Revista Viajei! #0

Page 1

R$ 12 | Edição 0 | Julho 2014

VIAJEI!

Conhecendo o passado das cidades com o turismo de cemitério As diversas culturas, cores e crenças que o Machu Picchu oferece Stand Up Paddle em Itapuã mescla turismo e aventura

DEIXA A ESTRADA TE LEVAR

Mergulhe nas belezas naturais do Brasil e aproveite não só o destino, mas o percurso



CARTA AO LEITOR

PÉ NA ESTRADA E MENTE ABERTA A

migos costumam me perguntar as cidades mais belas aos meus olhos, os lugares mais diferentes que visitei e também dicas e conselhos quando vão se divertir por aí... Costumo dizer, para desolação de muitos, que todo lugar é igual, salvo Paris e Veneza. Realmente, para mim, o homem não fez nada similar. Napoleão III mandou e o barão de Hausmmann cumpriu à risca o dever de casa. Fez Paris para humilhar o mundo. Por certo, o universo se encarregou de fazer o Rio para zombar dos homens e mostrar quem fez o mundo, cidade maravilhosa, bela, cheia de encantos mil, despojada de caprichos e que transborda natureza no seu limite maior, mas encontra muita similitude na Cidade do Cabo, África do Sul. Se Ele, ou a entidade que escolher acreditar, é brasileiro, fez, duas obras primas e bem parecidas, uma aqui e outra no pobre continente africano. Mas também há momentos em que sinto todos os lugares diferentes uns dos outros e por isso, acredito que essa centena de viagens realizadas tende a aumentar! É a busca eterna pelo novo ou a fuga constante. Quem sabe Paris ou Veneza possuam algumas irmãs bastardas! Não creio. Busco, busco e não encontro, vejo apenas imitações bonitas, mas longe de bater as mais belas.

O fato é que é magnífico fugir para qualquer lado, dentro ou fora do Brasil, pois o bom mesmo é sair da rotina de tempos em tempos, como Montaigne pregava. Por certo, o universo se encarregou de fazer o Rio para zombar dos homens e mostrar quem fez o mundo, cidade maravilhosa, bela, cheia de encantos mil, despojada de caprichos e que transborda natureza no seu limite maior, mas encontra muita similitude na Cidade do Cabo, África do Sul. Se Ele, ou a entidade que escolher acreditar, é brasileiro, fez, duas obras primas e bem parecidas, uma aqui e outra no pobre continente africano. Mas também há momentos em que sinto todos os lugares diferentes uns dos outros e por isso, acredito que essa centena de viagens realizadas tende a aumentar! É a busca eterna pelo novo ou a fuga constante. Quem sabe Paris ou Veneza possuam algumas irmãs bastardas! Não creio. Busco, busco e não encontro, vejo apenas imitações bonitas, mas longe de bater as mais belas. O fato é que é magnífico fugir para qualquer lado, dentro ou fora do Brasil. Peguem suas mochilas, deixem seus preconceitos. Boa leitura!

DANIELA FLOR, editora danielaflor@viajei.com.br

VIAJEI! DIREÇÃO/EDIÇÃO Cristina Fragata, Daniela Flor e Luísa Dal Mas REPORTAGEM Anahís Vargas, Maria Polo e Muriel Porfiro FOTOGRAFIA Andressa Moreira e Carolina Goyer PRODUÇÃO GRÁFICA Cristina Fragata, Daniela Flor e Luísa Dal Mas EDIÇÃO DE ARTE Marina Marzotto DIREÇÃO EXECUTIVA Cristina Fragata GERÊNCIA DE MARKETING Viviane Furtado IMPRESSÃO Gráfica Viajei! CENTRAL DE ATENDIMENTO (51) 32686781 Av. Coronel Marcos, 550 - Porto Alegre Rio Grande do Sul - Brasil

Julho 2014 | Viajei! |3



`INDICE

viajei!

julho 2014

40. CAPA

Estradas brasileiras transformam o trajeto em uma aventura

62. VISTO

Com André Fran

ˆ neste mes 08. DOMÉSTICO Deserto Brasileiro

48. REPORTAGEM Museu dos mortos

16. INTERNACIONAL A vida na velha montanha

58. REPORTAGEM Marcha boêmia

28. REPORTAGEM Equilíbrio sobre o lago

66. PELA LENTE Vive la France

32. DEGUSTAÇÃO Sabores viajantes

RESIDENTES 03. CARTA AO LEITOR 24. PARA LER, VER E OUVIR

75. GUSTAVO GITTI Sabemos aproveitar as ferias?

27. NA INTERNET

76. DIÁRIO DE BORDO

36. CIDADE EM NÚMEROS

77. CLASSIFICADOS

46. TOP 5

78. CARTÃO POSTAL

54. NA BAGAGEM 74. LUÍSA DAL MAS Felicidade Pública




´ domestico

DESERTO BRASILEIRO O parque estadual do Jalapão, no Tocantins, é um refúgio de natureza quase intocada pelo homem

8 | Viajei! | Julho 2014


► Reportagem | Cristina Fragata Fotos | Luísa Dal Mas No quesito férias na natureza, o Jalapão é a última bolacha do pacote. Até a virada do milênio, os únicos forasteiros que se aventuravam por ali eram jipeiros. O turismo mais comercial começou apenas em 2001, quando a Korubo montou seu acampamento e adaptou um caminhão para transportar grupos. O número de visitantes, porém, ainda é muito pequeno e não altera em nada a densidade demográfica da região. Não há hotéis — só umas poucas pousadas num ou noutro vilarejo. Apesar de muito falado, o Jalapão é pouco explicado. Muita gente imagina o Jalapão como uma filial dos Lençóis Maranhenses onde as lagoas e dunas são emolduradas por paredões tipo Chapada Diamantina; um vasto território virgem, sem estradas definidas, desbravado por veículos off-road. Aquele cenário de duna, lagoa e paredão de chapada existe, sim, mas num lugar específico: a Serra do Espírito Santo. Não é uma topografia que se repita em outros pontos. Tampouco o Jalapão é um “deserto”: a região combina paisagens de cerrado com campos gerais. Escondidos no território estão rios, veredas, cachoeiras e fervedouros. Julho 2014 | Viajei! |9


O

Jalapão ocupa uma área de 34 mil km² (para comparar: Sergipe tem 22 mil km²) no centro-leste do Tocantins, fazendo fronteira com Bahia, Piauí e Maranhão. A principal porta de entrada da região é a cidadezinha de Ponte Alta do Tocantins, que está a 190 km da capital, Palmas, por estrada asfaltada. Dali em diante, só estradas de terra. Itinerários circulares usam a cidade de Novo Acordo, a 110 km de Palmas (também por asfalto) para entrar ou sair. A maior quantidade de atrativos está em torno do povoado de Mateiros, a 160 km de Ponte Alta (ou 240 km de Novo Acordo). Os povoados de Ponte Alta e São Félix do Tocantins (a 90 km de Mateiros e 150 km de Novo Acordo) também servem como base para visitar outros atrativos. Não é indicado circular pelo Jalapão sem guia: as estradas têm poucas placas e a maioria das atrações é de difícil acesso. Além disso, a densidade demográfica ali não chega a um habitante por quilômetro quadrado (você dirige por horas sem ver ninguém pelo caminho). O solo arenoso — fofo na seca, lamacento na estação chuvosa — torna a viagem recomendável apenas para veículos com tração 4×4. O caminhão da Korubo no qual viajei rodava a 30 km/h. É provável que jipes andem mais rápido, mas acredito que não muito. Indo com seu jipão por conta própria, você pode pernoitar em Ponte Alta, Mateiros e São Félix do Tocantins. O solo arenoso torna a viagem recomendável apenas para veículos com tração 4×4. Alguns viajantes de aventuram em carros altos, como o Uno ou o Celta. 10 | Viajei! | Julho 2014

Os tours organizados oferecem três jeitos distintos de explorar a região. A pioneira Korubo hospeda seus passageiros por quatro noites num (superconfortável) acampamento permanente (ou safari camp) à beira do rio Novo, 60 km antes de Mateiros (ou 100 km depois de Ponte Alta). Os deslocamentos são feitos num caminhão transformado em ônibus, inspirado em overlands africanos, com um deck de observação em cima da cabine. O itinerário entra e sai por Ponte Alta. A vereda Suçuapara é visitada na volta do segundo dia. Os tours organizados oferecem três jeitos distintos de explorar a região. A pioneira Korubo hospeda seus passageiros por quatro noites num acampamento superconfortável.

De difícil acesso, as estradas que levam ao parque só podem ser percorridas com caminhonetes ou veículos adaptados


LONGE DA CIVILIZAÇÃO

A região do parque tem 1,3 habitantes por km² e só recebe turistas desde 2001

Ao contrário da idéia comumente disseminada, é possível chegar à região de carro, sem passar pelo aeroporto de Palmas e sem contratar pacotes das empresas de turismo que operam na região. Recolhendo o máximo de informações, de mapas e redobrando os cuidados tradicionais com o veículo, e após percorrer 870 km de estradas a partir de Brasília se chega à Mateiros, o coração do Jalapão. A primeira dúvida: só de veículo 4×4? Pensamos que é muitíssimo recomendável um veículo com tração nas 4 rodas, embora não sejam inviáveis alternativas. Carros leves e mais altos, do tipo Gol e Uno podem chegar, mas é muito provável que isso acarrete aventuras adicionais durante o passeio, e muito trabalho. Nesse caso, seria aconselhável levar na bagagem algumas tábuas e uma pá; lembrando que usar esses apetrechos pode roubar um bom tempo da viagem. Mas para os

aventureiros irredutíveis, e que disponham de tempo, isso pode simplesmente tornar a experiência mais radical. A segunda pergunta: qual o melhor caminho? São muitos e alguns bem parecidos. Via Belém-Brasília. Via BR 020 ou via Chapada dos Veadeiros que, embora não seja o roteiro com as melhores estradas, possibilita uma escala para “aquecimento” no paraíso místico e natural da Chapada. Foi esta a escolha minha e da Leti: o trecho de estrada entre a BR 020 e São João da Aliança. Apesar de não ser o caminho mais comum, nos pareceu o mais bonito. Apesar de não ser o caminho mais comum, nos pareceu o mais bonito. A segunda pergunta: qual o melhor caminho? São muitos e alguns bem parecidos. As dunas de areia dourada são a atração ícone do Jalapão e chegam a atingir 30 metros de altura

Julho 2014 | Viajei! |11


Ao contrário do que eu imaginava, o Jalapão é visitável o ano inteiro. Entre maio e setembro quase não chove e o céu estará azulzíssimo (pelo menos até as queimadas do Cerrado começarem, em meados de setembro). Para ver o capim-dourado em seu estado dourado, visite em setembro. Durante a época seca os dias são quentes (quanto mais perto de setembro, mais quente) e as noites, frescas. Para ver o capim-dourado em seu A natureza intocada revela detalhes surpreendentes em pleno deserto

12 | Viajei! | Julho 2014

estado dourado, visite em setembro. Na época chuvosa faz menos calor de dia, mas em compensação de noite não esfria. Leve em conta que os grupos são pequenos e, em feriados e nas férias, lotam com antecedência. No post anterior, Para entender o Jalapão, eu explico o que esperar da região e as diferenças entre os roteiros das principais operadoras. (Lá tem também o link para um

roteiro para jipeiros que queiram ir por conta própria.) Neste novo post, conto a minha experiência de 5 dias e 4 noites no Jalapão, como convidado da Korubo, em setembro de 2012. (O pacote completo, a partir de R$ 1.980 em ocupação dupla, inclui ainda duas noites em Palmas, uma na chegada e outra na véspera de retornar. Passagens aéreas não estão incluídas.) Neste novo post, conto a minha experiência de 5 dias e 4 noites.


