O Gato malhado e a Andorinha Sinhã

Page 1

JORGE AMADO O Gato Malhado e a Andorinha Sinh谩 uma hist贸ria de amor



Textos Produzidos, na disciplina de Língua Portuguesa, pelas turmas 8º E e 8º F, no âmbito do estudo da obra “ O Gato Malhado e a Andorinha Sinhã”, de Jorge Amado.


PARÊNTESIS DA FESTA (O casamento religioso passou-se na laranjeira. A laranjeira estava muito bonita devido às suas belas decorações. Havia comida por toda a parte, as mais diversas especiarias, com sabores e cheiros eloquentes. Os convidados estavam vestidos maioritariamente de branco. O Galo Don Juan de Rhode Island estava muito bem acompanhado com todas as suas esposas. O Papagaio, de tão embriagado que estava, começou a meter conversa com todas as senhoras da festa, principalmente com a Vaca Mocha: -E quê, Mocha… – disse o Papagaio todo entusiasmado – Tudo bem contrigo? Sinceramente, a Vaca Mocha não ouvia nada do que o Papagaio estava, para ali, a palrar. Mas ele continuava a falar: - Estasma óvir? A Vaca Mocha continuava sem reação, dando a ideia que estava a dormir com os olhos abertos. Do outro lado da festa, a Andorinha Sinhá dançava com o pai, linda como sempre, mas estava triste, porque ia passar o resto da vida com uma pessoa que não amava. Pelo contrário, o Rouxinol estava muito feliz. A conversa entre ele e o Galo estava muito agitada e divertida. -Também vai querer formar um harém, Sr. Rouxinol? – perguntou o Galo com muita

chiqueza. - Por acaso não era nada má ideia… E continuaram a falar sobre os seus haréns ou futuros haréns! A festa passou-se assim… O Papagaio apanhou uma bebedeira, muitos comiam, dançavam e, claro, falavam sobre os mais diversos assuntos, de haréns até à solidão do Gato.) Francisco Lopes Ribeiro, nº 9 - 8ºF José Miguel Lopes Ribeiro, nº 15 - 8ºF


PARÊNTESES DO CASAMENTO DA ANDORINHA (O casamento da Andorinha e do Rouxinol foi um dos melhores do parque, até ao momento. Estava tudo impecável! Principalmente o bolo de noiva, que tinha três diferentes sabores – chocolate, caramelo e baunilha. Cada casal, com os seus filhos, possuía uma mesa e as respetivas comidas. A família canina, para as entradas, tinha biscoitos; para o jantar, ração e, para sobremesa, doces deliciosos. Os cachorrinhos só beberam leite. Na mesa do Galo Don Juan de Rhode Island havia milho, para entrada, e couves, para jantar. Na mesa da Vaca só havia erva. Já a mesa dos noivos estava toda requintada com os melhores pratos do casamento. No fim do jantar, os convidados conversaram entre si. O Papagaio, de tão embriagado que estava, lançou uma piada à Vaca Mocha por ela trazer exclusivamente para o casamento um porta-seios: - Eh lá, Vaca! Sempre encontraste um porta-seios para o teu tamanho?! - Não podia fazer topless no casamento! - exclamou a Vaca. O DJ da noite colocou umas músicas românticas para os pares dançarem. Enquanto a música tocava, uma brisa repentina que se fez sentir naquele momento levantou o vestido da Andorinha, deixando a sua lingerie à vista. O Papagaio, não deixando passar a oportunidade, comentou com um ar de riso: - Oh, Andorinha! Já estás pronta para a noite de núpcias? A Andorinha, muito sorrateiramente, ajeitou o vestido e continuou a bailar. No fim do bailarico, o Rouxinol e a Andorinha foram cortar o bolo de casamento. No final da festa, os convidados foram embora e a Andorinha e o Rouxinol foram passar a noite no Hotel do parque ao lado.)

Pedro Vieira, nº10 – 8ºE José Paulo, nº11 – 8ºE


O FINAL FELIZ DO GATO E DA ANDORINHA A Andorinha também o viu e adivinhou o rumo que ele tomara. Tendo a perceção que se dirigira para o fim da sua vida, disse ao Rouxinol: - É verdade! Rouxinol, esqueci-me do fantástico bouquet de noiva, em cima da mesa. - Eu vou buscá-lo, amor! – prontificou-se ele. Enquanto o Rouxinol se dirigia para o salão da festa, a Andorinha concretizou o pretendido, que era sair disparada para não deixar terminar a vida do Gato. Neste momento, a Andorinha não pensou em estratégia nenhuma. Tinha, apenas, a finalidade de rapidamente salvar o Gato. Tomou então um voo, numa grande velocidade, chegando à casa da Cobra Cascavel. Aí, a Andorinha baixou ainda mais o seu voo, quando de repente tropeçou numa pedra, que fez com que sucessivamente rolasse e desse cambalhotas. Por fim, aterrou mesmo em cima da cabeça da Cobra Cascavel, impedindo-a de comer o Gato Malhado. Esta situação só fez com que a Cobra ficasse mais irritada. A Andorinha, dirigindo-se ao Gato, ainda brincou: - Rápido! Rápido, seu feio! Mesmo assim, num momento arriscado, a Andorinha foi cómica para adoçar a aventura. Então deram a correr a seis pés, para que a Cobra nunca mais os visse. A partir desse momento, nunca mais ninguém os parou… Passeavam pelo parque, de mãos dadas, enquanto a Cobra os procurava desesperadamente. E tudo se veio a descobrir: as maldades de que o Gato era acusado não tinham fundamento, pois não tinha sido ele a praticá-las, mas sim a Cobra Cascavel que, por tudo, culpava o Gato Malhado. Hélder Diogo, nº 10 – 8ºF Helena Freitas, nº 12 – 8ºF


