Revista Bag 3

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edição 3 ›› ano 2 ›› www.fashionbag.com.br



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Banca de Palavras

Stall of Words

A feira começa de um vai e vem, num constante exercício de cidadania e trajeto. Roupas. Frutas. Peixes. Gente. Traçados e cheiros: estômago e luz, olho e passagem. É a cidade na fartura das tendas múltiplas. De múltiplas vidas. Tudojuntoaomesmotempo.   Tudo para viver o consumo em meio a desejos e reflexos do cotidiano – sobrevivência desde a madrugada de todos até a perda da safra do dia – o que propomos é a fresca vida de ser. Ou horas ou cores; e há ainda o tempo e a vida simples e sofisticada ao mesmo tempo. È hora de construir o lugar para ficar amplo e energético, estender a banca e colocar a cria à mesa. À mesa de nós. Dos outros passos, das outras ruas.   Numa verdadeira superabundância de estilos, inspirações e referências, a 3ª edição da revista bag traduz aqui pensamentos e visualidades de diferentes fios, pontos e texturas – ao som de informações e uma constante dinâmica que tenta desvendar o cenário das feiras no espaço da cidade e, também, revelar ideias atualizadas diante de uma juventude contemporânea.   Podemos. Podemos, sim, considerar a feira um lugar de democracia visual. A observação partiu da multiplicidade de pessoas, estilos e características. Feira é um lugar de mil [im]possíveis caras.   Ivan Erick materializa esse cenário por meio do editorial de moda – num caos delicioso, em que a feira livre e coberta de cidadãos – é desconstruída de maneira lúdica e divertida. Num tempo globalizado e capitalista, a moda cria tentáculos para lá e para todos os lados: entre interesses comerciais e um amontoado de luzes em disparada, é cada vez mais fácil perceber a distância entre as criações e a sociedade. As pessoas e o mundo. A arte diante da vida ingênua e da coisa selvagem. O céu aberto, fielmente em ganha-pão diário e brilhante. Ideias, desejos e sentimentos acumulados ao longo do tempo encontram-se num louco quebra-cabeças, onde quase tudo é possível. Assim, a bag convida você a nos sentir! Lucas Silveira Publisher

Street markets all begin with a zigzag movement in a permanent citizenship activity and transit. Clothes. Fruits. Fishes. People. Tracings and smells: tastes and light, eyes and movement. It is the city in multiple stalls with multiple lives. Everythingtogetheratthesametime.   Everything shows the consumption in between wishes and everyday facts. It is all about surviving in early morning until the end of sales at the end of the day - what we intend is people’s free way of being. Lots of things at once: time, colors, simplicity and sophistication. It is time for building up the place so that it is wide and energetic. It is time to put your craft at display on the table and start selling. All in all it is within this abundance of styles, inspirations and references that this issue brings thoughts and scenes of varied kinds. This third issue comes with information and the dynamics that try to reveal what street markets are all about within the city. Also it aims at revealing the ideas that lie behind today’s youth.   Yes, we can. We can consider street markets a place of visual democracy. This idea came up from the observation of how peculiar and genuine people are, their styles and features. Street markets are places of thousands of (im)possible faces.   Ivan Erik depicts this scenario through the fashion editorial and it is a delicious chaos, free and full of people. The street market scenario is deconstructed in a playful and fun way. In times of capitalism and globalization fashion grows tentacles in every direction. Between commercial interests and a big cluster of lights it is easy to see the distance between fashion creation and the society itself. People and the world. It is art facing a naïve way of life and something wild. In the open air we have a chance to see how people make money under that enormous shiny thing.   As years go by ideas, desires and feelings all come together in a crazy jigsaw puzzle in which almost everything is possible. So, bag magazine invites you all to feel it! Lucas Silveira Publisher

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contemporânea

Lucas Silveira Publisher lucasgabrielsilveira@hotmail.com Rafael Machado Revisão e Tradução Renan Cruvinel Assistente de Produção Esley Zambel e Lucas Silveira Publicidade Allecastro Marca bag ZebraBold Projeto Gráfico contato@zebrabold.com Colaboradores Ana Paula, André Barros, Fabiana Queiroga, Galeria Plus, Ivan Erick, Larissa Domingues,Maicon Mello, Max Miranda, Philipe Mortosa, Pliê Design, Rafael Manson, Soopa estúdio de design Tiragem: 3.000 exemplares

Capa Foto: Ivanerick.com Produção de moda: Philiphe Mortosa e Plie Design Ass. de camarim: Paulin Edição de moda: Lucas Silveira Beauty: Serjimm Ass. De beauty: Rodriguinho Modelo: Larissa Arantes - Voga Maxi-colete Guta Guerra Vestido de renda República Teen Saia de linho acervo Plie Colares Valentina Colar de bolas Izabelle Capuzzo Cinto de veludo acervo Plie

Amante Profissional - El Mendez (Plus Galeria) A revista bag é uma publicação trimestral sem fins lucrativos da marca lucasSilveira sob o registro 11.680.083/0001-23.

Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial.

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.


maicon mello

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⁄⁄ designer Publicitário e marketeiro. Atualmente diretor de arte em constante pesquisa sobre novidades e tendências sobre design. ››@maiconmello

OH MY GOD, OH JOY! Olá garotos e garotas, estamos aqui de novo. A saudação é entusiasmada por que há tempo estava esperando a oportunidade de dividir com vocês as delícias desse blog. O “cyber space” está recheado de coisas legais. Referências de moda, de design e até gastronomia. A gestora disso tudo é a designer gráfico Joy Deangdeelert Cho que também gosta de “blogar” e se entusiasmar por assuntos culinários. O blog existe há mais de 5 anos e tem uma audiência de mais de 18.000 leitores/dia. Para os blogueiros de plantão fica a dica de um bom benchmarketing. O site é lindo, organizado, adequado e cheio de novas possibilidades.   Parabéns pra nossa querida Joy. E você não pode perder! EnJOY >> ohjoy.blogs.com/ Imagens retirada do site ohjoy.blogs.com

AINDA HÁ MUITO A SER DESCOBERTO - R DESIGN GOIÂNIA Em 2011 Goiânia será sede do 7º R Design CO/MG que é um evento itinerante de cunho acadêmico, cultural e político e que acontecerá entre os dias 12 a 15 de novembro. O R Design possibilita aos estudantes adquirir conhecimentos em design. Isso se dará através de workshops, debates, mesas-redondas, palestras, discussões, vivências, exposições, dentre outros. Para este ano o R Goiânia vem com o tema “GOWEST – Ainda há muito a ser descoberto”. Durante o governo Getúlio Vargas ocorreu a Marcha para o Oeste, uma mobilização para incentivar a ocupação e desenvolvimento do Centro-Oeste, liderada pelos irmãos Villas-Bôas a marcha passou a atrair imigrantes de outros estados, imigrantes estes que enfrentavam dificuldades pelo percurso para ocupar o “Novo Brasil”. Décadas depois o Centro-Oeste é uma potência cultural, econômica e principalmente uma potência no Design Brasileiro, porém ainda há muito a ser descoberto e é com esse desafio que o convite é feito a todos os designers do Brasil.

DE CORAÇÃO

>> http://www.rgoiania2011.com/

Este título faz sentido por dois motivos. Esta dica veio da grande amiga Renata Cabral (no siga ele, tem mais sobre a garota). Desde sempre ela ficava espiando em seu monitor delícias de decoração. E eu, como colega de trabalho e “ganso” que sou, entrei na onda e não deixei de navegar. Então fui apresentado ao decoeuracao.com, um blog que nasceu em 2007 pelas mãos de Viviane Pontes. O blog é um caderninho. No d♥ Vivianne anota e cola tudo o que vê e gosta. Dicas de revistas, sites, amigos e coisas no melhor estilo “faça-você-mesma”. Viviane mescla posts de imagens com outros com reflexões sobre moda, bom gosto e tendências porque acha importante refletir sobre nossas escolhas “senão a decoração vira só cenário”, acredita. Além da possibilidade de encontrar boas dicas o site proporciona quase um diálogo com os ótimos textos da blogueira. Por isso, de coração vai essa dica pra você. Confere lá!

Por isso, fiquem ligados nesse endereço.

>> http://www.flagrantedelicia.com/

@dani_sefreitas • Moda, tendências, comportamento, cultura e uma vergonha alheia básica de vez em quando porque um momento Dani-Se na vida faz falta! O Twitter da garota trás notícias quentes do mundo da moda. Vale a pena!

Essa coluna foi feita ouvindo Grooveshark. Lá você ouve rádios ou cria a sua própria playlist. De MPB a índice tem muita coisa boa.

SIGA>> @recabral • Desabafos do cotidiano, bom humor, fé, alegria e boas referências. Esse é o perfil de Renata Cabral no Twitter, diretora de criação da @netmidiaprop. Amiga do peito que “bomba” no entendimento das redes sociais e nas opiniões firmes. Segui-la, pra mim, é sucesso.

>> www.grooveshark.com



Larissa Domingues ⁄⁄ jornalista

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É brasiliense da gema. Gasta todo seu tempo entre as redações de jornal e os inferninhos da capital. É louca por tecnologia, música, literatura e tudo que envolva novidades e excentricidades.

