Felt

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felt


-a Felt:: Uma revista jovem, para você que gosta de música, cinema, series e videogames. Uma revista para jovens feita por Jovens.

Felt.

expediente: Direção: Thaís Bueno Seganfredo Editora chefe: Thaís Bueno Seganfredo

Revisora: Lisiane Ramos Ferreira Repórteres: Thaís Bueno Seganfredo Lisiane Ramos Ferreira Projeto Gráfico e Diagramação: Lisiane Ramos


na Felt: Catarina Gushiken A designer fala em entrevista sobre carreira, design e arte.

Franz Ferdinand harry Potter Filmes que Marcaram uma geração.

Matéria especial sobre a banda e seu ultimo CD Tonight.

cinema 2001: Uma Odisséia no Espaço

moda Editorial inspirado na estética das Histórias em Quadrinho e em Blade Runner

tv The Big Bang Theory: O segredo dos NERDS


felt entrevista

Catarina Gushiken D

esign. Sem dúvidas, uma das palavras mais usadas nos últimos anos. Essa palavra em inglês incorporada recentemente ao nosso vocabulário virou sinônimo de modernidade e foi inserida até mesmo no contexto da arte. Uma das designers mais importantes no Brasil é Catarina Gushiken. Descendente de japoneses, Catarina é formada em design de moda e trabalhou durante oito anos como estilista da grife Cavalera. Atualmente, se dedica ao design e à ilustração, atendendo clientes com exclusividade em seu estúdio, em São Paulo, onde também reserva um espaço para aulas e workshops. Conversamos com ela no último Pixel Show (maior evento voltado ao design no Brasil) em Porto Alegre, a respeito de suas inspirações, da moda e – é claro – do design.


Felt: Quando você decidiu ser designer? Por que escolheu essa carreira? Catarina: Eu sempre gostei de ilustração. Eu sempre quis trabalhar com arte, desenho, mas no começo trabalhei como estilista. Por oito anos trabalhei na Cavalera, coordenando a equipe de estilo, e resolvi mudar, porque sempre gostei de arte. Acabei saindo da área de estilo e indo trabalhar como ilustradora, mas meus trabalhos sempre misturam ilustração e moda. Felt: Que importância tem o Pixel Show para o design brasileiro? É a primeira vez que você participa do evento? Catarina: Eu acho que uma importância muito grande, principalmente nesse momento em que o Brasil está sendo muito visto. Não é a primeira vez que eu venho no evento, já fiz uma outra participação, sou amiga dos meninos da Zupi (empresa responsável pelo evento). A gente faz vários projetos. Inclusive, tenho uma marca, e eles fazem a curadoria dos ilustradores que estampam a minha marca. Felt: Quais são as suas inspirações e o que você quer passar com o seu trabalho? Catarina: Eu sou neta de japoneses, então eu tenho uma forte influência oriental, mas também sempre gostei muito de anatomia. Então as minhas referências vêm muito do universo do orgânico, da fluidez, do ritmo e do movimento. Desse momento de inspiração em coisas de anatomia, que vem essa coisa mais visceral, mais forte. Mas ao mesmo tempo a delicadeza, a suavidade das referências orientais. É uma mistura disso. Felt: Você trabalhou durante anos como estilista. A moda influencia no seu

trabalho como ilustradora? Catarina: Eu acho que nesses oito anos que eu trabalhei na Cavalera, não tem como não influenciar. Talvez na questão do desenho das roupas, das personagens. Todas as minhas ilustrações acabam tendo um figurino. De certa forma, acho que essa foi a referência que a moda me trouxe. Felt: Você acha que a moda pode ser considerada uma forma de arte? Catarina: Eu acho que todo tipo de expressão artística verdadeira, com estilo, com propriedade pode ser considerada uma expressão artística. Mas em todas as áreas, mesmo na parte de artes plásticas, você tem um momento que é comercial. Então existe o momento de criação, mais conceitual, que é onde você acaba criando uma identidade, e existe o momento comercial. A moda permeia por esses dois lados. Existe o momento que é artístico, que é o da concepção, mas a moda também é mercado, venda. E nesse momento já não é mais arte, aí é business. Mas acredito que isso existe em diversas áreas, não só na moda.



