Instituição para Jovens Prodígios - A Traição

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Instituição para Jovens Prodígios A Traição (livro dois)

L. L. Alves Edição Digital 2014

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Copyright © 2014 L. L. Alves. Todos os direitos reservados. É proibida a distribuição ou reprodução de qualquer parte desta obra sem o consentimento por escrito da autora. Romance registrado na Biblioteca Nacional. Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos é mera coincidência. Capa: Rafael Torres Revisão de Texto: L. L. Alves Diagramação: L. L. Alves Este romance segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

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PRÓLOGO Não conseguia acreditar. Lutara tanto para chegar onde estava e tudo acabara tão rápido. Não conseguia aceitar que fora enganada daquela forma. A verdade sempre estivera na sua frente, pensava enquanto era arrastada com violência de volta para a Instituição, ela apenas não queria ver. Nunca devia ter confiado nas pessoas. No final das contas era apenas uma garota ingênua. Às vezes pensava como tinha conseguido passar naquele teste estúpido. Sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto, Lara deixou que a arrastassem, mesmo contra sua vontade. Seu coração acabara de ser dilacerado, mas suas esperanças ainda não tinham sido extinguidas. Não podia desistir agora, mesmo todo seu âmago lhe dizendo que era inútil resistir ou lutar. Ela mostraria a todos que merecia ter ficado em terceiro lugar. Tinham conseguido manipulá-la como uma marionete sem vida, sem que ela sequer desconfiasse. Isso não aconteceria novamente. Sabia o suficiente e reagiria. Dali para frente seriam eles as marionetes daquele jogo sádico. Pagariam por tudo. Lara faria com que pagassem.

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UM

Passara cerca de três horas desde que Lara descobrira a verdade. Mesmo assim, sua mente ainda não era capaz de processar todas as informações que recebera. Hugh era um garoto de vinte anos, britânico, de olhos estupidamente azuis, e que passara em primeiro lugar no teste da IJP. Apesar de sua superinteligência, ele não era um garoto normal, igual ou sequer parecido com os que Lara já encontrara no Rio. “Normal” era a pior palavra para descrever aquele lugar onde estava há algumas semanas e, pelo visto, a pior forma de tentar classificar os jovens ali. Afinal, Hugh era diferente. Ele era capaz de se transformar em um animal, mais especificamente em um alvíssimo pombo. E se isso já não fosse incrivelmente perturbador, o rapaz parecia ser o único capaz de se comunicar com a garota através da mente. A cada momento em que repensava aquelas informações, Lara sentia que nada fazia sentido. Lembrava-se dos seus últimos dias de aula do Ensino Médio no Rio de Janeiro, quando sua mãe gritara por ela e pedira para ver uma notícia que passava na TV. Naquele mesmo instante, enquanto ouvia o repórter explicar sobre a IJP, Lara soube que havia muito mais para ser contado e que não estava sendo dito – mesmo sem saber exatamente por quê. Ela sabia que todo aquele assunto estava sendo ofuscado, por trás de mentiras e sorrisos falsos. Seus pais a apoiaram, pois a Instituição era uma oportunidade e tanto para aquela família de classe média baixa. Eles sempre acreditaram em seu potencial, sem nunca duvidar que ela passaria naquele teste e que seria capaz de ir para a Inglaterra e estudar na melhor instituição já formada. 4


Mas Lara soube, nos poucos instantes em que processava a notícia na TV, que tudo mudaria. Antes que pudesse entender exatamente o que aquela sensação significava, ela passou no teste mais difícil já criado, ficando em terceiro lugar, mesmo que – novamente – não tivesse a menor ideia como. Seus avós ajudaram na viagem, uma viagem que seus pais nunca poderiam pagar e que ainda estavam tentando se recuperar emocionalmente. Ela sentira a dor da mudança, da distância e de um novo mundo à sua frente. Sua chegada foi solitária e nervosa, mas aos poucos começou a criar laços na Instituição. Irene, Akira, Patrick... Hugh. E então tudo começou a virar de ponta cabeça. Um pombo apareceu no parapeito da janela do seu dormitório e conversou com ela, através da mente. Suas dores de cabeça eram mais frequentes e sua visão melhorou. Não havia explicação plausível para o que estava acontecendo e Lara acreditava, no fundo, que tinha pirado. Não havia outra resposta para o que estava acontecendo; para que, do nada, seus quatro sentidos começassem a se aguçar ou para que pessoas desconhecidas começassem a ameaçá-la. E então ela descobriu a verdade e o mundo ficou ainda mais estranho. A Instituição para Jovens Prodígios selecionara apenas os jovens mais inteligentes de todo o mundo. Hugh dissera que eles desejavam poder e que os jovens ali seriam a fonte ideal. Mas como isso se conectava com as habilidades? Por que Hugh se transformava em animal, e o que, de fato, estava acontecendo? Lara ficara aliviada e feliz em saber que não estava maluca, mas ainda assim não entendia por completo o propósito dos mantenedores da Instituição e não gostava disso. Afinal, seria possível que a instituição soubesse dessas habilidades? Quem mais possuía? E se eles estivessem por trás disso, qual era o critério e como funcionava? Todos os estudantes dali possuíam algum tipo de habilidade? 5


