2015 - O ano da autossuficiência

Page 1

MACAÉ OFFSHORE 1


2 MACAÉ OFFSHORE


ÍNDICE / CONTENTS

Matéria de capa | Report of Cover

30 34

Autossuficiência à vista Self-sufficiency in sight

Agência Petrobras

Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Sabatina | Highlights Sabatina Macaé Offshore Macaé Offshore’s highlights Marcelo Crivella Marcelo Crivella Lindberg Farias Lindberg Farias Luiz Fernando Pezão Luiz Fernando Pezão Garotinho Garotinho

14 14 15 17 18 20 22 24 26 28

Articulando | Articulating

O papel do RH na Retenção de Talentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 The role of the HR in the Retention of Talents.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Entrevista | Interview Maurício Tolmasquim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Maurício Tolmasquim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10 12

Gestão | Management

RJ se consolida como a meca dos investimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 RJ becomes the new mecca of investments. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Exploração & Produção | Exploration & Production

40 Ship-to-Ship Operations warms up the Shipbuilding industry . . . . . . 41 Operação Ship to Ship aquece indústria naval . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Empresas & Negócios | Companies & Business

Montanha-russa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 Roller coaster. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

Desenvolvimento | Development Colunas | Columns

Inteligência Competitiva Competitive intelligence Glauco Nader

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

Destaque Jurídico Juridic Highlight Maria d´Assunção Costa

Rede Petro-BC Rede Petro-BC Ive Talyuli

O desafio da logística de pessoas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 The challenges of the personnel logistics. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

46 47

Inteligência comercial no setor de petróleo e gás Commercial intelligence in the oil and gas sector

48 49

Irrational Exuberance Irrational Exuberance

50 51

Da unitização à individualização da produção From production unitization to individualizationy Rede Petro-BC - os eventos e o estímulo a novos negócios Rede-Petro-BC - The events and the boost for new business opportunities

57 58

Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

MACAÉ OFFSHORE 3


CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

De olho nas urnas Pensar, planejar e executar. O tripé que sempre acompanha o desenvolvimento de vários setores da economia, também se aplica à indústria de óleo e gás. De fato, é na conjunção dessas prerrogativas que reside o sucesso de qualquer empreendimento, seja ele de pequeno, médio ou grande porte. E, em ano de eleição, essas condições ganham ainda mais relevância. Se, por um lado, cabe às companhias a tarefa de aplicar investimentos, desenvolver tecnologia e gerar empregos, por outro, são os governos os responsáveis por formular políticas que atraiam os empresários do setor, dando a eles a sensação de segurança e previsibilidade para os seus negócios. Conhecer melhor os programas dos candidatos ao governo do Estado que é responsável por 72% da produção de petróleo, e que vão gerar investimentos da ordem de US$ 400 bilhões para os próximos anos, é de grande importância, não somente para os executivos das grandes

companhias de petróleo, como, também, para empresários da cadeia produtiva. Afinal, o segmento exige planejamentos de longo prazo e não comporta improvisos de qualquer espécie. De maneira inédita, a Macaé Offshore decidiu sabatinar os quatro candidatos ao governo do Rio de Janeiro melhor posicionados em pesquisas de opinião para informar aos nossos leitores os seus projetos políticos para o mercado de óleo e gás. Assim, mais uma vez, nós, da Macaé Offshore, estamos certos de que estamos contribuindo para o avanço da discussão sobre pontos cruciais deste segmento. Num ano de grandes expectativas para o futuro do País, estimular o debate é tarefa mais do que obrigatória para um veículo de comunicação que tem como abordagem uma das mais dinâmicas indústrias no Brasil e no mundo. Boa Leitura

Eyes on the urns Think, plan, do. The tripod that is constantly following the development of several economy sectors also applies to the oil and gas industry. In fact, it lies in the combination of such prerogatives the success of any enterprise, be it either small, mid or big-sized. And as it is an election year, such conditions stand out even more. If on one hand, it falls upon the companies the task of applying investments, developing technologies and generating jobs, on the other, the governments are in charge of formulating policies that attract businessmen to the sector, providing them the feeling of safety and predictability to their business. Knowing more about the programs of the candidates racing to get to the State – which is responsible for 72% of the oil production in Brazil and whose investments will be around US$ 400 billion within the next years – is of great importance not only to executives from major oil companies, but also to 4 MACAÉ OFFSHORE

businessmen from the production chain. After all, the segment requires longterm planning and cannot afford any improvisations whatsoever. In a totally new article, Macaé Offshore decided to interview the top four candidates to the State of Rio de Janeiro according to the polls with the purpose of informing our readers about their political projects for the oil and gas industry. Then and again, we – from Macaé Offshore’s team – are certain that we are contributing to the progress of the discussions about crucial points of that segment. In a year of great expectations concerning the future of the country, to stimulate such debate is a morethan-mandatory task for a communication media whose main subject is one of the most dynamic industries in Brazil and abroad. Good Reading

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Dado Galdieri/Bloomberg A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga (MTb. 050598/00) Rodrigo Leitão Flávia Domingues (MTb. 27478/RJ) redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Luiza Valente comercial.rio@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Prowords Translations Services Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 77ª Edição - Agosto/Setembro 77th Edition - August/September Tiragem: / Copies: 10.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br

A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


MARÉ ALTA / HIGH TIDE

Divulgação / Marintech

On the right path

Autoridades do setor naval reunidas na mesa de abertura da South America - Navalshore 2014 Authorities from the naval sector gathered at the opening of the South America - Navalshore 2014

Rumo certo

O Brasil está caminhando a passos largos para tornar sua indústria naval e offshore uma protagonista cada vez mais atuante no cenário internacional. Este é o balanço da Marintec South America - 11ª Navalshore, evento que reuniu empresas, lideranças governamentais e setores e especialistas do setor no Rio de Janeiro (RJ). Um sinal da estabilidade da indústria naval e offshore é a consolidação das regras de Conteúdo Local (CL) entre as empresas que atuam no País. Em parte, isso se deve à postura da principal compradora de produtos e serviços, a Petrobras.

De acordo com o coordenador-geral de Petróleo, Gás e Naval do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), João Rossi, a indústria nacional precisa aproveitar o momento positivo. “Temos uma previsão de R$ 199 bilhões de investimentos entre 2014 e 2018, segundo dados do BNDES e, desse total, mais de 45% deste valor total de investimentos vão para a indústria. Isso será um desafio para que as empresas nacionais cumpram os requisitos de Conteúdo Local”, diz.

Brastech entrega embarcação

A Brastech – empresa especializada na inspeção e reparo de Risers de Perfuração, Juntas Telescópicas e Flutuadores e na revitalização, locação e manutenção de Baleeiras, Balsas e Embarcações Salva-vidas, de Serviço e Militares -, anunciou a entrega da segunda embarcação à Ecovix. Do tipo RIB 6.01 LRG Solas Fast JET, a embarcação a diesel, é equipada com motor de centro com hidrojato e tem capacidade para seis pessoas. A embarcação de resgate será instalada no FPSO P-67 da Petrobras, que realizará atividades de exploração e produção no pré-sal.

Brazil is on a stride to turn its shipbuilding and offshore industry in a protagonist ever more active in the international scenario. This is one of the many outcomes from the Marintec South America – 11th Navalshore, an event that gathered companies, government and sector leaders and specialists in Rio de Janeiro (RJ). A sign of stability in the shipbuilding and offshore industry is the consolidation of Local Content (CL) rules between companies operating in the Country. In part, this is a result of the position adopted by the main acquirer of products and services, Petrobras. According to the general coordinator of Oil, Gas and Shipbuilding of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), João Rossi, the domestic industry needs to seize the opportunity and take advantage of this positive moment. “We have a forecast of R$ 199 billion of investments between 2014 and 2018, according to data from BNDES and from that amount, more than 45% of the total investment value goes to the industry. It will be a challenge to enforce local companies in the compliance with Local Content requirements”, he said.

Brastech delivers vessel Brastech – a company specialized in the inspection and repair of Drilling Risers, Slip Joints and Floaters and in the restoration, lease and maintenance of Lifeboats, Liferafts and Rescue, Service and Military Ships – announced the delivery of the second vessel to Ecovix. Of the RIB 6.01 LRG Solas Fast JET type, the diesel-powered vessel is equipped with a central water jet engine and has capacity to six persons. The rescue vessel will be installed in Petrobras’ FPSO P-67, which will perform exploration and production activities in the pre-salt. MACAÉ OFFSHORE 5


MARÉ ALTA / HIGH TIDE

Mais navios para o pré-sal No terceiro trimestre deste ano, o FPSO Cidade de Ilhabela, que vai operar no pré-sal será entregue pelo estaleiro Brasa, localizado na cidade de Niterói. O navio já está com 95,7% das obras concluídas. FPSOs são unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás. O estaleiro já conta em sua carteira de projetos até o primeiro trimestre de 2016 mais duas embarcações idênticas ao Cidade de Ilhabela, cada

Sem trégua uma com capacidade para processar 150 mil barris de petróleo por dia. Essas embarcações vão contribuir para as metas previstas no Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 20142018 de acrescentar 1 milhão de barris de petróleo na produção diária em 2017. O FPSO Cidade de Ilhabela, que tem o primeiro óleo previsto para o terceiro trimestre de 2014, está programado para operar no campo de Sapinhoá Norte, na Bacia de Santos. O casco chegou ao Brasil em dezembro de 2013.

More ships to the pre-salt On the third quarter of this year, the FPSO Cidade de Ilhabela, which is intended to be operated in the pre-salt, will be delivered by the shipyard Brasa, located in the city of Niterói. The ship is already 95.7% concluded. FPSOs are floating units of production, storage and offloading of oil and gas. The shipyard will include up to the first quarter of 2016 two more vessels in its project portfolio, which are identical to Cidade de Ilhabela, each one

with capacity to process 150 thousand barrels of oil per day. Those vessels will contribute to the goals set in Petrobras’ Management Business Plan 2014-2018 of adding 1 million barrels of oil in the daily production by 2017. The FPSO Cidade de Ilhabela, which has its first oil expected to the third quarter of 2014, is scheduled to commence operation in the field of Sapinhoá Norte, Santos Basis. The hull arrived at Brazil on December 2013.

FMC Technologies entrega cinco manifolds à Petrobras A FMC Technologies anunciou que recebeu encomenda de cinco manifolds submarinos da Petrobras para os campos do pré-sal. A encomenda faz parte de um contrato de 2013 que contempla a aquisição de 16 manifolds submarinos.

No total, a FMC Technologies já recebeu encomendas da Petrobras para 19 manifolds submarinos para o pré-sal. Projetados e fabricados no Brasil, os equipamentos estão programados para serem entregues a partir de 2015.

FMC Technologies delivers five manifolds to Petrobras FMC Technologies announced that Petrobras ordered five subsea manifolds for the pre-salt fields. The order is part of a contract from 2013 concerning the acquisition of 16 subsea manifolds. 6 MACAÉ OFFSHORE

FMC Technologies has received so far a total of 19 orders from Petrobras for subsea manifolds intended to the pre-salt. Designed and manufactured in Brazil, the equipment is scheduled to be delivered by 2015.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai passar a cobrar royalties sobre o petróleo e gás natural produzidos em testes de formação de poços. Até então, a agência isentava do pagamento os volumes queimados por motivos de segurança e emergência e perdidos durante os testes de formação nos poços. Segundo a ANP, a diretoria da agência decidiu revisar as regras diante das perspectivas de aumento da produção do pré-sal, onde os volumes produzidos nos testes de poço têm sido elevados e podem ser aproveitados economicamente pelo operador. As novas regras são válidas tanto para os contratos de concessão como para os de partilha de produção e cessão onerosa. De acordo com o novo regulamento, as petroleiras terão de pagar royalties se houver aproveitamento econômico do volume produzido na fase de exploração das áreas. Os testes de formação visam identificar características do reservatório, como os tipos e vazão dos fluidos, além de avaliar a extensão de uma jazida.

No truce The National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) will start charging royalties on the oil and natural gas produced in well formation tests. Before that, the agency used to exempt burnt volumes from payments due to safety and emergency reasons, as well as due to lost volumes during formation tests in wells. According to ANP, its board decided to review rules against the pre-salt production increase perspective, as volumes produced in well tests have been increasing and can be economically used by the operator. The new rules are valid for both concession agreements and shared production and onerous assignment ones. According to the new regulation, oil companies will have to pay royalties if there is any economic use of the volume produced during the area exploration phase. Formation tests seek to identify reservoir characteristics, such as fluid types and flow rates, in addition to assess the extension of a deposit.


MARÉ ALTA / HIGH TIDE

MACAÉ OFFSHORE 7


ARTICULANDO

RH

O papel do na Retenção de Talentos Por Andrea Dalmaso*

O

investimento num sistema logístico offshore eficiente e seguro permite que empresas explorem vantagens competitivas. Com um desempenho seguro, é possível direcionar esforços a produtos mais compatíveis com o mercado de atuação. O resultado é um maior rendimento e, consequente, sucesso no negócio junto com os seus parceiros e clientes. Durante a história da logística e operações em portos, terminais, navios e plataformas de exploração, uma série de acidentes na operação envolvendo o transporte de equipamentos e produtos químicos foi tratada, inicialmente, apenas de maneira corretiva. No Brasil, a partir de 1988, empresas começaram a adotar uma visão mais preventiva, com aplicação e disseminação de conhecimentos relacionados à implementação de um “Plano de Gerenciamento de Riscos” (PGR). O objetivo principal desta metodologia é identificar as hipóteses, vulnerabilidades e os cenários acidentais nos terminais e cenários de operações relacionados. A proposta do PGR é identificar não conformidades de caráter preventivo ou mitigador de risco por empresas, mesmo em áreas comuns, de locais destinados à movimentação e ao armazenamento de substâncias químicas embaladas ou a granel em terminais. O plano também deve apresentar recomendações relacionadas a instalações, com medidas corretivas a serem aplicadas por todas as empresas para reduzir e mitigar possíveis desvios que reduzam acidentes e ampliar

8 MACAÉ OFFSHORE

a agilidade de resposta à emergência nos terminais. As técnicas para identificação de perigos a pessoas, patrimônio e meio ambiente decorrentes de incêndios, explosões e liberação de substâncias infectantes - já utilizadas nas áreas militar, nuclear, aeronáutica e espacial - foram gradativamente adaptadas e aperfeiçoadas para serem incorporadas como “ferramentas” para o PGR, principalmente, nos terminais logísticos portuários destinados ao apoio e a operação da logística offshore. A implantação de diretrizes do PGR traz como resultados positivos a redução da frequência de acidentes e mais capacidade de resposta imediata dos terminais, minimizando os possíveis danos ambientais, sociais e econômicos como um todo. Na prática para elaborar uma proposta de logística eficiente, baseado no PGR, deve ser apresentado um panorama situacional em relação à segurança, de acordo com as regulamentações nacionais e internacionais existentes, referentes às instalações portuárias e terminais logísticos. Devem ser considerados o histórico de ocorrências com danos à pessoas e ao patrimônio para evitar a repetição dos casos. Para a avaliação da segurança é preciso levar em conta cada instalação logística, as suas áreas de operação e estocagem e movimentação de cargas, onde principalmente serão considerados os níveis de exposição a riscos de incidentes, com indicação da vulnerabilidade a situações adversas. Toda a infraestrutura disponível também deve ser checada como veículos,

equipamentos fixos para carregamento e descarga, áreas de estocagem, instalações de recepção e entrega de cargas, áreas de consolidação, pré-estivagem e reparos de contêineres e sistemas de abastecimento. A análise de riscos de todos os aspectos relativos à operação e as instalações de movimentação e estocagem, devem ser enquadradas no preceito maior de percepção do risco, em sua região de aceitabilidade a ser avaliada e aceita pela empresa, no “ALARP” (região de aceitabilidade de riscos). Todas as equipes envolvidas no transporte, manuseio ou armazenagem de produtos perigosos devem receber capacitação constante e proporcional às suas responsabilidades para que possam realizar essas atividades com os devidos cuidados de segurança e higiene ocupacional, prevenção da integridade física das instalações logísticas e proteção ao meio ambiente. O treinamento deverá ocorrer de forma periódica, planejada e sistemática, com vistas a manter e promover atualização do conhecimento dos envolvidos na operação. A capacitação para situações de emergência deve incluir simulações de eventos a serem vivenciados na prática, dando eficácia ao treinamento dos recursos humanos envolvidos.

Andrea Dalmaso é Consultora de Recursos Humanos pós-graduada (Executive MBA) na University of California/Irvine. Possui Especialização em Leadership and Team Management pela FGV e Extensão em International Business Management pela UFRJ


ARTICULATING

The role of the

HR in

the Retention of Talents By Andrea Dalmaso*

I

n the talent shortage scenario we are currently facing, the main concern of the Human Resources from companies of the Brazilian Oil and Gas segment is not the Attraction of Talents anymore. To handle this situation, the Human Resources strategies are changing its focus to a Talent Retention approach.

right place, where they are supposed to have a better performance. For example, in an effective succession planning, the professional understands how the company really works, knows its main players, is in the right distance to identify and analyze problems and has the capacity to face the proposed challenges.

In this context, talent development and qualification actions are supplying the needs of companies with qualified professionals already adapted to the company culture. The goal is to qualify, develop and retain in-house talents with solid qualification, differentiated competences and potential to even become the future heads of the company.

In order to make those programs successful, it is required that the HR area plays a differentiated role, in addition to what is normally performed inside companies. And, to clarify critical points in the path trodden in search of talent retention, I will mention some of the factors that determine this role and that are being currently practiced in the Brazilian Oil and Gas companies.

Such actions provide to in-house talents the professional exercise of continuous learning, promoting the interaction between theory and practice, as well as aligning their development to the company business profile, which results in opportunities that allow in-house professionals to meet the requirements to take higher positions with bigger and more complex responsibilities, for instance.

Develops competencies for the success of business units, the potential of human resources and promotes knowledge management via continuous learning process;

And that is not all, talent retention actions – if strategically integrated with the set of knowledge, skills and attitudes established as reference of quality and contribution by the collaborators seeking to reach the company strategy – will allow professionals within the organization to successfully get to the results they are expected to reach.

Develops managers aiming at the excellence in the execution of the corporate strategy by stimulating the discussion and reflection on the company management model;

Makes available information, methodologies and tools for personal and professional improvement; Makes possible alignment between managers and legal and corporate policies and procedures; Supports managers in the process of setting goals to make sure they clearly state what is to be done to reach the results; Sets the competences that show how the company expects the results to be reached; Supports the management of individual competences and development of collaborators; Creates an environment where managers feel safe when developing successors; Identifies inside the organization potential professionals that meet the requirements to access key-positions; Identifies the degree of readiness of the professional assessed to take bigger and more complex responsibilities today, as well as the time required to develop this professional; Ensures the execution of individual development plans by monitoring talents and/or successors;

Therefore, HR aids the company in assuring the sustainability of the business by identifying and developing high-potential professionals with focus on the future needs and strategic positions inside the company.

Provides managers, whenever required, with effective interpersonal communication techniques, as well with the fundamental principles of human motivation by fomenting the communication and motivation of the collaborators.

Tools such as structured programs of Performance Assessment & Feedback, Potential Identification, Talent Formation, Leader Formation, Career Management Plan and Succession Plan, enable the company to have the right individuals in the

Andrea Dalmaso is a Human Resources Advisor with postgraduation (Executive MBA) by the University of California/Irvine. She has a Specialization in Leadership and Team Management by FGV and Extension in International Business Management by UFRJ. MACAÉ OFFSHORE 9


ENTREVISTA

Maurício Tolmasquim Presidente da EPE fala com otimismo sobre o setor de O&G no Brasil para os próximos anos

Por Rodrigo Leitão

Prestes a completar dez anos de atividades, a Empresa de Pesquisa Energética vem ganhando cada vez mais relevância no cenário da economia nacional. Considerada uma das mais respeitadas instituições de estudos do panorama da energia do Brasil, a EPE apresenta dados importantes que servem de farol para traçar perspectivas e estratégias que podem auxiliar em políticas para o setor energético. Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, recebeu a equipe da Macaé Offshore em seu escritório, localizado no centro da cidade

do Rio de Janeiro, e concedeu entrevista, na qual falou sobre as suas expectativas para o setor de petróleo para os próximos anos. Criada em 2004, pelo Decreto-Lei 5.184, a EPE tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, dentre outras. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Macaé Offshore - Como o senhor avalia esses dez anos de EPE em consonância com a evolução do segmento de óleo e gás no Brasil neste mesmo período?

fundamental nesse processo, inclu-

Maurício Tolmasquim Nesses dez anos, verificamos uma evolução enorme na indústria do petróleo. Quando a EPE foi criada, nem se falava em pré-sal e a produção não chegava a um milhão de barris por dia. A EPE teve papel

estudos e conseguimos avançar na

10 MACAÉ OFFSHORE

sive na formulação do marco regulatório do pré-sal. Participamos de discussões no Congresso e debatemos com a opinião pública. Fizemos legislação que acredito ser a ideal para o Brasil.

M.O. - E para os próximos anos, quais são as suas expectativas?

