Tabu

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tabu



por Jana Souza


Univali – Universitade do Vale do Itajaí Ceciesa – Comunicação, Turismo e Lazer Curso de Tecnologia em Fotografia Disciplinas de Fotojornalismo e Pós-produção Orientador: Robson Souza Tratamento de Imagem e Diagramação: Jana Souza SOUZA, Jana. Tabu. Itajaí: Univali, 2011. 1. Fotografia 2. Fotojornalismo 3. Tabu I. SOUZA, Jana


apresentação A proposta do trabalho foi acompanhar o dia a dia de um casal de homossexuais, do momento em que eles acordam até a hora de dormir, para traçar um comparativo com o cotidiano de tantos casais considerados “normais”. O dia escolhido foi domingo, por ser um dia de escolhas, em que se pode ser você mesmo e ter a rotina desejada. As fotos não foram ensaiadas, combinadas ou posadas, os garotos não sabiam quando estavam sendo fotografados nem as fotos que seriam utilizadas. Foi um trabalho sincero e completamente espontâneo. Nenhuma conclusão será induzida, é esperado que tirem suas próprias. Os retratados: Élder Mayer, 29 anos, 5 deles namorando uma menina para tentar se encaixar nos padrões exigidos pela sociedade. Sabia que algo estava errado mas não se deixava descobrir o que. Samuel Danielli, 23 anos, se sentia confuso e simplesmente ignorava o fato. Ao se conhecerem, simplesmente aconteceu, e não se separaram desde então.



Hoje, há 57 milhões de domicílios no Brasil. Destes, 60 mil são chefiados por casais homossexuais. Foi a primeira vez que o Censo contabilizou o número de residências com casais gays. Dados do IBGE sobre o Censo Demográfico de 2010



“Ultimamente vejo casais homossexuais se tratando com mais carinho e tendo relacionamentos mais duradouros do que os heterossexuais.” Neusa Mayer, 60 anos, mãe de Élder.



“Algumas vezes precisava voltar para casa no meio da madrugada, inventando que havia saído com amigos. Eu me sentia sujo em ter que mentir para a família, me esconder das pessoas como se estivesse fazendo algo errado.” Samuel Danielli, antes de se assumir.



“O medo de falar para a família não era nem os pais, mas o fato de ter dois irmãos mais velhos. A impressão que eu tinha é que eles me discriminariam mais do que qualquer outra pessoa.” Élder Mayer, sobre a surpresa de ser bem aceito como gay em uma família com 3 irmãos homens.



“Que bom que você saiu da toca!” Írma Danielli, 70 anos, avó de Samuel, ao saber do homossexualismo do neto.



“Temos uma vida normal, como a de qualquer casal. Cozinhamos, caminhamos na praia, trabalhamos, lavamos roupa, arrumamos a casa. As pessoas tem uma idéia muito errada ao pensar que a rotina de um casal gay deve ser obrigatoriamente depravada.” Élder Mayer, sobre sua rotina atual.



“Acho que daqui a um tempo a gente vai ser tudo igual, só ser humano. Haverá discussões muito mais relevantes, porque essa é idiótica.” Milly Lacombe, colunista da revista TPM e comentarista esportiva.



“Meu filho, o que me importa é que tu seja feliz, mas tenha cuidado e use proteção.” Neusa Danielli, 45 anos, mãe de Samuel.



Casais

homossexuais

tĂŞm,

proporcionalmente,

uma renda mĂŠdia mensal maior que os casais heterossexuais. Dados preliminares do Censo 2010 do IBGE.



Em 2010, pelo menos 260 gays, lĂŠsbicas e travestis foram assassinados no Brasil, vĂ­timas da homofobia. Revista Trip - Outubro / 2011



“Sonhamos com um tempo em que ser homo, hétero ou bi não seja fundamental para definir nossas identidades.” Contardo Calligaris, psicanalista italiano, 63 anos, radicado em São Paulo.



sobre Jana Souza, gaĂşcha, nascida nos anos 80, inconstante demais para escrever uma autobiografia, mesmo de mĂ­nimas linhas, sem mudar de opiniĂŁo a seu respeito antes de chegar ao fim.



por Jana Souza


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