De boa com o Ex

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UM MANUAL PRÁTICO PARA CRIAR OS FILHOS JUNTOS, MESMO SEPARADOS PELO DIVÓRCIO.

MICHELLE PACY, carioca, é formada em Administração de Empresas, pós-gradu ada em Marketing e Gestão de Clientes e Coach em Estratégia de Negócios e Edu cadora Parental formada pela PDA Brasil. Tem atuado nos 15 últimos anos como publicitária e executiva de contas do maior grupo de mídia do país.

Acompanhe a autora nas suas redes sociais:

APÓS CHEGAR AO FIM do seu casamento, com uma lha de seis anos, Michelle Pacy escolheu fazer diferente de tudo o que tinha visto referente à convivência no pós-divór cio com seu ex-marido.

EXISTE UMA FORMA DE SEM IMPACTAR

O maior objetivo era permitir um divór cio mais pací co, sem dores ou traumas para o desenvolvimento mental e emocional da lha do então casal.

Michelle buscou conhecimento em diversos cursos de inteligência emocional, desenvolvimento comportamental e forma ção pessoal. Não aceitou simplesmente o que a maioria julgava ser natural para uma separação, convivendo com discussões, brigas ou processos judiciais. Entendia a possi bilidade de desavenças entre casais, mas tendo lhos como eterno elo entre os dois, esses jamais poderiam ser prejudicados pelo m da relação, seja de anos ou de pouca duração.

Somos levados a acreditar brigas e discussões, além comum e familiares do ex-casal. mais prejudicados pela ausência cresceram e pela dificuldade doloroso envolvendo seus negativamente o desenvolvimento

Pela própria experiência lidar com o próprio divórcio, nal que sua filha poderia passar, melhor convivência com seu dade de vida de todos os

E nesta busca por melhores opções a recém-separada optou por criar sua lha mantendo a presença do pai de forma harmoniosa, onde ambos pudessem continuar a dar o apoio ao crescimento nas diversas fases e momentos da vida da menina.

contramão de tudo que vivenciou Com o resultado positivo apresenta uma abordagem cia, focada no bem-estar filhos, mantendo a presença após a separação. É importante preensão de poder contar com todas as fases da vida. Essas a melhora da autoestima, emocional dos filhos em seu conscientes e ponderados para trução de um futuro melhor.

CRIAR OS FILHOS JUNTOS, PELO DIVÓRCIO.

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Após dez anos de separação, decidiu colocar tudo o que viveu, aprendeu e prati cou em De boa com o Ex, um manual de nitivo para um divórcio respeitoso e amigável, com o rme propósito no bem-estar dos lhos.

Michelle acredita que manter uma relação harmoniosa e respeitosa com o passa do é a chave para o desenvolvimento mental e emocional dos lhos e o seu próprio crescimento em busca de um recomeço!

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envolvidos

A EDITORA

A Livros Ilimitados é uma editora carioca voltada para o mundo. Nascida em 2009 como uma alternativa ágil no mercado editorial e com a missão de publicar novos autores dentro dos mais diversos gêneros literários. Sem distinção de temática, praça ou público alvo, os editores ilimitados acre ditam que tudo e qualquer assunto pode virar um excelente e empolgante livro, com leitores leais esperando para lê-lo. Presente nas livrarias e em pontos de venda selecionados, tem atuação marcante online e off-line. Sempre antenada com as novidades tecnológi cas e comportamentais, a Livros Ilimitados une o que há de mais moderno ao tradicional no mercado editorial.

Copyright © 2022 by Michelle Pacy

Copyright desta edição © 2022 by Livros Ilimitados

Conselho Editorial: Bernardo Costa John Lee Murray

Diagramação e projeto gráfico: John Lee Murray

DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pacy, Michelle De boa com o ex : um manual prático para criar os filhos juntos, mesmo separados pelo divórcio / Michelle Pacy. – primeira edição – Rio de Janeiro : Livros Ilimitados, 2022. ISBN 978-65-87041-50-6

1. Casamento 2. Divórcio - Aspectos psicológicos 3. Família - Aspectos psicológicos 4. Filhos - Criação I. Título. 22-125342 CDD-649.1

Índices para catálogo sistemático:

1. Filhos: Criação: Vida familiar 649.1 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

Direitos desta edição reservados à Livros Ilimitados Editora e Assessoria LTDA.

