Jornal lince agosto 2013

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LINCE jornal

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton Nº 55 | Agosto de 2013

Jovens se mobilizam em campanha contra o terrorismo

NÃO ÀS BOMBAS O AMOR SUPERANDO A GUERRA

| PÁGINAS 18 À 20

ALERTA: LIXO NAS RUAS AGORA PODE DAR EM MULTA

| PÁGINA 10 E 11

| PÁGINA 03

SAÚDE: EM BUSCA DAS FLORES QUE CURAM

APITO: RICARDO MARQUES, O ÁRBITRO Nº1 DE MINAS

| PÁGINAS 12 À 14

| PÁGINAS 21 À 23

ronnY edrY / tHepeaCeFaCtorY.orG

RODOVIÁRIA: UM MUNDO ENTRE ACHADOS E PERDIDOS


Guerra dos ‘vinte’na TV

arquivo pessoal

Opinião

As manifestações que mobilizaram o país tiveram a mídia como um importante agente no desenrolar da crise, que se tornou um dos alvos do povo Vários outros jornalistas, como alguns

Raquel Durães

4º período

repórteres da Folha de São Paulo, também foram feridos durante as passeatas, especial-

Motivados pelo aumento das tarifas das pas-

mente pela polícia, que as mídias tanto defen-

sagens de ônibus em vários estados, manifestan-

diam. Mas isto era algo previsível (exceto para o

tes de todo o país saíram para as ruas, no início de

superego das próprias emissoras). “Se está na

junho deste ano, reivindicando seus direitos. A

chuva é para se molhar”. Naquele momento,

cada dia, os motivos dos protestos se alternavam;

não havia privilegiados ou pessoas especiais.

indo desde os 20 centavos das passagens à insatis-

Foi interessante observar a reação do

fação com a saúde, política, educação e com os

povo nesse aspecto. Sinceramente, não recri-

gastos absurdos com a Copa do Mundo de 2014.

mino as “porradas” que muitos levaram por

Por meio da mídia, ávida pela atenção e audiência

aí, por mostrarem apenas um lado da situação

do público, tal revolta chegou aos olhos de vários

e ocultar outros. Quem não se lembra da polí-

países do mundo, como Estados Unidos, Argen-

cia que ficou quietinha e “escondida das

tina e Inglaterra.

câmeras”, observando de longe, os maus

Além da insatisfação com o andamento do

exemplos que destruíram inúmeros pontos da

país, a cobertura das grandes mídias nas manifes-

cidade, enquanto as emissoras só sabiam

tações também não passou despercebida. Até

dizer que, mais uma vez, os vândalos des-

mesmo os queridinhos da Rede Globo e Record

troem o patrimônio público? É claro que,

Minas foram barrados; em São Paulo, as emisso-

muitas vezes, a recepção do público foi um

ras tiveram seus carros destruídos e repórteres

pouco exagerada. Mas para um povo que ficou

vaiados. Caco Barcelos, um dos grandes nomes do

quieto por tempo demais, até que durou

jornalismo brasileiro, foi um dos que foram expul-

menos do que eu esperava.

sos pelos manifestantes. Além disso, alguns gru-

Enfim, por mais que a Globo, ou qualquer

pos de manifestantes organizaram protestos

outra emissora, possa ser considerada manipu-

específicos contra a Rede Globo, como os Black

ladora ou injusta, o fato é que esse poder midiá-

Blocs e Anonymous, pela forma com que a emis-

tico de manipulação e influência (que todos nós

sora cobria os protestos que, segundo eles, era de

sabemos e deixamos acontecer) vai muito além

forma tendenciosa e incompleta.

do que podemos ver ou compreender.

Expediente

LINCE jornal

Jornal Laboratório

do Curso de Jornalismo

do Centro Universitário Newton

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Conselho Editorial Professor Menoti Andreotti

Pro­jeto grá­fico e Direção de Arte Helô Costa (Registro Profissional 127/MG)

Monitores João Paulo Freitas, João Vitor Cirilo e Caíque Rocha Reportagens Alu­nos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário New­ton Diagramação Laura Senra Márcio Júnio Estagiários do Curso de Jornalismo Cor­res­pon­dên­cia NP4 - Rua Ca­tumbi, 546 Bairro Cai­çara - Belo Horizonte - MG CEP 31230-600 Contato: (31) 3516.2734 sugestoeslince@hotmail.com

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emis­são de con­cei­tos emi­ti­dos em ar­ti­

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gos as­si­na­dos e per­mite a re­pro­du­ção to­tal ou par­cial das ma­té­rias, desde que ci­ta­das a fonte e o au­tor.

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OLHAR

RAFAEL

Multa por maus hábitos Raquel DuRães - 4º PeRíoDo

Para aqueles que estão acostumados a jogar papéis de bala, palitos ou qualquer outra coisa ‘simples’ nas ruas, é bom se adaptar e perder os maus hábitos. Entrou em vigor na terça-feira (20/08), no Rio de Janeiro, a lei que permite a aplicação de multas para quem jogar lixo nas ruas da cidade. As fiscalizações nos principais bairros do Rio, como Copacabana, Ipanema e Leblon já começaram e o valor da multa varia de R$157 a R$ 980 reais. Atenção também aos motoristas: quem jogar lixo pela janela do carro será multado pela placa do veículo. Segundo o site g1.globo. com, “quem for multado terá o direito de recorrer, mas, se ainda assim, for considerado culpado e não pagar o valor da multa, terá o título protestado pela prefeitura”. A fiscalização começará também em Belo Horizonte, dessa vez, com mais rigor; visto que a prefeitura de BH já está em “guerra” contra os sujões desde 2009. Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

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FOTOS MARTINS


CULTURA

Ecletismo e boa música

Considerada um dos grandes talentos da música mineira, Selmma Carvalho segue na estrada e lançará mais um trabalho Por João Vitor Cirilo

dutor de São Paulo, o Flavio Alves, e então fiz

4º período

muitos shows lá e em cidades vizinhas. Fui também ao Nordeste e me apresentei na

A cantora Selmma Carvalho é a entre-

Espanha em 2012.

vistada da vez no Jornal Lince. Considerada por muitos uma das grandes cantoras brasi-

- Desde o primeiro disco, o ecletismo,

leiras, a nova-limense teve o bom trabalho

que depois virou moda entre a maioria

colocado em evidência em 1997, quando foi

das cantoras brasileiras, já era uma

indicada ao Prêmio Sharp de Música, como

característica. Já pensou em fazer um

Cantora Revelação. De lá pra cá, três álbuns

disco mais conceitual, que contemplasse

divulgados. Em 1999, gravou “Cada lugar

a obra de um só autor, por exemplo?

na sua coisa”, e, em 2005, veio “O que será

Claro, mas é um projeto futuro.

que está na moda?”, último CD lançado. Mais um trabalho será finalizado em 2013, com novidades.

- Do primeiro ao último CD lançado, o que mudou em seu trabalho?

No bate-papo com o Lince, Selmma

Conheci pessoas muito importan-

falou sobre sua carreira, o cenário musical

tes no meio musical, estreitei laços,

em Minas e no Brasil, e também sobre seu

aprendi muito e continuo aprendendo.

novo CD.

Tenho hoje mais cuidado na escolha do repertório, da pessoa que vai

- Para muitos críticos e produtores,

produzir o CD, assinar os arran-

como Ezequiel Neves, você é uma das

jos. Gosto de ousar. Por isso

melhores cantoras brasileiras, mas sua

mesmo, escolho pessoas que

carreira ainda parece mais regionali-

tenham afinidades comigo.

zada, nos limites de Minas. Você nunca

Busco sempre algo diferente,

teve planos de se lançar nacionalmente?

outros timbres e sonoridades. É

Sim, sem dúvida! Que artista não quer

fundamental essa pesquisa,

projeção nacional?! Quando Ezequiel fez

hoje e sempre. A vida é

essa afirmação, tinha acabado de lançar

movimento e amadure-

meu primeiro CD. Ele foi indicado ao Prê-

cimento; a evolução é

mio Sharp e, com isso, meu primeiro traba-

conseqüência.

lho ficou conhecido fora de Minas também. Fiz shows em outros estados e me projetei

- Você acha

um pouco mais. Meus outros dois CDs

que, pelo fato de

foram patrocinados por Leis de Incentivo à

ser mineira e de

Cultura de Minas Gerais e, talvez por isso,

morar em Belo

acabei realizando mais shows para divulga-

Horizonte, tem

ção deles em Minas. Recentemente, tive a

obrigação de

felicidade de trabalhar com um ótimo pro-

cantar música

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton - Agosto de 2013 Arquivo pessoal


dá ao cd, pois todas as informações estão contidas ali,

de autores mineiros?

toda a ficha técnica. Copiar um cd é tão comum hoje

Nunca senti essa obrigação. Nos quatro CDs gravados, interpreto canções de pessoas de todo

em dia, mas o encarte é fundamental. É ótimo saber quem produziu, assinou os arranjos, saber

o Brasil e claro, de Minas também.

que músicos participaram, instrumentos utilizados e outras curiosidades.

