Junho, 2013).

As melhores vistas são aquelas que dão ideia da distância entre diferentes elementos, que surpreendem o observador, provocando essas sensibilidades. O importante é valorizar os espaços públicos, com um bom projeto paisagístico tornar o quintal, rua ou praça uma realidade diferente, mais humana. O que há de mais valioso no paisagismo é o incentivo que causa a percepção da cidade, pois onde o indivíduo estiver no espaço e em qualquer velocidade de apreciação, pode contemplar as paisagens urbanas, e faz com que o observador esteja mais atento às emoções dos espaços por percursos significativos e estimulantes.


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CAPÍTULO 2 – ESTUDOS DE CASO


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Os projetos escolhidos para Estudo de Caso tratam especificamente de paisagem, estruturação e desenho urbano que, segundo Gordon Cullen (1970), “[...] é um conceito que exprime a arte de tornar coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano”. Para abranger uma visão geral em diversas áreas de estudo a escolha foi de um projeto internacional, um nacional e um estadual, assim, ampliando a quantidade de informações sobre cada proposta destinada ao seu devido lugar.

2.1.

Projeto Internacional

2.1.1. Passeio de Sant Joan Boulevard – Barcelona / Espanha (Lola Domènech Arquitecta)

A disposição das calçadas de St Joan como uma importante avenida de 50m foi projetada por Ildefonso Cerdá, aprovado em 1859, com passeios largos, forrados com duas fileiras de árvores e com uma estrada central. A remodelação da avenida de St Joan foi concebida pela “Lola Domènech Arquitecta” que foi finalista do “PREMIS FAD 2012”. A área de projeto se localiza entre o “Arco do Triunfo” e a “Praça Tetuán” em Barcelona, Espanha. A proposta estabelece dois objetivos básicos: dar prioridade ao uso de pedestres e implantar uma zona verde urbana que se estende até o “Parque Ciutadella”.


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Figura 06.Situação atual “Passeio de Sant Joan Boulevard” direção Arco do Triunfo. Fonte: Google Earth.

Figura 07.Situação atual “Passeio de Sant Joan Boulevard” direção Praça Tetuán. Fonte: Google Earth.

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Figura 08.Proposta “Passeio de Sant Joan Boulevard”. Fonte: landezine.com (Acesso em outubro, 2012).

De acordo com a publicação do Landezine (2012), para alcançar esses objetivos o projeto adotou três critérios fundamentais de planejamento urbano, primeiro foi a garantia da continuidade da seção ao longo do comprimento da avenida, apesar de existir três seções diferenciadas a remodelação pretende criar uma nova longitudinal tornando uniforme em todo o seu perímetro, essa seria simétrica acompanhando novas linhas de árvores. Essa continuidade é essencial, a fim de assegurar a clareza funcional ao longo de todo o comprimento da avenida; segundo foi a adaptação do espaço para diferente usos. A nova seção deve atender às utilizações do espaço urbano. Foram destinados 17m para esses usos, sendo 6m para calçada de pedestres enquanto os 11m restantes são para recreação (áreas de estar com bancos e parques infantis). Levantamentos de tráfego rodoviário anteriores mostraram que a estrada original era grande. Por isso, foi possível reduzir o espaço destinado ao transito de veículos e transformá-lo em uma zona de locomoção pacificada (Figura 16). Nesse novo layout, com 4m de largura a ciclovia se localiza no meio da estrada, assim um dos princípios fundamentais da nova proposta é reduzir o número de faixas de tráfego e criar zonas de lazer sob as árvores e segregar a pista de bicicleta; e terceiro a fim de conseguir um sustentável eixo verde, duas novas linhas de árvores serão plantadas em ambos os lados para criar uma zona de sombra natural que irá acomodar as áreas de lazer.


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Figura 09.Proposta “Passeig de Sant Joan Boulevard”. Fonte: landezine.com (Acesso em Outubro,2012).

Figura 10.Proposta “Passeig de Sant Joan Boulevard”. Fonte: landezine.com (Acesso em Outubro ,2012).

Figura 11.Proposta de Perfil Viário – “Passeio de Sant Joan Boulevard”. Fonte: landezine.com (Acesso em Outubro,2012).

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A fim de garantir a sustentabilidade deste novo layout foi preciso garantir a drenagem adequada do subsolo e assumir o desafio de incorporar um sistema de pavimento misto na zona arborizada. O tratamento do solo com pavimentos mistos e com o sistema de rega automática que utiliza água freática, são essenciais para garantir a sobrevivência da vegetação. A plantação de arbustos locais para essa zona irá contribuir para a biodiversidade do subsolo. Com essa nova proposta, o Passeio de Sant Joan ganhará o seu valor social com um espaço urbano que oferece uma variedade de usos e funções, além de aspectos essenciais da biodiversidade e sustentabilidade.

Figura 12.Passeio de Sant Joan Boulevard. Fonte: landezine.com (Acesso em Outubro,2012).

Alguns pontos da remodelação da área foram primordiais na pesquisa, a ideia de ciclovia central, e a setorização dos espaços de estar contribuíram para a ampliação de conceitos do projeto.


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2.2.

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Projeto Nacional

2.2.1. Projeto da Praça Pública - Águas de São Pedro – São Paulo / Brasil (Purarquitetura / Aflalo & Gasperini) O conceito principal dos profissionais foi transformar uma rotatória gramada que ficava no final da avenida principal de Águas de São Pedro em frente ao Grande Hotel São Pedro em uma praça pública.

Figura 13.Vista aérea praça e sua relação com o hotel e a cidade. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho, 2013).

Segundo Eduardo Ferreira Martins, sócio do escritório “Purarquitetura”, a área é importante para o acesso do Hotel, e não poderia continuar como estava. Nos primeiros croquis do projeto os arquitetos já modificaram o caráter do local, que segundo Martins, o canal da área é utilizado para caminhadas e no final do trajeto havia uma rotatória e conectando-o ao percurso pode-se criar uma permanência agradável.


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Figura 14.Croqui inicial. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho,2013).

A praça possui 70 metros de diâmetro divididos em duas partes: A primeira parte é considera a “seca”, com um traçado estático, foi criada para contemplar e estar; a segunda é a “molhada” onde possui grandes pedras e água com um a ideia de movimento; ou seja, em um espaço foi criado para permenência e outro para interação com os elementos paisagísticos, como a água e as pedras. De acordo com Pereira “A praça tornou-se uma referência na cidade. O simbolismo da água é importante, pois, apesar de estar ligada ao nome e à origem da cidade, nenhum espaço público a utilizava dessa forma”.

Figura 15.Deck de madeira que marca o eixo principal da praça. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho,2013).


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Desde o início da concepção se priorizou dois eixo estruturais, um deles é a sequencia da avenida principal e a sua direita outro eixo com foco para o hotel que fica no alto da colina próxima a uma extensa área gramada. O eixo principal é revestido com um deque que cobre o canal seco existente e tem como característica a setorização da área de estar e das área dinâmica do projeto (Figura 15). O segundo eixo se direciona através da paginação de piso, pelo posicionamento dos bancos e pela disposição dos postes de iluminação (Figura 16).

Figura 16.Bancos iluminados. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho,2013).

A praça apresenta diversos elementos tradicionais de uma cidade de interior, como a madeira e as fontes, mas aliado a isso foi proposto um traçado contemporâneo.

Figura 17.Passarela. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho,2013).


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Figura 18.Passarela iluminada. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho,2013).

Figura 19.Arborização. Fonte: arcoweb.com (Acesso em Junho,2013).

A implantação dos eixos de projeto, a diferenciação de pavimentação para setorização de espaços, o contraste entre áreas de estar e áreas de interação, o mobiliário urbano e a iluminação foram inspirações para determinados pontos da área do projeto desenvolvido, a partir desses princípios foram elaborados alguns conceitos para a área estudada.


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2.3.

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Projeto Estadual

2.3.1. Contribuições ao desenvolvimento urbano de Serra – Propostas Preliminares (Jaime Lerner – Arquitetos Associados)

Segundo Lerner (2010), o município da Serra se insere na RMGV, e faz divisa com os municípios de Vitória e Fundão. É uma área de expansão econômica e imobiliária da região. Serra se encontra em uma situação de desenvolvimento econômico, com a ampliação das áreas de empreendimentos que priorizam uma faixa de renda de 05 a 10 salários mínimos. A estrutura de comércio e serviços tem se especializado em atender a classe média que se consolida no local, como o bairro de Laranjeiras que se destaca como um centro metropolitano do município. A região possui um patrimônio ambiental de forte identidade, mais de 50% da área é definida como área de preservação. Serra ocupa uma posição de destaque no contexto regional e assume um novo conjunto de projetos e iniciativas (concebidos pela Jaime Lerner – Arquitetos Associados), que a determinam como uma referencia de desenvolvimento humano e urbano.

Para tal, nos temas pertinentes a esse trabalho, há um conjunto de premissas básicas – fundamentais - que foram seguidas no norteamento das propostas que almejam colaborar na construção dessa visão de futuro: a integração efetiva do patrimônio ambiental ao cotidiano da população, a promoção de uma tessitura urbana mais coesa e fluida, a criação de cenários de encontro e de expressão da identidade local, o desenvolvimento equilibrado das centralidades intra-urbanas e o fortalecimento de uma estrutura de crescimento que alie vida, trabalho e mobilidade, evidenciando um desenho de cidade (LERNER, 2010).


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Figura 20.Região Metropolitana da Grande Vitória. Fonte: Plano físico Territorial Serra, 2010. p. 8. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).

Serra tem a capacidade de introduzir um projeto inovador, implantado um desenho harmônico, dialogando com a urbanização, patrimônio ambiental e elementos de identidade, como o Mestre Álvaro, considerado um marco específico na paisagem da cidade, que inclusive no traçado proposto, assume essa referência como membro fundamental. Para a proposta foram criadas três circunferências, a primeira, que ocupa os primeiros cem metros, marca o perímetro do Mestre Álvaro, reforçando o intuito de sua preservação permanente e com a proposta de criação de um parque público municipal, para usufruto de todos que se alojarem nas atividades do entorno, contando com equipamentos de lazer, cultura e esporte e a transição deste para o próximo círculo é feita por ciclovia. A segunda, ocupando os próximos cem metros, é uma zona de amortecimento para essa unidade de conservação, envolvendo a base do morro. Possuirá baixa densidade e uso misto. Nela se prevê a implantação de equipamentos educacionais, de


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pesquisa e tecnologia, hotelaria e gastronomia, além de habitação coletiva para diversas faixas de renda e atividades de apoio. Fechando esse perímetro, existe a terceira circunferência que é identificada como “via parque”, que determina a área de acesso dos automóveis convencionais e por onde passa a linha de transporte público.

[...] As conexões com o sistema viário do município por meio de estruturas presentes e projetadas se dão a partir dessa via parque, garantindo a necessária acessibilidade e acomodando as demandas de estacionamento. Cria-se internamente, portanto, um ambiente onde o automóvel não circula, e promovem-se meios leves de deslocamento (LERNER, 2010).

Esses três círculos compõe um conjunto protetor do morro e neles podem acontecer atividades de educação ambiental, turismo e práticas esportivas, onde novas áreas de preservação e espaços públicos se formarão a partir desse desenho.

Figura 21.Arco de proteção do Mestre Álvaro. Fonte: Contribuições ao desenvolvimento sustentável do município da Serra - Relatório 3 – Propostas Preliminares. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).


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Figura 22.Arco de proteção do Mestre Álvaro. Fonte: Contribuições ao desenvolvimento sustentável do município da Serra Relatório 3 – Propostas Preliminares. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).

