Livro coletivo -AEDAH 2015

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2015 Livro Coletivo

Coletivo Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 23-04-2015


Estas histórias foram escritas por estudantes do ensino secundário do Agrupamento de Escolas D. Afonso Henriques no âmbito da comemoração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor e a convite da Biblioteca Escolar, com a colaboração de vários professores, usando a ferramenta TitanPad. Esta permite que várias pessoas trabalhem no mesmo texto ao mesmo tempo. Depois de criado o TitanPad, o link é compartilhado com as pessoas com as quais se deseja trabalhar e todas podem colaborar simultaneamente no mesmo. 23 de Abril de 2015 Turmas participantes 10º B 11º B 12º B 12º ACH Professores participantes Natália Machado Isabel Cosme Arminda Carneiro Antónia Brandão


06.45 da manhã. Na fila do check-in Maria verificou uma última vez os documentos. Tinha uma tendência natural para se esquecer de coisas importantes e os nervos não ajudavam. Aviões não lhe agradavam. Se fosse suposto voarmos teríamos asas, certo? Talvez com o hábito as coisas melhorassem...de qualquer maneira estava entusiasmada, finalmente tinha feito qualquer coisa por si própria e, só por isso já valia a pena. Estaria sozinha no seu primeiro voo de 24 horas que a levaria para o outro lado do mundo. Para uma realidade que ela desconhecia, mas que viria a ser a sua. O novo e o desconhecido nunca se tornaram num tabu para a Maria. Mas ainda teria de realizar duas escalas, a primeira em Amesterdão, onde teria de esperar cerca de 30 minutos pelo voo. Teria ainda de fazer uma segunda escala em Abu

Dhabi,

mas

teria

de

esperar

duas

horas

até, finalmente, embarcar na terceira e última parte da sua viagem e chegar a Kuala Lumpur. Teria tempo para passar em revista as informações que tinha recolhido sobre o seu destino. Em Lisboa deixava os seus pais e amigos, bem como o seu cão Fred, que lhe fazia companhia desde o seu primeiro ano da Faculdade. O curso de arqueologia tinha feito dela uma das mais promissoras arqueólogas portuguesas, mas Portugal tinha-se tornado pequeno para Maria desenvolver o seu trabalho. Numa altura em que Portugal se via em nevoeiro como descreveu Pessoa umas décadas


antes, tinha surgido a oportunidade para que a recém-licenciada Maria levasse a cabo aquele que seria um dos maiores projetos arqueológicos do seu tempo. Na bagagem, para além dos habituais cuidados de que uma mulher carece, Maria levava dois romances de José Rodrigues dos Santos e um de Ken Follett para ler durante o voo. O seu marcador já separava as primeiras 198 páginas de "A Queda dos Gigantes" que ela não hesitou em continuar. Com as mãos trémulas e o pensamento no voo, Maria não conseguiu percorrer mais de dois parágrafos com os olhos, sem fechar de vez o livro e respirar fundo. Começava a aumentar o barulho no aeroporto e as pessoas iam-se encaminhando para a fila. Fez uma revisão mental dos conhecimentos sobre a Malásia tinha pesquisado na Wikipédia onde aprendeu que a Malásia é um

país do sudeste asiático, com a vigésima nona

economia do mundo, que se tornou independente do Império Britânico já no séc. XX. Lembrou-se que a religião oficial malaia era o Islamismo e meteu a mão na sua mochila onde tocou o lenço sedoso que ali colocara para qualquer eventualidade. Estava nervosa aquando da passagem pelas máquinas de deteção de metais, pois temia que o frasco de perfume na sua mala lhe fosse confiscado. Os seguranças do aeroporto tinham um aspeto rude e não lhe inspiravam muita confiança, o que a inquietou ainda mais. Maria era mesmo assim. Captava todos os pormenores um a um e, por vezes, tendia a tirar conclusões precipitadas. Antevia