Rua República do Líbano n.º 61, sala 902 – Centro Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20061-030 contato@livrosilimitados.com.br www.livrosilimitados.com.br

Impresso no Brasil / Printed in Brazil Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios.

AgrAdecimentos

Há muitas pessoas a agradecer.

Agradeço a Deus por ter mudado tanto o meu caminho a ponto de ver e entender o meu real propósito aos 38 anos e dois filhos. Foi no tempo certo.

Agradeço a minha mãe Regina por ter feito o melhor enquanto mãe solo por muitos anos. Sou grata por ter se ca sado novamente com meu pai Deny e ter entendido com ele o real significado de um pai que cuida, ama e protege.

Agradeço meu marido por ter me incentivado tanto e por ser persistente e insistente em nossa felicidade. Com você, eu me reconstruí e aumentamos a família com a che gada do Bento. Obrigada por ser um padrasto incrível para minha filha e respeitar o espaço do pai dela em sua vida. Amo muito você.

Agradeço a minha filha Vitória. Por mais que tenha sido difícil o processo de separação do pai dela, hoje ela entende o quanto a amamos. Tanto eu quanto seu pai, o Marcelo, estaremos sempre perto e presente, independente do que aconteça, para apoiar, pontuar, incentivar, cobrar, direcionar, brigar, amar e pedir para arrumar o quarto (adolescentes rsrs)

Agradeço meu Ex-marido, que topou ter parte da nossa história contada aqui para que juntos seja possível mostrar que outras famílias podem seguir nosso exemplo. Sim, nós criamos a nossa filha juntos e divorciados. Eu torço por você e você torce por mim. Quando ambos estamos bem, nossa filha fica ainda melhor!

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Agradeço a Renata Miranda que fez nosso divórcio e viu o quanto foi tranquilo. Por isso, a convidei para contribuir com informações necessárias ao livro, visto entender a im portância e o papel do advogado no processo de separação. Aqueles amigos(as) e parceiros que incentivaram minha ideia, curtiram, comentaram, compartilharam, indica ram, contaram um pouco da sua realidade, seja positiva ou negativa e aqueles que nunca passaram por nada disso e mesmo assim, acreditam e viram ser possível um divórcio com respeito.

Vou citar aqui alguns deles, já correndo o risco de deixar alguém de fora: Alexandra, Amanda, Allyne, Andreza, Carla, Carol, Cileide, Cláudia, Danielma, Diana, Elisa, Érica, Fábio, Francilene, Gisele, Juliana, Larissa, Lenita, Meire, Natasha, Paula, Renata, Soraia, Grupo Vamubatê. Vocês foram fundamentais no meu percurso!

A você leitor, meu muito obrigada por acreditar que é possível sim criar filhos juntos, mesmo estando separados pelo divórcio e assim reduzir os impactos traumáticos de um divórcio.

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Quem escreve AQui

Sou filha, mulher, esposa, ex-esposa, mãe de dois fi lhos (um de cada pai), empreendedora, educadora parental formada pela PDA, publicitária e, diga-se de passagem, excelente profissional. Como diz meu diretor comercial, “a menina prodígio”.

Este é o momento em que tudo que é positivo vem à tona. Afinal, eu escrevo esse livro para você. Mas a verdade é que sou exatamente como você! Faço meu melhor diaria mente, tenho dúvidas, me questiono, erro, acerto, quero fazer um monte de coisas. Outras, mesmo querendo, não tenho tempo, mas quero fazer, me culpo quando não consigo, eventualmente me perdoo, me comparo com a evolução das outras pessoas, analiso a minha evolução e sigo olhando para frente.

Muito prazer, me chamo Michelle Pacy.

Formada em Administração de Empresas, pós-gradu ada em Marketing e Gestão de Clientes, coach Integral Sistê mica, Consultora de Imagem, com vários cursos de marketing digital e comportamento do consumidor. Muitas mulheres em uma, mas, como disse, sou publicitária, há mais de 15 anos trabalhando no mercado publicitário.

Hoje, eu percebo que todas as formações e cursos que fiz contribuíram para o desenvolvimento da minha vida pro fissional e pessoal. Na hora não vi, mas, com o tempo, percebi o quanto todos os livros que li, todas as formações que fiz e

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todo o aprendizado que obtive contribuíram para uma retomada na minha vida. Contribuíram para um relacionamento mais tranquilo com o pai da minha filha. Contribuíram para que eu fosse uma pessoa melhor. Aprendi a me colocar à frente, definir os rumos da minha própria vida e entender que toda ação causa uma reação, seja positiva, neutra ou negativa. O mais importante foi entender que, independente de qualquer coisa, independente do divórcio ou de como iria ser minha vida, eu e meu ex-marido sempre seríamos pais da nossa filha, por toda uma vida juntos, mesmo estando separados, entende?