A partir dessa proposta começam a se formar novas linhas principais no traçado do município, como o eixo de crescimento metropolitano da BR-101, que poderá conectar o município de norte a sul, com um caráter urbano e com características de um “grande Boulevard”.

Figura 23.Eixo de estruturação - BR-101 – Avenida Mestre Álvaro. Fonte: Contribuições ao desenvolvimento sustentável do município da Serra Relatório 3 – Propostas Preliminares. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).


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Outro ponto importante para o projeto de Jaime Lerner foi as águas do município, que possui uma rede hídrica e um conjunto de lagoas de notável beleza.

Tanto suas águas quanto suas matas podem ser utilizadas como

patrimônio natural e como um singular elemento do tecido urbano. A proposta então foi um conjunto de ações integradas para preencher o desenho da cidade com suas “linhas azuis” (seguem o caminho das águas e das matas ciliares1), formando um conjunto de “eixos ambientais” que também englobam as lagoas, e suas “linhas verdes” (matas), aproximando vizinhos e atividades, reduzindo a dependência do transporte motorizado, criando nós de encontro. Nessa concepção se inclui o projeto “Varandas da Serra”, um espaço que integra moradia/trabalho. Uma iniciativa casada com o poder público e as comunidades. [...] A municipalidade entraria com a tarefa de com muita leveza interferir nesse espaço hoje marginal, a partir da implantação por trechos de uma ciclovia e passeios permeáveis, iluminação, e o posicionamento estratégico de algumas atividades-âncora, como quadras esportivas (LERNER, 2010).

Figura 24.Parque Linear – Fundos de Vale. Fonte: Contribuições ao desenvolvimento sustentável do município da Serra - Relatório 3 – Propostas Preliminares. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).

1

As matas que recobrem as margens dos rios e de suas nascentes recebem o nome popular de matas ciliares. Esse nome surgiu da comparação entre a proteção dos cílios aos olhos e o papel protetor das matas quanto aos corpos d’água. (Sigam.ambiente.sp.gov - Acesso em Novembro, 2012)


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Figura 25. Varandas da Serra. Fonte: Contribuições ao desenvolvimento sustentável do município da Serra - Relatório 3 – Propostas Preliminares. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).

Continuando com as propostas da empresa para o desenho de Serra, com o principal objetivo de integrar vida, trabalho, lazer e mobilidade, confirmam a necessidade de completar as conexões intra-urbanas do município (direção norte-sul), devido as demandas dos deslocamentos internos presentes e que devem crescer com o adensamento futuro previsto no perímetro urbano. A partir dessa análise, foram criados os “caminhos verdes”, que ao se cruzarem com os azuis formarão importantes interseções onde se encontram com o meio natural. Essas mediações são pontos de encontro para a população. No cruzamento entre essas ligações, foi criado as “Janelas da Serra”, que são nós de integração, encontro, visibilidade e segurança. Fazendo a conclusão do tecido urbano. Nos pontos onde os percursos verdes cortam os eixos de dinamização propostos pelo município, estimulam as dinâmicas locais de centralidade. E em outros pontos, demarcados estrategicamente podem se localizar as chamadas “Praças da cidadania”


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Figura 26. Caminho Verde e Janelas da Serra. Fonte: Contribuições ao desenvolvimento sustentável do município da Serra - Relatório 3 – Propostas Preliminares. (Jaime Lerner – Arquitetos Associados).

A proposta pode ser considerada de grande importância para o município, pois poderá beneficiar ainda mais essa fase de desenvolvimento em que a cidade se encontra, melhorando as condições de vida dos moradores, beneficiando o lazer, cultura e esportes e, além disso, criando um marco visual de valorização para o lugar, assim, como no bairro estudado existe uma área de preservação (Parque Natural Municipal de Jacarenema – PNMJ) que precisa ser integrado ao contexto de alguma forma ao projeto, criando também uma integração com os usuários.


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CAPÍTULO 3 – A IMPORTÂNCIA DA PAISAGEM E DOS EQUIPAMENTOS URBANOS


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Para pensar em paisagem é preciso pensar também em funcionalidade. As vias públicas, as edificações, e todos os equipamentos que compõem o cenário urbano devem ser pensados de forma eficiente, para o exercício de funções como moradia, trabalho, circulação e lazer. Embora a preocupação com a funcionalidade seja necessária, não deve ser única. Pode-se dizer que no espaço urbano, paisagens que cercam o dia-a-dia, devem possuir elementos a fim de criar uma sensação visualmente agradável às pessoas. Segundo Issao Minami e João Lopes G. Júnior (2001) os equipamentos que compõem o cenário urbano devem estar ordenados de forma harmônica, para que possa ser apreciada. A função estética da paisagem urbana deve ser levada em conta em toda e intervenção paisagística e sua proteção deve ser disciplinada em lei. Aspectos culturais, ecológicos, ambientais e sociais devem também ser considerados, quando se pensa em paisagem. Até mesmo como recurso que favorece a atividade econômica a paisagem deve ser encarada. De acordo com Minami e Júnior, “O potencial turístico de cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Ouro Preto está diretamente ligado à formosura de suas paisagens. A indústria do turismo, com todos seus desdobramentos econômicos, nessas e em outras cidades, depende da conservação e melhoria de seus belos panoramas”. A Poluição visual é outro fator que influencia diretamente na paisagem, é o efeito da deterioração dos espaços da cidade devido a diversos fatores, como o acúmulo de anúncios publicitários em determinados locais, excesso de fiações aéreas e mobiliários com falta de manutenção, ou seja, quando o campo visual do cidadão se encontra dificuldades ou impedimentos da percepção dos espaços.


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Figura 27. Poluição visual de fios – Belo Horizonte. Fonte: em.com (Acesso em Junho, 2013).

Figura 28. Rua Oscar Freire, após obras para enterrar a fiação. Fonte: archdaily.com (Acesso em Junho, 2013).

Outro fator importante na cidade são as áreas comunitárias de uso comum, que proporcionam qualidade de vida não só a população local, mas também aos moradores dos bairros vizinhos, essas localizadas próximas a residências, são importantes para que os moradores possam praticar seu lazer em áreas públicas, como as praças, parques, áreas verdes e espaços afins. Para Couto (apud ROMANINI e GELPI, 2006, p. 02), os equipamentos comunitários desempenham importante função para o equilíbrio social, político, cultural e psicológico de uma população, pois funcionam como fator de escape das tensões geradas pela vida contemporânea em comunidade.


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Figura 29. Praça de Sapopemba abandonada – São Paulo. Fonte: cobranoticias.blogspot (Acesso em Junho, 2013).

Figura 30. Praça Dr. Tasso de Camargo – Chafariz e Coreto - Goiás. Fonte: monumenta.gov (Acesso em Junho, 2013).

O trabalho mostra que as áreas comunitárias urbanas são fundamentais para que permitam condições de vida a seus habitantes, para práticas sociais que é uma questão indispensável na vida em sociedade.


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CAPÍTULO 4 – CONDICIONANTES PRÉ-PROJETUAIS


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Neste capitulo, as condicionantes pré projetuais (leis e diretrizes instituídas) foram abordadas devido ao fato da necessidade de terem sido seguidas durante todo o desenvolvimento do projeto de urbanismo e paisagismo do bairro, juntamente com os estudos realizados sobre a área.

4.1.

Localização da área

A área escolhida como objeto de estudo é o Bairro Santa Paula I, localizado na porção Sul do município de Vila Velha, estado do Espírito Santo (Anexo 01). É uma região isolada que se encontra atrás do Parque Natural Municipal de Jacarenema. O espaço em questão abrange uma área de 299.235m² (Dados Instituo Jones dos Santos Neves - IJSN). Seus limites envolvem a Rodovia ES 0602 (mais conhecida como Rodovia do Sol), e as áreas zoneadas pelo Plano Diretor Municipal (PDM) Lei nº 4.575/2007 da Prefeitura Municipal de Vila Velha como ZEIE (Zona de Especial Interesse Econômico, Empresarial e Industrial), ZEIA (Zona de Especial Interesse Ambiental) Mata do Exército, ZOR 2 (Zona de Ocupação Restrita 2) e a própria ZEIA de Jacarenema como suas adjacências. Nos arredores da região verifica-se uma pressão imobiliária, acentuando-se ao sul, uma urbanização já consolidada, composta pelos bairros Barra do Jucu, Morada da Barra, São Conrado, Terra Vermelha, Riviera da Barra e Ponta da fruta. Ao Norte se localizam os bairros Araças, Jockey Itaparica e Pontal das Garças. A poligonal de estudo tem como entorno imediato, na sua porção norte, o Parque Natural Municipal de Jacarenema e o novo Condomínio residencial fechado Riviera Park, ao leste pelo parque e pela Rodovia ES 060, considerada de grande importância para o estado, devido à interligação da capital ao sul do estado, passando pelo litoral sul capixaba e é uma rota alternativa para os

2

A ES-060 mais conhecida como Rodovia do Sol, é uma rodovia radial que liga a capital do Espírito Santo, Vitória, ao sul do estado, passando pelo litoral sul capixaba. É uma rota alternativa para os motoristas que não querem utilizar a BR-101. (Wikipedia, 2012)Espírito Santo, Vitória, ao sul do estado, passando pelo litoral sul capixaba. É uma rota alternativa para os motoristas que não querem utilizar a BR-101. (Wikipedia, 2012)


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motoristas que não querem utilizar a BR-101. Ao sul tem-se o Aeroclube do Espírito Santo que é uma associação civil com uma pista de pouso asfaltada de 962m e que oferece cursos relacionados à aviação, seu acesso é pela Rodovia do Sol, mas sua pista se encontra adjacente à via principal do bairro (Rua Dório Silva), e a oeste pelo bairro Santa Paula II, fundado após a implantação do bairro Santa Paula I, mas possui bons serviços de infraestrutura em relação à área escolhida.

Figura 31. Sensorial. Fonte: Elaborado pelo autor


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4.2.

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Considerações históricas da cidade

Fundado em 1535, o município de Vila Velha, onde se localiza a área de estudo, se encontra na porção sul do estado, à 12Km da capital Vitória, e é conhecida como a cidade mais antiga e mais populosa do Espírito Santo, com 414.586 habitantes (IBGE, 2010), e com o maior número de bairros da Região Metropolitana da Grande Vitória3 (RMGV). Vila Velha passou a ser considerada a capital histórica do estado, devido ao fato da primeira ocupação populacional ter acontecido no município. A partir do momento que a sede da capitania passou para a cidade de Vitória, a maioria dos recursos foram destinados à mesma, e Vila Velha passou cerca de 300 anos sem que houvesse um maior crescimento. De acordo com a Prefeitura Municipal de Vila Velha, a primeira planta da cidade surgiu em 1894, e dava preferência para o desenvolvimento do Centro e da Prainha onde eram produzidas as principais ações do município, desta forma, obras foram executadas, com o objetivo de organizar melhor o espaço urbano. Segundo Galveas (2005), compreende-se que entre o final do século XVIII e início do XX a população que habitava a área circundante ao local de estudo era de uma comunidade rural e pescadora. Em 1955, passa a existir um núcleo de povoamento ao sul do estado, onde hoje é a Barra do Jucu, tendo como acesso a estrada sobre a restinga a leste do rio jucu e a Ponte da Madalena, fazendo ligação com as demais áreas de Vila Velha. A Figura 03 mostra fotografias aéreas do Parque Natural Municipal de Jacarenema, reserva adjacente a área de estudo, nos anos de 1955, 1970, 1978, 2008 e 2010, imagens temporais elaboradas por Kuster (2011), escolhidas como essencial para entender a evolução da paisagem e o

3

A Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) é formada por sete municípios: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana e Fundão. Foi constituída pela Lei Complementar estadual 58, de 21.02.1995, quando era conhecida com RMV – Região Metropolitana de Vitória e posteriormente modificada em 1999 e 2001, quando incorporou, respectivamente, os municípios de Guarapari e Fundão, passando a se chamar RMGV – Região Metropolitana da Grande Vitória.