Franz Ferdinand

musica

Depois de dois álbuns de “rock para dançar”, como a própria banda define, Franz Ferdinand resolveu que era hora de tentar algo novo. O álbum Tonight flerta com a música eletrônica sem abandonar as letras grudentas e as melodias dançantes características de Franz Ferdinand. A primeira música do álbum é a empolgante Ulysses. “Well I’m bored, I’m bored, c’mon let’s get high”, canta o vocalista Alex Kapranos. A música funciona como um “esquenta” para a noite de um cara que vai para uma boate, encontra uma garota, usa substâncias ilícitas, dança ao som de influências do rock clássico, enfim, tudo o que os jovens esperam que seja um sábado à noite. Ulysses é também um “esquenta” para o resto do álbum. A música poderia até ser mais uma daquelas típicas da banda escocesa, não fosse pelos sintetizadores que aparecem de surpresa no meio da música. Isso é só o começo do que vem pela frente: os elementos eletrônicos começam a aparecer cada vez mais ao longo do cd, às vezes até mesmo de forma agressiva, como na ótima Turn It On. Mas às vezes não dá nem para notar o

que é instrumento e o que é eletrônico. A banda brinca com o eletro-rock, adicionando umas distorçõezinhas aqui, uns sintetizadores lá e às vezes também algumas batidas eletrônicas que acompanham a bateria. Embora a maioria das músicas do álbum siga a mesma linha rock, com referência de bandas dos anos 70 e 80, como Pulp, o álbum também dá espaço para músicas diferentes, como Dream Again, que lembra o psicodelismo de Pink Floyd, e Katherine Kiss Me, uma baladinha lenta para encerrar a noite. Mesmo com a presença constante de elementos eletrônicos, Tonight não perde a característica de ser um disco de rock. Talvez a música mais eletrônica do cd seja Lucid Dreams. De seus quase oito minutos, quatro são constituídos de um instrumental de puro eletro-rock. É o melhor momento do álbum, quando a noite chega ao seu ápice – e o eletro também. Para aqueles que ficaram com vontade de conferir o disco, vale a pena também dar uma ouvida no álbum de remixes, Blood, que tem músicas mais experimentais, mas, nem por isso, menos dançantes.



reportagem especial:

O Inicio do Fim 30 de junho de 1997. Nascia, na Inglaterra, uma das séries de maior sucesso na literatura mundial. A autora era Joanne Kathleen Rowling, uma professora de inglês de classe média, que teve o insight dessa história enquanto viajava de trem. O personagem principal se chamava Harry Tiago Potter, um menino órfão de 11 anos que não sabia que era bruxo. A história fez tanto sucesso que Rowling acabou escrevendo mais seis livros sobre o menino bruxo. A série foi também adaptada para o cinema, quebrando records a cada filme lançado e se tornando também uma das séries de filmes mais bem-sucedidas da história. Qual é o segredo de tanto sucesso? Um dos fatores que mais contribuem é o mundo mágico idealizado por Rowling. Por trás da história de Harry Potter, há um universo paralelo cuidadosamente construído, cheio de referências diversas, como a mitologia grega, a Idade Média e o latim. Tudo é encantador no mundo mágico de Harry Potter.

Regras e instituições próprias, meios de transporte, seres e objetos mágicos e poderes que o homem sempre sonhou ter são alguns dos elementos que fazem parte da vida dos bruxos. Talvez o elemento mais fascinante desse universo seja a Escola de Magia de Bruxaria de Hogwarts, que possui disciplinas que mesmo o aluno mais rebelde gostaria de estudar, como Transfiguração, Poções e História da Magia. No meio de tudo isso, Rowling ainda conseguiu inserir questões como a discriminação racial e a luta do bem contra o mal. Na trama, o vilão Voldemort possui semelhanças ideológicas com Adolf Hitler. Seu objetivo principal é fazer com que os bruxos dominem o mundo, já que os trouxas (nãobruxos) são considerados inferiores e sofrem discriminação. Como os bruxos possuem seu próprio Ministério da Magia, Rowling também aborda questões políticas, como a má-administração e a propaganda política. Além disso, a série de livros incentivou jovens do mundo inteiro a gostar da leitura e a realizar essa prática com frequência.


