Cultura na Rede_Julho/2008

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JULHO / 2008 Informativo 010

Cultura na rede

Criação: Luiz Napoleão Vieira

Revisão: Carlos Holbein

Gerência de Tecnologias Educacionais e Infra- estr utur a

Criação: Luiz Napoleão Vieira

Confira neste Informativo!

Revisão: Carlos Holbein

Tecnologia pedagógica: Aprendizado com filmadoras e digitais

Professores e estudantes da Esco-

Por Beatriz Menezes dos Santos Colaboração para Its

la Dom Jaime de Barros Câmara

.

“Tecnologia pedagógica: Aprendizado com filmadoras e digitais” “O professor de hoje deverá ser o aluno de amanhã” “Acessibilidade virtual: O que eu tenho a ver com isso?” As escolas nas ondas do Rádio

dão o exemplo quando se fala de

técnicos da Gerência de Tecno-

tecnologia aplicada à melhoria do

logias Educacionais, e estão no

ensino.

http://praticacultural.nafoto.net/

Há bastante tempo desenvolvem

Seguindo a trilha de Naufragados,

projetos com o uso de computado-

alunos e professores registraram

res, máquinas digitais e filmadoras,

imagens da Fortaleza Nossa Se-

o que culminará na produção de

nhora da Conceição, obra do sécu-

um documentário sobre aspectos e

lo 18 na Ilha de Araçatuba. Conhe-

vivências culturais de Ribeirão da

ceram a Bateria Marechal Moura,

Ilha. Esse trabalho, "Ilha Meu En-

composta por três canhões do sé-

canto", desperta cada vez mais o

culo 19 que serviram como defesa

gosto dos estudantes pelas disci-

do litoral sul da ilha, e visitaram um

plinas do currículo e mostra o uso

engenho de farinha de mandioca.

criativo e pedagógico que a escola,

Para observar o processo desde a

pode fazer das tecnologias.

colheita até o fabrico da farinha,

Documentar e analisar as práticas

também visualizaram a Trilha do

culturais da comunidade, antes e

Sertão do Ribeirão e a Cachoeira

depois da vinda dos açorianos,

Grande. "Com o passeio, os pro-

motivou os cerca de 750 alunos da

fessores realizaram uma aborda-

"escola. Mas foram os estudantes

gem interdisciplinar, identificando

do ensino médio que participaram

as permanências culturais, apesar

de forma mais direta, explica o

de tantos avanços tecnológicos",

professor Rodrigo Nelson Pereira,

destaca Pereira.

um dos coordenadores do projeto.

As manifestações culturais perma-

As imagens foram" editadas no

necem, mas deforma diferente,

ambiente interativo da Secretaria

avalia o professor Rodrigo. Ele cita

da Educação, sob a orientação dos

como exemplo a farinha de


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mandioca, cujo fabrico desde o século 18 parte do mesmo processo,

mas com

outra

tecnologia. “Todo o trabalho possibilitou aos estudantes um novo olhar sobre os aspectos de seu cotidiano”, ressalta. Aula diferente A possibilidade de participar de uma aula diferente, aliada a curiosidade de lidar com equipamentos tecnológicos, aproximou o aluno Charles Vitor Bernadet do projeto. Na terceira série do ensino médio e mesmo morando no ribeirão da Ilha, ele nunca tinha ido a Naufragados. Filmou a trilha e a praia, conversou com os moradores locais e observou que a grande parte da mata Atlântica ainda está preservada. Charles espera que o documentário sirva de exemplo e seja divulgado em todas as escolas de Santa Catarina. “Afinal, a colonização açoriana envolve em grande parte do Estado e não somente a ilha”, enfatiza.


Cultura na rede

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O professor de hoje deverá ser o aluno de amanhã O professor nos dias de hoje se vê moti-

mexer no FrontPage, que de repente

processo, no mesmo ritmo, seguindo o

vado a inserir o computador em sua me-

nunca virá a usar, para depois aprender o

mesmo itinerário. Ao vivenciar esta expe-

todologia de trabalho levando para a sala

tópico seguinte e assim sucessivamente.

