Diverso

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É por isso que as nossas atividades estão sempre em sintonia com as ações da maior e melhor instituição de ensino superior do Ceará, a UFC. Participe dos nossos programas de qualificação, profissionalização e especialização.


EDITORIAL

Revista Diverso é parte da avaliação da disciplina de Projeto Gráfico 2 do Curso de Design Gráfico e Produto da Universidade Federal do Ceará Reitor Prof. Jesualdo Pereira Farias Vice-Reitor Prof. Henry Campos Reitoria Av. da Universidade, 2853 60020-181 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3366 7300 E-mail: reitor@ufc.br Departamento de Arquitetura e Urbanismo Chefia: Daniel Cardoso Subchefia: Clarissa Sampaio Fone: (85) 3366 7490 E-mail: dauct@ufc.br Coordenação de Design Coordenadora: Aléxia Brasil Vice-coordenadora: Cláudia Marinho Fone: (85) 3366 7491 Revista Diverso Av. da Universidade, 2890 Benfica - Fortaleza - Ceará CEP: 60020-181 Fone: (85) 3366 7491 Disciplina de Projeto Gráfico 2 Camila Barros Fone: (85) 3366 7491 E-mail: camilabfb@gmail.com Projeto Gráfico Lorrine Sampaio Marina Pires Rafael Cavalcante Textos Internet Fotos Bancos de imagens Diagramação Rafael Cavalcante Tiragem Por demanda Periodicidade Mensal

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Caros amigos, a estrutura atual da organização auxilia a preparação e a composição das condições financeiras e administrativas exigidas. Por outro lado, a complexidade dos estudos efetuados nos obriga à análise do fluxo de informações. Neste sentido, a valorização de fatores subjetivos exige a precisão e a definição do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades. É claro que a contínua expansão de nossa atividade garante a contribuição de um grupo importante na determinação das posturas dos órgãos dirigentes com relação às suas atribuições. O cuidado em identificar pontos críticos no novo modelo estrutural aqui preconizado promove a alavancagem das diversas correntes de pensamento. A prática cotidiana prova que o início da atividade geral de formação de atitudes assume importantes posições no estabelecimento das direções preferenciais no sentido do progresso. Percebemos, cada vez mais, que o entendimento das metas propostas ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência. As experiências acumuladas demonstram que a consolidação das estruturas representa uma abertura para a melhoria das regras de conduta normativas. Acima de tudo, é fundamental ressaltar que a necessidade de renovação processual oferece uma interessante oportunidade para verificação das novas proposições. O incentivo ao avanço tecnológico, assim como o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação acarreta um processo de reformulação e modernização das condições inegavelmente apropriadas. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, uma vez que o consenso sobre a necessidade de qualificação pode nos levar a considerar a reestruturação da gestão inovadora da qual fazemos parte. O que temos que ter sempre em mente é que o fenômeno da Internet causa impacto indireto na reavaliação dos modos de operação convencionais. Podemos já vislumbrar o modo pelo qual o acompanhamento das preferências de consumo não pode mais se dissociar de todos os recursos funcionais envolvidos. Assim mesmo, a constante divulgação das informações aponta para a melhoria do orçamento setorial. Todavia, o comprometimento entre as equipes apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção de alternativas às soluções ortodoxas. Fulana Sicrana Editora da Revista Diverso

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FLUXOGRAMA

Persona

Uma entrevista com o fotógrafo Tom Bianchi, que registrou nos anos 70 uma das mais exclusivas comunidades homossexuais do mundo

Em trânsito

Notícias rápidas sobre o mundo contemporâneo e sua diversidade de culturas

Arte moderna

Como a CIA fez uso do movimento de arte modernista para ajudar nos seus objetivos

Sociedade cosmopolita

Hoje as pessoas estão cada mais vez mais distantes diante de uma sociedade cada vez mais conectada. E essa a solução?


FLUXOGRAMA

Cavernas em madeira O brasileiro Henrique Oliveira é um dos nomes de destaque na Mostra de Frankfurt

Inovare

A tecnologia e os novos usos da ciências nas artes e no cotidiano

(Re)começo

A história da fotógrafa que ajuda a achar novos lares a cães abandonados


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DIVERSIDADE

Tom Bianchi fotografou seu paraíso gay antes que ele desaparecesse para sempre Por Elektra Kotsoni Fotos de Tom Bianchi

