PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG PÓS - GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO QUARTA OFERTA

Jussani Derussi

PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto

Chapecó, 2012


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JUSSANI DERUSSI

PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto

Monografia apresentada ao Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio Grande, como requisito para a obtenção do Título de Especialista em Mídias na Educação. Orientadora: Izabel Cristina Feijó de Andrade

Chapecó, 2012


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JUSSANI DERUSSI

PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto

Monografia apresentada ao Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio Grande, como requisito para a obtenção do Título de Especialista em Mídias na Educação.

Rio Grande, RS _____/_____/2012.

Nota: ________

Orientadora: Izabel Cristina Feijó de Andrade

Coordenação da Pós-Graduação

Rio Grande, 2012


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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, inicialmente a Deus, pelo dom da Vida, pela saúde, paciência e sabedoria, fatores estes

indispensáveis

e

fundamentais

para

a

concretização deste objetivo. Dedico também este esforço, realização e felicidade a minha maravilhosa família, pelo apoio, carinho, dedicação e conforto tão necessários neste momento. Muito obrigado por vocês existirem e fazerem parte da minha vida.


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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela vida e por ter-me proporcionado caminhos pelos quais pude decidir qual percorrer, pelas pessoas maravilhosas que colocou em meu caminho e pelo conforto nas horas difíceis. A orientadora...........................................

Agradeço, aos meus pais, que sempre estiveram ao meu lado, sem medir esforços para me ajudar em todos os momentos da minha vida. Ao meu irmão Fabiano, meu porto seguro, sempre presente, demonstrando segurança e compreensão nos períodos de incertezas e ansiedade no decorrer dos meus estudos. Por fim, agradeço a todos que estiveram ao meu lado, apoiando-me e acreditando em mim.


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SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................................00 LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................00 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................00 1.1 Tema Geral..........................................................................................................................00 1.2 Tema específico..................................................................................................................00 1.3 Justificativa.........................................................................................................................00 1.4 Problematização..................................................................................................................00 1.5 Objetivos.............................................................................................................................00 1.5.1 Objetivo geral...................................................................................................................00 1.5.2 Objetivos específicos.......................................................................................................00 2 METODOLOGIA..................................................................................................................00 2.1 Tipo de Estudo....................................................................................................................00 2.2 Local de Estudo...................................................................................................................00 2.3 Sujeitos Envolvidos.............................................................................................................00 2.4 Desenvolvimento da Prática................................................................................................00 2.5 Coleta de Dados..................................................................................................................00 2.6 Aspectos Éticos...................................................................................................................00 3 MÍDIAS E HIPERMÍDIAS FERRAMENTAS ESSENCIAIS NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA.........................................................................................................................00 3.1 Histórico do hipertexto............................................................................................................00 3.2 Ambientes virtuais de aprendizagem..................................................................................00 3.2.1 Cibercultura......................................................................................................................00 3.2.2 Inclusão digital.................................................................................................................00 3.3 Novas tecnologias e motivação para a leitura e a escrita....................................................00 4 ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS.........................................................................00 4.1 Questões de pesquisa aos docentes.....................................................................................00 4.2 Questões de pesquisa aos alunos.........................................................................................00 4.3 Questões de pesquisa aos pais.............................................................................................00 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................00 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................00 APÊNDICES E ANEXOS........................................................................................................00


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RESUMO

Este estudo pretende destacar a importância do Programa UCA - Uma Alternativa Pedagógica – Hipertexto, permeando o trabalho com atividades interdependentes. Nesta pesquisa foram utilizados os temas, o hipertexto como elemento construído, para auxiliar no ensino aprendizagem através das novas tecnologias e das mídias. O estudo teve como objetivo geral, avaliar qual a importância do programa UCA (um computador por aluno) na aprendizagem dos alunos da 8ª série da EEB Sônia de Oliveira Zani, quanto ao uso da internet e construção de hipertextos em sala de aula. Os objetivos específicos foram: 1º)Investigar de que forma o professores vêm usando a internet em sala de aula na construção do hipertexto. 2ª) Verificar qual o melhor método na utilização do hipertexto com alunos do ensino fundamental. 3º)Identificar os benefícios que a mobilidade do uso do equipamento (UCA) oferece em sala de aula na mediação pedagógica. 4º)Verificar em que disciplina é trabalhada a metodologia hipertexto com o uso da internet no programa UCA. 5º)Observar nos planejamentos dos professores em que momento as mídias são utilizadas como ferramenta pedagógica. Para o desenvolvimento da atividade, destaca-se a pesquisa bibliográfica sobre a temática escolhida, bem como a realização de uma intervenção - pesquisa de campo - através de um questionário aplicado aos pais, aos docentes e aos alunos da escola Sonia de Oliveira Zani. O resultado das intervenções proporcionou-nos a compreensão da prática educativa, permeada por intencionalidade educativa que pode partir de acontecimentos inesperados, como a utilização das mídias através de novas tecnologias. A pesquisa abordou a importância da preparação do docente para trabalhar com os alunos através do Programa UCA, na busca por conhecimentos quantitativos e qualitativos para os alunos durante o processo da aprendizagem.. Palavras chave: Programa UCA, Mídias, Novas Tecnologias, Hipertexto.


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ABSTRACT Keywords


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LISTA DE FIGURAS

Gráfico 1: Em que momentos o senhor(a) vê o seu filho usar o computador em casa?...........00 Gráfico 2: O Senhor(a) usa o computador?..............................................................................00 Gráfico 3: O que mudou em sua casa com a chegada do computador.....................................00 Gráfico 4: O senhor(a) possui internet em casa?...................................................................00 Gráfico 5: Onde vocês costumam acessar a internet?...............................................................00 Gráfico 6: Que forma o senhor(a) vem usando a internet em sala de aula na construção do hipertexto? O senhor(a) conhece a metodologia?.............................................................00 Gráfico 7: Professor, O senhor(a) acredita ser válida a metodologia de hipertexto em cada aula com alunos do ensino fundamental?.............................................................................00 Gráfico 8: Professor, o senhor(a) percebem benefícios em utilizar o equipamento (UCA) em sala de aula na mediação pedagógica? Quais? Pontos negativos e positivos em utilizá-la? Gráfico 9: Professor, em que disciplina, em sua opinião, é possível trabalhar a metodologia hipertexto com o uso da internet no programa UCA?.........................................00 Gráfico 10: Professor, em que momentos as mídias são utilizadas como ferramenta pedagógica em seu planejamento?........................................................................................... Gráfico 11:Em sua opinião, o computador UCA contribui para a sua aprendizagem? Porque?..00 Gráfico 12: O que você mais gosta de utilizar na máquina?.....................................................00 Gráfico 13: Você já construiu alguma atividade textual usando a metodologia hipertexto em sala de aula?........................................................................................................................00 Gráfico 14: Em sua opinião, de que forma os professores poderiam explorar melhor o computador em sala de aula?....................................................................................................00


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1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema Geral O projeto visa pesquisar o uso do Programa Tecnológico Piloto do MEC, UCA (um computador por aluno) em sala de aula, como uma das alternativas pedagógicas para trabalhar a construção do hipertexto, evidenciando a questão da necessidade de trabalhar a metodologia pedagógica, mídia hipertexto, no Ensino Fundamental (8ª série ou 9º ano) da EEB Sônia de Oliveira Zani, do Bairro Passo dos Fortes, da cidade de Chapecó - SC. Com as pesquisas científicas, observamos que a tecnologia é um dos elementos essenciais na aprendizagem dos educandos da contemporaneidade. Para tanto, o Projeto UCA, veio para beneficiar a educação dos discentes quanto à inserção das tecnologias em sala de aula das escolas públicas, a fim de permitir a emancipação individual e coletiva, a consolidação da democracia, a melhoria da qualidade de vida e a equidade social amparada em valores éticos e solidários (CARTILHA PROJETO UCA, 2010). O Programa UCA é inovador, pois permite que os alunos fiquem conectados à internet simultaneamente, onde podem acessar imagens, sons e links, abrangendo a pesquisa. Assim, os discentes podem estar em comunicação em tempo real, trocando idéias com outros pares. Quanto ao programa UCA, ele disponibiliza uma máquina por aluno, além da garantia, e reserva para os casos de furto ou quebra, também compreende internet de dois MB (mega bits), mais um professor auxiliar e logística. Frente às constantes indagações e dificuldades por parte dos professores em trabalhar com o programa UCA, o presente projeto tem o propósito de inovar, junto ao corpo docente e discente, a metodologia de construção do hipertexto como uma nova forma de escritura, tornando-a um método importante diante das novas tecnologias. Os educadores não têm como evitar ou limitar o uso da internet, portanto a melhor forma é mediar com os alunos em sala de aula a utilização do hipertexto.

1.2 Tema específico

O tema específico é a metodologia do hipertexto. O que é um hipertexto? Segundo Lévy (2003, p.44), “ a abordagem mais simples do hipertexto é a de descrevê-lo por oposição


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a um texto linear, como um texto estruturado em rede”. O hipertexto é construído de elementos de informação, parágrafos, páginas, imagens (LÉVY, 2003). A discussão sobre a utilização do hipertexto nas salas de aula, leva-nos a refletir uma educação acessível a todos e sobretudo que respeite a individualidade de cada membro do processo . Sendo assim, “[...] é necessário que o professor se apresente como sujeito mediador na produção do saber e saiba que o uso do hipertexto não somente transfere conhecimentos, mas cria possibilidades para a sua construção” (FREIRE, 2003 apud MAGALHÃES et al, 2005, p. 2). Para Elias (2005), o hipertexto traz a leitura, a discussão, pois quando o aluno usa a internet, depara-se com inúmeras possibilidades de leitura, percorrendo vários ambientes online, interligando informações, construindo hipóteses, vivenciando novos conhecimentos.