“Harry Potter e um livro que cresceu com seus leitores, e isso e algo inedito” “Eu lia muito menos antes de ler a saga de Harry”, afirma o estudante Thiago Motta, de 25 anos, fã da série há 10 anos. Tudo isso faz com que Harry Potter seja também educativo. O enorme sucesso fez com que a série se expandisse e virasse uma franquia de diversos produtos. Jogos de videogame, áudio-books, fantasias e até um gigantesco parque de diversões ajudaram a construir a franquia. Paralelamente, os fãs também passaram a produzir seu próprio conteúdo a respeito da série, caracterizando o que o professor Henry Jenkins chamou de “cultura da convergência”. Thiago é o administrador de um site não-oficial sobre Harry Potter, o Beco Diagonal. “A idéia para montar a Beco foi a de integrar todos os fãs do país e criar um site referência no assunto”, conta o estudante. Vídeos, desenhos e até histórias inspiradas no mundo de Harry Potter e suas personagens, as chamadas fan-fics, também são alguns dos conteúdos produzidos pelos fãs. Todo o conteúdo produzido pelos fãs não tem fins lucrativos, já que o objetivo desses fãs é apenas conseguir o máximo de interação possível com o conteúdo.


Práticas como essa aumentam a fidelidade dos fãs e, por isso, são incentivadas pela equipe de Harry Potter. Todos esses fatores fizeram com que Harry Potter marcasse uma geração. “Harry Potter é um livro que cresceu com seus leitores, e isso é algo inédito”, afirma a publicitária Flávia Eizerik, 27 anos, fã de Harry Potter desde 2001. A maioria dos fãs da série não apenas viram Harry e seus amigos crescerem como também cresceram junto com ele. Ao longo da década, isso criou uma base de fãs não apenas fiéis como também fervorosos. “Algo que me define como pessoa é ser fã de Harry Potter, tenho dois cosplays (fantasias), vou a EPs (encontros de fãs) e pré-estreias, e sou ativa em fóruns de discussão”, conta Flávia. Infelizmente, tudo algum dia tem que chegar ao fim e, embora possua poderes mágicos, Harry Potter não é exceção. Quando o fim chegar, não há dúvidas de que Harry Potter permanecerá para sempre na lembrança dos milhões de fãs como uma parte importante de suas vidas. E o fim já começou. No último dia 19 de novembro, foi lançada, no Brasil, a primeira parte do último filme, Harry Potter e as Relíquias da Morte. A segunda parte, que colocará o ponto final na saga, já tem data marcada: 15 de julho de 2011.

A serie de livros incentivou jovens do mundo inteiro a gostar da leitura.


cinema:


Guerras estelares, explosões, ruídos propagados no vácuo e ets bizarros. É isso que todo mundo espera dos filmes de ficção científica, certo? Pois existem filmes que fogem à estética Star Wars e exploram o universo através de outras facetas. Um deles é 2001: Uma Odisséia no Espaço. Lançado no ano emblemático de 1968, 2001 é considerado por muitos críticos uma verdadeira obra-prima, cujo autor é ninguém menos que o perfeccionista Stanley Kubrick. E se Kubrick algum dia alcançou a perfeição, sem dúvidas foi com 2001. A história tem início antes do surgimento do homem, mais precisamente tendo uma espécie de primata como protagonista. Após o misterioso aparecimento de um monolito negro, mudanças significativas ocorrem, e somos levados por Kubrick instantaneamente para o futuro. Um futuro onde o homem possui grandiosas naves espaciais e começa a explorar o espaço. Neste contexto, algo é achado na Lua - uma suposta prova de que existe vida fora da Terra. Mas é a partir daí que a história se desenvolve. O objeto encontrado na Lua emite um sinal para Júpiter, e inicia-se uma missão para investigar esse sinal emitido. Entre os membros da tripulação envolvidos na missão, sem dúvidas o mais instigante é HAL, um supercomputador capaz de, ao mesmo tempo, comandar a nave inteira e conversar com os outros personagens como se fosse um ser humano. Esse enredo é artisticamente retratado por Kubrick através de belas imagens, que apresentam uma ótima fotografia, uma cuidadosa direção de arte baseada no

