Oração Comum 9 Dez 2012 - Boletim Liturgico

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Oração Comum

COMUNIDADE ANGLICANA CARISMA – Boletim Semanal | 08 de Julho de 2012 ________________________________________________________________ 09 de Dezembro, 2012. Segundo Domingo do Advento. Comunidade Anglicana Carisma.

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esde a primavera da fé cristã, quando o Novo Testamento registra que os cristãos, sob a liderança dos apóstolos, reuniam-se “no primeiro dia da semana” (Atos 20.7; I Cor. 16.2), nascia um novo tempo litúrgico. Etimologicamente, o termo domingo vem do latim Dominicus, cuja tradução literal é exatamente “dia do Senhor”. A Igreja assume que o Domingo é, de fato, este glorioso dia. Desde tempos remotos se aceita que foi também neste dia que o Espírito conduziu S. João em sua visão celestial. Aliás, muito apropriada tal interpretação, uma vez que quando João escuta “Sobe aqui” (Ap. 4.1), ele não vai a nenhum outro lugar senão ao Templo Celestial, onde uma liturgia eterna se desenrola diante do Trono do Cristo1. Para a Igreja cristã, o Culto Celestial apresenta-se como um modelo para o culto da Igreja Terrena. Assim tem sido ao longo de 2000 anos. Por isso, a Igreja da Inglaterra tem preservado o que há de bom e evangélico na Liturgia. Muitos cristãos modernos têm medo do que é litúrgico e formal, nós anglicanos não. O livro do Apocalipse, ou da Revelação, é tão litúrgico, que foi escrito para ser utilizado durante a Eucaristia. Por isso, o Livro começa com uma benção digna de nota: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia” (Ap. 1.3). É possível que muitos cristãos modernos não compreendam o real significado deste versículo. Isso acontece porque em nossos dias o culto tem se tornado muita coisa, e se afastado dos costumes antigos e apostólicos. Evidentemente, o versículo nos indica que, durante as reuniões cristãs (e o Apocalipse foi enviado para 7 Igrejas!), um leitor ficava a frente do povo lendo as Escrituras, enquanto os demais, escutavam atentamente. O apóstolo diz, então, que tanto aquele que lia a Escritura (“aquele que lê”), quanto os que atentavam na leitura (“e os que ouvem as palavras”), seria abençoado pelo Senhor. Daí descobrirmos que o culto anglicano, que recebemos pelo Livro de Oração Comum, compõe-se em 70% de citações diretas das Escrituras, e mais 20% de passagens parafraseadas das Escrituras. E os 10% que sobram? São orações e frases baseadas em algum grau nas mesmas Escrituras2. Nosso culto é, em sua essência mais profunda, uma adoração moldada pelas Escrituras. Nosso culto é bíblico. Até mesmos os símbolos e vestes que utilizamos na Eucaristia nos conduzem as verdades eternas do Evangelho. Descobriremos um pouco mais sobre isso olhando mais atentamente par ao Culto Celestial que João assistiu no Lar Eterno. Voltaremos ao assunto em nossos próximos boletins. Seja benvindo a Casa de Deus! Rev. Marcelo Lemos – Reitor da Comunidade Anglicana Carisma

--------------------------------------1. Ver estudo sobre o tema no livro “O Paraíso Restaurado”, de David Chilton

2. Dados do Bispo Ray Sutton, no livro “Porque Fazemos O Que Fazemos”, disponível gratuitamente no site oficial da Igreja [www.igrejaanglicana.com.br]


Liturgia do Dia 1. O culto tem início com Saudações e os Hinos previamente selecionados. 2. O Ministro introduz a Confissão Geral com as palavras apropriadas das Escrituras. 3. Todos ajoelhados, primeiramente em oração silenciosa e reflexão, se unem depois em uma confissão pública: “Pai celestial, Nos amastes com um amor eterno, mas temos seguidos nossos próprios caminhos e transgredido suas Leis. Lamentamos por nossos pecados e nos afastamos deles. Pelo Teu Filho que morreu por nós perdoa-nos, purifica-nos e transforma-nos. Pelo Teu Espírito Santo, permita-nos viver para Ti e agradar-Te mais e mais, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém”. O Ministro, de pé, diz: “Deus tem prometido em Sua Santa Palavra que quando confessamos nossos pecados, Ele nos perdoa e nos limpa de todos as nossas iniquidades. Damos graças a Deus. 4. Abre-se oportunidade para testemunhos ou entrevistas de edificação, todos estão convidados a compartilhar sua fé pessoal em Cristo. 5. Oração espontânea.


6. As Leituras Bíblicas são feitas, na seguinte ordem: uma do Antigo Testamento e uma do Novo Testamento, de acordo com o Lecionário. O Leitor, ao fim do texto, dirá: “Palavra do Senhor!” “Damos graças a Deus!” 7. O CREDO APOSTÓLICO: “Creio em Deus Pai Todo- poderoso, Criador do céu e da terra; E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo, na vida eterna. Amém”. 8. Mais um Hino pode ser entoado. 9. SERMÃO.

10. A Oração do Senhor: Pai Nosso que estás nos céus. Santificado seja o Teu Nome! Venha o Teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal. Pois teu é o Reino, o poder e a Glória para sempre. Amém”.


Advento: Um Tempo de Espera! Por Bispo Josep Rossello, moderador da Igreja Anglicana Reformada A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para toda a Igreja, a espera e preparação da vinda de Cristo. Neste tempo celebramos nas primeiras semanas a espiritualidade de espera da segunda vinda, e nas semanas mais próximas a seu fim a preparação para celebrar sua primeira vinda, seu nascimento. É Momento de forte mergulho na história redentora da humanidade. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado. O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos. Esse Tempo possui as duas características já citadas: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de alegre expectativa. Espiritualidade do advento O Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, o pecado, a conversão. Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na volta do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus! O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc. O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e estudo na Palavra. No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vida cristã. Assim confiados, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino. GOSTOU? Leia o estudo completo no portal Lecionário Cristão, mantido pelo bispo diocesado Josep Rossello, http://lecionarioanglicano.blogspot.com.br.


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