- Nesse sentido, como você definiria hoje o cenário da música em Minas? Acha que nossas referências ainda são o Clube da Esquina ou alguma coisa

- Qual sua opinião sobre o atual cenário

nova surgiu depois deles ou a partir deles?

musical nacional? Muitos consideram que o nível dos cantores caiu bastante... Há quem

Muita coisa aconteceu depois do Clube da Esquina,

diga que as cantoras, principalmente, parecem

novas sonoridades, timbres. Ele tem seu valor, e ainda é referência para alguns artistas.

cada vez mais iguais. Quem é que você ouve hoje? Há muitos artistas com trabalhos originais, consis-

- E qual a sua relação com a internet

tentes, ousados... basta procurar e ficar antenado com o

e essa nova realidade do mercado?

novo. A internet é o lugar. Na TV, quase nada, muitas repe-

Nos Estados Unidos, no Japão e em

tições de modelos e ritmos. Existe sim, a meu ver, um jeito

alguns países da Europa, o CD vol-

novo de cantar. Interpretações mais vicerais como fize-

tou a ter espaço e já se fala na reabi-

ram Elis, Cássia e tantas outras, já não acontecem com

litação das gravadoras, ao contrá-

freqüência. Pessoas que gosto de escutar e que de

rio do que acontece no Brasil.

alguma forma me influenciam: Sara Tavares, cantora e

A internet hoje é tudo, não

compositora portuguesa com ascendência cabo-ver-

podemos mais viver sem ela, esta-

diana, Mayra Andrade, outra cabo-verdiana, Cezária

mos conectados o tempo todo com

Evora e Lenine.

o novo que surge. Tudo muito rápido, muitas informações.

- Muitos também reclamam da desinforma-

Com certeza as músicas são

ção ou pouca habilidade dos produtores, que

copiadas sim. Mesmo na cena

trabalham com o óbvio. Por exemplo, há uns

independente, isso acontece

anos, todas cantavam músicas do Zeca Baleiro,

com freqüência. Acho muito

que estava no auge. O mesmo com o Cazuza.

importante esse espaço que se

Mas há autores importantes que permanecem quando inéditos e são ignorados. Em um de seus discos, você interpretou “Imitação”, um dos sambas mais bonitos do Batatinha, compositor quase só conhecido na Bahia... Zeca sempre foi muito generoso, e seu talento conquistou o coração feminino. Natural muitas terem cantado. Eu mesma já gravei duas canções dele, uma ainda inédita na minha voz (“Se você me ama”). O óbvio é o que a “grande” mídia mostra. Dá pra falar um pouco sobre o novo álbum? Novidades? A principal é me lançar como compositora, com duas autorais e duas em parceria com Sergio Moreira e Vander Lee/Paulo Santos. Continuo com compositores da nova geração como Jerry Espíndola e sua irmã, Alzira E, Fred Martins (Niterói) e Francisco Bosco (Rio). De Minas, Ricardo Koctus (Pato Fu), Samuel Rosa/Chico Amaral. Jota Veloso, de Salvador, José Carlos Guerreiro, de SP, e duas regravações de músicas já consagradas e um pouco esquecidas. Participações especiais: Chico Cesar, Sergio Perere, Fred Martins, e as vozes de Babaya, Lu e Celinha Braga. O arranjador e produtor foi o multi-instrumentista Rogério Delayon, que assinou 11 arranjos e produziu meu álbum “O que será que está na moda?”. Tuco Marcondes também fez uma linda participação, assinando um arranjo.

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EVOLUÇÃO

A Resistência dos livros impressos

com o avanço dA

tecnologia Com a invenção dos tablets, os e-books têm chamado a atenção dos amantes da leitura, mas os livros convêncionais tentam resistir a essa inovação

Por Dayane Cristina

mais espaço no mundo virtual. Embora

se lê algo. “Prefiro os livros impressos.

4º período

isso amedronte, de certo modo, alguns

Não consigo ler muito na frente do com-

bibliófilos, amantes do livro impresso,

putador e gosto de levar os livros que

A chegada do mp3 ao mercado fez

essa mudança facilitará a vida de muita

estou lendo para todos os lugares. Os

com que a venda de CDs diminuísse.

gente. Há pessoas que dizem que não

impressos me atendem muito bem”,

Será que a chegada dos ‘tablets’ poderá

gostam (não sabem) de manusear o livro

disse a estudante de secretariado Lud-

diminuir ou parar a venda de livros

digital, e também as que ainda estão se

mila D’Oliveira.

impressos? Essa pergunta só o tempo

adaptando a essa nova tecnologia. Custo-Benefício

pode responder. Que há vantagens e desvantagens em ambos não se pode negar.

prós e contras

Embora seu manuseio seja fácil –

O livro típico pode ter o cheiro da pessoa

As vantagens e desvantagens se

pois pode-se reduzir ou ampliar o tama-

que o lê, e pode ter um valor afetivo

equilibram. Os livros eletrônicos podem

nho da letra de acordo com o que é

maior, principalmente se presenteado

ser baixados rapidamente e, quase sem-

agradável ao leitor –, a leitura do livro

por alguém especial, o que é mais difícil

pre, são mais baratos. Não deterioram

impresso ainda é mais rápida. Mas, há

de acontecer com o digital. Geralmente,

nem envelhecem. Além disso, o leitor

novas melhorias a favor do livro digital.

as pessoas que gostam de arte preferem o

pode ter em seu tablet a quantidade de

Para Leonardo, o tablet oferece uma

livro impresso, pois podem manuseá-lo

livros que desejar, pois não precisa se

incrível facilidade de leitura de livros.

melhor, comparando as figuras e apre-

preocupar com o incômodo do peso.

Depois que se acostuma com essa tecno-

ciando as obras. Por outro lado, o e-book

Também há marcadores, com os quais

logia, tudo fica mais fácil. Não é neces-

tem vida indeterminada e vários deles

pode-se retomar à leitura rapidamente.

sário ir a uma livraria, nem aguardar a

podem ser levados para todo lugar.

Outra vantagem é que o armazenamento

chegada de um livro impresso comprado

O professor de Tecnologias em

não é um problema. Basta que haja um

pela internet. Se avaliado o custo-bene-

Comunicacão, Leonardo Wanderley,

bom espaço na memória do computador.

fício do novo produto, a tendência é que

mesmo confessando sua preferência pela

O leitor não precisa ter uma biblioteca ou

os leitores optem cada vez mais por ele.

nova tecnologia, não acredita que os livros

livraria em casa (nem na mochila).

Em relação aos autores de livros

impressos se extinguirão totalmente, mas

“Com livros eletrônicos não há pro-

impressos, Ludmila acredita que, com a

que haverá uma diminuição significativa

blemas com traças, fungos, bactérias.

valorização da internet, daqui a algum

nas edições e tiragens. “O tablet é muito

Além de destruírem uma biblioteca em

tempo eles irão optar pelos digitais. Não

legal. Há uma infinidade de livros gratui-

pouco tempo, eles são agentes causadores

só pela expansão da tecnologia, mas

tos de todas as categorias na internet:

de doenças alérgicas”, explicou o profes-

visando também a questão econômica e

literatura, clássicos, etc”, disse. .

sor Leonardo. O bom é que, com o livro

de sustentabilidade. “É menos traba-

Pode-se dizer que, como mídia, o

impresso, não há riscos em relação à bate-

lhoso e nocivo à natureza produzir um

livro eletrônico tem ganhado cada vez

ria. Um tablet pode descarregar enquanto

e-book”, opinou.

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O papel das livrarias Essa situação é um pouco preocupante para os donos de livrarias, que precisam chamar a atenção das pessoas para a leitura dos livros tradicionais. Alguns já pensaram em estratégias para contornar o avanço da tecnologia. Outros já as colocaram em prática, como o proprietário do Café com Letras, uma livraria-restaurante da Savassi. Bruno Golgher é um fiel adepto à leitura de livros impressos, e não abre mão disso. “Sou do tipo velha guarda; não consigo me concentrar lendo através de um computador. Não sei se conseguirei fazer meus filhos gostarem de impressos; eu prefiro eles”, disse. Mas, reconhece as vantagens das novas tecnologias. Sabe que há livros muito antigos que só podem ser encontrados no formato digital. Já até comprou um livreto escrito 70 anos atrás. O empresário acredita que livros recreativos podem ter suas vendas diminuídas no futuro, mas que não sumirão completamente. Alguns autores irão pensar em estratégias para diversificarem suas mídias de publicação e se atualizarem tecnologicamente. Publicarão seus trabalhos tanto na internet, em blogs, quanto nos impressos. Outros escolherão apenas a mídia eletrônica para divulgação. Em contrapartida, as livrarias precisam de ideias interessantes para atender aos clientes, pensando em métodos inovadores para atraí-los. “Ou elas diver-

Para chamar a atenção do leitor No Café com Letras, por exemplo, o emp resário sempre traz novidades para seus clien tes. Além de poderem tomar um café enquanto leem livros, eles podem comprá-los por um preço bem menor. A livraria faz lançamentos durante todo o mês, chamando aten ção para um dete rmin ado auto r em cada semana. “Gosto muito das livrarias-café s. Elas têm um ambiente bacana e propício tanto para ler um livro, enquanto se toma um café, quan to para bater um papo”, disse Ludmila. Com toda s as vant agen s e desv anta gens dos livros impressos e digitais, haverá pess oas que serão contra ou a favor de um ou outro form ato. Com isso, os livros impressos resistirão à força das inovações, agradando aos seus adeptos, enquanto as novidades que surgem agradam aos que as amam. O interessante seria se todos os livros impressos fossem disponibilizados eletronicamente, e vice-versa. A tecnologia avança para facilitar a nossa vida, mas nem todos acham facilidade no avanço das tecn ologias.

sificam seu negócio, ou vão sofrer com a tecnologia, pois a tendência é que a venda de livros digitais raFael martins

aumente”, disse Bruno.