Akihito Hira, inverno 2011 crédito: Divulgação

Outro estilista que tem arrancado suspiros da cruel e exigente critica da moda é o nipônico Akihito Hira. Apesar de não ter nascido na cidade, foi aqui que ele decidiu pegar os primeiros tecidos e confeccionar elegantíssimas peças masculinas, que propõem uma intensa desconstrução do clássico. Ficou conhecido após vencer o concurso de talentos do CFW em 2008. Desde então, recebeu quatro propostas de compradores internacionais. Já passou pelas passarelas do Rio de Janeiro e São Paulo e foi convidado para a Fashion Week de Nova Iorque.   É por essas e outras que vejo Brasília com os mesmos olhos apaixonados com quais admiro uma grande obra de arte cubista. Somos pequenos e ao mesmo tempo extremamente grandiosos. E isso é de uma poesia imensa.

Fernanda Ferrugem Alto Verão 2011 crédito: Rafael Viana & Igor Kawka (Estúdio Buena )

Nem só de política e de Legião Urbana vive Brasília. É claro que não se pode negar que a cidade planejada por Lúcio Costa e “concretada” pelo ilustríssimo e centenário Oscar Niemeyer é o centro do país (não geograficamente, mas em um sentido mais amplo). Entretanto, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a Esplanada dos Ministérios são apenas uma ínfima parte desta terra – e uma parte que acaba estigmatizando a capital e taxando-a de uma coisa que ela realmente não é.   Brasília também não se resume às batidas oitentistas e aos três acordes de guitarra da banda encabeçada por Renato Russo. Há um lado deste lugar que poucos conhecem. O da cultura, o da cena underground, o da moda. Para uma cidade pequena, com pouco mais de 2,5 milhões de habitantes, pode-se dizer que a capital está em ascensão. Há alguns anos, era incogitável a ideia de se trazer um grande show ou uma grande exposição para cá. Pois sim, de fato entramos no circuito da cultura e do entretenimento nacional. Prova disso é a enxurrada de espetáculos que a cidade recebe este ano (entre eles Shakira, Paramore e Iron Maiden). Vide também as grandes exposições do Deus surrealista M.C. Escher e da excêntrica e maravilhosa artista plástica e performer japonesa Mariko Mori.   Apesar de ter entrado no circuito da moda há pouco tempo, a cidade também tem ganhado espaço neste segmento. Até 2005, não tínhamos nenhum evento de grande porte na área, que tivesse repercussão em território nacional. Foi aí que a empresária Márcia Lima resolveu quebrar esse tabu e alavancar Brasília a um patamar superior: criou o Capital Fashion Week, com o intuito de mostrar ao país os verdadeiros talentos brasilienses da moda – e claro, trazer para cá também os grandes nomes que até então estavam presos à ponte Rio-São Paulo. Depois do CFW outros eventos surgiram e entre eles estão o extinto Brasília Fashion Festival e o Park Fashion.   Dois nomes me enchem os olhos quando se fala em moda brasiliense. Um deles é o da estilista Fernanda Ferrugem. Com 34 anos e nenhuma formação na área, ela é uma das queridinhas dos modernosos da cidade. Possui um ateliê/salão de beleza no Distrito Federal e já desfilou suas coleções em praticamente todos os grandes eventos que estiveram por aqui. Trata a moda de uma maneira natural – tão natural quanto à maneira em que a moda entrou em sua vida. Já vendeu para grandes capitais como Belo Horizonte, Goiânia e São Paulo, mas hoje se foca no mercado de Brasília. “Estamos nos consolidando no circuito de moda. Agora a gente tem um DNA, temos inclusive vários artistas arrasando por aí afora”, comenta.



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Ana Paula Vilela é mestranda em arte e cultura visual pelo programa de pósgraduação da Faculdade de Artes Visuais – UFG e professora do curso de design de moda da UNIVERSO.

Terno, gravata borboleta e tênis esportivo.

Óculos coração e bolsa Chanel.

Maxi cardigã, camisa gola laço, calça de barras dobradas e sapatinho oxford bicolor.

Mix de materiais por Rei Kawakubo (Comme des Garçons)

Casaco militar, short, ankle boot e bike.

Camisa social, bermuda e sapato esportivo.