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processo de antropização4 no sentido de ocupação da área do entorno do PNMJ.

Figura 32. Fotografia aéreas dos anos de 1955 (1), 1970 (2). Fontes: IDAF (fotos de 1955 a 2008), Google Eath (2010) e Dissertação de mestrado em Geografia – Carlos Alberto Kuster Pinheiro, 2010 – Pág. 63.

Figura 33. Fotografia aéreas dos anos de 1978 (3), 2008 (4). Fontes: IDAF (fotos de 1955 a 2008), Google Eath (2010) e Dissertação de mestrado em Geografia – Carlos Alberto Kuster Pinheiro, 2010 – Pág. 63.

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Área antropizada: Cujas características originais (solo, vegetação, relevo e regime hídrico) foram alteradas por consequência da atividade humana. (Professor Jorge Paes Rios, 2002)


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Figura 34. Fotografia aérea do ano de 2010 (5). Fontes: IDAF (fotos de 1955 a 2008), Google Eath (2010) e Dissertação de mestrado em Geografia – Carlos Alberto Kuster Pinheiro, 2010 – Pág. 63.

Segundo Siqueira (2001), no início da década de 1970, Vila Velha passa a abrigar migrantes do interior do estado e da grande Vitória, assim, com o aumento do número de moradores, intensificou também os problemas urbanos. O bairro Barra do Jucu, vizinho da área de pesquisa, passou a ser procurado por indivíduos que queriam contato com a natureza, afastado dos centros urbanos. Enquanto isso, aumentava o processo de industrialização e propiciou o surgimento de vários conjuntos habitacionais, paralelamente iniciaram as invasões. Nessa mesma década, o território contava com a conclusão da Rodovia Carlos Lindemberg, para facilitar o acesso aos municípios da RMGV. Nas proximidades da área de estudo não existia nenhum tipo de infraestrutura nessa época, a área era composta por áreas naturais do Parque Natural Municipal de Jacarenema (Apêndice 02 – Área de estudo em 1971).


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[...] A maior ocupação e desenvolvimento de Vila Velha está muito ligada ao fator infraestrutura, como a construção da Ponte Florentino Avidos (1924-1928), considerada o primeiro impulso ao desenvolvimento urbano, a conclusão da rodovia Carlos Lindenberg (1951), a construção da Rodovia do Sol ao longo do litoral municipal e da Ponte Castelo Mendonça (3ª Ponte), que encurtou a distância da capital (PLANO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE VILA VELHA, 2010).

As estruturas urbanas da cidade se fragilizaram nos últimos cinquenta anos, promovendo alterações na paisagem natural em função de um novo panorama construído. Além disso, o avançado crescimento populacional favoreceu uma ocupação de território onde o planejamento urbano não foi capaz de conter e contribuiu para que áreas impróprias fossem habitadas, mesmo existindo projetos legais que oriente a ordenação do espaço. No final da década de 1970 diversos investimentos habitacionais foram implantados na cidade, na tentativa de diminuir a pressão populacional sobre a capital, mas apesar desses recursos, a grande maioria da população ocupou morros, mangues e áreas naturais. A ocupação urbana no entorno da Rodovia Carlos Lindemberg são mais intensas e o município começa a se expandir. As estruturas

urbanas

estendem-se

na

direção

sul

do

município,

não

ultrapassando o limite físico do rio jucu. Neste período começou a implantação de outros bairros, em sua maioria, sem infra-estrutura em função do crescimento urbano e no enquadramento de Vila Velha sede, como cidade-dormitório. Diversos bairros se formaram a partir de ocupações irregulares, como foi o caso de Terra Vermelha, sem planejamento e infraestrutura, a construção da Rodovia do Sol nesse período foi um fator primordial para o crescimento sul (Apêndice 03 – Área de Estudo em 1978).

[...] Em 1978 já é possível verificar uma grande transformação na paisagem, pois a Rodovia do Sol (ES 060) já havia sido construída, bem como a ponte Waldir Zanotti sobre o rio Jucu. Também ocorre uma expansão da Barra do Jucu e o loteamento de terras que hoje compõe os bairros de Santa Paula I e II (KUSTER, 2011).

Até o inicio da década de 1990 a construção da Rodovia ES 060 alavancou uma nova expansão urbana e adensamento populacional, atraindo novos


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loteamentos, devido aos vazios urbanos existentes concentrados na região da Barra do Jucu e adjacências. O Apêndice 04 mostra as principais rodovias estaduais, que geram expansão, dentre elas se encontra também a nova Rodovia denominada Leste-Oeste que ainda segue em fase de execução e tem o objetivo de estabelecer uma nova ligação entre os municípios de Vila Velha e Cariacica, recebendo o tráfego de cargas rumo ao porto, que sobrecarrega as demais vias. Após informações sobre o contexto histórico de Vila Velha, pode-se perceber a necessidade de inserção de projetos urbanos que incluam o tratamento da paisagem, que segundo Tim Waterman (2010), para se obter sucesso em um planejamento é necessário se familiarizar com as características do lugar, conhecer a história, desde a formação do solo até sua ocupação e uso humano.

4.3.

Considerações do bairro: breve histórico e situação atual

Segundo o site Vila Capixaba (Acesso em outubro 2012), a divisão do bairro e os loteamentos surgiram no ano de 1978, iniciada pela imobiliária Santa Paula, que batizou o local com o próprio nome da empresa. Grande parte das áreas era cobertas por matas. Através de entrevista com moradores (Anexo 05), que se instalaram na região no período de 1994 a 2006, foi comum a identificação de diversas características da área nesse período, como a quantidade de moradores que era mínima. Assim, vale ressaltar que também não existiam comércios e serviços para a população que ali residia. O acesso ao bairro era precário, devido à falta de transporte público, no qual só existia na Rodovia do Sol. Outro ponto que foi destacado pelos moradores, foi à insegurança, descrevem que ao caminhar pelas ruas em determinados horários, tanto na época em que não existiam muitas casas, quanto nos dias de hoje, devido à falta de atividades de lazer, a partir de um período do dia (principalmente à noite e no início da manhã), não existe movimento em nenhuma área do bairro.


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Fator fundamental em todas as respostas foi o rápido crescimento populacional nos últimos anos, que acarretaram em novos investimentos nas áreas comerciais e residenciais, um avanço na pavimentação das vias e a implantação do transporte público. O crescimento urbano da cidade de Vila Velha desenvolve-se do vetor Norte para o Sul5, devido à ocupação acelerada da malha urbana. O bairro Santa Paula I é um dos principais focos, principalmente por estar localizado à aproximadamente 10 minutos do Terminal de Itaparica, maior projeto de infraestrutura de transporte urbano já desenvolvido no Espírito Santo, amplia as opções de deslocamento e a mobilidade urbana dos usuários do transporte coletivo metropolitano, além de desafogar o Terminal de Vila Velha (localizado no centro) e possibilitar novas ligações com Cariacica pela futura rodovia Leste-Oeste, reduzindo tempo de viagens entre os dois municípios;

Figura 35. Terminal de Itaparica – Vila Velha/ES. Fonte: gazetaonline.com (Acesso em Junho, 2013).

Está próximo também do novo Shopping de Vila Velha o “Boulevard Shopping”, situado ao lado do terminal em questão, e é o novo polo de desenvolvimento

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Entre o final da década de 1980 e início de 1990 a construção da Rodovia ES 060 conhecida

como “Rodovia do Sol” e também a construção e inauguração da ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça conhecida como “Terceira Ponte” alavancaram um novo eixo de expansão urbana e adensamento populacional posto que estas obras facilitaram a interligação entre a Região Norte do Estado com o Litoral Sul em âmbito estadual e também permitiram uma ligação mais rápida com a capital Vitória. (Siqueira,2001)


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da cidade, no qual trará diversos benefícios para a região como geração de empregos, consumo e lazer.

Figura 36. Boulevard Shopping – Vila Velha/ES. Fonte: gazetaonline.com (Acesso em Junho, 2013).

Vizinho de frente da área de estudo é o bairro “Barra do Jucu” que é um pequeno balneário que fica a aproximadamente 15 quilômetros do centro da cidade e que atrai pessoas de diversos lugares pela sua cultura e entretenimento, onde mantém a tradição das famosas bandas de congo que tem o hábito de tocar nos finais de semana, e pela sua culinária de frutos do mar. A ponte da Madalena é outro ponto turístico da Barra do Jucu que permite acesso à reserva ecológica de Jacarenema, ocupando uma área superior à 1 milhão de m². Além de sua cultura, o bairro possui outras atrações como as suas praias, uma delas é a “Praia da Concha” que ficou conhecida pelo movimento dos surfistas, canoeiros e badyboard que encaram o mar agitado, a outra é a famosa “Praia do Barrão” que é considerada “escola de treinamento” para atletas esportivos, possui quiosques e bares em seu entorno.


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Figura 37. Praia do Barrão – Barra do Jucu, Vila Velha/ES. Fonte: tripadvisor.com (Acesso em Junho, 2013).

Santa Paula I está também à aproximadamente vinte minutos das praias mais reconhecidas do estado, que atraem turistas de todo lugar: a Praia de Coqueiral de Itaparica com ondas fortes e águas transparentes é considerada a mais animada da orla; a Praia de Itapoã que tem como principais usuários os pecadores e os apreciadores dessa prática, em sua orla existem grandes diversidades de comércio de frutos do mar; a Praia da Costa avaliada mais familiar, e também onde é o ponto de encontro dos que gostam de praticar esportes.

Figura 38. Praia da Costa - Vila Velha/ES. Fonte: vpoviagens.com (Acesso em Junho, 2013).

Em tempo de grandes mudanças no território capixaba devido ao crescimento para o Sul do estado e à especulação imobiliária, que serão abordados na pesquisa, tornam-se necessárias à ampliação para áreas onde existem


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possibilidades de avanços e onde existe a expectativa de nova etapa de desenvolvimento. Com esse processo de evolução e com essa valorização imobiliária, surgiu a implantação de dois condomínios residenciais em 2012, com esse processo de crescimento, a região sofre com essas transformações do entorno, por isso é necessário um planejamento. Diante do atual cenário econômico municipal, com a perspectiva de uma nova etapa de crescimento, o trabalho visa requalificar o bairro, completando paisagísticamente, construindo uma imagem e proporcionando lugares que apresentem melhor qualidade de vida para os moradores da região. O bairro hoje em dia, pode ser considerado residencial, pois é o uso que prevalece, depois de diversas áreas de “vazios urbanos”6. Em alguns pontos há comércios, poucas edificações escolares e algumas religiosas. A área industrial e de serviços também existe em determinados lotes e o comércio é escasso, sem a presença de alguns básicos como padaria e farmácia (Figura 39). A área, em sua maioria, possui edificações de 1 á 2 pavimentos, conforme Lei Municipal, mas em alguns casos existem construções com 3 pavimentos, mas não ultrapassa esse número (Figura 40).

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Vazios urbanos constituem-se normalmente de espaços não construídos e não qualificados como áreas livres no interior do perímetro urbano de uma cidade (Wikipedia, 2000).


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Figura 39. Uso e Ocupação do Solo. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 40. Gabarito. Fonte: Elaborado pelo autor.

4.4.