retro-futurismo dos anos 60 e impressionantes efeitos especiais, em uma época onde não se contava com o computador para fazer cinema. A trilha sonora não fica por menos, representada principalmente pelo Danúbio Azul e pela inesquecível Assim Falou Zaratustra. Tudo isso se dá através de um ritmo muito lento, onde o espectador é levado a observar por longos minutos cenas dos personagens flutuando no espaço. Entretanto, se o filme fosse mais rápido, Kubrick certamente não conseguiria o efeito que queria: o da reflexão. Através desse filme, Kubrick questiona o papel do homem no mundo, mas não traz explicações ou respostas. Cabe ao espectador interpretar o filme e buscar suas próprias explicações. Quem tiver paciência para se entregar às imagens de 2001: Uma Odisséia no Espaço terá talvez uma das experiências mais impressionantes que o cinema pode proporcionar, sendo levado a refletir sobre tudo, ao mesmo tempo em que aprecia imagens únicas.


moda:

É possível misturar elementos tão diferentes como moda, HQs e filmes de ficção científica? Para nós, sim! Pensando em reunir universos improváveis, fizemos um editorial de moda inspirado na estética das Histórias em Quadrinho e em Blade Runner (Estados Unidos, 1982), filme de Ridley Scott. Nossa personagem se transforma, então, na replicante Pris, a vilã andróide do filme. A idéia é dar destaque às qualidades da personagem, de força e determinação. Com a ajuda das Histórias em Quadrinho e de roupas inspiradas no retro-futurismo dos anos 80, transformamos nossa modelo em uma heroína do futuro.




Créditos: Fotografia: Thaís Bueno Produção de moda: Thaís Bueno Maquiagem: Carolina Gomes Modelo: Carolina Gomes


tv:

Sem vergonha de ser nerd. The Big Bang Theory conta com a ajuda de verdadeiros NERDS para escrever o roteiro e aposta na relação impossivel de uma vizinha gostosona com quatro geeks.

rabalha em The Big Bang Theory como consultor científico respondendo às perguntas dos escritores, até mesmo escrevendo partes do script, ajudando os atores e muito mais. Além da física, a série ganha nas peculiaridades dos seus personagens e nas participações Sci-Fi super especiais que ocorrem em alguns epsódios, como a participação de Stan Lee, o lendário escritor e co-criador de alguns célebres personagens do universo da Marvel Comics e de Steve Wozniak, o co-fundador da Apple, simbolos do mundo nerd. Na linha de frente do seriado passado em Pasadena, estão os personagens Sheldon Cooper, Leonard Hoofstader e Penny. Dois físicos e uma garçonete.

Pai da palavra Bazinga, que acompanha irônias Sheldoninas. Sheldon Cooper deu a seu interprete, Jim Parsons, o prêmio de melhor ator de comédia no Criada por Bill Prady e Chuck Lorre, EMMY 2010. Completando o NERD TEAM da The Big Bang Theory, que estreiou em série estão Raj e Howard. O primeiro um 2007, hoje está em sua 4ª temporada e cada vez mais conquistando fãs ao redor astrônomo indiano que não fala com mulheres a não ser que esteja bebado e o do mundo. outro um Engenheiro Mecânico que mora A SitCom Americana mescla física com sua mãe e se vê como um conquiscom humor, o que garante diversão do tador, e passa cantadas patéticas sempre inicio ao fim. Para garantir a veracidade que vê uma mulher. das citações científicas da série um verThe Big Bang Theory tem se firdadeiro físico faz parte do time de roteiris- mado como uma das melhores séries da tas. David Saltzberg, um físico da UCLA, atualidade, e não é por menos,



Fanzine Desenvolvida para a Cadeira: Laboratório de Comunicação Visual Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade De Biblioteconomia e Comunicação Professor: Ricardo Schneiders Lisiane Ramos e Thaís Bueno


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