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Feche os olhos e imagine que você está na festa dos seus sonhos. Todos que você ama e de quem gosta estão à sua volta, a música que você adorava na adolescência está tocando e não existem bad trips. Você dança, ama, rodopia e ama mais um pouco. Daí todos os seus amigos morrem. Sei que é pesado, mas foi mais ou menos o que aconteceu com Tom Bianchi no começo dos anos 80 quando a AIDS apareceu. Também é o tema de seu novo livro, Fire Island Pines – Polaroids 19751983, uma seleção de fotos tiradas numa pequena parte de Long Island chamada Pines, que funcionou como uma espécie de utopia da vida real para uma grande comunidade de homens gays incrivelmente bonitos e carismáticos dos anos 70. Aliás, você já deve ter reconhecido

o nome Tom Bianchi, pois ele tem participado de maneira importante na tarefa de fazer do mundo em que vivemos um lugar mais legal do que era antes. Bianchi, que no começo dos anos 70 também trabalhou como advogado em Nova York e Washington, passou a maior parte da vida lutando contra a AIDS e contra as atitudes bizarras que os heterossexuais têm em relação à cultura gay. Ele é cofundador de uma companhia de biotecnologia que pesquisa medicamentos para a AIDS e, se ele quiser, também pode se gabar de um longo catálogo de fotografias incrivelmente carinhosas, poesia e trabalhos em vídeo. Usando o lançamento de seu novo livro como desculpa, liguei para ele para conversar sobre desejo e também para crescer um pouco.

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PERSONA

DIVERSO: Oi, Tom. Como vai? Tom Bianchi: Muito bem, acabei de tomar um delicioso café da manhã na piscina. Estou pronto para começar. OK, vamos lá. Você pode começar contando como o livro surgiu? Você precisa visualizar que cresci e saí do armário na região central dos Estados Unidos numa época muito diferente da sua. O mundo em que vivíamos nos considerava uns pervertidos. Logo, o brilho de Fire Island existia justamente porque o lugar foi construído por pessoas que imaginavam um mundo diferente e resolveram criá-lo. Entalhamos um lugarzinho só para nós, onde pudéssemos ficar seguros, rir e brincar uns com os outros na praia sem nenhum tipo de julgamento ao nosso redor. E isso atraiu os melhores e mais brilhantes gays dos Estados Unidos — particularmente, por causa da proximidade com Nova York, o centro de muita cultura, moda, estilo e cinema. Foi uma época muito glamorosa. A criação dessa vizinhança foi planejada ou circunstancial? A ilha é uma barreira de 58 quilômetros de comprimento que fica a quilômetros de Long Island, separada em pequenas comunidades por uma extensão de dunas. Os Pines, que é uma dessas pequenas vilas, é uma rede de 1,6 quilômetros de extensão de passarelas conectando cerca de 600 casas construídas com postes telefônicos enterrados na areia. Naquela época, alguns corretores de imóveis começaram a construir nesse terreno virgem, e aconteceu que o lugar começou a atrair nova-iorquinos boêmios; escritores e artistas que vinham viver em pequenas cabanas. Não era para ser uma comunidade gay, mas depois fez sentido que isso tenha se transformado em nossa casa.

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E você estava lá, com uma câmera Polaroid novinha em folha. Eu era advogado da Columbia Pictures na época. Numa conferência executiva em Miami, todos ganhamos Polaroids SX-70. Era uma coisinha pequena, de plástico, que levei comigo para Fire Island mais tarde e comecei a tirar fotos de meus amigos. Na época, as pessoas não eram assumidas, então, como você pode entender, todos eram muito cautelosos ao serem fotografados. O mais importante da câmera é que ela me permitia tirar uma foto e, minutos depois, colocá-la na mesa para que todos a vissem. Isso deixava as pessoas mais confortáveis e logo formei a intenção de mostrar ao mundo quão incrível era a capital da Gaylândia. Ou, pelo menos, a parte mais provinciana dela [risos]. Folheando o livro, é impossível não reparar em como todo mundo era incrivelmente bonito. Bom, são dois os motivos. Os gays da minha geração eram chamados de pansies ou poofs. Crescemos com sentimentos muito negativos sobre nós mesmos. Foi também nessa época que cada vez mais pessoas começaram a descobrir as academias. E cada vez mais caras foram da aparência comum para “Meu Deus, que gato!”, e, meio que sem pensar, todo mundo tentava ter o corpo o mais próximo do perfeito possível. De repente, emergiu essa comunidade de homens realmente bonitos e todos eles lotavam aviões, trens e ônibus para Fire Island todo final de semana. Ao mesmo tempo, eu queria que meus parceiros fossem homens realmente bonitos e sensuais. Nunca quis que achassem que eu estava usando minha câmera para seduzir as pessoas, então, a maior parte das fotos íntimas são de gente com quem eu tinha relações.