1.3 Justificativa

Com o avanço significativo da tecnologia, necessita-se educar os discentes quanto ao uso e suas consequências da ferramenta, sendo que esta atingiu um patamar tão elevado que está modificando valores antes esquecidos, ou recriados pela modernidade. Segundo Pierre Lévy (1993), tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Do ponto de vista funcional, Lévy (1993) afirma que um hipertexto é um tipo de programa para a organização de conhecimentos ou dados, a aquisição de informações e a comunicação. Conforme Souza; Roing (2011), o uso da informática faz-se cada vez mais evidente na educação. A todo o momento os professores sentem que incapacidade de usar a informática como instrumental para o ensino-aprendizagem desatualiza o indivíduo. Mas quais os resultados que a informática proporciona em relação à uma maior eficácia da aprendizagem? Os alunos realmente aprendem mais com o uso da internet? Justifica-se a importância deste estudo através das diferentes abordagens do ensino aprendizagem com o uso do hipertexto, como mediador do conhecimento nas salas de aula do ensino fundamental 9º ano da EEB Sônia de Oliveira Zani, Bairro Passo dos Fortes, da cidade de Chapecó - SC.


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1.4 Problematização

Com a evolução e as mudanças frequentes da tecnologia, aumentaram também as fontes de conhecimento e com enorme facilidade. Através do computador e da internet, as pessoas começaram a se comunicar de forma ampla e diferente. Este potencial permitiu que a aprendizagem pudesse evoluir, trazendo novos conhecimentos, melhores resultados. No entanto, o mau uso desta ferramenta de trabalho pode resultar em problemas. O presente estudo tem como meta investigar de que forma os professores estão planejando as atividades em sala de aula, com o uso da internet através do Programa UCA (um computador por aluno) incentivado pelo MEC e SED-SC.

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo geral

Analisar qual a importância do programa UCA (um computador por aluno) na aprendizagem dos alunos da 8ª serie na nova nomenclatura 9º ano da EEB Sônia Oliveira Zani, quanto ao uso da internet e construção de hipertextos em sala de aula.

1.5.2 Objetivos específicos

- Identificar os benefícios que a uso da nova ferramenta (UCA) oferece em sala de aula na mediação pedagógica; - Observar nos planejamentos dos professores em que momento as mídias são utilizadas como ferramenta pedagógica. - Verificar em que disciplina o hipertexto é trabalhado com o uso da internet no programa UCA; - Propor estratégias de uso da UCA.


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2 METODOLOGIA

2.1 Tipo de Estudo

Aborda um estudo bibliográfico e uma pesquisa de campo através da observação. A pesquisa bibliográfica é a utilização da bibliografia publicada por diversos autores e tem por finalidade levar o pesquisador ao maior número de referências possíveis sobre o assunto a ser abordado.

Trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações (LAKATOS, 1995, p. 44).

São vários os métodos que podem ser utilizados para uma pesquisa bibliográfica: livros, revistas, artigos, publicações, entre outros.

Pesquisa Bibliográfica objetiva recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um problema ou oportunidade de assunto que está sendo estudado. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 1999, p.65).

Também houve a observação dos dados que serão coletados durante a pesquisa e o questionário para poder auxiliar na tomada de decisão.

O método de observação é um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns curiosos. Por outro lado, pode ser considerado como o mais primitivo, e consequentemente o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser ententido como um dos métodos mais modernos que possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais (GIL, 1999, p. 34).

A observação almeja dar precisão e segurança ao observamos algo que acontece na empresa ou já aconteceu, possibilitando ao pesquisador alcançar o objetivo que deseja.


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2.2 Local de Estudo

O objeto de estudo será os alunos da 8ª série da EEB Sônia de Oliveira Zani, quanto ao uso da internet e construção de hipertextos em sala de aula.

2.3 Sujeitos Envolvidos

Os sujeitos envolvidos foram os educadores, alunos 8ª série e pais da EEB Sônia de Oliveira Zani.

2.4 Desenvolvimento da Prática

Foram feitas observações e avaliações sobre a importância do programa UCA (um computador por aluno) na aprendizagem dos alunos do 8ª série da EEB Sônia de Oliveira Zani, quanto ao uso da internet e construção de hipertextos em sala de aula.

2.5 Coleta de Dados

A coleta dos dados deu-se através da observação, juntamente com referencial teórico, os quais trarão os dados sobre o estudo, bem como os resultados da pesquisa.

2.6 Aspectos Éticos

No pressente estudo foram seguidos aspectos éticos, respeitando os textos e citando as obras dos autores utilizados, conforme as disposições da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).


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3 MÍDIAS E HIPERMÍDIAS - FERRAMENTAS ESSENCIAIS NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA

Com o advento das tecnologias, as mídias avançaram em larga escala, trazendo inúmeros benefícios para a humanidade como a agilidade na comunicação e informação em tempo real dos fatos do cotidiano, possibilitando a construção coletiva dos noticiários, histórias, reportagens, denúncias e opiniões, resultando em construção do conhecimento, com pessoas mais participativas, críticas e autônomas. Desse modo, a escola não poderia ficar a mercê da evolução da sociedade e fez-se necessário acompanhar, mesmo com limitações, o espaço de aprendizagem e a socialização que ela possibilita. Com a grande demanda do uso das tecnologias no espaço escolar, isto permitiu inovar na forma de ensinar e de aprender as mídias, dando novo suporte ao docente para ele construa novos espaços colaborativos de aprendizagem como por exemplo, o hipertexto. O computador em sala de aula conectado à internet, promoveu um avanço significativo na construção na aprendizagem do educando. No entanto, para que este avanço seja realmente efetivado, cabe aos docentes manusear e explorar melhor as mídias e as hipermídias no momento do planejamento e elaboração das atividades práticas. A utilização de hipermídias na construção das atividades, redimensiona a autonomia do aluno e deixa de caracterizar a aula como prevalência, distribuição de informação para receptores solitários em massa como vinha ocorrendo no passado. A elaboração desta pesquisa deixou claro a importância que a metodologia hipertexto tem na educação, independentemente da faixa etária dos alunos, adultos, jovens ou adolescentes, a interação dos atores na construção dos textos e inserção de imagens, som, links aguçou o instinto criativo dos alunos no momento em que agiram, interagindo na elaboração das atividades, resultando na construção de um conhecimento em movimento,

dando ao

aprendiz, a dimensão de co-responsabilidade na construção das concepções realizadas para rechear, organizar e finalizar a atividade. Para compreender melhor a proposta do trabalho da metodologia hipertexto no programa Uca, convidamos o leitor a ler: - história do Hipertexto, Ambientes virtuais de aprendizagem, Cibercultura, Inclusão Digital e Novas tecnologias e motivação para a leitura e a escrita.


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3.1 Histórico do hipertexto

Segundo a história verificada nas leituras incentivadas pelo projeto de pesquisa, os documentos trazem o conceito: o termo hipertexto tem sua origem nos anos sessenta, com Theodor H. Nelson e seu projeto Xanadu. Ele também é inventor do conceito de texto elástico, ou strech texto, que se expande e se contrai de acordo com a demanda de informações. Conforme Nelson, citado por Leão (1999, p.21), “o hipertexto se constitui de escritas associadas não-sequenciais, conexões possíveis de seguir, oportunidades de leitura em diferentes direções”. De acordo com Landow (1992), a expressão criada por Theodor H. Nelson se refere a um tipo de texto eletrônico, uma tecnologia da informática radicalmente nova e, ao mesmo tempo, um novo modo de edição (FACHINETTO, 2011, p. 5).

O hipertexto pode ser como um dispositivo textual digital multimodal semiolinguístico (dotado de elementos verbais, imagéticos e sonoros), disponibilizado na internet em um endereço eletrônico, e que se encontra interligado a outros hipertextos mediante os hiperlinks (links) que o constituem. Para esse autor, o hiperlink é a idéia motriz do hipertexto, uma vez que se trata de um dispositivo que possibilita a relação de hipertextos de maneira não-sequencial, arbitrária e rizomática. Mais do que relacionar textos em rede, trata-se de relacionar pessoas e instituições (XAVIER, 2002, p. 152-153).

São muitas as possibilidades de comunicação através do uso do computador. O processo de produção de informações em diferentes formatos, como textos, imagens, bem como, outros formatos de linguagens, confere possibilidades de produção de informações (OLIVEIRA, 2011).

Com a digitalização, a internet e o hipertexto passaram a ser possíveis operacionalmente. Com o hipertexto, o usuário pode transitar por fotos, sons, imagens, textos e/ou combinação destes. Ele propicia a leitura personalizada, ou seja, cada leitor pode, pelo clique no mouse, realizar múltiplos caminhos que propiciarão ao leitor diferentes leituras (OLIVEIRA, 2011, p. 11).

Para Oliveira (2011, p. 11), “o hipertexto, é uma nova modalidade de comunicação e de criação de informação, que com seu suporte digital, se distingue do texto impresso pela potencialidade de estar sempre em construção”. A potencialidade do hipertexto é o que fascina o autor, o gênero possibilita inúmeras mudanças, traz-lhe a interação, vida e movimento através da ação do autor ao ligar as imagens e sons na composição da construção do gênero textual nos links anexados. Este movimento


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enfatiza a sensação de trazer o que está longe para perto do leitor, levando a imaginação a visualizar e tirar hipóteses e apropriar-se do conhecimento com mais facilidade. O hipertexto é uma matriz de textos potenciais, sendo que alguns deles vão se realizar sob o efeito da interação com um usuário. Nenhuma diferença se introduz entre um texto possível da combinatória e um texto real que será lido na tela. “A maior parte dos programas são máquinas de realizar mensagens como textos e imagens a partir de um dispositivo computacional que determina um universo de possibilidades de leituras através de hipertextos” (LÉVY, 2001, p. 40). A utilização dos recursos hipertexto e hipermídia em educação, ainda vem oferecendo desafios aos educadores de todas as áreas. Sua importância advém da viabilidade cada vez maior da combinação de elementos como som, imagem, animação e vídeo quando se busca uma educação de qualidade e em consonância com as novas possibilidades oferecidas pelos recursos virtuais, como a Internet. Portanto, isto tem um grande valor para o ensino no campo tecnológico (SOUZA; ROIG, 2011).. Segundo Souza e Roig (2011, p. 3):

A convergência da base tecnológica que o Brasil e o mundo experimentam neste momento decorre do fato de se poder representar e processar qualquer tipo de informação de uma única forma, a digital. A educação via Internet se adequou a esta convergência, seja através do oferecimento de educação com materiais institucionais totalmente dirigidos à Internet.

