Revista Moderno. OUT - DEZ 2010.

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ISSN 1984-3313

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grande sala Ernesto Neto explica à reportagem do Moderno MAM como, por que e para quem faz arte. Explica também por que uma obra de dimensões tão grandes é um dengo.

Dengo é uma condição. Um estado de espírito, uma forma de lidar com o outro

Dengo é bom

e todo mundo gosta O artista Ernesto Neto exibe uma obra de grandes dimensões para ser vivenciada pelo público Os mil metros quadrados da Grande Sala do MAM abrigam uma gigantesca instalação do artista carioca Ernesto Neto. Ela impressiona por sua natureza tentacular e multissensorial, repleta de efeitos cenográficos. Intitulada Dengo, a obra é inteiramente feita de crochê e foi criada especialmente para o ambiente do museu.

A origem desta e de outras impressionantes instalações de Ernesto Neto é a escultura, arte a que ele se dedica há 25 anos. “Tudo o que vejo, vejo como se fosse uma escultura. A escultura é um espaço de tridimensionalidade de corpo e espaço. Permeia tudo o que existe, inclusive o que não vemos.”

Ernesto Neto (Rio de Janeiro, RJ, 1964), Globiobabel Nudeliome Landmoonaia, 2000. Instalação na Dundee Contemporary Arts, Dundee City, Reino Unido. Bolinhas de chumbo e tule de poliamida, 400 x 805 x 880 cm. Foto: Vicente de Mello

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Ernesto Neto não poupa palavras para falar sobre a exposição. “Dengo é uma condição, um estado de espírito, uma forma de lidar com o outro. No estado de mundo em que vivemos – pós-moderno, pós-utópico, pós-inocência –, com uma sociedade ultramediada pelas formalidades das relações de trabalho, Dengo acontece como um lugar de mediação dessa geometria, uma espécie de maciez para reduzir a frieza das relações formais, do avanço da sociedade ‘civilizada’. Dengo é um ente de afetividade, uma forma orgânica de relacionamento social.” Na opinião de Neto, o dengo é uma manifestação de afetividade pouco admitida em meios refinados. “É por meio do dengo que a população de baixa renda, massacrada pela brutal, cega e indiferente injustiça social encontra eco. Dengo é o lugar da informalidade”, diz.

e caos, “uma tensão entre desejo e realidade baseada em croquis, cálculos, dedos e mentes. Mas tudo dependente de várias séries de decisões”. Dengo é “um trabalho dividido em vários, montados coletivamente e em sintonia. É uma obra crítica do espaço físico da sala, mas que poderá ser desmembrada e montada de outra maneira em qualquer outro espaço”, diz ele.

A maternidade é algo importante para mim. O fato de sermos fruto de uma relação sexual me emociona O uso da técnica do crochê tem sentido poético. Para ele, fazer crochê é navegar numa espiral, num tempo circular, em que o futuro se liga imediatamente ao passado próximo. Para Neto, o crochê lembra maternidade. “A maternidade é algo muito importante para mim. O fato de sermos fruto de uma relação sexual me emociona, me surpreende que o sexo seja

Essa é a pele, o mar que nos leva Dengo é uma obra visual, tátil, auditiva, um pouco olfativa e “quem sabe gustativa”. “Essa é a pele, o mar que nos leva. Há também instrumentos musicais, objetos da cultura informal, bolas de plástico, fotografias, vídeos, textos, além de elementos que uso sempre no meu trabalho”, afirma o artista que participa também, junto com sua mãe, Daisy Cabral Nogueira, do Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera. Segundo Ernesto Neto, Dengo surgiu da tentativa de entender a relação entre ordem

Montagem da exposição Dengo, na Grande Sala do MAM. Foto: Laura Moreira

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grande sala

tabu em tantas culturas. Fico triste em perceber que não temos ferramentas linguísticas que nos permitam falar de uma maneira mais normal do assunto. Parece que poderíamos ter mais dengo com sexo.” O curador do MAM e da exposição, Felipe Chaimovich, ressalta que foi dada ao artista inteira liberdade para interferir na Grande Sala. “É uma obra imersiva, que explora novas possibilidades para o museu”, observa.

Vejo a imagem dos dançarinos de Matisse dançando em torno do Beijo de Brancusi Numa extensa entrevista concedida a Dobrila Denegri, curadora do Museo d’Arte Contemporanea Roma (Macro), Ernesto Neto discorre sobre sua conduta artística. “Meus trabalhos são sobre dança, e uma dança, a meu ver, é uma escultura em movimento.

Estamos tão comprimidos na nossa rotina diária de vida que, se pudéssemos sentir o nosso corpo em estado de dança, poderíamos obter um melhor equilíbrio.” A paixão de Neto pela dança é tão intensa que ele chegou a trabalhar com um dos bailarinos mais importantes da dança contemporânea, o norte-americano Merce Cunninghan (1919-2009). Como poeta que é, Neto afirma: “Vejo a imagem dos dançarinos de Matisse dançando em torno do Beijo de [Constantin] Brancusi. O beijo como o núcleo de um átomo, com a nuvem de elétrons dançando em torno dele... A tribo e o totem... As pessoas e as instituições... o beijo e a música...’. Não ouvimos as pessoas dançando em torno de nós realmente quando beijamos?”.

