Jornal EXPRESSO nº 3

Page 19

Comida

JORNAL

Fortaleza, 12 a 18 de março de 2010

Expresso

19 alana andrade

Comida boa e camaradagem

Ambiente democrático e “família” Cerveja sempre gelada e boa comida se somam ao ambiente familiar, decorado com as cores da bandeira do Rio Grande do Sul. “Faço tudo para o cliente se sentir prestigiado, na democracia. Não posso fazer para um e desagradar a outros”, diz Solimar. De fato, a clientela é formada mais por casais e famílias, que vêm de outros bairros. Caso de Joélio Barbosa (foto), empresário e frequentador há mais de quatro anos. “Gosto muito do atendimento, da comida e da camaradagem. Além disso, não é um lugar barulhento”, afirma ao lado do filho Alexandre. Solimar acrescenta: “a gente vende mais comida do que bebida”. Situado em um bairro residencial, o Tronco do Gaúcho encerra as atividades normalmente à meia noite de terça à sexta, para não atrapalhar o sono da vizinhança. Aos sábados, abre das 11 às 23 horas, e domingo de 11 às 16 horas.

No bafo, por trás da Aguanambi

Costela de ripa é no Tronco do Gaúcho Quando parou de jogar futebol há uma década, com apenas 31 anos de idade, o gaúcho Solimar Luís Rossini surpreendeu amigos, familiares e colegas de profissão. “Já deu o que tinha de dar”, concluiu à época, após já ter passado pelo Ceará, Fortaleza e Ferroviário. O que fazer depois de pendurar as chuteiras costuma ser incógnita para a maioria dos atletas. Não para ele, que possuía três lojas de confecção feminina. “Mas a minha vontade mesmo sempre foi ter uma churrascaria”, revela. E não deu outra. Filho de comerciante – o pai é dono de mercantil, padaria e frigorífico em Porto Alegre - Solimar decidiu começar o novo negócio ao lado da esposa Silvana Sabóia ali mesmo, na calçada da casa da sogra, dona Vilma, na rua Coronel Solon, bairro José Bonifácio. Aos poucos, foi surgindo uma clientela fiel, atraída pelo grande diferencial: a costela de ripa feita no bafo.

É assim há cinco anos. Batizada de Tronco do Gaúcho, a pequena churrascaria prosperou. Deixou a calçada e instalou-se na esquina das ruas Coronel Solon com Alto Santo, a poucos metros do antigo ponto. Espaço para 50 pessoas bem acomodadas. Solimar apostou mesmo no diferente para pegar o freguês

pela boca. Além da costela, o cliente tem como opções não menos saborosas as lingüiças de carne de sol com queijo (R$ 2,80 a unidade), de peixe e de camarão (R$ 3,00 a unidade) e a batata recheada com requeijão e queijo (R$ 3,30), assim como o arroz Tronco do Gaúcho com lingüiça calabresa, queijo e couve (R$ 5,90).

Carreira de jogador deu visibilidade ao negócio O Tronco do Gaúcho deve parte da sua fama à carreira de Solimar. Depois do juvenil do Grêmio (RS), o volante passou por Clubes como Germinal Ekerem (Bélgica), Rio Negro (Manaus-AM), São José (RS), Guarani (Bagé-RS), Glória (Vacaria-RS) e Liverpool (URUGUAI). Hoje valoriza as duas facetas da vida. “Tanto a de jogador como a de dono de churrascaria são boas. Muito do que aprendi foi jogando futebol”, diz.

Onde fica:

Tronco do Gaúcho Rua Alto Santo, 12, esquina com Coronel Solon, no José Bonifácio Fone: (85) 3065-0390

“De ripa”, só aqui. No Sul, é costela gaúcha A preparação da costela no bafo explica porque ela é rara nos restaurantes de Fortaleza. “Não são todas as churrascarias que a têm no cardápio. É mais em rodízio”, explica Solimar. Envolta em papel celofane e alumínio, a carne assa durante seis horas antes de ser servida. E o tempero não é segredo nenhum: sal grosso, apenas. “Não é só saber assar. É preciso gostar e ter paciência de esperar a carne ficar pronta”, revela, ao esclarecer que, no Sul, a carne é conhecida como “costela gaúcha”. No Tronco do Gaúcho, o quilo custa R$ 29,00.

arquivo pessoal

Solimar com a camisa do Ferroviário alana andrade

alana andrade

A história do ex-jogador de futebol que virou dono de churrascaria e faz a melhor costela de ripa de Fortaleza


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.