Rei Kawakubo para H&M

Mix de materiais por Rei Kawakubo (Comme des Garçons)

Imagens: The Sartorialist e Style.com


Dias antes de escrever esta matéria, fui convidada a fazer uma imersão no espaço que inspirou a temática desta revista, a feira. Ao adentrar o ambiente, senti-me seduzida pela mistura de sons, cheiros, cores e formas, que emanavam das bancas de frutas e verduras bem como dos próprios personagens que, cotidianamente, habitam aquele lugar, feirantes e transeuntes de origens e estilos diversos.   Assim, comecei a refletir sobre os cruzamentos e as misturas, que evocam um sentido singular para os modos de vestir e se comportar nos dias de hoje. Segundo Cristiane Mesquita (2004), a pluralização ou o mix de estilos marcam o funcionamento da moda contemporânea, que estimula a produção de imagens configuradas pelas misturas entre clássico e esportivo, moderno e nostálgico, básico e sofisticado, além de tantas outras possibilidades que invadem o guarda-roupa do consumidor de moda contemporânea. Uma dessas possibilidades é caracterizada pela estética hi-lo, expressão composta pela abreviação das palavras inglesas high e low (alto e baixo). O dito hi-lo faz referência à proposta de mixar com elegância e imaginação peças do vestuário de alto custo com peças de baixo custo, resultando em um look atual e dotado de singularidade.   Para tanto, a rua é o cenário perfeito para essa mistura, que nos permite usar, ao mesmo tempo, um par de sandálias havaianas e uma bolsa de alto poder aquisitivo bem como uma t-shirt básica e uma saia de plumas e paetês. Além dessas maneiras, podemos compor um look hi-lo por meio de uma peça de brechó ou até mesmo de uma rede de fast fashion mixada a uma peça de grife.   Percebemos que a moda contemporânea aboliu completamente do armário a ideia do total look, composição feita pelo uso de uma única marca da cabeça aos pés, tido como uma estética enfadonha e tediosa. Certas composições também estão ultrapassadas, como aquela conhecida por fashion victim que exibe símbolos da estação e de marcas poderosas de uma só vez. Deste modo, compreendemos que a ostentação e a superficialidade estão em baixa para os dias de hoje. Necessitamos

de um consumo mais consciente, que nos leve a comprar roupas que durem muito mais do que apenas uma estação. Além disso, as chamadas peças básicas atuam como coadjuvantes para serem mixadas a roupas mais extravagantes ou até mais caras.   A estética hi-lo também se estende ao processo criativo no design de moda. Como exemplo, referimo-nos as criações da designer japonesa Rei kawakubo, que tornou frouxas peças de máquinas de costuras no sentido de alcançar um acabamento que se assemelhasse ao feito à mão, uma solução que pudesse evidenciar os sinais da imperfeição. kawakubo propôs uma visualidade estranha e suspeita a fim de desestabilizar os padrões de qualidade e acabamento convencionalmente executados pelos criadores de moda. “O visual Kawakubo foi chamado de estilo sem-teto por algumas editoras de moda, mas provou ser bem forte para não ser rechaçado facilmente” (SUDJIC, 2010, p. 160). Portanto, Kawakubo mostrou ser capaz de criar uma roupa extremamente elaborada em suas formas e volumes, mas que também fosse arranjada pelo mix de materiais e um acabamento que primasse pelo resultado plástico por meio de costuras imperfeitas e inacabadas, no intuito de desvelar os vestígios da criação que se escondem pelo avesso.   Assim, a proposta hi-lo compreende múltiplos vieses, que se misturam em arranjos de cores, materiais, texturas e formas, lados direito e avesso, além do cruzamento de espaços, tempos e sujeitos, cujas referências são fontes de inspiração para a criação de histórias e estéticas singulares que marcam os dias de hoje.   Para uma reflexão final: “Alguns atributos preciosos dos seres humanos como a graça, a decência, a delicadeza ou a gentileza vêm, acho eu, de um equilíbrio assimétrico. Quando as coisas são criadas como objetos perfeitamente simétricos, para mim são feias porque não sinto nelas as mãos do homem, o suor de suas mãos. Se você é um ser humano não pode fazer coisas perfeitas. As coisas são mais ou menos. E isso me emociona muito. Faz com que eu as ame”. Yohji Yamamoto.

Fontes de Pesquisa: MESQUITA, Cristiane. Moda Contemporânea: quatro ou cinco conexões possíveis. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2004. SUDJIC, Deyan. A linguagem das Coisas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010. thesartorialist.blogspot.com/” http://thesartorialist.blogspot.com/ www.style.com/” http://www.style.com/



O lugar da cidade é o lugar do corpo: espaço ganha-pão em meio à metrópole construída para todos. Viver no concreto é comprar coisas pelo caminho... E há quem vende e há quem compra mesmo

WHO ARE YOU… AT THE FREE MARKET? The place of the city is the place of the body as well: a livelihood space within the metropolis which has been built for everyone. Living in civilization is all about buying things along the way... So there are those ones who sell and also those ones who buy indeed. Fotos: Rafael Manson Interferência de Imagem: Maicon Mello


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Iracema Costa “faz a Feira da Lua e a Feira do Sol”, segundo ela. É casada há 31 anos. A geminiana, que nasceu em Porangatu, fatura até R$ 10 mil por mês vendendo tortas e empadões goianos. Entre temperos, delícias e trabalho, o maior sonho de Iracema é conhecer o mar. Iracema das águas. Iracema do trabalho.