M.T. - As expectativas são boas para a produção de óleo e gás para os próximos anos, quando a produção chegará em 2020 a 4,9 milhões de barris por dia, sendo que deste total, 3,3 milhões virão do pré-sal. Além disso, o consumo interno de petróleo neste período será de 3,4 milhões. Então, o Brasil se tornará um exportador líquido, algo inédito na nossa história. Além disso, seremos o primeiro país exportador a ter uma matriz energética renovável.


entrevista

M.O. - A EPE fez algum estudo em relação a investimentos no setor para os próximos anos? M.T. - Com relação a investimentos para conseguir alcançar essa meta, nós da EPE calculamos que será necessária a contratação de 74 FPSOs até 2020, o que vai gerar uma demanda importante por equipamentos, mão de obra e tecnologia. Além disso, estão sendo previstos investimentos de 9 bilhões para construção de estaleiros, terminais portuários e toda a infraestrutura necessária para as atividades petrolíferas. M.O. - O preço do barril do petróleo está na casa dos 100 dólares, o que torna ainda atrativo os investimentos no setor. O senhor acha que essa situação vai perdurar por quanto tempo? M.T. - Acredito que para os próximos anos, o preço do barril do petróleo vai se estabilizar entre 80 e 90 dólares em função do crescimento da produção do tight oil. É um preço um pouco mais barato do que hoje , mas ainda bastante atrativo para as empresas que atuam no segmento de exploração e produção. A demanda por derivados também vai crescer nos

próximos 10 anos. O Brasil terá que produzir 540 mil metros cúbicos/dia para atender essa crescente demanda e isso abre também boas oportunidades de investimentos. M.O. - Recentemente, a Petrobras se viu envolvida em vários escândalos e isso vem repercutindo negativamente para a imagem da empresa no Brasil e no exterior. Há também problemas de caixa da empresa num momento em que a Petrobras precisa de dinheiro para os grandes projetos, inclusive o pré-sal. Como o senhor avalia essa atual situação da empresa?

pois é uma região onde o risco é baixo. Além disso, é estratégico que o modelo seja o de partilha de produção, pois ajuda inclusive o Brasil ter um poder de barganha para fazer acordos internacionais, pois sendo o petróleo de posse da União. Vale lembrar que o modelo de concessão ainda existe para áreas onde o risco é maior.

M.T. - A crise da Petrobras é momentânea e o problema de caixa vai se resolver quando iniciar a produção das suas reservas gigantescas. Não há dúvidas de que a Petrobras dobrará de tamanho. Isso é um fato e essa crise vai ser contornada. M.O. - Como o senhor avalia o modelo de partilha para o pré-sal. Ele é benéfico ou não para o sucesso exploratório dessa área? M.T. - O modelo de concessão na área do pré-sal não é o mais indicado,

PERFIL Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mauricio Tiomno Tolmasquim está à frente da Empresa de Pesquis Energética desde a sua fundação. Além de engenheiro e economista, Tolmasquim tem mestrado em

Planejamento Energético – COPPE/ UFRJ , e doutorado em Economia do Desenvolvimento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales – EHESS/ Paris. Ele também é professor da COPPE/ UFRJ e membro do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Ele foi, ainda, secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), conselheiro de

Administração da Itaipu Binacional e de Furnas Centrais Elétricas, coordenador do grupo técnico de formulação e implementação da reforma institucional do setor elétrico e membro do grupo de trabalho que elaborou o novo marco regulatório do Pré-Sal. É organizador, autor ou coautor de 20 livros e de mais de uma centena de artigos técnicos, assim como de dezenas de textos publicados na imprensa. 

MACAÉ OFFSHORE 11


INTERVIEW

Maurício Tolmasquim The President of EPE talks with optimist about the Brazilian O&G sector for the next years

By Rodrigo Leitão

About to complete ten years of activities, the Empresa de Pesquisa Energética (Energy Research Company) is increasing its importance in the local economy scenario. Considered one of the most respected study institutions of the Brazilian energy market, EPE presents important data that can be used as a beacon to trace perspectives and strategies to aid policies for the energy sector. Maurício Tolmasquim, president of EPE, welcomed Macaé Offshore’s team in his

office, located downtown in Rio de Janeiro, and gave us an interview, in which he talked about his expectations for the oil sector for the next years. Created in 2004 by Decree-Law 5184, EPE is intended to provide services in the area of studies and researches in order to support the energy sector planning, such as electric energy, natural gas and its derivatives, mineral coal, renewable energy sources and energy efficiency, among others. The following are the main parts of the interview:

MACAÉ OFFSHORE – How do you evaluate those ten years of EPE according to the evolution of the oil and gas segment in Brazil within the same period?

M.O. – And for the next years, what are your expectations?

Maurício Tolmasquim – In those ten years, we saw a giant evolution in the oil industry. When EPE was created, pre-salt was far from becoming a reality and production never reached one million barrels/day. EPE had a critical role in this process, including in the formulation of the presalt regulatory milestone. We took part of discussions in the Congress and interacted with the public opinion. We carried out several studies and managed to make progress in

M.T. – Expectations are being positive in the oil and gas production for the next years, when said production will reach 4.9 million barrels/day by 2020, considering that 3.3 million of such amount will come from the presalt. Also, the oil internal consumption in that period will be of 3.4 million. Then, Brazil will become a net exporter, something totally new in our history. Additionally, we will become the first exporting country to have a renewable energy matrix.

12 MACAÉ OFFSHORE

the laws that I believe are today the ideal ones for Brazil.

M.O. – Did EPE perform any studies concerning investments in the sector for the next years? M.T. – Concerning investments to reach our goal, EPE calculate that it will be required to hire 74 FPSOs by 2020, which is going to generate an important demand for equipment, workforce and technology. Also, investments of 9 billion Brazilian Reais are being expected for the construction of shipyards, port terminals and the whole infrastructure required for oil activities.

M.O. – The price of the oil barrel is around 100 dollars, which still attracts investments in the sector. For


INTERVIEW

how long do you think this situation is going to last?

M.T. – I believe that for the next years, the price of the oil barrel will stabilize between 80 and 90 dollars due to the growth of the tight oil production. It is a price slightly cheaper than today, but still attractive for the companies operating in the exploration and production segment. The demand for derivatives is also going to increase in the next 10 years. Brazil will have to produce 540 thousand cubic meters/ day to meet the growing demand and this will also serve to open good investment opportunities.

M.O. – Recently, Petrobras was involved in several scandals and they are negatively affecting the reputation of the company in Brazil and abroad. There are also cash issues in a moment where Petrobras needs cash for major projects, including pre-salt. How do you evaluate this current situation of the company? M.T. – Petrobras current crises is just temporary and the cash problem will solve itself by the time its gigantic reserves start production. There are no doubts that Petrobras will double its size. It is a fact and this crisis will soon be over.

M.O. – How do you evaluate the share model for the pre-salt? Is it beneficial or not for the exploratory success of the area? M.T. – The concession model in the pre-salt area is not the most recommended one, as it is a low-risk region. Also, it is strategic that the model is of the production share, as it helps Brazil to have a bargain power to make international agreements, as the petroleum belongs to the country. It is worth reminding that the concession model still exists for areas where the risk is higher.

PRoFILe Graduated in Production Engineering by the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) and in Economics by the State University of Rio de Janeiro (UERJ), Mauricio Tiomno Tolmasquim is the head of the Empresa de Pesquisa Energética – EPE since its foundation.

as

In addition to his graduations an engineer and economist,

Tolmasquim is also a Master in Energy Planning – COPPE/UFRJ, and Doctor in Development Economics by the École des Hautes Études en Sciences Sociales – EHESS/Paris. He is a teacher of COPPE/UFRJ and member of the National Council of Energy Policy (CNPE) and was also the Executive Secretary of the Ministry of Mines and Energy (MME), Board

Director of Itaipu Binacional and Furnas Centrais Elétricas, Coordinator of the technical group of formulation and implementation of the institutional reformation of the electric sector and Member of the work group that prepared the new Pre-Salt regulatory milestone. He is an organizer, author and/or co-author of 20 books and of hundreds of technical articles, as well as of several other published texts. 

MACAÉ OFFSHORE 13


SABATINA

Sabatina Macaé Offshore Macaé Offshore’s Macaé Offshore consulta os principais candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro, que falam sobre seus projetos para o setor de óleo e gás

R

esponsável por aproximadamente 72% da produção bruta de óleo e 36% de gás no país, o estado do Rio de Janeiro oferece oportunidades e desafios, que dependem não somente do empenho dos empresários em investir em pesquisa e tecnologia e contratação de mão de obra especializada, como, também, de políticas que favoreçam o ambiente e sejam capazes de alavancar ainda mais o segmento. Neste ano, no qual será decidido quem ocupará o cargo de governador, discutir sobre esses temas é mais do que propício para o aprofundamento da reflexão sobre o futuro da indústria de óleo e gás, no Rio de Janeiro, para os próximos quatro anos. Pensando nisso, a Revista Macaé Offshore procurou os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de opinião (em respeito à lei eleitoral nº 9.504/1997), para conhecer as propostas sobre temas importantes relacionados à indústria, como logística, programas de qualificação de mão de obra e parcerias com municípios que ficam no entorno da bacia de Campos, principal produtora do País.

highlights

Macaé Offshore interviews the main candidates to the government of the state of Rio de Janeiro on their projects for the oil and gas sector

R

esponsible for nearly 72% of the gross oil production and 36% of gas in the country, the state of Rio de Janeiro offers opportunities and challenges that depend not only on the effort of businessmen to invest in research, technology and hiring of specialized workforce, but also on policies that favor the environment and that are capable of leveraging the segment. In this year it will be decided who will take the governor’s office. Discussions on such themes are more than appropriate for a better understanding and reflection on the future of the oil and gas history in Rio de Janeiro for the next four years. Thinking about that, Magazine Macaé Offshore contacted the four best ranked candidates according to the polls (in compliance with the election act no. 9.504/1997) to know more about their proposals and ideas on important themes related to the industry such as logistics, workforce qualification programs and partnerships with the cities located near the Campos Basin, the main producing area of the Country.

A escolha da ordem nas páginas respeitou a numeração do partido que encabeça a coligação.

The order choice in the following pages respected the number of the political party that is the head of the political alliance.

Assim, nas páginas seguintes, o leitor poderá conhecer mais sobre como cada postulante pretende elaborar projetos que serão capazes de alavancar ainda mais essa indústria, considerada o motor da economia fluminense.

Thus, in the following pages, the reader will be able to know more about how each candidate intends to elaborate projects that will leverage this industry, which is considered as the engine of the State’s economy.

14 MACAÉ OFFSHORE


SABATINA

Marcelo PRB 10

Crivella

Engenheiro Civil de formação, Marcelo Crivela é carioca e disputa pela segunda vez o cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro pelo PRB (Partido Republicano Brasileiro). Conhecido nacionalmente por ter sido o idealizador do Projeto Nordeste, em 2001, Crivella foi eleito para o Senado duas vezes (2002 e 2010). Em 2012, o candidato assumiu o Ministério da Pesca e Agricultura. Ele também é conhecido por ser cantor de músicas gospel e, também, por ser bispo da Igreja Universal do Reino de Deus.

1 – Na medida em que outros estados se apresentam como possíveis destinos para o desenvolvimento dos negócios da cadeia de fornecedores para o setor de óleo e gás, quais os diferencias competitivos que o estado do Rio de Janeiro terá, em seu governo, com estímulos ou benefícios fiscais, celeridade nos processos de licenciamento, organização territorial, e outros que contribuam em favor do Rio de Janeiro? Nossa primeira providência, caso eleito, será restaurar a capacidade de planejamento do estado. O forte crescimento que o Rio de Janeiro teve no setor do petróleo nos últimos anos foi, sobretudo, desarticulado. Precisamos conciliar a força desse crescimento que vem da iniciativa privada, e do próprio setor público, com a oferta de infraestrutura adequada para os

empreendimentos em termos de serviços públicos básicos e de logística. A abertura da indústria a outros estados da federação não nos preocupa; temos a extrema vantagem competitiva da geografia em relação ao produtor primário e ao segundo maior mercado do país. Com um mapeamento claro de nossas potencialidades, recorreremos ao planejamento para favorecer o adensamento de cadeias produtivas em torno do petróleo e da petroquímica. Quem quiser e tiver competência para trabalhar no setor do petróleo vai encontrar um estado determinado a remover obstáculos e burocracias. 2 – A atividade de exploração e produção de petróleo, no Estado do Rio de Janeiro é eminentemente offshore mas, para funcionar plenamente, ela precisa das operações

de terra. O seu crescimento exige projetos complexos que envolvem os modais terrestre (rodovias, estradas, vias de acesso); aéreo (aeroportos, heliportos e helipontos); marítimo (portos, terminais multiuso, terminais logísticos). Considerando o aumento real das atividades deste setor nos últimos anos e as expectativas de crescimento, quais as intervenções o Sr. julga pertinente e o que pode-se esperar para os próximos anos de seu governo? Em termos de logística, vamos contar brevemente com a plena operação do porto industrial do Açu e, em outra ponta, com o Porto de Itaboraí/Sepetiba, ambos de importância estratégica para a área do petróleo. No setor rodoviário, acabou de ser concluído o Arco Rodoviário Metropolitano, que melhora sensivelmente os acessos ao MACAÉ OFFSHORE 15


SABATINA

estado do Rio de Janeiro. Nossa intenção é, também nesse caso a partir de adequado planejamento, estruturar o sistema logístico regional voltado para a expansão da indústria em articulação com o desenvolvimento urbano. No estado do Rio de Janeiro um plano logístico apresenta particular relevância, pois as estradas estaduais estão entre as piores do país. Além disso, é fundamental ampliar a interligação ferroviária entre o nosso estado, o restante do Sudeste e a Região Centro-Oeste. Deve-se procurar, por último, discutir com o setor petróleo onde devem ficar as bases em terra de apoio à exploração do petróleo. 3 – A empregabilidade é tema recorrente nos noticiários e baixa qualificação é sempre destacada como um dos nossos maiores problemas. Como a indústria do petróleo carece de mão de obra qualificada, gostaríamos de saber quais ações destacaria para melhorar a educação e a qualificação profissional e como o Sr. percebe a interferência do Estado como fomentador desta questão? Tem destaque no nosso programa a expansão do ensino técnico profissional de forma a criar um horizonte de oportunidades para os nossos jovens. No caso específico do petróleo, vou propor ao Senai Regional que concentre suas atenções na preparação de mão de obra qualificada para essa indústria, em convênio com o estado, e mediante cursos gratuitos paralelos ao segundo grau. Isso, para mim, não é um estímulo para a economia. É um objetivo social estratégico. Deve-se, neste setor, ter uma visão também de médio e longo prazo. A situação do ensino fundamental público no estado do Rio de Janeiro é péssima. 16 MACAÉ OFFSHORE

Organizando um ranking com base nos dados do IDEB, de primeira a quinta série, não encontramos nenhum município fluminense entre as 500 primeiras posições do Sudeste. No ensino médio, apesar do Estado do Rio de Janeiro ser o segundo PIB do país, a educação pública encontra-se apenas na 15° posição entre as 27 Unidades Federativas. Por esses motivos, em parceria com as Prefeituras, apoiaremos políticas de melhoria do ensino fundamental. Além disso, assumimos o compromisso de, ao final do meu Governo, o ensino médio público estar entre os cinco primeiros do país. 4 – Os municípios do litoral norte fluminense, próximos à Bacia de Campos, estão recebendo um aumento expressivo de investimentos de empresas que procuram estar próximas ao centro produtor. E é claro, esse fluxo traz um impacto significativo para esses munícipios

dentro das esferas econômica e social. Caso o senhor seja eleito, como o senhor vai desenvolver parcerias com os governos locais para que esses investimentos sejam benéficos não somente para as empresas, mas, também, para a população local? Tenho a intenção de criar ou desenvolver consórcios de planejamento e gestão com esses municípios. De forma a direcionar as energias de crescimento da região no sentido do desenvolvimento integrado, econômico, mas, sobretudo, social. Como disse acima, é preciso retificar o crescimento desarticulado. A partir do planejamento estadual ajudaremos os municípios a se articularem entre si. Isto será feito integrando o Plano Plurianual do Governo do Estado com os Planos Plurianuais municipais. Cabe observar que devemos conciliar nossa ação urgente em políticas públicas de curto prazo com as condicionantes de longo prazo.


HIGHLIGHTS

Graduated in Civil Engineering, Marcelo Crivella is from the capital city and is on his second run for the governor’ seat of the State of Rio de Janeiro, supported by the political party PRB (Brazilian Republican Party). Bishop of the Igreja Universal do Reino de Deus (Universal Church of the Kingdom of God) and singer of gospel music, Crivella is nationwide known as the one who idealized the Projeto Nordeste (Northeast Project) back in 2001. He was elected twice for the Senate (2002 and 2010) and took charge of the Ministry of Fishing and Agriculture in 2012.

1 – As other states are being considered for possible destinations to the development of the supplier chain business in the oil and gas sector, what are the unique competitive advantages the state of Rio de Janeiro will have in your administration, such as tax benefits or incentives, quickness in licensing processes, territorial organization, and others that contribute in favor of Rio de Janeiro? Our first measure, if I win the election, is to restore the state’s planning capacity. The strong growth Rio de Janeiro had in the oil sector in the last couple of years was, above all else, disorganized. We need to ally the strength of this growth that comes from both the private initiative and public sector, with the appropriate infrastructure offer to the enterprises, in terms of basic and logistic public services. The opening of the industry to other states does not worry us as we have an extreme geographic competitive advantage in relation to the primary producer and to the second biggest market of the country. With a clear mapping of our potentialities, we will focus on the planning to favor the concentration of productive chains around petroleum and petrochemistry. Anyone with the desire and competence to work in the oil sector will find a state determined to remove obstacles and bureaucracies.

2 – The oil production and exploration activity in the State of Rio de Janeiro is mainly offshore, however if it wants to work at its full strength, it will also depend on onshore operations. Its growth requires complex projects that involve ground modalities (roadways, highways, accessways), air modalities (airports, heliports and helidecks) and sea modalities (ports, multiuse terminals, logistic terminals). Considering the actual increase of activities from this sector in the last years and the growth expec-

tations, what are the interventions you deem as pertinent and what can be expected for the next years of your administration? In terms of logistics, we will briefly count on the full operation of the industrial port of Açu and also with the Port of Itaboraí/Sepetiba, both of strategic importance to the oil sector. In the roadway sector, the Arco Rodoviário Metropolitano (Metropolitan Roadway Arc) has just been finished, which considerably improves the accesses to the state of Rio de Janeiro. Our intention is – from the appropriate planning – to structure the regional logistic system focusing on the expansion of the industry in parallel with the urban development. In the state of Rio de Janeiro a logistic plan presents particular relevance, as the state highways rank among the worst in the country. Additionally, it is fundamental to expand the railway interconnection between our state and the rest of the Southeast and Central West Regions. And finally, it must be discussed with the oil sector where onshore bases supporting the oil exploration activities will be located.

3 – Employment is a recurring theme in the news and low qualification is always highlighted as one of our main issues. As the oil industry lacks qualified manpower, we would like to know what actions do you forecast to improve the education and professional qualification and how do you see the interference of the State as an instigator of such issue?

Our program emphasizes the expansion of the professional and technical learning in order to create a horizon of opportunities for our young ones. In the specific case of petroleum, I will propose to the Regional Senai to focus its attention on the preparation of qualified workforce for this industry in partnership with the state and by providing free courses in connection to the high school. I do not see this as a stimulus to the

economy, but rather as a social and strategic goal. This sector must be also viewed at a mid to long term, the situation of the public elementary school in the state of Rio de Janeiro is pitiful. In a ranking based on data from IDEB, from the first to the fifth grade, there is not a single city from the state of Rio de Janeiro among the first 500 positions in the Southeast Region. Moving to the high school, despite of the fact that the State figures as the 2nd GDP of the country, the public education is at the 15th position among the 27 States. For those reasons and in partnership with the City Halls, we will support elementary school improvement policies. Also, we will make the commitment to, at the end of my Administration, the public high school will be in the country’s top 5.

4 – The cities of the state northern shore near the Campos Basin are receiving a considerable increase of investments from companies seeking to stay close to the producing center. It is clear that this flow causes a significant impact to those cities in the social and economic levels. If you win the election, how are you going to develop partnerships with the local governments to make those investments beneficial not only to companies but also to the local communities?

I intend to either create or develop planning and management consortiums with those cities in order to direct the region growing energies towards the integrated, economic and mainly the social development. As I said above, it is required to rectify the disorganized growth. From the state planning we will assist cities so they are capable of articulating with one another. It will be done by integrating the Pluri-annual Plan of the State Government with the Pluriannual Plans of the cities. It is worth noticing that we must combine our urgent action in short-term public policies with the long-term constraints. MACAÉ OFFSHORE 17


SABATINA

Lindberg Farias PT 13

Candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro pela coligação Frente Popular (PT,PSB,PV e PCdoB), Luiz Lindbergh Farias Filho, 44, começou sua carreira política como líder estudantil, tornando-se nacionalmente conhecido durante o“Movimento dos Caras Pintadas”, que pedia o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Anos mais tarde, fez carreira política como deputado federal, prefeito de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense e até meados deste ano representava o Rio de Janeiro no Senado. Em entrevista à Revista Macaé Offshore, o candidato petista apresentou as suas propostas para a indústria do petróleo no Rio de Janeiro.