riência, no momento em que retornar à

de aula o uso dos recursos multimídias e

Ele tem sim que iniciar seu aprendizado

sua posição de docente, não correrá o

das ferramentas digitais em razão destas

enfocando os recursos passíveis de uso

risco de adotar o mesmo comportamento

enriquecerem a forma de trabalhar o

em sala de aula. O aprendizado tem que

anterior em que construía o conteúdo

conteúdo favorecendo o aluno na cons-

ser significativo, caso contrário, não acon-

multimídia e o disponibilizava na internet

trução da sua aprendizagem. A variedade

tecerá.

para que o aluno somente o acessasse,

destes recursos é muito grande. São

O professor ao iniciar o seu processo de

sem promover qualquer tipo de interação.

vídeos,

aprendizagem na posição de aluno atuará

Esta mudança de paradigma propiciará

uma

como protagonista de suas produções

que seu foco passe a ser o aluno (indivi-

infinidade de opções que podem tanto ser

uma vez que só se aprende a mexer no

dualidade), levando em conta a diversi-

acessadas quanto ser construídas pelo

computador, mexendo e experimentando.

dade e a não massificação no processo

professor e/ou aluno.

A capacitação deverá unir a teoria à

de aprendizagem, propiciando a constru-

Acontece que para o professor se sentir

prática e não se limitar somente ao con-

ção da autonomia deste aluno bem como

confortável no manuseio destas ferramen-

teúdo teórico como normalmente aconte-

o

tas ele tem que conhecer, pelo menos o

ce. A formação continuada deve ser

além é claro de motivar a interatividade

básico, para poder não só acessar, mas

iniciada desde o “como ligar o computa-

quesito fundamental no uso da Web.

mediar o potencial de uso dos alunos

dor” uma vez que a grande maioria dos

O ideal será quando a escola permitir que

adequando-as ao projeto proposto.

docentes não é nativo digital, e muitos

se leve para a sala de aula o comporta-

Não estou mencionando aqui que o pro-

nunca ligaram um computador. Este

mento que se adota na web permitindo

fessor tem que saber instalar o sistema

“começar pelo começo” motivará o docen-

que os alunos possam ser criativos, res-

operacional e muito menos ser responsá-

te a interagir com a máquina superando

ponsáveis, autônomos, interativos e pro-

vel pela sua manutenção, mas sim que

possíveis barreiras pré-existentes, além

dutivos respaldados no desenvolvimento

este deve ter o domínio do objetivo a ser

de abrir caminho para futuras perguntas,

das quatro competências básicas descri-

alcançado pela atividade proposta com o

que na maioria das vezes ficam recolhi-

tas por Jacques Delors: pessoais, rela-

uso das ferramentas disponibilizadas na

das, face ao receio de tornar público o

cionais, cognitivas e produtivas, promo-

web.

não conhecimento do manuseio do com-

vendo o desenvolvimento das inteligên-

Para conhecer as opções e o potencial

putador.

cias múltiplas favorecendo,

destas ferramentas é necessário que os

Ao se sentir aluno e desfrutar de uma

formação de indivíduos capacitados.

profissionais da educação estejam em

aprendizagem

constante processo de aprendizagem. A

perceberá que com esta didática ele teve

capacitação para o uso destes recursos

oportunidade de aprendizado e lhe abrirá

deve colocar o professor na condição de

um novo horizonte acabando por mudar a

aluno que está ali para aprender a conhe-

sua maneira de atuar em sala de aula

cer, a utilizar e a construir sua autonomia

incentivando o aluno a experimentar e a

quanto a disponibilizar as Tics como mais

produzir. Agindo assim estará se libertan-

um

do da metodologia arcaica conteudista, e

áudios,

sites,

ções/simulações, textos

recurso

no

blogs,

anima-

e mais

processo

ensi-

interativa,

o

desenvolvimento

de

competências,

assim,

professor

no/aprendizagem.

passará a incentivar a autonomia e auto-

Nada parecido com as aulas formais do

ria do aluno desvencilhando-se de vez do

curso de informática em que o aluno tem

mito de que todos têm que aprender o

primeiramente que aprender a

mesmo conteúdo, no mesmo

Texto: Cybele Meyer Escritora, Advogada, Artista Plástica, PósGraduada em Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior. URL:www.cybelemeyer.com.br E:mail: cybelemeyer@yahoo.com.br

a


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Acessibilidade Virtual: o que eu tenho a ver com isso? Há um longo caminho a percorrer, muito que aprender e resolvi com-

Projeto DosVox: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/

partilhar experiências e projetos de grande importância para que pretendem realmente cumprir adequadamente seu papel como educador na rede. Para início de conversa, a "A exclusão digital aprofunda a

REDE SACI, na minha modesta

exclusão sócio-econômica. Toda a

opinião, consegue unificar uma

população deve ter garantido o

imensa gama de inf’ormações ne-

direito de acesso ao mundo digital,

cessárias para quem pretende prin-

tanto no âmbito técnico/físico (sen-

cipalmente aprender.