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TRABALHO

CoNQuIstaNdo

sEu

Espaço Portadores de deficiência ainda lutam contra o preconceito e buscam qualificação profissional para conquistar uma vaga no mercado de trabalho

arquivo CpJ

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fReDeRiCo VieiRa

çava um perfil praticamente impossível de ser preenchido

4º período

por deficientes. O preconceito era enorme; só agora teve uma melhora”, completou.

Segundo o IBGE, o Brasil possui 45,6 milhões de defi-

Hoje, a lei possui algumas características que favore-

cientes, o que equivale a 24% da população do país. Além

cem o deficiente, mas são poucas as instituições que as

do alto número quantitativo, a qualidade com que vivem

respeitam. Uma empresa só pode demitir um empregado

também vem aumentando gradativamente, e as suas limi-

inserido no sistema de cota se a vaga for substituída por

tações passaram a ser facilmente superadas.

uma pessoa em condição semelhante.

Isso pode ser explicado por dois motivos: a mudança

Com a ajuda de ONGs e associações em parceria com

comportamental e social perante o deficiente, e a cons-

o Poder Público, novas leis foram viabilizadas — como a

cientização do mesmo para o crescimento intelectual que

Lei nº 10.098 de 19/12/2000, de Acessibilidade —, e cur-

caracterize a sua inclusão em uma vida normal.

sos profissionalizantes e de qualificação foram oferecidos. Os deficientes logo começaram a se qualificar e o

BaRReiRas

quadro se inverteu. Mudou-se o comportamento. Ele não

O deficiente no Brasil sempre enfrentou muitos pro-

se vê mais como parte insignificante da organização. Pelo

blemas, sendo o preconceito o maior deles. Na década de

contrário, luta de igual para igual com os outros concor-

1980, eram raríssimos os casos de inclusão em atividades

rentes, e se prepara para o convívio profissional. “Sempre

remuneradas. Havia uma grande dificuldade em todo o

tive o seguinte pensamento: sou um deficiente visual,

processo. Os deficientes não acreditavam que eram capa-

porém, necessito me capacitar intelectualmente para

zes de exercer funções trabalhistas dentro das empresas, e

atuar no mercado de trabalho”, disse Oscar Frederico,

o empregador não acreditava no potencial dos mesmos.

revisor de braile.

Missão difícil. O deficiente só conseguia ingressar no

Os empresários entenderam que não é mais possível

mercado de trabalho por meio de ações governamentais, e

ignorar estas pessoas, e a questão de acessibilidade está

atuavam em órgãos do governo estadual e federal. Na maio-

sendo revista. É necessária toda uma preparação para

ria dos casos, eram dependentes da renda de familiares.

recebê-los. O espaço físico deve ser respeitado: rampas,

No dia 24 de julho de 1991, foi criada a Lei de Cotas

mesas e utensílios de trabalho devem ser adaptados.

para os deficientes. Desta data em diante, a empresa com

Clebert Rodrigues, sócio-propriétario de um departa-

cem ou mais funcionários estava obrigada a preencher de

mento de lojas, disse que a principal evolução na inclusão

dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários

dos deficientes foi a mudança comportamental dos mes-

reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência.

mos, que passaram a acreditar que eram capazes de alcançar um bom emprego, uma qualidade de vida melhor. “Sou

tRaBalHo

cadeirante. Sei das minhas condições. Mas lutei pelo meu

Após o estabelecimento da lei, as empresas continua-

sucesso profissional, e hoje sou dono do meu próprio nego-

ram a oposição sobre a ideia de possuir deficientes dentro

cio”, afirmou.

de sua atividade comercial. As vagas lançadas a eles eram

O deficiente vem mostrando sua força, a fim de con-

praticamente impossíveis de serem preenchidas na época,

quistar seu espaço, mudando aquela visão de um eterno

visto que exigiam pós-graduação e no mínimo 36 meses de

dependente, correndo atrás de seu sucesso profissional. A

experiência em determinada função. Segundo Maria

inclusão é consequência. Eles não aceitam mais fazer

Lemos, auxiliar de Recursos Humanos, deficientes auditi-

parte de um grupo excluído, querem condições iguais aos

vos, como ela, eram descartados para um grande número

demais para alcançar seus próprios objetivos e têm conse-

de atividades. “A Lei existia, porém, propositalmente tra-

guido bons resultados

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CiDADE

rEENCoNtros, EmoçÕEs E outros

aCHados &

pErdIdos Chaves,

documentos, arquivo CpJ

pranchas de surf, livros, celulares e, às vezes, até joias pontuam o caos cotidiano do Terminal Rodoviário de Belo Horizonte HenRique CoutinHo

guardas municipais, outros passageiros e

cluindo que não. Sairia mais barato com-

4º período

até taxistas. Muitos desses objetos deixam

prar uma nova em Vitória. É por motivos

de retornar às mãos dos devidos donos,

assim que muitos objetos não são entre-

Por dia, cerca de 40 mil pessoas circu-

pois muita gente não sabe que também há

gues a seus donos.

lam pelo Terminal Rodoviário de Belo Hori-

os chamados “procedimentos de recupe-

A responsável pelo setor de “Achados

zonte, na Praça Rio Branco, no coração da

ração”. Como muita gente também nem

e Perdidos” do terminal rodoviário, há

cidade. Em vésperas de feriados e datas fes-

pensa em voltar para recuperar os perten-

mais de 30 anos, é Sebastiana Marques.

tivas, esse número costuma até dobrar. Um

ces, o que permanece no terminal é um

Histórias não faltam na rotina de Tiana,

movimento intenso, caótico, às vezes alegre;

enorme montante de objetos.

como ela é chamada por todos. Ela já pre-

às vezes nervoso, em que esquecer parte da bagagem quase vira rotina — de malas de

senciou coisas realmente inusitadas em Vale a Pena?

seu trabalho, e se lembra de um grande

viagem a cadeiras de roda, de celulares a

Um passageiro que mora no estado

brinquedos, documentos e comida. Desa-

do Espírito Santo esqueceu sua câmera

tenção, ansiedade, tudo pode ser motivo

digital, que foi encontrada e levada aos

— Eles deixam prancha de surf,

para explicar tanto esquecimento.

número de casos, mesmo atendendo vários deles.

“Achados e perdidos”. Uma câmera sim-

cadeira de rodas, muletas... Encontra-

A quantidade de objetos recolhidos é

ples, encontrada no varejo por R$ 200.

mos de tudo. A gente sempre faz o possí-

extensa e variada. Para isso, o Terminal

Valeria a pena pagar R$ 84,50 ou R$ 112

vel para devolver o objeto ao dono. Pro-

Rodoviário mantém o setor de “Achados e

(ônibus classe A) para voltar a Belo Hori-

curamos alguma identificação, tenta-

perdidos”, para onde são destinados os

zonte só para recuperar a câmera? Feitas

mos entrar em contato, mas nem sem-

objetos e documentos encontrados por

as contas, o dono do objeto acabou con-

pre dá certo.

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Prancha de surf Documentos, óculos, chaves e malas

Porém, nem tudo é perdido ou

quando aumentam a rotatividade e o

estão entre os itens mais esquecidos. Tiana

esquecido dentro do terminal rodoviário.

número de passageiros dentro do terminal.

diz que acha normal esse esquecimento,

O que é deixado nos táxis que estacio-

Como o setor não funciona nem em fins de

“porque as pessoas costumam passar apres-

nam no entorno do quarteirão da rodovi-

semana nem em feriados, os guardas muni-

sadas pela rodoviária ou andam muito dis-

ária também vai para o setor de “Achados

cipais recolhem esses objetos e os levam

traídas”. Mas acontece também que, muitas

e Perdidos”, que funciona de segunda a

para que Tiana os separe e os confira na

vezes, os objetos não são encontrados pelos

sexta-feira, das 8h às 18h, na área de

segunda-feira. Apesar de trinta anos no

guardas ou funcionários do terminal, e sim

desembarque, no subsolo do prédio. Não

batente, ela afirma que ainda se emociona

por outros passageiros. E alguns nem sem-

é de estranhar que haja tantas reclama-

algumas vezes.

pre devolvem. Para evitar aborrecimentos, o

ções de usuários quanto a atitudes dos

— Até hoje! Há casos em que o valor do

conselho de Tiana é o mais simples possível:

motoristas de táxi, “que nem sempre

objeto é muito mais sentimental do que

“tomar cuidado e prestar atenção”.

devolvem o que é esquecido nos carros”,

material, e a gente sabe que isso não tem

como afirma o advogado Waltencir Mar-

preço. Então, essas pessoas vêm aqui, cho-

ques de Ávila, de 48 anos.

ram, me agradecem... Não tem como a

Maria da Conceição Lopes, comerciária, de “mais ou menos 42 anos”, se assume como uma pessoa “totalmente avoada”.