1 – Na medida em que outros estados se apresentam como possíveis destinos para o desenvolvimento dos negócios da cadeia de fornecedores para o setor de óleo e gás, quais os diferencias competitivos que o estado do Rio de Janeiro terá, em seu governo, como estímulos ou benefícios fiscais, celeridade nos processos de licenciamento, organização territorial, e outros que contribuam em favor do Rio de Janeiro? O setor de óleo e gás é de grande importância para a economia do Rio de Janeiro. O Estado responde por mais de 70% da produção brasileira de petróleo e por mais de 40% da produção de gás do país. É importante manter o setor forte, mas não se pode ficar apenas com a política atual de incentivos fiscais, que acaba sendo tocada sem planejamento e atendendo a demandas pontuais. O que precisamos fazer é alinhar a política de incentivos fiscais e 18 MACAÉ OFFSHORE

as demais ações de responsabilidade do Governo do Estado, como a capacitação da mão de obra, a ampliação e a melhora do ensino técnico e profissionalizante e o investimento em infraestrutura portuária, aeroportuária e viária, às vocações e oportunidades de cada região e à estratégia de desenvolvimento que o governo do estado vai adotar. Essas são as bases de um desenvolvimento planejado, que trabalhe, além do financiamento público, o investimento em qualificação de mão de obra, alta tecnologia e logística, atraindo desenvolvimento e gerando empregos. Também vamos buscar uma articulação e um diálogo permanentes com o setor privado, a Petrobras e o governo federal. Buscar um planejamento para o desenvolvimento. Essa pactuação hoje é feita de modo precário ou pouco transparente, sem potencializar o desenvolvimento do setor e sem olhar para as vocações e

oportunidades de cada região do Estado do Rio Além disso, é importante destacar o papel das instituições de ensino e pesquisa e da inovação tecnológica no setor de óleo e gás. O Estado do Rio tem quatro universidades federais, três estaduais e diversos centros de pesquisa importantes, como o Parque Tecnológico da Ilha do Fundão e o Cenpes, que é da Petrobras. Temos a Faperj, que é o órgão de fomento à pesquisa do Governo do Estado. A indústria no Estado do Rio tem possibilidade de absorver tecnologias sofisticadas e o novo modelo de desenvolvimento deve estar alicerçado na inovação e no uso de novas tecnologias para promover empregos de alta tecnologia e com bons salários. Para isso, vamos ampliar a articulação entre o Governo do Estado, as empresas, as universidades e os centros de


SABATINA

pesquisa, principalmente no setor de óleo e gás. 2 – A atividade de exploração e produção de petróleo, no Estado do Rio de Janeiro é eminentemente offshore mas, para funcionar plenamente, ela precisa das operações de terra. O seu crescimento exige projetos complexos que envolvem os modais terrestre (rodovias, estradas, vias de acesso); aéreo (aeroportos, heliportos/ helipontos); e marítimo (portos, terminais multiuso, terminais logísticos). Considerando o aumento real das atividades deste setor nos últimos anos e as expectativas de crescimento, quais as intervenções o Sr. julga pertinente e o que pode-se esperar para os próximos anos de seu governo? O governo do Estado deve exercer sua liderança no desenvolvimento do Rio de Janeiro e nos diversos setores de economia. No setor de óleo e gás não é diferente. Para que o setor se desenvolva, são necessários investimentos em infraestrutura e logística urbana, para facilitar não só o transporte de matérias-primas e produtos, mas para garantir a qualidade de vida dos trabalhadores e moradores das cidades. Há dois trechos de ferrovia previstos no Programa de Investimentos em Logística (PIL), do Governo Federal, ligando Minas Gerais ao Porto do Açu e outro ligando o Rio de Janeiro a Vitória, que precisam de uma atuação firme do Governo do Estado para que fiquem prontos. Além disso, a BR-101 está sendo ampliada. Vamos investir em obras que ajudem no desenvolvimento do setor. 3 – A empregabilidade é tema recorrente nos noticiários e baixa qualificação é sempre destacada como um dos nossos maiores problemas. Como a indústria do petróleo carece de mão de obra qualificada, gostaríamos de

saber: Quais ações destacaria para melhorar a educação e a qualificação profissional e como o Sr. percebe a interferência do Estado como fomentador desta questão? A educação é a nossa principal prioridade e o governo do Estado também deve assumir seu papel de liderança na educação. Eu tenho dito que vamos implantar o Ciep do Século 21, com educação integral, reforço escolar, cursos técnicos, formação profissionalizante, atividades culturais e prática esportiva. Esta nova escola será um ambiente de alta tecnologia, com internet livre para ser utilizada como ferramenta do aprendizado e da criação. O Ciep também será um espaço comunitário de estudantes, pais e responsáveis, profissionais da educação e moradores do entorno. A meta é construir até 100 novas unidades em todo o Estado do Rio. Esse novo Ciep precisa levar em conta as necessidades de formação de mão de obra de onde for instalado. Em todo o Estado do Rio temos cerca de 500 mil jovens que não estudam nem trabalham. Esses jovens precisam ter uma chance de formação e de buscar um emprego com a educação. É preciso pensar na qualificação profissional dos jovens. Uma de minhas propostas é criar a agência do primeiro emprego no Governo do Estado. Além disso, é preciso investir pesado em educação e qualificação profissional. Vamos ampliar e fortalecer a rede de ensino técnico e profissionalizante, e ampliar as parcerias com o Governo Federal por meio do PRONATEC. Vou garantir que as ofertas de cursos de qualificação e cursos técnicos seja condizente com as oportunidades de postos de trabalho na região, beneficiando trabalhadores e empresas.

4 – Os municípios do litoral norte fluminense, próximos à Bacia de Campos, estão recebendo um aumento expressivo de investimentos de empresas que procuram estar próximas ao centro produtor. E é claro, esse fluxo traz um impacto significativo para esses munícipios dentro das esferas econômica e social. Caso o senhor seja eleito, como o senhor vai desenvolver parcerias com os governos locais para que esses investimentos sejam benéficos não somente para as empresas, mas, também, para a população local? O modelo de desenvolvimento que defendemos é o sustentável. E, para isso, é importante cuidar da vida das pessoas. O governo do Estado deve não só desenvolver parcerias com prefeituras e empresas, mas assumir as suas responsabilidades. Macaé, por exemplo, é uma cidade que enfrenta problemas sérios de abastecimento de água, de saneamento e de segurança, que são de responsabilidade do Governo do Estado. Se o governo não tiver cuidado com a vida das pessoas, o que significa garantir o abastecimento de água e a coleta de esgoto, reforçar os batalhões da PM no interior e colocar o policiamento nas ruas, ter médicos e hospitais funcionando e investir em educação integral e ensino técnico e profissionalizante, as bases para o desenvolvimento sustentável não vão acontecer. É melhor para uma empresa se instalar e gerar empregos em uma cidade que tenha a presença do poder público, em que o governo atue e ofereça serviços à população, em que a qualificação profissional seja de qualidade. Também vamos implantar um orçamento participativo e territorializado, para que a população de cada cidade e de cada região do Estado do Rio defina como vão ser aplicados os recursos públicos. MACAÉ OFFSHORE 19


HIGHLIGHTS

Candidate to the governor’s seat of the State of Rio de Janeiro by the political alliance Frente Popular (People’s Front formed by PT, PSB, PV and PCdoB), Luiz Lindberg Farias Filho, 44 years old, started his political career as a student leader, becoming nationwide known during the “Movimento dos Caras Pintadas” (Painted Faces Movement), which demanded the impeachment of the president at that time, Fernando Collor de Melo. Years later, he followed a political career as federal deputy, mayor of Nova Iguaçu, city located in the Lowlands of the State and until now represented Rio de Janeiro in the Senate. In an interview to Magazine Macaé Offshore, the candidate from the Workers Party (PT) presented his proposals for the oil industry in the state

1 – As other states are being considered for possible destinations to the development of the supplier chain business in the oil and gas sector, what are the unique competitive advantages the state of Rio de Janeiro will have in your administration, such as tax benefits or incentives, quickness in licensing processes, territorial organization, and others that contribute in favor of Rio de Janeiro? The oil and gas sector is of great importance to the economy of Rio de Janeiro. The State is responsible for more than 70% of the Brazilian oil production and for more than 40% of the Brazilian gas production. It is important to keep the sector strong, but it cannot depend only on the current policy of tax incentives, which is eventually implemented without planning and meeting punctual demands. What we need to is to align the tax incentive policy with the actions of the State Government, such as qualification of workforce, expansion and improvement of the technical and professional learning and the investment in port, airport and road infrastructure, as well as in vocations and opportunities for each region and in the development strategy the state government is to adopt. These are the basis of a planned development that focus not only on public financing but also in investment of workforce 20 MACAÉ OFFSHORE

qualification, high technology and logistics, therefore attracting progress and generating jobs. We will also seek to establish permanent dialogue with the private sector, Petrobras and the federal government. We will seek a developmentdriven planning. Today, this pact is poorly made or far from being transparent, without potentiating the sector development and without looking to the vocations and opportunities of each region of the State. Additionally, it is important to highlight the role of the teaching and research institutes and of the technological innovations from the oil and gas sector. The State of Rio de Janeiro has four federal universities, three state universities and several equally important research centers, such as the Parque Tecnológico da Ilha do Fundão (Fundão Isle Technological Park) and Cenpes, the latter owned by Petrobras. We also have Faperj, which is the research-financing agency of the State Government. The industry in the State is capable of absorbing sophisticated technologies and the new development model must be grounded on innovation and use of new technologies to promote high-technology and high-salary jobs. To do so, we are going to improve the communication between State Government, companies, universities and research centers, mainly in the oil and gas sector.

2 – The oil production and exploration activity in the State of Rio de Janeiro is mainly offshore, however if it wants to work at its full strength, it will also depend on onshore operations. Its growth requires complex projects that involve ground modalities (roadways, highways, accessways), air modalities (airports, heliports and helidecks) and sea modalities (ports, multiuse terminals, logistic terminals). Considering the actual increase of activities from this sector in the last years and the growth expectations, what are the interventions you deem as pertinent and what can be expected for the next years of your administration? The State government must exert its leadership in the development of Rio de Janeiro and of the several economy sectors. The same applies to the oil and gas sector. In order to develop this sector, investments in urban logistics and infrastructure are required to facilitate not only the transportation of raw materials and products, but also to ensure the life quality of workers and dwellers of the involved cities. There are two railway stretches expected in the Program of Investments in Logistics (PIL) by the Federal Government – connecting (the State of) Minas Gerais to the Açu Port and another connecting Rio de Janeiro to


HIGHLIGHTS

Vitória – requiring strong influence from the State Government so that both stretches can be finished. Also, BR-101 highway is being expanded. We are going to invest in works that help developing the sector.

3 – Employment is a recurring theme in the news and low qualification is always highlighted as one of our main issues. As the oil industry lacks qualified manpower, we would like to know what actions do you forecast to improve the education and professional qualification and how do you see the interference of the State as an instigator of such issue? Education is our top priority and the State government must also take its role as leader in education. We are going to implement the 21st Century Ciep (Integrated Center of Public Education) with full-time education, school tutoring, technical courses, professionalizing qualification, cultural and sport activities. This new school will also be a high-tech environment, with free internet to be used as a learning and creation tool. Ciep will also be a community space for students, parents and guardians, education professionals and dwellers living near the Ciep. The goal is to build up to 100 new units in the whole State of Rio de Janeiro.

offers of qualification and technical courses are in line with the job opportunities in the region, thus benefiting workers and companies.

4 – The cities of the state northern shore near the Campos Basin are receiving a considerable increase of investments from companies seeking to stay close to the producing center. It is clear that this flow causes a significant impact to those cities in the social and economic levels. If you win the election, how are you going to develop partnerships with the local governments to make those investments beneficial not only to companies but also to the local communities?

The development model we support and defend is the sustainable one. And to do so it is important to take care of the people’s lives. The State government must not only develop partnerships with city halls and

companies, but also assume its own responsibilities. Macaé, for instance, is a city facing serious issues of water supply, sanitation and safety that are all the responsibility of the State Government. If the government has no care for the people’s lives, which means providing water supply and sewer treatment, reinforce military police squads and put them on the streets, provide doctors and functional hospitals and invest on full-time education and technical and professionalizing courses, the basis for a sustainable development will never be a reality. It is better for a company to be based and generate jobs in a city with the presence of the government, where the latter works and offers services to the population and where professional qualification is indeed a quality one. We are also going to implement a participative and territorialized budget in order to allow the populations from each city and from each region in the State to define how public resources are going to be allocated.

This new Ciep needs to consider the qualification of the workforce in the location where it is installed. In the whole State we have nearly 500 thousand teenagers neither studying nor working. They must have a chance of qualifying themselves and getting a job through education. It is necessary to think on the professional qualification of the youth. One of my proposals is to create the “agência do primeiro emprego” (agency of the first job) in the State Government. Additionally, it is necessary to heavily invest on education and professional qualification. We are going to expand and strengthen the technical and professionalizing teaching network, and then enhance partnerships with the Federal Government through PRONATEC. I will make sure that the MACAÉ OFFSHORE 21


SABATINA

Luiz Fernando PMDB 15

Pezão

Formado em economia e administração, o candidato pela coligação Rio em 1º Lugar (PMDB, PP, PSC, PTB, PSL, PPS, PTN, DEM, PSDC, PHS, PMN, PTC, PRP, PSDB, PEN, PSD) Luiz Fernando Pezão iniciou sua caminhada na política aos 27 anos na cidade de Piraí, município localizado no sul do estado do Rio de Janeiro. Lá, ele atuou como vereador e prefeito. Atualmente, como governador do Rio de Janeiro, Pezão apresentou, em entrevista à Macaé Offshore, as suas propostas para a indústria de óleo e gás no Rio de Janeiro.

1 – Na medida em que outros estados se apresentam como possíveis destinos para o desenvolvimento dos negócios da cadeia de fornecedores para o setor de óleo e gás, quais os diferencias competitivos que o estado do Rio de Janeiro terá, em seu governo, com estímulos ou benefícios fiscais, celeridade nos processos de licenciamento, organização territorial, e outros que contribuam em favor do Rio de Janeiro? Os investidores já percebem nosso diferencial competitivo. Prova disso é que o Rio de Janeiro ficou em segundo lugar no Ranking do Ambiente de Negócios dos Estados Brasileiros 2013/14, desenvolvido pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist. Com 72,3 pontos, ficou acima da média nacional, que foi de 43 pontos, e muito próximo do primeiro colocado, São Paulo, com nota de 77,2. No nosso governo, o estado recuperou a credibilidade e a confiança dos investidores, e conta com orçamento 22 MACAÉ OFFSHORE

de R$ 84 bilhões, quando entramos eram R$ 33 bilhões. Quando nós assumimos, em 2007, o Rio vivia um cenário de abandono em relação aos investimentos. Nenhuma empresa pensava em se instalar no território devido à falta de credibilidade. Empresas que deixaram o Rio em gestões passadas retornaram ao estado na nossa gestão, gerando emprego e renda. Atraímos nos últimos sete anos e meio 326 mil empreendimentos, e hoje são mais de 1 milhão de empregos com carteira assinada. Além dessas conquistas, 18 dos 21 centros de pesquisa que estão vindo para o Brasil terão o Rio como sede. Esse resultado é fruto de um conjunto de fatores, como a nossa localização privilegiada, no centro do maior mercado consumidor do país; a credibilidade da nossa política econômica; a estratégia de atração de investimentos, como redução no

recolhimento do ICMS; nossa política de segurança, de qualificação e investimento em infraestrutura. Com uma gestão técnica e o trabalho de convencimento junto aos empresários, aliados aos projetos de logística, infraestrutura e qualificação, o Rio saltou de R$ 70 bilhões (no triênio 2006-2008) para R$ 211 bilhões (2012-2014) em investimentos previstos. Para o triênio 2014-2016, são previstos, pela Firjan, mais R$ 235 bilhões. Vamos continuar avançando na nossa política de segurança, incentivos fiscais e infraestrutura.

2 – A atividade de exploração e produção de petróleo, no Estado do Rio de Janeiro é eminentemente offshore mas, para funcionar plenamente, ela precisa das operações de terra. O seu crescimento exige projetos complexos que envolvem os modais terrestre (rodovias, estradas, vias de acesso); aéreo (aeroportos, heliportos


SABATINA

e helipontos); marítimo ( portos, terminais multiuso, terminais logísticos). Considerando o aumento real das atividades deste setor nos últimos anos e as expectativas de crescimento, quais as intervenções o Sr. julga pertinente e o que pode-se esperar para os próximos anos de seu governo? O estado tem que ser indutor dos investimentos na infraestrutura: nas estradas, saúde e educação. E é esse compromisso que vamos ampliar no Norte Fluminense, de continuar a investir e ser parceiro, sem atrapalhar a atividade produtiva que já vemos aqui. Vamos estar junto com as prefeituras, com o governo federal, para viabilizar as licenças ambientais e ajudar no processo de desapropriação, por exemplo. Em agosto, tivemos a oportunidade de discutir com os administradores do Porto do Açu sobre o que o estado pode fazer para agilizar as obras. Resolvemos um problema ambiental, estamos fazendo a ponte que liga São Francisco a São João da Barra, que beneficiará muito Campos. Temos que investir na mobilidade. As empresas apresentaram o projeto da ferrovia, que ligará a região ao Espírito Santo, estamos esperando o detalhamento para levá-lo à presidenta, para incluir no plano de ferrovias. Quando estiver operando com plena capacidade, o Porto do Açu será o maior complexo portuário da América Latina e o terceiro do mundo. Atualmente, cerca de dez mil pessoas trabalham no local, 54% são de São João da Barra. Precisamos ampliar investimentos, como fizemos com o Arco Metropolitano, a principal obra logística do nosso Governo. Ao redor do Arco já foram atraídos mais de R$ 60 bilhões, nos quais o Comperj, em Itaboraí, se destaca.

Na região do Complexo Portuário do Açu, vamos investir na consolidação do Corredor Logístico do Açu, com a implantação de acessos rodoviários e ferroviários. E serão concluídas as obras do Complexo Industrial e Logístico da Barra do Furado, entre as cidades de Campos e Quissamã. 3 – A empregabilidade é tema recorrente nos noticiários e baixa qualificação é sempre destacada como um dos nossos maiores problemas. Como a indústria do petróleo carece de mão de obra qualificada, gostaríamos de saber quais ações destacaria para melhorar a educação e a qualificação profissional e como o Sr. percebe a interferência do Estado como fomentador desta questão? A formação do jovem sempre foi uma preocupação do nosso Governo. Várias escolas foram modernizadas, garantindo aos alunos acesso a laboratórios de informática e ciências e quadras poliesportivas. Poucos lugares no mundo têm uma atividade com mais de dez mil trabalhadores. Agora, entra o papel do estado de capacitar os jovens. Vamos fazer nessa região os Centros Vocacionais Tecnológicos voltados para as indústrias que vão se instalar. Principalmente na área do petróleo. E não apenas. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que está vindo para a região, tem que trazer cursos de Engenharia, Logística, Mineração e Engenharia Metalúrgica. Foram implantados três CVTs, que oferecem cursos gratuitos nas áreas de óleo e gás, construção civil e informática. De olho nas oportunidades de emprego com a descoberta da

camada de pré-sal e as obras do Porto do Açu, vamos inaugurar mais oito CVTs no Norte Fluminense e ampliar o Dupla Escola, voltado para o ensino médio e ligado ao mercado de trabalho. 4 – Os municípios do litoral norte fluminense, próximos à Bacia de Campos, estão recebendo um aumento expressivo de investimentos de empresas que procuram estar próximas ao centro produtor. E é claro, esse fluxo traz um impacto significativo para esses munícipios dentro das esferas econômica e social. Caso o senhor seja eleito, como o senhor vai desenvolver parcerias com os governos locais para que esses investimentos sejam benéficos não somente para as empresas, mas, também, para a população local? No Norte Fluminense, fizemos obras e criamos projetos que mudaram a vida dos moradores. Impulsionando o desenvolvimento, criamos distritos industriais em Campos, Macaé e São João da Barra, gerando milhares de empregos e oportunidades de negócio. Os programas Rio Leite e Rio Genética deram oportunidades ao pequeno produtor, assim como o programa Estradas da Produção, com a manutenção das vias. Essas conquistas serão ampliadas. Vamos construir o Corredor Transnorte, ligando Itaocara e o Porto do Açu, e concluir o Corredor Logístico do Açu. Na saúde, foram implantadas as Unidades de Pronto-Atendimento e os equipamentos móveis de tomografia e ressonância magnética foram passos importantes na melhoria da assistência médica na região. Para melhorar ainda, serão instaladas mais oito UPAs e oito Clínicas da Família nos municípios do Norte Fluminense. MACAÉ OFFSHORE 23


HIGHLIGHTS

Graduated in economics and management, the candidate of the political alliance Rio em 1º Lugar (Rio Comes First, formed by PMDB, PP, PSC, PTB, PSL, PPS, PTN, DEM, PSDC, PHS, PMN, PTC, PRP, PSDB, PEN, PSD) Luiz Fernando Pezão started his political career when he was only 27 in the city of Piraí, city located south of the state. There, he worked as alderman and mayor. Now as the temporary governor of Rio de Janeiro, Pezão presented – in an interview to Macaé Offshore – his proposals for the oil and gas industry in the state. Check it out:

1 – As other states are being considered for possible destinations to the development of the supplier chain business in the oil and gas sector, what are the unique competitive advantages the state of Rio de Janeiro will have in your administration, such as tax benefits or incentives, quickness in licensing processes, territorial organization, and others that contribute in favor of Rio de Janeiro? Investors already noticed our competitive advantage. A proof of this fact is that Rio de Janeiro ranked second in the Ranking of Business Environment of the Brazilian States 2013/14, developed by the Intelligence Unit of the British group Economist. With 72.3 points, Rio is way above the national average of 43 points and very close to the first place, Sao Paulo, with a score of 77.2. In our administration, the state restored credibility and trust of investors and has a budget of R$ 84 billion, before us it was around R$ 33 billion. When we arrived in 2007, Rio was found in a scenario of abandonment concerning investments. No company was interested in set foot here due to the lack of credibility. Companies that left Rio in previous governments returned to the state in our administration, generating income and employment. We attracted in the last seven and half years 326 thousand enterprises and today we have more than 1 million formal jobs. 24 MACAÉ OFFSHORE

In addition to those achievements, 18 of the 21 research centers coming to Brazil will be based in Rio. It is all thanks to the combination of several factors, such as our privileged location at the center of the biggest consumer market of the country; the credibility of our economic policy; the strategy of attracting investments such as reduction in ICMS (Taxes on Consumption of Goods and Services); our safety policy, qualification policy and investments in infrastructure. With technical management and work to convince entrepreneurs, both allied to logistics, infrastructure and qualification projects, Rio jumped from R$ 70 billion (in the years of 2006-2008) to R$ 211 billion (2012-2014) in investments. For the period comprising 2014-2016, Firjan is expecting another R$ 235 billion. We will keep on strengthening our safety policy, tax incentives and infrastructure.

