Resenha 27 07 2016

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS

27 DE JULHO DE 2016

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Grupo Zaffari investe R$ 35 milhões no segundo hipermercado em São Paulo Carrefour volta para internet; os dois projetos são deslanchados apesar da crise no varejo de supermercados e do comércio em geral Fonte Márcia De Chiara, O Estado de S. Paulo 26 Julho 2016 as 19h04

O grupo Zaffari, quinta maior rede de supermercados do País e que faturou no ano passado R$ 4,7 bilhões com 31 lojas, inaugura amanhã a segunda loja na cidade de São Paulo e a 34ª da rede. O projeto consumiu R$ 35 milhões recursos próprios, começou a ser desenhado sete anos atrás e chega ao mercado num momento em que o varejo enfrenta uma das piores crises. No primeiro semestre deste ano, as vendas nos supermercados brasileiros ficaram estagnadas em relação ao mesmo período de 2015, já descontada a inflação do período, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “Crises existem desde sempre e fazem parte do cenário comercial”, diz o diretor do grupo, Claudio Luiz Zaffari. Ele destaca que o planejamento da companhia é de médio e longo prazos e argumenta que o setor de alimentos é menos suscetível à crises. Na mesma linha de raciocínio, o Carrefour, líder do setor de supermercados no País, com faturamento de R$ 42 bilhões em 2015, voltou ontem ao comércio online, depois de ter saído desse segmento havia quatro anos. Charles Desmartis, presidente do Carrefour no Brasil, diz que a empresa está no País desde 1975 e já presenciou várias crises na economia. Segundo ele, neste momento a retomada da economia está mais nos planos das expectativas, que ainda não se refletiram nas vendas. “Está desacelerando menos.” Hipermercado. A nova loja do grupo Zaffari ocupa uma área 4,5 mil metros quadrados (m²) dentro do shopping Morumbi Town, do grupo Gazit, e será uma das âncoras do novo empreendimento localizado na avenida Giovanni Gronchi em frente ao shopping Jardim Sul. “Poderemos reviver episódios que ocorreram no passado, quando o shopping Market Place e o Morumbi Shopping, também vizinhos de frente, tiveram disputas comerciais”, observa Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, consultoria especializada em shoppings. O curioso é que o hipermercado começa a funcionar antes mesmo de o shopping ser inaugurado. Procurado pela reportagem, o grupo Gazit informou não tinha porta-voz para esclarecer porque o supermercado começa a funcionar sem o shopping ter sido inaugurado. Alimentos. Mais da metade da nova loja de hipermercado será destinada à venda de alimentos, especialmente de produtos diferenciados, seguindo o que ocorre na primeira loja do grupo em São Paulo, inaugurada em 2008 dentro do Bourbon Shopping, na zona Oeste de São Paulo. O diretor do Grupo diz que num raio de até 10 quilômetros de distância da nova loja vivem 300 mil pessoas de alto poder aquisitivo, das classes A e B. Esse mercado potencial, justifica, por exemplo, que a loja ofereça cerca 300 rótulos diferentes de cerveja. “Estamos olhando oportunidades”, diz Zaffari. Ele diz que para ter uma melhor qualidade na composição das vendas acha importante ter entre três a quatro lojas em São Paulo. Agora com 34 lojas em funcionamento, 32 estão localizadas no Estados do Rio Grande do Sul. Além do dos dois hipermercados, o grupo gaúcho arrematou num leilão o terreno ocupado pelo estádio do Guarani no centro de Campinas (SP). Desembolsou R$ 105 milhões. “No 2


momento estamos aguardando a tramitação na Justiça para decidir o que será feto com o terreno”. Segundo Zaffari, a área comporta mais do que um hipermercado e provável que abrigue um shopping ou um projeto multiuso.

Mercado imobiliário atinge pior patamar desde 2004 Segundo nova pesquisa Radar Abrainc-Fipe, principais causas são cenário macroeconômico adverso, restrição ao crédito e fraca demanda por imóveis Fonte Circe Bonatelli, Jornal O Estado de S.Paulo 26 Julho 2016 as 18h05 Notícia relacionada: Financiamento de imóveis no primeiro semestre teve queda de quase 50%

SÃO PAULO - O mercado imobiliário chegou ao seu pior momento desde 2004, em meio a uma crise que está relacionada a condições adversas do cenário macroeconômico, fraca demanda por imóveis, dificuldade de acesso ao crédito e, por fim, um ambiente levemente negativo no setor. Essas são as conclusões da nova pesquisa sobre o mercado imobiliário, o Radar Abrainc-Fipe, lançado nesta terça-feira, 26, em parceria pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com divulgação mensal a partir deste mês de julho. Foto: Estadão