Se busca seguir em frente com sua vida, onde sabe que a presença do pai e da mãe faz diferença na vida dos seus fi lhos, então te convido a continuar, página por página à frente.

Se tivesse encontrado alguém que me dissesse o que esperar quando me separei há dez anos atrás, estaria mais preparada para o que encontraria à frente. Espero que en contre o que procura, mas principalmente encontre sua nova versão.

Então, encontro você nas próximas páginas...

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INTRODUÇÃO

As atitudes e vivências percebidas hoje serão colhidos como resultado no futuro, baseado nas atitudes, comportamentos e pensamentos que verá no seu filho.

vAmos começAr

Este é um manual prático que gostaria de ter encon trado quando decidi pôr um ponto final no meu casamento. Infelizmente, aprendi tudo na prática, sem tantas teorias e com o aprendizado de todas as amigas que passaram por uma separação com filhos. Busquei antecipar situações com amigas que já haviam passado por esse tipo de situação, aprendi até mesmo com aquelas que não queriam falar. De toda forma, aprendi. Aprendi pelo que queria ou não passar. Algumas delas são:

• duas festas de aniversário para o filho, uma do pai e outra da mãe;

• envolvimento de todos os familiares na separação, tomando lados e criando ainda mais proble mas na comunicação.;

• pai falando mal de mãe e vice e versa;

• sobre a (des)construção da rede de apoio;

• xingamento entre ambos na frente dos filhos;

• pai e mãe presente, porem ausentes;

• mãe e pai com atitudes sem noção;.

• falta de empatia entre ambas as partes;

• falta de ajuda mútua para seguir em frente;

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Michelle Pacy

• duelo de acusações;

• uso dos filhos como moeda de troca;

• uso dos filhos como escudo em diversas situa ções;

• por onde e como começar a separação/ divórcio legalmente;

• ajustes financeiros necessário;

• amigos tomando parte e lados no processo de separação;

• cuidados e conversas que podem chegar no seu filho e impactar na vida dele.

Sempre achei que deveria existir uma forma mais fácil de passar por tudo o que envolve um divórcio, sem afetar tanto a minha filha, de modo que ela soubesse que poderia contar com o pai e com a mãe em qualquer momento da vida. Afinal, ela foi fruto de um casamento que deu certo até o ponto em que deixou de fazer sentido para alguma das partes.

Sim, simplesmente deixou de fazer sentido. O que aconteceu? Como aconteceu? Quando deixou de fazer sentido? Você pode enlouquecer ao buscar essas respostas. Ao ficar com essas questões na sua cabeça ou buscando essas respostas, vai olhar o tempo todo para o passado, para algo que já aconteceu, não dá para voltar no tempo.

Se está nessa fase, só fala disso, e toda vez que encon tra alguém precisa botar para fora para aliviar, vou aproveitar

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De

e te perguntar uma coisa: é nisso que quer realmente focar?

Vai resolver alguma coisa ter as respostas dessas questões nesse momento? Vai ajudar em alguma coisa na hora de re solver situações que envolvam seus filhos?

Acho que já deve ter entendido que focar no que já aconteceu e passou não trará alívio no futuro. As brigas só vão atrapalhar o bem estar do seu filho, deixá-lo confuso e trará comportamentos que antes não colocava para fora e uma maior preocupação da sua parte, maior ansiedade, maior descontrole e a sua vida vai demorar cada vez mais a se or ganizar pois vai faltar paz.

O que acha de pensar numa forma alternativa e não convencional para que vocês, um ex-casal hoje, que em um passado próximo se amavam e eram felizes, e decidiram juntos o sonho de aumentar a família, ainda possam ser presentes no amor, no respeito e na educação que tem em comum pelos seus filhos?

Você e eu somos adultos, pais e amamos nossos fi lhos. Tenho certeza que quer o melhor para seus filhos, assim como eu!

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1 Respire! Vamos começar!

sejA sincerA com você

Vou ser muito sincera em tudo o que vou falar e espero a mesma sinceridade vindo do seu lado. Cada uma tem sua história, cada uma tem sua dor e todas devem ser respeita das. Ponto Final!

