Lona 932

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

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Ano XV > Edição 932 > Curitiba, 17 de setembro de 2014

Caso do Estado Islâmico expõe perigo para jornalistas EDITORIAL “A simples ideia de querer cobrar à parte um valor a mais por ˜benefícios˜ que são direitos é ultrajante.” p. 2

Foto: Samir Nosteb

OPINIÃO

Batel é movimentado por feiras, vida noturna agitada e dias de sossego

Conheça um pouco mais do bairro que começou sua história como uma zona rural e aos poucos entrou no ritmo da capital paranaense p. 4

“Se não há matrículas, não há alunos e, consequentemente, as verbas serão reduzidas cada vez mais.” p. 2

#PARTIU Exposição leva visitantes a viajar pelas fotografias e memórias da antiga Estrada do Mato Grosso. p. 6

Foto: Germano Assad

Após a divulgação de vídeos com decapitações de jornalistas, executadas pelos jihadistas do Estado Islâmico durante conflito armado, p.3 oficina realizada pelo Médicos Sem Fonteiras abordará o tema COLUNISTAS Cleberton Mendes “Dá para recuperar um pouco do que o atleta não tem mais capacidade de fazer dentro do campo usando sua imagem como garoto propaganda. Vendendo p. 5 camisas, atraindo a torcida.” Luiza Romagnoli “‘Como assim, Odin, que o iPhone não é o melhor celular ever?’. Bem querido gafanhoto, te darei 9 motivos (segundo o site TecMundo) para você ir correndo trocar seu iPhone por p. 5 um Android.”


LONA > Edição 932 > Curitiba, 17 de setembro de 2014

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EDITORIAL

Vizinhança participativa, governo ausente Foi aprovado no dia 15 de setembro o projeto de lei Vizinhança Participativa, na Câmara de Vereadores de Curitiba. O projeto, de autoria do vereador Jonny Stica (do PT), seguiu para aprovação do prefeito Gustavo Fruet. Segundo a redação final do projeto, intervenções públicas, supostamente não contempladas no orçamento público, teriam seus custos compartilhados entre poder público e população. Obras como asfaltamento, calçamento, iluminação pública, acessibilidade, áreas verdes e de lazer encabeçam a lista de intervenções consideradas ˜benfeitorias úteis˜. O percentual do valor a ser dividido não foi definido pelo projeto, e deve ser detalhado durante sua regulamentação. O projeto estabelece, ainda, que a obra só será realizada se, no mínimo, 60% da população ˜beneficiada” concordar com a realização. Essa confirmação seria feita por meio de uma audiência pública. Obras relativas à saúde e educação não podem ser incluídas por tratarem-se de “elevado interesse social”. Os cidadãos com baixa renda não seriam obrigados a colaborar com o projeto. Ruas asfaltadas, devidamente calçadas e bem iluminadas são elementos essenciais - e mínimos - para garantir uma boa qualidade de vida aos cidadãos. Itens básicos como esses asseguram maior segurança para quem transita em via pública, seja evitando acidentes de trânsito, ou garantindo que os pedestres não caiam e venham a se machucar em razão de calçadas esburacadas. Isso sem mencionar que ruas bem iluminadas podem diminuir ações de assaltantes, e gerar maior segurança para todos. Ou seja, tratam-se de itens simples e interesse social de todos que fazem uso diário de tais ˜benfeitorias˜ - o que engloba todos os cidadãos, uma vez que as obras sáo, obviamente, públicas. Ora, não é para este tipo de obra, justamente, que são cobrados dos moradores de toda a cidade impostos? A simples ideia de querer cobrar à parte um valor a mais de quem já deveria receber tais ˜benefícios˜, uma vez que são direitos devidamente adquiridos, é ultrajante. Os cidadãos já pagam diariamente, e com juros, pela incompetências administrativas do poder público. Não é justo cobrar-lhe mais do mesmo.