Hidrata até a alma um suco de frutas frescas. A cada feira são vendidos 250 litros desse líquido maravilhoso numa barraca de sucos naturais que existe há 21 anos. A barraca da tia Ivani, goiana, fatura entre R$ 4 mil a R$ 5 mil por mês. Na foto, os sobrinhos: Johnmar de Oliveira (24), Rafael Machado (16) e Pedro Henrique (15). Liquidificadores atômicos!

Iracema Costa works at “Feira da Lua” and at “Feira do Sol”, she says. Iracema, who is a Gemini and has been married for 31 years, was born in Porangatu and makes 10 thousand reais a month by selling pies and “empadões goianos”. Among spices, delicacies and work her world’s one big dream is to see the sea.

Some fresh fruit juice hydrates to the soul. Two hundred and fifty liters of this wonderful liquid are sold in each working day at the street fair. This big quantity of juice is sold in a juice stall that has been there for 21 years. “Tia Ivani”, who is goiana, makes from 4 to 5 thousand reais per month in her stall. In the picture you can see her nephews: Johnmar (24), Rafael Machado (16) and Pedro Henrique (15). Atomic blenders!


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O paulista Weber Evangelista é pai de João Artur (2) e Samuel (8). Trabalhador e também designer – artista habilidoso de jóias em metal. O aquariano é solteiro e tem vontade de conhecer a Europa. Você o encontra na Feira da Lua e Feira do Sol.

O simpático Dagoberto Conterno é casado há 21 anos e trabalha com a esposa, Arana Conterno. O casal trabalha com tear chileno, tear alemão e tear português. O geminiano, que já viajou por todo o Brasil, faz Feira do Cerrado e Feira do Sol. Quando o gaúcho é perguntado se é bonito: “Não sou tão feio assim não”. Casal de arte, trabalho e amizade...

Weber Evangelista is paulista and a father of two: João Artur (2) and Samuel (8). He’s a designer and a workaholic: a skillful artist who works with metal jewel crafting. An Aquarius man who is single and dreams of visiting Europe. You can find him at “Feira da Lua” and “Feira do Sol”.

Dagoberto Conterno is a nice person and has been married to Arana for 21 years. The Couple works with three different types of looms: German, Chilean and Portuguese. Dagoberto is a Gemini and has already traveled all over Brazil. He works at “Feira do Cerrado” and “Feira do Sol”.


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Artista é artista em qualquer lugar. O pintor autodidata Luiz Carlos conhece bem o universo da feira. Ele trabalha há 30 anos, só. O carioca tem quadros que variam de 20 reais a 2 mil e você pode encontrar as obras dele na Feira Hippie, Feira do Sol e Feira da Lua. Quando perguntado se é feliz: “Feliz, sim, graças a Deus”. Criar é algo que fabrica felicidade nas pessoas...

Na artist is an artist anywhere. Luiz Carlos, a self-taught painter, knows the world of street markets very well. He has been working at the market by himself for 30 years. He’s a carioca and the cost of his paintings varies from 20 reais to 2 thousand each. They can be found at “Feira Hippie”, “Feira do Sol” and “Feira da Lua”. He’s been asked if he were a happy person: “I’m very happy… thank God”. The activity of creating is a way of producing happiness in people.

A encantadora e trabalhadora Ligia Margarete nasceu em Trindade. Comprou casa, carro e pagou a faculdade. Como? Resposta do bem: “Vendendo roupas de bonecas”. A capricorniana de 53 anos, fatura R$ 3 mil por mês e tem o sonho em ver o mundo inteiro feliz, assim como ela própria se reconhece. Tudo na vida tem um preço. Ligia foi atrás do que é dela... Os preços das roupas das bonecas variam entre R$ 10 a R$ 15 reais.

Ligia Margarete was born in Trindade and is a gorgeous woman; a workaholic as well. She has bought a house, a car and paid for a university course. How has she done that? The answer is: selling dolls clothes. Ligia, who is 53 years old and a Capricorn, earns 3 thousand reais a month and dreams about a happy world. She also sees herself as a happy person. Everything in life has a price. Ligia pursued what was meant to be hers… The prices of the doll clothes vary from 10 to 15 reais.


estampe por soopa estĂşdio de design soopa vai a feira



Rica em elementos e significados, cores e texturas, aromas e sabores, a feira inspira e liberta fotos: Ivan Erick

Colar e pulseira Eleonora Hsiung Casaqueto República Teen Top de renda República Teen Cinto de paetês acervo Casquete de galo lucasSilveira