Você não vai encontrar aqui formas de voltar com o seu ex-marido. Se for este o seu desejo, peço que pare e busque formas de reatar seu casamento, e te adianto que não é por aqui. Neste livro, você vai encontrar formas de lidar com situações que podem vir a ocorrer no processo de divórcio, onde o filho que tiveram juntos pode vir a ser envolvido de forma a prejudicar seu desenvolvimento físico, emocional e mental. Meu objetivo no futuro dessas crianças é reduzir e amenizar os impactos que um processo de divórcio caótico pode causar na cabeça das crianças; e – por que não, amenizar um pouco os sentimentos que sei que você pode estar passando nesse momento.

Recado dado de forma simples, clara e objetiva. Agora, vamos seguir em frente.

Preciso que você se pergunte e responda o que quer neste momento, quais os seus objetivos e prioridades a curto, médio e longo prazo, para seus filhos, para você, e de que forma o seu ex-marido deve estar presente no convívio futuro.

Vou dar meu próprio exemplo, para deixar bem claro o que quero dizer. Na sequência, vou deixar algumas perguntas para que você possa se responder. Vou te dar um conselho,

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reserve um tempo para responder, seja nesse livro ou em um espaço destinado à sua escrita, as inúmeras perguntas que verá ao longo desses capítulos. O importante é ter um lugar que possa se responder sem medo do que os outros vão pensar, falar ou sugerir para você. Esse momento e esse espaço são seus.

Eu tinha alguns poucos exemplos de amigas que se separaram e vivi alguns exemplos de ações dos filhos quando acontecia um divórcio pesado entre os pais. Um exemplo é quando aconteciam as festas das crianças. O que eu via era a presença parcial de um dos pais, nunca os dois juntos na mesma festa! Até aí, tudo bem, isso acontece até mesmo com casais que estão juntos, as agendas não batem, os compro missos se sobrepõem e os interesses também.

Mas o que mais me incomodava era o fato de o pai ou a mãe ficar isolada em um canto, na festinha, pois um ou outro não conhecia os pais dos amigos dos filhos. Pois bem, eu agi aí!

Eu liguei para o pai da minha filha e expliquei que havia uma festa de aniversário programada e seria muito importante a presença dele na festinha. Ele disse que não ia e que era algo que eu deveria ir e acompanhar, visto que já conhecia as outras mães e estava à frente, etc. Eu escutei todas as desculpas possíveis para ele não levá-la na festa.

Depois de levantar alguns tópicos com ele, deixando claro que o interesse maior era o do bem-estar da nossa filha, que era importante ele conhecer os pais dos amigos dela, que eu sempre levava, mas que em algum momento ele teria que levar, que era melhor já começar a reconhecer as pessoas

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agora, visto que o ano estava começando e as festinhas iam ser parte da agenda mensal dela. Depois de muita conversa, consegui fazer com que ele fosse na festa. Era exatamente no final de semana em que ele ia estar com ela. O que fiz? Eu os encontrei lá para apresentá-lo a todas as mães e pais dos amigos da nossa filha.

Fiz isso na primeira festa, na segunda festa, na terceira ele já ia sem problemas. Houve aniversário em que cheguei primeiro, ele chegou depois, me deixou em casa e ainda levou nossa filha para a casa dele, para ela continuar no final de semana com o pai. Ele se encontrou no meio dos pais dos amigos dela, trocou telefones e tudo, foi-se encaixando. Às vezes, até me ligava dizendo que encontrou alguém na rua e estava com a turma da escola.

No final das contas, os pais dos amigos dos nossos filhos viram nossos amigos. Louco né? Mas é a mais pura verdade. Independente de com quem a nossa filha estava, se estava comigo ou com ele, ela ia às festinhas. Dependendo de quem era o amigo ou a amiguinha dona da festa, você poderia encontrar nós três lá ou somente dois. Achou que era em todas as festas? Só nas festinhas que tínhamos mais intimidade com os pais. Afinal, a presença do casal amigo que está separado na mesma festa dá o que falar, principalmente se o divórcio é recente.

Durante um bom tempo, as pessoas não entendiam essa relação, acreditavam que havíamos retomado nossa re lação como um casal, ou até mesmo mantínhamos uma ami zade colorida. Mas, aos poucos, perceberam que realmente estávamos separados e mantínhamos uma relação respei

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tosa com um objetivo único, o bem-estar emocional da nossa filha.