— Esqueci livros técnicos e apostilas

Por onde passa, vive perdendo e esque-

sobre direito tributário, coisas que, com

cendo coisas. “Esqueço no dentista, na

toda certeza, não teriam tanto interesse

loja, na padaria... Na rodoviária, já esqueci

para o motorista, mas ele não devolveu.

até uma sombrinha que foi de minha mãe,

Só os recuperei porque guardei o canhoto

mas não deu para recuperar porque ela foi

que o guarda me entregou no estaciona-

levada por outra passageira”, lamenta.

mento e pude identificar o taxista pela

“Coisas pequenas, documentos, a gente

placa. Ele deu várias desculpas, mas não

até entende, mas perder uma prancha de

me convenceu.

surf?” — questiona Tiana. Há casos, no entanto, em que a sorte

Madames atrevidas

conspira a favor dos “avoados”. O casal

Mas os motoristas também têm suas

Dayse e José Reinaldo Carneiro, de Ita-

reclamações. E não são poucas. San-

birito, foi um desses. Dayse perdeu uma

tiago José de Andrade estaciona pelo

joia, um pequeno camafeu de ouro e

menos três vezes por semana no

jade, com o retrato de sua mãe.

entorno. Ele conta que muita gente

— Era uma joia de família, que per-

esquece coisas no carro, mas nem sem-

tenceu a minha avó e vinha passando de

pre dá pra perceber, pois há objetos que

geração a geração. Além do valor senti-

ficam sob os bancos. Principalmente

mental, havia, é claro, o da joia em si, que

sacolas e pequenas caixas.

é toda de ouro. Nem me passou pela

— Já esqueceram de tudo no meu

cabeça que a joia foi perdida na rodoviária,

carro, até vídeos pornôs. Nesse caso,

por isso perdemos as esperanças de

quando identifiquei o moço, ele negou

encontrá-la.

que fossem dele e não quis receber. Se

Mas, a esperança é mesmo a última

consigo identificar o endereço, devolvo

que morre, uma semana depois o casal

tudo, deixo na portaria do prédio, chego

recebeu um telefonema dizendo que a joia

até a levar na rodoviária.

estava no setor de “Achados e Perdidos”.

Santiago já devolveu dois celulares

Segundo José Reinaldo, a identificação se

de última geração, mas conta que, em

deu por meio de um antigo funcionário do

um dos casos, a dona de um dos apare-

terminal rodoviário que, por acaso, reco-

lhos o acusou de ter roubado. “Por isso”,

nheceu a mãe de sua mulher e fez o con-

afirma, “muita gente pensa duas vezes

tato com o casal.

antes de devolver, porque tem muito

— Foi uma grande coincidência, pois

passageiro que não assume que é avo-

ele era um velho amigo de meus sogros.

ado; essas madames, principalmente,

Isso aconteceu há mais de vinte anos, mas

são as mais atrevidas”.

sempre nos emocionamos muito ao lembrarmos disso —, conta José Reinaldo.

gente não se emocionar com isso.

Tiana conta que a maioria dos objetos é encontrada nos fins de semana e feriados,

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

11


MEDiCinA

pra NÃo dIZEr QuE NÃo FaLEI das

FLorEs Quando essências florais naturais são utilizadas na cura de traumas e na resolução de problemas na saúde mental e emocional Dayane CRistina

4º período

Essa terapia é realizada por meio da

País de Gales. Esse centro determina

utilização de essências naturais produ-

rígidos padrões de qualidade na mani-

zidas a partir de flores, árvores silvestres

pulação dos florais, que são totalmente

Se é verdade mesmo que, como

e plantas que nascem espontaneamente

naturais. As “essências-mãe” são expor-

disse o saudoso poeta, “o mundo é uma

na natureza. Elas são colhidas por volta

tadas para todos os países. Na prepara-

escola onde a gente precisa aprender a

das oito horas da manhã. Usa-se uma

ção das essências, são utilizadas diver-

ciência de viver pra não sofrer”, as flores

folha para pegá-las, para que não haja

sas flores, como Honeysuckle (madres

podem ser o caminho para a solução de

contato com as mãos do colhedor.

silva),Chicory (chicória), Oak (carva-

muitos problemas. Muitas pessoas pro-

lho), Willow (salgueiro) e Wild Rose

curam na medicina tradicional os trata-

essÊnCias natuRais

(rosa canina), entre outras. Estas são

mentos psicológicos e psiquiátricos para

São utilizados dois métodos dife-

encontradas na Inglaterra, não havendo

controlar problemas emocionais. Mas, a

rentes no processo de preparação dos

maioria não sabe que existem métodos

florais. O primeiro é o da fervura, em

naturais que, além de trazer a cura,

que as flores são fervidas em água pura e

PRoDuÇão esPeCial

geram outros benefícios que não podem

limpa por 30 minutos. Após esse proce-

Ao todo, são 38 essências vibracio-

ser adquiridos com o uso de remédios

dimento, a água é coada e metade dela é

nais: uma de água e 37 florais. O Dr.

tradicionais. Estes podem até curar,

colocada em uma garrafa com 50% de

Bach dividiu as 38 essências em sete

mas, também, prejudicar o que antes

brandy (conhaque) de uvas. O produto

principais estados mentais e/ou emocio-

estava saudável, e serem agressivos com

final é chamado de “essência mãe”. O

nais, que afligem as pessoas: medo,

o paciente.

flores correspondentes aqui no Brasil.

segundo é o solar, quando as flores são

incerteza, falta de interesse nas circuns-

Um desses métodos é a terapia floral,

colocadas em uma cuba de cristal e

tâncias presentes, solidão, hipersensibi-

uma medicina alternativa criada nos anos

encobertas com água da fonte. Então,

lidade à influências e ideias, desespero e

de 1928 a 1936, por Edward Bach, médico

ficam expostas ao sol durante três horas

preocupação excessiva com o bem-estar

homeopata, imunologista e bacteriologista.

— mas, não deve haver nuvens no céu,

dos outros. Ele também criou uma com-

Ele nasceu em 24 de setembro de 1886, na

pois elas podem cobrir o sol, e isso não

binação de florais para emergências, e a

Inglaterra e, com 20 anos, começou a estu-

pode acontecer. Os métodos de preparo,

chamou de Rescue Remedy. Este con-

dar na Universidade de Birmingham. Em

a forma de uso, a consulta floral e a con-

tém cinco essências florais: Impatiens,

1913, recebeu os títulos de bacteriologista e

duta do practitioner – quem identifica

Star of Berthlem, Cherry Plum, Rock e

patologista e, em 1914, o diploma de Saúde

qual é a melhor essência para o paciente

Clemtis. Esses produtos podem ser

Pública. Seu objetivo era tratar a pessoa, não

– foram desenvolvidos por Bach.

encontrados em algumas farmácias de

a doença; a causa, não o efeito. Então, desenvolveu os Florais de Bach.

12

Os florais de Bach são produzidos no Bach Centre, em Mount Vernon, no

manipulação homeopática, que fazem o preparo para os clientes utilizarem.

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013


Autoconhecimento Janaina Miranda Farias, 32, é tera-

No tratamento com os florais de Bach,

peuta e practitioner do Bach Center. Tra-

a independência do cliente é sempre forta-

balha com florais há 12 anos. Conheceu o

lecida; é ele quem tem o poder de se curar. O

método por meio de cursos e da própria

papel do practitioner é mostrar o caminho,

terapia, em que buscou, e ainda busca,

ou seja, os florais que melhor podem ajudá-

autoconhecimento. Há 12 anos desfruta

-lo a superar as dificuldades e desafios e

dos benefícios gerados pelas essências.

despertar seu curador interior. Somente o

“Tive vontade de conhecer mais o método

próprio paciente será capaz de seguir em

e trabalhar com as pessoas”, diz Janaína.

frente e fortalecer sua cura. “O practitioner

Alguns profissionais da área da saúde,

é como um irmão mais velho, que mostra o

além de trabalhar com a terapia floral, tam-

caminho, mas é o individuo que decide ou

bém se tratam com esse método. A farma-

não se irá trilhá-lo”, define Samira.

cêutica e practitioner Bach, Samira Nunes

Isabela Albeny Gallo, 37, é fonoaudió-

Lyra, 30, conheceu essa medicina alterna-

loga e practitioner Bach há cinco anos. Não

tiva por meio de uma médica homeopata,

só ela, como, também, toda a sua família,

que lhe indicou alguns florais quando tinha

utiliza as essências diariamente. Gosta dos

15 anos. No início, era apenas uma

florais pela simplicidade da técnica, e por

paciente, mas, com o passar do tempo, foi se

ser totalmente natural. Interessou-se, tam-

interessando pelo método e passou a

bém, pela credibilidade e seriedade do trata-

estudá-lo por conta própria. Em 2009, ini-

mento, e resolveu fazer o curso. Segundo

ciou a formação pelo Instituto Dr. Edward

ela, existem vários cursos sobre o método de

Bach. “Trabalho com a cura das pessoas, e,

Bach, mas ela optou pelo Programa Interna-

também, com a minha. É muito importante

cional, em que o certificado é emitido pelo

que o practitioner cuide do seu jardim”,

Bach Centre, na Inglaterra, que é um título

explica Samira.

reconhecido mundialmente.