Casaqueto RepĂşblica Teen Blusa de renda rosa Pactus Cinto acervo Plie Saia Pactus Saia azul acervo Plie Tiara e bracelete MĂĄrio Britto


Colar de franjas Mário Britto Vestido rosê República Teen Colares Valentina Saia verde Guta Guerra Casaqueto Pactus Cinto acervo Plie



Vestido com manga de paetês Fabulosas Desordens Vestido balonê Fabulosas Desordens Saia azul acervo Plie Adereço de pérolas Eleonora Hsiung Colar Valentina


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Colar Valentina テ田ulos Prada Camisa floral futilitty Camisa de bananas lucasSilveira Vestido floral Camテゥlias Saia azul acervo Plie Sapato acervo Philipe Mortosa

<< Pテ。gina Esquerda Colar Valentina Casaco Guta Guerra Blusa de renda acervo Plie Vestido rosa da liz Sapato acervo Philipe Mortosa



Brincos Mário Britto Top de renda República Teen Top floral Da liz Multimarcas Vestido tomara-que-caia metalizado Pactus Saia rose com nó Da liz Multimarcas

Agradecimentos: Feirantes da Feira do Setor Oeste Produção de moda: Philiphe Mortosa e Pliê Design Ass. de camarim: Paulin

Edição de moda: Lucas Silveira Beauty: Serjimm Ass. de beauty: Rodriguinho Modelo: Larissa Arantes - Voga


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Fernando Rodrigues

IZABELLE CAPUZZO

//designer gráfico

//Stylist

tem formação em artes plásticas pela UFG e é designer gráfico formado pela PUC-GO.

A soma de acreditar e ter paixão pelo que se faz pode ser clichê, mas nos trouxe até este, que agora é o nosso espaço na revista bag. Aqui iremos falar sobre algo subjetivo, com o qual trabalhamos e que todos sofrem com suas interferências: a imagem. Vivemos a cultura do hiperestímulo, onde somos bombardeados por informações, acreditamos em figuras efêmeras que nem sempre são reais e sofremos com a necessidade de ter uma identidade.   Nós do Plie Design, somos uma equipe especializada em construir imagens usando o design gráfico e o styling como ferramentas. Para nós, a imagem é como um papel em branco, com infinitas possibilidades, e através de estudos e uma dose de criatividade é representado o que o cliente precisa dizer.   Nesta edição da revista, que tem como tema a feira, tivemos a honra de construir o styling do editorial em conjunto com Philipe Mortosa. E em nosso primeiro texto, convidamos o leitor a passear pelo universo que criamos: “Miscelânia Livre”. A feira é uma atividade comercial muito antiga, que ao longo de milênios pouco mudou. Rica em elementos e significados, cores e texturas, aromas e sabores, tem a diversidade como sua característica mais forte. Por sua vez, nunca se falou tanto em diversidade como agora. Na moda, onde tudo é possível, a ideia de variedade e pluralidade está nos estilos, gêneros, culturas, belezas... tudo misturado convivendo harmoniosamente estabelecendo proximidade com a realidade do cotidiano.   Se a moda é descrita como um grande supermercado de estilos, que por um lado padroniza e loteia desejos, por outro nos fornece a possibilidade de nos reinventar a cada dia através de nossas roupas, ou seja, nos fornece suporte para nos individualizar.   Em tempos de desreferencialização, onde a velocidade é a palavra-chave para as ações, o desejo por novidades é incessante e o tempo é o nosso maior luxo, buscar valores genuínos é tentar não se perder em meio ao caos. Nossa mulher sai de seu cotidiano, onde tudo pode ser feito pela internet, mergulha com estranhamento no universo clássico da feira livre com looks em cores calmas, texturas românticas e silhueta ultra-feminina. O luxo dos tecidos e a modelagem das roupas são contrapontos nítidos de alguém que está deslocado deste ambiente tão popular. Ela absorve a feira, aproveita a troca de experiências, se renova e liberta. Traz aos looks pontos de cor, brinca com shapes, mistura estampas e se reinventa com irreverência própria de quem não se leva tão a sério.   Viver vários personagens em uma só vida é sedutor. Nosso corpo é suporte e a moda o instrumento para contar a nossa história.

é designer de produto formada pela PUC-GO e especialista em criação de imagem e styling de moda pelo SENAC-SP.

www.pliedesign.com www.pliedesign.blogspot.com



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André Barros //CHEFE é Chef e consultor em mercado gastronômico. Assina e cozinha no Country Clube de Goiás + Belisquê-Arte & Chopp.

Os produtos são difíceis de achar e custam um pouco mais caro, mas o sabor não tem preço

mônios de crescimento. Basta optar pelos que recebem menos químicos no processo de produção.