Projeto CAP: http://intervox.nce.ufrj.br/cap/

sibilização, contato e uso básico)

Depois de assistir ao vídeo

quanto intelectual (educação, for-

acima, percebo que quase nada

mação, geração de conhecimento,

tem sido feito, principalmente pelos

participação e criação)"

que "dominam" e “produzem conte-

Premissas Gerais sobre Inclusão

údo na REDE, em termos de aces-

Digital do "Governo Eletrônico".

sibilidade para os portadores de

Jenny Horta Professora do Ensino

deficiência. Vale o alerta e a divul-

fundamental,

traba-

gação, pois, por enquanto, é ape-

lhando com informática educativa.

nas o que podemos fazer, mas

Aluna do curso de Pedagogia do

nossa conscientização já é um

CEDERJ Niterói (UNIRIO). Defende

grande passo para promover mu-

o uso das tecnologias e do software

danças”. Destaco aqui também

livre como forma de democratiza-

uma lista de sites que me servirão

ção do ensino, valorizando a cons-

de aprendizado, alguns em que já

Blog de Jenny Horta

trução do conhecimento e a forma-

participo, outros que são agradá-

http://melhorart.blogspot.com/

ção da cidadania.

veis surpresas.

Recentemente, resolvi refletir sobre

Bengala Legal e Acessibilidade

a responsabilidade que temos ao

http://www.bengalalegal.com/intro-

publicar e criar sites e blogs na

w3c.php

atualmente

Web e mais ainda, ao lidar com alunos portadores de deficiência.

Utopia Real: http://www.inclusaoutopiareal.psc.br/

ANDEF: http://www.andef.org.br/

Texto: Jenny Horta Professora do Esnino Fundamental Informática Educativa. URL: http://melhorart.blogspot.com/


Cultura na rede

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A Escola nas Ondas do Rádio programas radiofônicos da sua implan-

A produção de programas radiofônicos

tação até a era de ouro do rádio, como

com todos os elementos: abertura,

as histórias locais sobre o tema. Pes-

blocos, vinhetas e encerramento foram

quisando junto aos familiares, amigos e

o ponto central do projeto. Na elabora-

vizinhos as histórias coletadas e escri-

ção dos programas veiculados pelas

tas pelos alunos foram editadas no livro

rádios, cada Unidade Escolar escolheu

“Histórias de Rádio”. Devido a quanti-

livremente o tema conforme projetos

dade e qualidade dos relatos, o livro

em andamento na escola, assuntos do

editado no ano seguinte contou com

momento,

“Histórias, Caricaturas e Charges”. As

curriculares estudados na disciplina,

histórias são reais e contam fatos vi-

entre outros, de interesse dos alunos.

Em 2004 os professores de Língua

venciados por pessoas da família com

O jingle dos programas foi escolhido

Portuguesa e Arte da Regional de Ca-

a chegada dos primeiros rádios. No

num concurso envolvendo todas as

çador, juntamente com o Núcleo de

segundo ano do projeto, para contem-

escolas da regional e gravados pelos

Tecnologia

investiram

plar também os alunos com habilidades

próprios estudantes.

seus esforços num audacioso projeto

para o desenho, optou-se pela inclusão

Num primeiro momento os programas

que utilizava a rádio como um recurso

de caricaturas e charges uma vez que

eram apresentados ao vivo na própria

pedagógico. O projeto não visava ape-

estas sempre estiveram ligadas ao

escola para os demais alunos das

nas à produção de programas radiofô-

meio radiofônico e suas personalida-

séries e turnos envolvidos. Alguns

nicos, buscava principalmente uma

des. Os desenhos fazem referência à

destes programas eram posteriormen-

aprendizagem significativa e o desen-

História da Radiodifusão no Brasil,

te gravados e editados em estúdio.

volvimento das habilidades de comuni-

personalidades e programas que mar-

Nos dois primeiros anos do projeto a

cação, pesquisa, leitura, escrita, inter-

caram época, bem como a evolução

Secretaria de Desenvolvimento Regio-

pretação, criação e produção artística e

dos aparelhos de rádio. Na edição do

nal locou um estúdio onde os alunos e

cultural dos estudantes envolvidos.

terceiro livro do projeto, contos e micro-

professores gravaram seus programas.