OUTRO FINAL PARA A HISTÓRIA DO GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ - Alguém tem alguma coisa contra este matrimónio? Fale agora ou cale-se para sempre! Quando o Padre Urubu acabou de dizer estas palavras, a Andorinha Sinhá virou-se para trás e observou o Gato Malhado a passar perto da capela. Foi aí que a Andorinha saiu a correr em direção ao Gato. Quando ele olhou para trás, viu a Andorinha e lembrou-se de todos os momentos passados com ela. - Gato, para onde é que tu vais? - perguntou a Andorinha. Ele respondeu abatido: - Vou para o meu destino. - E qual é o teu destino, Gato? – questionou com um ar de preocupada. Ele murmurou, com uma lágrima a cair-lhe pelo rosto: - O meu destino é morrer, a não te ter a meu lado! Então ela, emocionada, pediu: -Não faças isso, porque preciso de ti perto de mim… O Gato Malhado, ouvindo a Andorinha a dizer aquelas palavras, ficou com um sorriso do tamanho do mundo e logo as suas lágrimas secaram. Ele não aguentou e foi a correr para abraçá-la. A mãe da Andorinha, ao assistir à conversa, ficou espantada e, ao mesmo tempo, emocionada ao ver a reação do Gato. Percebeu, finalmente, que a sua filha gostava verdadeiramente dele. A Andorinha também concluiu que tinha sido um pouco injusta com o Gato, porque o que realmente interessa é o que ele é por dentro e não por fora. Depois disto ter acontecido, a Andorinha e o Gato foram viver para bem longe do parque. Veio a descobrir-se que eles se casaram e tiveram um filho. Nunca mais viveram um sem o outro e foram felizes para sempre.

Ana Patrícia, nº3 – 8ºF Joana Rodrigues, nº 13 – 8ºF


Que desgraça de casamento! Estava uma festa extraordinária! Havia todo o tipo de vestidos, uns de elevado prestígio e requinte; outros eram autênticos trapos velhos. No centro da sala de “comes e bebes”, estava uma grande e elaborada mesa de doces, com os mais prestigiados bombons de chocolate. Havia bolos de todos os tamanhos e feitios, com sabores dos mais célebres aos mais banais. A sala principal estava toda iluminada, havia adornos de todas as cores, as cortinas de seda eram muito belas e estavam ornamentadas com bolinhas de ouro e prata. O casamento estava um luxo, tendo comparecido convidados de todas as espécies do parque, desde os mais pobres aos mais ricos, desde os mais simples aos mais exóticos. O Galo Don Juan de Rhode Island vinha acompanhado com a Pega Mostarda, que pertencia ao seu harém, pois a sua esposa estava doente. O Pombo-Correio curioso perguntou ao Galo: - Ó Galo, a tua mulher? O Galo respondeu: - Está em casa, doente… - Dá as melhoras à tua mulher - disse o Pombo. - Obrigado e boa continuação da festa. A cerimónia começou com o Rouxinol a avançar sobre a passadeira vermelha, com o seu fato de grilo e a sua enorme cartola, ao som do Justin Bieber Badocha e a orquestra sinfónica, com a participação especial de Amália Canina. O Rouxinol chegou ao altar. Passado algum tempo, chegou a Andorinha Sinhá, hilariante, vestida de pelo de cão e com os seus sapatinhos de bowling reluzentes. Ela avançou lentamente em direção ao ilustre altar de ouro. O reverendo Padre Urubu deu início à cerimónia religiosa. Ele perguntou ao casal:


- Jurais fidelidade em todos os momentos, tristes e felizes, na muda de pena e na época de acasalamento? Os dois respondem em coro: - Sim! O Padre questionou o Rouxinol: - Você aceita casar com a Andorinha? - Sim! - Você aceita casar com o Rouxinol? – perguntou o padre à Andorinha. - Não, não aceito! Aí foi o desastre! A sala estava em pânico. De repente, a Andorinha fugiu e exclamou: - Eu só aceito casar com o Malhado! A Andorinha dirigiu-se ao cubículo da Cascavel, onde ela estava a lutar com o Gato. A Andorinha Sinhá foi, apressada, pedir ajuda às Joaninhas Pataqueiras. Só aceitaram trinta Joaninhas, porque pertenciam à Unidade Nacional de Recrutas para a guerra do Ultramar. Finalmente chegaram ao cubículo. Lá ainda se encontravam os dois indivíduos, exaustos, à batatada. Rapidamente pararam, pois as Joaninhas combateram energicamente, matando a Cobra Cascavel. - Não te ias casar com o Rouxinol? - perguntou o Gato. - Não, só tenho olhinhos para ti, meu amor! - exclamou a Andorinha, do fundo do coração. E tocou-lhe com a asa na bochecha.

Luís Diogo Passos, nº 15 – 8ºE Vítor Leite, nº 18 – 8ºE


Professor de LĂ­ngua Portuguesa:

Domingos Fernandes

Agrupamento de escolas de PevidĂŠm


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.