Objetivos da terapia floral A terapia floral não é utilizada na cura

de si coragem para enfrentar essa situação

de doenças e questões físicas; não substi-

e, dessa maneira, sua força interna vai

tui um tratamento médico. Mas, procura

aumentando.

entender a causa mais profunda dos sinto-

Os florais são muito utilizados para

mas que o paciente tem, para saber como

tratar medos, angústias, compulsões,

e onde irá atuar. Seu objetivo é trazer à

ansiedade, depressão, insônia, solidão,

existência uma ampliação da consciência

ciúmes, arrogância, cansaço físico e men-

que envolve o ‘ser’ como um todo. É tratar

tal, preocupações, sentimentos de culpa,

as pessoas e não somente os sintomas clí-

autoestima, entre outros problemas do

nicos que elas podem apresentar. “E isso

gênero. Eles estabelecem o equilíbrio das

traz à vida saúde e equilíbrio físico, emo-

emoções. A terapeuta holística Luciana

cional e mental”, destaca a terapeuta

Toledo, 42, que há muitos anos trabalha

Janaina Miranda. O método é, também,

com essa terapia, relata que o Dr. Bach

usado como prevenção.

acreditava que a doença era o resultado de

O objetivo maior do uso de cada flor

conflitos internos do indivíduo. Há alguns

ou planta é trazer aquilo que está negativo

anos, ela realizou algumas sessões tera-

dentro do paciente para o positivo.

pêuticas. Então, lhe foram receitados flo-

Quando, por exemplo, há um caso de

rais como forma de tratamento comple-

medo de avião, a flor indicada é a mímu-

mentar e, como pôde comprovar os resul-

lus, para que a pessoa desenvolva dentro

tados, passou a indicá-los também. daYane Cristina

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

13


Emoções profundas A terapeuta ortomolecular e floral,

e conseguirmos ser nós mesmos. Ficar-

conquistados trilhando-se um caminho.

Micheline Tibúrcio, 34, pratica e trabalha

mos de bem com a vida, preparados para

Não há mágica, o tempo de cura interior

com a terapia há dez anos. Ela conheceu o

enfrentar todos os tipos de desafios,

depende de cada indivíduo. Eles auxiliam

método através de livros, estudando

medos e inseguranças”, disse a terapeuta.

na mudança da conduta e da forma de

vários tratamentos alternativos. Para ela,

Segundo a farmacêutica Samira, as

pensar, mas a pessoa tem que querer

as essências florais de Bach funcionam

essências florais são auxiliadoras na cura

mudar e melhorar. “Dr. Bach tem uma

eficazmente em situações agudas de

de estados mentais e emocionais. Elas per-

frase que acredito que sintetiza o verda-

emergência, estados emocionais passa-

mitem o despertar e o florescimento do

deiro valor e objetivo dos florais: Os florais

geiros, emoções profundas, traços na per-

verdadeiro potencial de uma pessoa. Os

são como o Sol sob a neve”, afirma.

sonalidade e autodesenvolvimento. “O

florais têm como benefícios a paz mental e

objetivo é encontrarmos a nossa essência

emocional, a autenticidade, benefícios

Tratamento sem interrupção O tratamento pode ser feito tanto em

acompanhamento terapêutico no início

casos, podem demorar mais tempo para

crianças, adultos e idosos quanto em ani-

para avaliação dos resultados e novas refor-

aparecerem. Mas, em geral, no primeiro

mais, e até mesmo em plantas. Não há con-

mulações, caso seja necessário, pois uma

mês de uso diário já se pode ter boas respos-

traindicações. Inclusive, pode ser realizado

emoção ou sentimento pode ser substituído

tas.

junto a qualquer outro tratamento ou medi-

por algum outro que estava oculto. A terapia

Não há um tempo determinado para o

camento. Muitas vezes, auxilia nos efeitos

pode ser feita sem interrupção, por toda a

tratamento. Vai depender do estado emocio-

colaterais dos mesmos. Mas, é preciso tomar

vida, pois é totalmente natural. Segundo a

nal e mental do paciente, da sua força de

o floral adequado, de acordo com o estado

terapeuta Micheline, o método é seguro,

vontade em melhorar e do seu objetivo. “No

emocional em conflito. Se o paciente utili-

suave e não cria dependência. Além disso,

meu caso, por exemplo, tomo os florais há 12

zar um floral que não seja o adequado para o

tem um custo menor e grande eficácia no

anos e não sinto vontade de parar”, diz a

momento, poderá não surtir os efeitos dese-

tratamento.

terapeuta Janaína. Existem florais usados

jados, levando o cliente a pensar que este método não funciona.

O uso dos florais é sublingual, para uma

apenas durante um tempo, que são os florais

absorção mais rápida, devendo ser ingeri-

de situação, ou seja, que são indicados para

dos, no mínimo, de quatro a seis vezes ao dia,

auxiliar no tratamento de uma situação

dependendo da necessidade do paciente. A

emocional específica do paciente. Há, tam-

tratamento normalmente. Mas, não há

resposta é individual, varia de pessoa para

bém, os florais de tipo, que têm a ver com a

necessidade disso caso ele só queira utilizar

pessoa. Os efeitos podem ser imediatos,

personalidade da pessoa. Estes são usados

os florais. Em contrapartida, é preciso um

após tomar algumas gotas, mas, em outros

durante um tempo maior, ou por toda a vida.

daYane Cristina

Caso o paciente faça algum acompanhamento médico, ele deve manter o seu

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Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013


COMpORTAMEnTO

Carro prÓprIo É sINaL dE status? raFael martins Obscuro objeto de desejo, o carro ainda é a representação de status que leva a classe média ao paraíso...

Manuel CaRValHo

um fator que influenciaria de maneira

entanto, não é nada fácil. Por isso, a decisão

4º período

direta o carro como objeto de consumo e

de comprar um carro deve ser muito bem

representação de status.

pensada. Além das mulheres, chegam tam-

O carro é o objeto de desejo da maioria

Mulheres dão mais valor a homens que

bém as dívidas. É que, além da prestação do

dos brasileiros. Talvez tenha a ver com a

possuem carros novos e caros. “Eu olho em

carro, paga-se também Imposto sobre a

ideia de independência, de sensação de

primeiro lugar o caráter; a educação; a

Propriedade de Veículos Automotores

liberdade, do direito de ir e vir. Em alguns

forma com que ele se veste; e se ele sabe que

(IPVA), seguro, licenciamento, estaciona-

momentos, tem a ver também com a neces-

têm que ser bem cuidado, mas, claro, se

mento, combustível, manutenção, pedágio,

sidade de se inserir em um estrato social em

tiver carro, melhor ainda”, observa Laura

entre outros valores. Fazer os cálculos

que aparentar determinado status é o que

Freitas, 23, lembrando que é bem melhor do

somente da prestação mensal é um cami-

conta de verdade. Mas, se os preços ainda

que andar a pé ou de ônibus. Édila Oliveira,

nho inevitável para as dívidas.

estão entre os mais altos do mundo e

22, estudante de publicidade, que descarta

podem representar uma dificuldade

“até moto”, concorda totalmente com

CíRCulo ViCioso

daquelas, a necessidade de aparecer

Laura e ainda diz que jamais namoraria um

Isso se deve aos impostos sobre produ-

ainda fala mais alto.

rapaz que não tivesse carro. “Homem sem

tos importados, mas também a outras taxas

carro, pra mim, é sinal de pobreza”.

aplicadas a industrializados, que podem representar mais ou menos um terço do

sinal De PoBReZa

Isso se deve à cultura consumista dos

síMBolo fÁliCo

preço do veículo. Mesmo sem todos estes

tempos atuais e também à influência da

O psicólogo João Gabriel Vasconcellos,

tributos, ainda assim os brasileiros pagam

mídia. A cultura brasileira é muito influen-

26, lembra que, em determinados casos, o

mais do que consumidores de muitos paí-

ciada pela cultura norte-americana, em que

carro pode ser visto até mesmo como uma

ses. As montadoras mantêm os preços mais

o incentivo ao consumo é prática diária. A

representação da sexualidade. “Não do

elevados para que o lucro continue em alta.

mídia dá ênfase à velocidade, conforto,

amor romântico, mas um complemento a

No Brasil, a margem de lucro é três vezes

potência e uma extensa quantidade de

mais, uma extensão de seu dono, que pode

maior do que no resto do mundo.

itens, mas também veicula a determinados

se sentir mais forte, mais bonito, mais pode-

Mas o principal fator é a demanda.