AS ÁGUAS DO DESERTO

M

esmo longe de ser um destino ecoturístico badalado como a Chapada Diamantina (BA) ou Bonito (MS), o Parque Estadual do Jalapão certamente é um dos mais fascinantes roteiros para se fazer no Brasil. Embora seja conhecido como um deserto, não seria exagero chamar o parque – que envolve oito municípios e está encravado entre os Estados de Tocantins, Piauí, Maranhão e Bahia – de óasis. Isso por causa da abundância de água, nas mais atraentes variantes: cachoeiras, nascentes poderosas (os fervedouros), rios incrivelmente limpos e de água potável. As quedas surgem como oásis depois de horas sacolejando dentro dos jipes. Algumas, como a da Velha, foram feitas

As cachoeiras da Velha e da Formiga estão escondidas em meio a vastidão da areia

para serem observadas - são 20 metros de cascatas e cem metros de largura. Já a do Formiga, do Lageado e do Soninho são perfeitas para recuperar as energias. É aqui que o cerrado revela seu lado surpreendente eo fascínio do lugar não deixa dúvidas: o ecossistema Jalapão é um extraordinário patrimônio natural. Em meio a dunas de 40 metros de altura, um complexo aquático de rios, cachoeiras, córregos e lagos de águas límpidas e borbulhantes que desafiam a gravidade. No Fervodouro em Mateiros, várias nascentes convidam o visitante para um banho único, onde se tem a sensação de estar flutuando, quando se é empurrado para cima pelas águas mornas da Cachoeira do Soninho ou da Velha. Julho 2014 | Viajei! |13




INTERNACIONAL

A VIDA NA VELHA MONTANHA As possibilidades de imers達o cultural que a cidade Inca de Machu Picchu oferece

16 | Viajei! | Julho 2014


► Reportagem | Carol Goyer Fotos | Isadora Antoniazzi Machu Picchu (em quíchua Machu Pikchu, “velha montanha”),1 também chamada “cidade perdida dos Incas”,2 é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas. Consta de duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais. A disposição dos prédios, a excelência do trabalho e o grande número de terraços para agricultura são impressionantes, destacando a grande capacidade daquela sociedade. No meio das montanhas, os templos, casas e cemitérios estão distribuídos de maneira organizada, abrindo ruas e aproveitando o espaço com escadarias. Segundo a história inca, tudo planejado para a passagem do deus sol. O lugar foi elevado à categoria de Património mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interação com o turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru. Ed eum dolupic iliquo inihic tem inctiume nis ut de que andia nit molest, auditat iumquam et ut la culparcit Julho 2014 | Viajei! |17


O Templo do Sol (Torreon) o mais importante templo de cerimoniais ao Deus Sol, realizado no solstício de verão e servindo de mausoléu para a múmia de Pachacutec. A pedra central da grande pirâmide é o Calendário Solar (Intihuatam), o ponto Sagrado de maior reverencia e está em alinhamento com os astros e com as montanhas ao redor, juntamente com Templo das três Ventanas e templo Principal fazem parte da zona sagrada e residências dos Imperadores Incas, portanto eram feitos de pedras polidas e talhadas, com curral para as lhamas, com caminhos e escadarias de fácil acesso ao Templo do Sol. A região agrícola fica nas encostas da montanha em forma de terraças, para produção de alimentos consumidos pela população local e a criação de lhamas e ovelhas. A casa do Guardião é o ponto mais alto da cidade. Machu Picchu encontra-se a 2.400 m.a.n.m. e recebe por volta de 200.000 visitantes por ano, tentando desvendar os mistérios guardados durante mais de quatro séculos de uma civilização com uma hierarquia forte e um povo organizado que usavam dados astronômicos em tudo que construíam ou plantavam. Wayna Picchu - montanha jovem – um monastério onde os sacerdotes viviam para servir o Deus Sol, tudo era planejado para reverenciar a passagem do Sol. Os mais corajosos se empolgam com a subida da montanha, compensada pela emocionante imagem que é ver Machu Picchu lá de cima, um grande condor de asas abertas, isso é motivo de agradecimento aos Deuses por nos proporcionar tanta beleza. Os mais corajosos se empolgam mais. 18 | Viajei! | Julho 2014

A beleza natural das montanhas faz do Machu Picchu um lugar ideal para a conexão com a natureza


VIVENDO COM OS INCAS

Em Machu Picchu, os jovens têm a oportunidade de conviver com os costumes peruanos

O Templo do Sol (Torreon) o mais importante templo de cerimoniais ao Deus Sol, realizado no solstício de verão e servindo de mausoléu para a múmia de Pachacutec. A pedra central da grande pirâmide é o Calendário Solar (Intihuatam), o ponto Sagrado de maior reverencia e está em alinhamento com os astros e com as montanhas ao redor, juntamente com Templo das três Ventanas e templo Principal zona sagrada

O Templo do Sol (Torreon) - O Templo do Sol (Torreon) - o mais o mais importante templo de importante templo de cerimoniais cerimoniais ao Deus Sol, realizado ao Deus Sol, realizado no solstício no solstício de verão e servindo de verão e servindo de mausoléu de mausoléu para a múmia de para a múmia de Pachacutec. Pachacutec. A pedra central da grande A pedra central da grande pirâmide é o Calendário Solar pirâmide é o Calendário Solar (Intihuatam), o ponto Sagrado (Intihuatam), o ponto Sagrado de maior reverencia e está em de maior reverencia e está em alinhamento com os astros e com alinhamento com os astros e com as montanhas ao redor,A pedra as montanhas ao redor, A pedra central da grande pirâmide é o central da grande pirâmide é o Calendário Solar (Intihuatam), o Calendário Solar (Intihuatam), o ponto Sagrado de maior reverencia ponto Sagrado de maior reverencia e está em alinhamento. Julho 2014 | Viajei! |19


As cores dos trajes típicos são uma das principais características dos povos peruanos

A cultura peruana é uma das mais ricas da América Latina

20 | Viajei! | Julho 2014

O Templo do Sol (Torreon) O Templo do Sol (Torreon) o mais importante templo de o mais importante templo de cerimoniais ao Deus Sol, realizado cerimoniais ao Deus Sol, realizado no solstício de verão e servindo no solstício de verão e servindo de mausoléu para a múmia de de mausoléu para a múmia de Pachacutec. Pachacutec. A pedra central da grande A pedra central da grande pirâmide é o Calendário Solar pirâmide é o Calendário Solar (Intihuatam), o ponto Sagrado (Intihuatam), o ponto Sagrado de maior reverencia e está em de maior reverencia e está em alinhamento com os astros e com alinhamento com os astros.


PERU ALÉM DAS MONTANHAS Basta perguntar para qualquer turista que visite Cusco e a maioria responderá que o principal objetivo da viagem até essa cidade do sudeste do Peru é o sítio arqueológico de Machu Picchu. Talvez seja em razão desse concorrente tão famoso que a antiga capital do império inca seja um dos destinos peruanos com melhor infraestrutura turística do país. Mas basta se deter um pouquinho mais por ali, andar pelas ruelas e misteriosos becos de pedra, para entender por que a cidade foi declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. Localizada 3.399 metros acima do nível do mar, Cusco guarda construções coloniais de estilo barroco andino erguidas sobre restos de edificações incas, como é o caso de quase todas as igrejas, observadas por milhares de visitantes de todos os cantos do planeta. Do passado inca o mais imponente legado são as ruínas da fortaleza de Sacsayhuamán e o Inti Raymi, o Festival do Sol, uma celebração no solstício de inverno, comemorado em 24 de junho.

Basta perguntar para qualquer turista que visite Cusco e a maioria responderá que o principal objetivo da viagem até essa cidade do sudeste do Peru é o sítio arqueológico de Machu Picchu. Talvez seja em razão desse concorrente tão famoso que a antiga capital do império inca seja um dos destinos peruanos com melhor infraestrutura turística do país. Mas basta se deter um pouquinho mais por ali, andar pelas ruelas e misteriosos becos de pedra, para entender por que a cidade foi declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. Localizada 3.399 metros acima do nível do mar, Cusco guarda construções coloniais de estilo barroco andino erguidas sobre restos de edificações incas, como é o caso de quase todas as igrejas, observadas por milhares de visitantes de todos os cantos do planeta. Do passado inca o mais imponente legado são as ruínas da fortaleza de Sacsayhuamán e o Inti Raymi, o Festival do Sol, uma celebração no solstício de inverno, comemorado em 24 de junho.

A Catedral de Cusco levou 100 anos para ser construída e é um dos principais pontos históricos da cidade

Julho 2014 | Viajei! |21




PARA LER E OUVIR

Arte na bagagem Alguns livros e discos que não podem ficar de fora da sua mochila na próxima viagem In the great wide open Julgar os trabalhos mais recentes de Tom Petty sem um traço de condescendência é aquilo que a gente pode chamar, sem medo, de “impossível histórico”. Desde 1976, esta figura admirável (e aqui já entrego os pontos quanto à isenção da opinião). Construiu uma carreira absolutamente irrepreensível, trazendo na bagagem obras-primas do quilate de “Damn The Torpedoes” (1979), “Hard Promises” (1981), “Southern Accents” (1985), “Let Me Up (I´ve Had Enough)” (1987), “Full Moon Fever” (1989), entre outros. Sempre se reinventando no pop-rock´n´roll. esta figura admirável (e aqui já entrego os pontos quanto).