Mercado imobiliário atinge menor patamar desde 2004

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O Radar reúne quatro segmentos com um total de 12 indicadores considerados essenciais para o andamento das atividades do mercado imobiliário. Esses indicadores foram coletados junto ao Banco Central, FGV, IBGE, Fipe, entre outros institutos de pesquisa e associações setoriais, e foram dispostos em uma série dessazonalizada, com início em 2004. A cada um dos indicadores é atribuída uma nota que varia de zero a dez, sendo que as notas mais altas indicam condições mais favoráveis para aquele determinado item. O zero indica o pior patamar do indicador desde o início da série. "Não produzimos nenhuma série nova de dados para o Radar. O que fazemos é mostrar a mais ampla série de variáveis que importam ao mercado imobiliário, mostrando, de uma forma rápida e intuitiva, quais as suas principais condições", explicou Eduardo Zylberstajn, coordenador da pesquisa. "Além de entendermos quais as condições atuais do mercado, poderemos avaliar com isso variou ao longo do tempo", complementou. O Radar Abrainc-Fipe teve uma nota global de 2,2 pontos em maio de 2016, queda de 0,6 pontos em relação a dezembro de 2015. Entre os quatro segmentos, o ambiente macroeconômico (que engloba os indicadores de confiança, taxa de juros e nível de atividade econômica) foi o único que apresentou melhora, com nota de 1,2 ponto em maio, alta de 0,4 ponto em relação a dezembro. O segmento de demanda por imóveis (composto por indicadores de atratividade do investimento imobiliário, massa salarial e emprego) alcançou 1,2 ponto, recuo de 0,9 ponto no período. O segmento de crédito imobiliário (condições de financiamento, atratividade do financiamento e concessões reais) registrou 2 pontos, recuo de 1,6 ponto. Por fim, o segmento de ambiente setorial (formado por preços dos imóveis, lançamentos e insumos) registrou a melhor nota, de 4,6 pontos, patamar estável em relação a dezembro. No detalhamento dos quatro segmentos, metade dos 12 indicadores tiveram nota zero em maio: atividade econômica, massa salarial, condições de financiamento, preço dos imóveis, emprego e atratividade do financiamento. "O radar mostra, claramente, que o mercado imobiliário atingiu seu pior nível desde 2004", avaliou Zylberstajn, durante apresentação do novo levantamento. Dentro os indicadores que mostraram melhora estão os juros, a atratividade do investimento, os lançamentos, as concessões reais, os insumos e os níveis de confiança. "Esses indicadores estão melhorando, mas isso significa que estão bons, pois ainda permanecem em níveis baixos", complementou Zylberstajn. Ele acrescentou que, caso avancem as medidas de ajustes em discussão no governo federal, os indicadores da nova pesquisa podem mostrar melhora, possivelmente, já a partir de 2017.

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Lucro do Santander Brasil cresce 7,8% no 2º trimestre e atinge R$ 1,8 bilhão Sergio Moraes/Reuters

Lucro do Santander Brasil atinge R$ 1,8 bilhão no segundo trimestre do ano

FONTE REUTERS 27/07/2016 as 08h28

O Santander Brasil anunciou nesta quarta-feira (27) que seu lucro líquido recorrente atingiu R$ 1,806 bilhão no segundo trimestre do ano, alta de 7,8% na comparação com o mesmo período de 2015 e de 8,8% em relação aos três primeiros meses deste ano. O lucro recorrente que exclui despesas com ágio na aquisição de outras sociedades controladas pelo banco. No segundo trimestre, o banco viu seu lucro líquido societário que inclui as despesas com ágio subir para R$ 1,347 bilhão, alta de 11,05% em relação ao primeiro trimestre, mas queda de 5


65,3% na comparação com o segundo trimestre do ano passado, quando lucrou R$ 3,881 bilhões. A carteira de crédito recuou 4% em relação ao segundo trimestre de 2015, para R$ 244,3 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, a queda foi de 1,6%. A qualidade da carteira teve leve melhora na comparação com o primeiro trimestre. O índice de inadimplência acima de 90 dias recuou de 3,3% no primeiro trimestre para 3,2% no segundo trimestre —mesmo percentual registrado em igual período do ano passado. O resultado de créditos de liquidação duvidosa do banco foi de R$ 2,515 bilhões no trimestre passado, ante R$ 2,338 bilhões de abril a junho de 2015 e R$ 2,424 bilhões nos três primeiros meses de 2016. O número mostra a expectativa de perdas com calotes nos próximos meses. Em outra frente, o banco teve aumento anual de cerca de 14% nas receitas com tarifas, para R$ 3,33 bilhões. As despesas gerais, incluindo de pessoal e administrativas, somaram R$ 4,424 bilhões de abril a junho, alta anual de 3%. O retorno do Santander Brasil sobre o patrimônio líquido médio excluindo ágio ficou em 13% no período. No segundo trimestre de 2015, havia sido de 12,8%.