2 – The oil production and exploration activity in the State of Rio de Janeiro is mainly offshore, however if it wants to work at its full strength, it will also depend on onshore operations. Its growth requires complex projects that involve ground modalities (roadways, highways, accessways), air modalities (airports, heliports and helidecks) and sea modalities (ports, multiuse terminals, logistic terminals). Considering the actual increase of activities from this sector in the last years and the growth

expectations, what are the interventions you deem as pertinent and what can be expected for the next years of your administration? The state must be the injector of investments in infrastructure for roads, health and education. And this is the commitment we are going to improve in the North of the State, the commitment of keeping on investing and being a partner, without impairing the productive chain we already got here. We are going to work closer to the city halls and to the federal government in order to acquire environmental licenses and assist in the expropriation process, for instance. In August we had the opportunity to discuss with administrators of the Açu Port on what the state can do to speed up works. We managed to solve an environmental problem by building the bridge that connects São Francisco to São João da Barra, which will greatly benefit Campos. We have to invest in mobility. Companies presented a railway project to connect the region to the State of Espírito Santo and we are now waiting on the final details to submit it to the president for inclusion in the national railway plan. By the time it starts operating with full capacity, the Açu Port will be the largest port complex of Latin America and third largest of the world. Currently, ten thousand people work in the site, 54% come from São João da Barra. We need to increase investments, as


HIGHLIGHTS

we did with the Arco Metropolitano (Metropolitan Arc), the main logistic work of our Government. Around the Arc more than R$ 60 billion were attracted, in which Comperj, located in Itaboraí, takes the spotlight. In the region of the Açu Port Complex we are going to invest in the consolidation of the Corredor Logístico do Açu (Açu’s Logistic Corridor) with the implementation of road- and railway accesses, thus contributing to the conclusion of the works for the Complexo Industrial e Logístico da Barra do Furado (Barra do Furado Logistic and Industrial Complex), located between the cities of Campos and Quissamã.

3 – Employment is a recurring theme in the news and low qualification is always highlighted as one of our main issues. As the oil industry lacks qualified manpower, we would like to know what actions do you forecast to improve the education and professional qualification and how do you see the interference of the State as an instigator of such issue?

Keeping a watchful eye on the job opportunities after the discovery of the pre-salt layer and the works of the Açu Port, we intend to inaugurate eight more CVT’s in the North of the State and improve the Dupla Escola (Double School), a program focused on high school learning in tune with the labor market.

4 – The cities of the state northern shore near the Campos Basin are receiving a considerable increase of investments from companies seeking to stay close to the producing center. It is clear that this flow causes a significant impact to those cities in the social and economic levels. If you win the election, how are you going to develop partnerships with the local governments to make those investments beneficial not only to companies but also to the local communities?

In the northern region of the state, we performed works and created projects that changed the lives of the

people living there. By boosting development, we created industrial districts in Campos, Macaé and São João da Barra, generating thousands of jobs and business opportunities. The programs Rio Leite (Rio Millk) and Rio Genética (Rio Genetics) provided opportunities to the small-sized producer, as well as the program Estradas da Produção (Production Roads), with the maintenance of the highways. Those achievements will be expanded. We are going to build the Corredor Transnorte (Transnorth Corridor), connecting Itaocara and the Açu Port, and then finish the Corredor Logístico do Açu. Concerning health, we implemented the Unidades de Pronto-Atendimento (UPA / Immediate-Care Units) and the mobile equipment of tomography and magnetic resonance were important steps towards the improvement of the medical assistance in the region. To make it even better, we are going to install eight more UPA’s and eight Clínicas da Família (Family Clinics) in the northern cities of the state.

Qualification of youngsters has been a constant concern of our administration. Several schools were modernized, providing students with access to IT and science laboratories and multisport courts. Few places in the world have an activity with more than ten thousand workers. Now, the state must get on stage to qualify the young ones. We are going to implement in this region the Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT / Technologic Vocational Centers) focused on the industries where they are going to be located, mainly in the petroleum segment. The Universidade do Estado do Rio de Janeiro (State University of the Rio de Janeiro) is coming to the region and it will bring with it courses such as Engineering, Logistics, Mining and Metallurgy. Three CVT’s were implemented to offer free courses in the areas of oil & gas, civil works and information technology. MACAÉ OFFSHORE 25


SABATINA

Garotinho PR 22

Candidato ao governo do Rio de Janeiro pela coligação Aliança Republicana e Trabalhista (PR, PROS e PT do B), o deputado federal Anthony William Matheus de Oliveira, mais conhecido como Anthony Garotinho, é radialista de formação e desde cedo atua na militância política. Natural da cidade de Campos dos Goytacazes, situada na região do Norte Fluminense, ele iniciou a sua trajetória como político em 1986 quando, pela votação local, foi eleito deputado estadual e, mais tarde, prefeito em 1988. Disputando o cargo de governador do Rio de Janeiro pela terceira vez, Garotinho, tenta retornar ao Palácio Guanabara, onde esteve pela primeira vez quando foi eleito governador pelo PDT em 1998.

1 – Na medida em que outros estados se apresentam como possíveis destinos para o desenvolvimento dos negócios da cadeia de fornecedores para o setor de óleo e gás, quais os diferencias competitivos que o estado do Rio de Janeiro terá, em seu governo, como estímulos ou benefícios fiscais, celeridade nos processos de licenciamento, organização territorial, e outros que contribuam em favor do Rio de Janeiro? Sinto-me à vontade para falar sobre incentivos, estímulos e benefícios porque eu já fiz isto como governador do Rio. No meu governo em 1999 criei incentivos à Petrobras, líder desta cadeia produtiva e recuperei a vocação para a indústria naval e desburocratizei inúmeros processos que emperravam a administração 26 MACAÉ OFFSHORE

publica. Como vocês sabem, o petróleo é uma commodity e tem seu preço “fixo”, então o que é importante neste mercado é ter baixo custo de produção, e quando o Estado se organiza e torna mais eficaz a sua estrutura, ele beneficia o empreendedor. Vamos aprimorar e ampliar os modais para reduzir custos de logísticas tornando cada vez mais o Estado atraente e competitivo. Em meu governo, saímos de um patamar de menos de mil empregos na indústria naval e preparamos o caminho para hoje estarmos com mais de 65 mil empregados. O que o Estado colhe hoje foi plantado em meu governo, e irei retomar de onde paramos, com novos investimentos, novos benefícios e

ação integrada da administração para induzir o desenvolvimento do setor, gerando benefícios para as empresas, os municípios e a população fluminense. 2 – A atividade de exploração e produção de petróleo, no Estado do Rio de Janeiro é eminentemente offshore mas, para funcionar plenamente, ela precisa das operações de terra. O seu crescimento exige projetos complexos que envolvem os modais terrestre (rodovias, estradas, vias de acesso); aéreo (aeroportos, heliportos/helipontos); e marítimo (portos, terminais multiuso, terminais logísticos). Considerando o aumento real das atividades deste setor nos últimos anos e as expectativas de crescimento, quais as


SABATINA

intervenções o Sr. julga pertinente e o que pode-se esperar para os próximos anos de seu governo? Vamos trabalhar forte no apoio ao desenvolvimento dos portos do Rio, de Imbetiba, Itaguaí, e os novos em implantação de FarolBarra do Furado e Açu. Estes dois frutos de estudos que se iniciaram ainda em meu governo. Nós iremos executar as obras do Arco Rodoviário do Norte Fluminense, conhecido também como Rodovia Translitorânea, com uma extensão de 204 quilômetros, ligando Porto do Açu à Barra do Furado. O sistema envolverá rodovias federais e estaduais e o projeto será objeto de uma parceria público privada (PPP), com 30% de recursos do governo e 70% de capital privado. A malha rodoviária estadual, com 3.954 quilômetros, está em grande parte abandonada e quem investe no setor offshore sabe que isso é um gargalo para o crescimento. Vou recuperar de forma planejada as estradas do Estado, que se encontram em péssimas condições e implantar 500 quilômetros de novas pavimentações. Também vou apoiar a construção da Estrada de Ferro Rio-Vitória, com extensão de 550 quilômetros, que interligará a região de Caxias e do Comperj ao eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte. É preciso também adequar os acessos rodoviários aos principais mercados de emissões e geradores de cargas tais como BR-116 S , BR 116N , BR 040 e BR 101 N. 3 – A empregabilidade é tema recorrente nos noticiários e baixa qualificação é sempre destacada como um dos nossos maiores problemas. Como a indústria do petróleo carece de mão de obra qualificada,

gostaríamos de saber: Quais ações destacaria para melhorar a educação e a qualificação profissional e como o Sr. percebe a interferência do Estado como fomentador desta questão? Vamos garantir uma expressiva parte dos investimentos em educação profissional de base. Vamos estreitar o relacionamento com o sistema S e com a FIRJAN, instituições que já fazem um trabalho de qualidade neste tipo de formação. Vamos apoiar iniciativas como os Centros de Treinamentos, do Senai em Benfica , Campos e Macaé. Daremos também grande incentivo a toda rede FAETEC, que foi implementada em minha gestão anterior, de forma a capitanear esforços de capacitação, qualificação e profissionalização de jovens e adultos. Trabalharei também nos cursos profissionalizantes, não necessariamente vinculados à cadeia produtiva do petróleo, porque quando desenvolvemos a cadeia do petróleo geramos outras demandas profissionalizantes sempre esquecidas. O nosso governo vai resgatar a qualificação profissional no Estado do Rio. Vamos promover programas de requalificação da mão de obra e criar programa de bolsas no valor de R$ 300,00 para desempregados que requeiram capacitação/qualificação profissional. No meu governo ninguém será esquecido. O Estado tem papel fundamental e decisivo neste processo, na medida em que a valorização do magistério e a qualificação dos professores é uma atribuição do mesmo. No meu governo vamos implantar um grande programa de reforço escolar e retomar a educação á distância. Isto com certeza trará o dinamismo que o Estado perdeu nos últimos anos e

fomentará a qualificação e o melhor posicionamento tão desejado. 4 – Os municípios do litoral norte fluminense, próximos à Bacia de Campos, estão recebendo um aumento expressivo de investimentos de empresas que procuram estar próximas ao centro produtor. E é claro, esse fluxo traz um impacto significativo para esses munícipios dentro das esferas econômica e social. Caso o senhor seja eleito, como o senhor vai desenvolver parcerias com os governos locais para que esses investimentos sejam benéficos não somente para as empresas, mas, também, para a população local? Para estarmos preparados para as consequências não tão positivas deste desenvolvimento, vamos celebrar parcerias com as indústrias vinculando incentivos e apoio quando estas indústrias gerarem no seu entorno novas micro zonas metropolitanas no interior do Estado. Assim, a presença do investimento trará retorno não apenas à cadeia produtiva do setor, mas também às comunidades que recebem estas atividades econômicas. Vamos fazer esta integração com planejamento e com ações efetivas, com a criação do Escritório de Projetos Municipais, o IPM, para prestar assistência aos municípios na formatação e viabilização de projetos junto a fontes federais e organismos multilaterais. Vamos implantar Portos Secos (terminais intermodais alfandegados) no Estado, após a realização de estudos de localização, o que irá beneficiar em muito os municípios do interior. Para que todos possam crescer juntos é preciso olhar para os municípios valorizando-os, incentivando suas vocações. É o que eu fiz como governador e o que deixou de ser feito nestes últimos anos. MACAÉ OFFSHORE 27


HIGHLIGHTS

Candidate to the governor’s office of Rio de Janeiro by the political alliance Aliança Republicana e Trabalhista (Republican and Labor Alliance, which is composed by the political parties PR, PROS & PT do B), the federal deputy Anthony William Matheus de Oliveira, better known as Anthony Garotinho, is graduated in Radio Production and had a precocious participation in political activism. Born in the city of Campos dos Goytacazes, located north of the State, he started his career as a politician in 1986, year when he was elected state deputy by the local votes and two years later became the mayor of the city. Currently on his third attempt to the governor’s seat of Rio de Janeiro, Garotinho intends to return to the Guanabara Palace, where he was for the last time in 1998, when he was elected governor by the PDT political party.

1 – As other states are being considered for possible destinations to the development of the supplier chain business in the oil and gas sector, what are the unique competitive advantages the state of Rio de Janeiro will have in your administration, such as tax benefits or incentives, quickness in licensing processes, territorial organization, and others that contribute in favor of Rio de Janeiro? I feel comfortable talking about incentives, stimuli and benefits because I already did that when as the governor of Rio. During my first administration in 1999 I created incentives to Petrobras, the leader of this production chain, I restored the vocation to the naval industry and reduced the bureaucracy of several processes causing delays in the public administration. As you know, petroleum is a commodity and has its “fixed” price, what is important in this market is to achieve a low production cost, and when the State organizes itself to make its own structure more efficient, it benefits the entrepreneur. We are going to improve and enhance modals to reduce logistic costs making the State more competitive and attractive. In my administration, we managed to surpass a threshold of less than 1 thousand jobs in the 28 MACAÉ OFFSHORE

naval industry and paved the way so that today we could have more than 65 thousand jobs. What the State is sowing today was planted in my administration, and I intend to resume from where we stopped, with new investments, new benefits and integrated action of the administration to induce the development of the sector, generating benefits for companies, cities and to the population of Rio de Janeiro.

2 – The oil production and exploration activity in the State of Rio de Janeiro is mainly offshore, however if it wants to work at its full strength, it will also depend on onshore operations. Its growth requires complex projects that involve ground modalities (roadways, highways, accessways), air modalities (airports, heliports and helidecks) and sea modalities (ports, multiuse terminals, logistic terminals). Considering the actual increase of activities from this sector in the last years and the growth expectations, what are the interventions you deem as pertinent and what can be expected for the next years of your administration? We are going to work hard to support the development of ports in

Rio, Imbetiba, Itaguaí, and the new ones being implemented in FarolBarra do Furado & Açu, the latters were conceived from studies started during my previous administration. We are going to perform the works of the Arco Rodoviário do Norte Fluminense (Northern Roadway Arc), also known as Rodovia Translitorânea (Translitorânea Highway), with an extension of 204 kilometers, connecting the Açu Port to Barra do Furado. The system will involve federal and state highways and the project will count on the private and public partnership (PPP), with 30% of government resources and 70% of private capital. The state highway grid, with 3954 kilometers, is mostly abandoned and those investing in the offshore segment know that this is bottleneck against growth. I will restore, in a planned manner, the State highways, which are found in terrible conditions and implement 500 kilometers of new pavements. I will also support the construction of the Estrada de Ferro Rio-Vitória (Rio-Vitoria Railway), with an extension of 550 kilometers, which will interconnect the Caxias and Comperj regions to the Rio-São Paulo-Belo Horizonte axis. It is also necessary to adequate the roadway accesses to the main markets of cargo emission and generation such as BR-116 S, BR 116N, BR 040 and BR 101 N highways.


HIGHLIGHTS

3 – Employment is a recurring theme in the news and low qualification is always highlighted as one of our main issues. As the oil industry lacks qualified manpower, we would like to know what actions do you forecast to improve the education and professional qualification and how do you see the interference of the State as an instigator of such issue? We are going to ensure a considerable amount of investment in base professional education. We are going to strengthen the relationship with the Sistema S and FIRJAN, institutions that are already doing a quality work in this kind of qualification. We are going to support initiatives such as the Training Centers of Senai in Benfica, Campos and Macaé. We will also provide a huge incentive to the entire FAETEC network, which was implemented in my previous management in order to gather capacitation, qualification and professionalization efforts for teenagers and adults. I will also work in professionalizing courses, but not necessarily those related to the oil productive chain, as when we develop the oil chain we generate other professional demands that are always set aside. Our administration will rescue the professional qualification of the State. We are going to promote workforce re-qualification programs and create scholarship programs in the value of R$ 300.00 to those unemployed and requiring professional capacitation/qualification. No one will be forgotten in my government. The State has a critical and decisive role in this process as it falls upon the State to value both teaching and the qualification of teachers. In my administration we are going to implement a big school tutoring program and retake distance learning. This will surely bring back the dynamism the State lost in the last years and will promote the qualification and better positioning so badly desire.

4 – The cities of the state northern shore near the Campos Basin are receiving a considerable increase of investments from companies seeking to stay close to the producing center. It is clear that this flow causes a significant impact to those cities in the social and economic levels. If you win the election, how are you going to develop partnerships with the local governments to make those investments beneficial not only to companies but also to the local communities? In order to be prepared for the notso-positive consequences of this development, we are going to enter into partnerships with the industries, allying incentives and support by the time said industries generate around them new countryside metropolitan

micro-zones. Therefore, the presence of investment will bring returns not only to the sector production chain, but also to the communities receiving those economic activities. We are going to make this integration with planning and effective actions by creating the Escritório de Projetos Municipais (Office of Municipal Projects), the IPM, to provide support to cities in the formation and feasibility of projects with federal sources and multilateral bodies. We are going to implement Portos Secos (Dry Ports) (customs intermodal terminals) in the State after the execution of localization studies, which will greatly benefit the countryside cities. If we want the State to grow together it is required to look to the cities by valuing them and strengthening their vocations. That is what I did as a governor and it is exactly what has not been done in the last years. 

MACAÉ OFFSHORE 29


CAPA

Autossuficiência à vista Petrobras garante a volta da autossuficiência em produção já em 2015 e empresas investem para aproveitar as oportunidades relacionadas ao aumento de produção

Por Brunno Braga

A

lcançada em 2006 e perdida em 2012, a autossuficiência voltou à pauta da indústria este ano. De fato, com a produção do pré-sal batendo recorde e o aumento no volume extraído visto em vários campos produtores, com destaque para Roncador e Marlim (ambos localizados na Bacia de Campos), o sonho de retomar a tão almejada posição torna-se, aos poucos, uma realidade. Os últimos resultados comprovam isso. Dados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), informaram que a produção de petróleo no Brasil atingiu,

30 MACAÉ OFFSHORE

em junho (último mês levantado até o fechamento desta edição), 2,46 milhões de barris diários, representando um aumento de 6,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado Mas foi com o pré-sal que o otimismo tomou vulto ainda maior, quando a Petrobras anunciou a superação da marca de 500 mil barris de petróleo por dia. Hoje, a região responde por 22% da produção da estatal e caminha para alcançar o índice de 50% nos próximos anos. A autossuficiência tem dois vieses importantes para o país. O primeiro deles é estratégico: conquistando a autossuficiência, ficamos menos vulneráveis

às oscilações dos preços do petróleo no mercado internacional, já que a procura por importar petróleo diminuirá; gerando bons impactos na balança comercial brasileira. O outro, é econômico: estudos divulgados recentemente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indicam que a demanda brasileira por petróleo e derivados deve dobrar até o ano de 2050. Segundo o órgão, a procura por esse combustível fóssil vai passar de 267 para 605 toneladas de petróleo equivalente (TEP). Garantir, então, um volume capaz de atender a essa demanda, torna-se crucial para que não haja um “apagão”. Em outras palavras, entende-se por


capa

Marcus Maciel / Diário Popular

Casco da P-67: o aumento do número de plataforma ajudou o Brasil a recuperar a autossuficiência P-67’s Hull: increase in the platform number helped Brazil to recover self-sufficiency

autossuficiência, aquilo que e pretende consumir o que é produzido, livrando-se da dependência em importações.

ano haja um aumento de 30% na procura pelos encontros promovidos pelo Sebrae.