Into the wild Trata-se da história verídica do jovem Christopher J. McCandless, que após se formar na universidade, resolve tornar-se um andarilho rumo ao Alasca. Cansado dos costumes capitalistas da sociedade e saturado com a hipocrisia e as mentiras de sua família (principalmente de seu pai), resolve doar todas as suas economias a uma instituição de caridade e partir para a sobrevivência na natureza selvagem, até alcançar sua meta – o Alasca. As mentiras de sua família (principalmente de seu pai), resolve doar todas as suas economias a uma instituição de caridade e partir para a sobrevivência na natureza selvagem, até alcançar sua meta – o Alasca.

24 |

Viajei! | Julho 2014


PARA LER E OUVIR

Minha querida sputnik Diz-se sobre Murakami que ele é o mais ocidental dos escritores orientais. Depois de ter lido Minha Querida Sputnik, penso que qualificá-lo desta maneira é limitá-lo. A partir deste livro, afirmo que ele conta histórias globais, que acima de tudo falam à alma humana. “Uma história não é algo deste mundo. Uma verdadeira história requer uma espécie de batismo mágico para ligar o mundo deste lado ao mundo do outro lado”. O livro conta a história de Sumire, ou melhor, de seu amigo-narrador. Diz-se sobre Murakami que ele é o mais ocidental dos escritores orientais. Depois de ter lido Minha Querida Sputnik, penso que qualificá-lo desta maneira é limitá-lo. A partir deste livro, afirmo que ele conta histórias globais,

O conto da ilha desconhecida Neve, que o autor Ohran Pamuk define como “seu primeiro e último romance político”, conta a história de Ka, poeta exilado na Alemanha, que viwaja a uma pequena cidade turca com o pretexto de investigar a onda de suicídios entre jovens muçulmanas que assola o vilarejo. Durante essa visita, uma nevasca bloqueia todas as estradas, insulando a cidade do resto do mundo. É nesse clima de isolamento que um veterano ator e sua mulher aproveitam para liderar um golpe militar. Neve, que o autor Ohran Pamuk define como “seu primeiro e último romance político”, conta a história de Ka, poeta exilado na Alemanha, que viaja a uma pequena cidade turca com o pretexto de investigar a onda de suicídios entre jovens.

Neve Neve, que o autor Ohran Pamuk define como “seu primeiro e último romance político”, conta a história de Ka, poeta exilado na Alemanha, que viwaja a uma pequena cidade turca com o pretexto de investigar a onda de suicídios entre jovens muçulmanas que assola o vilarejo. Durante essa visita, uma nevasca bloqueia todas as estradas, insulando a cidade do resto do mundo. É nesse clima de isolamento que um veterano ator e sua mulher aproveitam para liderar um golpe militar. Neve, que o autor Ohran Pamuk define como “seu primeiro e último romance político”, conta a história de Ka, poeta exilado na Alemanha, que viaja a uma pequena cidade turca com o pretexto de investigar a onda de suicídios entre jovens muçulmanas que assola o vilarejo. Julho 2014 |

Viajei! | 25



na internet

Os melhores apps para planejar uma viagem Não só de mapas e GPS vivem os viajantes independentes: a tecnologia pode servir de auxílio desde a preparação do roteiro até a o check-list no momento de fechar as malas

Minube

TripIt

Stow

Trata-se de uma grande rede social viajante. Além de oferecer opções de destinos de acordo com os gostos do usuário, possui um sistema para guardar diversos pontos turísticos, cidades e países como favoritos. E para quem vai fazer uma viagem, o app se integra à lista de contatos do Facebook do usuário para que ele possa convidar e planejar os detalhes com seus amigos.

Dá trabalho montar um roteiro de passeios, criar mapas com as direções desde o hotel ou descobrir a distância do aeroporto. A proposta do app é automatizar tudo isso. Basta encaminhar os e-mails com as reservas para o TripIt que ele se encarrega de montar. Dependendo de como os dados estão descritos, nem sempre ele funciona, mas é possível também acrescentar informações manualmente.

É a lista moderna para a arrumar as malas. No app, você cria check-lists com o que não pode esquecer de levar e ainda pode acrescentar bagagens extras. Para os esquecidos, o Stow também sugere os itens mais procurados para determinados climas e propõe a quantidade de peças de acordo com o tempo de permanência. Na volta, é só pedir para “esvaziar a mala” e checar tudo de novo.

Gratuito | iOS

Gratuito | iOS e Android

Gratuito | iOS e Android

Confira mais dicas de aplicativos no site da Viajei! www.revistaviajei.com.br Julho 2014 | Viajei! |27


Equilíbrio sobre o lago As águas calmas do guaíba oferecem ao esporte cenário ideal para a conexão da cidade com a natureza de Itapuã

28 |

Viajei! | Julho 2014


► Reportagem | Daniela Flor Fotos | Luísa Dal Mas

O Stand Up Paddle, ou simplesmente SUP, é o esporte que mais cresce no mundo. Surgido no Havaí, consiste na prática de surfe com a ajuda de um remo. O praticante fica em pé, equlibrando-se sobre as ondas. Em águas calmas como as do Guaíba, a adrenalina dá lugar à contemplação e serenidade e o esporte se transforma em um excelente modo de relaxar e curtir a natureza. A prática de SUP é simples: basta um pouco de equilíbrio e disposição. Pessoas de todas as idades podem praticar, desde que saibam nadar. No Butiá, oferecemos instrução com o experiente professor Leandro Raí, que já acumulou centenas de horas sobre uma prancha. A aula dura uma hora e nela aprendem-se noções básicas de segurança e a postura correta para remar, evitando-se assim a formação de vícios que posteriormente podem incorrer em lesões musculares. E o melhor é que já se aprende fazendo: as aulas são 100% práticas. Traga roupa de banho, protetor solar e um chapéu. Pra quem acha que Guaíba é Poluição, uma boa notícia: a água em Itapuã é despoluída, 100% balneável e regularmente monitorada pela FEPAM. tapuã é uma região extremamente linda e pouco conhecida. O Parque Estadual de Itapuã abriga os últimos resquícios de mata atlântica da região metropolitana e fica a menos de quatro quilômetros do Butiá. A grande maioria de suas praias não é acessível ao público, mas sempre é possível contempla-las da água. Pranchas de SUP não poluem e não fazem barulho, o que possibilita uma observação calma e silenciosa da natureza exuberante de Itapuã, que permanece intocada. A proximidade do Parque Estadual de Itapuã faz do para remar, evitando-se assim Butiá um excelente ponto de partida pra a exploração da região. A proximidade do Parque Estadual de Itapuã . A aula dura uma hora e nela aprendem-se noções básicas de segurança e a postura correta para remar, evitando-se assim a formação de vícios que posteriormente podem incorrer em lesões musculares. E o melhor é que já se aprende fazendo: as aulas são 100% práticas. Traga roupa de banho, protetor solar e um chapéu. Pra quem acha que Guaíba é Poluição, uma boa notícia: a água em Itapuã é despoluída, 100% balneável e regularmente monitorada pela FEPAM. tapuã é uma região extremamente linda e pouco conhecida. A proximidade do Parque Estadual de Itapuã faz do para remar, evitando-se assim Butiá um excelente ponto de partida pra a exploração da região Julho 2014 |

Viajei! | 29


O pôr do sol no Guaíba é mais um incentivo à pratica do Stand Up Paddle

A água em Itapuã é 100% despoluída, balneável e regularmente monitorada pela FEPAM

30 |

Viajei! | Julho 2014


Tudo começou nos anos 40, no Havaí. Instrutores remavam em pé sobre enormes pranchas de madeira com o intuito de acompanhar seus alunos durante as aulas de surfe. Não existia uma definição específica para esse tipo de prática, mas aos poucos cada vez mais surfistas começaram a praticar o SUP e a produzir os equipamentos necessários. O Brasil conheceu o esporte através de Rico de Souza, considerado uma das "lendas vivas" do surfe nacional. - A primeira vez que eu vi o stand up paddle foi no Havaí. Eu vi a galera remando lá e por acaso eu era amigo do pessoal. Quando eu voltei ao Brasil, junto com o Eraldo Gueiros, resolvemos fazer uma prancha de stand up. Além de não ter o material necessário por aqui, só para shapear demorou três dias porque não conhecíamos o modelo direito - contou Rico. Essa realidade, no entanto, mudou com o tempo. Além de ser tricampeão brasileiro de longboard e duas vezes vice-campeão mundial de longboard, Rico se tornou um empresário bem sucedido através de escolinhas e da produção de pranchas em todo o país. Mas não foi só para ele que tudo mudou. O Brasil se encantou aos poucos com o SUP, um esporte que atualmente conta com a Associação Brasileira de Stand Up Paddle (ABSUP), vários campeonatos espalhados pelo país e é a modalidade esportiva que está na moda. Você já tentou alguma vez? Deu vontade de praticar? Então confira mais dicas abaixo e busque uma vida mais saudável. Antes de comprar uma prancha e um remo, faça

uma aula com um instrutor e descubra qual é o melhor equipamento para a modalidade que deseja praticar. Pode parecer que não, mas o tamanho errado do remo, por exemplo, diminui a agilidade na hora de fazer o SUP e prejudica o desempenho. Para não errar, veja abaixo algumas dicas sobre os equipamentos necessários para praticar a modalidade. Com criatividade e experiência, é possível inventar diferentes formas de remar de pé em cima de uma prancha. O SUP Yoga é um exemplo disso, uma prática que está crescendo no Brasil e não é considerada uma modalidade do esporte. É uma boa opção para quem deseja fazer apenas por lazer. Não existia uma definição específica para esse tipo de prática, mas pranchas e aos poucos cada vez mais surfistas começaram a praticar o SUP e a produzir os equipamentos necessários. O Brasil conheceu o esporte através de Rico de Souza, considerado uma das "lendas vivas" do surfe nacional. Tudo começou nos anos 40, no Havaí. Instrutores remavam em pé sobre enormes pranchas de madeira com o intuito de acompanhar seus alunos durante as aulas de pranchas e surfe. Não existia uma definição específica para esse tipo de prática, mas aos pranchas e pranchas e pranchas e pranchas e poucos cada vez mais surfistas começaram a praticar o SUP e a produzir os equi produção de pranchas e produção de pranchas epamentos necessários. O Brasil conheceu pranchas e o esporte através de Rico de Souza, considerado uma das "lendas vivas" do surfe nacional. Com duzentos hectares de matas e praias, o Butiá foi concebido para quem quer sair do lugar comum