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Dá para perceber. Os modelos de suas fotos parecem muito à vontade com seus corpos e com a lente. Não sei se me sentiria tão confortável em posar nua para alguém com quem não estivesse transando. Você precisa saber que será amado, não explorado. Falando sobre nudez, na introdução do livro você relembra um episódio em que um cara se aproximou de você na praia enquanto você fotografava conchas, propondo que você tirasse algumas fotos sensuais dele. Em outro ponto do livro, você menciona que Sam Wagstaff também lhe disse para deixar o livro mais explícito depois de ter visto a primeira edição. Você acha que essa insistência das pessoas com nudez tem algo a ver com o fato de que a comunidade teve que reprimir sua identidade por tanto tempo? Sim, com certeza, essas foram histórias pessoais de transformação. Desenvolvemos esse senso de comunidade e começamos a nos ver como pessoas realmente especiais, indispensáveis para a cultura em que vivíamos. E, no final das contas, o que nos unia era o desejo. Íamos para esse lugar transar com caras divertidos por quem nos sentíamos atraídos. Íamos pelo sexo e pela dança. Você dançava até achar o parceiro que ia preencher sua cama naquela noite. O desejo é mais profundo do que a gravidade. A gravidade simplesmente mantém os planetas unidos, o desejo une os humanos para que assim eles possam criar coisas juntos. A importância da nudez e o poder do desejo físico que nos uniu não podem ser subestimados. E, então, apareceu o HIV. A sensação que tive ao ler seu livro é que a doença fez o movimento pelos direitos gays retroceder em alguns anos. Acho que foi o oposto. Acho que

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o que aconteceu foi que éramos garotos festejando, achando que éramos intocáveis e imortais. A AIDS nos forçou a crescer. Foi um despertar, então? Foi um despertar. Não que estivéssemos fazendo algo errado. Estávamos fazendo o que garotos fazem. Estávamos jogando, e é muito importante aprender a jogar. O que a AIDS fez foi mudar completamente a maneira como víamos a nós mesmo. Ao mesmo tempo, os heterossexuais também começaram a reconhecer o horror de sua discriminação. Histórias começaram a circular sobre pessoas com HIV positivo sendo expulsas de casa, de suas

comunidades e não sendo aceitas em hospitais. Meus olhos ficam cheios de lágrimas quando falo disso porque foi um holocausto. Era inacreditável. Tivemos que nos posicionar e fazer alguma coisa a respeito. E você fez. Muitos se levantaram na ocasião para lutar contra isso. Nosso grupo em Los Angeles, por exemplo, formou uma companhia de biotecnologia para desenvolver novas terapias para tratar o HIV. Passei sete anos intensos da minha vida financiando esse esforço e a pesquisa. Mas tudo isso mudou nosso foco. E tem mais, na época em que o fiz, não consegui que o livro sobre Fire

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Island fosse publicado. Ele era considerado gay demais. Quando David Peterson, meu parceiro na época, morreu de AIDS em 1988, decidi fazer um livro como um memorial e testemunho de que ainda estávamos vivos e éramos essenciais. Aquele livro foi Out of the Studio. Fotografei em preto e branco porque achei que sairia mais barato do que um livro em cores. Eu estava errado. De qualquer maneira, Out of the Studio se tornou um grande sucesso e a razão disso foi porque éramos uma comunidade profundamente em luto e com um medo enorme. Aquele livro foi uma mensagem de esperança. Ele dizia: Continuamos intactos, continuamos belos, continuamos poderosos e vamos conseguir superar isso. E todos os livros lançados

depois desse são sobre esse tipo de autocapacitação. O que aconteceu com Pines? Logo depois do surto, deixamos a cidade em estado de choque, pois nossos amigos começaram a morrer um por um. Quando voltávamos para lá de vez em quando, a conversa sempre girava em torno de “Você ouviu o que aconteceu com Fulano?”, e se tornou algo impossível de absorver, então eu me afastei. Voltando para minha casa em Pines um pouco depois, só senti que... Meus amigos tinham partido. Acabei te deixando deprimido. Vamos terminar de um jeito feliz. Conte uma história engraçada sobre Pines.

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OK, são muitas. Essa foi uma das primeiras vezes em que estive lá. Esses caras estavam dando um jantar na casa deles. Eles tinham preparado peru havaiano com pedaços de abacaxi. Depois do jantar, um dos caras trouxe uma cadeira dobrável, colocou em cima da mesinha de centro e colocou um disco de música havaiana para tocar. Aí esse outro cara saiu do quarto, usando um daqueles maiôs dos anos 30 e uma daquelas toucas de natação de borracha dos anos 50 com cachos em relevo. E ele começou a fazer um número aquático da Esther Williams na cadeira. Foi lindo. E naquela hora eu pensei: Isso é loucura. E é isso que quero fazer da minha vida. Quero estar cercado por essas pessoas loucas, lindas e maravilhosas.