Infraestrutura

Segundo o site Brasil Escola em resumo publicado pelo geógrafo Wagner de Cerqueira e Francisco (Acesso em outubro 2012), Infraestrutura consiste em um conjunto de elementos estruturais que impulsiona o desenvolvimento socioeconômico do local. Os principais serviços que a compõe são transporte, energia, telecomunicações, saneamento e equipamentos comunitários. Esses


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itens estão associados e influenciam diretamente no processo produtivo e no fluxo de mercadorias e pessoas, proporcionando crescimento econômico. Sendo o sistema de transporte um fator primordial para o deslocamento de pessoas e mercadorias, a população citou em entrevistas que é uma situação precária no local, principalmente em relação à pavimentação das vias, que ocorre somente nas principais. Em relação à energia, onde a sua distribuição é um elemento necessário para a produção industrial e abastecimento de residência, existe esse benefício no local, porém a iluminação pública é ordenada em pequena proporção e a manutenção não é periódica. Os serviços de telecomunicações garantem o contato entre indivíduos que se localizam em diversos pontos do planeta, e na área já existe grande parte das tecnologias oferecidas, como internet e telefonia.

Figura 41. Rua Figueira, Bairro Santa Paula I. Uma das vias não pavimentadas. Fonte: Arquivo pessoal.

Outro item que compõe a infraestrutura é o sistema de saneamento, que é formado por um conjunto de atividades que inclui a coleta e o tratamento de esgoto doméstico e industrial, fornecimento de água tratada, coleta de lixo e


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limpeza das vias públicas. Ele evita problemas ambientais e é de grande importância na prevenção de algumas doenças, esse é um sistema que não existe no bairro. No que diz respeito aos equipamentos comunitários e urbanos, a sua deficiência na implantação e administração, pode ser considerada um dos maiores problemas civis da atualidade. Segundo Ferrari (1977), chamam-se de equipamentos urbanos as obras e serviços, sejam públicos ou de utilidade pública, que permitam a plena realização da vida de uma população. A lei Federal 6.799/79 – Capitulo II: Dos requisitos urbanísticos para loteamento, diz em seu artigo 4º e 5º:

[...] Artigo 4° § 2° - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. Artigo 5° - O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa "non aedificandi" destinada a equipamentos urbanos. Parágrafo Único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgoto, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado (LEI FEDERAL 6.799/79).

A associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) em seu documento NBR 9284, com o título de equipamento urbano, classifica os equipamentos que sustentam as funções urbanas de forma diferenciada à Lei Federal, não os subdividindo em categorias de equipamentos públicos urbanos e equipamentos públicos urbanos comunitários. Define-se apenas um grupo de equipamentos, chamado equipamento urbano, considerado todos os bens públicos ou privados, de utilidade publica, destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos ou privados.


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Figura 42. Infraestrutura existente. Fonte: Elaborado pelo autor.

O transporte coletivo do bairro passa pela rua principal de acesso ao bairro (Rua Dório Silva), curva na Rua Cajueiro até chegar à área destinada à praça, vira a esquerda pela Avenida Central até chegar ao bairro Santa Paula II e voltar novamente pela Rua Dório Silva chegando à Rodovia do Sol (Figura 43).


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Figura 43. Infraestrutura de transportes. Fonte: Elaborado pelo autor.

Na área de estudo existem quatro vazios urbanos, destinados aos equipamentos comunitários, porém não recebem incentivos nem iniciativa publica para criação de áreas de convívio, lazer e cultura à população.


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Figura 44. Terreno 01 destinado à praça. Fonte: Arquivo Pessoal.

Figura 45. Terreno 02 e parte do terreno 01 destinados à praça. Fonte: Arquivo pessoal.

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Figura 46. Terreno 03 e parte do terreno 04 destinados à praça. Fonte: Arquivo pessoal.

Depois da análise de itens fundamentais para a infraestrutura adequada de um bairro, ou seja, saneamento, pavimentação, iluminação e arborização, o único que é implantado no bairro é o fornecimento de água tratada, distribuído em todas as residências, o saneamento básico é inexistente e o tratamento de esgoto é feito através de unidades de tratamento domésticas, chamadas de fossas sépticas. A coleta de lixo e a limpeza das vias são realizadas pelos órgãos municipais. A pavimentação existe somente na via que liga ao Condomínio Riviera Park. A ausência desses componentes faz com que o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida da população sejam inexistentes. É importante a implantação desses elementos e que estes atendam com eficiência o propósito para o qual foram destinados.


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4.5.

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Condicionantes legais

Segundo a definição do PDM, Lei Municipal 4.575/07, na região da área proposta para estudo está inserida a Zona de Ocupação Controlada 1 e a Zona de Especial Interesse Ambiental B que segue as seguintes diretrizes: Seção II Zona de Ocupação Controlada – ZOC Art. 75. A Zona de Ocupação Controlada constitui-se em áreas parcialmente ocupadas, com baixa oferta de infraestrutura implantada, predominância de uso residencial, onde deve ocorrer um maior controle da ocupação, sobretudo do adensamento. Art. 76. Os objetivos da Zona de Ocupação Controlada – ZOC são: I - garantir a predominância de uso residencial e a baixa densidade; II - incentivar a implantação de atividades de apoio ao turismo; III - controlar a utilização das faixas de domínio da Rodovia do Sol e das demais vias arteriais que cruzam a área urbana; IV - regulamentar e disciplinar a ocupação das faixas ao longo da Rodovia do Sol; V - conter a expansão urbana nas áreas de remanescentes florestais; VI - conter a ocupação das faixas marginais de proteção dos rios; VII - conter a expansão urbana na direção sul do Município; VIII - compatibilizar o uso e ocupação do solo urbano com a proteção do patrimônio cultural da Barra do Jucu e Ponta da Fruta.

A Zona de Ocupação Controlada é subdividida em três segundo o PDM (ZOC 1, ZOC 2 e ZOC 3), prevalecendo na área de estudo a ZOC 1, conforme definição da Lei Municipal citada abaixo:


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Art. 77. A Zona de Ocupação Controlada – ZOC subdivide-se em: I - ZOC 1 – coeficiente de aproveitamento compatível com a limitação da verticalização na orla marítima sul e controle do adensamento populacional;

Subseção II Zona de Especial Interesse Ambiental – ZEIA Art. 102. As Zonas de Especial Interesse Ambiental são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, onde é fundamental a proteção e a conservação dos recursos naturais, com sua adequada utilização visando a preservação do meio ambiente.

A Zona de Especial Interesse Ambiental é subdividida em três segundo o PDM (ZEIA A, ZEIA B e ZEIA C), prevalecendo na área de estudo a ZEIA B, conforme definição da Lei Municipal citada abaixo:

Art. 103. As ZEIA classificam-se em: II - ZEIA B – áreas verdes e paisagísticas públicas, praças, mirantes e parques urbanos situados nas zonas urbanas, cujas funções são proteger as características ambientais existentes e oferecer espaços públicos adequados e qualificados ao lazer da população; Art. 104. Os objetivos principais das ZEIA são: I - consolidar as Unidades de Conservação Ambiental; II - proteger as áreas de restinga; III - compatibilizar com as atividades de lazer; IV - proteger as áreas frágeis e alagáveis; V - promover ações conjuntas entre os diversos níveis de governo para a gestão e o manejo sustentável das unidades de conservação instituídas; VI - proteger o Morro da Mantegueira; VII - conservar o Morro do Convento da Penha; VIII - proteger a Lagoa Encantada; IX - criar o Parque da Cidade;


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De acordo com a Lei Municipal em questão, o entorno da área de estudo é composto de uma Zona de Especial Interesse Ambiental (ZEIA), são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, onde é fundamental a proteção e a conservação dos recursos naturais, com sua adequada utilização visando à preservação do meio ambiente, nessa zona está localizada o Parque Natural Municipal de Jacarenema, a Mata Ciliar do Exército e a Mata Ciliar do Rio Jucu; possui também uma Zona de Especial Interesse Econômico (ZEE), que é composta por áreas do território municipal de Vila Velha destinadas a abrigar atividades econômicas e funcionais, especialmente as de natureza portuária, que gerem impactos urbanos e ambientais, essa área no entorno é pertencente ao Aeroclube do Espírito Santo7, sua pista de pouso faz divisa com a Rua Dório Silva, que dá acesso ao bairro, permanece definida também uma área que corta o bairro estudado onde as edificações devem ter uma limitação de altura seguindo a zona definida para a área; existe a Zona de Especial Interesse Social (ZEIS), que são porções do território municipal ocupadas por população de baixa renda, destinadas prioritariamente à regularização fundiária, à urbanização e à produção de Habitação de Interesse Social (HIS), nessa zona estão inseridos os bairros Morada da Barra, João Goulart, Terra Vermelha e adjacências; a própria ZOC1 existe também no entorno, bairro que faz divisa com a área de pesquisa, Santa Paula II, e também parte da Barra do Jucu, outra parte é considerada Zona de Proteção Ambiental e Cultural 1 (ZPAC 1), que constitui de áreas centrais destinadas à proteção do patrimônio ambiental, histórico e cultural, com o objetivo de garantir a preservação de proteção dos bens existentes, nessa área existe a Praça Pedro dos Santos Valadares e a igreja Nossa Senhora da Glória8, outra área da Barra do Jucu é designada ZOC 3, diferenciando da ZOC 1 pelo fator coeficiente de aproveitamento, sendo na ZOC 1 coeficiente compatível com a limitação da

7

O Aeroclube do Espírito Santo foi fundado em 07 de maio de 1939, com sede no centro de Vitória, durante a 2ª Guerra Mundial. Durante a Guerra, em 1942, o aeroclube formou a sua 1ª turma de pilotos, já instalado no maior hangar do aeroporto de Vitória. Em 1956, foi transferido para o bairro da Glória, em Vila Velha, sua 1ª sede própria, onde permaneceu até 1984 quando se instalou na Barra do Jucu, numa área de 245.000 m2. Sua pista de pouso é asfaltada, com 962 metros de cumprimento por 18 metros de largura. (AEROCLUBE – ES) 8 Localiza-se na Barra do Jucu e foi construída entre 1900 e 1913. Edificada em alvenaria de pedra, a igreja recebeu cobertura de telhas em duas águas, sendo mais alta na nave principal, dotada de forração de madeira e piso de ladrilho cerâmico. (VISITE VILA VELHA, 2011)


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verticalização na orla marítima sul e controle do adensamento populacional e na ZOC 3 coeficiente que permita maior adensamento compatível com a infraestrutura instalada; Zona de Ocupação

Restrita 2 (ZOR 2) e Zona de

Ocupação Restrita 3 (ZOR 3) são identificadas também próximas do local, essas são áreas constituídas por vazios urbanos com potencial de integração das áreas urbanas consolidadas, estando condicionadas à implantação de infraestrutura para novos empreendimentos, observando-se as condições ambientais a serem protegidas.

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Figura 47. Zoneamento da área de estudo e adjacências. Fonte: PDM Vila Velha Lei nº4.575/07


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Figura 48. Hirarquização Viária conforme Lei Municipal. Fonte: PDM Vila Velha Lei nº4.575/07

4.6.

