Guia Prático de Matriciamento em Saúde Mental

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Algumas diretrizes para a ação dos profissionais de saúde no que diz respeito à violência, como informam documentos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde do Brasil, são: ♦incentivar ♦ a adoção de comportamentos e ambientes seguros e saudáveis, mobilizando a sociedade por meio da mídia, dos setores de educação e outras estratégias intersetoriais; ♦monitorar ♦ os eventos violentos, pela vigilância epidemiológica e dos sistemas de informação; ♦ampliar ♦ e qualificar o atendimento pré-hospitalar;

CAPÍTULO 5 – Desafios para a prática do matriciamento

A população tem seus próprios nomes para a violência, como “crime”, “pecado”, “corrupção”, “miséria”. Esses vários significados vão além do ponto de vista individual, incluindo as violências institucionais e da “ordem” social vigente.

♦prestar ♦ assistência interdisciplinar e intersetorial às vítimas, articulando o setor saúde com as áreas jurídicas e de segurança; ♦capacitar ♦ os profissionais para o atendimento precoce e eficaz às vítimas, prevenindo agravos como o transtorno de estresse pós-traumático, que tem elevada prevalência nas populações expostas a fenômenos individuais ou coletivos de violência; ♦apoiar ♦ o desenvolvimento de estudos sobre violência. Como poderia ser então a atuação da ESF de acordo com essas diretrizes? 1. Acolher e escutar, permitindo que a questão da violência na vida das pessoas possa ser trazida para as consultas e conversas; abrindo espaços para falar das dores, tristezas e angústias, de eventos passados, inseguranças presentes, temores futuros. 2. Criar espaços e práticas promotoras de bons tratos e de cuidado. Isso significa utilizar-se do apoio intersetorial e interinstitucional, em que as

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