OPINIÃO

Mais formandos, mais vagas, menos condições Bruna Karas

Segundo o Censo da Educação Superior, divulgado anualmente pelo Ministério da Educação, 74% das matrículas em cursos superiores são de instituições privadas. De 2012 para 2013, a rede privada cresceu 4,5%, enquanto a rede pública apresentou crescimento 1,9% no mesmo período. O Censo é feito todos os anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. O número de brasileiros matriculados no ensino superior atualmente é 85,6% maior do que era em 2003: 7,3 milhões de pessoas. Em 2013, dos 2,7 milhões de novos estudantes de graduação, 80% destes matricularam-se na rede privada.

deveríamos ser obrigados a pagar, no caso do Fies, uma universidade em dezenas de parcelas após a formatura. As universidades públicas (e escolas de todos os níveis) deveriam ter condições de oferecer ensino de qualidade igual ou superior às particulares. O Tribunal Superior Eleitoral divulgou, em julho, dados sobre a escolaridade dos eleitores de 2014. O número de brasileiros que concluíram um curso de graduação aumentou em três milhões desde 2010. Em ano eleitoral, os candi-

datos a cargos públicos propõem investimentos em educação e melhoria no ensino. Prometem mundos e fundos, em todos os setores. Passado este momento, o ensino público sofre com a precariedade de investimentos, com as frequentes greves de professores e funcionários e com a concorrência da infraestrutura de instituições particulares. Se não há matrículas, não há alunos e, consequentemente, as verbas serão reduzidas cada vez mais. E aí, onde vamos parar no fim das contas?

No Paraná, que conta com 360 mil universitários, a proporção de alunos matriculados em instituições públicas e privadas é de 1,96 alunos para um em instituições públicas. Em São Paulo, a proporção é de 5,30 para um. Há apenas cinco estados em que as matrículas em faculdades e universidades públicas ultrapassam o número das particulares: Paraíba, Pará, Roraima, Tocantins e, surpreendentemente, Santa Catarina. Em entrevista coletiva realizada no MEC em Brasília, o Ministro da Educação, Henrique Paim, afirmou que, apesar do grande número de matrículas em instituições particulares, 40% deste total tem o Financiamento Estudantil (Fies) ou fazem parte do Programa Universidade para Todos (ProUni). Não serve como justificativa. O Estado tem o dever de oferecer aos cidadãos ensino de qualidade. Não Expediente

Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes

Graduação > Foto: Matt Buck

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Bruna Karas Editorial Da Redação


Curitiba, 17 de setembro de 2014 > Edição 932 > LONA

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NOTÍCIAS DO DIA

Jornalistas são mantidos reféns pelo Estado Islâmico Os militantes usam reféns como forma de passar recados ameaçadores para os países que estão tentando conter seus ataques Alessandra Becker

O Estado Islâmico mantém sob seu controle inúmeros reféns que podem ser considerados por eles ameaças para as ações do grupo ou até mesmo para usá-los como forma de mostrar aos EUA maneiras de represálias diante aos ataques do país aos alvos grupo. Entre agosto e setembro deste ano, integrantes do EI divulgaram na internet três vídeos de decapitações de reféns que estavam sob seu controle. Dentre os decapitados estavam dois jornalistas americanos, James Foley e Steven Sotloff, e um agente humanitário britânico, David Haines. A cada vídeo, um recado é passado aos representantes dos países que estão tentando conter as ações violentas. Jornalistas Não é apenas em ações do EI que profissionais são detidos ou presos. Durante o conflito, em 2011, entre o governo da Síria e a população, que reivindicava um país mais democrático, o governo limitou a liberdade de expressão.

Jornalistas estrangeiros não tinham autorização para trabalhar durante os conflitos. O jornalista Germano Assad viveu essa situação de perto. Ele foi preso no ano do conflito sírio, por agentes do governo do então ditador Bashar Assad, e passou cinco dias preso em uma solitária. O jornalista foi ao país para aprender a língua árabe, mas acabou cobrindo o conflito para alguns jornais. Germano foi preso por estar trabalhando sem autorização e foi submetido a um longo interrogatório. Segundo o jornalista, durante a interrogação ele teve de ficar sem camisa, sem tênis, com venda e com as mãos amarradas. Também teve seus equipamentos apreendidos para verificação de dados. “Protegi os dados e eles não encontraram nenhum documento, eu não quis prejudicar ninguém que me ajudou”, diz. Germano ainda falou sobre a importância dos cursos para cobertura de conflitos armados. “É importante você buscar, quanto mais você souber, melhor para você”, conclui. Pensando nisso, profissionais do Médico Sem Fronteiras farão no próximo sábado (20), das 10h às 17h, a oficina “Ajuda Humanitária em Pauta - como cobrir conflitos armados, desastres naturais e epidemias”, no Sesc Paço da Liberdade.