Partindo da capacitação dos professo-

contos foram incluídos e histórias liga-

No ano de 2006 o Núcleo de Tecnolo-

res realizada pelo próprio grupo com

das a fatos mais recentes puderam ser

gia gravou e editou os programas num

muita pesquisa e com a colaboração de

então escritas atendendo ao interesse

computador comum utilizando o soft-

alguns profissionais ligados ao meio

de muitos alunos que passaram a ser

ware Audacity. O objetivo do projeto

radiofônico o projeto foi sendo constru-

também personagens das mesmas.

era de que os alunos pudessem parti-

Educacional,

curiosidades,

conteúdos

ído e desenvolvido passo a passo, com

cipar ativamente em todas as etapas

pouco ou nenhum recurso financeiro.

de produção dos programas radiofôni-

No primeiro ano, além da produção de

cos fazendo além do planejamento,

programas radiofônicos, gravados e

roteiro, pesquisa, organização, revisão

editados em estúdio, depois veiculados

e locução, também a gravação, edição

pela Rádio Caçanjurê AM, uma ampla

e veiculação. Para tanto, um pequeno

pesquisa sobre a história do Rádio no

estúdio em cada escola seria necessá-

Brasil foi realizada. Esta pesquisa en-

rio. As escolas precisariam contar com

volveu tanto a história da radiodifusão

um espaço físico livre de ruídos e

brasileira,

alguns equipamentos como computa-

sobre as personalidades

marcantes, os artistas do rádio, os primeiros

dor com gravador de CD, microfo


Página 6 ne, caixas de som e aparelho de som.

Rio das Antas também aderiram ao

novas parcerias foram elaborados

As dificuldades de locomoção até o

projeto veiculando os programas radio-

buscando apoio e recursos financei-

estúdio ou ao Núcleo de Tecnologia

fônicos produzidos pelas escolas locais.

ros junto à Secretaria de Estado da

vieram reforçar a necessidade de que

Em 2006 a “Escola nas Ondas do Rádio”

Educação e a FAPESC (Fundação

cada escola pudesse gravar e editar

alcançou seu espaço na Web. Com as

de Apoio à Pesquisa Científica e

seus programas, mas esbarrou no-

orientações e espaço cedido pelo pro-

Tecnológica do Estado de Santa

vamente na falta de recursos financei-

fessor Eziquiel Menta os programas

Catarina), sem sucesso.

ros. Por outro lado, um pequeno es-

radiofônicos foram disponibilizados na

túdio em cada escola possibilitaria

Internet através de PodCast, que são

que mais programas pudessem ser

gravações de áudio em mp3. O espaço

gravados e arquivados em CD. Um

na Internet foi conquistado através do

banco de programas editados e gra-

projeto PodEscola idealizado pelo pro-

vados em CD transformaria as produ-

fessor do Paraná Eziquiel Menta que

ções dos alunos em novos materiais

também

didáticos que poderiam ser utilizados

http://www.escolabr.com e nesta plata-

nas mais diversas disciplinas e veicu-

forma capacitou as multiplicadoras do

lados pela escola na “Rádio de Pátio”.

Núcleo de Tecnologia Educacional para

As multiplicadoras de Núcleo de Tecno-

A “Rádio de Pátio” era a outra face do

o uso do PodCast na educação.

logia Educacional, Diretores de Escolas

projeto e também esbarrou na falta

O Projeto considerado por muitos dos

e Professores de Língua Portuguesa e

de recursos financeiros. A idéia inicial

mais audaciosos e interessantes, que

Arte ainda esperam pela oportunidade

era de que a escola pudesse contar

durante três anos se manteve vivo gra-

de retomar o Projeto principalmente pelo

com uma estrutura de som que al-

ças à dedicação, ao entusiasmo e moti-

valor pedagógico que representa. En-

cançasse o espaço físico escolar e,

vação que despertou entre seus partici-

quanto isso, algumas escolas mantêm

quem sabe, até seu entorno, dando

pantes, não sobreviveu às dificuldades

viva a pequena chama de produção de

visibilidade para suas produções,

financeiras. Os participantes do projeto

conteúdos em áudio em âmbito escolar.