sempre o que lhe podia acontecer de pior e talvez isso lhe provocasse tanta ansiedade. Tinha planeado viajar para o Oriente. O voo para Kuala Lumpur partia dentro de 30 minutos e os nervos aumentavam cada vez mais. Mas o que estaria ela a fazer sozinha no aeroporto com duas malas aviadas e bilhete só de ida? Após uma espera que mais parecia interminável, finalmente ouviu-se a chamada para a porta de embarque 20: - Última chamada para o voo da TAP com destino a Kuala Lumpur. - Finalmente chegou a hora de embarcar! - suspirou Maria para si mesma em jeito de alívio. Estava tudo bem e perfeito, tinha o seu deslumbrante vestido branco, um umas

pouco sandálias

acima rosa

que

do havia

joelho

comprado

na

e semana

anterior. Maria, assim que entrou no avião, já na segunda escala, foi sentar-se no seu lugar que, surpreendentemente, era junto a Johnny Depp, o que a deixou completamente sem palavras. Johnny Depp, era um dos seus atores preferidos, em criança cresceu a ver os seus filmes e agora estava ali mesmo ao lado dele! Era um sonho tornado realidade, daí que a viagem pareceu demorar minutos, quando na realidade demorou 24 horas. A sua felicidade e entusiasmo eram difíceis de esconder perante a realização de tão grande sonho. A viagem decorreu com alguma turbulência, mas aterraram em segurança. Foram rodeados por cerca de uma dezena de


jornalistas que procuravam entrevistar o ator. Flashes por todo o lado e inúmeras perguntas ao mesmo tempo. Deep, com um gesto apressado, afastou-os e encaminhou-se para a saída, acompanhado de dois "enorrrrrmes" seguranças. Maria estava ansiosa por chegar ao hotel. Na porta de saída estava um homem de cabelos castanhos e olhos verdes rasgados, com uma folha A4 na mão: "Maria Oliveira". Maria dirigiu-se-lhe. Já tinha previamente combinado com o hotel ter alguém à sua espera,

mas

existissem este. Rajesh

não

homens

estava

orientais

a

tão

contar

que

deslumbrantes como

falava-lhe em inglês, e tentava ter um sotaque

minimamente americano. Percebeu que aquela viagem já tinha tudo para

valer

a

pena,

a

simpatia

de

Rajesh

já a tinha conquistado e esperava que os restantes habitantes fossem tão amáveis quanto ele. Rajesh era um dos arqueólogos que tal como Maria tinham sido recrutados pela DFGI, Development Found for Archaeological Investigation na Malásia. Maria estaria entre os melhores da sua área e era a única colaboradora que tinha vindo, não só de Portugal, mas de toda a Península Ibérica. Rajesh disse que trabalharia no grupo da Maria. Mas naquele momento, Maria não se queria preocupar com "homens giros". Queria apenas chegar ao hotel para poder descansar da longa e cansativa viagem. Na deslocação até ao hotel


viu uma cidade simplesmente impressionante, cheia de luz, bastante ocidentalizada, e com grandes torres. Ficou Hotel,

hospedada

simplesmente

no

MJ

maravilhoso

e

Marriott confortável,

onde iria receber tratamento VIP. O hotel tinha campo de ténis, futebol, restaurante, golf, piscina, jacuzzi e uma vista deslumbrante sobre a cidade, que lhe permitia desfrutar de uma bela estadia. Maria estava felicíssima! Em tão pouco tempo tinham acontecido coisas incríveis que nunca pensou que aconteceriam, coisas que certamente não iria esquecer. Pensou com os seus botões " lá na terrinha não me podia dar a estes luxos" e pensou ainda, " não me posso deslumbrar, trabalhinho a sério em circunstâncias difíceis não me há-de faltar" No dia seguinte, logo pela manhã, quando ainda tomava o

espetacular

pequeno

almoço

que

o

hotel

oferecia,

Rajesh convidou-a para um passeio de jipe para conhecer os arredores da cidade, usufruindo de todas as atrações turísticas. Poderia ser a sua grande oportunidade de

conhecer não só a

cidade, mas também Rajesh. Numa

das

suas

conversas,

descobriram

que ambos eram fascinados por animais e, por isso, decidiram visitar o KL Bird Park, localizado junto ao Lake Gardens Park, que, para além de fantásticas aves, era cheio de espaços verdes o


que seria perfeito para tirar um tempo de relaxamento antes de começar o que a levou a realizar esta viagem. Durante o dia, Maria começou a dar conta de que os seus objetivos diferiam dos de Rajesh. Foram pequenas coisas que a levaram a suspeitar que as relações entre ambos não seriam fáceis. Pontos de vista diferentes, visões antagónicas do mundo e da vida, indícios de divergências culturais muito ténues que foram ganhando forma a cada hora que passava. A atração física inicial foi dando lugar a reservas. Somos tão diferentes, pensava Maria, como conseguirei trabalhar lado a lado. Quem vai dominar nesta relação? As perspetivas não eram claras. Ser mulher tem um custo. Será que iria conseguir superar este facto? Turma ACH 12º ano