No corredor de uma grande rede de supermercados, pergunto ao funcionário. “Por favor, onde fica a sessão de alimentos orgânicos?” “Só um pouquinho, senhor...” Com uma cara meio de assustado, ele chama um colega. “João, esse senhor quer saber onde ficam os alimentos orgânicos”. ‘“Ah, por favor, me siga”, diz o recém-chegado - e me leva até a sessão de dietéticos. Sim, dietéticos! Saí dali certo de que a minha busca seria complicada. Fiz a mesma pergunta noutra rede. Surpresa!   Apareceu uma senhora que me auxiliou na busca dos orgânicos, com informações precisas de origem e produção, etc. Paradoxalmente, a oferta desse tipo de produtos ainda é pequena nos grandes estabelecimentos.   Então, descobri que existem feiras de orgânicos em quase todas as grandes cidades. No sábado pela manhã resolvo dar uma espiada na feira de produtos orgânicos que acontece no Parque de Exposições Agropecuárias. Lá tem de tudo: frutas, verduras, suco, laticínios...   É uma coisa meio familiar: todo mundo se conhece. O vendedor cumprimenta o comprador pelo nome e sabe o que ele gosta de levar para casa. Uma curiosidade: em algumas cidades brasileiras, muitas das bancas expõem, além dos produtos, a foto da própria família produtora.   Os vendedores não se cansam de explicar a procedência e o processo de produção, sempre acompanhados de folhetinhos (sempre volto carregado deles).   Outra boa pedida para comprar produtos orgânicos são os tele-entregas de cestas de frutas e de verduras, é claro. Normalmente são pequenos produtores que recebem as encomendas. Toda semana tem uma lista pronta com produtos orgânicos da estação.   Portanto, não adianta querer comer manga se não é época da fruta. “Vendemos o que a terra dá”, me explicou um fornecedor. Isso faz com que você experimente novas receitas. Aviso aos marinheiros de primeira viagem: não se decepcione com o tamanho das frutas e verduras. A falsa perfeição visual dos agrotóxicos passa longe dos orgânicos. E prepare o bolso. Alguns orgânicos são até três vezes mais caros que os produtos convencionais. O bom é que são mais saborosos e saudáveis. E isso não tem preço.

RISCO MENOR Feijão, peixes marinhos, folhas, caqui, pitanga, abacate, acerola, jabuticaba, coco, mexerica e nêspera. Esses alimentos têm ciclo curto de cultivo e recebem menos pulverizações com agrotóxicos. Os peixes marinhos são capturados e não recebem nenhuma espécie de hormônio de crescimento, pois vivem livres em seu habitat natural.

De olho no prato   Nem sempre é possível ter alimentos orgânicos em casa. Mesmo apelando para os convencionais é possível minimizar o consumo de agrotóxicos, fertilizantes e hor-

RISCO MÉDIO Arroz, carne bovina, peixes de água doce, beterraba, cenoura, alho, banana, manga, abacaxi, melancia, laranja, mamão formosa e maracujá. Todos têm ciclos de vida intermediários e recebem um número de pulverizações um pouco maior do que os alimentos do grupo anterior. No caso de bovinos e os peixes criados em lagos, há presença de drogas veterinárias e hormônios de crescimento. RISCO ALTO Frango, tomate, pimentão, berinjela, pepino, morango, goiaba, uva, maçã, pêssego, papaia, figo, pêra, melão e nectarina. São muito delicados para produzir e estão sujeitos ao ataque de pragas - portanto, recebem mais químicos. O tomate é campeão em resíduos: recebe em média 36 pulverizações com agrotóxicos. E o frango é outro vilão. Criado de maneira intensiva fica confinado e recebe doses enormes de hormônios de crescimento. Aprenda a reduzir o nível de agrotóxicos nos alimentos convencionais - Prefira frutas e verduras da época. Para forçar a produção fora da temporada natural, é necessário usar mais agrotóxicos. - Lave frutas e verduras em água corrente durante pelo menos um minuto esfregando com uma esponja ou coloque-as durante 20 minutos numa solução de 1 litro de água com quatro colheres de sopa de vinagre. - Tire as folhas externas das verduras, pois elas concentram mais agrotóxicos. - Descasque as frutas, especialmente pêssegos e maçãs. - Retire a gordura das carnes e a pele do frango. Substâncias tóxicas se acumulam mais nos tecidos gordurosos. - Diversifique sempre os vegetais consumidos, pois assim você reduz a ingestão de um mesmo agrotóxico. - Dê preferência a produtos regionais. Alimentos que percorrem longas distâncias, como os importados, normalmente são pulverizados pós-colheita e possuem um nível ainda maior de agrotóxicos.