Crédito imobiliário muda de perfil, e FGTS financia 3 de cada 4 imóveis Aluguel de luxo Divulgação

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, FERNANDA PERRIN DE SÃO PAULO 27/07/2016 as 02h00

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Os financiamentos imobiliários concedidos com recursos da poupança (com maior penetração na classe média) somaram R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre, 49,5% menor que no mesmo período do ano passado, segundo dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Já o crédito com recursos do FGTS, voltados para habitação popular, está no patamar mais alto da história. Entre janeiro e junho, os financiamentos na categoria totalizaram R$ 27,6 bilhões, aumento de 1,3% em relação ao primeiro semestre de 2015. A diferença se reflete no perfil dos imóveis. O financiamento via poupança, no sistema SBPE, é comum entre a classe média porque opera em uma faixa de valor mais alta de imóveis, enquanto no FGTS o limite de valor da habitação é de R$ 225 mil. Em 2014, 54% dos imóveis foram financiados via poupança. A proporção se inverteu em 2015 e, no primeiro semestre desse ano, chegou a 77,3% (FGTS) e 22,7% (poupança). "Apesar da crise, a boa notícia é que o mercado está mudando seu mix", diz Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip. A retração no SBPE é resultado da demanda em baixa por imóveis nessa faixa e da fuga da poupança, cuja rentabilidade no semestre ficou em 4% —menor do que outros investimentos, como o CDI, que rendeu 6,72%. Entre janeiro e junho, a caderneta acumulou perdas de R$ 34,7 bilhões. O saldo atual é 2,1% menor do que o de junho do ano passado. "A lógica desse sistema de depósito na caderneta se esgotou e não deve se revigorar no médio prazo. O uso da poupança para financiamento deve ser substituído por outros instrumentos", diz o professor da USP João Rocha da Lima Júnior, especialista em mercado imobiliário. MELHORA A Abecip avalia que o mercado está se recuperando e que as taxas de juros de longo prazo devem cair. Em junho, houve aumento de 9,5% dos financiamentos com recursos da poupança em relação a maio. A projeção é que 2016 termine com uma retração de 34% no crédito, que deve totalizar R$ 50 bilhões, mas que a curva se inverta no final do ano. Os lançamentos imobiliários também apresentaram melhora, com 21.406 novas unidades entre janeiro e maio —alta de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias). As vendas, porém, continuam em queda. No acumulado até maio, 39.472 unidades foram vendidas, retração de 14,7% em comparação com o mesmo período de 2015. QUEM SÃO OS PRINCIPAIS TOMADORES DE RECURSOS FGTS > Financiamento: De R$ 90 mil a R$ 225 mil (a depender da localização do imóvel)

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> Público: Renda familiar mensal bruta de até R$ 6.500 POUPANÇA > Financiamento: 65% dos recursos vão para imóveis de até R$ 750 mil* 15% dos recursos vão para imóveis acima de R$ 750 mil > Público: Parcela do financiamento não é superior a 25% da renda do tomador

Presidente da Petrobras reafirma necessidade de mudanças no pré-sal

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MACHADO DA COSTA DE BRASÍLIA 27/07/2016 as 11h19

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, reafirmou a necessidade de a Câmara aprovar o mais rápido possível o projeto de lei que altera as regras de exploração do pré-sal. "É uma mudança fundamental para o país e para a empresa também. Isso vai proporcionar melhores condições de competição nos próximos leilões", disse. Em entrevista à Folha no dia 18, Parente havia afirmado ser contrário ao modelo de partilha no modelo de concessão do pré-sal. Apesar disso, ele não descartou a participação da estatal no novo leilão do pré-sal, previsto pelo governo para o primeiro semestre do ano que vem.

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Conforme disse mais cedo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras como exploradora única do pré-sal deverá ser votado nas duas primeiras semanas de agosto. Nesta quarta (27), Parente visitou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo ele, foi uma visita de cortesia. Um possível aumento da Cide, imposto que onera os combustíveis, e as prováveis vendas de ativos da Petrobras não foram discutidos, de acordo com Parente.