06:45h da manhã. Na fila do check-in, Maria verificou uma última vez os documentos. Tinha uma tendência natural para se esquecer de coisas importantes e os nervos não ajudavam. Aviões não lhe agradavam. Se fosse suposto voar tínhamos asas, certo? Talvez com o hábito as coisas melhorassem… De qualquer maneira estava entusiasmada, finalmente tinha feito alguma coisa por ela própria e só por isso já valia a pena. Maria decidiu enfrentar o seu medo de voar em prole de uma causa maior. Estava decidida a auxiliar na missão humanitária da ONU, na Síria, que visava ajudar crianças. Era impossível ficar indiferente àquela campanha de sensibilização da Cáritas Portuguesa que solicitava recolha de roupa, cobertores e agasalhos para as crianças refugiadas da Síria, vítimas da guerra entre adultos, mas também do inverno rigoroso e duro que se fazia sentir. Andou numa azáfama para recolher agasalhos e partiu em missão. Queria estar perto, poder ajudar. Após uma demorada e dolorosa viagem, Maria chegou, finalmente, ao seu destino, dirigindo-se à sala para proceder ao levantamento da mala. Pegou na sua e foi para o abrigo nos arredores da capital, Damasco. Acomodando-se

começa

a

arrumar

os

seus

pertences, mas, nisto depara-se com uma situação constrangedora, uma vez que o conteúdo da mala não é de todo vulgar. Além do


vestuário, pouco, a mala continha passaportes, dinheiro, dvd's não identificados e fotografias de várias crianças... Ao perceber que se enganara e pegara na mala errada, liga para a pessoa cujo nome se encontra no cartão de identificação da mesma: Amadeu Carneiro. Combina um encontro com o senhor. Uma vez trocadas as malas, Maria regressa do abrigo, pensando sempre naquele misterioso homem...olhos negros, cabelo ondulado, sorriso rasgado. Amadeu decide visitar o abrigo, interessado nas crianças, quando se depara com Maria convidando-a para um jantar. Depois da tensão sentida durante todo o jantar, Amadeu leva Maria para o seu quarto de hotel, cinco estrelas, tudo em grande, e aí se envolvem se envolvem. Não conseguiu resistir àquele charme. No dia seguinte, Maria acorda sozinha e decide matar a curiosidade acerca dos dvd's da mala de Amadeu. No momento em que carrega no "play" depara-se com a imagem monstruosa de Amadeu aproveitando-se sexualmente de crianças indefesas, nos mais perversos modos. Perante os gritos ouvidos, chocada, Maria foge assustada. Não quer acreditar que tenha dormido com um pedófilo. Não era possível! Logo a ela que deixara a sua terra, a família e amigos para proteger crianças desamparadas e indefesas, vítimas de tantas arbitrariedades! Não! Percorre a rua Direita, a via pública mais famosa da Síria, serpenteando ao longo das ruínas da colunata


romana que testemunha tantas eras passadas. Mas não consegue desfrutar desta beleza arquitetónica; o seu espírito está alvoroçado. Amadeu regressa ao quarto, apercebendo-se que Maria descobrira o seu segredo e pensa eliminá-la, mas, para sorte de Maria, acaba por arrumar as suas coisas e rumar ao aeroporto onde chega aterrorizado. Não sabia do paradeiro de Maria. Poderia ela ter apresentado queixa às autoridades e ser intercetado em plena partida. O seu olhar percorria, atentamente, todo o espaço. Nada de estranho e, assim, parte com destino à Holanda, onde nunca seria acusado dos atos obscenos. Enquanto Maria tenta fazer justiça, num país que não conhece, Amadeu consegue escapar, trocando a sua mala com a de um jovem inocente, que é incriminado pelos seus crimes de abuso de menores, morrendo mais tarde na prisão torturado pelos restantes reclusos. Atualmente, Maria continua à procura de Amadeu e de outros seres humanos que enveredam por estes caminhos, enquanto Amadeu formou família e continua com as suas misteriosas viagens!

