Internet Democratizada Web 2.0 Bom ou Mau?

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Internet Democratizada

Web 2.0 BOM ou MAU

Marcos AndrĂŠ

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Mas a internet “democratizada” e a Web 2.0 são assim tão más? A sua existência terá mais pontos negativos que positivos? Neste livro tento responder a estas perguntas que se originaram com a leitura do livro “O Culto do Amador - A Internet está a matar a nossa Cultura” de Andrew Keen. Acrescento novos pontos de vista e critico certos assuntos, nem sempre por discordar deles mas pela forma como foram abordados pelo autor do livro. Tento sempre com que as minhas opiniões e críticas sejam o mais construtivas possível. Ao fazer isto, acabo também por actualizar certas matérias que de 2007 (Ano da publicação do Livro) a 2012 parecem-me ter mudado de figura, principalmente no que diz respeito à música.

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Índice

Introdução - Pag. 7 Wikipédia - Pag. 9 Soluções - Pag. 11 Youtube e Google - Pag. 13 Ponto de Vista como Solução - Pag. 15 Morte da Música? - Pag. 17 Conclusão - Pag. 21

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Introdução Poder colocar a nossa opinião a circular é algo incrível e toda a gente deve gostar de o fazer, faz as pessoas sentirem-se famosas, figuras públicas e/ou até valorizadas. Este é o ponto mais positivo da Internet democratizada e da Web 2.0, mas como em tudo na vida há pontos negativos também. Convém por isso analisarmos não só os negativos (tendo em conta que neste livro “O Culto do Amador” de Andrew Keen vimos essencialmente os lados negativos) como também os positivos para podermos ver se é assim tão mau o assunto em questão. Sem dúvida que as opiniões e os pontos de vista que são colocados na Internet por serem maioritariamente de amadores elas não são tão fiáveis como informações factuais colocadas por especialistas mas isto é algo óbvio e as pessoas com o seu senso-comum devem também elas analisar o que acham que é verdade do que é mentira e procurarem sempre a verdade. Se a Internet se assume como algo diferente de, por exemplo, um livro de um especialista devemos esperar que dela existe a possibilidade de não recebermos informações sempre fiáveis.

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Wikipédia

Falou-se muito na Wikipédia mas se ela se assume como “a Enciclopédia livre que todos podem editar” claro que corremos o risco de ao consultá-la encontrarmos informações erradas mas esse é um risco que temos de ter em conta a partir do momento que já sabemos o que é a Wikipédia. E agora devemos perguntar-nos: Qual o ponto positivo da Wikipédia para além de toda a gente poder colocar informações? A resposta será a velocidade com que adquirimos a informação e a síntese com que ela normalmente é escrita (não sendo como um livro de um especialista os artigos não são tão detalhados) e é aqui que a Wikipédia é boa e não propriamente pela veracidade dos seus artigos, não quero tirar a importância que essa veracidade teria, é claro. Mas por ser rápida e sintetizada ela deveria ser usada para quando se procura uma informação mais generalizada sobre um certo assunto e, se eventualmente quisermos mais detalhes, devemos então procurar por outros sítios na net mais específicos, fiáveis e especializados sobre o assunto, pois eles existem é uma questão de procurar melhor e não se ficar pelo primeiro endereço que o Google nos dá (que muitas vezes é a Wikipédia), ou então procurar por livros e comprá-los, pagar pelo valor que esses livros têm por serem escritos por especialistas a sério. 9


Este é mais um ponto que também temos de ter em mente: a informação na Internet é gratuita (ou muito barata), talvez recebêssemos informações mais fiáveis e cuidadas se pagássemos um valor maior por elas, ainda assim existe muita informação que é fiável pela Internet mesmo que fora da Wikipédia por isso estamos a poupar dinheiro de cada vez que encontramos informações verdadeiras e esse é mais um ponto positivo a combater os negativos e, para o mal ou para o bem, é também uma das principais causas que levou a Internet a ser usada como a principal fonte de consulta.

