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to, válido particularmente para o primeiro semestre, ocorrerá aumento da taxa de inadimplência, fator que as empresas e o sistema financeiro levarão em conta em seus negócios futuros. O governo conseguiu em 2008 manter o superávit primário em patamares elevados. Mas fez isso da pior maneira, com aumento da arrecadação e não com ajustes de eficiência e cortes de gastos. Com o consumo crescendo a taxas de 10% a arrecadação atingiu novos patamares recordes. Ainda assim, a obtenção de um superávit primário superior aos 4,25% estimados no início do ano, agregada à redução de juros médios, permitiu reduzir a relação dívida/PIB.
condição de candidato efetivo ao bloco dos países desenvolvidos. Para isso, o país precisa retomar as reformas citadas e promover outras de caráter microeconômico, que melhorem o ambiente de negócios, reduzam a burocracia e elevem fortemente o grau de segurança jurídica. Finalmente, no ano passado, o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) continuou a ser uma quimera, sem efeitos práticos, que ficaram mais uma vez transferidos para o ano seguinte. Espera-se que este ano o governo consiga, finalmente, direcionar seus gastos no sentido dos investimentos, tão importantes para consolidar a capacidade de crescimento do país.
A continuidade do aumento de gastos do governo permanece como um ponto crítico da economia nacional, pois compromete o controle da dívida pública e seu equilíbrio de longo prazo. Apesar de ter conseguido reduzir em 2008, a dívida pública em relação ao PIB, principalmente por causa da arrecadação recorde e do crescimento do próprio PIB, o governo não foi capaz de aproveitar o bom momento para gerar reservas estratégicas, elevando o superávit primário, por exemplo, para a casa dos 6% e reduzindo as taxas de juros a patamares mais condizentes com a situação do Brasil. Foi feito o contrário: elevou-se o gasto público e a taxa de juros, comprometendo a queda da dívida e o equilíbrio de longo prazo. Esperase que este ano não prevaleça essa ausência de visão e de empenho, que tem sido a pior inimiga do crescimento sustentável e de longo prazo no país. O Brasil precisa de uma relação dívida/PIB menor, de um colchão maior de reservas públicas e de um equilíbrio fiscal de longo prazo, robusto o suficiente para atravessar momentos de perda de arrecadação. Apesar dos avanços obtidos no ano passado, a paralisia de reformas no âmbito tributário, previdenciário, trabalhista, administrativo e burocrático afastou o Brasil da
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