Turma B 12º ano


6:45h da manhã. Na fila do check-in, Maria verificou uma última vez os documentos. Tinha uma tendência natural para se esquecer de coisas importantes e os nervos não ajudavam. Aviões não lhe agradavam. Se fosse suposto voar tínhamos asas, certo? Talvez com o hábito as coisas melhorassem… De qualquer maneira estava entusiasmada, finalmente tinha feito alguma coisa por ela própria e só por isso já valia a pena. Quando deu por si a sua mala já percorria o tapete rolante. Era tarde para voltar atrás. Respirou fundo e sentiu-se confiante. À medida que a distância para a porta do avião diminuía, a ansiedade aumentava, o nervosismo era tanto que as suas pernas tremiam. Finalmente o avião aterrou. Ela não queria acreditar que estava em terra. Apesar do nervosismo e de não gostar de alturas, a experiência não tinha sido assim tão má. Maria dirige-se ao tapete rolante para ir buscar a sua mala. De seguida, apanha um táxi em direção ao hotel. Estava na hora das suas merecidas férias! Através das janelas absorvia já aquele ambiente: luzes, música, cores, brilho! Fascinante! Saiu do táxi e ficou rendida com o hotel e a paisagem encantadora com que se deparou. Deslocou-se imediatamente à receção, onde recebeu a chave do seu aposento. Entrou no elevador


e foi para o quarto, onde se sentou no sofá a beber um copo de vinho, a descansar da viagem e a observar o rio. Mais tarde, desfez as malas que um empregado trouxe gentilmente. - Oh meu Deus! Mas esta não é a minha mala! Procurando descobrir o proprietário da mala foi remexendo no seu conteúdo, tentando identificar o dono através de algum documento. Na sua mente passava em revista todos os passageiros, mas qualquer um se identificava com aquela indumentária. Aquele passageiro seria um indivíduo normal se naquela mala apenas se encontrassem os simples trajes de uma pessoa que vai viajar. No entanto, encontra um artefacto estranho, que a deixa perplexa. Regressa ao aeroporto. Podia ser que alguém tivesse devolvido a sua mala. Espectativas vãs, pois, ninguém sabia do paradeiro dela. De volta ao hotel, depara-se com alguém à porta do seu quarto, um homem de 20 e poucos anos e de estatura média. Acha estranho, mas continua em direção ao quarto. Parece que não encontrou pistas de quem era a mala que ela tinha, mas deixou alguma pista na sua. Chegando à porta do quarto, ambos conversam e descobrem que foi entre eles que as malas foram trocadas, mas Maria continua desconfiada daquilo que viu na mala do sujeito, que agora sabe que se chama Blind, e é de origem holandesa.


Conversam durante um tempo sobre esta peripécia que lhes aconteceu e Maria acaba por confessar-lhe que abriu a sua mala para tentar descobrir a sua identificação. Então, resolve perguntar-lhe o que era aquele objeto. Um pouco embaraçado, ele explica-lhe: - É uma relíquia muito valiosa. – E acrescenta: - Sou historiador. Interesso-me por antiguidades. Embora Maria esteja tentada a acreditar e a aproveitar as suas férias, não fica convencida. A dúvida permanece no ar e, agora, receia que Blind desconfie que ela saiba algo. Depois de Blind ter a sua mala de volta, abandonou o hotel e deixou Maria confusa. Por um lado, queria acreditar no que ele dizia, mas por outro, estava um pouco assustada. Seriam aquelas informações verdadeiras ou aquele homem era apenas um ladrão de antiguidades vindo do bairro vermelho em Amesterdão? No dia seguinte, decidiu ir conhecer Paris, a sua cidade preferida. Como teve uma chegada atribulada ainda não tinha tido tempo para contactar com a cidade e respirar aquele ar carregado de História e de mistério. Maria era romântica por natureza e, esta era, sem duvida, uma das suas viagens de sonho. No entanto, a imagem de Blind não lhe saía do pensamento; desde o dia anterior que não conseguia parar de pensar nele e no artefacto que estava na sua mala. Enquanto passeava pelas ruas de Paris, Maria tentava absorver tudo o que a rodeava, desde o som da água a correr no rio