Caracterização Climática

O clima é um fator essencial que deve se levado em consideração na elaboração do projeto paisagístico. Ao pensar na forma de posicionar elementos que irão compor a paisagem, a temperatura e a insolação do ambiente é elemento fundamental, ou seja, além de influenciar na formação


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vegetal, pode intervir no mobiliário urbano utilizado e nas propostas de lazer que serão implantadas. O aumento da população e a concentração nos grandes centros urbanos faz com que exista uma considerável modificação climática. A poluição gerada pelas edificações de comércio, indústria e veículos automotores, contribui para essa transformação na atmosfera, além de influenciar nos consumos de energia. [...] Recentemente a ênfase maior residia no controle que o clima exercia sobre o homem e suas atividades. Com o aumento da população e aumento das capacidades tecnológicas/científicas da humanidade percebeu-se que o homem pode influenciar e de fato tem influenciado o clima, apesar dessa ação ser feita principalmente numa escala local. O processo de urbanização é bastante significativo em termos de modificação do clima em escala local. (PIVETTA, 2010. p.112)

Algumas soluções podem ser adotadas para melhorar a qualidade climática do local, como a utilização de vegetação. Segundo Mascaró (2002), A vegetação, hoje, contribui para reverter esse processo de mudança climática e pode reduzir o calor, a poluição urbana e os consumos de energia das cidades. Deve-se observar também ao aplicar esse recurso para melhoria da temperatura, qual a espécie que será utilizada para prever a diminuição da radiação solar que será necessária para cada espaço. Os ventos predominantes no estado do Espírito Santo são resultantes do quadrante NE, segundo os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) / Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária (EMCAPA), 1981. Segundo Monteiro (1949), existem alguns sistemas que atuam na região. O que tem maior intensidade é o Sistema Tropical Atlantico, que atua de forma constante o ano inteiro, tendendo a instabilidade no verão. O sistema de emissão anti-horário favorece sua penetração mais para o interior do continente. Durante o inverno, as fortes frentes frias não tendem a avançar as latitudes das adjacências de Vitória. A maior parte do Espírito Santo apresenta temperaturas elevadas durante todo o ano. Registram temperaturas médias anuais superiores a 22ºC, e a média do mês mais frio é superior a 18ºC. Somente a região montanhosa não é alcançada por este clima


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quente, que abrange planícies litorâneas, os tabuleiros e as colinas terciárias, bem como os vales que dissecam as serras e as encostas destas até aproximadamente a cota de 250 a 300 metros de altitude (KUSTER, 2010. p.33).

O clima no estado do Espírito Santo, segundo o site Brasil Escola (Acesso em Novembro, 2012), é definido por Tropical de Altitude no interior do estado e o Tropical Úmido nas áreas litorâneas, onde se encontra o bairro em questão. No primeiro a temperatura é mais baixa com média que varia entre 17ºC e 22ºC, o inverno é relativamente rigoroso e as chuvas são tem maior intensidade. O clima da área de estudo é caracterizado por manter, em média, temperaturas de 25ºC, desenvolvendo chuvas no verão e possui invernos secos, mas no geral as temperaturas são sempre elevadas.

4.7.

Potenciais e limitações da área

A área de estudo possui diversos pontos que podem ser considerados de grande capacidade de crescimento e qualidade de vida, mas ao mesmo tempo, existem algumas restrições que influenciam no resultado do estudo. Os vazios urbanos existentes na área (Figura 49) podem ser considerados, por exemplo, como potenciais e limitações do bairro. Potencial enquanto espaço urbano visto como principal questão em relação ao desenvolvimento urbano territorial, e deficiência devido à falta de planejamento dos espaços e usos da cidade. As áreas de proteção ambiental são avaliadas como limitações, uma vez que não podem sofrer intervenções profundas. Essas áreas existentes no local foram respeitadas pela população, até hoje, pouco se interferiu nelas.


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Figura 49. Uma das áreas de vazio urbano do bairro Santa Paula I e torre de telefonia móvel ao fundo. Fonte: Arquivo Pessoal.

As vias principais apresentam-se com um aspecto negativo, pois apesar da rua de acesso ao bairro possuir pavimentação, a iluminação, a arborização e o passeio público para pedestres são inexistentes; e a Avenida Central onde passa o transporte público não existe nenhum desses benefícios. Tendo em vista os aspectos negativos dessa área, podemos considerar os equipamentos e mobiliários como deficiências existentes, pois não foi feita a aquisição dos mesmos. A área possui outros condicionantes que podem ser considerados pontos positivos, principalmente na questão projetual, como o traçado urbano retilíneo e a malha viária bem ordenada (Figura 50), no qual, facilita na intervenção paisagística que será proposta na próxima fase de estudo. A largura da vias também facilita no resultado final do projeto, por possuir ampla dimensão, média de 12m, proporcionando uma concepção que poderá privilegiar o pedestre e o conforto do usuário / morador do bairro.


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Figura 50. Macrozoneamento. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 51. Rua Cajueiro, bairro Santa Paula I – Vila Velha / ES. Fonte: Arquivo pessoal.

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Uma grande área localizada na parte central do bairro é destinada a uma praça pública que ainda não foi implantada e será o foco principal de projeto dessa pesquisa. Ela engloba quatro terrenos e duas vias cortam seus eixos, que inclusive, são as vias pela qual passam o transporte coletivo da região. Essa é uma grande potencialidade que irá ser trabalhada no estudo projetual. Além dos fatores citados, serão implantados no bairro dois condomínios residenciais de alto padrão, o Condomínio Riviera Park (Figura 53) e o Condomínio Villaggio Santa Paula (Figura 55), assim seriam necessárias melhorias para evitar o isolamento urbano, beneficiando a segurança e a qualidade visual do entorno desses empreendimentos.

Figura 52. Rua das Hortências, Bairro Santa Paula I – Acesso ao condomínio Riviera Park. Fonte: Arquivo pessoal.


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Figura 53. Maquete eletrônica do portal de entrada do condomínio Riviera Park. Fonte: galwan.com (Acesso em junho, 2013).

Figura 54. Área onde será implantado o Condomínio Villagio Santa Paula. Fonte: Arquivo pessoal.

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Figura 55. Maquete eletrônica do condomínio Villaggio Santa Paula. Fonte: arrobacasa.com (Acesso em junho, 2013).

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CAPÍTULO 5 – INTENSÕES PROJETUAIS


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5.1.

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Conceito

O projeto de tratamento da paisagem do bairro Santa Paula I está relacionado às melhorias que precisam ser implantadas na região. A ideia é um projeto onde os moradores poderão contemplar a paisagem urbana, usufruir de equipamentos comunitários, como praças e áreas de lazer, com a melhoria da infraestrutura existente. Devido a essa necessidade de equipamentos de integração dos moradores e infraestrutura, serão colocados seis pontos fundamentais relacionados à elaboração do projeto:

1 - Implantação de Ciclovia que interliga o eixo principal do bairro, com uma trilha em torno do PNMJ, e segue até o Bairro Santa Paula II ou a Rodovia do Sol.

2 - Implantação da Praça Central em uma área onde já é considerada pela Lei Municipal como ZEIA B, que podem ser destinadas a atividades paisagísticas púbicas. Essa praça está localizada no local chamado em projeto de Eixo Principal que interliga a uma parede verde para fazer referência ao PNMJ. 3 - Desmembramento9 de quadras e lotes desabitados para Integração com PNMJ através de uma trilha destinada principalmente aos ciclistas e uma Praça Linear para caminhadas, lazer e contemplação do parque.

4 - Ocupação de uma quadra considerada vazio urbano, para implantação de quadra poliesportiva, onde podem ser realizados eventos comunitários dos moradores e uma edificação de apoio.

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Configura desmembramento o mesmo fenômeno de repartição de terra, desde que operado dentro do sistema urbanístico existente, influenciando, apenas, na densidade de ocupação dos espaços já urbanizados, não afetando, principalmente, o perfil das vias e logradouros preexistentes. (Oliveira, 2008)


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5 - Definição de um Portal de Acesso ao PNMJ para tornar o parque mais acessível às comunidades de forma controlada, para trilhas ecológicas e pesquisas científicas, ampliando para uma praça de espera e descanso. 6 - Melhoria na Infraestrutura existente, com substituição da iluminação pública, plantio de vegetação, pavimentação viária e calçamento.

A partir desses conceitos principais, foi desenvolvido projetos de urbanismo e paisagismo, para especificar com mais detalhes da ideia geral.

5.2.

Projeto de Urbanismo

Após a definição dos pontos principais de projeto através de croquis (Figura 56), foi desenvolvido o projeto de urbanismo com uma planta humanizada geral (Figura 57) e plantas de urbanismo subdivididas em trechos para melhor visualização do conteúdo.

Figura 56. Estudo Conceitual. Fonte: Elaborado pelo autor.

O projeto foi todo pensado com uma configuração geométrica, utilizando o “quadrado” e o “retângulo” como formas principais. O material escolhido para compor essa ideia foi a placa de concreto com cores diferenciadas dependendo do uso. Essa proposta foi implantada nas praças e nas interligações entre os pontos principais do bairro, como no percurso a fazer da praça linear à praça central e da parede verde que existe no final do eixo principal até a praça de espera do Portal de Entrada do PNMJ. No intuito da proposta não ser muito


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rígida devido à geometria escolhida, as placas de concreto foram dispostas em alguns pontos de forma irregular integrando com a vegetação.

Figura 57. Planta de Urbanismo Humanizada. Fonte: Elaborado pelo autor.

5.2.1. Ciclovia

A ciclovia foi pensada de forma que tivesse um percurso constante, para o usuário não precisar voltar pelo mesmo espaço, e sim, percorrer todo bairro até sair dele, foi proposta no nível da via em forma de “ciclo faixa”, sendo que no eixo principal uma barreira de vegetação foi posicionada para proteção dos ciclistas (Figura 58).


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Figura 58. Proposta percurso ciclovia. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 59. Avenida Central existente. Fonte: Arquivo pessoal.

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Figura 60. Proposta Ciclovia Eixo Principal. Fonte: Elaborado pelo autor.

A ideia de centralizar a ciclovia no Eixo Principal foi devido ao conceito de ligação com o PNMJ através da chamada “Parede Verde” que seria um muro de arrimo para conter o talude que a cobre (Figura 61). A partir desse ponto o ciclista pode fazer o percurso até a Rodovia do Sol ou para a Praça Linear através de uma trilha. Após esse ciclo pode-se chegar até o bairro Santa Paula II ou voltar para o Eixo Principal.

Figura 61. Parede Verde – Eixo Principal – Ligação com PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.


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5.2.2. Praça Central

A Praça é o ponto principal do projeto, além da área existente já ser destinada a esse uso, é um equipamento esperado por muito tempo por moradores do local e que ainda não ocuparam desordenadamente o espaço.

Figura 62. Área Praça Central - existente. Fonte: Google Earth.

Figura 63. Proposta Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.


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A área da Praça Central atualmente é dividia em quatro partes, definição que foi mantida no projeto, sendo cada uma setorizada com uma atividade (Figura 64). Essas partes foram interligadas através de faixas de pedestres elevadas, utilizando a ideia de “traffic calming”10 priorizando os pedestres que podem transitar de uma área à outra, esse percurso de transição quando chega no interior da praça é composto por um piso de placas de concreto com projetor modular (iluminação de piso) para marcar esse caminho. A rotatória no eixo da praça, assim como a via em seu entorno foram elevadas para o nível das calçadas para assim também facilitar o fluxo dos veículos evitando uma grande quantidade de elevações. A segurança dos usuários se da pela marcação das faixas e diferenciação do piso para chamar a atenção dos motoristas. Os bicicletários também foram posicionados na rotatória, assim, os ciclistas conseguem parar e usufruir da praça ou para outros objetivos. Toda a praça foi definida a partir do conceito geométrico de placas de concreto de 2,00 x 2,00m. Através dessa escolha pode-se ir criando espaços aproveitando essas divisões.

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Figura 64. Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

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A adoção do traffic calming tem resultado em áreas mais adequadas à habitação, com ganhos na qualidade ambiental e na segurança viária, como resultado de baixas velocidades e da redução de tráfego. As medidas de traffic calming tem sido implementadas em sequencia e usando combinações de várias medidas, não permitindo, assim, o tráfego em altas velocidades entre os dispositivos redutores de velocidade. (Manual de Medidas Moderadoras do Tráfego,2013)


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A Parte 1 (Figura 65) foi projetada em um espaço livre, com um palco de 41m² para a realização de eventos culturais, com apresentações de bandas musicais locais, teatros e palestras, sendo um local de agregação social e atividades ao ar livre. Além de um espaço com uma paginação de piso diferenciada para descanso.