Meirelles nega mudança na Lei de Repatriação Ministro da Fazenda disse que não há possibilidade nem mesmo de discussão de mudança e que as dúvidas dos contribuintes devem ser respondidas pela Receita Federal Fonte Eduardo Rodrigues, Rachel Gamarski e Julia Lindner, Jornal O Estado de S. Paulo 27 Julho 2016 as 11h13 

Notícia relacionada: Temer deve alterar lei de repatriação de recursos

BRASÍLIA - Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que não há possibilidade de mudança e nem mesmo de discussão de mudança na Lei de Repatriação. Segundo ele, é importante que as regras atuais sejam mantidas e quaisquer dúvidas que os contribuintes tenham sobre a regularização desses recursos serão respondidas pela Receita Federal. Foto: André Dusek/Estadão

'A lei está aí para ficar', disse Meirelles

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"Chegamos à conclusão de que a Lei da Repatriação é um assunto que não deve e não tem condição de ser discutido. É preciso enfatizar a estabilidade das regras", disse Meirelles na portaria do Ministério da Fazenda. "As dúvidas que surgirem serão respondidas pela Receita Federal", completou. Meirelles deixou claro que até mesmo a discussão sobre a possibilidade de alteração na lei nesse momento "é negativa" e também negou que essa discussão possa ocorrer no futuro. "A lei está aí para ficar. Os contribuintes devem ter segurança para fazer suas declarações", afirmou. Questionado pelos jornalistas novamente, Meirelles evitou dar uma projeção para a arrecadação este ano com a repatriação. Estimativas da Fazenda até agora apontam para um recolhimento de R$ 8 bilhões até o momento, mas o ministro evitou falar qualquer número. "O fluxo deve aumentar até outubro", limitou-se a responder numa referência ao prazo final para adesão ao programa, que vai até 31 daquele mês. O ministro da Fazenda também relatou que, durante a reunião, Maia detalhou suas previsões para o andamento de votações importantes para o governo, como a da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria um limitador para o crescimento dos gastos. "Concordamos que a votação da PEC do teto dos gastos é essencial para o ajuste fiscal e para o retorno da confiança dos agentes econômicos, sejam consumidores ou empresários. A volta do investimento e da renda é uma prioridade para o governo".

Desemprego na região metropolitana de SP fica em 17,6% em junho Contingente de desempregados ficou em 1,99 milhão de pessoas em junho, 13 mil a mais do que no mês anterior Fonte Álvaro Campos, Jornal O Estado de S.Paulo 27 Julho 2016 as 10h34   

Notícias relacionadas: Para economistas, governo tem de parar de gastar com ‘benesses’ Número de empresas inadimplentes cresce 12,34% em junho Olimpíada ainda tem mais de mil vagas de trabalho abertas

SÃO PAULO - A taxa de desemprego total na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) ficou em 17,6% em junho, estável ante maio, segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta quarta-feira, 27, pela Fundação Seade e pelo Dieese. Em junho de 2015 o desemprego estava em 13,2%. No mês passado, a taxa de desemprego aberto caiu para 14,7%, de 15,0%, enquanto o indicador de desemprego oculto subiu para 2,9%, de 2,6%. Desemprego aberto é quando a pessoa procurou trabalho de maneira efetiva nos últimos 30 dias. Já o oculto pode ser por trabalho precário, quando não há perspectiva de continuidade e previsibilidade, ou por desalento, quando a pessoa deixou de procurar trabalho em função das circunstâncias ruins do mercado.

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Foto: Clayton de Souza/Estadão

Setor de serviços criou 121 mil postos de trabalho em junho

O contingente de desempregados ficou em 1,990 milhão de pessoas em junho, 13 mil a mais do que no mês anterior. "Esse resultado decorreu do crescimento insuficiente do nível de ocupação (geração de 64 mil postos de trabalho) para absorver o aumento da população economicamente ativa (77 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho da região)", explica a Fundação Seade em nota. Na divisão por região geográfica, o desemprego diminuiu no Oeste da Grande São Paulo (para 18,1%, de 18,7%), no Leste (para 19,6%, de 20,9%) e no Sudeste (para 16,9%, de 17,1%). Já na cidade de São Paulo houve alta para 17,2%, de 16,8%. O contingente de ocupados foi estimado em 9,319 milhões de pessoas em junho, alta de 0,7% em relação ao mês anterior. Na divisão por setor, o grande destaque foi Serviços, com a criação de 121 mil postos (+2,2%), enquanto o nível ocupacional permaneceu estável na indústria de transformação e teve queda no Comércio (fechamento de 44 mil vagas, ou -2,6%) e na Construção (eliminação de 6 mil empregos, ou -1,0%). Já os rendimentos médios reais de pessoas ocupadas subiram 0,4% na margem, para R$ 1.961 em junho, e ficaram estável para os assalariados, a R$ 2.018.

