Guia Prático de Matriciamento em Saúde Mental

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Carta aos profissionais de saúde mental: a atenção primária e a saúde mental

Caros colegas que trabalham em equipamentos públicos de saúde mental, o desafio está posto: compartilhar os cuidados psicossocias em pessoas que apresentam sofrimento psíquico com outros profissionais não especialistas em saúde mental, em especial com aqueles vinculados às Unidades Básicas de Saúde/Estratégia Saúde da Família. A produção científica mundial já é rica em artigos que enfatizam a necessidade e o impacto positivo gerados por uma abordagem efetiva em saúde mental por centros de atenção primária, incluindo seus profissionais “não mentaleiros” (OMS, 2009). O Sistema Único de Saúde tem em um dos seus princípios doutrinários a integralidade, que compreende, entre vários sentidos, uma abordagem que supere a tradição biomédica e voltada à doença física, além da fragmentação, tão comum em centros multiprofissionais. Alguns aspectos sobre o trabalho nas unidades de atenção primária e especificidades dos especialistas em saúde da família devem ser compreendidos. A atenção primária à sáude tem como princípios, além da integralidade, tal como o SUS, o primeiro contato, a longitudinalidade e a coordenação dos cuidados. Por meio do primeiro contato, as UBS/ESF devem facilitar e estimular o acesso das pessoas ao sistema de saúde. A longitudinalidade do cuidado pressupõe que os profissionais devem cuidar das pessoas, independentemente da presença de doença ou do tipo dela, ao longo da vida. Por último, por meio da coordenação do cuidado, devem apoiar e facilitar a organização e gestão dos cuidados, principalmente quando este é oferecido por vários profissionais, em níveis e /ou centros diferentes.


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