ONDE E QUANDO ERNESTO NETO: DENGO Onde: Grande Sala Quando: 18/09 a 19/12 Patrocínio: Itaú e Redecard

Do Rio de Janeiro para o mundo A trajetória de Ernesto Neto, nascido no Rio de Janeiro em 1964, é internacional. O artista participa regularmente de exposições nos cinco continentes. Já mostrou seu trabalho nas bienais de São Paulo, Veneza, Sidney e Liverpool, entre muitas outras mostras importantes. No MAM, expôs no Panorama da Arte Brasileira. Acaba de realizar uma individual na prestigiosa Hayward Gallery, em Londres. Neto estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio, nos anos 1980. Foi lá que conheceu a obra de dois artistas referenciais para ele, Tunga (1952) e José Resende (1945). Lygia Clark (192088) e Hélio Oiticica (1937-80) também

fazem parte de seu repertório, que inclui literatura e arquitetura. Nos anos 1990, ganhou notoriedade ao produzir instalações com malhas de tule preenchidas com especiarias aromáticas. Entre suas obras, destaca-se O casamento, Lili, Neto, Lito e os loucos, exibida em 2000 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). O artista realiza uma obra semelhante a uma nave, no interior da qual se casa com a namorada Lili, então grávida de oito meses de Lito. Neto mantém com outros artistas o espaço A Gentil Carioca, no centro do Rio. O lugar é dedicado à experiência artística. “É um lugar de alegria”, afirma.

Ernesto Neto (Rio de Janeiro, RJ, 1964), Leviathan Thot, 2006. Tule de poliamida, malha de poliamida, isopor, 53 x 62 x 56 m. Instalação realizada no Panthéon de Paris. Foto: Marc Domage

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sala paulo figueiredo

O velocímetro de Colares Transitando entre o concretismo e a arte pop, Raymundo Colares explorou o ritmo intenso das cidades em obras de alto dinamismo

A arte de Raymundo Colares (1944-86) é uma experiência permanente. Ela lida com a vida, o movimento, a velocidade, com formas e cores que derivam da vida. Colares, por ironia, viveu pouco, mas intensamente. A exposição organizada pelo MAM, com curadoria de Luiz Camillo Osorio, resgata a vitalidade da obra de Colares. As laterais de ônibus urbanos são elementos recorrentes na produção do artista. Linhas, faixas, cores, formas, números são mostrados de maneira fragmentada em composições que oscilam entre o figurativo e o abstrato, remetendo o espectador à memória dos deslocamentos incessantes da vida nas grandes cidades. A exposição do MAM apresenta uma valiosa seleção de composições desse tipo. A curadoria também selecionou diversas obras da série Gibis, pela qual Raymundo Colares se tornou conhecido. Feitas para serem manipuladas, réplicas dessas obras são disponibilizadas para o livre manuseio do público visitante. A exposição é marcante. “Em cartaz simultaneamente com a Bienal de São Paulo, tenho a esperança de que seja também uma apresentação de Colares ao público internacional e que contribua para sua justa inserção no circuito globalizado da arte”, diz Osorio.

A presença de Colares é singular na cena experimental do final dos anos 1960 Segundo o curador, o artista mineiro teve sua produção concentrada em dois períodos: entre 1966 e 1972 – que corresponde ao agitado ambiente cultural dominado pela arte pop e pela cultura de massa nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil – e, depois, de 1980 até 1983. Para Osorio, “a presença de Colares é singular na cena experimental do final dos anos 1960”.

Raymundo Colares (Grão Mogol, MG, 1944 – Montes Claros, MG, 1986), Sem título, final da década de 1970. Óleo sobre madeira, 100 x 100 cm. Coleção Arthur Peixoto. Foto: Romulo Fialdini

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Raymundo Colares (Grão Mogol, MG, 1944 – Montes Claros, MG, 1986), Trajetórias, década de 1960. Tinta industrial sobre madeira, 100 x 100 cm. Coleção Ascânio MMM & Ana Maria Monteiro. Foto: Jaime Acioli / Gibi, década de 1970. Papel recortado e grampeado, 34 x 34 cm. Coleção Andrea e José Olympio Pereira. Foto: Romulo Fialdini / Gibi, 1970. Papel, 45,1 x 45,1 x 2 cm. Coleção MAM-SP, adquirido por intermédio do fundo para aquisição de obras para o acervo MAM-SP – Pirelli. Foto: Romulo Fialdini

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sala paulo figueiredo

É estreita a relação de Colares com o Museu de Arte Moderna do Rio Janeiro (MAMRJ), instituição que determinou boa parte dos caminhos da arte contemporânea brasileira. O artista estava no centro de um turbilhão de pessoas que participaram dos cursos realizados pelo MAM-RJ, gente como Hélio Oiticica (19371980) e Antonio Manuel. Cildo Meireles, Lygia Pape (1927-2004), Ascânio MMM e Artur Barrio também integravam seu círculo de amizades. “A obra de Colares”, observa o curador, “manteve-se focada no desdobramento da tradição construtiva atravessada por uma desinibição pop”. Os Ônibus e os Gibis, tão poderosos em sua figuração geométrica, são “determinantes na passagem e na articulação do moderno e do contemporâneo”. Osorio destaca que Colares soube atualizar a tradição

Na janela, o horizonte, a liberdade de uma estrada eu posso ver. Eu não sei por quanto tempo ainda vou pensar... Uma casa com quarto, a vontade de rever os amigos, uma carne seca na janela. Sabe, no fundo, no fundo tenho duas decisões. Rio (e também posso chorar)... Montes Claros (a vontade de ser útil)... Poema de Raymundo Colares escrito em Trento

construtiva sem sem a reduzir ao formalismo, revigorando-a com a urgência pop e a expressividade da nova figuração, movimento que teve a adesão de vários artistas brasileiros. Velocidade é um dos conceitos que ajudam a ampliar o entendimento da vida e obra do artista. Sua irmã, Therezinha Colares, diz que o ritmo do circuito das artes e da vida urbana o angustiava. “A família de Colares era de Montes Claros. Quando a barra pesou no Rio, nos anos 1970, depois de voltar da Europa, ele foi para lá. Nunca viveu como mendigo, apesar de sua opção pela vida à margem. Morou em Teresópolis e retomou as exposições em 1983”, afirma o curador.