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Inadimplência e juro bancário recuam em junho, diz Banco Central

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA 27/07/2016 às 11h55

A taxa média de inadimplência de empresas e consumidores recuou pela primeira vez em 12 meses. De acordo com a pesquisa de crédito bancário do Banco Central, o indicador passou de 3,7% em maio para 3,5% em junho, retornando ao nível verificado entre janeiro e março deste ano. A taxa média de juros também caiu, o que não acontecia desde dezembro do ano passado. Passou de 32,7% para 32,6% ao ano entre maio e junho. Os dados do BC divulgados nesta quarta-feira (27) mostram ainda que o estoque de operações de crédito voltou a cair no mês passado, depois de uma ligeira recuperação em maio. A queda, no entanto, se deu apenas para as empresas (-1,3% no mês). Para as pessoas físicas, houve aumento de 0,3%, segunda alta seguida, influenciada pelo aumento de 0,7% no crédito imobiliário, cujas concessões voltaram a crescer nos últimos dois meses. No primeiro semestre, o estoque total de crédito encolheu 2,8%, para R$ 3,13 trilhões. Nos últimos 12 meses, cresceu 1%, bem abaixo da inflação acumulada no período de quase 9%. A previsão do BC é fechar o ano com crescimento de 1%, o que pressupõe uma estabilidade a partir de agora. Dados da instituição desde o Plano Real mostram que as menores expansões registradas até então foram de 3%, em 1997 e 2001. Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o crédito segue em queda. Depois de atingir o pico de 54,5% em dezembro de 2015, recuou para 51,9% em junho.

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ATRASOS Houve queda nos atrasos tanto nas linhas com recursos livres como naquelas com direcionamento obrigatório e juros subsidiados, tanto para empresas como para pessoas físicas. Dois destaques foram os recuos no crédito pessoal, de 9,9% para 9,3%, e no rotativo do cartão de crédito, de 37,5% para 36,8%. JUROS A taxa média de juros recuou nas linhas ao consumo, para pessoas físicas, e subsidiadas para empresas. Houve recuo no crédito pessoal (para 128,3% ao ano), consignado (29,4% ao ano), veículos (26% ao ano) e rotativo do cartão (471% ao ano), por exemplo, embora a maioria dessas taxas continue próxima dos recordes já registrados pelo BC na última década. No cheque especial, por outro lado, os juros bateram recorde pelo quarto mês seguido, atingindo 316% ao ano. REAÇÃO O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que a melhora na confiança de consumidores e empresas, vista em alguns indicadores, ainda não se refletiu no mercado de crédito. "O crédito ainda não reagiu a esses indicadores. [O mês de junho] mostra a mesma tendência dos meses anteriores", afirmou. "Temos algumas indicações de concessões dando sinais de reação nos últimos dois meses, mas são sinais muito incipientes. Não dá para dizer que houve uma mudança no mercado de crédito." Maciel afirmou que a queda da inadimplência acima de 90 dias em junho é uma boa notícia e destacou que houve recuo também nos atrasos entre 15 e 90 dias, indicador visto como uma espécie de pré-inadimplência. Disse, no entanto, que ainda é cedo para dizer se isso é ou não uma tendência. Para o BC, também contribuiu para a queda nesses atrasos o aumento das renegociações, de 7% no semestre e 18% em 12 meses. "Ainda é prematuro dizer que houve uma mudança de comportamento na inadimplência, mas ainda assim é uma boa sinalização", afirmou. "A gente tem informação de um maior volume de renegociações. Isso certamente favoreceu a queda de inadimplência." Maciel disse ainda que a queda nos atrasos entre 15 e 90 dias pode ter contribuído para reduzir o "spread" bancário, parcela dos juros que embute, por exemplo, custos e riscos. Para ele, a queda no custo do crédito pode ajudar também a reduzir a inadimplência mais à frente.

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Mudança do patamar do dólar aumentou exportações e reduziu importações, diz CNI Coeficiente de Penetração de Importações a preços constantes recuou de 17,2% em 2015 para 16,5% nos 12 meses terminados em maio deste ano Fonte Rachel Gamarski, Jornal O Estado de S. Paulo 27 Julho 2016 as 12h22 

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BRASÍLIA - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quarta-feira que a mudança do patamar do dólar ante o real aumentou as exportações e reduziu as importações da indústria de transformação. Os dados, que estão no Coeficiente de Abertura Comercial do primeiro semestre deste ano, mostram ainda que nos últimos 12 meses encerrados em maio deste ano o Coeficiente de Exportação – indicador que mostra a participação das vendas externas no valor da produção da indústria de transformação –, ficou em 15,8% a preços constantes (excluídos os efeitos de variações dos preços), maior do que os 14,2% registrados em 2015. De acordo com a economista da CNI Samantha Cunha, isso reflete o crescimento das quantidades exportadas pela indústria de transformação. Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Indústria está substituindo insumos importados por nacionais, diz CNI