O hipertexto, a hipermídia ou multimídia, são interativos que levam adiante um processo de leitura. Ler virtualmente consiste em selecionar, em esquematizar, em construir uma rede de textos, em associar outros dados, em integrar as palavras e as imagens a uma memória pessoal em reconstrução permanente. “Os dispositivos hipertextuais constituem de fato mais uma espécie de objetivação, de exteriorização, de virtualização dos processos de leitura” (LÉVY, 2001, p. 42). No cotidiano escolar com adolescentes, a construção do conhecimento com interatividade é um requisito básico para que se tenha a atenção e a participação. Aulas repetitivas não têm mais espaço. A construção de atividades interagindo com a realidade dos jovens, traz inúmeros benefícios ao aprendiz, ele movimenta o conteúdo propriamente dito estático para o momento real. Ao conectar e ligar imagens e sons em seus textos faz um exercício de seleção, avaliação e filtração do essencial do pesquisado para poder completar o quebra-cabeça do texto. Este exercício fixa no aluno o compromisso de buscar, online a


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atualização dos fatos para expor aos seus colegas ao fim da construção do hipertexto nos links anexados ao ele. Todavia, esta busca, faz com que os autores do texto leiam, escrevam e interpretem o que estão buscando, aumentando o nível de atenção e criação dos envolvidos. Graças ao programa governamental UCA, os alunos das escolas públicas que compõem este programa, podem vivenciar a experiência de criar sua própria forma de aprender e viajar pelo mundo do conhecimento on-line, abandonando métodos tradicionais somente possíveis à pesquisa em livros didáticos ou enciclopédias.

3.2 Ambientes virtuais de aprendizagem

A palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, Força, potência (Lévy, 96). Quando se refere ao espaço escolar, entende-se que o hipertexto compreende a noção de hipermídia, o que inclui modos diferentes de informações visuais, sonoros, movimentos e animações, ocorrendo outras formas de organização de dados em textos. A difusão pela Internet deste tipo de material/textos, tornou familiar aos usuários essa nova forma de escrita/aquisição de informação. Os novos meios de comunicação hipertextual envolvem o leitor numa membrana de emoções, voltada para a construção do sentido, que estimula a utilização de uma razão sensível (CASALEGNO, 1998). Para tanto, na preocupação de construir escrita em sala de aula, sendo que o uso da internet possibilita muitos caminhos entre eles, cita-se quatro formas de se aprender usando a internet como meio, abordado por JONASSEN (1996) citado por LOPES (2011, p. 2) segundo eles classifica-se a aprendizagem em:

Aprender a partir da tecnologia, em que a tecnologia apresenta o conhecimento, e o papel do aluno é receber esse conhecimento, como se ele fosse apresentado pelo próprio professor; Aprender acerca da tecnologia, em que a própria tecnologia é objeto de aprendizagem; Aprender através da tecnologia, em que o aluno aprende ensinando o computador (programando o computador através de linguagens como BASIC ou o LOGO); Aprender com a tecnologia, em que o aluno aprende usando as tecnologias como ferramentas que o apóiam no processo de reflexão e de construção do conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso a questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem.

Na primeira forma, o aluno é expectador da aprendizagem de forma tradicional, onde a máquina transmite e ele ouve, já na segunda, o aluno deixa de ser expectador e interage com a mídia, na terceira, o aprendiz usa a máquina em seu favor. Porém, na última, o aluno interage com a ferramenta, construindo o conhecimento a partir das múltiplas possibilidades que esta


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lhe proporciona na construção dos saberes inerentes aos conteúdos a ser trabalhados no currículo. Outro fator fundamental é quanto ao planejamento do professor frente às novas tecnologias. Ela possibilita visualizar a formação/habilidade do professor frente às mídias e transparece as dificuldades encontradas no dia a dia. Entretanto, a profissão professor, na atualidade, exige uma formação ampla, principalmente quanto ao uso da mídia e do computador em sala de aula. Assim, esse profissional da educação, precisa repensar seu planejamento escolar para que sua prática pedagógica seja estruturada e adequada com o contexto atual de ensinar, educar, livrando-se de padrões já ultrapassados, exigindo que acompanhe as novas tecnologias que surgem, capacitando-se, para que possa mediar os alunos em sala de aula na construção do saber a partir dessa nova ferramenta. Outro aspecto que merece atenção, é quanto à aprendizagem colaborativa do aluno mediada pelo computador. Para isso, são necessários que os profissionais tenham claro os quatros pilares da educação na atualidade, sendo eles de suma importância para que aconteçam atividades colaborativas, valores intrínsecos almejados por todos os profissionais envolvidos no educar, no trabalho colaborativo, que são eles: justiça, solidariedade, paz e liberdade. Para que estes pilares sejam visíveis no cenário educacional, a observação da mudança brusca que ocorre na sociedade, influência e transpassa a escola mesmo que em alguns casos o processo ocorra a passos mais lentos, mesmo assim estes valores são úteis ao se trabalhar com a autonomia do aluno usando as tecnologias. Nesse contexto, mais uma vez sugere-se ao professor procurar planejar suas aulas voltadas para atividades em que o aluno passa interagir, tornando-se atores da história, construindo o conhecimento com vivência do conteúdo a ser trabalhado na disciplina, voltando-se para produções intelectuais com o uso intensivo das ferramentas tecnológicas. Para Moran e Masetto (2000, p.71):

O aluno precisa ultrapassar o papel de passivo, de escutar, ler decorar e de repetir fiel dos ensinamentos do professor e tornar-se criativo, crítico, pesquisador e atuante, para produzir conhecimento. Em parceria, professores e alunos, precisam buscar um processo de auto-organização para acessar a informação, analisar, refletir e elaborar com autonomia o conhecimento.


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Para que realmente os aprendizes possam ter autonomia, as atividades devem ser desenvolvidas com base nas tecnologias possibilitando a construção de diferentes tipos de textos. Entre estes, os gêneros digitais vêm crescendo e resultam na melhoria da qualidade da escrita e da leitura dos jovens. Seguindo o pensamento de Moran e Masetto (2000, p. 73), o desafio da mudança na maior parte deve ser a prática pedagógica. “O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo de ensinar para optar pelos caminhos que levam ao prender. Na realidade, torna-se essencial que professores e alunos estejam num permanente processo de aprender a aprender”. O caminho de construção de textos digitais não inova o conhecimento já construído na forma tradicional da escrita e leitura. O que muda é a produção da escrita que ela ocorre no ambiente on-line ao mesmo tempo é socializada, recebendo a colaboração na construção dando ao gênero textual vida, som, cor e animação, pois o autor não está sozinho na construção. A viagem pela rede favorece a construção do conhecimento colaborativo em ligar os links e hiperlinks quebrando as fronteiras, não barrando as inúmeras possibilidades de visita pelo aluno na interação com demais textos. Assim, pode-se dizer que as criações desta modalidade de gêneros textuais, incentivam os trabalhos em grupos independentes onde eles se encontram em sala de aula, ou fora dela com usuários em de rede socializando suas produções. A comunicação é mediada pelos links e ambientes virtuais visitados pelo autor do hipertexto, e contribui com a educação online de cada indivíduo. Por fim, a proposta desta pesquisa não é abandonar a construção de textos de forma tradicional em sala de aula, todavia propor vivências da metodologia de trabalho na construção de novos gêneros textuais, já que conta-se com a possibilidade do aluno portar o computador no ambiente de sala de aula, oportunidade oferecida e incentivada pelo governo federal através do projeto piloto UCA (um computador por aluno), com auxílio do MEC. Sem sombra de dúvidas, este grupo de alunos está criando uma nova identidade e forma de aprender visível à escola, professores e comunidade escolar que usam do benefício. A alegria na descoberta em apreciar seus feitos nas atividades, contagia a família e demais pessoas que estão ligados a eles. Com o uso do computar em sala de aula, o aluno motiva-se, torna-se mais criativo resultando em frequência escolar com assiduidade, despertando o interesse em usar a máquina


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até mesmo nos momentos do intervalo, incentivados como forma de lazer na aprendizagem. Atitude esta, muito queixosa por parte dos docentes na maioria dos educandários brasileiros. 3.2.1 Cibercultura

A cibercultura encontra-se ligada ao virtual de duas formas: direta e indireta. Diretamente, a digitalização da informação pode ser aproximada da virtualização.

As práticas no ciberespaço carregam consigo uma dimensão socializadora, promove uma rede social complexa e não apenas tecnológica. A cibercultura vai se caracterizar pela formação de uma sociedade estruturada através d uma conectividade telemática generalizada, ampliando o potencial comunicativo, proporcionando a troca de informações sob as mais diversas formas, bem como fomentado agregações sociais (SETTON, 2010, p. 91).

Compreende-se a cibercultura pela sua dimensão técnica. Defende a idéia de que cada época da humanidade corresponde a uma cultura técnica particular. Para eles, a cultura contemporânea, associada às tecnologias digitais, que vai criar uma nova relação entre a técnica e a vida social que se chama cibercultura (SETTON, 2010).