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3 Soluções

Tudo isto que estou a dizer serve para acrescentar ao livro algo que acho importante pois não estou aqui a meter uma posição totalmente contra o que está lá escrito, eu concordo por exemplo, com o principal problema que é levantado pelo autor, de a Wikipédia estar a substituir artigos especializados mas é aqui que entra o que já referi: o senso-comum das pessoas e o que a Wikipédia assume de si própria tem de ser lembrado. Levantar o problema nesta altura talvez não chegue é preciso que as pessoas sejam lembradas: devemos apelar ao seu sensocomum e provavelmente na própria Wikipédia esse apelo deveria ser feito ou ser mais visível (talvez dizer “Enciclopédia livre” já não chegue para tal), se talvez aparece-se bem visível algo como “Ver Artigo de Especialista” ou “Existe um livro de um especialista com esta informação mais detalhada”, talvez aí se resolvessem muitos problemas e este site talvez deixasse de ser visto como a única enciclopédia na Internet ou o único sítio para consulta, algo que não o é. Ou talvez fosse a altura do regresso da Nupedia (pag.42 do livro) mas fundida de alguma forma com a Wikipédia ou ter o simples auxílio da mesma, essa possivelmente seria outra solução. Mas, tal como já indiquei o principal vem mesmo é das pessoas, das massas, estas devem procurar a verdade e, 11


parte dos artigos na Wikipédia até têm as suas fontes indicadas é uma questão de o público passar a verificar se as fontes existem e se elas são fidedignas ou não.

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Youtube e Google

Também se falou no Youtube, por este ter vídeos amadores mas este também se assume como tal ao dizer “Broadcast Yourself” e o facto de o assumir não tem de ser visto como algo errado. E se o Youtube está a substituir especialistas com estes vídeos, neste caso, parece-me que também está a criá-los e por isso o assunto não é assim tão grave como o da Wikipédia. Os vídeos ditos “estúpidos” e básicos podem muito bem ser o início de algo grande, afinal de contas os que agora são especialistas em vídeo também começaram por fazer vídeos do mesmo género, a diferença é que não os publicavam num sítio visível a todos. E este acto de publicar este tipo de vídeos também não deve ser visto como algo negativo pois é ao publicá-los que os criadores vão ouvir criticas, opiniões e descobrir o que é que as pessoas querem ver, e tudo isto pode muito bem formar novos especialistas. Continuará a haver muito vídeos amadores no Youtube a serem “venerados” e a chegaram à ribalta mas também haverá sempre os de especialistas, isto não irá necessariamente perder-se, ou pelo menos não me parece ser esse o caso. Além disso, se estes vídeos ditos amadores chegam a tanta gente é porque os seus criadores também souberam 13


chegar a tanta gente e mesmo que a gravação seja amadora pelo menos na parte de divulgação eles foram um pouco especialistas. Quanto a se ter falado no Google o assunto parece-me ter semelhanças à Wikipédia pois tal como ela, o Google dá-nos a informação que procuramos mais rapidamente e mais sucintamente mas este caso também não me parece ser algo tão grave. Porquê? …

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Ponto de Vista

como Solução … Porque com o que li e com tudo isto que disse, dá-me a querer que a solução é estes principais sites da Internet passarem a ser vistos como meios para adquirir a maior quantidade de informação generalizada. Estes sites já fizeram algumas pessoas quererem saber um pouco sobre tudo e não muito sobre um certo assunto e já não há volta a dar a isso, e não acho que o Larry Sanger (co-fundador da Wikipedia) se deva arrepender ou dizer que foi um erro o que fundou ou uma experiencia falhada (tal como é referido no último capítulo do livro) porque ter feito as pessoas quererem saber um pouco sobre tudo não é necessariamente mau, também não é bom devido ao problema falado no livro da falta de especialistas… Mas, será que os especialistas estão mesmo em entrar em extinção devido à Web 2.0? A mim parece-me que não é bem assim pois haverá sempre pessoas que se interessam por certos assuntos, haverá as pessoas que vão ao Google, Wikipédia, Facebook, etc e se interessam por algo e farão o que eu tenho estado aqui a falar, de após verem a informação geral nesses sites irem procurar a informação detalhada noutros sítios (outros sites, livros, workshops e depois cursos de especialização; licenciaturas, etc) e assim tornarem-se especialistas, e haverá as pessoas que se interessam 15


por muita coisa e, como tal, procuram saber o geral de todas as coisas não procurando propriamente ser especialistas em algo em concreto. Por outras palavras: A Web 2.0 não está a extinguir os especialistas está a dividir as pessoas em especialistas e em pessoas que se interessam por tudo um pouco e essas não têm de ser mal vistas, nem definidas como “macacos” ou amadores.

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Morte da

Música?