servindo de meio de comunicação,

que inúmeras vezes disponibilizaram seu

A professora de Arte da Escola de Ensi-

informação e divulgação.

tempo, seus materiais e seus recursos,

no Fundamental Graciosa Copetti Perei-

A rádio Caçanjurê AM, por intermédio

investiram na própria capacitação, supe-

ra, Elsa Proença, grava neste mês uma

de sua diretora, a senhora Marilene

raram dificuldades de locomoção, a falta

rádio novela.

Carenhato, seus repórteres e locuto-

de equipamentos e recursos viram o

A professora Luciane Campolin da

res foi a grande parceira do projeto,

projeto acabar apesar dos excelentes

Escola de Educação Básica Domingos

veiculando programas de cinco minu-

resultados alcançados.

da Costa Franco, fala que se encantou

tos, produzidos pelos alunos das

O Conselho do Desenvolvimento Regio-

com o projeto porque é uma forma

Unidades Escolares depois de gra-

nal aprovou a continuidade do Projeto

diferente de apresentar o conteúdo

vados e editados em estúdio. Além

que solicitava recursos para a capacita-

trabalhado na escola. Através do pro-

disso,

ção dos professores, para a instalação

grama radiofônico é possível trabalhar

acompanhou várias etapas do projeto

das rádios de pátio, aquisição de literatu-

todos os aspectos da Língua Portugue-

abrindo espaço na programação, fazen-

ra voltada ao tema, para equipar peque-

sa: a leitura, a escrita e a expressão

do entrevistas e veiculando as propa-

nos estúdios de gravação e para a edi-

oral. Através do projeto descobrem-se

gandas elaboradas e gravadas por pro-

ção anual de um livro. No entanto, até o

os talentos de cada aluno e todos gos-

fessores e alunos. As rádios comunitá-

momento, os recursos financeiros ainda

tam de participar, o que nem sempre

rias dos Municípios de Timbó Grande e

não foram disponibilizados. Projetos de

acontece em outras propostas de ativi-

mantém

a

página

dades.


Cultura na rede

Página Página 77 ca em material impresso e digital, que se disponibilize os equipamentos necessários para gravação, edição e veiculação das produções.

Trabalhando com programas radiofônicos, cada aluno tem uma sugestão, uma música, um aparelho antigo ou outra idéia de conteúdo a ser desenvolvido. Outra característica do projeto é sua capacidade de desenvolver no aluno o hábito de ouvir. Os temas transversais como saúde, sexualidade, drogas e meio ambiente são estudados e aprofundados pelos alunos que freqüentemente optam por estes assuntos para compor seu programa radiofônico. Ao ser programa

desafiado a construir um radiofônico

para

disponibilizar na Internet, veicular na Rádio de onda ou na Rádio de Pátio da escola ou pela rádio de onda da cidade, o aluno ouve, lê, pesquisa diferentes

envolvidos, sendo que, a produção efeti-

fontes de informação, analisa, avalia,

var-se-á com o engajamento dos sujeitos

escreve, grava, edita e corrige sua

numa atitude interdisciplinar. A autoria

produção escrita e verbal. Tudo isso

pressupõe o criar, o inovar, a partir de

numa atividade real de aprendizagem,

trocas, de estar em relação com o outro

com uma finalidade clara: divulgar o

e com o mundo, onde o saber de uns é

assunto estudado para outros ouvintes.

somado ao saber de outros, dentro de

O uso do rádio na escola parte do pres-

sua realidade ou em busca de realida-

suposto de que é um instrumento ligado

des semelhantes ou até distintas. A

ao cotidiano do aluno e possibilita uma

contribuição que essa tecnologia traz ao

aprendizagem significativa. É favorecido

processo pedagógico acontece na medi-

pela compreensão do processo pedagó-

da da criatividade do professor e do

gico coletivo onde o aluno é o autor do

domínio que ele tiver do fazer pedagógi-

próprio trabalho e o professor é o medi-

co. Para a continuidade do projeto é

ador que interfere, orienta e conduz a

preciso que se garanta a capacitação

aprendizagem. Produzir algo imprime um

continuada dos profissionais envolvidos,

significado diferenciado para todos os

se possibilite ampla consulta bibliográfi

Carmen Luiza Barzotto Multiplicadora do NTE


Página 8

Jogos no computador: viajando com Julio Verne Há um bom tempo venho me divertindo

dos Power Rangers e outros persona-

vamos em busca das palavras chaves

com jogos para PC. Divertindo e a-

gens da TV aberta, voltados para a

para entendermos o que fazer.

prendendo. Os jogos que contribuíram

violência.