Julho 2014 |

Viajei! | 31


GASTRONOMIA

Sabores viajantes Lanai, o primeiro restaurante havaiano do Brasil, desembarca em Porto Alegre trazendo a exótica culinária tropical das ilhas do pacífico

32 | Viajei! | Julho 2014


C

omer no Hawai é algo especial, a sua localização geográfica levou ao desenvolvimento de uma cozinha muito característica, muito típica deste país, onde existe muitos frutos e muito peixe fresco, bem como as comidas mais exóticas que se pode imaginar. A gastronomia e a cozinha havaiana é baseada em peixe fresco do hemisfério sul, de moluscos, das frutas tropicais como a papaia, abacaxi e a manga. Os restaurantes em Hawai são no geral locais especializados em cozinha local hawaiana, se bem que também pode encontrar na Ilha de Oahu, que é a mais turística, restaurantes asiáticos, indonésios, europeus como alguns italianos especializados em cozinha baseada em pasta e pizzas. Os pratos mais típicos da boa mesa hawaiana é o Opihi, que é um pequeno molusco e o atum preparado de diferentes formas. Culinária Havaiana Antes da chegada do homem branco às Ilhas do Hawai, a comida era semelhante à das outras ilhas da Polinésia e incluía frutos e plantas da região e peixe. Com a chegada de outras culturas, a comida havaiana mudou drasticamente, fundindo-se com estilos gastronómicos provenientes de todas as partes do globo. A cozinha moderna das ilhas incorpora influências da Polinésia, Ásia Europa, entre outras. O Luau é uma festa tradicional havaiana, que começa, geralmente, ao pôr-do-sol, e celebra a vida.Pode fazer parte dum evento deste tipo pois há desde os locais mais virados para o turista, que oferecem um show polinésio com tambores, dança do fogo e bailarinas de hula, até às representações mais ou menos autênticas, na sua maioria nas ilhas menos turísticas. Comer no Hawai é algo especial, a sua localização geográfica levou ao desenvolvimento de uma cozinha muito característica, muito típica deste país, onde existe muitos frutos e muito peixe fresco, bem como as comidas mais exóticas que se pode imaginar. A gastronomia e a cozinha havaiana é baseada em peixe fresco do hemisfério sul, de moluscos, das frutas tropicais como a papaia, abacaxi e a manga. Os restaurantes em Hawai são no geral locais especializados em cozinha local hawaiana, se bem que também pode encontrar na Ilha de Oahu, que é a mais turística, restaurantes asiáticos, indonésios, europeus como alguns italianos especializados em cozinha baseada em pasta e pizzas. Os pratos mais típicos da boa mesa hawaiana é o Opihi, que é um pequeno molusco e o atum preparado de diferentes formas. Os pratos mais típicos da boa mesa hawaiana é o Opihi, que é um pequeno molusco e o atum preparado de diferentes formas. Os pratos mais típicos da boa mesa hawaiana é o Opihi, preparado formas.

Julho 2014 | Viajei! |33


O Lanai Hawaiian Food, o único restaurante de comida havaiana do Brasil Os salões do restaurante remetem o cliente ao ambiente das ilhas havainas

34 | Viajei! | Julho 2014

A localização geográfica do Hawaii levou ao desenvolvimento de uma cozinha característica, típica do país, com temperos e especiarias bem condimentados, o que torna a comida bem exótica. A gastronomia havaiana é baseada, essencialmente, em peixes frescos, moluscos e frutas tropicais, como mamão papaia, abacaxi e manga. Com a chegada de outras culturas às ilhas havaianas, a culinária fundiu-se com estilos gastronômicos de todas as partes do mundo. A cozinha moderna das ilhas incorpora influências da Ásia e da Europa, principalmente. A ideia de abrir um restaurante especializado em comida havaiana em Porto Alegre surgiu depois que Sarah Wojahn morou na Califórnia, gerenciando o setor de alimentos e bebidas de um hotel. Depois dessa experiência, Sarah e sua família passaram a conhecer os mais renomados restaurantes de comida típica havaiana. O sonho, então, virou um projeto familiar concretizado: o Lanai Hawaiian Food, o único restaurante de comida havaiana do Brasil. A casa oferece um ambiente que remete à descontração das ilhas havaianas. Os móveis, por exemplo, são feitos de rattan, um

tipo de madeira tropical, e o bar, de bambu mossô. A localização geográfica do Hawaii levou ao desenvolvimento de uma cozinha característica, típica do país, com temperos e especiarias bem condimentados, o que torna a comida bem exótica. A gastronomia havaiana é baseada, essencialmente, em peixes frescos, moluscos e frutas tropicais, como mamão papaia, abacaxi e manga. A gastronomia havaiana é baseada, essencialmente, em peixes frescos, moluscos e frutas tropicais, como mamão papaia, abacaxi e manga. awaii levou ao desenvolvimento de uma cozinha característica, típica do país, com temperos e especiarias bem condimentados, o que torna a comida bem exótica. A gastronomia havaiana é baseada, essencialmente, em peixes frescos, moluscos e frutas tropicais, como mamão papaia. Depois dessa experiência, Sarah e sua família passaram a conhecer os mais renomados restaurantes de comida típica havaiana. A casa oferece um ambiente que remete à descontração das ilhas havaianas.



CIDADE EM NUMEROS

Veneza além dos canais Um complexo urbano que consegue manter a unidade espalhado por 118 ilhotas ► Texto | Cristina Fragata Infografia| Milene Junges

E

mbora não haja nenhum registo histórico que lide directamente com as origens de Veneza, os elementos disponíveis fizeram com que vários historiadores concordassem com a teoria de que a população original de Veneza era formada por refugiados de cidades romanas como Pádua, Aquileia, Altino e Concórdia (moderna Portogruaro), que fugiam das sucessivas invasões germânicas e hunas à Península Itálica no século V.1 Mais tarde, algumas fontes históricas romanas revelaram a existência de pescadores nas ilhas da lagoa de Veneza. Eles são referidos como incola lacunae (habitantes da lagoa). Começando em 166-168, os Quados e os Marcomanos destruíram a atual Oderzo. As defesas romanas foram derrubadas no início do século V pelos Visigodos e, cerca de 50 anos depois, pelos hunos liderados por Átila. A mais duradoura invasão foi a dos lombardos em 568. A leste, o Império Bizantino estava estabelecendo domínios 36 | Viajei! | Julho 2014

na região do atual Vêneto e as principais entidades administrativas e religiosas do império na Península Itálica foram transferidas para este domínio. Foram construídos novos portos nos domínios, incluindo Malamocco e Torcello na lagoa de Veneza. O domínio bizantino na Itália Central e Setentrional posteriormente foi eliminado em grande medida pela conquista do Exarcado de Ravena em 715 por Astolfo. Durante este período, a sede local do governo bizantino (a residência do “duque/doux”, depois chamado de doge), foi situada em Malamocco. Em 775-776, a sede do bispado de Olivolo (Helipolis) foi criada. Durante o reinado do doge Agnello Participazio (811-827), a sede ducal foi movida de Malomocco para a ilha protegida de Rialto (de “rivoalto”, isto é, costa alta). Começando em 166-168, os Quados e os Marcomanos destruíram a atual Oderzo. As defesas romanas foram derrubadas no início do século V pelos Visigodos.

A melhor forma de conhecer as ruelas e os canais da bela cidade italiana é a pé.


CIDADE EM NUMEROS

Julho 2014 | Viajei! |37




ON THE ROAD Nas estradas brasileiras, o caminho pode ser tão fascinante quanto o destino ► Reportagem | Cristina Fragata Fotos | Lucas França

A

penas 10% dos pouco mais de 1,7 milhões de quilômetros de estradas brasileiras são pavimentadas, segundo dados do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). Isso já reduz bastante as possibilidades de viagens em estradas com estrutura de boa qualidade. Para aqueles que adoram viagens de carro, selecionamos as que atravessam os mais belos cenários do País. De sáfari pantaneiro, na Transpantaneira, passando por verdadeiras viagens ao passado, na Estrada Real e na Graciosa, até a rodovia situada a 1.467 metros de altitude que corta a Mata Atlântica, escolha sua paisagem preferida e pé na estrada. Apenas 10% dos pouco mais de 1,7 milhões de quilômetros de estradas brasileiras são pavimentadas, segundo dados do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). Isso já reduz bastante as possibilidades de viagens em estradas com estrutura de boa qualidade.

40

| Viajei! | Julho 2014


Julho 2014 |

Viajei! | 41


ROTA ROMÂNTICA Como chegar: acesso por Porto Alegre (RS). Locadora de veículos: Autosul Veículo mais apropriado: qualquer carro de passeio, sem nenhuma recomendação específica de modelo. Via-Serrana é a denominação regional para a BR-116, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ela é a principal e maior rodovia do Brasil totalmente pavimentada, começando em Fortaleza (CE) e se estendendo até Jaguarão (RS), já na fronteira com o Uruguai, em um total de 4.385 quilômetros. No Rio Grande do Sul, a Via-Serrana liga importantes cidades do Estado, como a capital Porto Alegre, Nova Petrópolis, Pelotas e Caxias do Sul. O caminho entre a capital gaúcha e Nova Petrópolis é conhecido como Rota Romântica, por ter paisagens 42 |

Viajei! | Julho 2014

bucólicas, com vales e cidades pequenas e lindas, como Morro Reuter e Picada Café. Veículo mais apropriado: qualquer carro de passeio, sem nenhuma recomendação específica de modelo. Via-Serrana é a denominação regional para a BR-116, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ela é a principal e maior rodovia do Brasil totalmente pavimentada, começando em Fortaleza (CE) e se estendendo até Jaguarão (RS), já na fronteira com o Uruguai, em um total de 4.385 quilômetros. No Rio Grande do Sul, a Via-Serrana liga importantes cidades do Estado, como a capital Porto Alegre, Nova Petrópolis, Pelotas e Caxias do Sul. O caminho entre a capital gaúcha e Nova Petrópolis é conhecido c Petrópolis é conhecido como Rota.