No entanto, é no campo das oportunidades que a autossuficiência da produção ganha espaço, sobretudo para a cadeia produtiva da indústria do petróleo. “Ficamos muito contentes com o anúncio feito pela Petrobras de que estão somando esforços para aumentar o nível de produção. Isso é bom não somente para as grandes companhias, mas, também, vem dando reflexos para as pequenas e micro empresas, pois mostra o comprometimento dos investimentos para alcançar a autossuficiência’, disse o coordenador de Petróleo e Gás do Sebrae, Antônio Batista. Ele comenta que cada vez mais as MPEs buscam se capacitar e se prepararem para o aumento da demanda da indústria. “Nós do Sebrae promovemos semanalmente workshops e encontros com fornecedores para que eles tenham conhecimento sobre como funciona este segmento. Nele, não tem como improvisar. Por isso, estar capacitado é importante para aproveitar as oportunidades que vêm surgindo com o aumento contínuo da produção”. Batista revela que já são mais de mil empresas cadastradas pela coordenação do instituto e que a tendência é que até o final do

E, de fato, para auxiliar no processo de aumento de produção esperado, muitas empresas estão se preparando e investindo e buscando, assim, aumentar os lucros. É o caso da Victaulic. Segundo Daniel Röhe, Gerente Geral da Victaulic no Brasil, empresa voltada para produção de sistemas de união de tubos mecânicos para a industrial naval, o País possui uma cadeia de fornecedores locais forte, que vem se preparando para atender toda essa demanda criada pelo setor offshore. “Estamos sempre buscando melhorar a sua competitividade, de modo que possa continuar se destacando com propostas de inovação e qualidade dos produtos e amplo atendimento local”, afirmou o executivo. Para a Vicel, empresa que atua no fornecimento de equipamentos e serviços de geração e tratamento de água e efluentes para o mercado de óleo e gás, a recuperação da produção representa oportunidades bastante atraentes. Em nção disso, a empresa está buscando, através de parceria, se qualificar para atender as crescentes demandas. Em junho, a companhia anunciou uma joint

venture com a SoyEnergy, Segundo o diretor comercial da Vicel, Helio Brasil, o acordo vai permitir com que sejam ofertados trabalhos de excelência para projetos do segmento petrolífero, sobretudo aos relacionados ao fornecimento de água potável para plataformas da Petrobras para uso em banheiros, cozinha e lavanderia. “Através de modelos de negócios inovadores e talentos humanos, vamos maximizar os nossos serviços, objetivando atender a demanda que vai se aquecer com o aumento de investimentos para aumento da produção de petróleo”, avalia o executivo. Já a Brastech, empresa especializada na revitalização, locação e manutenção de baleeiras, balsas e na construção de embarcações de resgate, de serviço e militares, que também atua no mercado subsea, vem cumprindo o cronograma de entregas de embarcações de resgate para o prés-sal. Em agosto, a empresa entregou a segunda embarcação à Ecovix. Do tipo RIB 6.01 LRG Solas Fast JET, a embarcação a diesel, é equipada com motor de centro com hidrojato e tem capacidade para seis pessoas. A embarcação de resgate será instalada no FPSO P-67 da Petrobras, que realizará atividades de exploração e produção no pré-sal. Segundo o gerente técnico-comercial da MACAÉ OFFSHORE 31


CAPA

Brastech Divisão Marine, Eduardo Inácio, a embarcação é ideal para operar na área do pré-sal, já que ela foi desenvolvida e construída com equipamentos aprovados para suportar condições marítimas de águas internacionais. “Essa embarcação atende a todos os requisitos de segurança. Ela pode atuar tanto nas operações de resgate de acidentes marítimos

como aéreos”, salienta o engenheiro. A embarcação tem 65% de conteúdo local e foi construída no estaleiro da Brastech, em Rio das Ostras (RJ), atendendo as determinações legais estabelecidas pelo governo brasileiro. Neste cenário, a confiança para que o Brasil alcance da autossuficiência torna-se cada vez mais factível, conforme avalia o

secretário-executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Milton Costa Filho. “O IBP acredita que é bem capaz, mas será muito difícil. Creio que a partir de 2016 será mais viável. Os campos do pré-sal estão batendo recordes mensalmente, apesar de haver declínio natural em outros campos. Contudo, estamos confiantes”.

Investir mais em refino E os ganhos que o processo em busca da autossuficiência vão trazer também repercutirão no mercado de trabalho. Segundo Rafael Faria, consultor especializado em O&G da Associate Director & Partner da Fesa, esse movimento trará resultados que serão colhidos no longo prazo mediante a manutenção do bom desempenho exploratório e continuidade da capacitação da indústria nacional em prover serviços e bens de capital para suportar esse crescimento. “Essa boa notícia (autossuficiência) traz mais credibilidade ao mercado, estimulando o apetite de investidores. Mas, caso esses dois fatores mencionado não sejam cumpridos, os benefícios ao mercado serão menos sensíveis.”, disse, em entrevista à Macaé Offshore. Para ele, o reflexo no mercado de trabalho está associado aos dois fatores mencionados. “Se houver um incentivo significativo à indústria, haverá mais oportunidades para os profissionais que participam ou querem participar do segmento”, avaliou. Para a professora do Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica da UFRJ e Doutora em Economia, Rosemarie Broker Bone, ao longo dos anos, as positivas mudanças estruturais no setor petrolífero nacional causadas pelo sucesso do pré-sal poderá forçar a empresa a investir mais em refino. “Para melhorar a sua posição perante os desafios, a Petrobras afirma que irá investir US$ 40 bi anuais para a melhoria da eficiência nas unidades e processos”, apontou a acadêmica. E esse 32 MACAÉ OFFSHORE

Agência Petrobras

Refinaria Duque de Caxias (Reduc), RJ: É preciso investir em refino para manter a autossuficiência Duque de Caxias Refinery (Reduc), RJ: It is required to invest in refinement in order to maintain self-sufficiency


capa

Divulgação

montante de investimento significa, em sua avaliação, aumento da capacidade instalada em refinarias, uma vez que são nelas que ocorrem a agregação de valor. “O problema encontra-se quando o mercado cresce, mas a produção de derivados não corresponde”, declarou. Contudo, tudo leva a crer que a curva de crescimento de produção para os próximos anos fará com que o ânimo da cadeia fica um pouco mais positivo, depois de período de letargia por conta das paralisações dos leilões e outros problemas como paradas de plataformas. E fica claro para a indústria que o desejo de ir ao encontro dessas expectativas se traduz em investimentos que, por sua vez, trarão retorno para um setor que vem mostrando que tem oportunidades, apesar dos grandes desafios pela frente.

Prédio da Politécnica UFRJ: professora do Departamento de Engenharia Industrial, Rosemarie Broker Bone, lembra que a Petrobras irá investir US$ 40 bilhões anuais para a melhoria da eficiência nas unidades e processos UFRJ’s Polytechnic Building: professor of the Industrial Engineering Department, Rosemarie Broker Bone, reminds that Petrobras will invest US$ 40 billion (annually) to improve the efficiency of units and processes

Histórico Quando o Brasil alcançou a autossuficiência em 2006 , o feito foi alardeado pelo governo brasileiro com toda pompa possível. Apesar de a produção ser menor do que o consumo, desde 2006, o Brasil exportou mais petróleo do que importou. Seis anos mais tarde, essa tendência se inverteu e, para atender a uma demanda crescente por combustíveis, as compras de óleo no exterior voltaram a pesar na pauta da balança comercial brasileira. “Por haver muitas refinarias brasileiras que necessitam de óleo importado para a produção de seus derivados, dado os vários tipos de óleo e o incentivo à compra de automóveis, promovidos pelo governo federal, como uma resposta à crise financeira internacional nos últimos anos, o Brasil se transformou em importadores líquidos de derivados de petróleo”, explica a professora do Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica da UFRJ

Agência Petrobras

A autossuficiência em produção foi alcançada em 2006, durante gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010) Self-sufficiency in production was reached in 2006 during the government of the president Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010)

e Doutora em Economia, Rosemarie Broker Bone. Ela conta, ainda, que o ano de 2011 foi considerado o melhor para o setor em termos de produção de óleo. Após esta data, principalmente, os atrasos no início das operações de novas plataformas e

as paradas técnicas de plataformas já em uso determinaram as sucessivas quedas na produção. “Resumidamente, para o petróleo, o consumo aumentou, a produção foi reduzida e as importações de derivados tiveram que suprir uma carência gerada pela forte demanda por automóveis”, conclui. 

MACAÉ OFFSHORE 33


COVER

Self-sufficiency in sight Petrobras ensure the back of selfsufficiency in production for 2015 and companies make their movies to invest and take advantage of the opportunities related to increase in production

By Brunno Braga

O

nce reached in 2006 and then lost in 2012, self-sufficiency returned to the agenda of the industry this year. In fact, with the pre-salt production breaking records and the increase of extracted volume noticed in several production fields, such as Roncador and Marlim (both located in the Campos Basin) the dream of retaking the so badly desired position slowly becomes reality. The last results can prove it. Data disclosed by the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP), informed that the Brazilian petroleum production reached on June (last month surveyed until the closure of this issue) 2.46 million of daily barrels, representing an increase of 6.9% against the same month in the last year. But it was with the pre-salt that the optimism came back for real, when Petrobras announced that the milestone of 500 thousand oil barrels/day was surpassed. Today, the region answers for 22% of the production of the company and it intends to reach an index of 50% in the next years. Self-sufficiency comes with two important consequences to the country.

34 MACAÉ OFFSHORE

The first consequence is strategic: by achieving self-sufficiency, we are less vulnerable to oscillations of the oil prices in the international market, as the demand to import oil will decrease; generating good impacts in the Brazilian trade balance. The other one is economic: studies recently disclosed by the Empresa de Pesquisa Energética (EPE / Energy Research Company) show that the Brazilian demand for petroleum and derivatives will double until 2050. According to the same agency, the demand for this fossilized fuel will rise from 267 to 605 tonnes of oil equivalent (TOE). Thus, to ensure a volume capable of meeting such demand becomes vital to avoid a possible ‘blackout’. In other words, self-sufficiency can be understood as the situation where everything that is produced is intended for further consumption, which means no more dependence on imports. However, it is in the field of opportunities that production self-sufficiency stands out, mainly for the petroleum industry productive chain. “We are very pleased with the announcement made by Petrobras where they are joining efforts to increase production level. This is good not only to the major companies,

but it also reflects on small-sized and micro companies, as it show the commitment of the investments to reach selfsufficiency” says Sebrae’s Oil & Gas coordinator, Antônio Batista. He comments that more and more MPE’s (Micro and Small Companies) seek to qualify and prepare themselves to the increase in the industry demand. “We from Sebrae promote workshops and meeting with suppliers every week so that they can acquire more knowledge on how this segment works. In the segment, there is no improvisation. That is why it is important to take advantage of opportunities arising with the continuous increase of production”. Batista reveals that more than one thousand companies are registered by the coordination of the institute and that the trend shows that there will be an increase of 30% in the search of events held by Sebrae. In fact, in order to assist in the process of increasing the expected production, many companies are preparing and investing and looking for a way to increase their profits, which is the case of Victaulic. According to Daniel Röhe – General-Manager of Victaulic in Brazil, company focused on the production of mechanical pipe coupling systems for


COVER

the naval industry – the Country has strong local supply chains getting ready to meet all such demand created by the offshore sector. “We are always seeking to improve our competitiveness in order to place us on a higher ground with innovative offers and product quality, as well as wide local support” said the executive. According to Vicel, company working in the supply of generation services and equipment and treatment of water and effluents for the oil and gas market, their recovery of the production represents very attractive opportunities. Additionally, the company is seeking, through partnership, to qualify itself to meet the ever growing demands. On June, the company announced a joint venture with SoyEnergy. According to Vicel’s commercial director, Helio Brasil, the agreement will allow the offering of works of excellence to projects in the petroleum segment, especially those related to the supply of drinking water to Petrobras platforms to be

used in restrooms, galley and laundry. “By adopting innovative business models and human talents we are going to maximize our services, with the purpose of meeting the future demand that will get hot with the increase of investments that in turn will increase oil production”, evaluates the executive. Brastech – a company specialized in the overhaul, lease and maintenance of lifeboats, liferafts and in the construction of rescue, service and military vessels, also active in the subsea market – is meeting the schedule of rescue vessel delivery to the pre-salt. On August, the company delivered the second vessel to Ecovix. The diesel-powered vessel is a RIB 6.01 LRG Solas Fast JET, equipped with water-jet central engine and capacity for six people. The rescue vessel will be installed onboard FPSO P-67 owned by Petrobras to perform exploration and production activities in the presalt. According to the technical and commercial manager of Brastech Marine Division, Eduardo Inácio, the vessel is

More investments in refinement The earnings that the search for selfsufficiency will bring will also reflect on the labor market. According to Rafael Faria, consultant with specialization in O&G from Associate Director & Partner da Fesa, this movement will bring results that will be enjoyed at the long-term as long as there is the maintenance of the good exploratory performance and continuity of the local industry qualification in the provision of services and goods to withstand such growth. “This good new (self-sufficiency) brings more credibility to the market, stimulating the appetite of the investors. But, if these two above mentioned factors are not fulfilled, benefits to the market will be less appreciated”, he said in an interview to Macaé Offshore. According to him, the impacts on the labor market are related to those two factors. “If there is a significant incentive to the industry, there will be more opportunities to the professionals that joined or wish to join the segment”, he assessed. For the professor of the Industrial Engineering Department of UFRJ’s Polytechnic School and Doctor in

Economics, Rosemarie Broker Bone, throughout the years, the positive structural chains in the national oil sector caused by the success of the pre-salt may force the company to invest more in refinement. “In order to improve its position against challenges, Petrobras says it will invest annually US$ 40 billion to improve efficiency in units and processes”, said the professor. And this investment sum is, according to her, an increase of the capacity installed in refineries, as inside them is where addition of value takes place. “The problem is when the market grows but the production of derivatives is unable to follow it”, she stated. However, it seems that the production growth curve for the next years will cause the chain mood to stay positive after the period of lethargy due to suspension of auctions and other issues such as platform shutdowns. And it is clear for the industry that the wish of reaching such expectations can be translated as investments that will bring return to a sector generating opportunities, despite of the big challenges ahead.

perfect to operate in the pre-salt area, as it was designed and built with approved equipment to support maritime conditions of international waters. “This vessel meets all safety requirements. It can operate not only in rescue operations from maritime accidents but also in air accidents”, says the engineer. The vessel has 65% of local content and was built in the shipyard of Brastech, in Rio das Ostras (RJ), complying with the legal determination set by the Brazilian government. In this scenario, the dream that one day Brazil is going to reach self-sufficiency becomes more tangible as assessed by the secretary-executive of the Brazilian Institute of Petroleum, Gas and Biofuels (IBP), Milton Costa Filho. “IBP believes that is very possible, but it will be equally hard. I believe that from 2016 it will be more feasible as the presalt fields are breaking records month after month, despite of the natural decay of other fields. However, we are very confident”.

History When Brazil reached self-sufficiency in 2006, the deed was celebrated by the government with fireworks. Even if production is lower than consumption since 2006, Brazil managed to exported more oil than imported. Six years later, this trend shifted and to meet an ever growing demand for fuels, the purchase of oils from abroad are back on the agenda of the Brazilian trade balance. “Due to the many refineries demanding imported oil and the incentive to buy vehicles promoted by the federal government in response to an international financial crisis in the last years, Brazil turned itself in a petroleum derivative liquid importer”, explains the professor of UFRJ’s Polytechnic School. She also tells that 2011 was considered as the best year for the sector in terms of oil production. After that time, delays in the beginning of the operation of new platforms and technical shutdowns suffered by those already in operation caused the successive falls in production. “To sum up, petroleum consumption increased, production decreased and derivative imports had to compensate a shortage generated by the strong demand for vehicles”, she concluded.  MACAÉ OFFSHORE 35


desenvolvimento

RJ se consolida como a

meca dos investimentos O secretário de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis), Júlio Bueno, e o presidente da Agência de Fomento (AgeRio), Domingo Vargas falam sobre os principais investimentos no setor de óleo e gás Por Rodrigo Leitão

C

om a construção do Arco Metropolitano que ligará o município de Itaguaí à Caxias, trazendo avanços logísticos significativos para o estado do Rio, o Cluster de Subsea, que tem como principal objetivo a estruturação de um cluster, reunindo as empresas que já estão no estado, que atuam como fornecedores de produtos e serviços para exploração submarina de petróleo e gás, e com o novo ciclo de Portos com destaque para o Porto de Açu, um complexo portuário privativo de uso misto em São João da Barra, Norte Fluminense, que já tem cerca de R$ 15 bilhões em investimentos em andamento, o cenário não poderia ser mais favorável para o estado que concentra 80% da produção nacional. Em entrevista à Macaé Offshore, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeis) e, o presidente da Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (Investe Rio), Domingo Vargas falaram sobre os principais pilares de desenvolvimento com o advento do pré-sal e como fomentar a produção de bens e serviços no Estado.

1 – Quais as perspectivas do estado do RJ para a cadeia de fornecedores de óleo e gás, naval nos próximos 10 anos? Com o advento do pré-sal, qual o panorama que o Sr. pode traçar na área de logística, exploração e produção etc? Julio Bueno – As perspectivas para o segmento de óleo e gás no Brasil e, sobretudo, no Rio de Janeiro, com o advento do pré-sal, são espetaculares para os próximos anos. Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) apontam que, até 2035, serão investidos US$ 57 bilhões ao ano, no 36 MACAÉ OFFSHORE

Brasil, nesse setor. Desse total, cerca de 80% terão como destino o Estado do Rio de Janeiro. O setor de petróleo tem uma grande representatividade na economia do estado e dos municípios do Rio de Janeiro e sua capacidade já está contratada, por, pelo menos, mais 20 anos. Nesse cenário, há perspectivas extremamente positivas para o mercado de subsea. A expectativa é que, como a indústria de O&G estará voltada no Brasil para a produção em águas profundas, já em 2020,

cerca de 45% de todo o mercado global de subsea estará no País. Grande parte dos investimentos estará em nosso Estado. Por isso, criamos, na Secretaria, o Cluster de Subsea, que tem como principal objetivo a estruturação de um cluster (associação), reunindo as empresas que já estão no estado, que atuam como fornecedores de produtos e serviços para exploração submarina de petróleo e gás. O principal objetivo da iniciativa é a atração de investimentos e de empresas de serviços e equipamentos


desenvolvimento

submarinos para se instalarem no Estado do Rio, com foco na cadeia de subfornecedores tecnológicos, aumentando o conteúdo local destes equipamentos. O Rio de Janeiro é, hoje, o líder nacional em reservas provadas no País, com uma taxa de reserva/ produção de 19,3 anos. Em média, 75% de todo o poder de decisão da indústria do petróleo no país localiza-se na cidade do Rio de Janeiro, onde estão as sedes das principais empresas do setor e das instituições regulatórias como a ANP. Para maximizar as oportunidades oferecidas pelo complexo, o Governo do Estado instalou, por meio da Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), um distrito industrial que já tem investimentos da Intermoor, empresa de apoio logístico à indústria de petróleo e gás; a Technip e a NOV, ambas fabricantes de tubos flexíveis, e além da Wartsila, também do setor de petróleo, entre outras grandes empresas ligadas à exploração de petróleo offshore. 2 – Quantas linhas de crédito a AgeRio disponibiliza para o setor de óleo e gás? Domingo Vargas - A AgeRio tem sua atuação voltada para todos os setores da economia. O objetivo da agência é tanto fortalecer as indústrias já instaladas no Estado como apoiar os novos investimentos, promovendo a diversificação industrial do Rio de Janeiro, assim como promovendo uma descentralização regional no estado. Pela sua importância na economia fluminense, o setor de óleo e gás é um dos mais demandantes na agência que, vinculada à Secretaria, financia empresas que queiram se

instalar ou expandir seus negócios no Estado do Rio de Janeiro, por meio de recursos próprios ou como agente financeiro do BNDES, FGTS, Finep, além de fundos de fomento estaduais. A AgeRio investe em projetos de todos os portes, da micro à grande empresa, contribuindo para a geração de emprego e renda no

O setor de óleo e gás é um dos mais demandantes da AgeRio Estado. O setor pode contar com linhas destinadas a investimentos em máquinas, equipamentos, obras civis, e projetos de inovação, que são características de forte demanda das empresas atuantes no petróleo e gás. 3 – A decolagem de novos negócios em ambiente de incubadoras ou parques tecnológicos é um movimento recente no Brasil. Como a Agência vem trabalhando com empresas estrangeiras essas questões de fincar suas bases o estado do RJ. Quais os

principais obstáculos que elas relatam aqui no Brasil? Julio Bueno – A Secretaria e suas vinculadas têm desempenhado um papel crucial no sucesso, que considero espetacular, na atração de centros tecnológicos de empresas para o Rio de Janeiro. Nos últimos anos, as mais renomadas empresas da cadeia petrolífera formaram filas em busca de espaço para concentrarem aqui seus estudos em tecnologia de ponta e estarem ao lado de empresas brasileiras e multinacionais, do porte da Usiminas, Baker Hughes, Halliburton e Schlumberger, apenas para citar algumas das que ocuparam os cerca de 500 mil metros quadrados disponibilizados pela UFRJ no Fundão. O Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento, em parceria com a Secretaria Estadual de Ambiente, disponibilizou para as empresas o Distrito Verde, localizado em área contígua ao Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, em área negociada com o Exército brasileiro. Nosso objetivo é fazer desse espaço um polo de novas tecnologias, atraindo empresas ultra sofisticadas e com preocupação com a sustentabilidade. O próprio Distrito vai adotar o que há de mais contemporâneo tanto no uso de energia (solar ou fotovoltaica, lâmpadas de LED), como transporte (hidrogênio ou similares). A primeira empresa a anunciar a instalação de um centro de pesquisa no local foi a GE, que terá ali um dos seus cinco maiores centros de pesquisas mundiais, com investimentos de R$ 500 milhões e geração de 200 empregos, dos quais 40 PHDs. A Ambev também anunciou, no início de agosto, a instalação do seu centro de pesquisa no local, com investimento de R$ 180 milhões.  MACAÉ OFFSHORE 37


development

RJ becomes the new mecca of investments The Secretary of Development of the State of Rio de Janeiro (Sedeis), Júlio Bueno and the president of the Agency of Foment (AgeRio), Domingo Vargas talk about the main investments in the oil and gas sector

By Rodrigo Leitão

T

he scenario could not be more favorable for the state, holder of 80% of the national production thanks to the: 1) construction of the Arco Metropolitano to interconnect the city of Itaguaí to Caxias, bringing significant logistic improvements to the State of Rio, 2) Cluster de Subsea, whose main purpose is the structuration of a cluster, gathering companies that are already based in the state and operating as suppliers of goods and services for the oil and gas subsea exploration, and 3) new cycle of Ports, notably the Port of Açu, a privative port complex of mixed use in São João da Barra, North of the State, with already has circa R$ 15 billion in ongoing investments. In an interview to Macae Offshore, the Secretary of Economic Development, Energy, Industry and Services of Rio de Janeiro (Sedeis) and the President of the Agency of Foment of the State of Rio de Janeiro (Investe Rio), Domingo Vargas talked about the main development pillars with the discovery of the pre-salt and how to foment the production of goods and services in the State.