Trento lhe parecia Montes Claros Segundo Therezinha, a angústia de Colares com a vida na metrópole transparecia em suas telas. “O choque das grandes cidades, a velocidade delas, o abalavam muito. Tanto é que, quando morou na Europa, preferiu Trento a Milão. Trento lhe parecia Montes Claros, onde vivemos. Uma cidade cercada de montanhas. Ele gostava de olhar e estar elevado. Os vales escondidos o faziam pensar na intimidade, no acolhimento. As montanhas de Minas e da Itália escondem e revelam. Colares gostava disso. Sei que ele foi um gênio e sofria muito com a sua sensibilidade extrema. Eu cuidei dele. Havia muita afinidade entre nós. Eu percebia o que acontecia.”

Raymundo Colares (Grão Mogol, MG, 1944 – Montes Claros, MG, 1986), Objeto-ônibus, 1968. Tinta industrial sobre metal, 231 x 100 x 20 cm. Coleção Luiz Buarque de Holanda. Foto: Jaime Acioli / Gibi, 1970. Papel recortado e grampeado, 44 x 44 cm. Coleção Andrea e José Olympio Pereira. Foto: Romulo Fialdini

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Tudo começou, segundo Therezinha, com uma pequena caixa de pintura. “A caixa era minha e eu dei para ele. Foi aí que ele abriu a caixa e começou a fazer seus trabalhos. Desde pequeno, tinha muito interesse por arte. Aqueles ônibus pintados vieram para dizer algo. Mas chegou um momento em que ele se cansou. Estavam sempre cobrando para que pintasse mais e mais”, lembra a irmã, que morou com Colares em Trento, em 1973. Therezinha também se recorda do trauma que sofreu com a morte por atropelamento de um dos nove irmãos, ainda criança. A tragédia marca sua trajetória. “Foi uma morte rápida por causa da velocidade. O Raymundo ficou com isso na cabeça e na sensibilidade”, comenta. Conversando ao telefone com a reportagem do Moderno MAM, Therezinha comenta: “A última obra que ele produziu está aqui na sala. Ela mostra, de forma bem diferente de tudo que ele fez, nosso pai e nossa mãe. Deixo-a à vista para que a família e os amigos vejam”, diz. Premonitória ou não, a pintura foi iniciada antes que Colares também fosse atropelado, em 1985, e concluída tempos depois no hospital de Montes Claros, onde um irmão médico cuidou dele, que morreu queimado na cama, um acidente até hoje não foi esclarecido. Onde e quando Raymundo Colares Onde: Sala Paulo Figueiredo Quando: 18/09 a 19/12 Patrocínio: Mantenedores do MAM-SP

A vida de Colares Nasce em Grão Mogol, pequena cidade mineira, em 1944. Aos 22 anos, cursa a Escola de Belas-Artes da UFRJ. Frequenta o ateliê de Ivan Serpa (1923-80), importante local de discussão sobre arte. Expõe na coletiva Nova objetividade brasileira, organizada pelo MAM-RJ em 1967. “Convidado por Antonio Dias, a exposição o introduz no circuito da arte. E a partir dela seguiram-se várias premiações”, comenta Camillo Osorio. Em 1968, produz os primeiros trabalhos em que representam laterais de ônibus de maneira gráfica e construtivista. As obras são realizadas sobre alumínio, o que desencadeia debates no circuito cultural carioca. Em 1970, ganha o prêmio-viagem no Salão Nacional de Arte Moderna. Parte para Nova York, Milão e Trento. Participa de várias exposições. Em 1972, participa do Panorama da Arte Brasileira, realizado pelo MAM-SP. Escreve poemas “concretos” e várias cartas. Após passagens pelo Rio de Janeiro e Teresópolis, fixa-se em Montes Claros. É atropelado e, durante sua internação, sofre um acidente no próprio hospital. Morre em 1986. Mostras póstumas ocorrem em várias cidades. Sua obra é comentada por críticos como Frederico Morais, Walter Zanini e Pietro Maria Bardi.

Raymundo Colares (Grão Mogol, MG, 1944 – Montes Claros, MG, 1986), Gibi, 1970. Papel recortado e colado, 44 x 44 cm. Coleção Andrea e José Olympio Pereira. Foto: Romulo Fialdini / Gibi (da série Decomposição de Volpi), década de 1970. Papel recortado e grampeado, 16 x 31 cm. Coleção Andrea e José Olympio Pereira. Foto: Romulo Fialdini

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festival de jardins

Verde que te quero verde O Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera, realizado em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e com o Domaine de Chaumont-sur-Loire, na França, trata de questões ambientais e da alimentação O MAM inaugura uma exposição ao ar livre no início da primavera. O Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera apresenta nove jardins de artistas e paisagistas do Brasil e do exterior, espalhados nas proximidades da marquise do parque. Os jardins propõem olhares diferentes sobre meio ambiente e alimentação, temas que aparentemente não têm uma relação direta. O festival do MAM é inspirado no prestigioso evento internacional de paisagismo realizado anualmente no castelo francês de Chaumont-sur-Loire, sendo uma iniciativa inédita de um museu brasileiro. Cada jardim ocupa uma área de aproximadamente duzentos metros quadrados. Apesar de muito diferentes entre si, os jardins têm algo em comum: superam conceitos tradicionais de jardinagem e paisagismo.