3.2.2 Inclusão digital

Muitos projetos governamentais vêm sendo discutidos e alguns começam destacandose na perspectiva de promover a inclusão digital no espaço escolar. No entanto, ainda continua a percepção de que a inclusão social está em uma dimensão e a educação em outra (BONILLA, 2012). Levando em consideração este dado importante, reporta-se a pensar o que leva a escola e a educação estar neste entrave tecnológico, se as mídias estão em todos os lugares? Lamentavelmente encontram-se muitas justificativas queixosas para isso, como por exemplo, a falta de capacitação efetiva para professores, escassez de equipamentos e de pouca qualidade, além de uma rede lógica incapaz de atender a velocidade de conectividade entre outros. Continuando, a reflexão sobre a inclusão digital nas escolas, os docentes começam a buscar novas formas de ensinar, inovando suas metodologias na efetivação de suas aulas em sala. Observa-se que na atualidade, o aluno vem muito bem preparado para o uso e manuseio de ferramentas imediatistas como as mídias. Mas para estar incluso no mundo digital, não basta saber ler e escrever, é necessário uma maturidade maior por parte do aluno, dos


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docentes e comunidade escolar, além de políticas públicas que garantam mais democracia na aquisição dos conhecimentos. Ganhar máquinas conectadas à internet, não garante conhecimento, e nem tão pouco qualidade de ensino. O que faz a diferença no fazer pedagógico é a mediação docente x aluno, proposta de trabalho pedagógica, planejamento, trabalho em equipe, gestão de finanças e tecnologias avançadas. Utopia? Talvez, mas realmente entende-se inclusão digital com autonomia e responsabilidade, gerando a tão sonhada qualidade de ensino e aprendizagem desejadas, principalmente nas escolas públicas brasileiras. Até mesmo o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, ao avaliar a experiência - Um computador por aluno - reconhece que a inclusão digital, ora aparece como objetivo principal de programas de disseminação das TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) nas escolas, ora como um subproduto da fluência que as crianças ganham ao usar o computador e a Internet. A meta é a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, sendo o letramento digital decorrência natural da utilização frequente dessas tecnologias. (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2008, p. 52). Com o uso frequente das máquinas em sala de aula, ou fora dela, não se pode negar que o aluno está ligado ao mundo, porém é preciso incentivar iniciativas de produtividade de atividades e participação ativa na construção do saber. O importante na inclusão digital, e nos programas governamentais existentes, é garantir a construção e a participação do aluno na construção de sua própria autonomia, ler, escrever, criar hipóteses e saber chegar a uma opinião própria sobre o assunto ou tema em debate no conteúdo a ser ministrado em sala de aula. Por mais que algumas vezes critica-se a escola, afirmando-se que ela está longe de incluir os sujeitos no mundo digital, este debate vem acontecendo ao longo dos anos como podemos verificar nos marcos histórico. Esta perspectiva foi desenvolvida na década de 80, a partir das discussões que marcaram o I e o II Seminário Nacional de Informática na Educação, promovidos pela SEI, MEC e CNPq, em 1981 em Brasília e 1882, em Salvador, respectivamente. No I Seminário, segundo Oliveira (1997, p. 29), “tomou-se a posição de que o uso do computador deveria ser visto como ferramenta auxiliar do processo ensino-aprendizagem”.

No II Seminário, os pesquisadores recomendavam a necessidade de que a presença de computadores na escola fosse encarada como um meio auxiliar no processo educacional, jamais deveria ser visto como um fim em si mesmo, e, como tal,


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deveria submeter-se aos fins da educação e não determiná-los. Reforçava-se ainda a idéia de que o computador deveria auxiliar o desenvolvimento da inteligência do aluno, bem como desenvolve habilidades intelectuais específicas requeridas pelos diferentes conteúdos (MORAES, 1993, p. 20).

Para conceituar-se inclusão digital, citam-se as palavras de Teixeira onde ressalta que: [...] Assim, propõe-se o alargamento do conceito de inclusão digital para uma dimensão reticular, caracterizando-o como um processo horizontal que deve acontecer a partir do interior dos grupos com vista ao desenvolvimento de cultura de rede, numa perspectiva que considere processos de interação, de construção de identidade, de ampliação da cultura e de valorização da diversidade, para a partir de uma postura de criação de conteúdos próprios e de exercício da cidadania, possibilitar a quebra do ciclo de produção, consumo e dependência tecnocultural. (TEIXEIRA, 2010, p. 39).

O computador em sala de aula, tornou-se uma necessidade semelhante ao livro didático no passado, o grande vilão da história educacional. Na atualidade, o computador conectado a grande rede mundial possibilita a pesquisa em larga escala, dando novo significado ao ensino e ao saber, estimulando o educando e o educador a criar atividades que permeiem a busca de soluções para os desafios educacionais do cotidiano dos alunos, docentes e sociedade. O que a escola e os docentes precisam entender, é a forma como vão trabalhar com a máquina. O mecanismo jamais substituirá o docente, porém, com inteligência e criatividade, torna-se uma ferramenta auxiliar, não a única a mediar o fazer pedagógico com mídias. O que facilita esta compreensão é observar a mudança de comportamento que opera no aluno, ele está mais habilidoso no processo de manuseio dos equipamentos tecnológicos. Chaga-se a esta afirmação, pelo fato do aluno estar em constante contato em suas vivências diárias, gerando destreza cognitiva, principalmente no manuseio do equipamento em atividades que lhe interessa. O envolvimento ao realizar determinada tarefa, acaba redimensionando o conhecimento, abandonando o velho memorizar que era conhecimento vazio sem contexto de significância para o aluno. Para o autor citado, para o alargamento da inclusão digital não deve haver fronteiras, mas sim, uma disseminação e construção de identidades respeitando os valores culturais que esta nova identidade gera: a construção coletiva do conhecimento. Interagir tem mais importância que o próprio currículo em suas formações e deformações de controle que gerava ou continua gerando mesmo ocultamente.


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3.3 Novas tecnologias e motivação para a leitura e a escrita

Com o surgimento das novas tecnologias, os textos digitais popularizaram-se de tal maneira que seu avanço acabou invadindo todos os espaços da sociedade chegando aos ambientes escolares, estabelecendo uma nova postura e compreensão do processo educativo. Assim sendo, a criação deste gênero de texto em sala de aula, torna-se uma ferramenta enriquecedora e de fácil construção, onde o aluno manuseia e motiva-se a ser autor da escrita, acrescentando nela características próprias, identificando o autor por suas preferências conforme sua faixa etária. Contudo, para o autor citado, a sociedade felizmente conta com meios de informação e comunicação que favorecem a evolução.

As tecnologias digitais impuseram à sociedade contemporânea, novas formas de informação e comunicação e, possibilitaram uma maior interação. No espaço escolar, as mídias possibilitaram uma maior interatividade entre os produtos e os alunos, possibilitando aos mesmos de forma mais dinâmica a criação, recriação e co-recriação (MORAN, 2011, p. 1).

Quanto à escrita, essa análise é provavelmente aplicável à interpretação de outros tipos de mensagens complexas que não o texto alfabético. Uma tecnologia intelectual, quase sempre, exteriorizada e objetiva, virtualiza a função cognitiva, uma atividade mental (LÉVY, 1996). Assim sendo, reorganiza e modifica a prática da função cognitiva. O aparecimento da escrita acelerou um processo de artificialização, de exteriorização e de virtualização da memória. Com a escrita, os modos de conhecimento teórico passaram a prevalecer sobre os saberes narrativos (LÉVY, 2001). A escrita na atualidade se caracteriza de forma efetiva desde muito cedo. Com a invasão das tecnologias, as crianças animam-se em ler e escrever com mais facilidade. O interesse é observado devido ao desejo de manusear e interagir com o grande aparato dos aparelhos tecnológicos, e para isso, ela precisa ler e escrever, iniciando o processo de letramento antes mesmo de iniciar sua vida estudantil pré-escolar. A interação com computadores, laptops, celulares, smartphones e tablets, conectados em rede mundial, desperta e mobiliza a experiência do aprendizado interativo, enriquecendo e ampliando o mundo dos jovens leitores que se apropriam da nova linguagem trazida nos gêneros textuais onlines e seus links. Pode-se dizer que um ato de leitura é uma atualização das significações de um texto, atualização e não realização, já que a interpretação comporta uma parte não eliminável de


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criação. A hipercontextualização é o movimento inverso da leitura, no sentido em que produz o texto inicial, uma reserva textual e instrumentos de composição graças aos quais, um navegador poderá projetar uma quantidade de outros textos (Lévy, 2001). O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda o texto para que possa construir uma idéia sobre seu conteúdo e extrair dele o que lhe interessa no momento, assim, quando mais adiante o leitor se deparar com o mesmo assunto, ele poderá relacionar as informações novas com o conhecimento anteriormente adquirido. Souza (1996, p. 61) diz que atualmente se admite que a leitura é um processo de interação entre o texto e o leitor. É um processo ativo que não se esgota meramente no sentido literal. “Nesse aspecto, a leitura passa a ser entendida como um ato social entre leitor e autor que participam de um processo interativo”. Para falar em processo interativo, nada melhor que falar em hipertextos. Neles os autores constroem conforme suas afinidades os assuntos encontrados sobre determinado tema a ser construído o novo texto. Com esta metodologia de trabalho, os autores e co-autores, socializam suas produções textuais, associando várias linguagens e transparecendo o posicionamento e envolvimento que cada autor comprometeu-se em criar e modificar o texto. Concorda-se, assim como Barbosa (1994, p. 28) ao dizer que: A questão da aprendizagem da leitura é a discussão dos meios através dos quais o indivíduo pode construir seu próprio conhecimento, pois, sabendo ler, ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita, e desse modo, produzir, ele também, um conhecimento.

A escrita é uma forma de comprovar o conhecimento, bem como o que se fala também fica registrado como o nosso saber. No ato de escrever é que tudo se torna mais complicado, pois se fala da mesma forma à qual se escreve, pois é preciso encontrar as palavras certas, uma forma mais culta, boa argumentação e um vocabulário adequado para que os fatos não sejam distorcidos e mal compreendidos pelo leitor. Segundo Lévy (1996, p. 39) “um novo texto tem, primeiramente características técnicas que convém precisar a dialética do possível e do real”. Neste sentido, é possível abordar que as tecnologias digitais surgiram como uma infraestrutura do ciberespaço, um novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também um novo mercado de informação e do conhecimento (SETTON, 2010).