Cartaz da Oficina > Foto: Divulgação

Para o jornalista Vinicius Ferreira, que fez a cobertura como fotojornalista na Primavera Árabe na Tunísia, em 2010, cursos como esse são importantes. “É importante ter um feeling em uma manifestação, ter cuidado em fotografar na diagonal, e se tiver algum conflito nunca ficar exposto e sempre usar os equipamentos de segurança”, explicou.

Vista do campo de Reyhanli > Foto: Germano Assad

EUA e Estado Islâmico: entenda a questão Ataques, propostas, conferências e planos marcam a questão política entre as organizações Os Estados Unidos da América apresentaram para mais de trinta países reunidos em uma conferência em Paris, na última segunda-feira, dia 15, um plano para combater e conter as ações violentas do “Estado Islâmico extremista”. Na semana passada, o presidente norte-americano Barack Obama fez um pronunciamento em Rede Nacional dizendo que colocaria em prática um plano para eliminar a extrema violência que vem sendo acarretada pelos “terroristas do Estado Islâmico”. As atuações do grupo extremista têm como alvo principal dois países do Oriente Médio, o Iraque e a Síria. Com as ações realizadas até o momento o grupo já conseguiu invadir várias extensões territoriais de ambos os alvos. O primeiro ataque dos Estados Unidos diante do Estado Islâmico foi focado em locais específicos do grupo extremista no sudoeste de Bagdá, capital do Iraque, por meio

das Forças Armadas do país norte -americano. O ataque aéreo aconteceu no mesmo dia em que a conferência em Paris foi realizada. O Comando Central norte-americano divulgou um comunicado oficial para a imprensa prestando esclarecimentos sobre a execução do ataque. “O ataque aéreo no sudoeste de Bagdá foi o primeiro como parte de nossos esforços expandidos para proteger nossos cidadãos e missões humanitárias e atingir alvos do Estado Islâmico enquanto as forças iraquianas conduzem suas ofensivas”, afirmou a entidade. A intenção dos militantes do Estado Islâmico, instruídos pelo líder religioso e político, o califa Abu Bakr al -Baghdadi, é traçar estratégias para conseguir desfrutar de um forte controle territorial. Até o momento os jihadistas já conseguiram dominar diversas áreas, províncias e cidades entre as regiões de países como Síria e Iraque.


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GERAL

Batel traz inúmeras opções de lazer O bairro que se originou de uma área rural apresenta facetas modernas e urbanas, dias tranquilos e noites agitadas Paulinne Giffhorn

Visitar Curitiba exige uma passagem pelo Batel, bairro que até a década de 40 era um local rural. Gradativamente a paisagem foi se urbanizando e hoje abriga grandes restaurantes, shoppings, casas noturnas, feiras e praças; além de preservar o lado pacato de antigamente com suas belas residências. Segundo o IBGE o Batel tem aproximadamente 11 mil habitantes e uma área de 176 hectares, e é considerado pelo curitibanos um dos bairros mais sofisticados e tradicionais da capital. “A Avenida do Batel é o coração do bairro”, conta Melissa Carvalho. A estudante de moda morou por 3 anos na região e sempre que volta à capital paranaense gosta de apreciar a arquitetura das residências, sobretudo do Castelo do Batel, construído em 1924 com inspiração nos palácios franceses.

Comendador Araújo, 731) é tradicional na cidade, são 120 lojas de marcas expressivas, aliadas a um agradável espaço gastronômico, estrutura arquitetônica requintada e uma programação de cinema diferenciada, voltada para filmes culturais. Se estiver procurando passeio mais tranquilo, o Novo Batel (Al. Dom Pedro II, 255) tem uma locação diversificada com um seleto mix de lojas, espaço para eventos, cinema e três salas de teatro, que além de serem utilizadas para apresentações teatrais podem ser locadas para eventos.

Construção do Castelo do Batel data de 1924 > Foto: Samir Nosteb

Há também a Feira Livre que é realizada todas às quintas-feiras pela manhã, na Rua Dom Pedro II. Durante a noite a parada obrigatória do local fica por conta da Rua Bispo Dom José, aonde se concentram inúmeros bares e baladas para todos os gostos. Do sertanejo ao mexicano, a diversão é garantida.