Os jardins foram projetados para causar estranhamento e reflexões sobre a relação do homem com a natureza e, conforme a proposta da curadoria, a cargo de Felipe Chaimovich (curador do MAM) e Chantal Colleu-Dumond (diretora do Domaine de Chaumont-sur-Loire), abordar a questão da alimentação – do corpo e do espírito. A marquise serve de referência à visitação. Os jardins não têm cercas e se abrem à circulação livre. A exposição pode ser aproveitada do início da manhã à meia-noite, enquanto o parque está aberto, de segunda a domingo. Em cada momento do dia, há um efeito diferente a ser explorado, o que incentiva várias visitas. As intervenções de artistas e paisagistas estrangeiros e brasileiros abordam o tema

Montagem de Le conservatoire des goûts et des couleurs [Conservatório de gostos e cores], de Dimitri Xenakis (Levallois Perret, França, 1964) e Maro Avrabou (Atenas, Grécia, 1960). Foto: Douglas Garcia

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da alimentação de maneira muito especial. Beatriz Milhazes, por exemplo, apresenta um jardim em forma de sol irradiante. O amarelo dos girassóis que predominam em seu jardim remete à riqueza de nutrientes das sementes dessas plantas, empregadas na culinária com benefícios à saúde. A pintura de Milhazes, colorida e orgânica, encontra ecos no jardim, intitulado Arpoador. Outro brasileiro, Pazé, fez seu jardim ao lado do auditório do parque. Ele é formado por elegantes e esbeltos mandacarus, típicos do sertão nordestino, onde são consumidos por homens e animais em tempos de seca. Quatro espécimes foram trazidos do interior da Bahia no final do inverno, e se adaptaram à poluição e ao frio paulistanos. A dupla formada por Ernesto Neto e Daisy Cabral Nogueira apresenta um lago metálico em seu jardim, instalado ao lado do prédio da Bienal. O trabalho remete à maternidade e à gestação, fonte de doação e local de acolhimento. O uso de espécies da Mata Atlântica produzem uma verdadeira epifania de vida e alimento neste Ovogênese, jardim. Também ao lado da Bienal, Erik Borja exibe um jardim no formato do ideograma chinês hé, que significa cereal. O jardim se abre em direção aos pontos cardeais por

meio de pórticos voltados para a espiritualidade e a sustentação da vida humana, aludindo à ecologia. Próximo a um dos lugares mais movimentados do parque, o jardim labiríntico de Florence Mercier atrai as atenções dos transeuntes. Telas agrícolas criam os espaços a serem percorridos que, vistos de longe, parecem uma grande crisálida. Quem está acostumado a ver campos cultivados logo identificará os pés de milho plantados no jardim de Louis Benech. A poucos metros da marquise, o trabalho está em constante mutação, já que as plantas estão em processo de crescimento. Dois outros jardins instalados entre a marquise e o Auditório Ibirapuera exibem-se de forma bem-humorada. Christine e Michel Péna tematizam a gastronomia evocando com seu jardim o costume francês de servir os pratos das refeições de maneira sucessiva. A forma do jardim lembra uma língua e é claramente inspirada na cobertura vermelha da entrada do auditório, desenhada por Tomie Ohtake. Bem ao lado dessa apetitosa refeição, a dupla formada por Dimitri Xenakis e Maro Avrabou apresenta um pequeno jardim que brinca com a fantasia dos urbanoides que acham que alimentos enlatados surgem de geração espontânea. A obra é formada por

Michel Racine (Rabat, Marrocos, 1942) e Béatrice Saurel (Paris, França, 1967) trabalhando em seu jardim Pique-nique à l’Ibirapuera [Piquenique no Ibirapuera]. Foto: Douglas Garcia

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festival de jardins

Confira a lista de artistas e jardins Beatriz Milhazes / Brasil / Arpoador Ernesto Neto & Daisy Cabral Nogueira / Brasil / Ovogênese, jardim Pazé / Brasil / Cereus Florence Mercier / França / Grain de couleur [Grão de cor] Louis Benech / França / Vergé etouffé par le champ [Pomar sufocado pelo campo] Michel Racine & Béatrice Saurel / França / Pique-nique à Ibirapuera [Piquenique no Ibirapuera] Christine & Michel Péna / França / Le jardin amuse-gueule [Jardim aperitivo] Erik Borja / Argélia / Ceréales [Cereais] Dimitri Xenakis & Maro Avrabou / França e Grécia / Le conservatoire des gout et des couleurs [Armazém de gostos e cores]

estantes e latas de conserva onde estão plantadas as espécies de hortaliças representadas nos rótulos. Por fim, o duo Michel Racine e Béatrice Saurel propõe um piquenique perto do bolsão de estacionamento, com toalhas estendidas. Nas árvores, como é costume em antigas culturas de vários lugares do mundo, foram amarradas roupas para espantar males e atrair saúde. Os jardins alimentares, observa Felipe Chaimovich, unem as histórias da França e do Brasil. Nos séculos XVI e XVII, os franceses vieram ao Brasil para realizar projetos de colonização em que produtos como legumes e verduras eram considerados tesouros. Prova disso foi a implantação de hortas ornamentais, nos quais flores e vegetais eram plantados em canteiros geométricos. “O Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera vai no sentido contrário ao do utilitarismo dos hortos alimentares: em lugar de sugerir o fomento a experimentos que aumentam a produtividade agrícola, o festival propõe uma experiência de jardim como obra de artifício”, afirma o curador. Entretanto, adverte. “O passeio pelas diversas construções jardinescas do festival opõe-se à ilusão de estarmos deitados eternamente

Vardo e Lai extraindo um mandacaru no sítio Alto Alegre, em Rafael Jambeiro, Bahia / Vardo, Vivi, Fábio, Lai, Romildo e Mundinho preparando o mandacaru para a viagem. Fotos: Pazé / Chegada dos mandacarus ao Ibirapuera. Foto: Helena Quintana