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As novas tecnologias digitais surgem com o advento da microcibernética na segunda metade da década de 70, através de convergências e fusões entre a informática e as telecomunicações. Para Lévy (apud SETTON, 2010), o computador não deve ser visto como um centro, mas sim um componente da rede universal de comunicação. Suas funções pulverizadas infiltram cada elemento no tecnocosmos. A universalização da cibercultura propaga a copresença e a interação de quaisquer pontos do espaço físico, social ou informacional. Nesse sentido, ela é complementar a uma segunda tendência fundamental: a virtualização. A virtualização é compreendida como um novo jeito de ver e de estar no mundo, que possibilita processos de criação, relação e contratos sociais em situação de não presença física. Conforme Setton (2010, p. 91) “as tecnologias são produtos de uma cultura e de uma sociedade; a separação entre elas é apenas conceitual. As novas tecnologias não só estão presentes em todas as atividades do mundo do trabalho, como também se tornam vetores de experiências do cotidiano”. Pode-se dizer que sem as tecnologias, dificultam-se as condições de trabalho, pois, praticamente todas as ações estão vinculadas ao mundo digital, ligadas e unidas pela grande rede mundial de computadores. A era digital, facilita a comunicação, a troca de informação a economia de inúmeros papéis amontoados movimentado milhões de possibilidades, encurtando a distância, ganhando tempo e facilidade para realizar atividades até então consideradas difíceis ou manuais. Assim, as tecnologias e o mundo digital vieram para facilitar a vida do ser humano tanto que se, uma delas falhar, acontece o caos em série. Para tanto, “as tecnologias se sucedem uma a uma, não há como ignorar nem como evitar tais mudanças, pois estão se tornando cada vez mais presentes em nosso dia a dia, seja através da televisão, do rádio, da telefonia e principalmente da informática” (GREVE, 2004, 3). Ainda segundo Greve (2004), a informática superou os outros meios de comunicação, principalmente pela velocidade, com que as coisas se realizam, por isso dizemos que estamos vivendo a era digital. Assim, o computador se faz presente na produção e difusão de todas as formas de conhecimento da humanidade vigente, sua frequência é quase obrigatória. A proposta da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em vigor desde 1996, já preconizava a necessidade da “alfabetização digital”, porém, nos dias atuais nem todas as escolas possuem laboratórios de informática, as que os possuem, não os usam com frequência,


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por isso, não basta apenas enviar computadores para escolas; faz-se necessário uma proposta adequada de mediação da informação. Para que a “alfabetização digital” aconteça de fato, além de equipamentos acessíveis e em boas condições de uso, a proposta pedagógica e a mediação do professor necessitam estar incluídas na construção da aprendizagem e na identidade do aluno digital. O aluno digital realiza muitas ações conjuntas: ele ouve música, escreve no MSN e consegue estudar para uma prova do dia seguinte, movimentos semelhantes ao hipertexto. Sua capacidade de fazer o processamento da informação é tamanha que logo consegue transformála em conhecimento. É por isso que os adultos geralmente não conseguem entender esta nova geração, deste modo, a grande maioria acaba rotulando esses jovens de aprendizes desatentos.


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ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS

4.1 Questões de pesquisa aos docentes

A proposta do presente trabalho é fazer uma análise dos questionários que foram respondidos pelos docentes na coleta de dados, a fim de evidenciar a proposta de trabalho desta pesquisa.

16,7% 33,3% A internet é indispensável Nunca usei Já vi, mas não sei trabalhar No momento não estou usando

16,7% 33,3%

Gráfico 1: Você usa a Internet em sala de aula na construção do hipertexto? Fonte; Elaborado pela autora, 2012.

No Gráfico 1, quanto à resposta uso de internet em sala de aula na construção do hipertexto, 33,3% responderam que a internet é indispensável, 33,3% responderam que nunca usaram a internet na mediação desta metodologia, 16,7% já viram, mas não sabem trabalhar e 16,7% responderam que no momento não estão usando a internet. O despreparo percebido nas respostas dos docentes é visível, mesmo nos dias em que a internet está em todos os lugares. Todavia reconhecem que a ferramenta é muito pertinente ao momento tecnológico que vivemos. E afirmam também, que a maior dificuldade de usar a internet em sala de aula é quanto à rede lógica e funcionalidade da máquina. Para o docente entrevistado, “A internet é indispensável nos dias atuais, pois o conhecimento que se tem através dela é enriquecedor. As aulas se tornam mais atrativas e produtivas, uso sempre que possível” (DOCENTE A). Diante desse depoimento, é possível


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verificar que alguns docentes acreditam na eficácia do uso da tecnologia para o desempenho dos alunos em sala de aula. Isso vem ao encontro do que Tornagli et al (2010, p. 47) quando afirma que:

Nessa perspectiva, compreender as potencialidades inerentes a cada tecnologia e suas contribuições ao processo de ensino e de aprendizagem poderá trazer avanços substanciais à mudança da escola, a qual se relaciona com um processo de conscientização e de transformação que vai além do domínio de tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo, de homem, de ciência e de educação.

Diferentemente dessa idéia, apresenta três depoimentos que se complementam sobre o uso da internet: “Não conheço e pouco uso a internet, pois não há paradas no cotidiano escolar para encaminhar e orientar” (DOCENTE B). “Nunca usei a internet para produzir um hipertexto” (DOCENE C). “No momento não estou usando essa metodologia, conheço sua eficácia, mas nunca foi usada nos cursos ministrados pelo NTE” (DOCENTE D).

Verifica-se na fala do entrevistado, que os cursos de capacitação oferecidos pelos órgãos competentes, quanto ao uso de ferramentas tecnológicas e metodologias inovadoras, devem dar mais ênfase a esta prática pedagógica, incentivando o educador a desenvolver novas habilidades e reconhecer sua importância no ato de educar. Sendo que : O uso da tecnologia na escola, quando pautada em princípios que privilegiam a construção de conhecimento, aprendizado significativo e interdisciplinar e humanista, requer dos profissionais novas competências e atitudes para desenvolver uma pedagogia voltada para a criação de estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativa para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional (TORNAGLI et al, 2010, p. 49).

A mediação pedagógica criada pelo hipertexto proporciona ao educando um momento de autoria de suas produções textuais. Desse modo, incentiva a criatividade e a imaginação, melhorando a forma como ele percebe a escola, a educação e o mundo que o cercam. “Eu já vi, mas não sei trabalhar” (DOCENTE E).


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“Acredito que o uso da internet em sala de aula seja muito importante para a formação dos alunos. Não realizei nenhum curso sobre hipertexto, mas já ouvi e li a respeito desta metodologia” (DOCENTE F).

Sim

100%

Gráfico 2: Acredita ser válida a metodologia do hipertexto em sala de aula com alunos do ensino Fundamental? Fonte; Elaborado pela autora.

No gráfico 2, quando questionados se acreditam ser válida a metodologia do hipertexto em sala de aula com alunos do ensino fundamental, obteve-se 100% de respostas afirmativas. Mesmo percebendo a importância de usar a internet e as metodologias adequadas, o docente ainda está muito tímido, quanto ao domínio e busca por este tipo de ferramenta. Por mais que o mundo e as tecnologias tenham evoluído, a escola permanece com metodologias antigas. Para alguns mestres prevalece o livro didático como o principal vilão do contexto escolar. Nas entrevistas, percebe-se o medo de buscar, de arriscar-se a partir do novo em direção da construção do aprendido com base no conhecimento do aluno e sua leitura de mundo. É mais prático continuar na educação da mesmice, da leitura tradicional, da cópia e da responda aos questionários. O novo exige conhecimento de causa como podemos perceber na citação abaixo:


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O uso da tecnologia na educação requer, sem dúvida, um olhar mais abrangente. É preciso que haja, nesse processo, o envolvimento de novas formas de ensinar, aprender e de desenvolver um currículo condizente com a sociedade tecnológica, que deve se caracterizar pela integração, complexidade e convivência com a diversidade de linguagens e formas de representar (TORNAGLI et al, 2010, p. 47).

A tecnologia na escola por si só, não cumpre o papel educacional que a contemporaneidade exige. Compete ao docente o papel de mediador, repensando toda a prática pedagógica da escola como o currículo, PPP e planejar projetos educativos que venham ao encontro às necessidades do educando onde a escola está inserida. A escola e os alunos carecem de inovação e aulas criativas incentivando o aprendiz a pensar, criar, redescobrir o mundo e a significar seu conhecimento. Cada vez mais, o mercado exige pessoas capazes de resolver problemas e interpretar situações e dar respostas rápidas. Principalmente, num mundo do imediatismo em que vivemos onde a ligação online em tempo real, possibilita a comunicação instantânea dos fatos.

“Sim, foi trabalhado e todos participaram. Uns com mais facilidade, outros com menos. É válido e todos se auxiliam” (DOCENTE A). “Sim, mas precisamos aprender a fazer e usar primeiro. Precisamos de tempo para planejar” (DOCENTE B). “Penso ser válido, desde que haja um planejamento e orientação de temas, assuntos para que os alunos desenvolvam” (DOCENTE C). “Sim, acredito que sim, mas falta muita estrutura, para que isso aconteça de verdade” (DOCENTE D). “Gostaria de ter cursos a respeito para poder usar essa metodologia” (DOCENTE E). “Qualquer metodologia é fundamental, desde que seja bem fundamentada teoricamente, bem planejada e que todos os segmentos envolvidos tenham conhecimento e clareza nos procedimentos” (DOCENTE F).


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50% 50% Aulas mais produtivas Muitos benefícios

Gráfico 3: Você vê benefícios em utilizar o equipamento (UCA) em sala de aula na mediação pedagógica? Fonte; Elaborado pela autora.

No gráfico 3, foi questionado se observa benefícios em utilizar o equipamento (UCA) em sala de aula na mediação pedagógica, obtendo-se 50% de respostas afirmativas que as aulas são mais produtivas e também 50% comentaram que o uso do equipamento é muito benéfico. Levando em consideração as respostas dos entrevistados, pode-se afirmar que as mudanças que a ferramenta oferece em sala de aula são inúmeras. Para eles, este fenômeno e vivível e não tem como enumerar. Mas para administrar a grandeza deste processo, as máquinas oferecidas pelo governo aos alunos e professores devem suprir as necessidades que a clientela necessita. O que se constata no programa uca é que o sistema trava muito e a velocidade da rede lógica é bastante lenta perante a grande quantidade de acesso ao mesmo tempo. Para os mediadores do saber, mesmo assim as aulas com a máquina UCA são pertinentes.

“Sim, pois as aulas são mais produtivas” (DOCENTE A). “Sim, quando for pesquisa.” (DOCENTE B). “Vejo benefícios sim, pois facilita e agiliza o acesso às informações, porém, é necessário tempo para planejar as atividades” (DOCENTE C).


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“Muitos benefícios, porém os pontos negativos são a internet lenta, falta apoio da GERED, não temos planejamento e assessoria técnica” (DOCENTE D).

No bojo das mudanças tecnológicas, culturais e científicas, ao há como prever quais serão os conhecimentos necessários para viver em sociedade e inserir-se no mundo do trabalho daqui a alguns anos. O desafio atual do sistema educacional é formar, efetivamente, os alunos para a cidadania responsável e para que sejam contínuos aprendizes, que tenham autonomia na busca e na seleção de informações, na produção de conhecimentos para resolver problemas da vida e do trabalho e que saibam, também, aprender a aprender ao longo da vida (TORNAGLI et al, 2010, p. 36).