Embora pensasse incessantemente no assunto, Lara não conseguia achar uma resposta. Seus neurônios não faziam a conexão necessária para compreender aquele mistério porque ela sabia que, na verdade, estavam escondendo muita coisa dela. Faltavam peças naquele quebra-cabeça... Peças importantes que não estavam sendo mostradas. Balançou a cabeça, espantando aqueles pensamentos que começavam a deixá-la enjoada. Não podia se dar ao luxo de ficar nervosa naquele momento. Precisava manter a calma enquanto decidia contar tudo para a amiga de cabelos muito vermelhos. Irene precisava saber o que estava acontecendo e ela não aguentaria guardar todo aquele segredo por mais tempo. Chegara à conclusão de que era injusto deixá-la de fora, às cegas, principalmente depois de tudo que tinham passado juntas naquelas semanas. Levantou-se da grama onde estava deitada por horas, tirou a sujeira da calça e olhou para a linda floresta de carvalhos, suspirando. A natureza começava a lhe proporcionar certa paz de espírito. Fechou os olhos demoradamente, respirando e sentindo o suave cheiro de terra entrar pelos pulmões. Pensou em suas heroínas preferidas de livros e sentiu um estranho formigamento no estômago. Estava pronta. Andou lentamente até o dormitório sabendo que Irene estaria lá. Não olhou para ninguém enquanto andava, com medo de que pudessem interrompê-la ou fazê-la desistir no meio do caminho. Chegando ao quarto de fininho, entreviu a amiga sentada de pernas cruzadas na cama. Diversas folhas estavam espalhadas ao seu redor e pelo menos dois livros estavam abertos e com rabiscos por toda a superfície. A garota estava tão concentrada em escrever alguma coisa que não notou o movimento na porta. – Irene? – chamou, esperando não assustá-la. – Irene? 6


Lentamente, Irene piscou os olhos, soltou a caneta e encarou Lara. – Ah... Oi – disse, abrindo um pequeno sorriso. Uma gota de suor escorria de um lado de sua larga testa enquanto seus cachos começavam a se soltar do rabo de cavalo. – Trabalho difícil? – perguntou sentando-se na beirada da própria cama, esperando desesperadamente que a coragem não resolvesse abandoná-la naquele momento. – Um pouco. Mas você sabe como eu sou: uma completa chata perfeccionista. Ainda perco tempo revisando meus textos três vezes – respondeu deixando a caneta de lado e massageando a mão esquerda. – Acredita que a maioria dos meus professores querem tudo escrito à mão? Caramba, isso não se faz com os alunos! Estamos no século XXI e temos tanta tecnologia que... – Precisocontaumacoisa. – Hã? – perguntou Irene, rindo. – Eu... Preciso contar uma coisa. – Conta uai! – Lara percebeu que quando a amiga estava relaxada suas raízes mineiras se sobressaíam. – Bom – pigarreou, decidindo ser o mais direta possível. – Lembra aquele dia que eu decidi sair daqui? Aquele dia em que juntei algumas malas e quase fui embora? – Aham. – É o seguinte... *** – Por favor, diga alguma coisa – Lara suplicou. – Qualquer coisa. Irene ouvira toda a história com sua expressão oficial de confusa. Nos primeiros minutos apenas acenou e concordou 7


com tudo. Entretanto, quanto mais era contado, mais imóvel a garota ficava. Quando a narrativa chegou ao fim, ela não se mexia, não falava e parecia ligeiramente assustada. Se Lara não visse seu peito subindo e descendo, duvidaria que ela estivesse respirando. – Por favor, não faz isso comigo – pediu colocando as mãos no rosto. Eu sabia que isso ia acontecer! Eu sabia! – Lara, você tem que admitir que é... – Insano? Maluquice? Eu sei! Claro que eu sei! Foi o que eu pensei a princípio, mas... É verdade – explicou, desesperada. A expressão no rosto da amiga continuava a mesma, mas ela não desistiria tão fácil. – Você não acreditou em nada, não é? Tudo bem, eu sei que não é fácil acreditar, principalmente sem provas. Então... Acho melhor falarmos com o Hugh – disse levantandose. Será que... Bom, vale a pena tentar. Lara fechou os olhos e focou-se no rosto do garoto. Hugh, preciso de você. Estou no dormitório. – Ei, ei. O que você vai fazer? – perguntou Irene, nervosa. – Só espera um pouco – pediu a garota reabrindo os olhos enquanto andava de um lado para o outro no pequeno quarto. Hugh, por favor. – Você está me assustando. Lara, você prec... Alguém batia os punhos com violência contra a porta. – Quem é? – perguntou Irene, mas a amiga correu para porta antes que ela terminasse a pergunta e abriu-a. – O que está acontecendo? – perguntou Hugh com seu sotaque britânico acentuado enquanto entrava no dormitório, desconfiado e ágil. Seus olhos brilhavam, seu corpo exercendo um poder incrível na garota. Ela tentou ignorar as palpitações que aquela visão causou em seu coração. Não podia se deixar encantar assim. – Oh, sinto muito, Irene. Eu não sabia que... – 8