Os números mostram ainda que a participação dos importados no consumo nacional caiu pelo segundo ano consecutivo. O Coeficiente de Penetração de Importações a preços constantes recuou de 17,2% em 2015 para 16,5% nos 12 meses terminados em maio deste ano. "A forte depreciação do real em 2015 a moeda doméstica depreciou-se 28,8% em termos reais frente ao dólar em um contexto de desaceleração da demanda doméstica reforçou o movimento de queda da participação de importados no consumo doméstico", avalia a CNI. A Confederação observou também que a indústria está substituindo insumos importados por nacionais. Isso fica comprovado através do Coeficiente de Insumos Industriais Importados que, 14


a preços constantes, caiu de 24,6% em 2015 para 23,6% nos 12 meses encerrados em maio deste ano. De acordo com a CNI, a substituição dos insumos industriais importados por nacionais é uma estratégia da indústria para reduzir os custos de produção, pois a alta do dólar encareceu as importações. A pesquisa destacou que, entre 2014 e 2016 (acumulado em 12 mes até maio), a maioria dos setores da indústria de transformação registraram aumento da participação dos insumos industriais importados na produção, contudo, o crescimento da receita com exportações foi maior, o que resultou em alta do coeficiente de exportações líquidas a preços correntes. As exceções são os setores de Equipamentos de Informática, Eletrônicos e Ópticos, Farmoquímicos e Farmacêuticos e Impressão e Reprodução, que registraram redução do coeficiente de exportações líquidas. Os dados da pesquisa mostram ainda que o saldo entre a receita obtida pela indústria de transformação com as exportações e as despesas com a importação de insumos industriais, ambos medidos em relação ao valor da produção, está aumentando. O Coeficiente de Exportações Líquidas a preços correntes (sem descontar o efeito das variações de preços) aumentou de 4,1% em 2015 para 6,6% nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2016. "O saldo positivo significa que a receita com exportações da indústria de transformação supera o gasto com insumos industriais importados. Esse resultado reflete a reação das exportações, estimuladas pela taxa de câmbio competitiva, em um contexto de desaceleração do mercado interno, e o desestímulo às importações", avaliou a CNI. A instituição informou ainda que, a partir desta edição, o estudo realizado em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) deixa de ser trimestral e passa a ser semestral e agrega os indicadores a preços constantes, que excluem o efeito de variações nos preços e na taxa de câmbio sobre a evolução dos coeficientes. "A metodologia também mudou para aperfeiçoar o cálculo dos coeficientes", disse o documento divulgado há pouco.

Estoque de crédito cai 0,5% em junho, para R$ 3,13 trilhões Segundo dados do BC, houve redução de 1,3% para pessoas jurídicas e alta de 0,3% para o consumidor Fonte Célia Froufe e Fabrício de Castro, Jornal O Estado de S. Paulo 27 Julho 2016 as 11h55 

Notícia relacionada: Juro do rotativo do cartão cai pela 1ª vez desde outubro, mas ainda fica em 470,9% ao ano

BRASÍLIA - O estoque de operações de crédito do sistema financeiro caiu 0,5% em junho ante maio e chegou a R$ 3,13 trilhões, informou nesta quarta-feira, 27, o Banco Central (BC). Em junho de 2015, o estoque de operações de financiamento estava em R$ 3,1 trilhões. Em 12 meses, houve alta de 1% e, nos primeiros seis meses deste ano, baixa de 2,8%. Houve redução de 1,3% para pessoas jurídicas e alta de 0,3% para o consumidor em junho em relação a maio. Em 12 meses, a contração é de 2,2% para as empresas e alta de 4,6% para a pessoa física. No acumulado do ano, há baixa de 6,3% para as companhias e alta de 1,2% para as famílias.

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Foto: Rafael Neddermeyeri/Fotos Públicas

Estoque de crédito caiu para agropecuária, indústria e serviços

De acordo com a autoridade monetária, o estoque de crédito livre caiu 0,7% no mês, recuou 4,1% nos seis primeiros meses de 2016 e cedeu 1,7% em 12 meses. Já no caso do direcionado, caiu 0,04% em junho ante maio, subiu 3,7% em 12 meses e teve baixa de 1,3% em 2016 até o mês passado. No crédito livre, houve crescimento de 0,3% para pessoas físicas no mês, baixa de 0,5% no ano e alta de 2,8% no acumulado de 12 meses. Para as empresas, no crédito livre, houve estabilidade em junho, alta de 0,5% no ano e de 2,8% em 12 meses. O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 52,5% em maio para 51,9% no mês passado. No fechamento de 2015, estava em 54,5%. Segmentos. Houve queda do estoque de crédito de maio para junho nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. O crédito total recuou 1,3% na margem, para R$ 1,6 trilhão. A agropecuária caiu 2,2%, a indústria teve baixa de 1,3% e os serviços, contração de 0,9%. No crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados, a queda foi de 9,1%. As operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceram 0,7% em junho ante maio, totalizando R$ 516,811 bilhões. Em 12 meses, o total de operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física apresentou alta de 9,7%. O estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física recuou 1,3% de maio para junho. Com isso, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 149,061 bilhões no mês passado - em maio, o volume foi de R$ 151,017 bilhões. No acumulado de 12 meses até o mês passado, a queda nesse tipo de crédito é de 13,8% e, no ano, de 7,5%. Inadimplência. A taxa de inadimplência no crédito livre ficou em 5,6% em junho ante 5,8% do mês anterior. Em junho de 2015, a taxa estava em 4,6%. Para pessoa física, a taxa de 16