“Sim. O aluno está em contato com as tecnologias, auxilia nas pesquisas e tem acesso a uma amplitude de informações. Negativos, a internet é fraca, existe falta de planejamento” (DOCENTE E). “O contato e a oportunidade oportunizada ao educando é o fator positivo e também passa a ser mais um recurso para o educador. Negativo: tempo para planejar; poucos cursos...” (DOCENTE F),

Em todas as disciplinas

100%

Gráfico 4: Em qual disciplina é possível trabalhar a metodologia do hipertexto com o uso da internet no Programa UCA? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico 4, quando questionados sobre em qual disciplina é possível trabalhar a metodologia do hipertexto com o uso da internet no Programa UCA, obteve-se 100% das respostas afirmativas, dizendo ser possível trabalhar em todas as disciplinas.


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Porém, os professores demonstram insegurança perante a metodologia, principalmente no momento de inseri-la no planejamento e aplicá-la na prática diária. Percebe-se, que é necessário um preparo maior por parte do mestre em utilizar metodologias inovadoras no ato de educar. Mas admite-se que o aluno exige atitudes e métodos atualizados com o momento que vivemos. A mediação da ferramenta tecnológica facilita a interdisciplinaridade que deve acontecer entre as disciplinas no currículo, ficando evidente na fala dos entrevistados: “Português, história, geografia (em geral acho que em todas)” (DOCENTE A). “Em todas as disciplinas” (DOCENTE B). “Em qualquer uma delas, desde que o assunto seja pertinente.” (DOCENTE C). “Na maioria das disciplinas, basta planejamento para o projeto UCA” (DOCENTE D). “Em todas as disciplinas” (DOCENTE E). “Em todas as disciplinas” (DCENTE F).

Outro dado importante é quanto ao planejamento, ao longo da pesquisa observa-se que o programa está em crise, principalmente em encontrar momentos para realizar o planejamento no coletivo. Os professores deixam transparecer em suas falas, a fragmentação do planejamento, levando os professores a individualizarem suas aulas, esquecendo o trabalho interdisciplinar. O planejamento é um aliado no processo ensino aprendizagem, ele dá um sentido e organiza as ações a seguir, transparecendo os objetivos a ser alcançados no projeto. Já a metodologia é o caminho que objetiva o foco. Para tanto, trabalhar com hipertexto em sala de aula é uma forma do aluno envolver-se no processo de autoria de seu fazer.


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Para fazer pesquisas

100%

Gráfico 5: Em que momento as mídias são utilizadas como ferramenta pedagógica em seu planejamento? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico 5, no qual foi abordado em que momento as mídias são utilizadas como ferramenta pedagógica em seu planejamento, (100%) dos entrevistados responderam para fazer pesquisas. “Nas minhas aulas estão sempre presente, seja em diálogo, imagens, textos, etc” (DOCENTE A). “Sempre que houver necessidade e tempo para pesquisar” (DOCENTE B). “Para pesquisa, aprimoramento do conhecimento, acesso às informações” (DOCENTE C).

É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola, de todos os grupos sociais, dos demais, dos mais pobres aos ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge enorme complexidade que não existia no passado (TORNAGLI et al, 2010, p. 39).

“Está presente diariamente, pois a nossa vida é uma mídia, estamos envolvidos nas falas, imprensa, etc” (DOCENTE D).


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“Para pesquisa, elaboração de vídeos, slides” (DOCENTE E). “Pesquisa, produção textual, slides, auxílio em palestras” (DCENTE F). As ferramentas multimídias são indispensáveis no cotidiano escolar: o fazer tecnológico e pedagógico andam juntos na era da comunicação e informação. A máquina UCA na escola pesquisada, é uma marco significativo, com o projeto, a escola, alunos, docentes e familiares abrem as portas para o novo, o desafio e a imaginação ganham asas. As pesquisas, leituras em diferentes textos, visitas em sites, busca de imagens e músicas virou um hábito diário para alunos e docentes. Este movimento deu vida às ações educativas, permitindo que o conteúdo do currículo seja visualizado no cotidiano, nas vivências do contexto social dos alunos.

4.2 Questões de pesquisa aos alunos

Na tentativa de compreender o processo da inclusão digital, foi questionado também os adolescentes sobre a importância da utilização da máquina UCA e a metodologia de trabalho hipertexto. Para os entrevistados, percebe-se em suas falas que a tecnologia é essencial na construção do saber e comunicação com o mundo. A máquina ligada à internet favorece a construção do saber com propriedade, ocorrendo aproximação do conteúdo com o mundo social, há inúmeras possibilidades existentes como: pesquisar, ouvir música, publicar vídeos, textos e baixar uma vasta grama de matérias, incentivam o aprendiz a interagir com o objeto da aprendizagem em questão. Este movimento é um sonho que há muito tempo vinha sendo almejado para os educandários e na atualidade da escola pesquisada, está acontecendo a mudança, mesmo a passos lentos. Embora com a necessidade constante de novos ajustes no sistema, nos Softwares e nos espaços físicos, na rede lógica, no planejamento e formação continuada com mais frequência, o programa UCA é valido na escola e na comunidade onde ela está inserida. Esta afirmação fica explícita nas respostas colhidas, pois 100% reconhecem a mudança que o programa proporcionou.


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Sim

100%

Gráfico 6: Em sua opinião o computador UCA contribui em sua aprendizagem? Fonte: Elaborado pela autora.

No Gráfico 6, foram questionados no seguinte fator: em sua opinião o computador UCA contribui para sua aprendizagem, 100% responderam afirmativamente que o computador UCA auxilia no ensino aprendizagem. “Com certeza. Com o computador tenho auxílio nos trabalhos de escola, descobrindo várias coisas” (ALUNO A) Ao incentivar o aluno a participar do processo ensino-aprendizagem, ele torna-se um protagonista ativo ocorrendo o engajamento no tema ou conteúdo a ser trabalhado. E o professor é o mediador que deve oferecer situações problemas com temas do cotidiano de cada aluno. A importância de trabalhar a atualidade enche de vida o espaço escolar e o uso da metodologia apropriada ao momento é inquestionável.

O aluno precisa encontrar sentido naquilo que está aprendendo. Por essa razão, é importante que o professor crie situações que propiciem a observação e a interpretação dos aspectos da natureza, os sociais e humanos, instigando a curiosidade do aluno para compreender as relações entre os fatores do desenvolvimento humano (TORNAGLI et al, 2010, p, 52).

O envolvimento e a habilidade que o aluno possui em manusear a máquina, aproxima as relações humanas, gerando colaboração e ajuda mútua entres os pares. A interação acontece de forma espontânea e permite ótimos resultados em relação ao conhecimento adquirido. E o programa UCA trouxe esta possibilidade como afirma os pesquisados:


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“Sim, porque o programa UCA incentivou mais os alunos” (ALUNO B). “Sim, porque temos mais acesso às informações e às pesquisas” (ALUNO C). “Sim, porque ensina na digitação e também sobre coisas legais que existem nele” (ALUNO D).

O uso do computador proporcionou para o aprendiz momentos de desenvolvimento em diversas áreas do conhecimento. A pesquisa nos mais variados ambientes e hipertextos abriu as portas do mundo, aproximando vivências ricas e incentivadoras na leitura dos cenários em que vivemos. Como se observa nas suas falas, o fato da máquina estar em sala de aula com a cesso permanente dinamiza a aula e o conhecimento.

“Sim, porque ele ajuda em pesquisas e é mais fácil o acesso ao computador e não precisa se deslocar para a sala de informática” (ALUNO E). Tratar de tecnologias na escola, engloba, na verdade, a compreensão dos processos de gestão de tecnologias, recursos, informações e conhecimentos que abarcam relações dinâmicas e complexas entre parte e todo, elaboração e organização, produção e manutenção (ALMEIDA, 2005 apud TORNAGLI et al, 2010, p. 47).

“Sim, porque ajuda na pesquisa e no estudo” (ALUNO F). “Contribui para o aprendizado, para as pesquisas” (ALUNO I).


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25%

50%

Pesquisa Vídeo e Imagens Informações 25%

Gráfico 7: O que você mais gosta de utilizar na máquina? Fonte: Elaborado pela autora.

Quando questionado o que você mais gosta de utilizar na máquina, 50% responderam que a utilizam para fazer pesquisa, 25% para obter informações e 25% comentaram que a utilizam para conseguir vídeos e imagens. Neste momento de análise e reflexão dos dados da pesquisa, fica nítido que os alunos possuem muito mais interesse em buscar e ser atores do processo, quando podem interagir. Ao usar a máquina UCA, fica evidente a autonomia, a criatividade, a construção ativa do aluno no processo educativo. Ao buscar imagens, vídeos ou postar suas autorias na grande rede, abre um vasto leque de interatividade e construção de conhecimento na troca mútua e comunicação que estabelece com outros interlocutores e a própria máquina.

Outra preferência que chama atenção na pesquisa são os jogos educativos. Todos afirmam que os jogos trazem momentos de lazer e descontração e acabam dando suporte, um reforço na aprendizagem do aluno. “Jogos educativos e pesquisas escolares” (ALUNO B). “Eu gosto de utilizar a internet para ver vídeos, imagens e jogos” (ALUNO C). “Eu gosto de utilizar o computador UCA para atividades de reforço escolar” (ALUNO D).


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Utilizar a mídia na escola é o primeiro passo para a leitura do mundo. Em contrapartida, é essencial que o exercício cotidiano no uso da mídia na sala de aula não se limite á leitura de jornais, revistas ou dos veículos eletrônicos. Para se ler o mundo a partir dos olhares dos outros, é fundamental que seus leitores aprendam antes a ler o mundo em que vivem, por meio da construção de suas próprias narrativas. Só assim será possível a construção do conhecimento, a transformação do educando em sujeito de sua própria história. A aquisição do pensamento crítico é resultado da inserção e percepção direta do aluno como agente mobilizador na sua realidade (CALDAS, 2001, p. 129 apud TORNAGLI et al, 2010, p. 188).

O programa beneficiou a comunidade onde a escola está inserida, incluindo a comunidade no mundo tecnológico e digital. Ao ter acesso a esta ferramenta, todos os componentes do cenário começaram a fazer uma nova leitura do mundo que os cerca de forma ativa, passando a sujeitos críticos e criativos. Esta afirmativa fica visível na pesquisa devido às falas transparecerem a afinidade em usar a máquina e criar suas atividades orientadas pelos docentes. O entusiasmo em frequentar a escola e aprender é tamanho.

