Revista Nova Expressão

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EDITORIAL

EXPEDIENTE

O mundo da arte de ensinar e a arte de aprender Tiago Feitosa

Não importa se o nobre leitor cursou Pré-Primário, Primário, Ginásio e Colegial ou se é mais jovem e chame-os de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio; a arte do aprendizado entre alunos e professores é uma troca constante de vivência de mundo, conhecimento e leitura de mundo entre alunos e professores dentro de uma escola. Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vinculadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coisas, às quais costuma atribuir esse porquê. Mas quando já começa a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fi-

que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar respostas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, adquirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às necessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solu-

cionar ao mesmo tempo muitas das situações que a própria vida apresenta. Quando se completa a medida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vida de estudos está terminada, começam as atividades nas diferentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela constante preocupação que antes tinham,

de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo finalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um objetivo capaz de o propiciar. Eis aí uma das causas de onde provém tanta desorientação nos seres humanos. De outra parte, os que, além dos estudos da profissão aprendem outras coisas, o fazem muitas vezes sem ter disso verdadeira consciência. Acumulam este, esse e aquele conhecimento, mas depois – salvo exceções – não sabem o que fazer com eles; não sabem usá-los em seu próprio bem, nem no bem dos demais. Assim é como vêm aprendendo ao acaso, em uma e outra parte, sem ter um guia que os leve para uma meta segura e lhes permita fazer de tudo uma aprendizagem.

bras adormecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender. Porém, que é o que o ser aprende, e para

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Diagramação: Tiago Fontenele

Textos: Tiago Feitosa Márcia Reinaldo Taynara Ramos

Produção: Tiago Fontenele Tiago Feitosa Márcia Reinaldo Taynara Ramos Janiarla

Fotografia: Tiago Fontenele Taynara Ramos Janiarla

Fechamento: Tiago Fontenele


A Arte do Ensino Fernanda Oliveira revela o prazer de ensinar

Márcia Reinaldo Repórter

A arte de ensinar! É assim que iniciamos este bate-papo bem descontraído com uma das grandes profissionais no ramo da Fotografia. Quais as suas habilidades? O que lhe motiva na profissão? É isso que veremos nos próximos parágrafos. Ao realizar uma entrevista com a professora Fernanda Oliveira, questionei em primeiro momento, como a própria descobriu o chamado para ensinar. Respondendo-me a um ar descontraído que foi devido a um anúncio de jornal, onde detalhou que tinha pedido demissão do jornal porque estava cansada das notícias pesadas do fotojornalismo, onde estava querendo mais qualidade de vida. Descreveu-me que pegou o dinheiro da rescisão, passou um ano vivendo a vida, viajando, comprou um cavalo, demonstrando que foi mesmo “curtir a vida.” Um dia ao ler o jornal apareceu-lhe a possibilidade de dar aula na Estácio Fic. Quando chegou ao RH para entregar seu currículo falou para o funcionário: “ô moço eu queria deixar o currículo para essa seleção que vai ter!” Disse que ele olhou para ela e perguntou-lhe impressionado: “você”?”“, “mas você é muito novinha.” Ela respondeu-lhe num tom esperançoso que queria tentar. Perguntou ainda se a professora tinha mestrado em alguma coisa, a mesma informou

que nenhum, o homem insistentemente continuou a perguntar se ela tinha especialização à mesma respondeu que

escolheu um tema bem complexo para a candidata dar sua aula no dia seguinte. Porém, ela tinha acabado de vir da Euro-

Fernanda Oliveira, fotógrafa e pesquisadora. Especialista em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará. Mestranda em Comunicação e Linguagens - linha Fotografia e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará UFC.

ainda estava fazendo, com isso ele disse que ela não poderia se inscrever. Então, falou-lhe que só sairia de lá depois que estivesse inscrita, ele repetiu que não poderia, pois não tinha especialização, ela continuou a insistir. Ele ligou para a diretora já irritado com sua insistência e disse que “tinha uma menininha querendo fazer a inscrição”, ela pensou consigo mesma que a diretora deveria ter respondido: “deixa”, acabando por fim, autorizando sua inscrição. De quatro temas o homem

muito bons e comprou uns livros muito legais, passou a madrugada montando a aula e no outro dia foi ministrá-la. Informou que na banca avaliadora tinha um coordenador, um professor de fotografia e outro de semiótica. Concorreu inclusive com um amigo chamado Enrico Rocha que tinha mestrado no Rio de Janeiro e com outras pessoas que não conhecia. No dia seguinte, recebeu a notícia que tinha passado e derrubado os adversários todos mestres e que poderia vir para dar aula depois do carnaval. Então, logo após o carnaval chegou “morta de feliz” com os documentos para o funcionário do RH, olhando-a perguntou: “O que é que você quer aqui agora?” Respondeu-lhe: Ser admitida. Ao decorrer da entrevista perguntei a Fernanda