1 – What are the perspectives of the state of Rio de Janeiro for the naval and oil & gas supply chain within the next 10 years? With the discovery of the pre-salt, what kind of scenario do you expect in the area of logistics, exploration and production, etc.? Julio Bueno – Perspectives for the Brazilian oil and gas segment and mainly for Rio de Janeiro, following 38 MACAÉ OFFSHORE

the discovery of the pre-salt, are spectacular for the next year. Data from the International Energy Agency (IEA) indicate that until 2035, there will be an investment of US$ 57 billion y.o.y. in Brazil for this sector. From that amount, around 80% will be allocated to the State of Rio de Janeiro. The petroleum sector has a huge influence in the economy of both the state and its cities, not to mention that its capacity is already hired for at least another 20 years.

In this scenario, there are extremely positive perspectives for the subsea market. The expectation is that – as the O&G industry will focus on Brazil for the production in deep waters – by 2020, around 45% of the whole global subsea market will be heading to the Country. A major part of the investments will be in our State. That is why we created in the Secretariat the Subsea Cluster, which is intended to structure a cluster (association), gathering the companies


development

Divulgação / SECOM RJ

already based in the state and that are working as suppliers of goods and services for oil and gas submarine exploration. The main goal of the initiative is to attract both investments and companies providing subsea services and equipment inclined to install themselves in the state, with focus on the technologic subsuppliers chain, thus increasing the local content of said equipment. Rio de Janeiro is today a national leader in proven reserves in the Country, with a reserve/production rate of 19.3 years. In average, 75% of the whole oil industry decision making power in the country is based in the city of Rio de Janeiro, where the headquarters of the main companies of the segment and regulatory institutions are installed, such as ANP. To maximize the opportunities offered by the complex, the State Government installed, by means of the Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin / Industrial Development Company), an industrial district that has already investments from Intermoor, company that provides logistic support to the oil and gas industry; Technip and NOV, both manufacturers of flexible pipes, as well as Wartsila, also from the oil sector, among other major companies related to the offshore oil exploration.

2 – How many credit lines AgeRio provides to the oil and gas sector? DOMINGOS VARGAS – AgeRio operates with focus on all economy sectors. The agency’s main purpose is to strengthen industries already installed in the State and support new investments, by promoting the industrial diversification of Rio de Janeiro, as well as by promoting a regional decentralization in the state. Due to its importance to the state economy, the oil and gas sector is one of the most demanding in the agency, which once bound to the Secretariat, finances companies wishing to install or expand their business in the State of Rio de Janeiro, either by its own

À direita: secretário de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis), Julio Bueno; à esquerda: Presidente da Agência Estadual de Fomento do Rio de Janeiro (AgeRio), Domingo Vargas To the right: Secretary of Development of the State of Rio de Janeiro (Sedeis), Julio Bueno; to the left: President of the State Agency of Foment of Rio de Janeiro (AgeRio), Domingo Vargas

resources or as a financial agent of BNDES, FGTS, Finep, also including state promotion funds. AgeRio invests in projects of all sizes, from the small- to big-sized companies, thus contributing to the generation of jobs and income in the State. The sector can count on lines for investments in machinery, equipment, civil works and innovation projects, which are all characteristics of the strong demand from companies working in the oil and gas sector.

3 – The boom of new businesses in incubator environments or technology parks is a recent movement in Brazil. How is the Agency following and working with foreign companies in those issues concerning their establishment in the state of RJ. What are the main obstacles they have been reporting here in Brazil? Julio Bueno – The Secretariat and its affiliates have been performing a crucial role in the success that I particularly consider as spectacular, in the attraction of corporate technological centers to Rio de Janeiro. In the last years, the most renowned companies of the petroleum chain are forming queues in search of space to gather here their cutting-edge technology

studies and to work side by side with Brazilian and multinational giants, such as Usiminas, Baker Hughes, Halliburton and Schlumberger, just to name a few that occupied nearly 500 thousand square meters made available by UFRJ in Fundão. The State Government and the Development Secretariat in partnership with the State Environment Department granted to companies the Distrito Verde (Green District), located in an area adjacent to the Technology Park of Ilha do Fundão (Fundão’s Island), after negotiations with the Brazilian Army. Our goal is to turn that space into a hub for new technologies, attracting ultra-sophisticated companies that are concerned with sustainability. The District itself will adopt the most contemporary techniques in the use of energy (solar or photovoltaic, LED lamps) and transportation ((hydrogen or similar). The first company to announce the installation of a research center in the site was GE, who will establish there one of its five major global research centers with investments of R$ 500 million and generation of 200 jobs, from which 40 are PHD. Ambev also announced at the beginning of August the installation of its own research center with an investment of R$ 180 million. MACAÉ OFFSHORE 39


EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO

Operação Ship to Ship aquece indústria naval Tecnologia expõe escoamento da produção de óleos do pré-sal Divulgação

Por Rodrigo Leitão

U

ma solução logística na indústria naval brasileira pode ser o novo caminho para as companhias, principalmente a Petrobras, driblar as taxas tarifárias nos portos brasileiros com os curtos de atracação de seus navios. A operação ship to ship underway (STS), que significa em português, navio-navio vem atraindo cada vez mais empresas do setor para a transferência de cargas, como petróleo bruto e gás liquefeito (GLP ou GNL). Primeira empresa responsável pela operação ship to ship no Brasil, a AET Brasil STS, localizada no Porto de Vitória, já possui sete operações completadas desse porte junto à Petrobras. Segundo o gerente da AET Brasil, Leonardo Mesquita, a maioria das operações de carga ocorre entre um navio e um terminal terrestre, no entanto, às vezes pode ser útil transferir carga de um navio para o outro em mar aberto. Conforme detalhado pelo gerente, as operações ship to ship podem ser feitas com os dois navios fundeados ou por aproximação. No caso, da aproximação, quando um navio emparelha com outro, eles são amarrados e imediatamente um deles é obrigado a desligar a máquina. “Todas essas operações são feitas com um limite de mar e tempo estáveis para a segurança ambiental, do navio e, principalmente da equipe de bordo, além de todas as normas de seguranças impostas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), como combate a poluição”,

40 MACAÉ OFFSHORE

Embarcações devidamente alinhadas para o começo da operação Vessels are duly aligned to commence operation

explicou Leonardo Mesquita, em evento realizado no Rio de Janeiro.

cresce muito, a logística precisa de novas opções, como as operações ship to ship.

O gerente de operações de Instalações da Transpetro, Luís Carlos Barradas, ressaltou que a Bacia de Campos, principalmente as áreas que margeiam os municípios do litoral norte-fluminense como Macaé e Campos, não são favoráveis para as operações, por causa das condições climáticas da região que são muito fortes. Barradas coloca ainda que o setor ficou sem investimento por muito tempo e como a produção

“O ideal é levar todas as operações para o estado do Espírito Santo”, destacou Barradas. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Floriano Pires, o setor naval brasileiro caminha na direção de um melhor padrão de desempenho, não há como ficar concentrado na infraestrutura existente.

Petrobras garante vantagem Para reforçar a importância das operações ship to ship undeway no Brasil, o gerente de Estratégia de Abastecimento de Transporte Marítimo da Petrobras, Paulo Cesar Rebello ressaltou o potencial do mercado brasileiro e ganhos logísticos da produção da estatal para os próximos anos. De acordo com Rebello, há um píer instalado em Angra dos Reis, onde a Petrobras também faz os transbordos (off road) e dali um navio convencional

segue para o exterior. Na visão do gerente, as operações ship to ship são mais vantajosas em sua flexibilidade e nos custos operacionais. “Com o advento do pré-sal, nossa produção vai saltar de 3 milhões de barris diários para 4,2 milhões de barris. Operações com essas são de extrema importância para a Petrobras atender o mercado interno e países que são clientes nossos como Índia, China e Estados Unidos”, conclui.


EXPLORATION & PRODUCTION

Ship-to-Ship Operations warms up the

Shipbuilding industry Technology allows the outflow of the pre-salt oil production

By Rodrigo Leitão

A

logistic solution in the Brazilian naval industry can be the new way for companies, mainly Petrobras, to avoid taxation in Brazilian ports due to costs with docking ships. The ship-to-ship operation (STS) is attracting an ever growing number of companies from the sector to the transfer of cargo, such as crude oil and liquefied gas (LPG or LNG). The first company responsible for the ship-to-ship operation in Brazil, AET Brasil STS, located in the Port of Vitória, has already finished seven STS operations to Petrobras. According to AET Brasil manager, Leonardo Mesquita, most cargo operations occur between a ship and an onshore terminal, however, sometimes it can be more useful to transfer cargo from a ship to another offshore.

As detailed by the manager, ship-toship operations can be performed with both ships either moored or alongside. If alongside, when a ship is paired to another, they are both lashed and one of them is immediately forced to shut engines down. “All such operations are performed with a sea limit and steady time for the safety of the environment, of the ship and mainly of the crew, in addition to all safety rules imposed by the Brazilian Institute of Environment and Renewable Natural Resources (IBAMA) to prevent pollution”, explained Leonardo Mesquita during an event held in Rio de Janeiro. The operations manager of Transpetro’s Facilities, Luís Carlos Barradas, emphasized that the Campos

Basin, mainly in the areas bordering cities of the state northern shore such as Macaé and Campos, are not favorable for operations due to the local weather conditions, which are way too strong. Barradas also stated that the sector has been without investment for quite some time and as production grows, logistics will need new options such as the shipto-ship operations. “The ideal would be moving all operations to the state of Espírito Santo”, said Barradas. For the president of the Brazilian Naval Engineering Society (Sobena), Floriano Pires, the Brazilian naval sector now walks towards a better performance standard, as it is impossible to stay focused on the existing infrastructure.

Petrobras assures advantage To reinforce the importance of underway ship-to-ship operations in Brazil, the manager of Petrobras’ Seagoing Transportation Supply Strategy, Paulo Cesar Rebello, emphasized the potential of the Brazilian market and logistic gains in the company’s production for the next years.

According to Rebello, there is a jetty installed in Angra dos Reis, where Petrobras also performs transshipments (off-road) and from there a conventional ship heads overseas. In the manager’s point-of-view, ship-to-ship operations are more advantageous in their flexibility and operating costs.

“With the discovery of pre-salt, our production will increase from 3 million to 4.2 million barrels/day. Operations such as these are of extreme importance to Petrobras if it wants to satisfy the local market and clients such as India, China and the United States”, he concluded.

MACAÉ OFFSHORE 41


EMPRESAS & NEGÓCIOS

Montanha-russa Qual a diferença entre a OGX e a HRT? Como duas companhias brasileiras de petróleo saíram do mundo imaginário e, atualmente, vêm sofrendo com queda em E&P Por Rodrigo Leitão

H

Divulgação

á três anos, duas empresas brasileiras privadas, despontaram no Brasil como o futuro do setor de petróleo no país. O desafio de dois empresários, um deles, o já conhecido, bilionário Eike Batista (OGX) e o ex-geólogo da Petrobras, Márcio Mello com a sua mais recente e desconhecida companhia – HRT Petróleo –, fizeram com que pequenos e grandes acionistas e banco de investimentos acreditassem que elas iriam explorar e produzir petróleo em volumes superdimensionados. Para refletir, este momento atual da HRT, no dia 5 de junho deste ano, a companhia e a Rosneft – petroleira russa –,detentora majoritária de 51% da empresa brasileira, devolveram à Agência Nacional do Petróleo (ANP), o bloco SOL-T-172, na Bacia do Solimões, o terceiro devolvido pelo consórcio, que ainda possui 18 áreas em fase de exploração na região. Em março, a Rosneft havia comprado por US$ 96 milhões 6% da participação correspondente aos blocos da Bacia Sedimentar do Solimões, além de quatro sondas de perfuração, passando a controlar 51% da bacia e a ser operadora na joint venture formada com a HRT, detentora dos outros 49%. 42 MACAÉ OFFSHORE

Em crise, petroleira OGX concentra seus investimentos na Bacia de Campos Caught in a crisis, OGX focus its investments on the Campos Basin

O presidente atual da HRT, Milton Franke disse em teleconferência da companhia, que há duas alternativas sendo estudadas para o aproveitamento das reservas de gás descobertas. Uma delas é a conversão do gás em GNL, para o escoamento. A outra é geração de energia elétrica por meio da implantação de uma usina térmica.

do que a OGX, a qual pelo menos conseguiu furar alguns poços com sucesso, extrair algum óleo e até ficar operacional. O histórico da petroleira brasileira HRT não foi dos mais otimistas. A HRT falhou na produção de petróleo bruto de 14 poços perfurados desde sua fundação, em 2009, fato que empurrou suas ações para queda de 77,17% no ano de 2013.

Segundo um especialista que não quis se identificar, a HRT consegue ser pior até

“Devido a recuperação judicial, e outros fatores do mercado, a companhia


EMPRESAS & NEGÓCIOS

Divulgação

de Eike Batista até mudou de nome”, frisou o consultor, sob condição de anonimato. Em entrevista à Macae Offshore, o sócio da Verax Consultoria, Emerson Colin disse que não dá para dizer que as empresas erraram. Na visão dele, provavelmente, quem errou foram os que acreditaram nos planos e expectativas das próprias. Segundo Colin, em geral empresas divulgam amplamente riscos a que investimentos estão sujeitos. Então, apesar de algum problema de expectativa ou execução ter acontecido, investidores e outros participantes do mercado tinham todas as informações que precisavam. Para o consultor, talvez não houvesse maturidade do interlocutor para avaliar o contexto que potencialmente levaria, e acabou levando a decadência. Colin lembrou que desde os tempos antigos sabe-se que a atividade exploratória é muito arriscada. “É um problema de novos entrantes de atividade de O&G que não têm uma sorte absurda, nem um governo que consiga dar sustentabilidade

“Diversificação é a palavra-chave”, diz Rede Petro-BC Com o objetivo de promover, articular e fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos, a Rede Petro-BC informou através de sua coordenadoria que, outro problema da derrocada da OGX e da HRT, além da questão da inadimplência em relação à contratação de bens e serviços, é a diminuição de players que realizam grandes contratações independentes da dinâmica imposta pela Petrobras.

Fundador e ex-presidente da HRT, Marcio Mello Founder and former president of HRT, Marcio Mello

financeira a eventuais erros que acontecem nas tentativas iniciais (caso das NOCs). Uma carteira de projetos, que grandes empresas conseguem ter, gera uma proteção contra insucessos que seguramente acontecerão. Então, ser pequeno e novo entrante, me parecem duas características que geram riscos grandes”, pontuou o consultor.

“Sempre quando novas operadoras entram na fase de contratação de bens e serviços é muito positivo para a cadeia de fornecimento, pois possibilita a diversificação de clientes e a diminuição da dependência em relação à Petrobras”, pontuou a organização. Sobre o impacto das operações na cadeia produtiva da Bacia de Campos, a Rede Petro-BC diz não saber se afetaram diretamente os negócios das pequenas e médias empresas, e se, realmente, chegaram a impactar o mercado.

HRT e OGX rumo à Bacia de Campos Enquanto busca oportunidades de aquisição de áreas já em produção, especialmente na Bacia de Campos, a petroleira HRT planeja a perfuração de um novo poço até o fim do ano no campo de Polvo, onde a empresa quer aumentar a produção e adiar o declínio natural. A companhia já encaminhou ao Ibama documentos para o licenciamento de perfuração de novos poços na área. O campo de Polvo, adquirido já em operação, é o primeiro ativo da HRT a produzir petróleo. Como Polvo tem mais de 30 poços de desenvolvimento perfurados, mas

apenas 10 em produção, a petroleira também planeja realizar intervenções em poços antigos para avaliar possíveis aproveitamentos. Uma primeira intervenção em um poço já perfurado está prevista para o terceiro trimestre. A administração da OGPar, exOGX classificou como um “sucesso” a estratégia de concentrar esforços na operação dos campos de Tubarão Martelo e Tubarão Azul, localizados na Bacia de Campos. O modelo possibilitou uma geração de caixa operacional de R$ 49 milhões.

A produção de óleo do mês de julho da OGX alcançou um total de 473.731 de barris, dos quais 356.743 de barris refletem a produção do Campo de Tubarão Martelo e 116.987 de barris pertencem à produção Campo de Tubarão Azul. Segundo a companhia, o início da produção do quarto poço no Campo de Tubarão Martelo será postergado devido à constatação de baixo isolamento elétrico na fase final da alimentação da bomba centrifuga submersa.  MACAÉ OFFSHORE 43


COMPANIES & BUSINESS

Roller coaster What are the differences between OGX and HRT? How both Brazilian oil companies moved from dream to reality and are currently suffering from constant E&P failures

By Brunno Braga

T

hree years ago, two Brazilian private companies emerged as the future of the domestic oil sector. The challenge faced by two businessmen – one of them being the well-known billionaire Eike Batista (OGX) and the other being the former geologist from Petrobras, Márcio Mello with its most recent and unknown company, HRT Petróleo – convinced minor and major shareholders and investment banks to believe that they would explore and produce petroleum in volumes “never seen before in the Brazilian History”, as a former president used to say. To reflect on the current situation of HRT, on June 5th of this year, the company and Rosneft, a Russian oil company and majority holder of 51% of the Brazilian company, returned to the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) the block “SOL-T-172” located in the Solimões Basin, it is the third block returned by the consortium, which still has 18 areas under exploration stage in the region. On March, Rosneft acquired by US$ 96 million 6% of interest related to the blocks of the Solimões Sedimentary Basin, in addition to four drilling rigs, now controlling 51% of the basin and 44 MACAÉ OFFSHORE

an operator in the joint venture formed with HRT, owner of the remaining 49%. The current president of HRT, Milton Franke said during a company teleconference that there are two alternatives being studied to take advantage of the discovered gas reserves. One of them is the conversion of gas into GNL for flowing purposes. The other is the generation of electric power following the implementation of a thermal power plant. According to a specialist who preferred not to be identified, HRT manages to have a performance even worse than OGX, who at least managed to successfully drill a few wells, extract some oil and stay operational. The history of the Brazilian company HRT is far from optimistic. HRT failed in the production of gross oil of 14 drilled wells since its very foundation in 2009, a fact that pushed its stocks off the cliff to a drop of 77.17% in 2013. “Due to the court-supervised reorganization and other market factors, the company of Eike Batista even opted to change its name”, emphasized the consultant, in anonymity.

In an interview to Macaé Offshore, the partner of Verax Consultoria, Emerson Colin said that is too early to say the companies made mistakes. In his point of view, the ones that actually made any mistakes were those that believed in their plans and expectations. According to Colin, companies in general disclose the risks the investments will be subject to. Then, in the occurrence of some expectation or execution problem, investors and other market participants had all the information they need. Still according to him, maybe the interlocutor was not mature enough to assess the context that would lead to an eventual decadence. Colin reminded that the exploration activity has always been is a very risky one. “It is a problem for newcomers in the O&G activity, who usually have no luck or a government capable of providing financial sustainability to eventual errors that occur in their first attempts (such as NOC’s). A project portfolio, usually owned by major companies, generates a protection against failures that will surely happen. Therefore, being small and a newcomer are to me two characteristics forming a package that comes with big risks”, explained the consultant.


COMPANIES & BUSINESS

“Diversification is the keyword”, says Rede Petro-BC With the purpose of promoting, articulating and fomenting the generation of business among the oil, gas and energy productive chain actors of the Campos Basin, the Rede Petro-BC (Petro-CB Network) informed by its coordination that another problem from the OGX’s and HRT’s downfall, in addition to the issue of nonperformance concerning the hiring of goods and services, is the decrease of players executing major and independent hiring from the dynamics imposed by Petrobras. “Whenever new operators enter the stage of hiring goods and services it is very positive to the supply chain, as it allows the diversification of clients and the reduction of the dependence in relation to Petrobras”, said the organization. About the impact of the operations in the productive chain of the Campos Basin, Rede Petro-BC does not know if they directly affected the business of small- and midsized companies, and if such impact eventually reached the market.