Tanto eu quanto ele viemos de lares de pais separados. Tanto eu quanto ele não queríamos que nossa filha passasse pelas mesmas dores que nós! Queríamos que ela passasse por uma experiência totalmente diferente sem passar pelos questionamentos normais de um divórcio conturbado e nunca duvidasse do amor que sentíamos por ela. Cheguei até aqui para te fazer pensar sobre o seguinte:

• Qual o bem mais valioso na relação que tiveram?

• O quão importante é a sua relação com seus fi lhos?

• Qual a sua lembrança de uma experiência de se paração? Seja sua ou de alguém próximo a você.

• Como você considera uma relação de sucesso com o pai do seu filho ou da sua filha depois da separação?

• Quão disposta a se esforçar você está para levar essa relação de forma respeitosa com seu ex para um lugar fora da caixinha?

• Como era a relação dos seus pais quando você era pequena? Independente se eram separados ou não, como você se sentia?

• Acredita que seus filhos(as) ficariam mais felizes com uma relação de respeito entre ambos?

• Quem mais tem a ganhar com essa relação?

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• O que eu passei que não quero que minha filha(o) passe?

• O que eu passei e preciso que meu filho(a) passe para entender a importância disso?

• O quão longe estou disposta a ir para garantir o bem-estar emocional dos meus filhos(as) e o meu?

• O que estou disposta a fazer e passar pra ga rantir o meu bem-estar emocional ao final desse processo?

Essas foram algumas das perguntas que fiz ao longo do período de separação do meu ex. Mas, por que fiz tantos questionamentos?

Muitas vezes, acho que não sei identificar o que quero, mas consigo saber exatamente o que não quero. Falo isso, pois essa realmente é minha dificuldade e pode ser a sua.

Eu sabia o que não queria que minha filha passasse durante o período de separação. Sei exatamente o impacto da falta da presença de um pai na vida dos filhos, pois já passei por isso. Independente se ele é um cara legal ou não, eu só pensava em uma coisa:

“Estou fazendo a minha parte, agora, cabe a ele.”

Sempre fui até onde conseguia ir. Não inventava histórias para contar à nossa filha e amenizar a ausência do pai. Sinceramente, sempre fui péssima mentirosa. Então, não tento. Ser pega por estar mentindo é muito ruim, por isso, não tapava o sol com a peneira. Mas, não vamos interpre tar tudo de forma literal. Ocultava, sim, algumas coisas que

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ela não precisava saber, afinal, avaliar a idade da criança e o entendimento que ela possa ter do que será abordado é fundamental. Tem coisas que obviamente não vão entender, não é o momento. Simples assim.

Quem sabe a resposta para o que contar ou não? O seu sentimento. Se você acha que a criança vai entender, ok! Não acha? Ok também.

Quando meu casamento acabou, minha filha tinha seis anos, e posso dizer com orgulho que, na festa dela de sete anos, nós dois estivemos presentes. Conversamos juntos sobre como poderíamos fazer, como pagaríamos e de que forma ele poderia contribuir para a realização da festa.

É óbvio que vi tudo o que era necessário para sair do jeito que considerava excelente, troquei bola com ele sobre as ideias, os valores e rachamos a festa. Ele me pagou só depois, mas me pagou. Só para você entender que os prazos podem não bater com os seus, mas se vocês estabelecerem uma boa relação já de início, isso facilita muito os ajustes financeiros no meio do caminho.

Se está curiosa sobre como foi a festa, vou te contar que foi super bacana e fora do pacote padrão. Alugamos um ônibus, onde a limitação era de 40 crianças (foram 35) e os pais convidados ficaram na minha casa com um momento só para eles. Férias das crianças para os pais também! Quais adultos subiram no ônibus? Eu, ele e minha comadre!

Com uma festa assim, não precisamos ficar dando ex plicação para todos que estávamos separados. É lógico que, quando voltamos do ônibus, os pais que não sabiam do nosso divórcio passaram a saber. As pessoas falam e conversam e,

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na festa da nossa filha, o ponto em comum de muitos pais que estavam lá era nós dois. Cuide da sua estabilidade emo cional! Todos querem saber o que houve e dar sua opinião, isso só aumenta o repertório de que você fracassou ou que o outro(a) não presta, e que o assunto vai render muito até acabar entre todos os ciclos dos seus amigos e dos amigos dos amigos mais próximos. Lembra daquela história que você já ouviu: adivinha quem separou? Pareciam tão felizes. Disfarçavam bem! Será que teve traição?