disse constrangido ao ver Irene dar um gritinho e esconder-se atrás de um travesseiro. Várias folhas voaram pelo chão e os dois livros se fecharam com estrondo – Lara, que diabos... – Hugh, preciso que você... Olha, eu sei que você não vai gostar, mas eu queria que... – balbuciou, sentindo-se idiota. – Você sabe... O pombo. – O quê? Ah... – o rapaz suspirou olhando em volta, nervoso e ligeiramente irritado, o que deixou-a ainda mais nervosa com a situação. – Tem certeza que é uma boa ideia? Quer dizer, agora? Mostrar para ela? – Ei, eu estou bem aqui! Podem explicar o que está acontecendo? O que vocês estão cochichando aí, ou vou atrapalhar a conversinha íntima de vocês? – Irene, você precisa ver – Lara explicou enquanto o rapaz entrava no banheiro do quarto, dando de ombros. – Você é como eu. Só vai acreditar vendo. – Que porcaria ele está fazendo?! Lara, é bem provável que sejamos expulsas se alguém souber que tem um garoto aqui! Você realmente precisa se cuidar... Ver um psicólogo, psiquiatra, sabe? – Irene parecia fora de si, seu cabelo voava de um lado para o outro, dando a impressão de o quarto estar em chamas. – Eu sei que você acredita fielmente nisso, mas vocês dois estão fora de si. Completamente malucos. – Você vai entender, Irene, por favor, só precisa ver. Antes que a amiga pudesse retrucar, um som vindo do banheiro alertou-a que estava na hora. Hugh já se transformara e agora não conseguia abrir a porta para sair. Podia ter deixado a porta entreaberta, espertinho, pensou, sentindo-se vitoriosa por alguns instantes. – Ai, Jesus amado, você vai abrir a porta antes de bat... – Por favor! – suplicou quando levava a mão para a maçaneta – Por favor. Confia em mim. Consegue fazer isso? Irene não se mexeu pelo o que pareceu uma década. O 9


som de um bico arranhando a porta parecia mais audível com o passar dos segundos, mas Lara continuava com a mão na maçaneta, esperando pela amiga. Ela não soube dizer por que Irene hesitava, se era um instinto natural de todo ser humano correr das maluquices que aparecem na vida, ou se ela ainda não confiava em Lara como sua melhor amiga. – Confia em mim. Irene abriu a boca para falar, mas fechou-a novamente. Lara conseguia ver a hesitação no rosto dela, que logo começou a se dissipar. – Eu... confio em você – Irene suspirou. – Eu... Que barulho é esse? O que o Hugh está fazendo lá dentro? – Apenas fique calma – sugeriu enquanto abria a porta. – Don't panic1. O pombo saiu de dentro do banheiro, voando pelo pequeno dormitório. Suas asas batiam freneticamente como se estivesse zangado pela demora – talvez ele estivesse mesmo. Depois de passados alguns segundos, o animal pousou em cima da cama de Lara. – Eu sei que você me disse que o Hugh pode... Não – sibilou Irene começando a rir loucamente. – Ele não... Não. – Ela correu para o banheiro e revirou o local. – Ele deve ter saído pela... – Janela? – completou Lara sentando-se ao lado do pombo que parecia encará-la entediado. Ela sentia vontade de tapeá-lo com força, mas controlou os impulsos. – Aquela janela é pequena demais! Não existem alçapões ou qualquer outra saída secreta desse quarto, Irene... Sei que nada disso faz sentido e nem que é fácil assimilar tudo que você ouviu aqui, mas é simples. Essa é a evidência mais concreta de que não sou tão louca quanto pareço – e fez um gesto teatral em direção ao animal. – Acredita em mim agora? 1