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em berço esplêndido e cercados por uma natureza inesgotável, tal como nos inspira a bem cuidada ambientação do Ibirapuera. Experimentando as nove criações, o visitante identifica a artificialidade do cultivo agrícola, pois cada jardim cria um mundo particular em meio ao amplo parque”, diz Felipe Chaimovich. Realizar um festival como este é, segundo o curador, dar continuidade à linha de investigação das relações entre arte e ecologia. O museu organizou recentemente a coletiva Ecológica, voltada para reflexões sobre o consumismo e o meio ambiente. Em 2008, o MAM realizou Frans Krajcberg: Natura, uma exposição da contundente produção de um artista pioneiro no campo da ecologia. O Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera é realizado em a colaboração da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, do Viveiro Manequinho Lopes e da Escola Municipal de Jardinagem. ONDE E QUANDO Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera Onde: entorno da marquise Quando: 22/09 a 31/12 Patrocínio: Nestlé

O festival na França O Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire foi criado em 1992 e já mostrou 430 jardins em suas oito edições. Trata-se de um panorama da criação paisagística de artistas, arquitetos, cenógrafos e paisagistas de todos os lugares do mundo. O festival é organizado pelo Domaine de Chaumont-sur-Loire, castelo que abriga hoje um importante museu francês, declarado patrimônio da humanidade pela Unesco. Os jardins são instalados na área em torno do castelo que foi construído no século X pelo conde de Blois. A rainha Catarina de Médicis o adquiriu em 1550. Ao longo dos séculos seguintes ele recebeu várias intervenções arquitetônicas. Chaumont sempre foi um lugar de música, encontros de artistas e concertos de compositores célebres. Mais informações no site www.domaine-chaumont.fr.

Plantio do jardim Cereus. Foto: Douglas Garcia / Remoção da proteção usada no transporte dos mandacarus. Foto: Helena Quintana / Vista parcial de Cereus. Foto: Douglas Garcia

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obra comentada

administração

O azeite da máquina O Setor Administrativo do MAM viabiliza exposições, projetos educativos e uma ampla gama de atividades pouco notadas pelo público

Luiz Braga, Árvore em Mosqueiro, 1991 Luiz Braga desenvolve uma extensa produção sobre a paisagem amazônica. Natural de Belém do Pará, ele fotografa sua região usando diversos filmes e lentes para criar efeitos cromáticos que conferem um ar mágico aos locais: se a região já é encantadora por si, ganha uma atmosfera fantástica pelo olhar do fotógrafo. A cidade de Belém debruça-se sobre o rio, sua principal via de acesso, com trânsito constante. Os habitantes locais acostumaram-se a sair e chegar à capital pela via fluvial e, pelo rio, foram alcançando outros pontos da região amazônica. A ilha do Mos-

queiro é um dos principais destinos de lazer dos moradores de Belém, com suas praias fluviais cheias de ondas. Nesta fotografia de Luiz Braga, uma praia do Mosqueiro ganha cores fantásticas na hora crepuscular, tendo como primeiro plano uma árvore que projeta uma impossível sombra verde para o entorno. Nessa situação, a copa parece inverter-se com o tronco, pois a coloração das folhas ganha o mundo, qual gigantesco abraço amazônico. Felipe Chaimovich, curador do MAM-SP

Luiz Braga (Belém, PA, 1956), Árvore em mosqueiro, 1991. Fotografia em cores, 39,5 x 59,4 cm. Coleção MAM-SP, doação Itaú

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Por trás das exposições do MAM há uma complexa e eficiente máquina administrativa. Se o chão está limpo, as luzes acesas e as obras fixas nas paredes, é porque uma equipe eficiente cuida desses e de muitos outros assuntos, que vão da infraestrutura do prédio do museu ao atendimento ao público. O MAM conta com um Setor Administrativo preparado para atender a todas as necessidades de uma instituição cultural de seu porte – e são muitas. Vale a pena conhecer seu funcionamento, ancorado nas melhores práticas empresariais, para entender as demandas logísticas de um dos principais museus do país. Como qualquer instituição que possui diretrizes corporativas claras e busca manter a saúde financeira, o MAM tem um organograma funcional bem estabelecido, em que a Superintendência Geral está sob a responsabilidade de Bertrando Molinari. A superintendência supervisiona inclusive o Setor Administrativo do museu, cuidando que a harmonia dos fluxos internos do museu seja a chave de uma gestão transparente e bem-sucedida.

Um prato cheio para estudantes de gestão cultural

“Isto aqui é uma escola. Sempre se aprende com a postura administrativa do museu”, declara a gerente Nelma Raphael. Sob sua orientação, os catorze profissionais que integram a equipe da administração trabalham para que o funcionamento da máquina de exposições e demais atividades não sejam interrompidos. Nelma e o controller Jorge Cavalcanti explicam que esse maquinário é complexo, mas funciona com uma engenharia fascinante. “Um prato cheio para estudantes de gestão cultural.” “O público externo está interessado no produto final e no processo criativo que o levou até a sala expositiva. Por isso, as pessoas que trabalham nas atividades-meios não podem motivar-se pela apreciação do público externo e pelo sentimento autoral. Elas se motivam pela apreciação dos seus

O jardineiro do MAM Carlos Tiago dos Santos Lima Moura pega seus instrumentos de trabalho na obra Expediente (1978), de Paulo Bruscky (Recife, PE, 1949), exibida na exposição Ecológica. Foto: Celisa Beraldo