produtos a imagem de sofisticação, de ele-

roso, mais competente inclusive na relação

Enquanto houver pessoas dispostas a pagar

gância e, é claro, de poder. Em “Apocalípti-

amorosa, quando se encontra ao volante de

pelo valor pedido, as montadoras não se

cos e Integrados”, Umberto Eco já chamava

um carro”. Segundo João Gabriel, é daí que

preocuparão em diminuir os valores. Por

a atenção para o sentimento de poder que

vem a necessidade de ficar trocando de

isso, o status continua um dos principais

emanava de homens ao volante.

carro e sempre por um modelo mais

motivos que levam os brasileiros a comprar

A maioria das pessoas que utiliza o

potente. “O melhor exemplo disso são os

um carro. “Um automóvel mais sofisticado

carro como forma de status é do sexo mas-

jogadores de futebol”, afirma o psicólogo.

chama a atenção por onde passa, a socie-

culino. “O carro dá a sensação de status e

Alguns são quase analfabetos e vieram de

dade enxerga isso como forma de autoafir-

poder; uma garota dá mais valor a um cara

estratos sociais muito baixos. “Então, a pri-

mação”, comenta Pedro Dias, 25. Segundo

que pode levá-la em casa e tal...”, avalia

meira grana que entra é comprar carro,

ele, “sempre que passa um carrão, todo

Breno Gonçalves, 21. Para ele, de carro fica

tanto para impressionar as mulheres

mundo olha”. No fim do ano, pretende tro-

bem mais fácil conquistar uma mulher.

quanto para mostrar à sociedade que são

car seu por um mais moderno. O brasileiro

“Claro que não é tudo, mas ajuda”, reco-

vencedores”, afirma.

ainda confunde preço alto com qualidade, e

nhece Breno. O sexo feminino seria, então,

O caminho até a conquista do status, no

atribui status a qualquer coisa que seja cara.

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

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Fotos raFael martins

BRASiL

“saúdE:

um dIrEIto

dE todos E dEvEr do Estado” É o que diz a Constituição, mas, infelizmente, não é isso que acontece no Brasil prioridade salvar vidas.

CaMila CHaGas e Rafael MaRtins

no mesmo dia. Os convênios, que deve-

4º período

riam ser uma forma mais fácil e rápida de

Laura Cristina Oliveira e Silva, clí-

se ter uma saúde de qualidade, infeliz-

nica geral, desabafa contando que um

A saúde pública no país vai mal. Está

mente não atendem da melhor forma. Fal-

médico pode mudar o curso de vida de

por um triz, em coma, cada vez mais pre-

tam profissionais e infraestrutura nos hos-

uma pessoa com seu conhecimento, mas,

cária, pedindo socorro. Hospitais e postos

pitais, mostrando que a fragilidade não é

mesmo assim, não é valorizado pelos

de saúde mal aparelhados, gestão sem a

exclusividade de pacientes do SUS (Sis-

pacientes e os planos de saúde. “As pes-

menor competência e carência de médi-

tema Único de Saúde). “O sistema de

soas consideram aceitável pagar um

cos em áreas específicas. Os salários bai-

saúde particular está cada dia mais pare-

determinado valor em uma bolsa, sapato,

xos e a falta de infraestrutura nos hospi-

cido com o público, deixando a desejar nos

ou salão, por exemplo. O que não se paga

tais públicos são as maiores dificuldades

atendimentos, nas instalações, e a única

em uma consulta médica ou até em um

que os profissionais enfrentam no traba-

coisa que não muda é a fatura, ou melhor,

procedimento cirúrgico. O que muitos

lho. As recentes manifestações de rua que

muda sim, fica mais cara a cada ano que

não pensam é que o médico também pre-

sacudiram as principais capitais brasilei-

passa”, afirma Christiane Simões, estu-

cisa pagar as suas contas, viajar, vestir e

ras enfatizaram o descaso para com a

dante de Gestão em Recursos Humanos.

comer com o salário que recebe, e não vive

saúde pública como um dos principais

só de amor”.

motivos da revolta popular, gritando que

MeDiCina

os políticos estão mais preocupados com a

Alunos entram nas faculdades de

cos também é um dos problemas enfren-

Copa do Mundo do que com sua popula-

medicina com o objetivo de alcançar uma

tados pelos médicos, que ficam cada vez

ção que passa horas na fila para ser aten-

carreira consolidada e de respeito. O

mais desanimados com o rumo que a

dida.

A infraestrutura dos hospitais públi-

curso não está sendo valorizado, e o salá-

saúde do Brasil está caminhando. Cada

A lista de irregularidades beira o sur-

rio é um dos motivos que desanimam os

vez mais se tornam comuns os plantões

real. Nas unidades de pronto atendimento,

futuros médicos. A profissão envolve se

agitados e mal remunerados, condições

quando se encontra médicos, são poucos

abdicar de coisas que as pessoas gostam

estruturais precárias, como indisponibili-

atendendo muitos pacientes. O risco do

de fazer, como festas, viagens e passeios

dade de exames básicos, medicamentos,

médico receitar algum medicamento

com a família, para ficar estudando e se

locais de alta periculosidade, ou ausência

errado é maior, já que há muitos pacientes

dedicando a uma carreira que tem como

de centro de referência e transporte ade-

16

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013


Sindicato

O S in d ic a to d o s M é d ic o s d M in a s G e e ra is (S in m e d -M G ) lu ta para que os profiss ionais da te n h a m saúde v ín c u lo s e m p re g a tí se g u ro s, c io s se ja m p ú b li c o s o u dos, com p ri vadireito a fé rias, 13° sa e aposen lário ta d o ri a c o m d ire it acordo co o s de m Consoli dação da d o Tra b a s L eis lh is ta s (C LT ). O S in -MG tem medcomo refe rência na ciações sa s negolariais o p iso da Fe Fe d e ra ç ã namo N a c io n a l dos Méd q u e a re ic o s muneraç ão passe R$10.412 p ara para 20 h oras. Rosâ C o st a , a ss n gela e ss o ra d e c o m u n ic d a S in m a ção e d -M G , “ Sabemos realidade q u e a de cada m unicípio é rente, ma d if es leva-se e m conside este piso ra ção para que possa abri ciações co r negom possibil idade de a çar este n lcanível em to d a s a s e sf saúde”, e eras da xplica.

Expectativa A graduação do curso de medicina

HosPitais

Os estrangeiros chegaram aqui após

é uma das mais caras que existem.

A escassez médica brasileira é tama-

várias manifestações de profissionais da

Além disso, o estudante sofre com

nha, que em muitos lugares há vagas

saúde, que são contra a contração dos

outros custos como transportes, ali-

com salários altíssimos, mas não são

médicos, por medo da competição no

mentação e livros específicos. Os estu-

preenchidas. A ausência de planeja-

mercado de trabalho. Os profissionais

dos se estendem por um período muito

mento, falta de especialização e segu-

escolhidos passaram por um treina-

maior do que os seis anos básicos de

rança são algumas das causas de terem

mento de três semanas sobre legislação

formação. O amor na profissão fala

vagas abertas. “Não há como aceitar,

sanitária, explicando o funcionamento

mais alto porque a recompensa é muito

sem questionamento crítico, uma situa-

do SUS e a língua portuguesa. Todos têm

mais valiosa do que a própria remune-

ção em que um município abra vaga

experiências em outros países como

ração. “A sociedade brasileira paga caro

para a categoria, oferecendo remunera-

Haiti, Venezuela e Guatemala. Os cuba-

para usufruir deste benefício, que é mal

ção média em torno de R$ 15 mil ou

nos não precisarão usar a Revalida, teste

administrado. Tem que ter muito amor

mais e não encontre profissionais que se

para avaliar o conhecimento dos profis-

para encarar o sistema único de saúde

habilitem para exercer a função”, critica

sionais para tornar válido o diploma de

brasileiro”, diz a estudante de medi-

o Deputado Estadual e Médico Adelmo

origem. Esse é um dos principais motivos

cina, Larissa dos Santos.

Carneiro Leão.

de reivindicações pelos profissionais bra-

De uma forma geral, a saúde pública no

Enquanto isso, estádios por todo o

sileiros, que fizeram curso de medicina

Brasil, embora seja referência em alguns

Brasil estão sendo reformados com

em outro país. Estes profissionais ainda

países com a implantação do SUS, está

milhões de reais. A situação vem se dete-

precisam fazer o teste.

doente e ainda precisa melhorar em muitos

riorando de tal maneira, com relação à

O governo acredita que essa ação

aspectos. “Nós estudantes necessitamos,

defasagem de médicos em ação no inte-

resolverá o problema, mas, profissio-

juntamente com os profissionais da saúde,

rior e na periferia de grandes cidades, que

nais como a Dra. Laura, discordam.

e, principalmente a população, de um

o Governo Federal, em julho de 2013, após

“Não vejo vantagem. Acho que a solu-

governo astuto que, antes de pensar em

os protestos por todo país por uma saúde

ção tem que ser direcionada à raiz do

números, pense nas pessoas”, afirma a estu-

de qualidade, anunciou o projeto “Mais

problema. Os médicos “importados”

dante de medicina, Marina Paranhos Jalles,

Médicos”. O objetivo é trazer profissionais

vão encontrar as mesmas dificuldades

acadêmica do terceiro período da Faculdade

de outros países para atenderem no inte-

(falta de recurso ou desvalorização)

de Ciências Médicas de Minas Gerais.

rior do Brasil.

que enfrentamos”.

