Concurso "uma aventura"

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Participamos no concurso “uma aventura” com alguns trabalhos que realizamos, a partir da obra literária “Rãs, príncipes e feiticeiros” cujas autoras são Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Lemos e interpretamos cada conto, fizemos o resumo de cada um deles, ilustramos algumas partes e fizemos a análise crítica da obra partindo das ilustrações e do conteúdo. Também participamos com uma história inédita escrita pelo Bruno.

Ganhamos o 1º Prémio na modalidade Crítica. Aproveitamos para agradecer à professora Mónica e à professora Carla por se terem empenhado na recolha de pilhas o ano lectivo transacto, porque ganharam o concurso e esta obra foi escolhida por elas. Por tê-la aqui à mão decidimos participar.



RÃS, PRÍNCIPES E FEITICEIROS Este livro é actual e tem uma espessura que agrada à maior parte das crianças por não ser demasiado fino nem demasiado grosso. Ao pegar parece ser fácil de ler. Tem capa muito colorida, e os seus desenhos fazem lembrar vários países: Angola, Brasil, Moçambique… e pessoas de África, pelos tons alaranjados. Também faz lembrar o arco-íris que as crianças tanto gostam e sonham poder viajar nele. As ilustrações das histórias, tal como as da capa, são muito coloridas o que nos agrada. Ao retratar histórias de países diferentes transporta-nos para esses locais e muitas vezes “vestimos a pele” das personagens com que nos identificamos. Sendo um livro escrito em prosa encontramos nele muitas rimas que tornam a leitura mais fácil e agradável. De todas as histórias podemos retirar alguma moral que ajuda na nossa formação como pessoas. Em “A RÃ MAINU”, compreendemos que não devemos desistir quando queremos alguma coisa e que “As aparências enganam”. O príncipe desconfiou das capacidades da Rã, mas ela foi capaz de cumprir a missão. Aprendemos a confiar em nós e naqueles que nos parecem mais fracos. Não podemos obrigar ninguém a gostar de nós e percebemos bem isso na história “OS AMORES DE UIRAPURU, O PÁSSARO VERMELHO”. Ao querermos que isso aconteça corremos o risco de a tornar triste e infeliz. O feiticeiro acabou por nunca ter a esposa porque ela nunca gostou dele. Na história “O SENHOR MAIO” descobrimos que há sempre alguém que está pronto para nos enganar. Devemo-nos certificar de que isso não


acontece. Tivemos a oportunidade de descobrir que não vale a pena enganar as pessoas porque podemos ser apanhados e sofrer com isso. Nunca se consegue agradar a toda a gente, foi a moral que retiramos da história “CANTAGALO”. Haverá sempre pessoas que se manifestam a favor e outras contra e no meio é preciso que haja alguém sensato para gerir com sabedoria os conflitos. Mais uma vez fomos confrontados com pessoas oportunistas em “AS FILHAS DE FARAM”. No entanto também vimos que no meio de pessoas menos correctas encontramos que nos queira ajudar. A irmã mais velha foi fiel à sua palavra e não desistiu até resgatar Secanhuma. Mais uma vez a inteligência é posta à prova em “O MACACO E O TUBARÃO” e constatamos que ela é mais poderosa que a maldade. Com engenho o macaco salvou-se das mandíbulas do tubarão. “O PRINCIPE ENCANTADO” é das histórias que as meninas tanto gostam por haver sempre uma personagem simples e desinteressada que consegue quebrar o feitiço e casar com o príncipe. Com “O RAPAZ E O CROCODILO” reforçamos a ideia que na vida é preciso mostrar gratidão por quem nos ajuda. Talvez quando menos esperamos estamos a ser recompensados. É um livro que nos ensina a ser bons, a sermos amigos, a confiar em nós e nos outros, a não sermos invejosos, a respeitar os outros, a não roubar… É um livro importante na nossa vida. Todos nós gostamos dele. Foi um privilégio lê-lo!







O Ruca e a Guga Amigos ou não… Havia uma tartaruga que vivia num aquário. Só comia no Verão e no Inverno hibernava. Quando veio lá para casa era tão pequena, tão pequena, que cabia na minha mão. Agora, passados alguns Verões, preciso das duas mãos e não chegam para lhe pegar. É uma tartaruga verde escura e tem uma carapaça grande e bem gira. Quando há sol a tartaruga sai do aquário e vai secar a sua carapaça. É estranho, temos um gato de nome Ruca que é muito meiguinho, não ferra, é grande e muito peludo, mas quase não brinca. Pensava que eles se iam dar bem, mas enganei-me. O gato não gosta da tartaruga porque ela não pára quieta, ele fica furioso, mostra-lhe os dentes e faz “grrrr”. Um dia, o gato estava a comer e a tartaruga caminhou em direcção ao Ruca com o intuito de brincar com ele. O gato assanhou-se, virou o comer e levantou-lhe a pata para lhe bater. A tartaruga encolheu-se dentro da sua carapaça e esperou que o gato se acalmasse para poder falar com ele. Quando a fúria do gato passou a tartaruga de nome Guga perguntou: - Ó Ruca, tu que andas sempre cá fora e eu que passo a maior parte do tempo dentro do meu aquário, porque não gostas de mim? - Eu não gosto de ti porque tu andas no meu espaço e tenho medo de ti. - respondeu-lhe o Ruca de mau tom. - Mas eu sou mais pequena do que tu. Eu é que tenho medo de ti. – explicou a Guga. Tenho medo quando me mostras os dentes e me


levantas as patas com essas grandes garras de fora, até parece que me queres comer. O Ruca riu-se e disse: - Tem juízo nessa cabeça! Se eu te tentasse comer ficava sem os meus dentes. A tua carapaça é tão dura que eu partia-os todos, ficava desdentado. A Guga não parava de rir, mas ainda conseguiu perguntar: - Ó Ruca será que no Verão podemos ser amigos? O Ruca pensou, pensou e respondeu: - Está bem, eu sou teu amigo durante o Verão desde que não me incomodes enquanto estou a comer e não faças barulho quando estou a dormir. - Combinado! Mas, durante o Inverno, tu não te pões aos saltos feito maluquinho só para ver se eu estou a dormir. - É justo. Vamos ser amigos no Verão e durante o Inverno deixo-te sossegada. O Ruca não conseguiu deixar passar aquele momento sem fazer uma confissão: - Ah! E eu não estava a ver se estavas a dormir! Era mesmo para te comer!... Foi assim que o Ruca e a Guga se tornaram grandes amigos. No Verão divertem-se os dois com brincadeiras que vão surgindo, e no Inverno vivem cada um no seu canto.

Bruno Filipe Vaz de Pina, 9 anos, 3º ano de escolaridade


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