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EM TRÂNSITO

Os animais mumificados de Nick Brandt no Lago Natron O fotógrafo Nick Brandt tirou fotos dos animais que morrem no mortal Lago Natron, no norte da Tanzânia. Os níveis de alcalinidade são tão altos que os transformam em estátuas, preservando-os para sempre. No entanto, não se sabe “por que” ou “como” os animais morreram. Embora seja triste, é um olhar para um mundo nunca visto antes.

Manipulações Surreais de Miguel A. Cuesta Conheça o trabalho sombrio e fascinante do fotógrafo Miguel A. Cuesta de Málaga, na Espanha. Para fotografar Miguel utiliza uma uma lente antinga acoplada a sua camera digital e algumas vezes, quando essa companheira não está presente ele utiliza até mesmo seu celular. Suas fotografias são caracterizadas, além dos claros e escuros, por muito experimentalismo. O fotógrafo contou que sua inspiração vem das

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perguntas sem resposta, o que explica seu fascínio pela pelo o obscuro, pelo caos e pelas questões da vida e da morte. Ao serem manipuladas suas imagens ganham um teor surreal e fantasmagórico. Bastante ruído visual e uma granulação impecável dão ao seu trabalho um charme vintage único. Segundo Miguel, a edição é essencial em sua obra, é o que torna possível plasmar sua imaginação através de imagens.

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EM TRÂNSITO

O belíssimo e moderno Museu Marítimo Dinamarquês O Estúdio b i g em colaboração com Kossmann DeJong, Rambøll, Freddy Madsen e Kibisi concluiu o Museu Marítimo Nacional Dinamarquês, em Helsingor. Combinando os elementos históricos existentes com um conceito inovador de galerias e formas de navegação, o sistema reflete o papel histórico e contemporâneo da Dinamarca como uma das principais nações marítimas do mundo. Localizado a 50 km ao norte de Copenhague, os 65.000 m² do museu estão situados próximo a um dos edifícios mais importantes da Dinamarca, o Castelo de Kronborg, um patrimônio mundial da Unesco.

Com criatividade, veterinários criam perna biônica de Lego Schildi foi abandonado solução para o pequeno pelas ruas da Alemanha. problema. Com muita Ao ser encontrado em criatividade e peças de estado deplorável, os Lego, Azmanis criou médicos diagnosticaram uma “perna biônica” que não seria possípara a tartaruguinha. vel salvar sua perna e As peças são presas na tiveram que amputá-la. casco do animal com Calma, leitor, não se cola cirúrgica, para que desespere. Tudo acabou assim possam ser trocabem. A tartaruga Schildi das de acordo com seu foi bem cuidada pelo crescimento. vetérinário Panagiotis Azmanis, que achou uma

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A arte moderna usada como arma da CIA Por décadas no circuito da arte, o assunto sempre foi um rumor ou piada, mas agora é fato confirmado. Por Pedro Pezte

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A CIA usou a arte moderna americana — incluindo trabalhos de artistas renomados como Jackson Pollock, Robert Motherwell, Willem de Kooning e Mark Rothko — como arma na guerra fria, fomentando e promovendo a pintura expressionista abstrata americana em todo o mundo, há mais de 40 anos. Entre as décadas de 50 e 60, a grande maioria dos americanos desprezava a arte moderna. O então presidente Harry S. Truman, resumiu o ponto de vista popular : “Se isso é arte, então eu sou um hotentote (membro dos hotentotes, povo nômade do sul da África)”. Quanto aos próprios artistas, muitos eram ex-comunistas, e certamente não era o tipo de pessoa que o governo dos EUA apoiaria. Por que a CIA os ajudou? Porque na guerra publicitária, esse novo movimento artístico poderia ser uma prova da criatividade, liberdade intelectual e do poder cultural americano. A arte russa, encalhada na ideologia comunista fe-