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se essa profissão é muito desafiadora, retrucou-me questionando se eu me referia a ensinar, respondeu - me que “ensinar é demais, que é difícil”. Em seguida perguntei-lhe quais são os principais desafios que ela enfrenta. Respondeu-me que: “Muitas personalidades dentro de uma sala só! O maior desafio não é o ensino em si, não é o conteúdo, porque o conteúdo o professor aprende, está dentro dele, ele desenvolve, agora quando você entra numa sala de aula com trinta e cinco, quarenta ou oitenta alunos, você tem pessoas diferentes com personalidades diferentes, com valores e comportamentos diferentes, olhando e julgando tudo, testando o professor, (porque aluno adora fazer isso), são pessoas te testando de todas as formas, você tendo que ter um ‘rebolado’, com isso e acima de tudo, fazer o principal, que é ensinar. Por isso, você tem que ignorar todas essas coisas que estão acontecendo em sala de aula e ensinar tornando atrativo para o aluno.” Perguntei-lhe o que dava mais prazer em sua profissão, respondeu-me que era fotografia, o assunto em si. Perguntei-lhe ainda qual

“Amar o que

faz. Isso fica explícito na cara do profissional” Fernanda Oliveira professora

conselho daria para quem almeja seguir a mesma carreira e quais os passos que devem ser seguidos, ela enfatizou: “Tanto na fotografia quanto no ensino o conselho seria (Amar o que faz), isso fica explícito na cara do profissional”, exemplificando que se um professor que não gosta de ensinar, os alunos percebem, logo pensam “Ele vem só para bater ponto ou só porque precisa de dinheiro” e isso é em qualquer profissão, o fotógrafo, por exemplo, podem pensar que é porque não faz outra coisa da vida, é diferente de uma pessoa que faz o que gosta. A pessoa tem que ser apaixonada pelo que faz. Diferente de fotografar pra quem vai trilhar na área acadêmica tem que ir atrás das titulações, hoje em dia só se contrata com mestrado, tem que ter uma formação: especialização, mestrado, doutorado. E o fotógrafo também tem que estudar, o grande erro dos fotógrafos antigos é que eles não eram muito de estudar, comentou que não se referia a técnica, mas o universo da fotografia”. “Pra quem quer ser fotografo tem que ralar,

estudar, às vezes as pessoas tem a idéia de que trabalhos técnicos não precisam de conhecimento, pensar isso é um engano.” Finalizei a entrevista perguntando há quanto tempo fazia que ela estava ensinando ela me respondeu que desde 2008.


Entrevista com Valente Junior

Revista: Como é o trabalho desenvolvido como coordenador do curso de jornalismo e como professor? Valente: O trabalho docente sobre a perspectiva de coordenação de curso ela na realidade agrega uma séria de outras atividades que são inerentes ao dia a dia da gente quanto formadores. Quando estamos na qualidade de docentes estamos no dia a dia formando as pessoas, compartilhando conhecimento, trocando experiência em sala de aula.

Foto: Tiago Fontenele

Por Tiago Feitosa O jornalista e professor Valente Júnior é coordenador do curso de jornalismo do Centro Universitário Estácio, em Fortaleza. Entre administrar e ensinar o professor Valente leva cada minuto de sua aula uma porta de entrada do conhecimento, sempre pensando na qualidade do compartilhamento do aprendizado para que no futuro os profissionais que concluam o curso de comunicação e saiam da universidade possam suprir todas as necessidades que o mercado de trabalho exige. Valente é um daqueles profissionais que ama o que faz e este sentimento de extrema dedicação tem reflexos direto no ensino de cada aluno que passa dentro de sua sala de aula. Durante um intervalo de uma aula e reuniões com os coordenadores dos cursos da Estácio o professor Valente recebeu a equipe da Revista para contar um pouco mais sobre sua experiência em sala de aula e sua forma de administrar.

Coordenador fala sobre a qualidade no ensino superior e o método de educação dos docentes.