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Max Miranda Escrevo e desenho porque são alimentos meus. >> maxmaxmax3m@hotmail.com >> omaximodeideias.wordpress.com

O que facilmente esquecemos é o que estamos cansados de discutir? Paciência é um ato de apoio ao umbigo, sem lordoses alheias. Num mundo cheio de cheias, deixamos ainda pelo caminho um rastro de cores alimentado pela vida que olha e aparece de calda de dentes, escondendo as nadadeiras de tantas correntezas. Existe sempre um diálogo porque somos seres que se constroem em meio ao planeta – de coisas que arrastam o tempo, de um jeito ou de outro – sem parar as avalanches de acontecimentos. Fixamente, as linhas tomam conta do dia: ponteiros e lágrimas; risos e esconderijos reservados.   Somos assim, de carne e pensamento, de beijo e de cor, de cá e de lá, de loucura e brincadeira. Há sempre um olhar para cruzar; e um dedinho disposto a atingir ao alvo, amar: mas para que terminam os dedos em ponta? Para podermos enfiar nas orelhas quando ouvimos palavras grossas? Dedo é dedo, céu é céu, pastel é pastel. Gozos prontos até ao amanhecer de nós. Somos molhinhos doces e de guariroba. Porque a vida é um caco de vidro onde se risca e se cria um desenho? Não ou sim, pede-se passagem à cabível intimidade com as nossas vísceras, que são traços em sangue recheadas com biografia quente se revelam à pele.   Se há o que falar, há o que se descobrir nessas horas comidas pelo dia. Ou conversamos com a parede, a pia ou a louça. Ou com alguém que não tira o foninho do ouvido? Duas senhoras dentro do ônibus. Uma disse: “Vamos acabar com a Terra? Com rios e peixes? Ou morrer de sede?”. A outra: “Já estamos carcomidas pela miséria do mundo, minha filha”. O do banco de trás: “Gozei ontem. E tenho 68 anos. Bando de velhas pessimistas”. E as senhoras saem com as compras feitas na feira. Tinha cheiro verde. Galinha viva.   Uns compram vida para matar. É assim. Recheios de vida dentro, pitadas de humor vital e ainda uma colher de observação. O mundo acontece sem barreiras; e em que ponto dessa construção uma linha é caminho para outra? Perguntas-condimentos saboreiam o tempo das horas. Nossos segundos marcam um traço até sutil em meios a sonhos e realidades. Traçados em rotação O peixe da bancada começa a engolir parte do vestido vermelho [para ver melhor] assim que os pés-postos no

lugar. De cheiro colorido, entregue aos ares do passo incessante que leva corpos aos doces e gorduras dali – e delícias, quando salvador é o tempo. De limites internos e externas cores: numa banca e outra, coisas que levamos pela passagem. Ou deixamos esparramados olhos pelo bando.   Trança-trança em profusão, o que morde o tempo é o nado do peixe – astuto olho de peixe vivo. Época amarela [amar o elo]; estação da volúpia do cheiro dele em pele e gotas quentes de vida. Desde a ventania do tudo: e assim por diante se leva o gosto do riso doce e o hálito da existência redondinha.   Se morrer o fruto, não existirá a fartura. Fruto é algo que vive de pequenos fogos lúcidos e até incabíveis certeiras palavras – e que muitos se apagam porque o doce deu lugar ao amargo. Ardor inconsequente. Ar. Dor. Por. E não é preciso ser uma coisa assim para ser uma coisa assada. Desossada carne e cabides de firulas. Coisinhas da terra; guloseimas calorosas de calóricas são.   Roda quarteirão, roda, roda mundos são: manhã, tarde ou noite. Somos do caldo da cana. Somos do talo do bambu grosso. Somos dos bordados. Somos do cheiro do pequi. Quentes de pequi graúdos são. Da cor da vida. Do humor que nos resta. Da mesma outra festa, um verde que brota. Cor. De nós e de lado; tudo e forte. No talo da língua.   Das sombras ou brilhantes, somos coisas expostas? Também, e até aqueles que choram ou odeiam, riem ou olham torto para a vida. Somos mais que disposições a céu aberto. Somos uns aos outros um amontoado ordenado, mas ao mesmo tempo desordenado - coisas expostas ao tempo.   Doce cativante cerrado, te pego nas linhas viscerais. Luz de quero-quero, o broto rendeu. As delícias do corpo da cidade em meio ao suor de dentro: somos suores polidos à beleza do agora. Ou nunca. Mistos e sustos, nasce um canto. Canto do quarto, canto de tudo. Canto do espaço. Pássaros. Espássaros. Assim se monta uma tenda: aqui se fica – vende o bolo, a bolsa, e um pouco de nós na construção cotidiana do músculo da cidade. Latentes, que põem tudo para nascer. Nasce do dente-cálcio. É porque come, existe e olha. Cáustico e dúbio cenário em ferrugem energética.


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