Figura 65. Parte 1 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

A Parte 2 (Figura 66) foi destinada para a colocação de “barraquinhas” de produtos alimentícios e artesanatos, com espaços marcados no piso através da diferenciação de cores das placas assim como a disposição de mesas para atender aos usuários. A área de descanso está presente também nesse espaço, assim como bancos posicionados em alguns pontos.


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Figura 66. Parte 2 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 67. Parte 2 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 68. Parte 2 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Parte 3 (Figura 69) foi proposta mesas para jogos, convívio de grupos e reuniões. Nos demais espaços áreas de permanência arborizadas com bancos e jardineiras com espelho d’água.

Figura 69. Parte 3 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.


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Figura 70. Parte 3 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 71. Parte 3 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

A Parte 4 (Figura 72) é onde ficam o lazer das crianças e dos adultos, com espaço destinado a Playground e Academia Popular11, com essas duas

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As academias populares representam alternativa para quem gosta ou precisa se exercitar e não tem condições de pagar pelo serviço privado. As academias populares são mantidas pela prefeitura e a população pode utilizá-las, gratuitamente. (Divesidades,2013)


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atividades próximas, permite que os pais controlem a brincadeira dos filhos, não existindo a possibilidade de dispersão do lugar, assim se mantem a segurança.

Figura 72. Parte 4 – Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

5.2.3. Praça Linear

Com a proposta de mais uma área de convívio para os moradores, e integração com o PNMJ que faz divisa com o bairro, além de chegar à porcentagem de 5% de Equipamentos Comunitários por Loteamento conforme a Lei Municipal, algumas quadras não loteadas foram desmembradas (Figura 73 e Figura 74).


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Figura 73. Quadras a serem desmembradas. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 74. Quadras desmembradas. Fonte: Elaborado pelo autor.

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A partir da proposta das novas quadras, os lotes foram divididos novamente e aqueles que estão voltados para a praça ficarão sendo destinados a áreas comerciais, de bares e restaurantes (Figura 75), para assim trazer maior movimento para esse espaço, possibilitando maior segurança para os usuários que transitam pela área. Estacionamentos em 45º foram implantados a frente desses lotes para dar suporte a esse novo uso e aos frequentadores da praça.

ÁREA COMERCIAL

Figura 75. Quadras desmembradas. Fonte: Elaborado pelo autor.

A praça linear em si está localizada ao norte, exatamente no limite da poligonal do bairro e do PNMJ. Em toda a sua extensão a proposta de irregularidade das placas de concreto branco de 20 cm de largura prevalece criando argolas para as vegetações. Pode ser utilizada para caminhadas, permanência e contemplação do PNMJ. Próximo à área de esportes existe a proposta de também vendas de produtos alimentícios assim trazendo maior movimento para o espaço. Bicicletários também foram posicionados no início de no final do percurso para dar suporte aos ciclistas que queiram parar na praça (Figura 77).


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Figura 76. Área desocupada existente no bairro. Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 77. Proposta Praça Linear e Trilha em torno do PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 78. Praça Linear. Fonte: Elaborado pelo autor.

5.2.4. Área Esportiva

O espaço onde está localizada a área é uma quadra também desmembrada (Figura 79) para se tornar um “Centro Comunitário” do bairro, onde a Quadra Poliesportiva pode ser utilizada tanto para atividades do gênero quanto para festas e outros eventos locais (Figura 81). Uma edificação de apoio com lanchonete, sanitários, depósito e sala de atendimento para eventuais campanhas e conselhos de bairro (Anexo 6), estendendo-se para uma praça com uma marcação de piso diferenciada para eventos com maior número de pessoas e com bancos e vegetações para permanência (Figura 85 e Figura 86). Um estacionamento em 45º foi disposto para atender as pessoas que utilizarão esse espaço (Figura 84).


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Figura 79. Proposta Área Esportiva. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 80. Quadra desocupada existente no bairro. Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 81. Proposta รกrea esportiva. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 82. Quadra Poliesportiva. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 83. Quadra Poliesportiva. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 84. Estacionamentos. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 85. Praรงa. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 86. Praรงa e estacionamentos. Fonte: Elaborado pelo autor.

5.2.5. Portal Acesso ao Parque Natural Municipal de Jacarenema

Figura 87. Proposta Portal de acesso ao PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Segundo o Relatório Final do Plano de Manejo12 do Parque Natural Municipal de Jacarenema, a área é considerada uma Unidade de Conservação que é a “preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico” (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000), mas na escala de Parque Municipal. Segundo informações da Secretaria Municipal de Planejamento Governamental da Prefeitura Municipal de Vila Velha e do PPA - Plano Plurianual 2006-2009 (PMVV, 2005) desse município, está prevista para o PNMJ e seu entorno, a implementação de programas e projetos visando o desenvolvimento sócioeconômico, cultural e ambiental da região, um deles é o Programa de “Implementação de Unidades de Conservação” para proteção dessas áreas naturais.

Programa Municipal que visa proteger as áreas naturais do município de Vila Velha, objetivando a melhoria da qualidade de vida da população, implementando, recuperando, mantendo e ampliando as áreas verdes do município através da seguinte ação: Implementação do Parque Natural de Jacarenema, contemplando a implementação de projetos de proteção da área de Jacarenema, reavaliação fundiária, desapropriação de áreas protegidas, implantação de infraestrutura e aquisição de equipamentos (ENVIRONLINK, 2010).

Outro programa importante é o de “Percepção Ambiental e Interação da População com a Unidade de Conservação” que, segundo entrevistas realizadas para o Plano de Manejo, os moradores se manifestam dizendo que poderiam contribuir para a preservação da área se não fosse alguns problemas como a insegurança, a violência e a degradação que impedem de possuírem uma relação mais próxima com a área. A principal solução para esses problemas está ligada diretamente a conscientização e à fiscalização, porém os entrevistados acreditam que futuramente a área estará mais preservada. Além

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Documento técnico com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação que estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação de estruturas físicas à gestão da unidade. (PMVV, 2010)


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disso, sugerem as seguintes atividades para serem desenvolvidas no parque: passeios, trilhas e atividades educativas. A proposta de criar um Portal de Acesso seria justamente para esses fins, uma estratégia para que as comunidades tenham um sentimento de pertencimento, que valorizem a manutenção e a coexistência do Parque. O Portal seria controlado por funcionários e o projeto trás outros apoios como lanchonete, sanitários, apoio e administração (Anexo 6). Após passar pelo portal, os visitantes podem percorrer através de trilhas que já foram demarcadas no Plano de Manejo (Figura 88).


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Figura 88. Trilhas existentes no Parque Natural Municipal de Jacarenema. Fonte: Plano de Manejo do Parque Natural Municipal de Jacarenema – Anexos.

A “Trilha Restinga Aberta” está diretamente ligada ao Portal projetado, corresponde a uma extensa faixa, disposta em sentido norte-sul, considera um atalho, pois seu início e fim estão em diferentes pontos da Rodovia ES 060.


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Apresenta um terreno plano, percurso linear e distância média de 1.720 metros, o tempo médio gasto para completar todo o percurso é de 45 minutos. O uso indicado pelo Plano de Manejo é para fiscalização e pesquisa científica e possui necessidade de intervenção corretiva como retirada de aterro, retirada de lixo e entulho. Além disso, a necessidade de instalações de infraestrutura como placas de sinalização e um posto de fiscalização e apoio à pesquisa nas imediações do bairro Santa Paula e Rodovia do Sol, conforme proposta sugerida no trabalho. A criação de barreiras físicas margeando o corredor da trilha também é viável para evitar caminhos alternativos.

Figura 89. Trecho da trilha Restinga Aberta. Fonte: Environlink, 2009.

A “Trilha Morro da Mata Atlântica” também pode ser utilizada na proposta, corresponde também a uma trilha tipo atalho, de curta distância, cerca de 500m, o tempo gasto estimado é de 45 minutos. Seu início e fim estão em diferentes pontos da Estrada de Itapuera, que liga ao bairro Itapuera e Itapuera da Barra, próximo ao bairro estudado. O uso indicado pelo Plano de Manejo é apenas para fiscalização, pesquisa científica e monitoramento, podendo ser utilizada para atividades educativas após recuperação de todo o platô. O caminho necessita de reflorestamento das áreas degradadas e também a instalação de placas de sinalização e barreiras físicas.


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Figura 90. Trecho da trilha Morro da Mata Atlântica. Fonte: Environlink, 2009.

A “Trilha da Estrada de Itapuera” é linear com distância média de 530 metros, seu acesso é realizado pela Rodovia do Sol, segue na direção Oeste, cortando o Parque e toma sentido Sul passando pelo Bairro Santa Paula II e Santa Paula I, encontrando novamente a Rodovia do Sol, próximo ao Aeroclube do ES, via principal da área de estudo. Atualmente essa trilha é utilizada por moradores de Itapuera e Itapuera da Barra em seus deslocamentos. Pode ser considerado, conforme Plano de Manejo, uma área de permanência e o uso para atividades do Parque, no entanto, seu uso para travessia e acesso de moradores aos bairros ou localidades do entorno deve ser restringido aos poucos, até que a municipalidade implante uma alternativa viária.

Em um primeiro momento, seu uso deverá ser exclusivamente para monitoramento e fiscalização. Após o manejo e readequação da via, esta poderá ser dotada de infra estrutura (pequeno estacionamento, áreas de abrigo e quiosques para descanso) para atender às atividades de educação e interpretação ambiental e patrimonial (ENVIROLINK, 2010).


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Figura 91. Trecho da trilha Estrada de Itapuera. Fonte: Environlink, 2009.

Figura 92. Via ligação PNMJ existente. Fonte: Arquivo pessoal.

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Figura 93. Proposta Portal Acesso PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 94. Proposta Portal Acesso PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 95. Proposta Portal Acesso PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 96. Proposta Portal Acesso PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 97. Proposta Praça espera e descanso. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 98. Proposta Praça espera e descanso / estacionamentos. Fonte: Elaborado pelo autor.

5.2.6. Melhorias na Infraestrutura

As vias existentes no bairro possuem largura entre 12 e 18 metros, essas medidas foram mantidas na maior parte do bairro sem alterar a dimensão das quadras demarcadas, com exceção das quadras desmembradas citadas anteriormente.


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A pavimentação existe somente na via de acesso ao bairro e na ligação com o Condomínio Riviera Park, conforme citado no diagnóstico, em projeto o asfalto existente foi mantido e completado em alguns pontos por questão de acabamento. As demais vias foram demarcadas com leito carroçável, destinado ao trânsito de veículos e ao escoamento de águas pluviais; passeios adjacentes ao leito carroçável destinado ao trânsito de pedestres e limitado pelo meio-fio. O revestimento escolhido tantos para as vias quanto para os passeios e ciclovia foi o “piso intertravado” (Figura 99) que são blocos de concreto prémoldados, de rápida execução, antiderrapantes e que possuem uma alta capacidade de drenagem (chegando a 75%).

Figura 99. Eixo Principal. Fonte: Elaborado pelo autor.

As faixas de pedestres do Eixo Principal, que fazem a ligação Leste-Oeste do bairro, também foram elevadas no estilo “traffic calming” como citado anteriormente, essa faixa indica ao tráfego de veículos que a prioridade é do pedestre, assim, os usuários poderão ter prioridade para chegar até a Praça Principal. A troca de pavimentação nessas faixas, assim como nas demais, também é outra forma de alertar os motoristas.