Para Melissa, a estrutura e os jardins do castelo transformam-no em um dos pontos turísticos mais encantadores da área. Além do castelo utilizado para eventos, a Avenida abriga ainda uma vasta área comercial Para quem gosta de que varia entre escridesfrutar a naturetórios e restaurantes za sem a atmosfera sofisticados, suprinde cidade grande, o do as principais ne- - Melissa Carvalho, estudante Bosque Maria Luísa cessidades de quem Gomm (localizado à Rua Bruno Filgueimora ou visita o lugar. ra, 850) tem uma grande área de mata A Praça Miguel Couto e a Praça da Espa- atlântica nativa, no qual se encontra nha fazem parte do Batel, local que Ce- uma casa construída em 1906. sar Yamazaki costuma visitar com frequência. Cesar acredita que as praças do A residência de madeira foi moradia bairro são ideais para passar uma tarde da família Gomm, após reforma e muagradável com amigos, principalmente dança de local, tornou-se um Espaço aos sábados, quando ocorrem duas fei- Pedagógico-Cultural e sede de parte ras: a de antiguidades na Praça da Espa- da Escola de Música e Belas Artes do nha e a prestigiada Feira Gastronômica Paraná. Atualmente a casa está desati(na Rua Carneiro Lobo) que dispõe cer- vada para reforma, no entanto, volunca de 20 barracas com comidas típicas tários realizam atividades culturais no de diversos lugares do mundo, próxima local aos sábados, entre as ações estão inclusas uma horta comunitária, uma à Praça Miguel Couto.

“A Avenida do Batel é o coração do bairro.”

minibiblioteca livre e até mesmo um grupo de Tai Chi Chuan. O bairro conta com três shopping centers que oferecem inúmeras atrações envolvendo compras, cultura e lazer. O Pátio Batel (Av. Batel, 1868) tem uma área gastronômica que proporciona aos visitantes variados sabores e sensações que vão de lanches rápidos a pratos elaborados por grandes chefs. Dentro de sua estrutura os consumidores contam com interações artístico-culturais, lojas de grandes grifes (como Chanel e Prada), áreas verdes a céu aberto, lounges, varandas, lareiras e o Cinépolis, uma nova maneira de desfrutar o cinema, com poltronas especiais e tratamento VIP, em sessões que incluem lanches e bebidas. O elegante shopping Crystal (à Rua

O Batel faz divisa com os bairros Bigorrilho, Centro, Campina do Siqueira, Seminário e Água Verde. Em sua extensão, o bairro é cortado por avenidas importantes da cidade, que movimentam um grande fluxo de pessoas: a Avenida Visconde de Guarapuava, que termina em sua Praça Héléne Ginvert Garfunkel; e a Avenida Vicente Machado. O câmpus de Artes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e a COPEL também ficam dentro dos limites geográficos do bairro, e constituem pontos de referência na paisagem urbanizada e moderna, com seus altos prédios.

O Batel faz divisa com o bairro Água Verde > Foto: Francisco Anzola


Curitiba, 17 de setembro de 2014 > Edição 932 > LONA

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COLUNISTAS

Minuto Final

Cleberton Mendes

A preço de tomate, porque banana é barata A solução para acalmar uma torcida irritada é gols, vitórias ou contratar craques. Depois de faturar alguns milhões, ou realizar o sonho de jogar na Europa, os jovens talentos voltam. Dessa vez retornam já quase ex-jogadores, machucados ou sem espaço em equipes competitivas das grandes ligas. Todo ano um craque aparece, e nesse momento a mágica acontece. O jogador vai para a seleção, para um grande time europeu. Empresários ganham montanhas de dinheiro, o atleta faz sua

fortuna – se for jogar no time de algum Sheik árabe, esse montante se multiplica – o clube na maioria das vezes também ganha, mas não repõem elenco. A venda quando bem sucedida pode ajudar financeiramente a equipe, ainda mais durante uma crise financeira. Clubes em crise financeira Um bom exemplo são os times cariocas, sempre lutando com a zona de rebaixamento e a baixa arrecadação nos jogos. O Botafogo é a bola da vez, e não é de agora. Para dar uma aliviada nas contas,