No meio do caminho, há lugares em

com meu imaginário foram o peão, a

Bem voltamos então para o “80 days”.

que encontramos jóias, dinheiro, relógio

carretilha (carrinho de rolimã, a pan-

Assim que encontrei este jogo na ban-

que são mercadorias que necessitare-

dorga (pipa ou papagaio), a bolinha de

ca, não hesitei, comprei. Não conhecia

mos para comprar carros, camelos e

vidro (pêca ou de gude), o esconde-

o jogo e a primeira surpresa foi o idio-

tapetes-voadores ou mesmo salvar

esconde, a trilha, a dama, o dominó, a

ma: é todo em inglês. Não tem violên-

nossas vidas. Precisamos ao final do

caxeta, o pife, a canastra, a rolhada, o

cia, arma ou luta. Bem então instalei no

dia voltar ao hotel e pagar pelo quarto

mau mau, o banco imobiliário, o taco, o

computador e o jogo às crianças.

em que descansaremos, garantindo

futebol, o cipó, .... Assim, as regras que

Conhecedor da história, começamos a

assim a energia para continuar busca.

os jogos de minha infância ensinaram,

jogar. Fomos nos colocando no jogo e

Há também surpresas como ter que

também valem para jogar no PC. E

procurando entender sua lógica. O jogo

tentar abrir portas, comprar lanches

penso que se vamos desfrutar de algo

começa com o mapa mundi, o ponto de

como hot ratter (rato quente) que tam-

para assimilar regras, a coisa já fica um

partida, o Cairo, depois Bombain, na

bém garantirão nossa energia durante

tanto enfadonha. No entanto se apren-

Índia, Yokohama, no Japão, São Fran-

a estada na cidade.

do regras para desfrutar de algo, então

cisco, nos Estados Unidos e Londres,

À medida que vamos desvendando

é porque aquilo me interessa, me dá

na Inglaterra. O jogo é todo voltado

mistérios, vamos encontrando códigos,

prazer, me serve. Assim, se minha

para o diálogo. Os lugares têm pessoas

hábitos e símbolos da cultura local.

imaginação viaja, cria espaços ou pega

e devemos interagir com elas. Vamos

Nestes encontros, conforme as pergun-

emprestado do cinema, da TV, da re-

nos relacionar com os nativos, com os

tas vou explicando como a cultura local

vista em quadrinhos ou outra referência

estrangeiros, com policiais, e outros

se comporta, o tempo em que estamos

qualquer, é porque estou interagindo,

personagens que vão surgindo, trazen-

no jogo (SEC XIX), porque temos que

estou envolvido, estou feliz. Portanto

do segredos, desafios, mistérios. As

fazer determinadas ações, expressões

oGosto muito de jogos. E hoje, gosto

construções, o maquinário, as decora-

do idioma local e porque temos que nos

muito de jogos no PC. Sou aficcionado

ções, tudo conforme o século XIX.

comportar com discrição e pesquisar

por Out Laws, Tomb Raider e Quake.

Tudo elaborado com a idéia científica

tudo que possamos encontrar.

Recentemente descobri um jogo cha-

Verniana, com gráficos desenhados

Tem dias que chego em casa, isso não

mado “80 days”, baseado na obra A

com um refinamento de espantar. Pre-

sistematicamente, e um deles fala do

volta ao mundo em 80 dias, de Julio

cisamos

que descobriu e o que falta para che-

Verne. Mas deixa eu fazer uma pausa

poder seguir viagem.

garmos ao Japão ou São Francisco

neste assunto, depois

Algumas situações do jogo:

para ver os índios e os cowboys.

retomo.Tenho dois filhos de 7 e 5 anos.