RIO - SANTOS Com 457 quilômetros de extensão, a Rio-Santos tem seu marco zero em Santos. Mas, apesar do nome, a rodovia não leva à região urbana da cidade portuária, já que a extremidade fica na parte continental de Santos. Já na cidade de Bertioga, a pouco mais de 100 quilômetros de São Paulo, fica o início da Costa Caiçara. O primeiro trecho, conhecido como complexo SP-55/BR-101 (trechos estadual e federal), tem retas mais longas e passa por praias famosas, como Boraceia, Jureia e Juquehy. Destinos turísticos famosos como Guarujá, Ilhabela, Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis são acessados pela Rio-Santos. de Bertioga, a pouco mais de 100 quilômetros de São Paulo, fica o início da Costa Caiçara. O primeiro trecho, conhecido como complexo SP-55/BR-101 (trechos estadual e federal), tem retas mais longas e passa por praias famosas, como Boraceia, Jureia e Juquehy. Destinos turísticos famosos como Guarujá.

O caminho entre a capital e Nova Petrópólis é conhecido como Rota Romântica

Julho 2014 |

Viajei! | 43


RIO DO RASTRO Onde: Santa Catarina. Como chegar: acesso por Bom Jardim da Serra (SC). Locadora de veículos: Inova. Veículo mais apropriado: o carro precisa ser bem estável, mas não há nenhuma recomendação específica. Entre Bom Jardim da Serra e Lauro Muller, cidades da serra catarinense, a estrada desce a Serra do Rio do Rastro, em um percurso de 35 quilômetros muito bonito, mas bem perigoso. Muitas curvas fechadas fazem parte do cenário na SC-438 e, durante o inverno, uma fina camada de gelo pode cobrir a pista estreita. No trajeto feito na SC-438, a uma altitude de 1.467 metros, há alguns quiosques para quem quiser descer e admirar a bela paisagem coberta pela mata Atlântica. Onde: Santa Catarina. Como

Na estrada do Rio do Rastro, a sequência de curvas é impressionante

45 |

Viajei! | Julho 2014

chegar: acesso por Bom Jardim da Serra (SC). Locadora de veículos: Inova. Veículo mais apropriado: o carro precisa ser bem estável, mas não há nenhuma recomendação específica. Entre Bom Jardim da Serra e Lauro Muller, cidades da serra catarinense, a estrada desce a Serra do Rio do Rastro, em um percurso de 35 quilômetros muito bonito, mas bem perigoso. Muitas curvas fechadas fazem parte do cenário na SC-438 e, durante o inverno, uma fina camada de gelo pode cobrir a pista estreita. No trajeto feito na SC-438, a uma altitude de 1.467 metros, há alguns quiosques para quem quiser descer e admirar a bela paisagem coberta pela mata Atlântica. No trajeto feito na SC-438, a uma altitude de 1.467 metros,

A estrada desce serpenteando a Serra do Rio do Rastro, um belo percurso, mas também perigoso


Uma boa opção de viagem por terra para os turistas que visitam o Mato Grosso

TRANSPANTANEIRA Como chegar: por Poconé, a 102 quilômetros de Cuiabá, por via asfaltada.Locadora de veículos: SAL Locadora de Veículos Veículo mais apropriado: como se trata de um safári pantaneiro, o ideal é um veículo 4×4. É uma viagem de 145 quilômetros, ligando Poconé a Porto Jofre, recomendada apenas para aventureiros de plantão e que deve ser feita de dia. O que antes era apenas uma estrada de terra atravessando uma planície alagável virou uma boa opção de viagem por terra para os turistas que visitam o Mato Grosso, especialmente entre junho e outubro, época da seca, quando os bichos ficam nas áreas alagadas ao lado da pista. Mas, na verdade, a Transpantaneira nunca foi concluída. O que era para ter

sido um símbolo do progresso, unindo o Pantanal ao Sudeste do Brasil, serve atualmente a uma espécie de safári pantaneiro. Uma característica da Transpantaneira faz dela um passeio ainda mais curioso: ela tem 125 pontes de madeira sobre rios e áreas alagáveis, o que a torna a estrada com o maior número de pontes do mundo. Trilhas de aventuras interligWando fazendas são feitas por lá. Os mais apressadinhos não vão gostar da viagem, afinal o limite de velocidade rigoroso é de apenas 60 quilômetros por hora. É uma viagem de 145 quilômetros, ligando Poconé a Porto Jofre, recomendada apenas para aventureiros de plantão e que deve ser feita de dia e que terligWando fazendas são feitas por.

O que era para ser um símbolo do progresso, serve atualmente a uma espécie de safári pantaneiro.

Julho 2014 |

Viajei! | 45


TOP 5

Destinos curiosos Do lugar mais quente da Terra a uma ilha repleta de coelhos: o planeta é cheio de surpresas

DESERTO DE LUT Se você reclama do calor brasileiro, nunca deve ir ao deserto de Lut, no Irã. Segundo estudo divulgado pela Universidade de Montana, nos Estados Unidos, a região registrou, em 2005, a maior temperatura da superfície terrestre: 70,7°C. Sem uma proteção térmica, nenhuma pessoa sobreviveria no local.Se você reclama do calor brasileiro, nunca deve ir ao deser46 | Viajei! | Julho 2014

to de Lut, no Irã. Segundo estudo divulgado pela Universidade de Montana, nos Estados Unidos, a região registrou, em 2005, a maior temperatura da. em uma proteção térmica, nenhuma pessoa sobreviveria no local.Se você reclama do calor brasileiro, nunca deve ir ao deserto de Lut, no Irã. o, nunca deve ir ao deserto de Lut, no Irã.o, nunca deve ir ao deserto.

A região registrou, em 2005, a maior temperatura da superfície terrestre: 70,7°C.


TOP 5

TRISTÃO DA CUNHA & DARVZA Já pensou em morar em uma ilha a 2.800 km do continente mais próximo? Pois é, essa é a realidade de, aproximadamente, 250 moradores de Tristão da Cunha. O arquipélago, localizado no sul do Oceano Atlântico, é o lugar povoado mais distante da civiliza-

ção. As ilhas fazem parte do local. Okunoshima localizado no sul do Oceano Atlântico, é o lugar povoado mais distante da cidade.oshima localizado no sul do Oceano Atlântico, é o lugar povoado mais distante da cidade.oshima localizado no sul do Oceano Atlântico.

O arquipélago, localizado no sul do Oceano Atlântico, é o lugar povoado mais distante da civilização

O frio é tão intenso que o leite e os peixes são vendidos congelados

OYMYAKONO & OKUNOSHIMA A única maneira de chegar lá é pelo pequeno porto.em pista de pouso, a única maneira de chegar lá é pelo pequeno porto.A região de Darvaza, no Turcomenistão, ficou conhecida por um fato curioso. Segundo relatos, cientistas soviéticos foram ao local procurar

por gás natural. A terra acabou cedendo e uma das plataformas de extração caiu em uma cratera de 20 metros de profundidade e 60 metros de diâmetro. Com a formação do buraco, começou a vazar gás venenoso. Para evitar que a substância tóxica.

O local registrou a a marca mais fria observada em uma região povoada. Julho 2014 | Viajei! |47


Museu dos mortos Cemitérios podem ser verdadeiras galerias de arte a céu aberto e cada vez mais são uma opção de turismo diferente

48 | Viajei! | Julho 2014


CIMETIÈRE DU PÈRE-LACHAISE | PARIS ► Reportagem | Daniela Flor

O

Fotos | Luísa Dal Mas

cemitério do Père-Lachaise (em francês Cimetière du Père-Lachaise) é o maior cemitério de Paris e um dos mais famosos do mundo. Está situado no 20º arrondissement de Paris. No início do século XIX, vários novos cemitérios substituíram as antigas necrópoles parisienses. Fora dos limites da cidade foram criados o cemitério de Montmartre a norte, o cemitério do PèreLachaise a leste, ocemitério de Montparnasse a sul e, no coração da capital, o cemitério de Passy. A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Théodore Brongniart em 1803, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares a 43 hectares. O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a François d'Aix de La Chaise (16241709), dito le Père La Chaise ("o padre La Chaise"), confessor do rei Luís XIV, sobre quem exerceu influência moderadora na luta para

parisienses não aceitavam de bom grado a necrópole, localizada distante do centro, numa zona de difícil acesso. Esta situação só mudaria quando para lá foram transferidas ossadas de importantes personalidades, apaziguando as críticas da elite parisiense. Ao sul do cemitério encontrase o Muro dos Federados, contra o qual 147 dirigentes da Comuna de Paris foram fuzilados 1871.No início do século XIX, vários novos cemitérios substituíram as antigas necrópoles parisienses. Fora dos limites da cidade foram criados o cemitério de Montmartre a norte, o cemitério do Père-Lachaise a leste, ocemitério de Montparnasse a sul e, no coração da capital, o cemitério de Passy. A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Théodore Brongniart em 1803, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850. O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a François d'Aix de La Chaise (16241709), dito le Père La Chaise ("o padre La Chaise"), confessor do rei Luís XIV.

Père-Lachaise é conhecido por abrigar túmulos de diversas personalidades e figuras históricas. Acima, o túmulo da cantora francesa Édith Piaf

Julho 2014 | Viajei! |49


CEMENTERIO DE LA RECOLETA | BUENOS AIRES Cemitério da Recoleta é considerado um museu por dois motivos. Um deles é o grande número de obras de arte encontradas lá. A outra razão é porque, no cemitério estão os restos mortais de personalidades famosas da política, cultura, arte e ciência. O cemitério foi inaugurado em 1822. As abóbadas são na maior parte das famílias aristocráticas do país.O pórtico neo-clássico, com colunas clássicas e símbolos sobre o tema da morte. As sepulturas sãode propriedade de cada família e cada proprietário deve pagar uma taxa mensal de administração. O metro quadrado mais caro da cidade, está localizado dentro do Cemitério da Recoleta. Em seus quase seis hectares estão sepultados heróis da Independência, presidentes da República, militares, cientistas e artistas. Entre eles, Eva Perón, Adolfo Bioy Casares e Facundo Quiroga. Os artistas e escultores que têm obras no Cemitério da Recoleta: Luis Perlotti, Carlos Romairone, Rene Sargent, Alfredo Bigatti, José Fioravanti, Jean Alexandre Falguière, Miguel Sansebastiano, Antonin Mercie, Luis Carriere, Pedro Zonza Briano, Alfredo Guttero - Tasso. Cemitério da Recoleta é considerado um museu por dois motivos. Um deles é o grande número de obras de arte encontradas lá. A outra razão é porque, no cemitério estão os restos mortais de personalidades famosas da política, cultura, arte e ciência .O cemitério foi inaugurado em 1822. As abóbadas são na maior parte das famílias aristocráticas do 50 | Viajei! | Julho 2014

colunas clássicas e símbolos sobre o tema da morte. As sepulturas sãode propriedade de cada família e cada proprietário deve pagar uma taxa mensal de administração. O metro quadrado mais caro da cidade, está localizado dentro do Cemitério da Recoleta. Em seus quase seis hectares estão sepultados heróis da Independência, presidentes da República, militares, cientistas e artistas. Entre eles, Eva Perón, Adolfo Bioy Casares e Facundo Quiroga. Os artistas e escultores que têm obras no Cemitério da Recoleta: Luis Perlotti - Carlos Romairone. Cemitério da Recoleta é considerado um museu por dois motivos. Um deles é o grande número de obras de arte encontradas lá. A outra razão é porque, no cemitério estão os restos mortais de personalidades famosas da política, cultura, arte e ciência. O cemitério foi inaugurado em 1822. As abóbadas são na maior parte das famílias aristocráticas do país.O pórtico neo-clássico, com colunas clássicas e símbolos sobre o tema da morte. As sepulturas sãode propriedade de cada família. As esculturas de artistas como Luis Perlotti e Alfredo Bigatti fazem do cemitério da Recoleta um verdadeiro museu