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administração

pares e pela qualidade objetiva do trabalho que realizam. Sua atuação é reconhecida não pelo que fazem, mas pelo como fazem”, avalia Bertrando Molinari. O superintendente do MAM deu continuidade a uma série de práticas corporativas introduzidas em 2005 pelo diretor do museu Claudio Galeazzi e sua respeitada empresa de consultoria, a Galeazzi & Associados. Entre as especificidades da gestão implantada, devese destacar a atuação do Comitê Gestor de Caixa. Trata-se de um grupo rotativo formado por seis funcionários de diferentes setores do museu, que se reúne semanalmente para analisar orçamentos e pagamentos. É norma da instituição que toda e qualquer despesa seja realizada mediante a análise de três orçamentos pelo comitê, cujos membros têm autonomia de decisão e participam do contexto das necessidades do museu. “É uma ótima

oportunidade para que funcionários de todos os setores conheçam parte da dinâmica administrativa do museu”, diz Jorge Cavalcanti. Por outro lado, o MAM realiza sistematicamente seu Business Plan (plano de negócios), em que fixa metas corporativas anuais. Ética e transparência estão, claro, nos fundamentos da política administrativa do MAM. “Temos auditorias que garantem que os procedimentos aconteçam corretamente”, diz Nelma Raphael. O sucesso da gestão administrativa do MAM – caixa confortável, ampliação do acervo, melhoria da infraestrutura – coroa os esforços iniciados em 1995, com a chegada de Milú Villela à presidência e a progressiva consolidação da instituição no cenário nacional e internacional. O MAM também possui um setor de projetos exclusivamente dedicado à obtenção

Bastidores Recursos Humanos Começou a ser reestruturado em 2009, visando, entre outras frentes de trabalho, à melhoria da comunicação interna. Promove intercâmbio com o RH de outras instituições culturais. Tecnologia da Informação

de recursos por meio das leis de incentivo à cultura. Os recursos recebidos por meio de projetos governamentais nos âmbitos federal, estadual e municipal viabilizam diretamente as exposições e os programas educativos do museu. Para quem não domina os conceitos de administração e negócios, o assunto pode parecer um emaranhado de informações de difícil acesso. No entanto, vale saber como se desenvolvem esses processos.

Trabalhamos sempre com antecipação O funcionamento do MAM em 2010 é consequência do trabalho realizado pela equipe de projetos em 2009. “As exposições e a manutenção dependem do que é contemplado nesses projetos”, observa Nelma. Da mesma maneira, o orçamento de 2011 já está pronto e sendo analisado pelos órgãos competentes. Para evitar surpresas e administrar os resultados com eficiência, o setor se abastece de farta documentação legal. “Trabalhamos sempre com antecipação, para que as análises dos órgãos governamentais tenham facilidade nas deliberações”, afirma Jorge. “Nossa dedicação é total para que se cumpram as exigências e o museu funcione como merece”, sintetiza Nelma.

Niltinho e Zizi, do Setor de Conservação de Patrimônio, em ação no Jardim de Esculturas. Foto: Celisa Beraldo

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O sistema ERP (Enterprise Resource Planning) da Microsoft faz com que o MAM tenha um funcionamento ágil e uma base de dados estruturada e confiável. Patrimônio Manutenção, segurança, limpeza e infraestrutura são as atribuições da área. Financeiro As contas a pagar e receber, conciliação bancária, tesouraria e contabilidade estão vinculados a esse setor. Projetos Em média, 75% dos recursos do MAM provêm de patrocínio via leis de renúncia fiscal; 15%, de negócios (loja, restaurante, cursos, sócios individuais). Os 10% restantes são oriundos de convênios com o Ministério da Cultura. Compras Área fundamental, responsável pela eficiência na realização de orçamentos e compras de materiais e serviços.

A equipe do Setor Administrativo do MAM. Da esquerda para a direita: Mariana Valente, Nathalia Sofiatt Ioshida, Luiz Custódio da Silva Júnior, Bruna de Andrade, Marcelo Conceição, Nelma Raphael, Nilma Maria de Oliveira, Gilmar Mesquita Soares, Rafael Pires, Paulo Rodrigues da Silva, Jorge Cavalcanti e Rogério Cano. Foto: Celisa Beraldo

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perfil contemporâneo

painel do sócio

Generosidade na atitude e no olhar Conheça o perfil deste sócio apaixonado por arte e investidor em cultura

Reflexos na mira O curador Cauê Alves escreve sobre o trabalho do artista e designer Carlito Carvalhosa As gravuras que Carlito Carvalhosa realizou para o Clube de Colecionadores de Gravura do MAM-SP são feitas em metal. Mas, em vez de o sócio adquirir uma impressão em papel, como geralmente ocorre, é como se ele recebesse a própria “matriz” do trabalho. E há várias “matrizes”, umas diferentes umas das outras. Todas são superfícies reflexivas, quase como espelhos distorcidos e apagados que refletem o público. Esses trabalhos podem revelar a nossa própria face descarnada, como se mostrassem não apenas a aparência externa, mas a carne e os músculos que estão sob a pele. As saliências e relevos gravados na superfície se tornam também protuberâncias do nosso rosto. O fato de o trabalho ter um formato vertical acaba reforçando a aparência de

retrato. Há nele algo dos retratos de Francis Bacon. Mas as gravuras de Carvalhosa são quase perfuradas, e a deformação que elas provocam surge de uma agressão deliberada sobre as chapas de metal. Há uma violência sutil nelas, como se trouxessem marcas de tiros. Entretanto, a força dos “tiros” não é suficiente para perfurar o metal. É como se o ataque que vem por trás da chapa transformasse a gravura em uma espécie de proteção ou escudo, apesar da espessura relativamente fina. Há nessas gravuras um enigma e uma ambiguidade que as deixam completamente abertas. Como são espelhadas, cada um que se aproximar delas terá uma visão distinta. Cauê Alves é professor da PUC-SP e curador do Clube de Colecionadores de Gravura do MAM-SP