11,1%

Sim Não

88,9%

Gráfico 8: Você já construiu alguma atividade textual usando a metodologia hipertexto em sala de aul? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico acima, a pergunta era se tinham construído alguma atividade textual usando a metodologia hipertexto em sala de aula e 88,9% responderam afirmativamente e 11,1% responderam que não usaram. A metodologia de construção de hipertexto na grande rede é comum quando se trata do mundo acadêmico, já nas séries anteriores como da turma pesquisada, a metodologia é usada, porém com pouca freqüência.


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No entanto, observando os dados da pesquisa, verifica-se que uma grande parcela dos aprendizes utilizam a metodologia na construção do texto organizado por eles, mesmo que seja para postar em redes sociais ou em sites que eles costumam usar. Para ela a metodologia contribui sobremaneira na aprendizagem. “Sim, é muito bom” (ALUNO A). “Sim, nós já usamos em sala de aula a metodologia hipertexto” (ALUNO B).

“Sim, nas aulas de português” (ALUNO C).

29,6% 26% Trabalhos de aula e pesquisa Usar e explorar Vídeos e imagens Atividades de reforço 22,2%

22,2%

3 Gráfico 9: Em sua opinião que forma os professores poderiam explorar melhor o computador em sala de aula? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico 9, na questão, em sua opinião de que forma os professores poderiam explorar melhor o computador em sala de aula? As respostas foram as seguintes: 26,6% utilizam para realizar trabalhos de aula e pesquisa, 22,2% usam para explorar textos, 22,2% para ver vídeos e imagens e 26% utilizam como atividades de reforço.

Nesta pergunta, os entrevistados reforçam a importância que a máquina tem e exerce em sala de aula. A oportunidade de estar conectados todos ao mesmo tempo, em tempo real, na opinião dos discentes, incentiva a pesquisa, a visita em sites, vídeos e imagens e aproxima


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o conteúdo com a vida cotidiana dos alunos. As mídias em sala de sala tornam essenciais na mediação metodológica das práticas educativas contemporâneas, a ferramenta auxilia em ministrar aulas dinâmicas integrando o currículo com as vivências de cada aluno. Na opinião dos interlocutores, os docentes conseguem associar bem a ferramenta com a prática disseminada em pesquisas e construção de blogs e até mesmo em hipertextos. “Para mim, os professores já usam e exploram muito bem com os alunos, pois usamos para fazer trabalhos relacionados ao conteúdo” (ALUNO A). “Para mim, eles explicam muito bem como usar o computador em sala de aula” (ALUNO B).

As tecnologias e as mídias ganham espaços no contexto da escola. Hoje, já faz parte das unidades escolares a existência de biblioteca, sala de DVD, equipamentos como vídeo, rádio, câmara digital, filmadora e computador (TORNAGLI et al, 2010, p. 45).

“Usar mais para vídeos, imagens, para a aula ser melhor” (ALUNO C). “Em pesquisas, em trabalhos e também usar mais o computador UCA” (ALUNO D). “Fazendo atividades de perguntas relacionadas ao texto pesquisado” (ALUNO E). “Eles podem fazer mais trabalhos no computador, mais pesquisas e diversões de vez em quando, mas o problema é que muitos alunos não dão valor ao professor e ao computador, fazendo outras coisas fora da proposta que o professor apresenta” (ALUNO F).

4.3 Questões de pesquisa aos pais

Ao perceber as mudanças ocorridas com o aluno, o professor questiona a necessidade de saber a importância que os pais dão ao programa e a utilização da máquina UCA, principalmente nos momentos em que estão no convívio familiar. Com estes questionários, fica claro quando a família acompanha o processo educativo do filho e observa as ações dele em casa com a máquina.


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12,5% 18,7%

37,5%

Depois do trabalho Tarde e Noite Quando tem pesquisa da escola Em nenhum momento

31,3%

Gráfico 10: Em que momento o senhor (a) vê seu filho usar o computador em casa? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico 10, em que momento o senhor(a) vê seu filho usar o computador em sua casa: 37,5% utilizam depois do trabalho, 31,3% usam a internet à tarde e à noite, 18,7% quando têm pesquisa da escola e 12,5% não utilizam em nenhum momento.

O acesso dos familiares nos equipamentos tecnológicos é pouco percebido. Geralmente não possuem internet em casa e a máquina UCA torna-se a oportunidade de estar em contato com o mundo digital.O computador abre um vasto leque de oportunidades de explorar o desconhecido, viajando em um mundo repleto de informação, conhecimento e aprendizado. Geralmente os pais têm acesso à máquina nos horários de folga.

À noite” (PAIS A). “Quando tem pesquisa da escola” (PAIS B). Este cenário reflete bem a importância das tecnologias na vida cotidiana dos familiares:

Faz-se necessário, refletir sobre a presença dos meios de comunicação em nossas vidas, para que deles possamos nos apropriar de forma crítica e criativa. Para que possamos escolher quais mídias são mais apropriadas às nossas necessidades pessoais e coletivas, quais usos desejamos dar a cada uma, ou quais usos pretendemos evitar (TORNAGLI et al , 2010, p. 200).

“Para fazer trabalho” (PAIS C).


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“Usa nos horários que está em casa para pesquisas, jogos e atividades como tradução de inglês para português” (PAIS D). “No contra turno da escola (tardes, noites) e finais de semana” (PAIS E).

31,3% Não Sim 68,7%

Gráfico 11: O senhor (a) usa o computador? Fonte: Elaborado pela autora.

Fica evidente que a maior parte dos pais procura usar as ferramentas tecnológicas em atividades peculiares como: acesso à internet com o propósito de visualizar a comunicação e informação nela contida. Já para fins educativos, não apareceu depoimentos.

Quanto ao gráfico 11, o senhor (a) usa o computador, 31,3% responderam não e 68,7% responderam sim.


45

18,7% 31,3%

Facilitou a informação Fazer trabalhos Pesquisas escolares Maior conhecimento

31,3% 18,7%

Gráfico 12: O que mudou em sua casa com a chegada do computador? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico 12, o que mudou em sua casa com a chegada do computador? Dos entrevistados, 31,3% responderam que o computador facilitou a informação, 18,7% ajudou para fazer trabalhos, 31,3% responderam que facilitou para pesquisas escolares e 18,7% responderam que com o computador aumentou o conhecimento. . O computador, na maioria das famílias entrevistadas, aparece como uma ferramenta básica, mesmo com pouco conhecimento sobre a tecnologia. Para eles, a vida ficou mais fácil pois, os filhos e familiares têm mais oportunidades de informação, de comunicação facilitando o conhecimento. A apropriação de novos signos em manusear a máquina gerou motivo de busca por parte dos usuários.

“Mais interesse no computador do que dos livros” (PAIS A). “Aprendizagem do meu filho” (PAIS B). “Eles se interessaram mais pelos estudos” (PAIS C). “Foi uma ótima aquisição, facilitando pesquisas para trabalhos escolares e estar interligados a amigos e parentes online” (PAIS D).


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31,3% Não Sim

68,7%

Gráfico 13: O senhor (a) possui internet em casa? Fonte: Elaborado pela autora.

Quando questionados sobre se possuíam internet em casa, 68,7% responderam que sim e 31,3% responderam negativamente.

Para a grande parcela de famílias e alunos, o único lugar de acesso à internet é na escola. E com a chegada desta ferramenta aumentou a frequência dos alunos e o interesse em pesquisar, ler, assistir e construir textos inovadores, melhorando o relacionamento entre eles, observa-se nas visitas que até mesmo nos momentos dos intervalos, os alunos permanecem interagindo com a máquina. Já no convívio familiar, a troca é mútua, em alguns casos os filhos ensinam os pais a usar a ferramenta. “Não, mas pretendo ter” (PAIS A).

Grande maioria dos pais comentou que não têm computador em casa.


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18,7%

25,0%

Lan House Em casa Raramente acessa

56,3%

Gráfico 14: Onde vocês costumam acessar a internet? Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico 14 foi questionado sobre onde costumam acessar a internet. E 18,7% disseram que usam as lan house para acessar a internet, 56,3% disseram que utilizam em casa e 25% responderam que raramente acessam.

Verifica-se que uma pequena parcela das famílias não têm interesse em estar conectadas ao mundo digital. Segundo as falas, alguns familiares quando podem vão a locais como lan house para realizar esta atividade. “Google: Pesquisas, notícias e e-mails” (PAIS A).

Seus interesses geralmente são abrir e-mails e estabelecer comunicação com pessoas distantes. Não apareceu computador como uma ferramenta de trabalho e aprendizagem. Para os familiares dos alunos entrevistados, uma parcela deles, a ferramenta tecnológica, computador, é um objeto distante de interação, comunicação e aprendizagem.


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a pesquisa aqui realizada, conclui-se que o programa UCA, veio inserir os usuários no cenário contemporâneo digital. Tal propósito está seguindo seu curso em proporcionar aos estudantes, familiares e docentes um vasto leque de oportunidades e vivências, aproximando o currículo ao cotidiano dos sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem com as mídias. O computador em sala de aula incentiva o mediador a inovar a metodologia de trabalho, leva os discentes a viajar no mundo da imaginação e criatividade, principalmente em visitar diferentes contextos digitais como hipertextos, links, sites, blogs, vídeos e imagens. Nesse propósito, é de suma importância citar planejamento e formação continuada, fatores que habilitam a equipe de docentes e coordenadores em organizar as ações participativas e colaborativas que o projeto exige. Para um bom andamento, é preciso todo um preparo do espaço físico, intelectual e social para saber avaliar e trabalhar o programa e suas metodologias no cotidiano escolar. Professores, gestores e alunos necessitam estar em constante formação para atualizar-se com a realidade. Outro ponto a ressaltar, é quanto ao suporte técnico das máquinas e softwares, o apoio da equipe técnica do Núcleo de Tecnologias Educacionais – NTE, suporte pedagógico da Universidade Federal UFSC e os professores das salas informatizadas fazem a diferença na utilização com eficiência da ferramenta pelos alunos e professores.