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

17


MUnDO

as FaCEs do

tErrorIsmo Além de caos e destruição, cada ataque terrorista traz ideais defendidos até a morte por homens e mulheres, considerados heróis ou doentes Raquel DuRães

Ulrike Meinhoff, seus ideais contra o sis-

Eldad, embaixador de Israel em Brasília. “A

4º período

tema alemão foram tão fortes e bem cons-

morte de pessoas inocentes nunca resolve; o

truídos, que se desenvolveram até mesmo

combate ao terrorismo com o próprio terro-

nos movimentos estudantis, atraindo

rismo só acarreta mais problemas”, afirma.

jovens, inclusive de 16 anos.

A sociedade israelense, que vem sendo alvo

Hoje em dia, a palavra terrorismo por si só assusta grande parte da população e, por resultado de uma série de acontecimentos

do terrorismo fundamentalista islâmico há

espalhados pelo mundo, a primeira coisa

afinal, o que É teRRoRisMo?

décadas, considera o terrorismo como uma

que lembramos ao nos referirmos ao termo

Uma das coisas mais interessantes a

forma de ataque à liberdade das outras cul-

são os países islâmicos e do Oriente Médio.

respeito do terrorismo é que não existe uma

turas. “Nós devemos lutar para que esses

Mas, muitos esquecem que o terrorismo

definição universalmente aceita. “Atos ter-

ataques não aconteçam mais; fazer tudo ao

existe desde tempos remotos, e, somente

roristas têm motivações políticas e ideológi-

nosso alcance para um mundo melhor”,

nas últimas décadas, ganhou mais visibili-

cas das mais diversas, mas são motivações

esclarece o embaixador.

dade. O discurso antiterrorista se tornou

de grupos minoritários. Grupos que usam o

alvo da mídia. Ao longo dos séculos, gru-

terror , o fazem porque outras alternativas

pos de rebeldes fizeram história com

de ação política teriam chance nula de

Quando se fala em terrorismo, a pri-

atos inimagináveis.

resultado”, explica Letícia Tatemoto, pro-

meira coisa que passa na cabeça das pessoas

oRiente MÉDio e o teRRoRisMo

As Brigadas Vermelhas, uma organiza-

fessora de História e Política Internacional

são os países islâmicos, marcados pelo fun-

ção italiana dos anos 1970 de extrema-

Contemporânea e Relações Internacionais

damentalismo religioso, e do Oriente

-esquerda, foi responsável pelo assassinato

do Centro Universitário Newton. Entre-

Médio. “Essa relação é simples. Pouco se

de Aldo Moro — primeiro ministro e líder

tanto, a história do terrorismo deixa claro

falava sobre terrorismo antes dos atentados

dos Democratas-Cristãos. Nesse caso,

que, diferente de alguns anos atrás, as ideo-

de 11 de setembro. São eles a associação

assassinar um grande governante causou

logias religiosas estão substituindo o terro-

imediata que fazemos ao ouvir o termo ter-

muito mais impacto do que matar centenas

rismo político tradicional.

rorismo. Fomos expostos à extensiva cobertura midiática dos ataques e de todo o

de pessoas. Também na década de 70, os

Além das definições políticas, também

rebeldes do Baader-Meinhoff, da Fração do

existem outras faces. “O terrorismo é uma

Exército Vermelho, aterrorizaram os ale-

doença, resultado do fanatismo. Ele mostra

Entretanto, nunca é demais lembrar

mães. Liderado por intelectuais, como o

a falta de tolerância com a religião e com a

que mais de 20% da população do mundo

militante Andreas Baader e a jornalista

cultura das outras pessoas”, declara Rafael

segue o Islã, e o terrorismo é uma prática de

18

esforço militar posterior”, explica Letícia.

Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013


uma pequena parte dos praticantes das

levando em consideração a grande quanti-

interpretações mais radicais da religião.

dade de câmeras presentes no evento. Entretanto, para Angela Albuquer-

terror e Islã é ingênua e equivocada”, con-

que, a mídia nem sempre está aliada ao

clui a estudiosa. Além disso, grupos separa-

terrorismo. “Na verdade, ocorre que os

tistas como o IRA, que explodiu quatro

veículos de comunicação têm uma fun-

bombas em um dos hotéis britânicos que

ção social de formadora de opinião”,

arquivo pessoalarquivo pessoal

“Ou seja, essa relação tão automática entre

sediava a Convenção Anual do Partido Conservador, e o ETA, que assumiu publicamente a responsabilidade pela morte do ex-conselheiro do Partido Socialista, Isaias Carrasco, em 2008, nada têm em comum com o Islã. Ambos são católicos. HERÓIS PARA UNS, VILÕES PARA OUTROS

Se para nós o terrorismo é um dos maiores males existentes para a política e sociedade mundial, há quem aclame os causadores do terror por seu ato de heroísmo. “Vejo que muitas vezes os terroristas

afirma. Apesar disso, é evidente que eles também criam um sensacionalismo em torno dos terroristas. “A mídia ajuda a justificar a legalidade e a necessidade de ações antiterroristas que, na maioria das vezes, levam adiante banhos de sangue e violações aos direitos humanos que atingem mais a população civil do que os pró-

Rafael Eldad, embaixador de Israel em Brasília

prios terroristas”, reconhece a socióloga.

EM TERRAS BRASILEIRAS

não são o único problema, mas, também, a

O Brasil é historicamente bastante

sociedade de onde eles vêm”, afirma o

pacífico em suas relações internacionais.

embaixador Rafael Eldad. “Nos países islâ-

Internamente, somos culturalmente pouco

micos, por exemplo, eles são vistos como

propensos ao conflito e, mais que isso, o país

heróis e exaltados pela população”, diz.

possui uma democracia sólida o suficiente

Além disso, ainda nessas sociedades, mui-

para incluir as reivindicações sociais na

tos líderes religiosos prometem e garantem

agenda política. “Há quem tente classificar,

aos homens-bombas o paraíso.

por exemplo, ações do Movimento Sem

“Os terroristas transformam-se em

Terra (MST) como atos terroristas. Mas isso

bombas humanas para reafirmarem sua

é mais um recurso retórico ideológico que

posição religiosa, política e principal-

uma análise científica”, ressalta Letícia. arquivo pessoalarquivo pessoal

mente ideológica”, explica Angela Albuquerque, socióloga, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, e professora adjunta de Sociologia, Ciência Política e Antropologia do Centro Universitário Newton. “Muitas vezes pessoas inocentes perdem suas vidas em ataques terroristas”, reconhece. Para ela, é importante refletir sobre o terror como prática e o discurso sobre o terror presentes nas ações terroristas a fim de entender as ideologias por trás de cada ato. UM SHOW DE TERROR

Na maioria das vezes, a grande aliada e

Ângela Albuquerque, socióloga e professora da Newton

responsável pela disseminação dos ideais terroristas é a própria mídia, a queridinha de grande parte do mundo. “Se o objetivo do

Contudo, há quem se recorde de dois casos que merecem destaque. Em 30 de Abril de 1981, um grupo de militares, insatisfeitos com o processo de abertura política e redemocratização que o Brasil passava na época, organizou um atentado de estado que ficou conhecido como o Atentado do Riocentro. O objetivo era explodir bombas nos geradores de energia em um evento que acontecia no local, espalhando o pânico entre o público. Felizmente, uma das bombas explodiu antes da hora planejada resultando no fracasso dos militares e na morte de um deles. Há também outro caso similar – em 27 de agosto do ano anterior –, de uma carta-bomba mandada ao então

11 de setembro, as pesquisas apontavam os

presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Miguel Seabra Fagundes. Assim

ato terrorista é disseminar o terror, quanto

ataques terroristas como uma das princi-

maior a repercussão midiática de um ata-

pais fontes de medo dos americanos. Os

foi um ataque terrorista de um grupo extre-

que, maior é seu êxito”, explica a professora

recentes ataques durante a maratona de

mista de direita inconformado com a aber-

Letícia Tatemoto. Logo após os ataques de

Boston, por exemplo, foram planejados

tura da democracia.

como o Atentado do Riocentro, este também

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton - Agosto de 2013

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UMA HISTÓRIA DE AMOR preendeu com a enorme quantidade de mensagens que havia recebido;

mútuo”, que começou em março do

muitas de iranianos que se emociona-

ano passado, com uma simples pos-

ram com a ação. Depois de muitas

tagem no facebook. Ronny Edry, 41

surpresas, Rony começou a fotografar

anos, é professor e designer gráfico e

e a fazer mais pôsteres de amigos e

mora em Tel Aviv, cidade de Israel.

vizinhos que se juntaram ao movi-

Ele conta que estava na fila de um

mento que logo se transformou em

supermercado e dois senhores a sua

algo gigantesco.

f re n t e c o n v e r s a v a m s o b re u m

As pessoas começaram a enten-

suposto bombardeio do Irã à Israel.

der que não se tratava apenas de um

“Nós vamos ser atacados por dez mil

cara fazendo um pôster. Tratava-se

bombas por dia”, diziam os homens.

do povo de Israel enviando a mesma

Essa é a realidade em Israel. As pes-

mensagem de respeito e compaixão

soas esperam essa guerra com o Irã já

com os outros. Nos dias seguintes, os

faz dez anos, e vivem com medo. A

iranianos começaram a responder

partir disso, Ronny começou a refle-

com seus próprios pôsteres. Eram

tir sobre o assunto. “Se tem um cara

povos, que deveriam ser inimigos,

em Israel falando na TV que vai bom-

enviando a mesma mensagem um

bardear algum lugar, pode ter certeza

para o outro. Hoje, a página “Israel

que esse cara não representa todo o

ama Irã”, no Facebook, tem mais de

povo de Israel”, afirma Rony.