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chada, não poderia competir. A decisão de incluir cultura e arte no arsenal americano da guerra fria, foi tomada assim que a CIA foi fundada, em 1947. Impressionada com o poder que o comunismo ainda exercia sobre alguns intelectuais e artistas do ocidente, a agência criou uma divisão, a “Propaganda Assets Inventory”, que em seu auge poderia influenciar mais de 800 jornais, revistas e organizações públicas. O próximo passo veio em 1950, quando a Divisão de Organizações Internacionais foi instituída por Tom Braden. Foi este escritório que subsidiou a versão animada de “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, e também patrocinou artistas de jazz americanos e recitais de ópera. Seus agentes foram colocados na indústria cinematográfica, em editoras, e até no guia Fodor (um dos primeiros guias de viagens do mundo). Um ex-oficial do caso, Donald Jameson, quebrou o silêncio: “Quanto ao expressionismo abstrato, eu adoraria dizer que a CIA o inventou só para ver o que aconteceria em Nova Iorque e no centro da SoHo!” brinca. “Mas acho que o que fizemos realmente, foi reconhecer a diferença. Foi reconhecido que o expressionismo abstrato era o tipo de arte que faria o realismo socialista parecer muito mais estilizado, rígido e confinado do que era.” A peça central da campanha da CIA se tornou o Congresso para a Liberdade Cultural, uma grande reunião de intelectuais, escritores, historiadores, poetas e artistas (eles não sabiam de nada) que foi posta em prática e financiada pela agência. Esse foi o front ideal para cobrir seus interesses no expressionismo abstrato. Foi também o patrocinador oficial das exposições e suas turnês, estas, visitaram todas as grandes cidades europeias na época. As obras eram caras para transportar e expor, logo, milionários e museus foram chamados no jogo. Preeminente nisso, foi Nelson Rockefeller, no qual a mãe foi co-fundadora do MoMA. Como presidente do que ele chamava de “Museu da

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mamãe”, Rockefeller foi um dos grandes apoiadores do expressionismo abstrato. Seu museu foi contratado pelo Congresso para a Liberdade Cultural, para organizar e fazer a curadoria da maioria das exposições mais importantes. O museu foi também linkado à CIA por várias outras ligações. William Paley, o presidente da CBS e um dos fundadores da CIA, fazia parte do conselho de membros do intercâmbio de obras do museu. John Hay Whitney, que serviu a predecessora da agência nos tempos de guerra, a OSS, foi presidente. E Tom Branden, principal fundador das Divisões de Organizações Internacionais da CIA, foi secretário executivo do museu em 1949. Agora, nos seus 80 anos, o Sr. Braden vive em Woodbridge, numa casa cheia de obras expressionistas abstratas, guardadas por enormes pastores-alemães. Ele explicou os objetivos da Divisão de Organizações Internacionais: “Nós procuramos unir todas as pessoas que eram escritoras, todas que eram músicos, todas que eram artistas, para demonstrar que o Ocidente e os EUA eram devotos da liberdade de expressão e da conquista intelectual, sem barreiras rígidas como “o que você deve escrever”, o que você deve dizer, o que você deve fazer, e o que você deve pintar, como acontecia na União Soviética.” “É preciso um papa ou alguém com muito dinheiro para reconhecer a arte e apoia-la.”, diz Branden, “E depois de muitos séculos, as pessoas dizem, ‘Oh! Eis aqui a Capela Sistina, a mais bela criação na Terra!’. É algo que a civilização enfrenta desde sempre, desde o primeiro artista e o primeiro milionário ou papa que o apoiou. E ainda assim, se isso não tivesse sido feito, nós não teríamos tido a arte”. Poderia ter sido o expressionismo abstrato, o principal movimento artístico pós-guerra sem esse patrocínio? A resposta provavelmente é sim. Igualmente, é errado achar que quando você observa uma obra expressionista abstrata, está sendo enganado pela CIA.

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Cidadania cosmopolita Progresso ou retrocesso?

por José Carlos Borges fotos por Fabian Oefner

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A sociedade contemporânea testemunha a era das grandes revoluções, especialmente na área tecnológica. O mundo tornou-se uma aldeia global. A aldeia da troca de informações, das negociações econômicas, das comunidades virtuais. O homem e a mulher não são cidadãos apenas da sua cidade, mas do mundo. É assim que cada um deve se sentir e agir, como um cidadão cosmopolita, responsável pelo que acontece em sua volta e do outro lado do mundo. A mundialização é responsável por interferir nos elementos culturais, étnicos, religiosos e de gênero. O “uno” cedeu lugar ao “pluri”. Os espaços geográficos não são mais considerados como barreiras para os diversos tipos de relações. Somos transportados para outros espaços sem nos levantarmos do sofá, sem sair na rua, sem comprar uma passagem e nem tirar passaporte. Essa é uma realidade que se torna cada vez mais abrangente, a partir das políticas de inclusão. Sabe-se que há muitos elementos