Não entre em pânico

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– Você disse... Você disse que vocês se comunicam através do pensamento, certo? Que ele conseguiu mandá-la fazer algo contra sua vontade só com a força do pensamento, ou sei lá como vocês chamam isso, não é? Bom, se ele fizer isso comigo... – Eu não sei se funciona exatamente assim. Na verdade, não tenho a menor ideia como isso acontece – Lara retrucou mordendo o lábio inferior. Ela virou a cabeça na direção do pombo e encarou-o. Não consigo usar minha habilidade enquanto estou nessa forma, ouviu dentro da cabeça, Mas tenho uma teoria. Acho que pode funcionar. Tem certeza?, a garota pensou de volta. Sim. – Ok, Irene, ele vai tentar. – Ei, ei, ei. Calminha aí! O que ele vai fazer exatamente? Pergunte o que ela nunca faria. – Hugh! – O que foi? O que ele disse? – Hã... – Lara sentia seu rosto arder de vergonha. – O que você nunca faria? Tipo, jamais? – Que tipo de pergunta é essa? Tá bom, tá bom, deixame pensar... Eu nunca usaria aquela blusa de ursinhos que você tem, sabe? Não que seja feia ou algo assim – apressou-se a dizer. – Tudo bem. É uma ótima opção – disse a garota, comunicando a Hugh e então virando o rosto novamente para a amiga. – Mas a blusa é tão fofinha, Irene! Lara! Foco. – O que eu faço? – Irene perguntou. Diga para Irene manter seus olhos em você. Isso vai funcionar mesmo, Hugh? Sim. Acredite. – Olhe pra mim, Irene. Irene fez o que foi dito. Lara sentiu um desconforto na 11


cabeça enquanto olhava para a melhor amiga e, em poucos segundos, observou-a caminhar até o guarda-roupa e vestir a blusa estampada de ursinhos. Enquanto fazia isso, Hugh-pombo virou-se para o outro lado, arrulhando. Lara não ousou falar ou respirar, achando que qualquer movimento pudesse quebrar o feitiço. Tentou não pensar muito no que tinha acontecido. O que Hugh exatamente tinha feito? Por que pedira que Irene olhasse em seus olhos, não nos do pombo-garoto? – Não entendi – Irene murmurou, respirando lentamente. – Eu não... Ai. Meu. Deus. Ela olhava para seu próprio corpo, sem acreditar. Esfregou os olhos pesadamente e voltou a olhar para a blusa. – Eu só... Eu acho que ele... Eu não... – Calma. Não entre em pânico, lembra? – a garota se aproximou e brincou com vários fios que se soltaram do rabo de cavalo da amiga, tentando tranquilizá-la. – Hugh, volte ao normal, por favor – pediu dirigindo-se ao pombo que olhava tudo com extrema calmaria. Como você fez isso?, perguntou, curiosa. Não sei. Não tinha tentado antes, foi um teste, acho que... – Ei, ele precisa se... transformar em outro lugar! – Irene exclamou, fazendo uma careta. – Vá ao banheiro primei... Antes de ouvir, Lara sentiu a presença. Não soube dizer por que os pelos de seu braço ficaram arrepiados até ouvir uma voz estridente exclamar melodiosamente enquanto abria a porta do dormitório delas, com estrépito: – Oi, garotas! Seu coração chegou à garganta, sem nem mesmo se incomodar com os diversos órgãos no meio do caminho. – Estão ocupadas? Ou será que... – a voz feminina gritava, brincalhona, entrando no quarto sem permissão. Meeeeeeerda. 12


SOBRE A AUTORA

L. L. Alves, nome artístico de Luene Langhammer Alves, nasceu em 27 de maio de 1991 e é formada em Letras - Língua e Literaturas Inglesa pela Universidade Federal de Santa Catarina. Enquanto mescla seu dia entre leituras e escritas, trabalha como assistente de tradução. Começou a ter gosto pela leitura ao ler a famosa série da escritora britânica J. K. Rowling: Harry Potter. Aos poucos foi moldando em sua mente a ideia de se tornar uma escritora. Então aos 13 anos de idade escreveu seu primeiro romance: Mudanças. Trabalhando com as mudanças e problemas de uma pré-adolescente, este romance foi o marco inicial de sua carreira. A partir do primeiro livro escrito, a autora não quis parar por aí. L. L. Alves escreveu mais dois livros, ainda não publicados, e ficou deslumbrada com a ideia de uma saga, a tal Instituição para Jovens Prodígios. Procurando aumentar seu estilo de escrita, a autora começou a escrever contos em 2014, do sobrenatural ao erótico. De um conto despretensioso chamado Desejo e devido ao apelo dos fãs, L. L. Alves escreveu seu oitavo livro: As GRANDES Aventuras de Daniella, lidando com uma protagonista acima do peso e suas buscas por autoconhecimento. A autora pretende continuar escrevendo cada vez mais livros intrigando o mundo com seus mistérios e fantasia e nunca deixando a vontade de chegar à ultima página passar.

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