HRT and OGX heading to Campos Basin While searching for opportunities to acquire areas already under production, mainly the Campos Basin, HRT is planning to drill a new well by the end of the year in the Polvo field, where the company intends to increase production and postpone the natural decline. The company already sent to Ibama documents to license the drilling of new wells in the area. The Polvo field, acquired and already in operation, is the first asset of HRT to produce petroleum. Considering that Polvo has more than 30 drilled development wells, but only with 10 under production, the oil company also plans to perform interventions in older wells to assess possible reuses. The first intervention in an already drilled well is expected to the third quarter.

The management of OGPar, exOGX, classified as a “success” the strategy of concentrating efforts in the operation of the Tubarão Martelo and Tubarão Azul fields, both located in the Campos Basin. The model enabled the generation of an operating cash of R$ 49 million. OGX’s oil production in the month of July summed 473,731 barrels, from which 356,743 reflected the production of the Tubarão Martelo field and 116,987 barrels belong to the production of the Tubarão Azul field. According to the company, the start of the production of the fourth well in Tubarão Martelo will be postponed due to the finding of low electric isolation at the final stage of the submerse centrifugal pump feeding. 

MACAÉ OFFSHORE 45


INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Inteligência comercial no setor de petróleo e gás Por Glauco Nader*

T

odos estão atentos ao baixo crescimento da economia brasileira e à concretização dos investimentos da Petrobras anunciados no Plano de Negócios 20142018. Neste momento, os olhos estão voltados para o chamado CAPEX (gastos com investimento) em detrimento do OPEX (gastos com operação). Para as empresas fornecedoras da cadeia produtiva de petróleo e gás relacionadas à atividade de manutenção da operação é o momento de otimizar custos, principalmente os relacionados à atividade de prospecção comercial. Nesse contexto, a Inteligência Competitiva tem uma contribuição relevante no apoio a conquista de uma posição vantajosa no mercado, bem OBJETO

como no suporte à tomada de decisão. Uma forma concreta de aplicação de conhecimento no planejamento das atividades comerciais é o acompanhamento da contratação das grandes empresas, principalmente da Petrobras. Ter ciência dos valores dos contratos firmados, seus conteúdos, quais empresas foram vencedoras, as datas de inicio e fim dos contratos e as modalidades dos contratos pode se tornar um diferencial competitivo no momento de traçar o planejamento ideal para o horizonte de curto e médio prazo. Além disso, estas informações contribuem para a elaboração de uma estratégia comercial pelas empresas fornecedoras ao identificarem oportunidades de fornecimento diretamente para

RAZÃO SOCIAL DA CONTRATADA

a Petrobras ou para grandes empresas fornecedoras com contratos vigentes com a estatal. Por exemplo, até agosto este ano, dos 10 maiores contratos assinados pela Petrobras, 9 foram realizados com empresas em atividade no Brasil e apontam um volume de R$ 6,56 bilhões em valores contratados com 9 empresas diferentes até o período de 2019. A partir destas informações é necessário conhecer os requisitos de compras, as demandas das grandes empresas, o cronograma das obras e dos contratos, o canal de cadastramento nas grandes empresas e outras informações que os produtos de inteligência competitiva podem propiciar aos empresários. Vejamos abaixo estes contratos:

ASSINATURA

TERMINO

HOPE RECURSOS HUMANOS S.A.

26/07/2014

24/07/2016

1.347.187.759,44

CONSÓRCIO TOYO SETAL FERTILIZANTES

17/03/2014

25/12/2017

1.242.330.143,41

SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM INDUSTRIAL

UTC ENGENHARIA S/A

25/04/2014

24/04/2017

1.021.879.454,78

LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIAIS

HALLIBURTON SERVICOS LTDA

01/03/2014

27/02/2018

770.781.908,44

LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS SERVIÇOS DE AVALIAÇÃO DE FORMAÇÕES

SCHLUMBERGER SERVICOS DE PETROLEO

24/02/2014

22/02/2018

592.148.049,92

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE OPERAÇÃO DE EMBARCAÇÂO DO TIPO PLSV

SUBSEA7 DO BRASIL SERVICOS LTDA

30/04/2014

28/04/2019

427.273.599,00

TUBOS DE AC DNV LSAW 450 SFDU C/C DN 24 PARA SERVIÇO ÁCIDO

CONFAB INDUSTRIAL SOCIEDADE ANONIMA

20/06/2014

06/09/2015

409.969.019,72

CATALISADOR DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO

FABRICA CARIOCA DE CATALISADORES

01/02/2014

31/01/2015

393.586.408,68

SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM INDUSTRIAL PARA AS PLATAFORMAS

IMETAME METALMECANICA LTDA

25/04/2014

02/12/2017

363.643.216,00

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SUPLEMENTARES DE APOIO À GESTÃO E PROJETOS FORNECIMENTO DE BENS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

TOTAL

6.568.799.559,39

Fonte: Portal de Transparência – Petrobras, em http://www.petrobras.com.br/acessoainformacao/licitacoes-e-contratos/ Source: Transparence Portal – Petrobras, at http://www.petrobras.com.br/acessoainformacao/licitacoes-e-contratos/

*Glauco Nader é economista formado pela UFF e doutor em Planejamento Urbano e Regional formado pela UFRJ. Também é Diretor da Dinamus Consultoria.

46 MACAÉ OFFSHORE

VALOR CONTRATADO (R$)


Competitive intelligence

Commercial intelligence in the oil and gas sector * By Glauco Nader

E

verybody is aware of the low growth in the Brazilian economy and of the concretization of Petrobras investments announced in the Business Plan 2014-2018. At this very moment, resources are focused on the so called CAPEX (expenses with investments) rather than OPEX (expenses with operation). For the suppliers of the oil and gas production chain related to the operation maintenance activity now is the time to optimize costs, mainly those related to the commercial prospection activity. In this context, the Competitive Intelligence has a relevant contribution in the support to achieve an SUBJECT-MATTER

advantageous market position, as well as in the support to make decisions.

direct supply to Petrobras or to other major suppliers with contracts signed with the former.

A concrete method of applying knowledge when planning commercial activities is to follow up the activities of big-sized companies, mainly Petrobras. To be aware of the values from signed contracts, their contents, which companies won, the starting and ending dates of the contracts and their modalities can be a competitive advantage before outlining the ideal planning towards a short and mid-term horizon.   Additionally, such information contribute to the preparation of a commercial strategy by the suppliers in order to identify opportunities of

For example, until August this year, from the 10 major contracts signed by Petrobras, 9 were executed with companies active in Brazil, with a volume of R$ 6.56 billion in values contracted with 9 different companies until 2019. From that information it is necessary to know the purchase requirements, the demands from the major companies, the schedule of the works and contracts, the registration channel in the big-sized companies and other information that the competitive intelligence can provide to businessmen.

START

END

PROVISION OF SUPPLEMENTARY SUPPORT SERVICES TO MANAGEMENT AND PROJECTS

HOPE RECURSOS HUMANOS S.A.

07/26/2014

07/24/2016

1,347,187,759.44

SUPPLY OF GOODS AND PROVISION OF SERVICES

CONSÓRCIO TOYO SETAL FERTILIZANTES

03/17/2014

12/25/2017

1,242,330,143.41

INDUSTRIAL ASSEMBLY AND CONSTRUCTION SERVICES

UTC ENGENHARIA S/A

04/25/2014

04/24/2017

1,021,879,454.78

LEASE OF EQUIPMENT AND PROVISION OF SPECIAL TECHNICAL SERVICES

HALLIBURTON SERVICOS LTDA

03/01/2014

02/27/2018

770,781,908.44

LEASE OF EQUIPMENT AND PROVISION OF FORMATION EVALUATION SERVICES

SCHLUMBERGER SERVICOS DE PETROLEO

02/24/2014

02/22/2018

592,148,049.92

PROVISION OF PLSV VESSEL OPERATION SERVICES

SUBSEA7 DO BRASIL SERVICOS LTDA

04/30/2014

04/28/2019

427,273,599.00

PIPES OF AC DNV LSAW 450 SFDU C/C DN 24 CONFAB INDUSTRIAL SOCIEDADE ANONIMA FOR ACID SERVICE

06/20/2014

09/06/2015

409,969,019.72

CATALYTIC CRACKING CATALYZER

FABRICA CARIOCA DE CATALISADORES

02/01/2014

01/31/2015

393,586,408.68

INDUSTRIAL ASSEMBLY AND CONSTRUCTION SERVICES FOR PLATFORMS

IMETAME METALMECANICA LTDA

04/25/2014

12/02/2017

363,643,216.00

TOTAL

COMPANY NAME OF THE CONTRACTED PARTY

Let’s take a look at the contracts: CONTRACT VALUE (R$)

6,568,799,559.39

* Glauco Nader is an economist graduated by UFF and Doctor in Urban and Regional Planning by UFRJ. He is also a Director of Dinamus Consultoria.

Consultoria de solução em desenvolvimento de negócios no setor de petróleo e gás Rua Treze de Maio, 13 Sala 601 - Cinelândia - Rio de Janeiro/RJ Tel: 55 21 3553 5457 - www.dinamusconsultoria.com.br

MACAÉ OFFSHORE 47


Por dentro do mercado

Irrational Exuberance Por Celso Vianna Cardoso*

E

m dezembro de 1996, Alan Greenspan, então presidente do Federal Reserve, usou esta frase durante um discurso no

American Enterprise Institute para explicar a bolha nos preços das empresas

Por se tratar de um ano eleitoral,

Campos, possui um histórico de de-

cabe analisar o que esperar para a

fesa do meio ambiente chegan-

Petrobras caso um dos três principais

do a ser filiada ao Partido Verde.

candidatos seja eleito como próximo

Atualmente filiada ao PSB, especula-

presidente da República.

se que Marina Silva pode reduzir os investimentos na camada pré-sal ou

“pontocom” que ocorreu nos anos 90.

Começando pela situação, Dilma

Em 2000 o professor Robert Schiller

Rousseff e o governo PT adotou a

a usou em seu livro e durante algum

política de evitar a todo o custo o re-

aos seus riscos para o meio-ambien-

tempo houve especulações sobre qual

ajuste no preço dos combustíveis fa-

te ao mesmo tempo em que preten-

dos dois havia cunhado a frase que

zendo com que a Petrobras amargas-

de aumentar a produção de etanol

posteriormente se tornou famosa. O

se prejuízos no segmento de abas-

através de incentivos fiscais. Esse

professor disse que havia dado a sua

tecimento como abordado na edição

cenário nem de longe é favorável à

contribuição durante um almoço com

passada. Com a inflação em alta e

companhia tendo em vista os já altos

Alan, porém este alegou que o termo

acima do teto da meta no acumu-

investimentos feitos até o momento

havia ocorrido para ele durante um ba-

lado dos últimos 12meses o gover-

e que poderiam se transformar em

no lança mão desse expediente para

capital afundado.

nho de banheira enquanto ele escrevia o discurso.

evitar jogar gasolina no IPCA, prejudicando os acionistas além da própria

Com o Brasil à beira de uma recessão, com a previsão de alta do PIB caindo a cada publicação do relatório FOCUS e em pleno ano eleitoral o BOVESPA conseguiu romper os 60 mil pontos enquanto que as ações da Petrobras se valorizaram em 42% em 2014 sendo 17% somente nos últimos 30 dias. Nesse

companhia.

ainda criar entraves para a exploração de petróleo em alto-mar devido

Já o candidato Aécio Neves planeja “reestatizar” a Petrobras, seja lá o que isso venha a significar.

O caso de Pasadena que fez san-

Historicamente paira sobre o PSDB a

grar os cofres da petroleira e a políti-

vontade de se privatizar a Petrobras,

ca de exploração do pré-sal demons-

mas nunca nada se provou sobre

tram falta de transparência para com os investidores e são exemplos que os assustam na hora de se posicionar na compra das ações da Petrobras.

essa acusação. Políticas e acusações à parte, um plano de privatização para Petrobras nessas condições deveria passar, necessariamente, por uma reestruturação da empresa vol-

contexto somente essa frase de qua-

Já Marina Silva, que assumiu a

tado para valorização do preço das

se 20 anos poderia explicar o que

campanha após o trágico aciden-

ações, o que no atual estágio seria a

está acontecendo no mercado.

te que vitimou o candidato Eduardo

melhor opção para a companhia.

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É co-autor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

48 MACAÉ OFFSHORE


inside the market

Irrational Exuberance * By Celso Vianna Cardoso

O

n December 1996, Alan Greespan, at the time the president of the Federal Reserve, used this expression during a speech in the American Enterprise Institute to explain the bubble in the prices of “dotcom” companies that occurred in the 1990s. In 2000 the professor Robert Schiller used the same expression in its book and for a time there were speculations on who among the two was the original creator of the expression that would later become famous. The professor said that he gave his contribution during a lunch with Allan, but the latter claimed that expression occurred to him during a bathtub shower while he was preparing the speech.

As it is an election year, it must be analyzed what to expect to Petrobras if one of the three main candidates is elected as the next President of the Republic.

As Brazil is on the verge of a recession, with an expectation of PIB raise dropping with every publication of the FOCUS report and facing an election year, BOVESPA managed to surpass 60 thousand points while stocks from Petrobras valued 42% in 2014, being 17% only in the last 30 days. In this context, only the expression from almost 20 years ago would explain what is happening in the market.

The case of Pasadena, which bled out the vaults of the company and the pre-salt exploration policy served to demonstrate the clear lack of transparence with investors and both are scary examples when buying stocks from Petrobras.

Let’s start with Dilma Roussef and the PT government who adopted the policy to avoid at all costs adjustment in the price of fuels, causing Petrobras to suffer with losses in the supply market as seen in the previous issue. With the inflation going sky high and above the threshold in the accrual of the last 12 months, the government gave up on this expedient to avoid setting gasoline on the IPCA (National Consumer Price Index), negatively affecting both shareholders and Petrobras itself.

Marina Silva, who joined the election after the tragic accident that killed the candidate Eduardo Campos, has a history of defender of

the environment to the point of joining the Partido Verde (Green Party) once. Now a member of the PSB (Brazilian Socialist Party), it is being speculated that she may reduce investments in the pre-salt layer of even raise barriers for the exploration of petroleum in high seas due to their risks to the environment while at the same time she intends to increase ethanol production through tax incentives. This scenario is far from being favorable to Petrobras considering the high investments already done so far and that could turn into a sunken capital. On a different perspective, the candidate Aécio Neves plans to “restatize” Petrobras, whatever it is supposed to mean. History tells that his party, PSDB (Brazilian Social Democracy Party) always had a constant will to privatize Petrobras, although nothing has been confirmed on that accusation. Aside from policies and accusations, a privatization plan to Petrobras in the current conditions would only be feasible after the company restructures itself and have its stock prices valued, what in the current stage would be the best option for the company. 

* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.

MACAÉ OFFSHORE 49


desTAQUE jurídico

Da unitização à individualização da produção Por Maria d´Assunção Costa *

U

ma das questões inseridas no contexto da atividade de produção de petróleo e gás natural que requerem mais reflexão dos agentes econômicos e dos reguladores é a individualização dos campos. O antigo art. 27 da lei nº 9.478/1997 tratava da unitização e indicava a negociação entre os concessionários como base de um acordo para a individualização da produção. No caso de dissenso, caberia à ANP decidir, baseada em laudo arbitral, como seriam equitativamente apropriados os direitos e obrigações.

dias para se manifestar, ou seja, essa lei dispôs sobre os efeitos do silêncio da ANP.

Essa disposição foi revogada pela lei nº 12.351/2010, pela qual a individualização é o procedimento que visa à divisão do resultado da produção e ao aproveitamento racional dos recursos naturais da união, por meio da unificação do desenvolvimento e da produção relativos à jazida que se estenda além do bloco concedido ou contratado sob o regime de partilha de produção. O que se chamava unitização passou a denominar-se individualização.

Logo, o estado, proprietário das reservas, informa a obrigatoriedade de se firmar o acordo de individualização no caso em que a jazida se estenda para além da área descrita. Portanto, não é uma faculdade dos agentes, mas um procedimento compulsório, firmar esse acordo para desenvolvimento e produção unificados de jazida compartilhada, com conteúdo mínimo indicado e contendo o plano de desenvolvimento individualizado.

No caso do regime de partilha, caberá ao comitê operacional do consórcio definir os termos do acordo de individualização a ser firmado com o titular da área adjacente, observado o procedimento a ser seguido pelas partes. Também será firmado um acordo para quando se identificar que a jazida se estende além do bloco concedido, ou contratado sob o regime de partilha de produção aprovado pela ANP, que terá 60

Em 2013, esse assunto foi regulado pela resolução ANP nº 25 que apontou a unitização como um instituto jurídico mundialmente conhecido e eficaz para evitar a produção depredatória de jazidas petrolíferas que se estendam além da área outorgada a um detentor de direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural com o uso das melhores práticas da indústria do petróleo para os campos concedidos, cedidos onerosamente ou contratados no regime de partilha.

Acrescentasse a isso as definições de área individualizada como o polígono determinado pela projeção em superfície da jazida compartilhada e como jazida compartilhada, o reservatório ou jazida que se estende além de uma determinada área sob contrato. No cenário atual das áreas no brasil convivem com diferentes regimes jurídicos (concessão, partilha e cessão onerosa) e outras não contratadas pela união. Por isso, há várias hipóteses que poderão

ocorrer: individualização entre concessionários, entre concessionários e contratados em partilha, entre alguns deles e a contratada em regime de cessão onerosa e/ou ainda quaisquer um deles e a união em áreas não contratadas em quaisquer desses regimes. Embora a ANP tenha emitido uma resolução especifica, as possibilidades dos agentes da indústria do petróleo virem a discutir os termos desse acordo de individualização são incontáveis, o que demanda um apurado proceder da ANP considerando, dentre outros: os diferentes índices de nacionalização de cada contrato e/ou os diferentes critérios de pagamento das participações governamentais. Também está previsto na regulação a hipótese de se firmar o compromisso de individualização da produção, que é um instrumento celebrado após a declaração de comercialidade em que se formaliza a alocação da produção cujos direitos pertencem à mesma empresa ou a consórcio de idêntica composição e mesmos percentuais de participação. Por último, consignamos que a unificação de jazidas decorre da evolução da história do petróleo, como resposta à prática da captura, danosa em todos os sentidos. A faculdade dos agentes para partilharem direitos e deveres de forma justa e equitativa trouxe benefícios técnicos, financeiros e ambientais maximizando os esforços comuns aperfeiçoados nas normas brasileiras. 

*Maria d´Assunção Costa é advogada, formada pela Universidade São Paulo, Mestre em Direito do Estado pela PUC-SP, Doutora do IEE/USP e Pós-Doutora em Energia pelo IEE/USP em 2013. É autora do livro ‘ comentários à lei do petróleo’ e sócia de Assunção Consultoria.

50 MACAÉ OFFSHORE


Judicial Highlights

From production unitization to individualization * By Maria d´Assunção Costa

One of the issues inserted in the oil and natural gas production activity context demanding more reflection by the economic agents and regulators is the individualization of fields. The defunct article 27 of Act 9478/1997 provided for the unitization and described the negotiation between concessionaires as the basis of an agreement for production individualization. If no consensus was reached, it would fall upon ANP to decide, based on arbitral report, how rights and obligations would be equitably assigned.

itself, i.e., this act deals with the effects arising from ANP’s silence. In 2013, this subject was regulated by ANP Resolution No. 25, which described unitization as an effective and worldly-known legal institute to avoid depredatory production of the petroleum reservoirs extending beyond the area granted to a holder of oil and natural gas production and exploration rights with the use of the best practices of the petroleum industry for the fields granted, onerously assigned or hired under the share regime.

This provision was revoked by Act 12351/2010, by which individualization is the procedure that aims at the division of the production results and rational utilization of the national natural resources by means of unifying development and production related to the reservoir extending beyond the block granted or hired under production share regime. What was known as unitization eventually became individualization.

Therefore, the state, owner of reserves, informs the obligatoriness of signing the individualization agreement if the reservoir extends beyond the described area. Thus, it is not a faculty of the agents, but a compulsory procedure, to sign this agreement for unified development and production of shared reservoir, with minimum content and individualized development plan.

In the case of share regime, it shall fall upon the consortium’s operational committee to set the terms of the individualization agreement to be signed with the holder of the adjacent area, once observed the procedure to be followed by the parties. It will also be signed an agreement concerning the identification of reservoirs extending beyond the block granted or hired under the production share regime approved by ANP, who will have 60 days to manifest

Add to this the definitions of individualized area as the polygon determined by projection in surface of the shared reservoir and of shared reservoir as the reservoir or deposit that extends beyond a certain area under agreement. In the current scenario, the areas in Brazil face different legal regimes (concession, share and onerous assignment) and others not hired by the government. That is why there are several possible hypotheses: individualization between

concessionaires, between concessionaires and parties under share, between any of them and the party hired under onerous assignment and/or any of them and the government in non-controlled areas in any of such regimes. Although ANP has issued a specific resolution, the possibility of oil industry agents discussing terms of this individualization agreement is countless, which requires an accurate statement by ANP considering, among others: the different nationalization indexes of each agreement and/or the different payment criteria concerning governmental shares. It is also expected in the regulation, the hypothesis of signing a production individualization commitment, which is an instrument executed after the statement of tradability, where it is formalized the allocation of production whose rights belong to the same company or to a consortium of equal composition and equal share percentages. At last, we understand that the unification of reservoirs results from the evolution of the petroleum history, as a response to the practice of capture, which is damaging in every sense. The faculty of the agents to share rights and duties in a fair and equal manner brought technical, financial and environmental benefits maximizing common efforts improved by Brazilian standards.