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negativos disseminados a partir da mundialização. Um exemplo bem significativo é a aculturação que sofrem os países subdesenvolvidos pela imposição das culturas hegemônicas. Corremos o risco de perder a nossa identidade, somos sufocados pela mídia veiculadora de uma ideologia da classe dominante. É muito comum encontrarmos empregados com pensamentos de patrões, dominados com pensamento de dominadores, defendendo uma causa que não é a sua. Sobretudo, não adianta gastarmos as nossas preciosas energias e conhecimentos enumerando a face negativa da globalização, afinal precisamos descobrir o seu lado positivo e utilizá-lo para construirmos um mundo mais justo. Em que as pessoas tenham seus direitos garantidos pelas Constituições, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Declaração Internacional Humanitária, respeitados e efetivados em seu cotidiano. Afirmo que a cidadania cosmopolita é um progresso para a humanidade

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por entender que se vivemos numa aldeia global precisamos nos sentir responsáveis pelos acontecimentos. Essa responsabilidade abrange aspectos sociais, ecológicos, étnicos, de gênero, entre outros. É nesta perspectiva que entra em ação o Direito Internacional dos Direitos Humanos. Para ter direito a esses Direitos basta apenas ser uma pessoa. Para Eduardo Suplicy é mundial a preocupação em minimizar a pobreza resultante das más distribuições de renda e da desigualdade social, conseqüência de um sistema neoliberal. Neste sentido, o alvo foi sempre criar uma rede de proteção social para as pessoas mais pobres, a partir de uma transferência de renda. Fazer parte dessa rede é agir com responsabilidade diante de uma problemática mundial, é agir como um cidadão cosmopolita e contribuir para o progresso da humanidade. A cidadania cosmopolita gera uma rede de solidariedade diante de algumas situações de comoção social. Não dá

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para ficar sentado de braço cruzado diante da TV, enquanto uma mulher é espancada a cada 15 minutos. Precisamos fazer alguma coisa, podemos fazer algo para mudar essa realidade. No caso dos 11 de setembro, o atentado a torre gêmeas, o mundo tremeu, nos solidarizamos com aquelas vítimas, as suas famílias, experimentando uma solidariedade que ultrapassa as identidades culturais. Conforme Vieira: Enquanto na formação das nações o sentimento de pertencimento limitavase a um povo culturalmente definido no plano de integração social do Estado nacional, o estudo sobre a questão das minas terrestres nos revela um movimento claro de extensão, de transformação destes elementos identificadores de um povo e de formação da solidariedade em limites que extrapolam as identidades nacionais para uma identidade coletiva muito mais identificada com a raça humana em si. (66) Recentemente Santa Catarina foi arrasada pelas enchentes, muitas pessoas

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morreram e as sobreviventes ficaram numa situação lastimosa. Foi bonita como a solidariedade rompeu as fronteiras, muitas pessoas se mobilizaram para enviar suas contribuições. Ser um cidadão cosmopolita é ser um cidadão do mundo. Sujeito construtor de uma realidade mais humana, interventor nas decisões que diz a respeito ao rumo da humanidade a partir das organizações. Assim como afirma Vieira: “Com informação disponível e uma autoconsciência de identidades pluralistas, a sociedade civil global ou transnacional tem mais facilidade de se estabelecer em redes, com ações estratégicas coordenadas internacionalmente e obter influencia mundial, como é o caso da ICBL” (66). A organização da sociedade civil dentro de um país é fundamental para intervir nas decisões políticas que diz respeito ao interesse coletivo. Essas organizações precisam ultrapassar as fronteiras do seu país e se conectar a partir de redes organizadas para se

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tornar mais forte e assim fazer valer os Direitos Humanos. Por outro lado, pode-se cogitar que um cidadão do mundo não dará conta de resolver os seus problemas locais. Se levarmos em consideração que muitas vezes um cidadão não resolve um simples problema de seu bairro, como poderá influenciar em decisões internacionais, que envolve as grandes potências mundiais. Para Vieira: De fato ainda não conhecemos os deveres e as obrigações decorrentes da condição de estarmos nos tornando cidadãos do mundo. Pois, da mesma forma com que muitas vantagens na forma de reconhecimento de novos direitos, novas responsabilidade também surge em contrapartida. (83) Ainda não sabemos exatamente quais serão as obrigações de um cidadão do mundo, esse é um grande percalço e pode ser um retrocesso. As responsabilidades podem ser bem mais vastas de que as vantagens, não são sensatas nos arriscarmos tanto.