Pergunte-se:

• Eu quero passar por isso?

• Preciso passar por isso?

• Estou forte o suficiente para dar as respostas ne cessárias?

• Quero dar satisfação aos outros?

Eu não queria!

Mas vou ser justa aqui. As pessoas são naturalmente curiosas! A vida delas ou a vida das pessoas gira em torno de falar o que acontece à volta delas, das conexões que têm em comum com o grupo em que estão naquele momento ou os pontos em comum a todos. O programa Big Brother é algo comum a todos, quem gosta, ou mesmo se não gosta, tem uma opinião a dar. Mas sobre a sua vida, só sabe quem está próximo ou pelo que você coloca na rede social. Sincera mente, ninguém coloca coisas tristes na rede social. Atenção

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a uma coisa importante, para algumas pessoas, o seu divórcio ou separação pode ser muito chocante, sabe por quê? Por você e sua família são a referência do que essas pessoas têm de felicidade, de ter dado certo, de querer algo igual para a vida delas, ou seja, essas são as pessoas que quando souberem da sua separação vão sofrer, pois o “sonho” delas também acabou. Essas pessoas podem se aproximar de você ou se afastar totalmente, mas, acredite, não tem nada a ver com você e sim com elas.

Eu, por exemplo, odeio ir a velório! Só vou em casos que não têm como eu deixar de ir. Não espere meu apoio se um pai de algum amigo vier a falecer, não conte com o meu apoio se for um amigo, não serei a pessoa presente no velório, na missa de sétimo dia e, se você passar por mim, vou te evitar, simplesmente por não saber lidar, não saber o que falar, não me sentir bem. Se me contar, vou chorar junto com você, vou me segurar, mas vou chorar ao seu lado ou sozinha depois. Cada um com seus medos e fantasmas para lidar.

MICHELLE PACY, carioca, é formada em Administração de Empresas, pós-gradu ada em Marketing e Gestão de Clientes e Coach em Estratégia de Negócios e Educadora Parental formada pela PDA Brasil. Tem atuado nos 15 últimos anos como publicitária e executiva de contas do maior grupo de mídia do país.

Lógico que também existem as pessoas invejosas, e as que torcem pela sua felicidade e se preocupam de verdade. Mas também tem aquelas pessoas que queriam ter a sua fe licidade, e se a sua felicidade acabou, o mundo está perdido! Ou tem solução! Com o tempo, você vai descobrir, ou não. Prefiro não saber quem torce contra e acreditar que todos torcem a favor da minha felicidade.

Acompanhe a autora nas suas redes sociais: instagram.com/deboacomoex e-mail: deboacomoex@gmail.com www.deboacomoex.com.br

Entendeu? Cuide da sua cabeça e não das dos outros. O que acontece na cabeça dos outros é dos outros. Eles lidam com os problemas deles, e você com os seus. Ligue o botão do F@#&-$3 quando julgar necessário, sem medo.

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EXISTE UMA FORMA DE LIDAR COM O DIVÓRCIO

SEM IMPACTAR A VIDA DOS FILHOS?

Somos levados a acreditar que todo divórcio envolve caos, brigas e discussões, além do desgaste entre amigos em comum e familiares do ex-casal. Assim os filhos serão os mais prejudicados pela ausência do modelo familiar em que cresceram e pela dificuldade de enfrentarem o momento doloroso envolvendo seus pais. Tais dificuldades impactam negativamente o desenvolvimento emocional dos filhos.

Pela própria experiência como filha de pais separados, ao lidar com o próprio divórcio, ciente de todo o trauma emocio nal que sua filha poderia passar, Michelle Pacy decidiu pela melhor convivência com seu ex-marido, em busca da qualidade de vida de todos os envolvidos na separação, indo na contramão de tudo que vivenciou em sua infância.

Com o resultado positivo dessa experiência, Michelle apresenta uma abordagem a favor do equilíbrio na convivência, focada no bem-estar físico, mental e emocional dos filhos, mantendo a presença dos pais com respeito e parceria após a separação. É importante que os filhos tenham a com preensão de poder contar com o apoio e carinho dos pais em todas as fases da vida. Essas percepções irão contribuir para a melhora da autoestima, confiança, equilíbrio mental e emocional dos filhos em seu crescimento, tornando-os mais conscientes e ponderados para seguirem em frente na cons trução de um futuro melhor.

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ISBN-13: 978-6587041-50-6
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