o clube carioca vendeu seu melhor jogador, que é uma revelação, o zagueiro Dória. Mas nem tudo saiu como o planejado: a parte do clube na venda só vai ser paga em 2015, e até lá o time ficará sem o jogador e sem o dinheiro. Na hora de repatriar um atleta que não serve mais para jogar uma Champion League ou uma Copa da UEFA, os clubes fazem loucuras. Um jogador machucado chega ao Brasil como estrela, quase não joga e ganha mais de 800 salários mínimos. Quando esse jogador tem uma história bonita na seleção brasileira ou nos clubes em que passou, tem um lado bom. Dá para recuperar um pouco do que o atleta não tem mais capacidade de fazer dentro do campo usando sua imagem como garoto propaganda. Vendendo camisas, atraindo a torcida para apoiar nos estádios, e o mais importante, fazendo propagandas na telinha do tio Kamel. Ronaldo fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e muitos outros são um bom exemplo disso, do retorno fora

de campo. Em alguns jogos por suas últimas equipes no Brasil atuaram bem até, foram importantes em um ou outro título. Um exemplo mais recente é o Kaká, que no início não estava jogando bem pela equipe do São Paulo, mas levava a torcida para o estádio. Agora ao lado de Alexandre Pato e Paulo Henrique Ganso (ambos vivem machucados, mas tem talento) vem desenvolvendo um bom futebol, criando até a expectativa de conseguir títulos. Gastar com atletas mais experientes é um bom negócio? Aparentemente é, porém o investimento em atletas que vão ficar no clube por um ano, no máximo dois, não parece bom. A melhor escolha para os clubes brasileiros é investir na categoria de base, investindo em jogadores jovens, e quando estiverem idade, manter o atleta na equipe e não vender. Porque nas últimas décadas o atleta se destacava, um europeu chegava e levava. E nunca os clubes conseguiam manter atletas de alto nível no elenco.

Apple é grife, não inovação Os iPhones 6 e 6 Plus foram anunciados semana passada, e já se tornaram as maiores tendências nas conversas dos apaixonados por tecnologia, menos pra mim. Apesar de ter mudado o tamanho da tela e alguns elementos no hardwear, ainda faltam algumas coisas nos iPhones. Agora fanboys se perguntam “como assim, Odin, que o iPhone não é o melhor celular ever? Que calúnia!”. Bem querido gafanhoto, te darei 9 motivos (segundo o site TecMundo) para você ir correndo trocar seu iPhone por um Android. 1. Gravação 4K: Não tem. Não adianta chorar. iPhone não tem filmagem em 4k e os outros top de linha têm. Lide com isso. 2. Widgets na área de trabalho: Smartphones com Android podem ter widgets ativos diretamente na área de trabalho, o que ainda não é possível com iOS, porque eles só tem o menu normal. Quando que a Apple vai se tocar e colocar widgets no celular? Nunca saberemos.

3. Câmera com foco a laser: É verdade que câmera do iPhone 6 foi melhorada e agora pode realizar processamento e mudança de foco com mais velocidade e blábláblá wiskas sachê. Ainda assim, as concorrentes oferecem mais qualidade. 4. Recarga wireless: Essa é uma das coisas mais legais e fico indignada que a Apple não tenha esse “paranauê” com o tanto dinheiro que ela tem! O Samsung Galaxy S5 e o Nokia 1520 (!!!) são dois exemplos de smartphones que tem esse tipo de carregador. Até a Nokia... Que vacilo, Apple. 5. Telas QHD: Com o aumento da tela para 4,7 polegadas, o iPhone 6 também teve a resolução melhorada para 1334x750 pixels. Apesar de isso representar mais definição, ele ainda está longe do LG G3, por exemplo, que trouxe resoluções QHD (2560x1440 pixels). 6. Suporte para cartão MicroSD: A grande maioria dos smartphones com

8Bits

Luiza Romagnoli

Android permite que as pessoas usem cartões de memória externa para fazer com que o celular tenha maior capacidade de armazenamento. Os iPhones oferecem maiores opções de memória interna (chegando aos 128 GB), mas a custos bem obscenos.

8. Suporte para vários chips: Quando falamos em suporte para dois ou mais chips, você já pensa naqueles celulares que são vendidos por R$100,00. Mesmo assim, a Samsung colocou o Galaxy S5 no mercado com a possibilidade de dual chip. Quanto ao iPhone, nem sinal.