Carlito Carvalhosa (São Paulo, SP, 1961), Regra de dois, 2010. Alumínio, 66,6 x 50 cm. Coleção MAM-SP, doação do artista por intermédio do Clube de Colecionadores de Gravura. Tiragem: cem exemplares numerados; seis composições diferentes. Fotos: Carlito Carvalhosa

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O engenheiro Alfredo Rizkallah é um contador de histórias. Fala com paixão sobre arte, arquitetura, finanças. Filosofa sobre o mundo que passa sob a janela de seu escritório na avenida Paulista. Nas paredes, obras impactantes da arte contemporânea brasileira. Sócio do MAM na categoria Parceiro desde março de 2004, o ex-presidente da Bolsa de Valores de São Paulo é preciso e elegante no uso das palavras. Frequenta o circuito das artes há quarenta anos. “É uma parte essencial da minha vida. Não é hobby. É algo de que não posso me privar. A arte tempera tudo. É por isso que formei uma pequena coleção. Ela exprime humanismo, o que é imprescindível neste mundo de velocidade, superficialidade, competição e solidão”, afirma com serenidade. Para Rizkallah, arte não se limita a decoração. “A arte serve para lapidar a vida. Recompõe os traços de humanidade e amor pela natureza. É uma forma de criar arestas e mundos novos.” A relação de Rizkallah com o MAM é intensa. “A administração do museu permite florescer os propósitos artísticos em que acredito. A educação proporcionada pelo museu é cada vez mais necessária. O MAM traz surpresas num país carente de museus de qualidade e que, diante do crescimento econômico, favorece mais a formação de

coleções particulares do que as públicas, o que é uma pena.” Em sua opinião, doar deveria ser um hábito saudável e incentivado. Ele faz sua parte generosamente, mas lamenta que as leis de incentivo não favoreçam deduções de impostos para pessoas jurídicas. “O governo deveria olhar para isso como um dos motores para alavancar museus, universidades, centros hospitalares e outras instituições.” Com muitas histórias para contar, Rizkallah diz que começou a trabalhar atrás de um balcão. Nos anos 1970, fez projeções sobre a posição global brasileira para a revista Time. E continua em plena atividade. Aposta, sim, em mudanças econômicas, esperando que arte, cultura e educação façam parte da cartilha de todos.

O sócio Alfredo Rizkallah em seu escritório na avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Hugo Toni

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agenda moderna

notas

Confira a programação de eventos, cursos e oficinas promovidos pelo MAM para este trimestre

OUTUBRO Visitas educativas Visitas realizadas pelos educadores do museu às exposições em cartaz 01/10 a 31/10 / terça a domingo / 10h-18h / gratuito Família MAM Atividades para famílias, dirigidas por educadores 03/10 / domingo / 15h / gratuito Arte e cultura no Brasil Curso com a crítica Magnólia Costa 07/10 / quinta / 15h / R$ 230 Visita guiada à exposição Festival de Jardins 16/10 / sábado / 11h / gratuito / exclusivo para sócios Contatos com a arte para professores Atividade para professores 18/10 / sábado / 14h-18h / gratuito, vagas limitadas Arte é poder? Curso sobre a Bienal de São Paulo com a crítica Magnólia Costa 21/10 / quinta / 20h15 / R$ 240

Oficina de animação em stop motion com Karina Bacci e Renata Madureira 25/10 / segunda / 16h-17h30 / gratuito / interpretação em libras

Visita guiada às exposições Ernesto Neto e Raymundo Colares 20/11 / sábado / 11h / gratuito / exclusivo para sócios

Curso de história da arte com a crítica Magnólia Costa 26/10 / terça / 20h30 / exclusivo para sócios

Curso de história da arte com a crítica Magnólia Costa 23/11 / terça / 20h30 / exclusivo para sócios/

Visita guiada às exposições Ernesto Neto e Raymundo Colares 30/10 / sábado / 11h / gratuito / exclusivo para sócios

Família MAM Atividades para famílias, dirigidas por educadores 29/11 / domingo / 15h / gratuito

novembro

dezembro

Visitas educativas Visitas realizadas pelos educadores do museu às exposições em cartaz 01/11 a 30/11 / terça a domingo / 10h-18h / gratuito

Visitas educativas Visitas realizadas pelos educadores do museu às exposições em cartaz 01/11 a 19/11 / terça a domingo / 10h-18h / gratuito

Visita guiada à exposição Festival de Jardins 06/11 / sábado / 11h / gratuito / exclusivo para sócios

Visita guiada à exposição Festival de Jardins 04/12 / sábado / 11h / gratuito / exclusivo para sócios

Oficina de animação em stop motion com Karina Bacci e Renata Madureira 08/11 / segunda / 16h-17h30 / gratuito / interpretação em libras

Visita guiada às exposições Ernesto Neto e Raymundo Colares 18/12 / sábado / 11h / gratuito / exclusivo para sócios

Alunos da Escola Estadual D. Pedro I em visita à exposição Ecológica. Foto: Iracy Ferreira / Professores da Aliança pela Infância visitam a exposição Ecológica e assistem à narração de histórias da educadora Mirela Estelles. Foto: Iracy Ferreira / Alunos do Colégio Universitário Morumbi durante a atividade “A sombra que me assombra”, criada pelos educadores do MAM para a exposição Ecológica. Foto: Dante Felgueiras