* Maria d´Assunção Costa is a lawyer graduated by Universidade São Paulo, with Master’s Degree in State Law by PUC-SP, Doctorate by IEE/USP and Ph.D. in Energy by IEE/USP in 2013. She is also the author of the book ‘comentários à lei do petróleo’ (comments on the petroleum law) and partner in Assunção Consultoria.

MACAÉ OFFSHORE 51


GESTÃO

O desafio da logística de

pessoas

Como as empresas lidam com a complexa tarefa de transportar diariamente milhares de profissionais para embarcações offshore

Por Flávia Domingues

O

s ventos são favoráveis para a indústria petrolífera. Somente a Petrobras, nos próximos cinco anos, planeja investir cerca de US$ 70 bilhões na construção de poços exploratórios e no desenvolvimento da produção no pré-sal no país – e tudo acontecendo em águas cada vez mais profundas. Segundo a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), em 2013, a produção de barris de petróleo na área do pré-sal foi de 300 mil barris/dia e a previsão é chegar a 4 milhões/dia. Para isso, a companhia prevê a instalação de cerca de 30 novas unidades estacionárias de produção (UEPs). Todo este crescimento implica no aumento do fluxo da escoação da produção dos campos offshore, além do aumento do tráfego no ar e no mar de cargas e pessoas. Sem sombra de dúvidas, a logística é um dos grandes gargalos do setor de Petróleo & Gás brasileiro. E é na logística de pessoas que está um dos grandes desafios para a maioria das empresas do setor. Afinal, é complexa a tarefa de transportar diariamente milhares de profissionais 52 MACAÉ OFFSHORE

Divulgação / Infraero

Fluxo de embarque e desembarque é intenso nas plataformas offshore Embark and disembark flow is intense onboard offshore platforms

para postos de trabalho que estão localizados em alto mar, além dos custos operacionais envolvidos nesses processos. E as empresas já se preparam (ou tentam!) para ampliar cada vez mais seus quadros funcionais. Para

se ter uma ideia, um estudo de 2013 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que por conta do aumento das atividades de exploração do pré-sal, já em 2015, devem ser geradas cerca de 46 mil vagas. Mas quais


GESTÃO

Divulgação

os caminhos possíveis para melhorar a logística de pessoas? Como as empresas hoje buscam a eficiência e se preparam para um futuro que se aproxima em alta velocidade? Um dos caminhos é a qualificação profissional dos trabalhadores relacionados à logística offshore. De acordo com o Guia Salarial de Óleo & Gás da HAYS, empresa global de recrutamento, a escassez de mão-de-obra especializada no setor é o principal ponto de preocupação dos empregadores à frente, inclusive, de instabilidades no cenário econômico e questões ambientais. O levantamento ouviu 24 mil pessoas em 53 países. A constatação é de que a maioria dos profissionais que atuam em áreas relacionadas à logística offshore não possui formação de nível superior, mesmo ocupando cargos de gerência e supervisão.

Diretor da Hays, Raphael Falcão: “Maioria dos profissionais ligados à logística offshore não possui nível superior” Director of Hays, Raphael Falcão: “Most professionals connected to offshore logistics have no higher education qualification”

“Em geral, são pessoas que iniciaram a carreira em empresas pequenas, aprendendo de maneira informal

e na prática a atuar num mercado que teve crescimento acelerado nos últimos anos devido às descobertas recentes de campos de exploração”, afirma Raphael Falcão, diretor da Hays. O especialista conta ainda que, devido à dificuldade de encontrar profissionais com as competências necessárias para atender às exigências de grandes companhias offshore, algumas organizações passaram a sondar outros mercados, como o de aviação, para buscar mão-de-obra mais especializada. “Esta pode ser uma medida que gere resultados, mas tem um caráter paliativo. É importante que o mercado se estruture para que possa ser também um celeiro de novos talentos para garantir competitividade em um cenário globalizado”, destaca Falcão.

Imprevisibilidade: desafio na logística de pessoas Divulgação

A gestão de equipes offshore é complexa e dinâmica. As empresas convivem com um alto grau de imprevisibilidade que geram grandes impactos na rotina e nos custos operacionais. É comum ocorrerem emergências operacionais e reposição de pessoal. É neste momento que aparecem os grandes gargalos das empresas que precisam ter uma logística eficiente com controles rigorosos de documentos e certificações de cada colaborador, além de gerenciar prestadores de serviços como transporte aéreo e terrestre para deslocamento de pessoal. “Um dos desafios é a comunicação. As trocas de turma dependem do aval de todos os envolvidos e o tempo é curto para atender a tudo que acontece ao mesmo tempo”,

afirma Felipe Sardenberg, diretor da Bio S.A, empresa de gestão ambiental. A Schahin Petróleo aposta na composição de uma equipe qualificada para dar conta, de forma eficiente, às demandas relacionadas à logística. A empresa conta com 1.600 funcionários e buscou no mercado profissionais com competências específicas para compor o time, além de manter uma carteira de fornecedores qualificados e de confiança. “Estabelecemos critérios e processos bem específicos para a área. Desta forma, temos um retorno bem favorável. Os funcionários observam uma melhoria significativa na qualidade dos atendimentos”, conta Andrea Carvalho, coordenadora de logística de pessoal da Schahin.

Andrea Carvalho, Schahin: “Imprevisibilidade é um grande desafio na logística de pessoas” Andrea Carvalho, Schahin: “Unpredictability is a major challenge in personnel logistics”

MACAÉ OFFSHORE 53


GESTÃO

Solução para logística de pessoas Informações que valem ouro A gestão da informação é item fundamental na logística de pessoal offshore. É preciso controlar rigorosamente todas as informações dos colaboradores. O descontrole tem impacto direito nas questões contratuais e na tomada de decisões dos custos operacionais. “Precisamos estar atentos todo tempo a quais são os requisitos exigidos por meus contratantes e o que preciso fazer para cumprí-los. Isso tem que estar claro pra todo mundo o tempo todo, inclusive com o custo”, afirma Felipe Sardenberg, diretor da Bio S.A. Ele destaca que é preciso organização extrema, pois a rotina exige controlar os custos com pessoal, colaborador por colaborador, para otimizar recursos e buscar soluções econômicas para as exceções, que são muitas dia-a-dia. Para Marcello Reis, gerente geral de operações da Convergent, empresa de referência na prestação de serviços de logística para o mercado de petróleo & gás no Brasil e na América Latina, os maiores desafios hoje na gestão de pessoas no mercado offshore são informações desencontradas e erradas, a falta de comprometimento com os fornecedores de logística, o desperdício de recursos que não estão no radar dos gestores. “Todo este descontrole geram desperdício na produtividade e custos, muitas vezes desnecessários pelo fato do gestor não ter controle das informações e o olhar como um todo”, esclarece Reis.

Na logística de pessoas, em especial no segmento offshore, há uma carência tecnológica na otimização dos processos e gerenciamento das informações. Muitas empresas fazem o controle das rotinas complexas como o embarque e desembarque, de forma manual no papel ou em planilhas, que ficam armazenadas em diferentes setores das empresas. Em 2010, foi lançado o Drake, solução web voltada para a gestão de RH com ênfase em logística de pessoas, treinamentos e expatriados. Num único ambiente é possível, por exemplo, realizar o controle da troca de turma, com um serviço de agendamento que permite acionar diversas requisições como transporte, reservas de hotéis, passagens aéreas e rodoviárias, de acordo com o perfil dos colaboradores. O Drake também permite gerenciar os requisitos exigidos em diferentes funções, de acordo com as políticas da empresa. Desta forma é possível ter como bloquear colaboradores com problemas de documentação ou certificação necessários para o embarque, evitando multas, desembarques antecipados e demais prejuízos. A solução ainda apoia no gerenciamento de treinamentos e de projetos.

“O desperdício com pessoas, a falta de otimização, as dobras desnecessárias, no show em passagens aéreas, treinamentos não utilizados, tudo isso gera custo altos para as empresas, que muitas vezes nem se dão conta”, afirma Alex Sodré, diretor administrativo e financeiro da Constant, responsável pelo desenvolvimento do Drake. “Tivemos recentemente um caso de um cliente que fizemos acompanhamento por um ano utilizando o Drake. Neste período, identificamos a redução de R$23 milhões nos custos operacionais”, complementa. Sardenberg conta que deixou de lado o controle em planilhas de Excel para concentrar todas as informações de logística no Drake. “Ele permite colocar regras no jogo, colocar os times em campo para o embate e administrar as substituições. Basta cadastrar as informações que fica fácil administrar. Entendo a logística de pessoal um negócio que administra o principal ativo das empresas, as pessoas. Hoje, não há mais condições de administrar um RH apenas com um sistema de folha de pagamento. É preciso controlar muitas outras coisas e isso o DRAKE faz bem, pelo que vi até agora”, conclui o diretor.  Divulgação

Alex Sodré, diretor da Constant: “O Drake aumenta a produtividade da empresa e contribui na redução de custos” Alex Sodré, Director of Constant: “Drake increases the company productivity and contributes to the reduction of costs”

54 MACAÉ OFFSHORE


management

The challenges of the

personnel logistics How companies deal with the complex task of transporting thousands of workers to offshore vessels everyday

By Flávia Domingues

W

inds seem to be favoring to the petroleum industry. Petrobras alone, in the next five years, intends to invest circa US$ 70 billion in the construction of exploratory wells and in the development of the production in the pre-salt in the country – and everything is occurring in waters each time deeper. According to the Segundo a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP / National Petroleum Industry Organization), in 2013, the production of oil barrels in the pre-salt area was of 300 thousand barrels/day and the forecast is to reach 4 million/ day. To do so, the company expects the installation of around 30 new stationary production units (SPU’s). All such growth implies in the increase of the production flow rate of the offshore fields, in addition to the increase in cargo and personnel sea and air traffic. Without a doubt, logistics is one of the major bottlenecks in the Brazilian Oil & Gas sector. And it is exactly in personnel logistics that lies one of the biggest challenges for most of the companies in

the sector. After all, it is no easy task to transport, on a daily basis, thousands of professionals to workstations located in high seas, not to mention the operating costs involved in such processes. Companies are already preparing themselves (or trying to!) to increase their headcount. Just to think about it a study from 2013 by the Confederação Nacional da Indústria (CNI – National Industry Confederation) revealed that due to the increase of pre-salt exploration activities, it will be expected a generation of circa 46 thousand vacant jobs in 2015. However, what are the possible paths to improve the personnel logistics? How are companies looking for efficiency and getting ready for a future coming in high speed? One of the paths is the professional qualification of the professionals related to offshore logistics. According to the Oil & Gas Salary Guide from HAYS, a global recruiting company, the lack of specialized workforce in the sector is the main concerning point of the employers in face of an unstable economic scenario and environmental issues. The survey

heard 24 thousand people in 53 countries. The result is that most of the professionals working in areas related to offshore logistics have no higher level qualification, even those in management and supervision positions. “In general, they are people that started their careers in small-sized companies, learning in an informal and practical way on how to work in a market that grew fast in the last years due to recent discoveries of exploration fields”, says Raphael Falcão, director of Hays. The specialist also said that due the difficulties in finding professionals with the competencies required to meet the demands from major offshore companies, some organizations tend to sound other markets, such as aviation, in order to find a more qualified workforce. “It can be a measure that generates results, but it is only temporary. It is important the market to structure itself so it can be able to create and hold new talents to ensure competitiveness in a globalized scenario”, emphasized Falcão. MACAÉ OFFSHORE 55


management

Unpredictability: challenge in personnel logistics The management of offshore teams is a complex and dynamic effort. The companies live with a high degree of unpredictability that causes big impacts in their routine and operating costs. It is very common to see operational emergencies and replacements of personnel. It is during such moments that the companies face large bottlenecks, when they require an efficient logistics with strict control of documents and certifications of each collaborator, in addition to manage service

providers with air and ground transportation to mobilize personnel. “One of the challenges is the communication of all involved. Crew shifts depend on the green sign of all involved and the time is short to respond to everything happening at the same time”, said Felipe Sardenberg, director of Bio S.A, environmental management company. Schahin Petróleo bets on the composition of a qualified team to

respond in an efficient way to logistic-related demands. The company with 1600 employees searched in the market for professionals with specific competences to form the team, in addition to keep a portfolio of qualified and reliable suppliers. “We set very specific criteria and processes for the area. Therefore, we have a well favorable return. Employees see a significant improvement in the quality of the services”, says Andrea Carvalho, Schahin’s personnel logistics coordinator.

Information worth gold Information management is a fundamental item in the offshore personnel logistics. It is necessary to strictly control all information concerning collaborators. Losing this control directly impacts contractual issues and decision making of operating costs. “We need to be in a state of constant awareness on what are the requirements demanded by my contracting parties and what do I have to do to achieve them. It must be clear for everyone every time, including concerning cost”, says Sardenberg. He

emphasizes that an extreme organization is required, as the routine demands control of costs with personnel, on a collaborator by collaborator basis, in order to optimize resources and seek economic solution for the exceptions, which are many day after day. To Marcello Reis, general-manager of operations for Convergent, a reference company in the provision of logistic services for the oil and gas market in Brazil and Latin America, the biggest

and current challenges in the management of personnel in the offshore market are both lost and wrong information, lack of commitment to logistic suppliers and the waste of resources not under the radar of managers. “All such lack of control causes waste in productivity and costs, which are mostly unnecessary as the manager has no control of information does not look to everything as a whole”, explains Reis.

Solution to personnel logistics In personnel logistics, especially in the offshore segment, there is a technologic shortage in the optimization of processes and management of information. Many companies perform control of complex routines, such as embark and disembark, in a manual manner in paper or sheets, which are stored in different sector within the companies. In 2010, Drake was launched, a web-based solution focused on HR management and on personnel logistics, training and expatriates. In a single environment it is possible, for instance, to perform control of crew shift with a scheduling service that allows activation of several requests such as transportation, hotel booking and air and bus tickets, all according to the profile of the collaborators. 56 MACAÉ OFFSHORE

Drake also allows management of requests required in different functions according to the corporate policies. Therefore, it is possible to block collaborators with problems in documentation or certification required for embark in order to avoid fines, anticipated disembarks and other issues. The solution also supports management of training courses and projects. “Waste with personnel, lack of optimization, unnecessary efforts, trouble with air tickets, non-used training, all this generates high costs for companies that most of the times cannot bear them”, says Alex Sodré, administrative and financial director of Constant, company in charge of developing Drake. “Recently we had a case of a client that we monitored for a year using Drake.

In that period, we identified a reduction of R$ 23 million in operating costs”, he complements. Sardenberg says that he stopped performing control in excel spreadsheets to concentrate all logistic information inside Drake. “It allows the placement of rules to the game and deployment of the teams in the field ready to clash, and also allows me to manage replacements. All I have to do is to register the information and managing becomes much easier. I understand personnel logistics as a business that administers the main assets of the companies, the people. Today, there are no more conditions to manage HR only with the payroll system. It is necessary to control many other things and DRAKE does it very well, as I have seen so far”, said the director. 


rede petro-BC

Rede Petro-BC - os eventos e o estímulo a novos negócios Por Ive Talyuli

Divulgação

Com o objetivo de conquistar novas oportunidades de negócios para seus associados, a Rede Petro – Bacia de Campos intensifica, neste ano, a sua participação na Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014. Por ser considerada como o principal evento de Petróleo, Gás e Energia da América Latina, a Rio Oil & Gas torna-se o ambiente ideal para que a instituição possa apresentar suas ações, mostrar sua importância e conquistar novos sócios, além de firmar parcerias. Para otimizar a sua participação no evento, a Rede Petro-BC conta com um espaço, instalado junto ao estande do Sebrae, viabilizado pelo convênio firmado entre a Petrobras e o Sebrae, intitulado “Fortalecimento do APL de Petróleo, Gás e Energia da Bacia de Campos”. “Contar com um espaço próprio é uma grande conquista da instituição, que esteve presente em todas as edições da Rio Oil & Gas desde a sua fundação, há 11 anos. Além disso, o Sebrae está disponibilizando a sala de reuniões de seu estande para que os empresários possam fazer reuniões durante o evento”, declarou Vitor Silva, um dos coordenadores da entidade. Durante a feira, o objetivo da Rede PetroBC está desenvolvendo ações para divulgar a atuação e ainda aproveita a oportunidade para se aproximar das grandes empresas que estão presentes. “Em eventos como este temos

as condições ideais para cumprirmos a nossa missão, que é criar uma rede de relacionamentos, aproximando as empresas âncoras de empresas fornecedoras de bens e serviços, além de fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos. Em nosso espaço, as empresas associadas também podem divulgar seus negócios através de folders, entre outros materiais de divulgação”, ressaltou Vitor.

ainda, a possibilidade de conquistarmos novos

Ao realizar visita aos estandes de grandes empresas, a Rede Petro-BC também está realizando a divulgação das empresas associadas, através da distribuição de pen drives com seu Catálogo Digital, onde podem ser obtidas todas as informações de contato. “Temos,

de Campos, entre outras regiões, para gerar

associados, o que sempre nos auxilia na consolidação de nossa instituição, mantendo sua credibilidade em alta”, observou Mário Jorge, também coordenador da Rede Petro-BC. Assim como na Brasil Offshore, realizada a cada dois anos em Macaé, a Rede Petro-BC tem, na Rio Oil & Gas, a oportunidade de articular fornecedores e clientes do setor offshore e agentes de desenvolvimento da Bacia oportunidades de negócios entre seus associados. Para ser um associado da Rede PetroBC, basta entrar em contato através do telefone (22) 2796-6122 ou acesse o site www.redepetro-bc.com.br.

A Rede Petro-BC é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover, articular e fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos. Seu desafio principal é atender as demandas da principal área de exploração e produção brasileira, investindo constantemente em estudos para a viabilização de projetos em que a promoção de negócios se dê através da competitividade, gerando oportunidades de negócios às empresas e instituições envolvidas.

MACAÉ OFFSHORE 57


rede petro-BC

Rede-Petro-BC - The events and the boost for new business opportunities By Ive Talyuli

Aiming at securing new busi-

businessmen may conduct meetings

companies through the distribution

ness opportunities for its members,

during the event’, stated Vitor Silva,

of pen drives with its Digital Catalog,

Rede Petro - Campos Basin is inten-

one of the entity’s coordinators.

where the contact information may

sifying this year its participation at the

be obtained. ‘We also have the pos-

Rio Oil & Gas Expo and Conference

sibility of securing new members.

2014. Since it is considered the foremost Latin America Oil, Gas and Energy event, Rio Oil and Gas has become the ideal environment for the institution to present its actions, show its importance and obtain new members, in addition to establishing new partnerships.

To optimize its participation in the event Rede Petro-BC will enjoy a space set up next to Sebrae’s booth, which was enabled by an agreement signed between Petrobras and Sebrae so called ‘Strengthening the Campos Basin Oil, Gas and Energy Local Productive Arrangements ‘. ‘Enjoying our own space is a great achievement

The objective of Rio Petro-BC

This always helps us to consolidate

(Campos Basin) during the trade

our institution, keeping its credibility

show is to develop actions to divulge

high’, remarked Mário Jorge, also a

its performance.. The institution also

Rede Petro-BC coordinator.

takes this opportunity to get closer to the major companies in attendance. ‘In events like this we have ideal

Such as in the Brazil Offshore,

conditions to fulfill our mission, that

which happens every two years in

is, to create a relationship network,

Macaé, Rede Petro-BC will have the

bringing anchor companies closer to

opportunity at the Rio Oil & Gas to

service providers, in addition to fo-

liaise with suppliers and customers

menting business generation among

of the offshore sector and develo-

the players in the Campos Basin oil,

pers in the Campos Basin, among

gas and energy productive chain. In

other regions, to generate business

our space the member companies will

opportunities throughout its mem-

also be able to divulge their busines-

bers. All it takes to become a mem-

ses by means of folders, among other

ber of Rede Petro-BC is getting in

publicity materials’, stressed Vitor.

touch by telephone (22) 2796-6122 or accessing the website www.rede-

by the institution, which was present

petro-bc.com.br.

in all Rio Oil & Gas editions since it was founded 11 years ago. In addi-

By visiting the major corporation

tion Sebrae is making the conferen-

booths Rede Petro-BC is also achie-

ce room at its booth available so the

ving the dissemination of its member

*Texto traduzido pela Datatrans

Rede Petro-BC is a non-profit organization whose purpose is to promote, articulate and foment business generation among the Campos Basin oil, gas and energy productive chain players. Its main challenge is to meet the demands of the primary Brazilian exploration and production area by constantly investing in feasibility studies for projects in which business promotion is achieved through competitiveness, thus generating business opportunities to the companies and institutions involved.

58 MACAÉ OFFSHORE


Plataforma santos

MACAÉ OFFSHORE 59


60 MACAÉ OFFSHORE


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.