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Os estacionamentos foram projetados a partir da ideia de que as vagas necessárias fossem distribuídas por todo o bairro, assim, formam posicionados próximos às áreas propostas de Equipamentos Comunitários e onde era possível conseguir um passeio com o mínimo de 1,20 de largura para transição dos pedestres. As vagas destinadas aos equipamentos foi utilizado revestimento

permeável,

concregrama,

que

mantém

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espaço

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permeabilizado. Segundo Mascaró, pavimento com blocos desse tipo são ideais para estacionamentos e a importância deles para muitas cidades é que, além de diminuir as enchentes periódicas e as altas temperaturas, embelezariam a zona urbana.

No Brasil são raramente usados, porém deveriam ser tornados obrigatórios, principalmente por aquelas prefeituras que sofre com enchentes que poderiam ser evitadas particularmente nas grandes superfícies pavimentadas de empreendimentos privados (condomínios) e públicos (praças) (MASCARÓ, 2005).

Segundo Mascaró, a iluminação pública artificial tem uma importância fundamental para os espaços urbanos. Sua inexistência ou insuficiência limita seu uso, dificultando a orientação e produzindo insegurança nas pessoas durante a noite. A iluminação da via de acesso foi mantida no perímetro do passeio que faz limite com a divisa do bairro e as demais, devido a pouca quantidade e ao mau posicionamento, foram substituídas. A ideia é utilizar ficções subterrâneas de eletricidade, que, de acordo com Mascaró, existem grandes vantagens sobre elas, como não estar sujeitas aos agentes atmosféricos, apresentando menor quantidade de interrupção no serviço; menor perigo, pois em redes aéreas é comum a queda de linhas de energia elétrica sobre pavimentos e a posterior eletrocutação de pessoas; e a ausência de poluição visual. Os postes foram posicionados de forma axial no eixo principal, iluminando os dois lados da via, e de forma unilateral nas demais, pois segundo Mascaró, se a altura do poste for maior que a largura da via esse é o esquema ideal (Figura 100)


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Figura 100. Esquemas escolhidos para iluminação de vias de trânsito. Fonte: Mascaró (2006).

De acordo com Mascaró, a árvore é a forma vegetal mais característica da paisagem urbana, a qual se incorporou em uma estreita relação com a arquitetura ao longo da história. Hoje em dia as vegetações são consideradas mais seres vivos do que uma composição paisagística, pois tem imenso valor na melhoria da ambiência urbana, na redução do consumo de energia da edificação e controle da poluição ambiental da cidade. Elas projetam sombra nos usuários e nos recintos urbanos, protegem da insolação, além de criar um agradável efeito estético. As árvores foram posicionadas onde foi possível manter um passeio com largura mínima de 1,20m para não interromper a transição de pedestres.


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Figura 101. Proposta distribuição vegetação e iluminação viária. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 102. Iluminação precária e mal posicionada do bairro. Fonte: Arquivo pessoal.

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O projeto também posiciona as baias de ônibus nos pontos já existentes no bairro (Figura 42), a ideia é de criar baias do tipo “dente de serra” que segundo Christian Anderson Diaz, nessa solução as entradas e saídas dos ônibus são independentes e é consumido menor comprimento de passeio em relação ao estacionamento paralelo à guia.

Figura 103. Baias de onibus estilo “Dente de Serra”. Fonte: Ebah.com (Acesso em Junho, 2013)

Figura 104. Proposta baias de ônibus. Fonte: Elaborado pelo autor.


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Figura 105. Avenida Central bairro. Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 106. Proposta melhoria Infraestrutura do bairro – Via Eixo Principal. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Projeto de Paisagismo

No projeto de paisagismo foram utilizadas vegetações da Grande Vitória e algumas espécies existentes no Parque Natural Municipal de Jacarenema.

No acesso ao bairro, foram inseridas árvores de médio porte para marcar a entrada (Ipê Branco – Tabebuia Roseoalba e Ipê Roxo – Tabebuia Impetiginosa), proporcionando sombreamento agradável em todo o percurso. No eixo principal, centro da ciclovia, foram posicionados também Ipê branco em toda a extensão, marcando essa visual.

Figura 107. Ipê Branco. Fonte: portalsaofrancisco.com (Acesso em junho, 2013).

Figura 108. Ipê Roxo. Fonte: ashpamama.com (Acesso em junho, 2013).


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Na praça central o Ipê Roxo foi utilizado para marcar as áreas de descanso e nos demais espaços foram utilizadas diversas árvores de pequeno e médio porte como a “Pata de Vaca – Bauhinia fortificata ”, “Oiti – Licania Tomentosa”, “Caneleira – Cinnamonum zeylanicum blume” e a “Pitanga – Eugenia Uniflora”. A “Pata de vaca” também foi utilizada em toda a arborização de calçadas do bairro, por ser considera a melhor espécie para esse uso, por possui raíz de pequeno porte não destruindo as pavimentações.

Figura 109. Pata de vaca. Fonte: plantasornamentais.com (Acesso em junho, 2013).

Figura 110. Oiti. Fonte: arvoresdf.com (Acesso em junho, 2013).


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Figura 111. Caneleira. Fonte: borgesengenheiro.com junho, 2013).

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Figura 112. Pitanga. Fonte: portalsaofrancisco.com (Acesso em junho, 2013).

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Figura 113. Paisagismo Praça Central. Fonte: Elaborado pelo autor.

Nas demais praças foram utilizadas as espécies existentes no PNMJ, como a “Embaúba – Cecropia pachystachma”, o “Jamelão – E. jambolona” e a própria Pitanga.


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Figura 114. Embaúba. Fonte: jardineiro.net (Acesso em junho, 2013).

Figura 115. Jamelão. Fonte: jardineiro.net (Acesso em junho, 2013).

O “Ipê Amarelo – Tabebuia chrysotricha” e a “Chuva de Ouro – Cassia ferrugínea” foram as demais espécies nativas posicionadas nas praças.

Figura 116. Ipê Amarelo. Fonte: portalsaofrancisco.com junho, 2013).

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Figura 117. Chuva de Ouro. Fonte: jardineiro.net (Acesso em junho, 2013).

A gola de algumas árvores foi especificada terra natural adubada e outras forrações que suportam sombra (Anexo 06). Além das árvores, forrações e arbustos foram propostos para os canteiros das praças e da ciclovia central. Na parede verde do eixo principal, onde foi proposto um talude, foi utilizada a “Grama amendoim – Arachis repens” ideal para essa função.

Figura 118. Paisagismo Praça Linear – Trecho 1. Fonte: Elaborado pelo autor.


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Figura 119. Paisagismo Praça Linear e Área Esportiva – Trecho 2. Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 120. Paisagismo Portal Acesso PNMJ. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Conclusões

A partir do estudo realizado, entende-se que o tratamento da paisagem urbana é peça fundamental para uma boa qualidade de vida das pessoas. Torna o espaço mais agradável e seguro, valorizando o local. Dessa maneira, tornou-se necessária a implantação de uma proposta para o Bairro Santa Paula I, área que está a cada dia mais valorizada devido aos empreendimentos que vem se inserindo nas proximidades. O projeto de Urbanismo e Paisagismo referentes ao Tratamento Paisagístico do Bairro Santa Paula I, estão relacionados principalmente a questão da qualidade de vida a expansão urbana, na qual, a paisagem está diretamente ligada.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


TRATAMENTO

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PAISAGÍSTICO DO

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I

| 124

Sites acessados pela Internet: SERRA. Disponível em: <http://www.serra.es.gov.br/seplae/agenda_21/agenda_21_2000_2020/serra_2 1_documentos/documento_sintese/capitulo_4_como_construir_a_serra_de_20 20_pontos_criticos_estrategias_e_projetos/4_2_cidade_integrada_e_metropolit ana> Acesso em: outubro 2012. LANDEZINE. Disponível em: <http://www.landezine.com/index.php/2012/07/passeig-de-st-joan-boulevardby-lola-domenech/> Acesso em: outubro 2012. ÉPOCA SÃO PAULO. Disponível em: <http://colunas.revistaepocasp.globo.com/centroavante/2010/11/29/pracaroosevelt-reformas-seguem-ate-2012/> Acesso em: outubro 2012. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=48547> Acesso em: outubro 2012. URBAN CHANGE. Disponível em: <http://urbanchange.eu/2008/06/23/praia-roosevelt/> Acesso em: outubro 2012. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano/sp _urbanismo/operacoes_urbanas/centro/index.php?p=19622>

Acesso

em:

outubro 2012. VILA CAPIXABA. Disponível em: <http://www.vilacapixaba.com/vilavelha/bairros/Santa%20Paula.htm> Acesso em: outubro 2012.

BRASIL ESCOLA. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/infraestrutura.htm> Acesso em: outubro 2012.


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 125

PREFITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA. Disponível em: <http://www.vilavelha.es.gov.br/turismo/historia/comecou-por-vila-velha/> Acesso em: Outubro 2012.

BENEDITO ABBUD. Disponível em: <http://www.beneditoabbud.com.br/materias_publicadas_online/2010/materiaon 02_2010.pdf> Acesso em: novembro 2012.

PROFESSOR JORGE RIOS. Disponível em: <http://www.profrios.kit.net/html/informacoes/glossario_m_amb.htm> Acesso em: novembro 2012.

PLANALTO. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6766.htm> Acesso em: novembro 2012.

LOBODA. Disponível em: <http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/viewArticle/157> Acesso em: novembro 2012.

VISITE VILA VELHA. Disponível em: <http://www.visitevilavelha.com.br/category/patrimonio-historico/igreja-gloria/> Acesso em: novembro 2012.

AEROCLUBE DO ESPÍRITO SANTO. Disponível em: <http://www.aeroclube-es.com.br/> Acesso em: novembro 2012.

WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_do_Sol> Acesso em: novembro 2012.

WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cul-de-sac> Acesso em: novembro 2012.


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 126

EBAH. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAem3kAC/transporte-publico-urbanoparte-11-pontos-paradas-estacoes> Acesso em: maio 2013

DIVERSIDADES. Disponível em: <http://www.divercidades.com/esporte/academia-popular> Acesso em: junho 2013

JUS. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/10943/loteamento-desmembramento-desdobroloteamento-fechado> Acesso em: junho 2013

ARCOWEB. Disponível em: <http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/aflalo-gasperini-purarquitetura-pracaaguas-sao-pedro-06-10-2010.html> Acesso em: junho 2013

VITRUVIUS. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.015/862> Acesso em: junho 2013

ARCH DAILY. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/95456/sao-paulo-tera-projeto-de-recuperacao-decalcadas-e-fiacao-eletrica-subterranea/> Acesso em: junho 2013

EM. Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/04/24/interna_gerais,376332/be lo-horizonte-nao-tem-previsao-para-instalar-rede-eletrica-subterranea.shtml> Acesso em: junho 2013

USP. Disponível em: <http://www.usp.br/nutau/CD/91.pdf> Acesso em: junho 2013


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 127

GAZETA ON LINE. Disponível em: <http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/04/81302terminal+itaparica+ganha+mais+uma+linha+nesta+quarta+feira.html> Acesso em: junho 2013

EBAH. Disponível em: <http://107.21.65.169/content/ABAAAem3kAC/transporte-publico-urbano-parte11-pontos-paradas-estacoes?part=2> Acesso em: junho 2013


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 128

ANEXOS


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 129

ANEXO 01 Localização do Bairro Santa Paula I com equipamentos e bairros do entorno (Organizado pelo autor)


359000

360000

361000

362000

363000

±

7746000

7746000

BAHIA

BAIRRO "SANTA PAULA I" 7745000

7745000

7744000

7744000

MINAS GERAIS

LIMITE ÁREA DE ESTUDO - SANTA PAULA I ROD. DARLY SANTOS RODOVIA DO SOL

ea no

At lân tic

o

ESPÍRITO SANTO

AEROCLUBE

Oc

PRAIA DAS GAIVOTAS JOCKEY ITAPARICA ITAPARICA

7743000

7743000

RIO DE JANEIRO

GUARANHUS ARAÇAS

PONTAL DAS GARÇAS MORADA DA BARRA

Vitória

Cariacica

TERMINAL DE ITAPARICA

Viana

SANTA PAULA II

7742000

7742000

BARRA DO JUCU

BOULEVARD SHOPPING

Dados Cartográficos :