ARLINGTON NATIONAL CEMETERY | EUA

O Cemitério Nacional de Arlington, em Arlington, Virgínia, é o mais conhecido e tradicional cemitério militar dos Estados Unidos, fundado no antigo terreno de Arlington House, o palácio da família da esposa do comandante das forças confederadas da Guerra Civil Americana, General Robert Lee, Mary Anna Lee, descendente da mulher de George Washington, primeiro Presidente dos Estados Unidos. O cemitério se localiza na área em frente a Washington D.C., do outro lado do rio Potomac, que corta a capital americana, perto dos prédios do Pentágono. Em seus 624 acres, estão enterradas mais de 300 mil pessoas, veteranos de cada uma das guerras travadas pelo país, desde a revolução americana até a atual Guerra do Iraque. Os corpos dos mortos antes da Guerra da Secessão foram para lá levados após 1900. Alguns dos personagens históricos mais famosos enterrados em Arlington são o explorador John Wesley Powell, os astronautas da nave Challenger, os generais Omar Bradley e Jonathan Wainwright.

O “Túmulo ao Soldado Desconhecido” (foto acima) abriga os corpos de soldados americanos não-identificados, mortos em diversas guerras

Julho 2014 | Viajei! |51


CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO | SÃO PAULO O Cemitério da Consolação é a mais antiga necrópole em funcionamento na cidade de São Paulo e uma das principais referências brasileiras no campo da arte tumular 1 . Localiza-se no distrito da Consolação, na região central da capital paulista. Primeiro cemitério público da cidade, foi inaugurado em 15 de agosto de 1858 com o nome de Cemitério Municipal, com o objetivo de garantir a salubridade e evitar epidemias, substituindo o hábito então recorrente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas 2 . Atualmente, é um dos 22 cemitérios públicos administrados pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo. Com a prosperidade advinda da aristocracia da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar obras de arte produzidas por escultores de renome, para ornamentar os jazigos de personalidades importantes na história do Brasil, como Campos Sales, Washington Luís, marquesa de Santos, Carlos Augusto Bresser, Monteiro Lobato e Plínio Correia de Oliveira. Entre os artistas que produziram obras para o cemitério encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Bruno Giorgi e Celso Antônio de Menezes. Mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”. Antes da sua construção os sepultamentos eram realizados nas igrejas e em seus arredores, o que trazia problemas de saúde pública. Com a aparição de idéias de sanitarismo e higiene, os governos das cidades criaram os primeiros cemitérios públicos. Em São Paulo, por força do Ato Institucional do Imperador, foi-se consolidando a idéia da construção de um cemitério público. 52 | Viajei! | Julho 2014

Algumas das principais obras do cemitério são do artista Victor Brecheret, como o “Sepultamento” (acima) e "Grande Anjo" (ao lado) g



Na bagagem

Memórias on film Uma câmera para cada viagem, uma para cada memória MEMÓRIA INSTANTÂNEA As câmeras instantâneas, embora tenham saído um pouco de cena após a chegada das digitais, nunca deixaram de encantar até mesmo aqueles que não “eram da sua época”. Atualmente, elas voltaram a conquistar o mercado e o coração do público que não consegue resistir à mágica e ao charme.

Fujifilm Intax Mini 7s R$ 300

Polaroid Pic 300 R$ 289

54 | Viajei! | Julho 2014


MEMÓRIAS SUBMARINAS Quem costuma levar a câmera digital para diversos passeios, vai gostar de saber que é possível fotografar embaixo d’água com máquinas específicas. Se durante suas férias ou mesmo em um fim de semana, principalmente nos dias mais quentes, você gosta de frequentar praias, cachoeiras e piscinas, aproveite a tecnologia de uma câmera à prova d’água para registrar todos esses momentos. Nikon COOLPIX AW100 R$ 839

MEMÓRIAS AVENTUREIRAS

Suporote para capacete R$ 49

Para viagens de aventura, com escaladas, trilhas, ciliscmo, pode ser difícil registras os momentos e paisagens incríveis que são encontrados. Um acessório que pode facilitar isso é o suporte de câmera para capacete, que pode ser usado com uma câmer GoPro, perfeita para esse tipo de viagem. É só prender o suporte em qualquer modelo de capacete e gravar o que quiser. Assim nenhuma aventura fica esquecida e pode ser compartilhda com todos.

Julho 2014 | Viajei! |55




Marcha boêmia Popular em todo o mundo, o Pub Crawl é uma das formas mais democráticas de conhecer a vida noturna das cidades ► Reportagem | Daniela Flor Fotos | Luísa Dal Mas O Pub Crawl é um evento que reúne pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo com o intuito de levá-las a percorrer a cidade a pé, parando em diversos bares no meio do caminho. O encontro acontece em uma casa pré-determinada, onde, por uma hora, o crawler, nome dado ao adepto da experiência, tem direito a cerveja e petiscos à vontade. Após essa primeira hora, o itinerário torna-se uma surpresa. São dois bares no decorrer do caminho e, em cada bar, uma dose de bebida é oferecida como forma 58 | Viajei! | Julho 2014

de boas vindas. E para fechar a noite, entramos em uma casa noturna. Os encontros acontecem às sextas e aos sábados. Para participar, o interessado deve fazer reserva no site www.pubcrawlsp. com. O valor de ingresso varia de acordo com o trajeto, mas é sempre estabelecido um preço único que dá direito a uma hora de cerveja e comida à vontade, entrada nos bares do roteiro e ônibus entre as casas. As saídas são acompanhas por uma equipe composta por staffs, seguranças e fotógrafos. O Pub Crawl é um evento que reúne pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo com o intuito de levá-las a percorrer a cidade a pé, parando

em diversos bares no meio do caminho. O encontro acontece em uma casa pré-determinada, onde, por uma hora, o crawler, nome dado ao adepto da experiência, tem direito a cerveja e petiscos à vontade. Após essa primeira hora, o itinerário torna-se uma surpresa. São dois bares no decorrer do caminho e, em cada bar, uma dose de bebida é oferecida como forma de boas vindas. E para fechar a noite, entramos em uma casa noturna. Os encontros acontecem às sextas e aos sábados. Para participar, o interessado deve fazer reserva no site www.pubcrawlsp.com. O valor de ingresso varia de acordo com o trajeto,


O Pub Crawl é um evento que reúne pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo com o intuito de levá-las a percorrer a cidade a pé, parando em diversos bares no meio do caminho. O encontro acontece em uma casa pré-determinada, onde, por uma hora, o crawler, nome dado ao adepto da experiência, tem direito a cerveja e petiscos à vontade. Após essa primeira hora, o itinerário torna-se uma surpresa. São dois bares no decorrer do caminho e, em cada bar, uma dose de bebida é oferecida como forma de boas vindas. E para fechar a noite, entramos em uma casa noturna. Os encontros acontecem às sextas e aos sábados. Para participar, o interessado deve fazer reserva no site www.pubcrawlsp. com. O valor de ingresso varia de acordo com o trajeto, mas é sempre estabelecido um preço único que dá direito a uma hora de cerveja e comida à vontade, entrada nos bares do roteiro e ônibus entre as casas. As saídas são acompanhas por uma equipe composta por staffs, seguranças e fotógrafos. O Pub Crawl é um evento que reúne pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo com o intuito de levá-las a percorrer a cidade a pé, parando em diversos bares no meio do caminho. O encontro acontece em uma casa prédeterminada, onde, por uma hora, o crawler, nome dado ao adepto da experiência, tem direito a cerveja da experiência

O Pub Crawl foi trazido para São Paulo em 2011 por sócios que se inspiraram nos eventos da Europa

Em cada bar, uma dose de bebida é oferecida como forma de boas vindas

O Pub Crawl é um evento que reúne pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo com o intuito de levá-las a percorrer a cidade a pé, parando em diversos bares no meio do caminho. O encontro acontece em uma casa prédeterminada, onde, por uma hora, o crawler, nome dado ao adepto da experiência, tem direito a cerveja e petiscos à vontade. Após essa primeira hora, o itinerário torna-se uma surpresa. São dois bares no decorrer do caminho e, em cada bar, uma dose de bebida. Julho 2014 | Viajei! | 59


MARCHANDO PELO MUNDO ►

Amsterdam

O Ultimate Party Pub Crawl, em Amsterdam, é um dos mais famosos do mundo. A cidade já é conhecida pela seu perfil liberal e os pub crawls acabam sendo a opção principal para os jovens que querem conhecer a cidade à noite. A Praça Leidseplein é um dos pontos principais para a peregrinação de

► São Paulo Criado em 2011 por sócios que entendem bem de diversão, o Pub Crawl SP chegou a São Paulo trazendo um novo conceito em entretenimento. O grupo oferece roteiros específicos para cada bairro boêmio da cidade, como Vila Madalena, Augusta Free Pass e um circuito híbrido Vila Madalena/ Itaim.