Francisco Moura Valente júnior, 37 anos, formado em comunicação social pela UFC, especialista em gestão da comunicação das organizações e mestre em administração e marketing, atual coordenador do curso de jornalismo da Estácio do Ceará.

gente e estão resolvendo alguma coisa na coordenação, então tem está possibilidade de interação também. A gente está interagindo com professores também que são docentes como a gente. Estão trocando experiências e compartilhando ideias. Revista: A arte de ensinar está inclusa apenas como professor ou na coordenação do curso de jornalismo está metodologia do conhecimento também é compartilhada? Acho que na expectativa da coordenação a gente pode contribuir um pouco, apensar de estar desenvolvendo um trabalho de gestão.

A gente pode contribuir um pouco para esta melhoria do aprendizado também. Está conseguindo enxergar o que o aluno está buscando em termo de melhorias o que ele quer para ampliar seus conhecimentos e podendo estar fazendo está ponte também entre o aluno e o professor em sala de aula para que o professor possa estabelecer também a melhor forma de passar este conhecimento para o aluno, de aplicar as diretrizes que vão ser válidas para este aluno para que ele possa chegar no mercado de trabalho. Então temos a perspectiva enquanto formadores de futuros profissionais no mercado de comunicação de pessoas que cheguem

Na coordenação a gente tem está experiência que vai além a sala de aula da gente por que estamos relacionando alunos de diferentes turmas e que as vezes não estão no dia a dia com a aula com a

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para este mercado pre- um trabalho de qualidade paradas, que tenham uma e com ética também. capacidade multidiscipliRevis“ nar,quepossam ta: Como é “Não é passar desenvolve r para o protarefas em simplesmente este fessor ver o diferentes conhecimento, é profissional áreas de atuque um dia ação dentro compartilhar este foi seu aluno conhecimento e c o l o c a n d o do campo do jor nalismo em prática experiências” e que sejam todo o coprofissionais nhecimento Valente Junior, multitarefas, do curso professor. ou seja, prodiariamenfissionais que te sendo um estarão habiliprofissional tados a mexer bem sucecom as novas dido na TV, tecnologias, a produzir no rádio, nos jornais e um texto jornalístico, a portais da Internet? conhecer e a preparar reportagens em diferentes Valente: Não é só simlinguagens, conhecen- plesmente passar o que do que são os diferentes tem nos livros. É uma expúblicos leitor, quem é o periência, é uma forma de público fonte dele tam- agir, é um compromisso bém, sempre com o com a ética, é um respeicompromisso ético. Então to também, são outras vamos procurar passar, coisas que aprendemos seja na coordenação, seja na convivência em sala na sala de aula este conhe- de aula e no campus da cimento, na realidade não instituição e que não está é passar simplesmente este nas entrelinhas dos livro,. conhecimento, é compar- desempenhando um bom tilhar este conhecimento trabalho. edi e experiências para que possa formar um futuro profissional sério que faça


O que o aluno pensa Foto em foco! sobre a educação Reportagem: Taynara Ramos

Estudar, aprender e crescer são os principais objetivos de um acadêmico que trilha um caminho de desafios, mas de grandes conquistas.

um programa da faculdade para os alunos da comunicação. Informa que ama estar na faculdade conquistando novas experiências, conhecimentos, estudando e aprendendo cada dia mais. Ressalta que as aulas práticas seriam essenciais para poder se apropriar das vivências com a realidade juntamente com apoio teórico fundamentado, no âmbito profissional que pretende exercer. Alega que não são poucos os meios de influência da comunicação, dando como exemplo a internet, sendo um canal que está para nos ajudar

Conhecendo os bastidores da nossa equipe que preparou o melhor conteúdo para você, querido leitor!

Não é diferente com a aluna Aline Franco, atualmente está cursando o 5º semestre de jornalismo, é voluntária do Dacs (Diretório Acadêmico de Comunicação Social)

Taynara Ramos e Tiago Fontenele

a alcançar conteúdos e obter conhecimentos. Expressa que estar na sala de aula lhe faz bem, pois pode debater seus conhecimentos com os professores e alunos, considerando essencial para melhorar a transmissão do ensino do ‘professor’, profissão na qual acha bonita pelo fato deste profissional ter uma grande responsabilidade. Relembra que em seu tempo de criança seu sonho era ser professora, pois sempre teve vontade de transmitir informações para seus futuros alunos e enfatiza que não é por acaso que estuda jornalismo. Encerrando a entrevista conclui afirmando que” não há coisa melhor do que aprender, pois é o conhecimento que nos leva além do que possamos imaginar”.

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Márcia Reinaldo

Estudantes do segundo semestre de jornalismo produzindo a revista Nova Expressão na disciplina de fotojornalismo


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