Vila Velha

7741000

Bases Cartográficas IDAF (2010) � Escala Gráfica: �

7741000

Oc ea no

At lân tic o

Fonte:

Localização da Área (Santa Paula I) Si stema de Ref er ênc i a/Da t um: W G S _1984 � Sistema de Coordenadas/Projeção: UTM Fuso: 24S

Guarapari

359000

360000

361000

362000

363000

0

0,2

0,4

0,8

Organização e Confecção: Data: Mayara Pavani Barcellos UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV LABORATÓRIO 01

1,2

Km

Outubro/2012


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

ANEXO 02 Área de estudo em 1971 (Organizado pelo autor)

I

| 131


362000

363000

±

7745000

7745000

BAHIA

361000

ÁREA DE ESTUDO 1971 7744000

7744000 7743000

Oc

ea no

At lân tic

o

ESPÍRITO SANTO

7743000

MINAS GERAIS

RIO DE JANEIRO

Vitória

Cariacica

POLIGONAL DA ÁREA Viana

ÁREA EM 1971 Si stema de Ref er ênc i a/Da t um: W G S _1984 � Sistema de Coordenadas/Projeção: UTM Fuso: 24S

Dados Cartográficos :

7742000

Fonte: 7742000

Oc ea no

At lân tic o

Vila Velha

Bases Cartográficas IDAF (2010) � Escala Gráfica: � 0

105

210

420

630

Organização e Confecção: Data: Mayara Pavani Barcellos UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV LABORATÓRIO 01

Guarapari

361000

362000

363000

840

Km

Novembro/2012


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

ANEXO 03 Área de estudo em 1978 (Organizado pelo autor)

I

| 133


361000

362000

±

363000

BAHIA

ÁREA DE ESTUDO 1978

7745000

7745000

MINAS GERAIS

7744000

7744000

7743000

7743000

Oc

ea no

At lân tic

o

ESPÍRITO SANTO

RIO DE JANEIRO

Vitória

Cariacica

POLIGONAL DA ÁREA

Viana

ÁREA EM 1978 Si stema de Ref er ênc i a/Da t um: W G S _1984 � Sistema de Coordenadas/Projeção: UTM Fuso: 24S

Dados Cartográficos : Fonte:

7742000

Bases Cartográficas IDAF (2010) � Escala Gráfica: � 7742000

Oc ea no

At lân tic o

Vila Velha

Guarapari

361000

362000

363000

0

150

300

600

900

Organização e Confecção: Data: Mayara Pavani Barcellos UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV LABORATÓRIO 01

1.200

Km

Novembro/2012


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 135

ANEXO 04 Localização do Bairro Santa Paula I no contexto municipal com principais eixos viários (Organizado pelo autor)


356000

360000

7756000

DA N MU

Vitória

7752000

ES -0 8 0

62 B R -2

2

Viana

7744000

-26

7744000

BR

o At lân tic

ES471

ES-469

Oc

ea no

DA

LOCALIZAÇÃO GERAL

7748000

7748000

ESPÍRITO SANTO

A TR ES

AL IP IC N MU

7752000

AL ICIP

Cariacica

MINAS GERAIS

±

364000

RA EST

BAHIA

352000

7756000

348000

76

Vitória

ES -3

88

7736000

Vila Velha

7736000

Cariacica

7740000

-4 ES

ES-060

7740000

RIO DE JANEIRO

RODOVIAS LIMITE ÁREA DE ESTUDO - SANTA PAULA I

Guarapari

7728000

7728000

Oc ea no

LOCALIZAÇÃO GERAL DA ÁREA Si stema de Ref er ênc i a/Da t um: W G S _1984 � Sistema de Coordenadas/Projeção: UTM Fuso: 24S

Bases Cartográficas IDAF (2010) � Escala Gráfica: �

BR-101

Guarapari

Dados Cartográficos : Fonte:

At lân tic o

Vila Velha

7732000

7732000

Viana

ES-4 77

348000

352000

356000

360000

364000

0,06 0,03

0

0,06 Km

Organização e Confecção: Data: Mayara Pavani Barcellos UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV LABORATÓRIO 01

Novembro/2012


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

ANEXO 05 Entrevistas

SANTA PAULA

I

| 137


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 138

PERGUNTAS 1)Nome: 2)Idade: 3)Bairro (Santa Paula I ou II): 4)Rua: 5)Ano que foi morar no bairro: 6)Como era o acesso ao bairro? Era fácil de chegar e localizar? 7)Como era a infra-estrutura do bairro? Pavimentação, iluminação, saneamento básico, vegetação, etc. 8)Existiam muitos moradores ao redor? 9)O que sentia falta em relação a comércio e serviço? 10)Você se sentia seguro no bairro? Fale um pouco sobre a segurança. 11)Qual a diferença que você percebe no bairro a partir do dia que começou a morar até hoje.

ENTREVISTA 01 1)Telmi Adame 2)19 anos 3) I 4)Rua Cajueiro 5) 2001 6)Existiam duas entradas, uma regular que na época não era asfaltada e outra irregular que corta a reserva de jacarenema ( apesar de ser uma área bem devastada) e permanece sem asfalto. A localização é fácil, porém a ausência do asfalto atrapalha a chegada. 7)O bairro não possuia e não possui quase nenhuma infra-estrutura, a pavimentação não existia ( e hoje existe apenas em alguns pontos), a


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 139

iluminação existia, porém a manutenção não era períodica. Saneamento básico, também não tivemos acesso. 8)Não, as casas eram normalmente isoladas nas laterais por terrenos baldios. 9) De preços mais acessivéis, e variedade de produtos. 10)Apesar do pequeno nº de moradores o bairro era seguro, em relação a asaltos, roubos, etc. 11)O aumento do nº de moradores, o que acarretou em novos invetimentos nas áreas comerciais, um pequeno avanço no asfaltamento das ruas, e o aumento na circulação do transporte publuco

ENTREVISTA 02 1)Dener Barraqui; 2) 18; 3) I; 4) Figueira; 5) 1994; 6) Antigamente era muito difícil, era na época pasto, nem transporte existia, precisava ir andando ate a rodovia 7) Era pasto, poucas casas, iluminação nao muito boa; 8)Poucos; 9) Não existia comercio na época ; 10) Antigamente sim, não havia praticamente ninguém;


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 140

11) Principal diferença foi o aumento rapido de moradores, logo apos feito o loteamento da II.

ENTREVISTA 03 1)Gracinda lorenzoni; 2) 30 ; 3)II; 4) Condominio jacarenema 1; 5) 2006; 6) Sim; 7) Pessima; 8)Não 9) Tudo. Pois no bairro só havia 2 padaria e mercearia 10) Sim. Foi um dos motivos que vim morar aqui, a tranquilidade, simplicidade, e bairro pequeno. quase todo mundo se conhecia. 11) A populaçao aumentou muito rapido, pois vieram os moradores dos condominio. Surgiram Novos comercios como farmaco, kilao, restaurantes e lojinhas diversas. Tambem a Avn principal foi asfaltada e iniciou as limpeza do espaço da pracinha de S. Paula II.


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 141

ENTREVISTA 04 1)Naysmara Pavani Barcellos; 2)20; 3) I 4) Bromélia; 5)1995; 6) O acesso ao bairro Santa Paula era totalmente precário, sem iluminação, pavimentação ou qualquer tipo de sinalização. 7) Pavimentação, iluminação, saneamento básico, vegetação, etc.Não existia, e continua sem existir. Quase não possuimos infra-estrutura, e o que temos não se adequa nem ao básico que um bairro deveria possuir. A maioria das ruas não possuem pavimentação, não temos acesso a saneamento básico, a iluminação é fraca e a vegetação que possuimos presente na Reserva de Jacarenema está ameaçada pela falta de controle as suas extremidades. 8- Antigamente eram poucos moradores, entretanto, a população tem aumentado consideravelmente ao longo dos anos, o que agrava os problemas ambientais e fatores relacionados a segurança e mobilidade. 9) O comércio no bairro Santa Paula I é praticamente inexistente, o que prejudica a valorização do mesmo. 10) Não me sentia segura e isto não mudou. É absurdo um bairro não ter um posto policial. Raramente fazem rondas com viaturas, o que agrava a situação. 11) Poucas mudanças ocorreram ao longo dos 17 anos que moro aqui. Pavimentaram a Avenida principal de acesso, porém, faltam calçadas e saneamento básico, melhora em pontos de iluminação, praças, posto policial, posto de saúde, além de vários outros itens essenciais para não se evoluir a mais um desenvolvimento urbano desordenado nesta cidade.


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 142

ENTREVISTA 05 1)Iolanda IKaroline Menezes de Moura; 2)20; 3)II; 4)Santa Gertrudes; 5) 1999; 6) Era muito difícil, pois não tinha ônibus no bairro, para pegar ônibus tenhamos que ir até a rodovia; 7) Como era a infra-estrutura do bairro? Pavimentação, iluminação, saneamento básico, vegetação, etc. *Péssima não tinha iluminação nas ruas, as ruas não eram pavimentadas, não tinha saneamento básico, as casas tinham fossas; 8)Existiam muitos moradores ao redor? *Não quando eu me mudei para santa Paula 2 só tinham 3 casas com a minha; 9) Sentia falta de tudo, pois não tinha comercio na época era tudo em vila velha; 10) Sentia mais segurança do hoje em dia, pois não tinha muitos moradores e os poucos que tinha era conhecidos. 11) A população aumentou, foi construído o condomínio da caixa econômica. Surgiram, comércios como farmácia, kilão, restaurantes e lojinhas diversas. Também a Avenida principal foi asfaltada. Mais aumentou o risco, pois foi alimentando a população.


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

ANEXO 06 Projeto de Urbanismo e Paisagismo

I

| 143


TRATAMENTO

PAISAGÍSTICO DO

BAIRRO

SANTA PAULA

I

| 144

LISTA DE PRANCHAS

PR 01-26 Planta de Urbanismo Humanizada PR 02-26 Planta de Urbanismo Geral PR 03-26 Planta de Urbanismo – Trecho 1 PR 04-26 Planta de Urbanismo – Trecho 2 PR 05-26 Planta de Urbanismo – Trecho 3 PR 06-26 Planta de Urbanismo – Trecho 4 PR 07-26 Planta de Urbanismo – Trecho 5 PR 08-26 Planta de Urbanismo – Trecho 6 PR 09-26 Planta de Urbanismo – Trecho 7 PR 10-26 Planta de Paisagismo PR 11-26 Planta de Paisagismo – Trecho 1 PR 12-26 Planta de Paisagismo – Trecho 2 PR 13-26 Planta de Paisagismo – Trecho 3 PR 14-26 Planta de Paisagismo – Trecho 4 PR 15-26 Planta de Paisagismo – Trecho 5 PR 16-26 Perfis PR 17-26 Perfis PR 18-26 Detalhes de Urbanismo PR 19-26 Detalhes de Urbanismo PR 20-26 Detalhes de Urbanismo PR 21-26 Planta Baixa Sanitários/Lanchonete/Depósito/Atendimento e Portal Acesso ao Parque Natural Municipal de Jacarenema PR 22-26 Perspectivas Eixo Principal PR 23-26 Perspectivas Eixo Principal PR 24-26 Perspectivas Área Esportiva PR 25-26 Perspectivas Praça Linear PR 26-26 Perspectivas Portal Acesso Parque Natural Municipal de Jacarenema




























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