inadimplência passou de 6,3% para 6,1% na comparação mensal. Em junho de 2015 estava em 5,3%. Para as empresas, recuou de 5,3% para 5,1% de um mês para o outro. Estava em 3,9% um ano antes. No cheque especial, o volume de calotes voltou a recuar, apesar de os juros dessa modalidade se situarem na maior marca desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Estava em 14,8% em maio e passou para 14,6% em junho. No caso de aquisição de veículos, o volume de calote recuou de 4,7% em maio para 4,5% em junho. No encerramento de 2015, estava em 4,2%. Já no cartão de crédito, cedeu de 8,4% para 8,3% de maio para junho.

Não há previsão de reajuste dos combustíveis, diz Parente Após encontro com Meirelles, presidente da Petrobrás defendeu também mudança na legislação para exploração do pré-sal que já tramita no Congresso Fonte Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli, Jornal O Estado de S. Paulo 27 Julho 2016 as 11h35 

Notícia relacionada: Petrobrás vai abrir PDV para reduzir quadro de pessoal de empresas à venda

BRASÍLIA - O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, disse nesta quarta-feira após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não há previsão para o reajuste dos combustíveis. Segundo ele, o encontro de hoje foi uma visita de cortesia ao ministro, sem que nenhuma decisão fosse tomada. Questionado pelos jornalistas, Parente também disse que não conversou com Meirelles sobre a possibilidade de aumento da alíquota da Cide Combustível. Foto: Estadão

Parente se encontrou com Meirelles nesta quarta-feira

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Depois da reunião, o presidente da Petrobrás defendeu a mudança na legislação para exploração do pré-sal que tramita no Congresso. Para Parente, a mudança no regime do présal é "fundamental" e a Petrobrás já se posicionou a favor do projeto. "Quanto antes (houver a mudança na regra do pré-sal), melhor para a competitividade dos próximos leilões", disse. Mais cedo, também após visita a Meirelles na Fazenda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pretende pôr a matéria que modifica o regime do pré-sal em votação ainda em agosto. A proposta retira a obrigatoriedade da Petrobrás em participar da exploração de todos os poços da camada pré-sal.

O destino de Kátia Abreu Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Eliane Cantanhêde 26 Julho 2016 as 18h59

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reúne sua diretoria hoje, em Brasília, para debater uma questão bastante delicada: o que fazer se a presidente afastada da entidade, Kátia Abreu, decidir voltar ao cargo, depois que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República, consultada por ela, a dispensou de cumprir um período de “quarentena” nesse caso. A diretoria e as federações são contra a volta de Kátia Abreu, mas isso pode virar um problemaço de cunho jurídico, curiosamente repetindo a mesma divisão que ocorre com a Presidência da República, que também tem uma presidente afastada, Dilma Rousseff, e um presidente em exercício, Michel Temer. Kátia pediu licença da presidência da CNA em janeiro de 2015 para assumir o Ministério da Agricultura no segundo mandato de Dilma, agora afastada. Senadora eleita pelo PMDB de Tocantins, ela foi substituída desde então na CNA por João Martins, que exerce a função com plenos direitos. Kátia é também presidente licenciada da Federação de Agricultura de Tocantins, seu estado. O problema é delicado, até porque Kátia Abreu havia se firmado como uma grande, talvez a maior, liderança de um setor que consegue ir bem, apesar de todas as crises que se abatem dramaticamente sobre a indústria, por exemplo. Ela, porém, jogou para o alto esse patrimônio político junto à própria categoria, ao decidir ficar até o fim com Dilma, enquanto a CNA e as entidades ligadas ao agronegócio aderiram abertamente à tese do impeachment. Além disso, Kátia Abreu abriu um outro flanco político, porque ela é filiada ao PMDB e historicamente adversária ao PT, mas ficou contra o peemedebista Michel Temer e a favor da petista Dilma, de quem se tornou interlocutora e amiga. Foi, inclusive, testemunha a favor de Dilma na Comissão do impeachment no Senado. GUINESS – Na quinta-feira, 28/07, que é dia do agricultor, a CNA vai montar um mesão de 200 metros com frutas em plena Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O objetivo é ganhar o Guiness de maior quantidade de frutas reunidas de uma só vez, batendo o último récorde, de 8 toneladas. A coisa é séria, tanto que o Guiness está enviando um representante direto de Nova York para conferir a quantidade e atestar _ ou não _ o récorde.