Sena repleto de bateaux-mouches ao ínfimo pormenor dos monumentos que compunham aquela paisagem inspiradora. Estava deslumbrada e cheia de vontade de percorrer a cidade de fio a pavio, mas antes decide descansar um pouco e saborear um típico croissant, como não podia deixar de ser! Senta-se tranquilamente num banco de jardim próximo de si, mas, qual não é o seu espanto, quando avista Blind acompanhado de outro homem que, enquanto olha em volta, lhe entrega um envelope de forma discreta e, rapidamente, desaparece. É então que a ideia de ter trocado a mala com um ladrão de antiguidades parece cada vez mais certa para Maria, que fica desorientada e sem saber o que fazer. Decide confrontá-lo, mas continua indecisa. Deve denunciá-lo ou tentar perceber por que enveredam as pessoas por estas situações? Absorta nestes pensamentos não conseguia desfrutar de tudo o que a rodeava. Aproxima-se e, disfarçando a sua desconfiança, convida-o para tomarem um café após o jantar. Encontram-se, à noite, no Quartier Latin. Maria ouvira falar, nos tempos de escola, da vida animada deste bairro ligado aos grandes acontecimentos revolucionários estudantis. Encontraram-se no Café de Flore onde conversaram descontraidamente não se apercebendo de que o tempo voara. Já amanhecia e Maria sentia-se cada vez mais presa a este homem misterioso. Seria a sua vida mais entusiasmante se esquecesse aquilo que vira e o acompanhasse?


Partiu assim para o hotel disposta a continuar a aproveitar a cidade luz.

Turma B 12ยบ ano


Talent is NOT always God given It was a quarter to six, early Friday morning. Lisa was already at the airport. She looked for her check-in ticket one last time. She was unease and worried about her best friend. However, she was only certain of one thing: she didn’t like to travel by plane! As she argued, so many times, “we aren’t supposed to fly, are we?”. Then again she made an effort and thought about her promising future prospects at The Juilliard School, in New York City. They say that graduates emerge with formidable language skills, script savvy and thick skins. Oh, she felt proud of herself. For the first time she managed to do something by herself and, only due to it, everything was already worth doing. A dream was coming true. It was time to get in the plane. She was about to overcome one of her fears. She was leaving everything she loved and everything she had behind. A new future was coming and she would have to be brave and she would have to start all over again in New York City. Her future was finallyin her hands.


The Juillliard School is one of the most prestigious music school and she can`t thank her parents enough to let her live her dream and also to Mr. Ezra that took notice of her, practicing, in a litlle room in her school. But, like an ordinary girl, Lisa enjoyed visiting some shops before she went to school and started working hard.In one of those shops, something that she wasn´t expecting happened. When she was looking for new clothes, she saw outside the shop a very famous composer. She ran out of the store because she had always wanted a chance to talk to him to ask him for some good advice. They really liked each other and she invited him to come and seeherperformance at the party at the end of the school year. The composer, an old man on his mid-50s, accepted and promised to attend the show. Lisa was radiant and extremely happy with what had happened. Later, she decided to visit the flat where she’d live for the next few months and organized all the things that she brought to that new crowded and amazing city. On the next day, Lisa woke up early and went to her new school. She loved it, the school was very big and the teachers were very nice. The classrooms had a lot of natural light and her new friends were very happy with the new classmate.


Her colleagues were very kind to her but one, in particular, called her attention. It was a guy with a very beautiful smile, blue eyes and shiny hair. He thought the same about her, she called his attention too, but he was so shy and didn’t find enough courage to talk to her. Some days passed by and Lisa started falling in love for him. She started asking her new friends things about the guy and she discovered that his name was Ben and he was one yearolder than her. She spent her breaks looking at him... Once, after a very long period of time, they were gazing at each other’s eyes and she saw shinny stars in his eyes and for the first time she felt in love. Finally, they hold hands and saw heaven together. This story was written by the 10thB students, when experiencing TitanPad, on Thursday, the 23rdAbril 2015, celebrating World Book and Copyright Day.