Buenos Aires

O Buenos Aires Pub Crawl foi o primeiro a surgir na capital da Argentina e está funcionando há mais de cinco anos. Os organizadores dos eventos prometem levar a loucura da vida noturna de Buenos Aires para um outro nível. Um dos bairros que recebem a festa é o Palermo Soho, conhecido como reduto de artistas e boêmios. 60 | Viajei! | Julho 2014



VISTO

André Fran além do turismo André Fran, criador do programa Não Conta Lá em Casa do canal Multishow, apresenta geopolítica para jovens ao visitar os pontos mais perigosos do planeta

62 | Viajei! | Julho 2014


► Entrevista | Luísa Dal Mas Fotos | Arquivo Pessoal

A

pós contribuir para a produção do documentário Indo.doc que seus amigos Leondre, Bruno Pesca e Felipe UFO faziam sobre o Tsunami na Indonésia em 2004, André e seus amigos deram inicio ao projeto “Não Conta lá em Casa” que tem como objetivo principal viajar e conhecer países que vivem em conflito político, social e até ambiental ao redor do mundo e mostrar a sua real situação. O projeto deu certo e hoje é exibido em forma de programa de Tv pelo canal Multishow e vai para a sua 6ª temporada. Ninguém acorda e pensa “Que dia lindo, vou ali passear na Somália!”. De onde surgiu essa vontade (e coragem) de viajar para países tão perigosos para o turismo? Houve alguma inspiração pessoal? Fran – O projeto foi idealizado por nós 4 como um projeto de vida, mesmo. Não fomos contratados para apresentá-lo e, na verdade, aparecer diante das câmeras era algo que nos incomodava muito. Mas a causa falava mais alto, junto com a vontade de encarara essas grandes questões da humanidade e o fato de não haver ninguém mais disposto a fazê-lo. André, quando vocês apresentaram o piloto do “Não Conta lá em Casa” para o Multishow você imaginava que daria tão certo e repercutiria tanto a ponto de chegar a 6ª temporada? Fran – Era nossa primeira experiência para TV, não tínhamos a mínima idéia. Mas sinceramente não levava muita fé que quatro feiosos falando de geopolítica em um canal de público jovem fosse dar tão certo. Me enganei redondamente! E hoje, vendo tendências mundiais de TV, internet e da sociedade mundial na era digital, percebo que o jovem quer sim informação, engajamento, qualidade... Só não quer dentro dos moldes caretas de sempre. É aí que o NCLC entra! Decidir para qual país em conflito viajar não deve ser tarefa fácil, como é planejado e decidido pela equipe do programa para qual país ir e para qual não ir? Fran – A equipe é composta por nós quatro (e, para a próxima temporada, teremos a saída de Leo e Pesca e a entrada de nosso amigo e cineasta Michel de Souza), então, as decisões de roteiro são feitas entre essa equipe. O projeto reflete nosso interesse pessoal, assim como os destinos. Se nem sempre concordamos em opinião, geralmente estamos em sintonia quanto a importância dos destinos abordados. E, como as questões abarcadas nos destinos são coisas que naturalmente já conhecemos ou estudamos, a pesquisa acaba sendo apenas um aprofundamento ou atualização. Em termos de segurança, tentamos recorrer a nossa rede

de contatos e conseguir um panorama local e atual dos locais visitados. Suponho que você deva “Contar na sua Casa” para onde está indo. Como seus familiares reagem ao saberem que você está indo para destinos tão polêmicos como Afeganistão, Mianmar ou Zona de Exclusão de Chernobyl? Fran – Na realidade, eu conto mais ou menos. Revelo o destino, mas dou uma “suavizada” sobre a real situação destes. No início as mães e as namoradas não tinham ideia do perigo que a gente podia enfrentar. Nem a gente sabia, na verdade. Depois que lançamos o programa não deu mais para esconder, mas ainda preferimos contar de últim hora, que aí é menos tempo de preocupação e menos perguntas. Suponho que você deva “Contar na sua Casa” para onde está indo. Como seus familiares reagem ao saberem que você está indo para destinos tão polêmicos como Afeganistão, Mianmar ou Zona de Exclusão de Chernobyl? Fran – Na realidade, eu conto mais ou menos. Revelo o destino, mas dou uma “suavizada” sobre a real situação destes. No início as mães e as namoradas não tinham ideia do perigo que a gente podia enfrentar. Nem a gente sabia, na verdade. Depois que lançamos o programa não deu mais para esconder, mas ainda preferimos contar de última hora, que aí é menos tempo de preocupação e menos perguntas. Depois de viajar quase meio mundo e conhecer diversos lugares da Europa, Ásia, África e Américas ainda há algum lugar que você sente a necessidade de ir? Porque? Fran – Vários! Existem lições a serem aprendidas, causas a ajudar, histórias a questionar, situações a denunciar... no mundo todo e nos mais insuspeitos lugares! Viajar é uma aula e quero seguir aprendendo. Viajar é uma aula e quero seguir aprendendo. Julho 2014 | Viajei! | 63


Tirando a vez em que você ficou com uma infecção alimentar a caminho da Somália e teve que retornar ao Brasil, houve algum momento em que você realmente sentiu medo em algum desses destinos e pensou em desistir no meio do caminho? Fran – Bagdá! No momento que descemos do avião vimos que tínhamos exagerado na dose. Confiamos em uma propaganda falsa do governo norte-americano de que o Iraque, após anos da invasão, voltava a ser um país estável e possível de se visitar. Nos deparamos com um cenário de guerra, com atentados, violência, tensão e mortes por todo o lado. E parece que até hoje a situação não melhorou. Já foi cogitado uma participação feminina nessas aventuras? Mas não falo de qualquer mulher e sim de uma viajante ao estilo “Lara Croft” (só que sem as armas) mas que procure os mesmos objetivos da equipe do “NCLC”! Fran – A equipe foi formada de maneira muito orgânica. E acho este um grande diferencial do NCLC: nossa química e interesse pelo que André Fran acompanhou escolta da ONU no maior campo de desabrigados de Porto Príncipe

64 | Viajei! | Julho 2014

estamos produzindo é real. Sem filtros ou afetações. Em alguns casos e lugares, uma mulher poderia dar um panorama que quatro caras não teriam condição de vivenciar. A visão de mundo é diferente, principalmente em outras culturas. É algo que estudamos para o futuro.

“No momento

que descemos do avião vimos que tínhamos exagerado na dose”

Em tempos modernos e apesar do “NCLC” já ter 1 DVD porque você decidiu escrever um livro e não lançar outras edições em mídias áudio visuais? Fran – Escrever sempre foi a minha verdadeira paixão e ofício. Sempre quis escrever um mas nunca considerei ter assunto relevante. Depois de 5 temporadas com o NCLC, tendo contribuído com matérias em vários veículos e acumular quase uma centena de anotações no iPhone, guardanapos velhos e bloquinhos de hotel surrados, achei que era hora de parar e registrar essas lições que aprendi com o NCLC em um livro. É um projeto pessoal e que reflete as minhas opiniões, devaneios e conclusões próprias. Devaneios e conclusões próprias. É um projeto pessoal e que reflete as minhas opiniões, devaneios.


Fran em Bali (ao lado), ainda em suas primeiras viagens e com o grupo do NCLC em cemitério de soldados argentinos (abaixo), nas Ilhas Malvinas

O livro é sensacional, eu o li inteiro e no fim comecei a ler bem devagarzinho para demorar a terminar, mas o inevitável aconteceu. Está nos seus planos o lançamento de uma sequência? Fran – Sim, quero escrever mais um livro. Mas não necessariamente será uma sequência deste. Penso em tirar um pouco o foco do programa em si e usar os países e histórias como base para reflexões mais amplas (profundas ou não). Sem perder a leveza, claro. Acho legal essa história de apresentar temas profundos de maneira fácil. Acho muito legal quando as pessoas que leram o livro dizem que “sem perceber” aprenderam várias coisas importantes sobre o mundo e sobre si mesmas. Depois de viajar quase meio mundo e conhecer diversos lugares da Europa, Ásia, África e Américas ainda há algum lugar que você sente a necessidade de ir? Porque? Fran – Vários! Existem lições a serem aprendidas, causas a ajudar, histórias a questionar, situações a denunciar... no mundo todo e nos mais insuspeitos lugares! Viajar é uma aula e quero seguir aprendendo. Há cinco anos que você e seus amigos estão desbravando o mundo pelo programa “Não Conta Lá em Casa”. Quais são as principais lições que você aprendeu e pode destacar? Fran – Acho que a principal seria a confirmação da teoria socrática que uso como mote desde que comecei o programa: “Só sei que nada sei.”. Derrubei por terra vários conceitos, modifiquei outros e estou sempre aberto a quebrar meus próprios paradigmas quando início mais uma viagem com o NCLC. Quais mensagens você espera passar para as pessoas por meio do seu livro? Fran – Qualquer um pode fazer a diferença no mundo em que vivemos. Outro mundo é possível, basta que a gente aja! E, hoje mais do que nunca, existem diversas maneiras para isso. É só uma questão de achar o seu método, as suas curiosidades e a sua vontade de deixar uma marca. Acho que a principal seria a confirmação da teoria socrática que uso como mote desde que comecei o programa: “Só sei que nada sei.”. Derrubei por terra vários conceitos, modifiquei outros e estou sempre aberto a quebrar meus próprios paradigmas quando início mais uma viagem com o NCLC. A quebrar meus próprios paradigmas quando, Julho 2014 | Viajei! | 65


PELA LENTE

Vive la France A fotógrafa Maia Flore registrou 25 pontos turísticos e históricos da França com um olhar lúdito e inusitado ► Reportagem | Cristina Fragata

66 | Viajei! | Julho 2014


Direita: Palácio de Versalhes |Esquerda: Atelier Van Lieshout, L'Absence, Saint-Nazaire

E

xistem inúmeras formas de registrar com fotos o local que você está visitando, mas atualmente as fotos parecem ser todas iguais, todas nas mesmas posições e com as mesmas expressões. A convite do Instituti Français, a fotógrafa Maia Flore, junto com Jeremy Joseph, visitou 25 locais na França, mas os registrou de forma surreal (e, em certos momentos, até cômica!). Os dois passaram por castelos, museus, igrejas e parques, reinterpretando os lugares de forma original, embutindo nas imagens uma dose de surrealismo, o que deixa tudo mais interessante e esteticamente irresistível. Os dois passaram por castelos e museus, os

lugares de forma original, embutindo nas imagens uma dose de surrealismo, o que deixa tudo mais interessante e esteticamente irresistível. Existem inúmeras formas de registrar com fotos o local que você está visitando, mas atualmente as fotos parecem ser todas iguais, todas nas mesmas posições e com as mesmas expressões. A convite do Instituti Français, a fotógrafa Maia Flore, junto com Jeremy Joseph, visitou 25 locais na França, mas os registrou de forma surreal (e, em certos momentos, até cômica!). Os dois passaram por castelos, museus, igrejas e parques, reinterpretando os lugares de forma original. Julho 2014 | Viajei! |67