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É ingenuidade pensar que um latino americano deva se preocupar com o que está acontecendo na Europa, não já temos problemas demais para se envolver com os dos outros? Ser um cidadão do mundo pode ser um progresso para quem mora no Primeiro Mundo que não enfrenta grandes problemas, pode se preocupar com os outros. Além disso, ainda há outros fatores que contribuem para que os cidadãos dos países ricos possam agir: possuem mais recursos, mais conhecimento e influência. No entanto, um cidadão do mundo torna-se mais forte, pois ele deixou de ser sozinho e passou a dividir os seus problemas com outros cidadãos cosmopolitas, conectados a partir de uma rede estratégica organizada que não negarão esforços para resultados êxitos nas diversas situações. Um latino americano deve se preocupar com o que está acontecendo na Europa, porque de certa forma esses fatos influencia nas decisões que deverão ser tomadas aqui. Os problemas

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existentes em nosso continente só entrarão em pauta se estivermos organizados nesta rede, se formos cidadãos cosmopolitas. A pobreza, as drogas, a corrupção, a degradação do meio ambiente são problemas mundiais que envolvem todas as pessoas, por isso é uma responsabilidade de todos. A influencia democrática das sociedades civis sobre o mundo depende da construção de referenciais coletivos capazes de mobilizar os cidadãos a lutar pela sua participação direta nas decisões que englobam o interesse de todos. Um cidadão cosmopolita é um cidadão coletivo que se mobiliza para garantir o bem estar de todos. A humanidade só tem a progredir se as pessoas se conceberem como cidadãos do mundo, capazes de construir uma história em que as diferenças venham a ser elemento de orgulho e riqueza e não de desigualdade.

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A poiesis dos tapumes A arte urbana de Henrique Oliveira

por Aracy Amaral

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Henrique Oliveira é, definitivamente, um artista da geração plena do consumo urbano, suburbano, periférico, conforme nos assinalam seus materiais e a forma de utilizá-los - e desprezá-los - após sua apresentação em eventos ou exposições. Suas primeiras e fortes instalações se dão sobre o muro, ou a parede; ou posteriormente, na Bienal do MERCOSUL (2009), brutalmente construída, como colada, sobre a fachada de uma residência de inícios do século XX em Porto Alegre, no sul do Brasil. Em sua trajetória, num segundo momento, emerge, como natural desenvolvimento na seqüencia de exposições individuais, o objeto escultórico, paralelamente à instalação e à pintura, como uma derivação das tridimensionais de parede. Assim, nos últimos anos, o processo de trabalho de Oliveira passou por uma alteração. Antes era o dejeto. Hoje, o material “construtivo” ressalta em suas criações. O que teria mudado? Na verdade, o dejeto cedeu lugar à “epiderme urbana”. As instalações mais gritantes e rasgadas cedem, aos poucos, lugar a construções de formas mais modeladas. Isso sem alterar o fato de que, como diz ele, seu trabalho ser sempre “sobre criar tensão no espaço”, e ser um meio-caminho “entre pintura, arquitetura

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e escultura” (entrevista a Kimberly Davenport, Rice Gallery, Houston, 2009). Ou seja: ele se relaciona com cada uma dessas artes, em sua necessidade de “encontrar os limites do espaço”. Mas no processo atual, já ocorre uma sistemática: depois dos desenhos preparatórios, procede à colocação da armação e ao inicio da composição com o compensado flexível com parafusos, antes do revestimento da peça com papelão embebido em cola. A aplicação visível de lascas de compensado ou de fitas de compensado fino flexível, portanto, material industrializado novo e não mais apenas dejetos construtivos, vão sendo grampeados com cola sobre as estruturas, esses grampos retirados após a secagem da goma. Oliveira enfatiza o hibridismo de materiais que caracteriza esta fase atual: “As lâminas de madeira que recobrem estas peças ainda são recolhidas do lixo. O que mudou do início das instalações da série Tapumes para hoje, foi o uso adicional de elementos construtivos que me permitiram maior controle e plasticidade para o desenvolvimento de formas mais complexas. Os tubos de PVC, o papelão, a cola, os parafusos e principalmente o compensado flexível, estes sim, são materiais industriais novos. São usados para construir as peças, pois que as lâminas de compensado usado só entram no final, revestindo tudo como uma “epiderme urbana”(depoim.cit.). Outro dado relevante a nos chamar a atenção é sua capacidade de enfrentar um espaço, a liberdade de pensar “macro”, de conceber sua transfiguração através de projetos como o do Smithsonian Institution, (Washington, 2010), ou sua inserção/ fusão com a arquitetura (Bienal de Monterrey, 2009). Ou ainda ao demonstrar a fusão de seus delírios cromáticos pintura/tridimensionais (Rice Gallery, Houston, 2009). E a cor ? Como chega a pintura visível sobre essas formas ondulantes, viscerais ou barrocas ? Ora, a paleta do pintor está no chão, como diz ele, no piso, ordenadamente disposta em tiras, a cor sendo pinçada