80 mil “curtidas” e cerca de dois

“Nós somos levados a odiar os ira-

milhões de pessoas participando.

nianos sem nem mesmo saber quem

Além disso, outras páginas surgiram

eles são”, afirma Rony. Naquela noite,

a partir dessa — “Irã ama Israel”,

quando Rony chegou em casa, teve

“Israel ama Palestina” e outras

uma conversa com sua esposa e tive-

envolvendo até mesmo a América —

ram uma ideia. Rony postou um pôster

enviando mensagens de respeito e

que ele mesmo criou no facebook. Na

amizade. “Não sou tão ingênuo, sei que

imagem, ele aparece segurando a filha

às vezes a guerra pode parecer inevitá-

no colo com a seguinte frase — “Ira-

vel, mas talvez com esforço nós possa-

nianos, nós nunca vamos bombardear

mos evitá-la. Talvez possamos ser nossos

o seu país. Nós amamos vocês”. Mais

próprios embaixadores e enviar nossas

tarde, ainda naquela mesma noite,

próprias mensagens, esperando pelo

Rony foi para o computador e se sur-

melhor”, conclui Rony.

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Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

Fotos:ronnY edrY / tHepeaCeFaCtorY.orG

E finalmente, depois de mortes e t e r ro r, u m a h i s t ó r i a d e “ a m o r


Esporte ÁrbItro raFael uCHida/Foto torCida

dE FutEboL Ricardo Marques Ribeiro, jornalista formado pela newton, é o principal árbitro de Minas, único com escudo fifa, e, um dos principais do Brasil. na foto, aparece comandando o duelo entre Corinthians e são Paulo, pela Recopa sul-americana

Esporte Jornal laboratório do Curso de Jornalismo do Centro universitário newton - Agosto de 2013

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EsporteE Esporte E O patinho feio, muitas vezes criticado, não faz gol nem defende, mas sua presença no gramado é onipotente: estamos falando de uma profissão ainda não legalizada, a arbitragem PoR Rafael MaRtins

4º período

No atual cenário, os “juízes” têm

um grande aporte de recursos financei-

que conciliar o emprego real com o free-

ros o ano inteiro. Não fazer um curso aqui

lancer no futebol. Muitos são empresá-

e outro ali. Tem que ser diário. E recursos

Entra ano, sai ano, e polêmicas

rios, servidores públicos, professores,

a CBF tem de sobra. Falta é vontade”.

envolvendo a arbitragem do futebol

bancários, entre outras profissões.

nacional persistem em aparecer. Lances

Ricardo Marques Ribeiro, árbitro FIFA,

ÁBRitRos fifa eM Minas

corriqueiros ou capitais, a favor de um

conta com o apoio de seu chefe, o

Em Minas Gerais, temos três árbitros

time ou outro, tiram os torcedores do

desembargador Vanderlei Paiva, e cum-

FIFA, Ricardo Marques Ribeiro e os assis-

sério. Mas também, com o passar dos

pre horário de trabalho diferente que os

tentes Márcio Eustáquio Santiago e

anos, nota-se que os problemas não dei-

demais, inclusive trabalhando em feria-

Janette Mara Arcanjo, além de um aspi-

xam de existir. Seria a profissionalização

dos e fins de semana. “À medida que o

rante, o “bandeira” Guilherme Dias

a solução para tais questões?

trabalho vai progredindo, são mais

Camilo. Mesmo usando o brasão da enti-

No profissional mundo do futebol,

requisições para jogos. As viagens são

dade maior do futebol, eles não estão

os árbitros são amadores, algo impensá-

constantes com a evolução na carreira”,

com créditos com os times que disputam

vel para a grandeza do esporte. No Brasil

diz Ricardo.

o Campeonato Mineiro. Desde 2008, as

há um projeto de lei para a profissionali-

A tecnologia é a principal adversária

finais são comandadas por trios que vêm

zação que tramita no Senado Federal

do árbitro. Em uma transmissão comum,

de fora do Estado, apesar de José Eugênio

desde 2001. Até agora, nada foi deci-

são mais de 20 câmeras no campo de

– presidente da Comissão de Arbitragem

dido. “Não dá mais para os árbitros

futebol, sendo que o árbitro não tem a

da Federação Mineira de Futebol – ter

serem a única peça amadora em uma

mesma visão, sendo até injustas muitas

afirmado que os juízes daqui apitariam a

engrenagem altamente profissional.

críticas depois de analisadas as jogadas

final deste ano. Ele acabou cedendo

Mas, pelo andamento do projeto até a

com o replay. A FIFA já aprovou o chip no

perante à pressão de Atlético e Cruzeiro.

presente data, creio que não acontecerá

interior das bolas, tendo sido testados na

(a profissionalização), pois ninguém

Copa das Confederações.

quer pagar a conta”, opina o ex-árbitro

Márcio Rezende mostra uma preo-

Márcio Rezende de Freitas. “Todos que-

cupação com o nível da arbitragem sul-

rem arbitragens perfeitas, mas não

-americana e nacional, e aponta falhas

investem para qualificar e capacitar os

na CBF que dificultam a formação de

árbitros”, completa o hoje comentarista

bons árbitros. “O nível está abaixo do

da Rede Globo Minas.

que deveria. Na América do Sul, vemos

Janette Mara Arcanjo, única auxi-

a Conmebol reclamar que não tem árbi-

liar feminina em Minas Gerais que per-

tros. O Brasil está no mesmo contexto. O

tence ao quadro da FIFA, tem a opinião

trabalho de renovação ainda está em

de que com a profissionalização, “os

andamento. Não se faz um árbitro do dia

erros continuarão existindo, tendo o

para a noite”.

árbitro carteira assinada ou não. A van-

Segundo Márcio, “é preciso investi-

tagem é que ter mais tempo para apri-

mento maciço desde a base. A final,

morar os treinos físicos, que exigem

durante o Campeonato Brasileiro e a

muito, e não ter que ficar conciliando

Copa do Brasil, os árbitros são ‘empresta-

com outras profissões”.

dos’ pelas federações à CBF. Necessita

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aRBitRaGeM feMinina

As mulheres já vêm tomando espaço em todos os segmentos do universo. No futebol não é diferente. Já temos jogadoras, árbitras e até presidente (ou será presidenta?) de clubes. “O Brasil é um país privilegiado com relação ao aproveitamento do quadro feminino, principalmente no que tange às árbitras assistentes. Isso é pelo fato das mulheres que atingem os índices masculinos nas provas físicas serem escaladas no Campeonato Brasileiro”, afirma a bandeirinha Janette Mara Arcanjo. Como nosso país é o único da América do Sul em que as mulheres atuam em competições nacionais masculinas, Janette conclui que “a

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Esporte arbitragem feminina caminha, quem

sabe no futuro, para um nível de igualdade ao masculino”. Ricardo Marques diz não ter problema para trabalhar ao lado de mulheres. “Me sinto seguro em trabalhar com as mulheres, e elas não ficam nada a dever em relação aos homens, tanto na parte técnica quanto na física”. Márcio Rezende completa que “as mulheres estão ocupando com qualidade o seu espaço, o que é importante e necessário, mas deveriam ter melhores oportunidades”.

A TRAJETÓRIA DE RICARDO MARQUES RIBEIRO Ricardo começou sua trajetória na escola durante as aulas de Educação Física, onde fazia de tudo para apitar os jogos. Inscreveu-se no curso de arbitragem, porém, fez a inscrição errada. Era pra ser de futsal, mas, acidentalmente, fez para futebol de campo. Prestes a completar 15 anos como árbitro (cinco deles atuando em jogos amadores, e desde 2004 no quadro da CBF e 2009 na FIFA), Ricardo define seu estilo de arbitragem como “tranquilo e disciplinador”. Tem relação respeitosa com jogadores e técnicos. Ele afirma que “ser árbitro não é fácil”, afinal, “você lida com a maior paixão do brasileiro que é o futebol, um negócio milionário, e a arbitragem está dentro deste universo”.

raFael martins

PERFIL

RICARDO MARQUES RIBEIRO 33 anos; 15 de arbitragem ÍDOLOS Márcio Rezende de Freitas, Jorge Larrionda JOGO INESQUECÍVEL Final da Copa do Brasil 2009: Internacional x Corinthians FORMAÇÃO Jornalismo (pela Newton, em 2004), bacharel em Direito HOBBIES Bossa nova e futebol PRÊMIOS Troféu Guará (3), Troféu Kafunga, Troféu Globo Minas FRASE

“Tenha tempo para seus sonhos. Paciência e perseverança para atingir seus objetivos”

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