No Cairo, Sherazade é uma jovem

Neste momento estamos em Bombain

Eles desde cedo, 3 e 2 anos, já brin-

prisioneira que é salva pelo protagonis-

(Mumbai) e conversamos sobre porque

cam no computador. Jogam paciência,

ta do jogo, Oliver. No trem para Bomba-

os Índios moram na América e porque

xadrez, paciência spider, dentre outros.

in encontramos uma princesa russa,

os

O critério é não usar joguinho de

um vampiro, quatro escoceses que são

índios? Há elefantes para nos deslo-

CORRIDA (leia-se competição), ARMA

a chave para o tesouro da princesa.

carmos, templos para fazer oferendas.

e LUTA (leia-se violência). Eles enten-

Importante: a princesa é uma senhora.

Devem-se respeitar as vacas que estão

dem isso mas, mesmo assim, assimila-

O critério do jogo é conversar com as

por toda a cidade.

ram o desejo de interagir com jogos

pessoas. Então, como estrangeiros em

Que relações se estabelecem.

desta natureza, já que os dois são fãs

um país diferente, dicionário à mão e

desvendar

mistérios

para

hindus não

são

chamados de


Cultura na rede

Página Página 99

Brincadeira para nós três e nos aban-

instigando à memória e dando deixas

Média, Age of Pirates, ambientado nos

donamos a ponto de esquecermos o

para novas operações) e uma conviver

Sec. XVII. Este é um site que disponibi-

tempo.

com o dicionário.

liza versões demos de vários jogos.

Atividade de Ensino e Aprendiza-

E o mais significativo que destaco: a

http://educagames.blogspot.com

gem, para o professor, eu;

vontade de chegar na próxima cidade e

Atividade lúdica, ética, afetiva, entre

conhecer os outros costumes e utilizar

As recomendações de leituras que

pai e filhos.

o que aprendeu na cidade anterior.

indico estão disponíveis no ambiente:

Tudo isso acontecendo ao mesmo

Enfim há muito a explorar, tanto no jogo

http://amigoseencontros.spaces.live.com

tempo. Sem parar para prova, nota,

como na relação com meus filhos. Fica

mas com muita intensidade de

a dica para quem quer curtir os filhos,

afetos e desafetos. Mas sem querer ganhar ou chegar primeiro. Legal é que volta e meia O Gabriel diz -

aprender com o computador e dar uma boa estudada em Julio Verne, SEC XIX, aventuras e muito mais. Em tempo 1! Os jogos no computador

Pai, hoje no volta ao mundo eu

são só mais um elemento de diversão

descobri tal coisa... E o João Ricar-

que não descartam as outras brincadei-

do, em seu porocesso de alfabeti-

ras. Também não são mágicos nem a

zação, está se familiriazando com

solução para uma aprendizagem signi-

os rudimentos da língua inglesa e

ficativa. Pois são há aprendizagem de

sainda da leitura de símbolos para

qualidade com uma mediação de quali-

a leitura de texto. O menor, 5 anos, tem se demonstrado mais impetuoso em experimentar, desvendar. O maior, 7 anos, alfabetizandose, complementa e auxilia na identificação de códigos, desde o inglês até os sinais em sânscrito que se repetem, e também é muito impetuoso. Todos nós aprendemos as operações básicas de manuseio do PC, como teclas fundamentais, utilização do mouse, explorar o ambiente exposto no monitor, bem como os nomes relativos a cada peça ou função. E no caso das crianças, eles dão um salto qualitativo de um dia para o outro de forma admirável. No caso deste jogo o locomover-se, a lateralidade, a temporalidade, o relevo, o clima, os hábitos locais, a perspectiva, a cartografia, a estética (os gráficos são belos), a lógica (algumas situações são análogas em cidades diferentes,

dade. Assim, não é toda literatura que é de qualidade, nem todo filme, nem todo teatro, nem todo brinquedo, nem toda piada. A qualidade está nas possibilidades que o ser humano tem de sorver as potencialidades de um objeto. Faço este destaque, para termos consciência que tanto podemos fazer uma educação de qualidade, ensinando em lombo de búfalos, como na Nicarágua dos anos 80 ou em salinhas de pau-a-pique nos sertões freirianos, como também podemos ter a máquina mais avançada e não extrair toda a sua potencialidade. Também saliento que pensar educação de qualidade sem pensar cidadania, fim da miséria, distribuição de renda, e extinguir a palavra inclusão e pensar em transformação. Em tempo 2! Há outros jogos nas bancas de revistas que podem ser interessantes.