7. Notificações por LEDs: Os Androids são fabricados com LEDs coloridos de notificação. É só olhar para o celular (mesmo com a tela desativada) para saber se há uma nova mensagem ou uma notificação de qualquer um dos aplicativos do aparelho. Com os iPhones, isso ainda não é uma realidade, nem novidade possível.

9. TV digital: O Xperia Z2 ganhou uma versão com TV digital integrada e o Xperia Z3 deve trazer a mesma comodidade quando chegar aos mercados emergentes. Na Apple, duvido que tenha algum dia. “Lawyered”. Já foi anunciar o seu iPhone no UFPR Mercadão/OLX/Mercado Livre?


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ACONTECEU NESTE DIA

Carlos Lamarca é assassinado por militares Perseguido havia mais de dois anos pelos militares, Lamarca foi encontrado morto em 17 de setembro de 1971, no interior da Bahia. Carlos era o maior líder da oposição armada à ditadura militar brasileira na década de 60. Ex-capitão do Exército Brasileiro, tornou-se um dos dirigentes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), movimento de guerrilha armada de extrema-esquerda que combatia o regime militar. Símbolo revolucionário

do socialismo, foi condenado pelos militares como traidor, e considerado seu principal inimigo. Liderou o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher, no Rio de Janeiro, em troca da libertação de 70 presos políticos. Lamarca foi morto com sete tiros, um deles atravessou o coração e os pulmões. Seu corpo foi pendurado em um pau e levado para Salvador, onde foi fotografado no chão, ainda com os olhos abertos.

Corpo de Lamarca durante autópsia > Foto: Arquivo Documentos Revelados

#PARTIU Cinema Alternativo

Viajando pela antiga Estrada do Mato Grosso

Cinema Japonês - Temas sobre a juventude Local: Cinemateca de Curitiba Data: até 21 de setembro Horário: consultar programação Ingresso: gratuito

Exposição fotográfica revela a importância do registro do patrimônio cultural, mediando os aspectos materias e imateriais

Eles Voltam Local: Cine Guarani Data: 17 de setembro Horário: 18h Ingresso: R$12 (inteira) e R$6 (meia)

Exposições Da Matéria do Mundo Local: Museu Oscar Niemeyer Data: até 16 de novembro Horário: das 10h às 18h Ingresso: R$6 (inteira) e R$3 (meia) Arquitetura dos Sentidos Local: Memorial de Curitiba Data: até 30 de novembro Horário: das 9h às 18h Ingresso: gratuito

Shows Bokaloca Local: Citrabar Data: 17 de setembro Horário: 21h Ingresso: feminino até R$15 | masculino até R$30 Matheus e Kauan Local: Shed Western Bar Data: 18 de setembro Horário: 22h30 Ingresso: feminino R$30 | Masculino R$60

Curitiba recebe a exposição “Arquitetura dos Sentido” que reconta por meio de registros fotográficos a história e as memórias associadas à Estrada do Mato Grosso. A estrada ligava a capital paranaense a Campo Largo, e de lá dirigia-se para o Segundo Planalto, nos idos anos de 1871. O foco das imagens é, além de narrar a história da via, trazer à tona a arquitetura das paisagens apresentadas. O espectador terá seus sentidos invocados e provocados por cheiros, sons e jogos que interajam com o público. Para o historiador Otavio Zucon, “a exposição coloca em questão a importância do patrimônio cultural, em suas dimensões materiais e imateriais. Seguindo este percurso, entre torreões e tábuas de pinheiro, à luz da História e da Antropologia, casas e seus objetos fazem a mediação dos sentidos e a arquitetura se revela no sensível”. Ou seja, lançando mão da própria história, e de outras matérias mais abstratas, o visitante construirá aos poucos uma imagem para além das fotografias expostas.

Antiga Rua Comendador Araújo > Foto: Divulgação

Além das imagens, a mostra conta ainda com um documentário com registros das entrevistas feiras com antigos moradores de diversas regiões da estrada, evocando uma memória vívida e cheia de histórias. Aberta ao público desde o dia 27 de meio, a exposição foi inaugurada pelo historiador e arquiteto Fabiano Fazion, por Altivo Dallagrana, marceneiro e neto do carpinteiro Santo Dallagrana. Ambos apresentaram-se com palestras.


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