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Notas do MAM

É fácil ser parceiro O MAM está estimulando uma parceria bastante interessante. Você faz um investimento nas atividades do museu e tem dedução integral do imposto de renda pela Lei Rouanet. Pessoas físicas podem investir até 6% do imposto devido; para as jurídicas, o limite é de 4%. A contribuição possibilita ao MAM realizar exposições, adquirir obras para o acervo e manter ativos diversos programas educativos e de acessibilidade. As condições para integrar o time de parceiros do MAM são atraentes. Faça a sua adesão escrevendo para parceiros@mam.org.br.

de Hércules Barsotti, Lucia Koch, Hélio Oiticica, Rodrigo Matheus, Leonilson, Almir Mavigner e até uma performance de Laura Lima estarão fora da reserva técnica para ganhar o olhar do público. A lista dos requisitantes é de peso. A Bienal de São Paulo, a Akademie der Künste em Berlim, o Paço Imperial no Rio de Janeiro e o Centro Cultural São Paulo exibirão obras emprestadas do MAM. Aos retardatários, boas notícias O Setor de Cursos, cria novas possibilidades para os retardatários. A partir de 7 de outubro, acontece o curso de Arte e cultura no Brasil, ministrado pela professora Magnólia Costa. Ela aborda a arte brasileira moderna e contemporânea

relacionando-a a arquitetura, literatura, música e cinema. O curso dura dois meses. No dia 19 de outubro, Magnólia inicia o curso Arte é poder?, uma reflexão sobre a 29ª Bienal de São Paulo. São quatro encontros com visitas à exposição. Informações e inscrições: cursos@mam.org.br. Ticket oferece entrada gratuita no MAM de 5 a 15 de novembro A 4ª Semana Ticket Cultura & Esporte, que acontece de 5 a 15 de novembro, terá mais de duzentas atrações gratuitas e abertas ao público: além do acesso gratuito ao MAM, haverá atividades de cinema, teatro, circo, música, esporte, incentivo à leitura e educação ambiental. Mais informações no site www.ticket.com.br.

Exportação cultural Obras do acervo do MAM são requisitadas para integrar exposições em instituições brasileiras e estrangeiras. Até 2011, um grande conjunto de obras será visto em sete mostras diferentes. Trabalhos Lúcia Koch (Porto Alegre, RS, 1966), Tetra Pak, 2002. Fotografia em cores, 263 x 344,5 cm. Coleção MAM-SP, doação Ursula Erika Marianna Baumgart / Rodrigo Matheus (São Paulo, SP, 1974). Multiplac, 2002. Fórmica sobre aglomerado e metal, 250 x 360 x 4 cm. Coleção MAM-SP, doação Alcides Tápias. Foto: Luigi Stavale

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MANTENEDORES

MASTER

Casa da Chris DM9DDB Gusmão & Labrunie – Prop. Intelectual Jokerman Postais Seven English – Español Apoio CULTURAL

Sênior Plus

Credit Suisse Levy Salomão Advogados

Alves Tegam Century Consulting D-Link Fiap Fundação Victor Civita Grupo Belfort Interfile James Lisboa Escritório de Arte KPMG Auditores Independentes Marítima Seguros Paulista S. A. Empreendimentos São Paulo Convention & Visitors Bureau Leonor Flores e Decorações Complexo Educacional FMU Cristália Revista DiVino projetos especiais

SÊNIOR

Abril Almanaque Brasil Banco Espírito Santo Banco Safra BNP Paribas Companhia de Seguros Aliança do Brasil Deca DPZ Folha de S.Paulo Itautec Pirelli Rádio Bandeirantes 3M do Brasil O Estado de S. Paulo PLENO

Bloomberg Editora Escala Farol Filmes GNT/Globosat Itaú Cultural Itaú Seguros Livraria Cultura PricewaterhouseCoopers Saint Paul Escola de Negócios Ticket TV Globo Revista DASartes

Setor educativo

Patrocínio Santander Apoio Instituto Votorantim setor acessibilidade

Itaú BBA Comgás incentivo

Ministério da Cultura Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Prefeitura da Cidade de São Paulo Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo

Realização

Museu de Arte Moderna de São Paulo Editora-chefe

Magnólia Costa Jornalista responsável

Washington Dellacqua (Mtb 13.995) assistente editorial

Laura Moreira Produção editorial

Mariana Trevas Projeto editorial

Parque do Ibirapuera Portão 3 tel 11 5085-1300 www.mam.org.br Aberto de terça a domingo e feriados Horários

Terça a domingo e feriados, das 10h às 18h Entrada R$5,50

Meia-entrada para estudantes, mediante apresentação da carteirinha. Gratuidade para menores de dez e maiores de 65 anos, sócios do MAM e funcionários das empresas parceiras

Editora Anônima

Entrada gratuita aos domingos

Projeto gráfico

Agendamento de grupos

Martha Tadaieski Imagem da capa

Ernesto Neto (Rio de Janeiro, RJ, 1964) Leviathan Thot, 2006 Tule de poliamida, malha de poliamida, isopor, 53 x 62 x 56 m Foto: Marc Domage Impressão

Arvato tiragem

20.000 exemplares O Moderno MAM agradece a generosa colaboração de Carlito Carvalhosa, Celisa Beraldo, Helena Quintana, Hugo Toni, Laura Moreira, Pazé e Vicente de Mello

tel 11 5085-1313 educativo@mam.org.br Acesso a deficientes físicos Estacionamento com Zona Azul FOTOGRAFIAS. A fotografia de quaisquer obras expostas

deve ser feita exclusivamente para finalidades privadas, sendo vedada sua exposição pública sob qualquer meio ou sua exploração sob qualquer modalidade, nos termos dos artigos 77 a 79 da Lei de Direitos Autorais (Lei nº 6910, de 19 de fevereiro de 1998)


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