ร pera real, Palรกcio de Versalhes

68 | Viajei! | Julho 2014


Observat贸rio do Pico de Midi de Bigorre Ponte do Gard

Julho 2014 | Viajei! |69


Acima: Espelho D'Água, Bordeaux Abaixo: Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo, Marseille

70 | Viajei! | Julho 2014


Igreja Notre-Dame la Grande, Poitiers

Castelo de Haut-KĹ“nigsbourg, Orschwiller

Julho 2014 | Viajei! |71




Luisa dal mas | um pouco de po magico Ilustração | Sophie Blackall

FELICIDADE PÚBLICA Às vezes é preciso viajar para perder o medo de se divertir em público

E

► Luísa Dal Mas canta Legião Urbana no metrô (seja em Sampa ou em NY). umpoucodepomagico.com

m minha última viagem à Nova Iorque, eu estava no metrô e um senhor, na casa dos 70 anos, sentou do meu lado. Ele tirou do bolso um iPod, colocou os fones de ouvido e começou a cantar. O vagão nem estava vazio, já começava a encher, mas ele não parecia se importar. Não reconheci a música, mas era algum tipo de blues, o qual ele sabia toda a letra. O fato de algumas pessoas mandarem olhares estranhos não o abalava e ele continuou cantando até eu descer na minha estação. Alguns dias antes, andando pela Times Square, vi uma banda tocando na rua. Os caras eram muito bons, tocavam Nirvana e Guns ‘N’ Roses. Quem passava acabou formando uma rodinha ao redor deles e eu parei para assistir também, mas mais interessante do que a banda era um homem que dançava e pulava com a música como se estivesse em um show de rock no meio da calçada. Todo mundo ria e filmava,

achando aquilo a coisa mais estranha do mundo, mas o dançarino estava nem aí, se divertindo com a sua roda punk de um homem só. Fico pensando o porquê de essas duas cenas nos parecerem tão estranhas e me chamarem tanta atenção. O que aconteceu com nós humanos que fez uma demonstração pública de felicidade ser considerada uma coisa bizarra? Queria eu viver em um mundo onde todo mundo cantasse no metrô. Ficamos tão preocupados com o que os outros podem pensar que acabamos aprisionando a nossa alegria. Por que não mostrar pro mundo que estamos felizes? Por que não cantar alto com a sua música preferida, rir alto de um livro, dançar na parada de ônibus? Sou a favor de um mundo onde é normal ser feliz e um pouco louco às vezes. Sou a favor da diversão espontânea, da alegria compartilhada, da felicidade pública. Quem me acompanha? Julho 2014 | Viajei! |75


GUSTAVO GITTI | QUARTA PESSOA Ilustração | Sophie Blackall

SABEMOS APROVEITAR AS FÉRIAS? É difícil relaxar quando vivemos o ano apenas a espera de pausas

T

► Gustavo Gitti nunca mais tirou férias, mas vive de malas prontas. nao2nao1.com.br 74 | Viajei! | Julho 2014

rabalhamos, trabalhamos e agora ganhamos uma longa folga. Mas será que sabemos aproveitá-la? Robert Sapolsky, professor de biologia e neurologia da Universidade Stanford, ao comparar o funcionamento do corpo de macacos e humanos, descobriu que a dopamina não é exatamente relacionada ao prazer, mas à expectativa de sentir prazer, à incerteza da recompensa, o “talvez”. Desejamos mais a busca pelo prazer do que o ele próprio. A teoria de Sapolsky explicaria nossa constante insatisfação (dukkha, em páli), inquietude, experiência cíclica. Queremos o diploma, mas assim que o obtemos, já estamos de olho num emprego; quando conseguimos o emprego, queremos ganhar mais. Mais do que na felicidade, somos viciados no esforço, na esperança de ser feliz no próximo minuto. Daí nossa fascinação por relacionamentos complicados, drogas, esportes, trabalhos exaustivos com férias anuais. Na cadeira do escritório, que processos mentais estamos exerci-

tando, que movimentos do corpo estão sendo treinados? É essa mente, esse corpo que vamos usar durante as experiências das férias. Se nossos pés passam 10 horas diárias inquietos, frenéticos, tremendo debaixo da mesa, é burrice esperar que esses mesmos pés consigam relaxar na praia. Se nossa mente passa 48 horas semanais distraída e ansiosa, como esperar que ela se alegre subitamente após algumas horas de viagem? Muitos de nós trabalham de um modo que produz operações mentais e corporais inadequadas às experiências que sonhamos viver numa viagem de férias. Quem vive apenas de fim de semana não consegue sequer viver bem nos fins de semana... Não estamos acostumados a não precisar de mais nada. De fato, nossa insatisfação não é causada pela falta de algo, mas pela sensação de falta. Talvez o melhor modo de aproveitar as férias seja viver de modo a dispensá-las.


` DE BORDO DIaRIO

Descobrindo a Europa ► Por Viviane Furtado

S

empre fico ansiosa antes de qualquer viagem, até mesmo bate-e-volta de final de semana. Arrumar as malas, comprar passagens e não deixar nada pendente em casa são coisas que aumentam a “cuíra” e às vezes me tiram o sono na noite anterior. Mas, faltando menos de 2 meses pra minha próxima viagem, a expectativa nunca foi tão grande. A única vez em que saí do Brasil foi há 13 anos, quando fui com minha família para a Ilha de Margarita, na Venezuela. Agora o destino é a Europa. O roteiro de 1 mês tem uma margem de mudança, mas a princípio, vamos visitar as seguintes cidades: Viena, Paris e Londres. O mês de junho foi escolhido por dois motivos: ainda não é o auge da alta temporada, portanto os preços são mais amigáveis; e é a transição da primavera para o verão, o que significa que vai estar quentinho, mas nem tanto (pelo menos espero). Além dos preços e do clima, no verão o dia dura mais tempo e várias atrações ficam abertas até mais tarde. Em Viena vamos ficar com a família do Andreas e passar um pouco mais de tempo, já que ele é 76 | Viajei! | Julho 2014

familiarizado com a cidade e tem casa por lá. Nas outras cidades vamos ficar em hotel. É verdade que muitos países são próximos e as passagens entre eles são relativamente baratas, por isso no início me deu a louca de querer conhecer uns 15 lugares em 30 dias! Mas aí eu respirei fundo, botei o bom senso pra funcionar e, a muito custo, me convenci a reduzir o número de destinos para aproveitar melhor cada um. Se der, a gente pode acrescentar uns extras pelo caminho, mas esses três serão o foco da viagem. Afinal, a Europa vai continuar no mesmo lugar, sempre esperando uma segunda visita com um novo roteiro. Como sou obcecada por planejamento, comecei a fazer isso há quase um ano (é quase uma doença). O bom é que hoje em dia a pessoa não precisa nem sair de casa porque os blogs e sites de viagem estão aí pra isso. O bom é que hoje em dia a pessoa não precisa nem sair de casa porque os blogs e sites de viagem estão aí pra isso. Sites de viagem estão aí pra isso. O bom é que hoje em dia a pessoa. A Eurotrip de Viviane teve paradas na Itália, Inglaterra, França e Holanda


Classificados Em busca uer companhia para um mochilão nas férias? Um lugar para ficar na próxima viagem? Ou um contato para servir de guia em um novo destino? Divida sua necessidade com a gente no classificados@viajei.com.br

Estou planejando um mochilão pelo Leste Europeu partindo de São Paulo em janeiro ou fevereiro de 2015; entre 20 e 30 dias. Procuro companhia de 20 a 30 anos e dicas. Roteiro inicial é Praga, Budapeste e Viena. Sujeito a mudanças. mariaguttlerpolo@gmail.com (11) 96425310

Procuro hospedagem em apartamento ou quarto para duas pessoas no Rio de Janeiro entre 10 e 20 de fevereiro. Pagamos até 500 reais o período. Buscamos quarto próprio. O banheiro pode ser compartilhado. danielaflor@gmail.com (51) 99637714

Procuro hospedagem em apartamento ou quarto para duas pessoas no Rio de Janeiro entre 10 e 20 de fevereiro. Pagamos até 500 reais o período. Buscamos quarto próprio. O banheiro pode ser compartilhado. danielaflor@gmail.com (51) 99637714

Em busca da companhia de uma menina entre 20 e 30 anos para uma viagem por seis países da América Central por 40 dias em agosto e setembro de 2014. O roteiro preliminar é Panamá, San Blas (Isla Aguja e Diablo), Almirante, Bocas del Touro, San José, La Fortuna, Ilha Ometepe, Manágua, San Pedro Sula, El Progresso, Bay Island, Guatemala, Antigua, Flores, Palenque, Mérida, Chichen Itzá, Playa del Carmen, Cancun. cristinafragata@gmail.com.br (51) 93562990

Em busca da companhia de uma menina entre 20 e 30 anos para uma viagem por seis países da América Central por 40 dias em agosto e setembro de 2014. O roteiro preliminar é Panamá, San Blas (Isla Aguja e Diablo), Almirante, Bocas del Touro, San José, La Fortuna, Ilha Ometepe, Manágua, San Pedro Sula, El Progresso, Bay Island, Guatemala, Antigua, Flores, Palenque, Mérida, Chichen Itzá, Playa del Carmen, Cancun. cristinafragata@gmail.com.br (51) 93562990

Ofereço quarto para até quatro viajantes ou intercambistas em Amsterdã entre dezembro de 2014 e agosto de 2015; banheiro privativo. 15 minutos a pé até a Dam Square e 40 minutos até a estação central. Aceito estrangeiros. luisadalmas@terra.com.br (51) 93562990

Estou planejando um mochilão pelo Leste Europeu partindo de São Paulo em janeiro ou fevereiro de 2015; entre 20 e 30 dias. Procuro companhia de 20 a 30 anos e dicas. Roteiro inicial é Praga, Budapeste e Viena. Sujeito a mudanças. mariaguttlerpolo@gmail.com (11) 96425310

Ofereço quarto para até quatro viajantes ou intercambistas em Amsterdã entre dezembro de 2014 e agosto de 2015; banheiro privativo. 15 minutos a pé até a Dam Square e 40 minutos até a estação central. Aceito estrangeiros. luisadalmas@terra.com.br (51) 93562990

Julho 2014 | Viajei! |77


˜ POSTAL CARTAO

► Por Carolina Goyer Brooklyn, Nova York Janeiro/2013

Envie sua foto para o Cartão Postal: contato@viajei.com 78 | Viajei! | Julho 2014




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.