Wars

and

Warriors

Joan of Arc, ambientado na Idade

Prof. Ricardo Fernandes Braz Mestre em Educação – UFSC Analista Técnico em Gestão Educacional GETEI / SED


Página 10 PESQUISA E DIFUSÃO DE SOFTWARES EDUCACIONAIS - Parte VI Eram tempos difíceis, minha gente,

O mundo, então, girou mais um bo-

dosa e ultra-eficiente. Sistemas intei-

porquanto havia muita censura, per-

cado. Seguiu a roda do caminho e

ros seriam criados para controlar não

seguições e outras “cositas” mais...

apontou-me alguns para escolher.

somente as atividades, mas os pró-

No calendário, amarelado pelo tem-

Agora, se as minhas escolhas foram

prios pensamentos dos seres huma-

po, estávamos atravessando os tur-

boas ou não... aí, são outros qui-

nos. Tenebroso, não acham?!

bulentos anos 60. E nessa época, é

nhentos. O certo é que venho pele-

No entanto, o que se percebe, seja

bem verdade, eu era apenas um

jando nessa vida. Tentando fazer o

na fantasia ou no “mundo real”, é a

estudante secundarista quando “es-

meu melhor. Aliás, Chico Buarque já

Matrix vem sendo “desejada” a mais

tourou” a famigerada revolução. Não,

havia me alertado na canção: Quan-

tempo do que a nossa vã filosofia

companheiros, não era a revolução

do nasci veio um anjo safado / O

pode imaginar...

francesa, aquela que pregava “liber-

chato de um querubim / E decretou

Ufa! Ainda bem que tudo não passou

dade, igualdade e fraternidade”. A

que eu estava predestinado / A ser

de ficção... Não é verdade?!

nossa, bem mais tupiniquim, apontou

errado assim. / Já de saída a minha

Por via das dúvidas, meus amigos,

para contundentes lemas, algo do

estrada entortou / Mas vou até o fim!

não custa nada pedir: Neo, onde

tipo: “Brasil, Ame-o ou Deixe-o”. Pois

“Mas o que essa história tem a ver,

quer que você se encontre, por favor,

é. O diabo é que muitos tiveram que

Carlos?”, perguntarão os mais incré-

escolha a pílula certa!

deixar aquele não tão inocente Brasil,

dulos. É, minha gente, tudo isso me

uma vez que se sentiam bastante

veio à cabeça esta semana quando

ameaçados. Coisas da vida!

reli, após vinte anos, o fabuloso livro

Logo a seguir, no final dos anos 60,

de George Orwell, “1984”. Aí, sabe

vieram os meus colegas universitá-

como é, ao lembrar das artimanhas

rios e deflagraram um baita movi-

do “grande irmão”, o nosso imaginá-

mento. Céus... coisa linda! Quem não

rio entra em ação e, de braços dados

se lembra da histórica passeata que

com a memória, fomenta um monte

reuniu mais de cem mil jovens e adul-

de pensamentos... algumas vezes,

tos no centro da cidade, em frente à

estranhos pensamentos!

Candelária?! Pois saibam: bem perto

Impressionado pelo livro, talvez, tudo

dali, num cantinho apertado da Ave-

isso tenha vindo a minha mente ao

nida Presidente Vargas, estávamos

recordar os primeiros contatos que

eu e meus colegas do Grêmio Estu-

tive com a informática, nos anos 70.

dantil Viriato Corrêa, do Colégio Es-

Ela ainda engatinhava nos bits e

tadual Orsina da Fonseca. Como

bytes da vida. Todavia, já assustava!

presidente daquele grêmio, posso

O certo é que fiquei profundamente

assegurar, eu puxava palavras de

impressionado

ordem que conclamavam a rapaziada

George Orwell, ao escrever “1984”.

para a

luta contra a opressão do

Segundo ele, o mundo não conhece-

regime e pelo ensino público e de

ria mais democracia: governos totali-

qualidade... Ah, bons tempos aque-

tários o controlariam de forma impie

les!

com

as previsões

Prof. Carlos Holbein Analista Técnico em Gestão Educacional DIEB / SED carlosmenezes@sed.sc.gov.br www.poltronaespecial.pro.br


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