Quanto à morte da música por parte da Web 2.0: Este assunto é algo que me toca por eu ser músico, compositor e ter estudado música alguns anos mas ainda serei um dos amadores segundo o que o livro indica. Ainda assim acho que tenho recebido bastante cultura musical, actual e do passado, para poder falar agora sobre este assunto: É verdade que a música passou um mau bocado isso é indiscutível e talvez até 2007 (ano da publicação do livro) o que se estava a ver era preocupante de editoras e lojas a fechar por causa da pirataria na Internet. Mas se ela morreu até essa altura parece-me que felizmente, agora, está a ressuscitar em novas formas. E o que a matou é o que a está a trazer de volta. As netlabels, a venda digital (iTunes, etc) ou simplesmente ser um artista independente é o que está agora na moda, e começa a resultar como forma de combater a pirataria musical, e não é só o público que gosta, os artistas também e cada vez mais estão a aderir, até porque as netlabels roubam menos os artistas que as antigas labels (editoras). Já assisti a vários artistas conhecidos e/ou profissionais a apoiar a queda das antigas editoras pois estes sentiram-se 17


explorados e roubados por elas. A grande verdade é que a queda das vendas afecta mais directamente as editoras e as lojas do que os artistas em questão, pois elas eram as identidades que ganhavam mais com a venda de CDs, vinis, etc e não o artista que era capaz de ganhar só o quarto do valor total de vendas e de ganhar mais em concertos. Claro que também eram afectados mas com a nova onda de netlabels, vendas digitais e ser independente (dependente da Internet) pareceme que abriram novas portas para o artista ganhar mais do que ganharia no passado, tanto em termos monetários como em visibilidade. Ainda assim também não me parece que as editoras ou as lojas todas caiam tão cedo até porque o vinil está a voltar à moda e terá de haver entidades para o vender (excepto as lojas convencionais [que também foram referidas no livro] essas infelizmente estão realmente a perderse, mas virá algo novo certamente). O vinil está a voltar à moda por ser um objecto físico e mais gráfico que o CD e as pessoas começam a procura-lo porque já têm o formato digital. Com estas novas modas toda a gente adquire o digital mas quando gosta muito da música começa a sentir falta de ter algo analógico, físico e gráfico a representá-la e mais do que o CD, procura o vinil devido ao tamanho, imagem gráfica e também ao aspecto clássico/épico que o vinil transmite. Quanto à qualidade da música parece-me que se a qualidade desceu foi na música mainstream que ainda é guiada pelas antigas editoras (os verdadeiros dinossauros) porque a música que está a circular na Internet e a underground são muito mais variadas e em várias qualidades. Variadas no aspecto que qualquer pessoa pode compor e meter a sua música desde o mais amador ao mais profissional e de haver uma maior quantidade de géneros musicais. Quanto à qualidade ela não me parece ter descido tanto assim, pois a Internet (em grande parte graças ao Youtube) deu a possibilidade de ligar a música do passado à do presente. Os novos artistas vão buscar influências maioritariamente ao passado, à altura que a música tinha maior qualidade e a nova música forma-se a partir daí, da mistura do antigo mas bom com um novo estilo, e isto tanto pode correr bem como mal, mas parece-me que isso não trouxe menos qualidade nem menos variedade. Ainda há muito 18


boa música por aí, as pessoas têm é de procura-la porque ela já não é mainstream ela está na Internet. Outro factor onde a Internet ajuda os artistas é que ela permite eles estarem mais junto aos fãs através de plataformas como o Facebook, MySpace, etc.

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Conclusão

Não me parece que a Web 2.0 esteja a extinguir os especialistas. Parece estar a dividir as pessoas em especialistas e em pessoas que se interessam por tudo um pouco e essas não têm de ser mal vistas, nem definidas como “macacos” ou amadores. A internet pode estar ou ter acabado com certas áreas mas com o tempo acredito que ela própria com métodos diferentes, fará essas áreas voltarem a lucrar, tal como está a acontecer com a música. Tendo de uma forma justificada apagado alguns pontos que eram dados como negativos, tendo dado outros pontos de vista e tendo explicado alguns pontos positivos parece-me que a Internet “Democratizada” e a Web 2.0 não é assim tão má.

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Mas a internet “democratizada” e a Web 2.0 são assim tão más? A sua existência terá mais pontos negativos que positivos? Neste livro tento responder a estas perguntas que se originaram com a leitura do livro “O Culto do Amador - A Internet está a matar a nossa Cultura” de Andrew Keen. Acrescento novos pontos de vista e critico certos assuntos, nem sempre por discordar deles mas pela forma como foram abordados pelo autor do livro. Tento sempre com que as minhas opiniões e críticas sejam o mais construtivas possível. Ao fazer isto, acabo também por actualizar certas matérias que de 2007 (Ano da publicação do Livro) a 2012 parecem-me ter mudado de figura, principalmente no que diz respeito à música.

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