06.45 da manhã. Na fila do check-in Maria verificou uma última vez os documentos. Tinha uma tendência natural para se esquecer de coisas importantes e os nervos não ajudavam. Aviões não lhe agradavam. Se fosse suposto voar tínhamos asas, certo? Talvez com o hábito as coisas melhorassem...de qualquer modo estava entusiasmada, finalmente tinha feito alguma coisa por si própria e, só por isso já valia a pena. À medida que se dirigia para o portão a ansiedade aumentava, o suor a acumulava-se no rosto. Pegou no seu cabelo ruivo, longo e sedoso, e arranjou-o num rabo de cavalo. Entrou no avião, sentou-se no seu lugar e observou em redor com os seus belos olhos castanhos esverdeados. O avião descolou suavemente. O pior já passou, - pensou ela. Refletindo sobre a atitude tomada, começou a relembrar-se de tudo o que viveu até àquele momento. - Espero não me arrepender da opção tomada. - murmurou consigo mesma. - Nunca nos devemos arrepender das decisões que tomamos, pois são elas que nos fazem a pessoa que somos! - disse o passageiro do lado. Maria só então reparou nele. Era um homem de aspeto simpático, cabelo curto, escuro, barba feita e olhos azuis como o céu. -Vai de férias para o Japão? - disse ele.


- Não, vou para trabalhar. Decidi mudar de rumo e dar um impulso na minha carreira. Em Portugal não via boas perspetivas para crescer. -Qual é a profissão que vai exercer? - perguntou ele, curioso - Sou física nuclear. Em Portugal nunca cheguei a trabalhar na área em que me formei. Quando recebi esta proposta, achei aliciante e uma boa oportunidade para realmente trabalhar na minha área de formação. -E vai trabalhar na central nuclear de Fukushima? - Sim. - Eu sou contra a utilização de energia nuclear. Pertenço à GreenPeace e vou ao Japão desenvolver ações de sensibilização a fim de alertar e despertar a consciência japonesa e mundial para os malefícios desta energia, que pode ser potencialmente perigosa. - Mas a energia nuclear utilizada de uma forma segura e controlada traz imensos benefícios para a humanidade - disse ela. E ele respondeu: - Assim como pontos negativos. Aquando do desastre que ocorreu em Chernobyl, verificou-se que houve libertação de radiação que atingiu não só os homens, mas também o meio ambiente. Hoje, a cidade é inabitável; é uma autêntica cidadefastasma. Maria,

olhando-o

profundamente,

com

um

sorriso

enigmático, disse que o seu trabalho seria implementar um sistema


de segurança infalível com vista a prevenir que não ocorressem desastres desta natureza. Santiago, sorrindo, afirmou que achava que seria uma missão impossível. Entretanto, o avião começou a abanar e desceu repentinamente. Maria deu um grito e, sem se aperceber, agarrou fortemente a coxa direita de Santiago sentindo o seu musculado e tonificado quadríceps. - Não tenhas medo, disse ele, isto é comum em viagens longas, é uma simples turbulência. - Tenho medo de voar - respondeu ela - todas as pessoas têm o seu ponto fraco, não é verdade?! O avião aterrou em Tóquio. Ambos foram apanhar a bagagem. Santiago disse: - Podemos partilhar o táxi, o que achas? Maria com um belo sorriso, disse: - por que não? - Em que hotel vais ficar? - perguntou ele. - No Sheraton, - respondeu ela. - Queres jantar comigo? - disse ele. - já experimentaste sushi? - Em Lisboa – disse - mas aqui deve ser diferente, pois eles costumam adaptar os pratos ao gosto europeu. - Então aproveitamos - declarou alegremente Santiago - e a seguir ao jantar vamos dar uma volta, descobrir um pouco da cultura nipónica.


Entre os escombros do desastre de Fukushima, no meio da escuridão, Maria recordava os primeiros momentos da vinda para o Japão. Lembrava-se de Santiago, desejando ter continuado uma possível história amorosa com ele, concordando, neste momento, com a opinião dele de que não há sistemas infalíveis para as centrais nucleares.

Turma B11º ano


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