Guia Prático de Matriciamento em Saúde Mental

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Guia Prático De Matriciamento Em Saúde Mental

Uma das importâncias de um diagnóstico amplo que não fica somente centrado no componente biológico ou nosológico é justamente potencializar o que pode ser feito dentro da atenção primária, sem esquecer, é claro, dos cuidados que podem ser ofertados por outras esferas de atenção, caso sejam necessárias. Então, com base no conjunto de dados obtidos, o matriciador deve estimular a equipe da APS a refletir sobre como deverá ser o plano terapêutico singular do caso em discussão. A seguir encontram-se alguns pontos a serem pensados na construção desse plano. Formulação de projeto terapêutico singular • Abordagens biológica e farmacológica • Abordagens psicossocial e familiar • Apoio do sistema de saúde • Apoio da rede comunitária • Trabalho em equipe: quem faz o quê

Essa formulação não deve pecar por tentar ser absolutamente autossuficiente. Uma equipe que procure fazer um plano terapêutico singular absolutamente exclusivo da APS, quando houver indicação em contrário, deve ser inquirida a respeito das motivações que levaram a ser excessivamente “maternal”. Da mesma forma, quando as equipes tendem a não estar implicadas nos planos terapêuticos por elas formulados, é preciso compreender por que isso acontece. Na quase totalidade das vezes não existe intenção de dolo; portanto, o matriciador deve ser cuidadoso ao abordar esses temas potencialmente explosivos. Por fim, lembramos aos profissionais da atenção primária à saúde e aos matriciadores de saúde mental que o quinto item da formulação – trabalho em equipe: quem faz o quê – é absolutamente fundamental. É preciso haver clareza quanto à delimitação das tarefas, que devem ser factíveis, e quanto à definição dos responsáveis por cada tarefa. Destacamos ainda que uma boa prática é a retomada periódica dos PTS para 24


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