Já a mediação pedagógica com a metodologia hipertexto na escola pesquisada, observa-se que necessita de uma atenção especial, quanto ao planejamento, aplicação no cotidiano e construção por parte do aluno. Este meio textual, favorece o conhecimento de forma lúdica e interativa, aguçando o conhecimento no passeio realizado nos mais variados ambientes virtuais. O fato do interlocutor visualizar textos, imagens e sons, nos links visitados, aproxima o conhecimento decodificando nova forma de aprender e interpretar gerando significado ao aprendido . O hipertexto para o aluno torna-se um meio de produzir escrita e leitura na coletividade da rede. Esta metodologia possibilita utilizar um vasto material de ilustração e som em um texto que poderia ser monótono. Esta animação e movimento, desperta no aprendiz o interesse de produzir, interagir, interpretar e criar novos signos de linguagens.


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Com a autoria de gêneros textuais digitais, as linguagens gráficas e sonoras ganham um espaço de destaque nesta manifestação, faz do aluno um co-autor mais capaz, mais autônomo no processo de construção do saber. Cabe aos professores e sobretudo aos pares envolvidos, gestores e técnicos responsáveis pelo programa, não perderem de vista esta oportunidade inovadora dando um nova dimensão e alcance ao seu fazer político pedagógico.


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REFERÊNCIAS

Cartilhas Projeto UCA: Equipe do Laboratório de Pesquisas MídiaCom, vinculado ao Departamento de Engenharia de Telecomunicações e ao Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF) Produção Editorial, 2010.

ELIAS, Dra. Vanda Maria da Silva. Hipertexto, leitura e sentido. Revista de Lingüística Aplicada Calidoscópio. São Leopoldo: Unisinos, volume 3, número 1, janeiro/abril de 2005

FACHINETO Eliane Arbusti. O hipertexto e as práticas de leitura. Disponível em: <http://www.dcoms.unisc.br/portal/images/stories/mestrado/letras/coloquios/ii/hipertexto_pra ticas.pdf>. Acesso em: 28 out. 2011

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JONASSEN, D. Using Mindtools to Develop Collaborationin Schools. Columbus, 1996.

Critical Thinking and

Foster

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

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LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995. São Paulo: 2003.

LEÃO, L. O Labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço. São Paulo: Iluminuras, FAPESP, 1999.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2 ed. Tradução de Carlos Irineu da Costa. Coleção TRANS. São MARCUSCHI, L. A. Linearização, cognição e referência: o desafio do hipertexto. In: Línguas e Instrumentos lingüísticos, Nº 3, Campinas/SP: Pontes, 1999.

LÉVY, Pierre. O que é virtual? São Paulo: Editora 34, 2001.


51

LOPES, José Junio. A introdução da informática no ambiente escolar. Disponível em: <http://www.clubedoprofessor.com.br/artigos/artigojunio.htm>. Acesso em: 28 out. 2011.

MAGALHÃES, G. A. et. al. A formação de professores para a diversidade. In: V Colóquio Internacional Paulo Freire. Recife, setembro 2005. Disponível em: <http://www.paulofreire.org.br/artigos_parte01.pdf>. Acesso em: 10 set. 2011.

MORAN, José Manoel. As mídias na educação. Disponível http://www.eca.usp.br/prof/moran/midias.educ.htm. Acesso em: Jul. 2011.

em:

MORAN, Marcos T. MASETTO, Marilda Aparecida Behresns. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.

SALEGNO, Federico. Hiperliteratura, sociedades hipertextuais e ambientes comunicacionais. Revista FAMECOS. Porto Alegre, nº 9, dezembro 1998. (II SEMINÁRIO INTERNACIONAL).

SETTON, Maria da Graça. Mídia e educação. São Paulo: Contexto, 2010.

SOUZA, Daiane Pereira de; ROIG, José Antônio Klaes. Disciplina Multimídia Educativa Ferramentas de Autoria. Disponível em: <http://www.uab.furg.br//file.php/342/introducao.htm> Acesso: 31 ago, 2011.

XAVIER, A. C. S. Hipertexto na sociedade da informação: a constituição do modo de enunciação digital. Tese (Doutorado) em Lingüística. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. Campinas (SP): /s.n./, 2002.

SOUZA, Daiane Pereira dos Santos; ROIG, José Antônio Klaes. Multimídia educativa: ferramenta de autoria. Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande – FURG, 20--

SOUZA, Daiane Pereira dos Santos; ROIG, José Antônio Klaes. Multimídia educativa: ferramenta de autoria. Etapa 3. Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande – FURG, 20--.

TORNAGLI, Alberto José da Costa; PRADO, Maria Elizabette Brisola Brito; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Tecnologia na educação: ensinando e aprendendo com os TIC. Brasília, 2010.


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53

APÊNDICES E ANEXOS


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ANEXO I SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG PÓS - GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezados Pais:

Meu nome é Jussani Derussi. Estou realizando uma pesquisa intitulada: vinculada ao “Curso de Educação à Distância Mídias na Educação”. Este estudo tem como objetivo..... Para sua realização, será necessária a aplicação de questionário/realização de entrevistas/observação das atividades em sala de aula. Neste sentido, gostaria de contar com a sua participação. Se você tiver alguma dúvida em relação ao estudo antes ou durante seu desenvolvimento, ou desistir de fazer parte dele, poderá entrar em contato comigo pessoalmente ou através do telefone Se você estiver de acordo em participar, posso garantir que as informações fornecidas serão confidenciais, sendo que os nomes dos/as participantes não serão utilizados em nenhum momento. As informações coletadas poderão ser utilizadas em publicações como livros, periódicos ou divulgação em eventos científicos. Sua participação poderá contribuir para a melhoria no processo ensino-aprendizagem através da reflexão sobre a utilização das mídias no cotidiano da sala de aula.

Atenciosamente,

____________________________


55

ANEXO II CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO

Eu,________________________________________________, fui esclarecido(a) sobre a pesquisa “PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto” e concordo em participar da mesma. Nome do participante (aluno):________________________________________________

Assinatura do participante: _____________________________________________________

Assinatura da responsável (Pai ou Mãe): __________________________________________

Chapecó, Março de 2012.

Nota: O presente Termo terá duas vias, uma ficará com a pesquisadora e a outra via com a participante da pesquisa.


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ANEXO III

d

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG PÓS – GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

(data)

ILMA SENHORA DIRETOR DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Prezada Professora:

Como aluno do Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio Grande, com Especialização em Mídias, solicita autorização para desenvolver, nesta escola, o Projeto de Pesquisa intitulado, PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto que tem como objetivo ............................................... O projeto será realizado com alunos, pais e professores por meio de entrevista/questionário/observação. O período para desenvolvimento do mesmo deverá ocorrer nos meses de ,,,,,,,,

No aguardo de seu parecer, subscrevo-me.

Atenciosamente

____________________________


57

ANEXO 3 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG PÓS – GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA MONOGRAFIA NOME DO ACADÊMICO: Jussani Derussi_______________________________ Título da Monografia: PROGRAMA UCA: Uma Alternativa Pedagógica - Hipertexto ____________________________________________________ Componentes da Banca: _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO DA PESQUISA (MONOGRAFIA)- 70% CRÍTERIOS

VALOR

NOTA DA BANCA Examinador Examinador Examinador 3 1

1. Introdução (relevância do tema,

1

justificativa, coerência com a questão de pesquisa e com os objetivos) 2. Fundamentação teórica (relevante

1

para o estudo, oferece suporte para análise dos dados) 4. Coerência e pertinência entre os

3

objetivos, os procedimentos metodológicos e os resultados da pesquisa 5. Procedimentos metodológicos (descritos com clareza e com coerência)

1

2


58

6. Conclusões ou considerações finais

3

(apresenta o fechamento do estudo, elencando dificuldades, alcance dos objetivos ou justificativa do porque não foram alcançados) 7. Adequação da monografia às normas

1

da ABNT Nota final do documento

10

MÉDIA FINAL (Nota das três avaliações dividido por três. AVALIAÇÃO DA APRESENTAÇÃO DA MONOGRAFIA – 30% VALOR NOTA DA BANCA CRITÉRIOS Examinador 1

Coerência e capacidade de síntese

Examinador 2

Examinador3

5

na argumentação Domínio de conhecimento no

5

campo da problemática de pesquisa Nota final do documento

10

MÉDIA FINAL (Nota das três avaliações dividido por três. NOTA FINAL DA MONOGRAFIA Nota obtida no relatório (70%)

Nota obtida na apresentação (30%)

MÉDIA FINAL

Fórmula par obtenção da média: NDE X 0,7 + NAB x 0,3 Observações: _________________________________________________________________ Data da defesa: ______/_____/______ Assinatura dos avaliadores: ________________________________ ________________________________


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________________________________ APÊNDICE I

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG PÓS - GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Escola pesquisada: EEB Sônia de Oliveira Zani

Questões de pesquisa aos pais:

1) Em que momentos o senhor(a) vê o seu filho usar o computador em casa?

2) O Senhor(a) usa o computador? Sim ( )

Não (

)

3) O que mudou em sua casa com a chegada do computador Explique?

4) O senhor (a)r possuem internet em casa?

5) Onde vocês costumam acessar a internet?


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APÊNDICE II

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG PÓS - GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Escola pesquisada: EEB Sônia de Oliveira Zani

Questões de pesquisa aos docentes: 1) Que forma a Senhora(o)r vem usando a internet em sala de aula na construção do hipertexto? A senhora(a) conhece a metodologia?

2) Professor a senhora(o)r acredita ser válida a metodologia de hipertexto em cala de aula com alunos do ensino fundamental?

3) Professor a senhora vê benefícios em utilizar o equipamento (UCA) em sala de aula na mediação pedagógica? Quais? Pontos negativos e positivos em usar?

4) Professor em que disciplina em sua opinião é possível ser trabalhado a metodologia hipertexto com o uso da internet no programa UCA?

5) Professor em que momentos as mídias são utilizadas como ferramenta pedagógica em seu planejamento?


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APÊNDICE III

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG PÓS - GRADUAÇÃO (LATO SENSU) EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Escola pesquisada: EEB Sônia de Oliveira Zani

Questões de pesquisa aos alunos:

1) Em sua opinião o computador UCA contribui em sua aprendizagem? Por que?

2) O que você mais gosta de utilizar na máquina?

3) Você já construiu alguma atividade textual usando a metodologia hipertexto em sala de aula?

4) Em sua opinião que forma o professores poderia explorar melhor o computador em sala de aula?


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