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ESCULTURA

pelo artista na medida do progresso da montagem da peça. Daí porque, concluímos, ser provavelmente uma de suas maiores dificuldades a determinação do encerramento do trabalho. Mencionamos considerar Oliveira um artista eminentemente urbano. Pelo caráter construtivo de sua obra, ostentando ao mesmo tempo uma organicidade agressiva que nos atraiu desde o primeiro instante, por se distinguir da fatigada academia concreta/neoconcreta/conceitual em que ainda hoje está tão mergulhada a arte brasileira desde os anos 50-60. Ao mesmo tempo, pela escala e manualidade de execução de seus trabalhos, amplos e espaciais, parece distante de seus contemporâneos brasileiros. Embora egresso de uma escola de artes visuais, onde é clara a preponderância de professores de tendencias antes formalistas que expressivas, há um teor arquitetônicoconstrutivo em suas concepções que nos remetem às audácias plásticas de um Frank Gehry, ao mesmo tempo que a recorrência e manipulação de materiais descartáveis parecem nos assinalar uma certa afinidade com a “ arte povera”, especificamente urbana como a de Jacques Villeglé ou de Mimmo Rotella dos anos 60. Falamos de um artista muito jovem, com trajetória dinâmica, procedente de um país aberto e ansioso pelo novo. Henrique Oliveira analisa o espaço e o povoa, desconstruindo-o de maneira passional. E com técnicas e materiais heterogêneos reconstrói esse espaço com uma carga de energia incomum, formas em constante mutação. Não é uma bela aposta?

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INOVARE

Artista usa impressora 3D para fazer rostos

criados a partir de aplicativos, softwares diferentes de tratamento digital. Em seguida imprimiu eles usando uma impressora 3D. O resultado é uma série de máscaras com características únicas de cada computador utilizado. O trabalho, chamado de Replicants (Replicantes),tem como objetivo replicar a realidade, tanto quanto possível, interferindo o mínimo com os Lorna Barnshaw montou uma coprocessos tecnológicos de transforleção de autorretratos criados a partir mação de imagem, mas usando os filde aplicativos, softwares diferentes tros digitais para trazer estas imagens de tratamento digital. Em seguida imde volta ao mundo físico. A pesquisa primiu eles usando uma impressora 3D explora o fornecimento constante de A artista inglesa Lorna Barnshaw avanços digitais e sua assimilação na montou uma coleção de autorretratos vida diária.

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(RE)COMEÇO

Uma fotógrafa e uma missão: um novo lar para cães

Karsten encontrou um lar

Rose encontrou um lar

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No ano passado, a professora e fotógrafa Shannon Johnstone, seguindo exemplos de outros fotógrafos ao redor do mundo, começou sua própria série para ajudar cães de canis. A série chamada Landfill Dogs dura 18 meses e retrata um cão do Wake County Animal Center, na Carolina do Norte, por semana. “Estas não são apenas imagens bonitos de cães. Estes são os cães que foram abandonados por pelo menos duas semanas, e agora enfrentarão a eutanásia, se não encontrarem um lar. A cada semana, por 18 meses ( final de 2012 e início de 2014), eu trago um cão do abrigo de animais do condado e fotografo ele ou ela no aterro sanitário local. O aterro é utilizado por duas razões. Em primeiro lugar, este é o lugar onde os cães vão acabar se não encontrarem um lar. Os corpos serão enterrados no aterro entre o nosso lixo. E estas fotografias oferecerem a última oportunidade para eles encontrarem um lar. A segunda razão para a localização do aterro é porque o abrigo de animais do condado cai sob a mesma gestão como o aterro sanitário. Esta estrutura de governo reflete um valor social: gatos e cães desabrigados são apenas mais um fluxo Milk Duds encontrou um lar de resíduos. No entanto, esta paisagem oferece uma metáfora de esperança. É um lugar de lixo que foi transformado em um lugar de beleza. Espero que o espectador também veja a beleza nestes desabrigados, criaturas sem amor. Como parte deste processo fotográfico, cada cão recebe um passeio de carro, e outro a pé, trata-se de cerca de 2 horas de atendimento individual muito necessária. Meu objetivo é oferecer uma cara individual para as almas que se perdem por causa da superpopulação animal, e dar a estes animais uma última chance. Este projeto vai continuar por um ano, para que possamos ver a mudança de paisagem, enquanto o fluxo constante de cães continua o mesmo.”

Dominic encontrou um lar

Miss Claus encontrou um lar

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Conexão direta entre Pesquisador e Universidade A Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura apoia, há 34 anos, projetos de ensino, pesquisa, extensão e cultura na Universidade Federal do Ceará, valorizando o saber e preparando estudantes e profissionais para o futuro.

www.fcpc.ufc.br



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