Mais do mesmo é pouco Um produto ou uma política tornam-se obsoletos quando não são mais adequados às circunstâncias existentes. Ocorre porque o desempenho fica aquém das alternativas. Em oposição, progresso é o processo de adaptação a um estado mais avançado. 18


Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Roberto Luis Troster 26 Julho 2016 as 17h36

A obsolescência pode ter vários motivos, como mudanças na economia e novas tecnologias. Um exemplo emblemático é a bússola, a qual, na época de sua invenção, foi uma melhoria que possibilitou as grandes navegações, mas, depois do desenvolvimento do GPS – Sistema de Posicionamento Global, virou peça de museu. Dispositivos utilizando o novo mecanismo de localização possibilitaram ganhos científicos e comerciais. As empresas que se adaptaram ao avanço tecnológico progrediram, as que não, regrediram. Algo semelhante ocorre com as políticas públicas que têm de se adequar a uma realidade em transformação. A não adaptação cobra seu preço com um desempenho do País aquém do potencial. O uso da biometria ilustra o ponto. Avanços recentes permitem o reconhecimento rápido e preciso de pessoas pela voz, pela retina, pelas digitais, por desenho facial e pulso. Todavia, sua adoção no País está se tornando um ônus a mais. A Justiça Eleitoral, o Detran, as polícias e alguns bancos estão adicionando aos seus bancos de dados as diferentes características físicas dos cidadãos, multiplicando as mesmas informações em diversos registros. Uma alternativa mais moderna seria a implantação de um único cadastro nacional de pessoas com todos os dados biométricos e documentação – RG, CPF, PIS, título de eleitor e outros. Com um só número ou a aferição de uma característica física cada cidadão poderia ser reconhecido com segurança. Com isso, o País teria um sistema de identificação confiável para toda a sociedade em suas atividades públicas e privadas, que poderia ser utilizado para certificações, prontuários médicos, controles de entrada, prevenção de fraudes e transações financeiras. Como não é feito, todos saem perdendo. Na economia, o País vive um momento favorável a mudanças, o equilíbrio com o setor externo é positivo, a inflação está arrefecendo, está havendo reposição de estoques, há capacidade ociosa e empresários e trabalhadores estão dispostos a produzir. Alguns anúncios são positivos e terão efeitos benéficos. No entanto, o governo está adotando um gradualismo e um conservadorismo que são incompatíveis com as ambições da sociedade e o potencial do País. Algumas sugestões são pertinentes, há mais. A condução econômica está investindo energias na proposta de emenda constitucional (PEC) de teto dos gastos, que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior. Como está em queda, permite um crescimento real das despesas do governo no ano que vem. No futuro, se a inflação crescer muito ou se o Produto Interno Bruto (PIB) acelerar, a PEC vai ter de ser alterada. Desde a época do Império, ditam-se normas para controlar gastos que são revistas, quando as circunstâncias obrigam. A proposta pode ser aprimorada com duas medidas adicionais, uma para reduzir a despesa, outra para aumentar a receita e a justiça social e, em conjunto, acelerar o processo de retomada. A primeira é controlar o inchaço estatal. Hoje o rendimento médio dos funcionários públicos é 78,5% maior que os do privado e está aumentando, enquanto os empregos e os rendimentos dos que não trabalham para o governo estão encolhendo. Seria incluída na PEC uma cláusula que limitaria a expansão da folha do setor público à metade do crescimento dos vencimentos do setor privado, até que a remuneração média dos dois

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lados seja a mesma. Valeria tanto para os funcionários da ativa como para os inativos e aposentados. Outra medida seria um ajuste nas alíquotas dos impostos da intermediação financeira, com sua eliminação nas operações ativas e um aumento sobre as aplicações. Atualmente, a maioria de quem vive de juros paga proporcionalmente menos impostos do que quem só tem o rendimento do trabalho. Haveriam ganhos polpudos para o Fisco, o barateamento do crédito e mais justiça social. O governo está anunciando incentivos no mercado de crédito, como o uso do FGTS como garantia e linhas de crédito específicas. É mais do mesmo. Falhou em 2012 e vai falhar agora, é uma questão de tempo. O problema no setor financeiro é a disfuncionalidade da oferta de recursos. Os números do Banco Central são categóricos neste ponto. Nos últimos 12 meses, enquanto o custo de captação dos bancos subiu 0,1% (13% a.a.), o custo do crédito pessoal não consignado aumentou 17,9% (129,9% a.a.), o cheque especial, 79,3% (311,3% a.a.) e o rotativo do cartão 111% (471,3% a.a.), aumentou mais de mil vezes do que a alta do funding! Mesmo assim a rentabilidade do sistema caiu. O aumento da inadimplência, que bateu recordes históricos, corroeu os ganhos dos aumentos de margens dos bancos e um pouco mais. Urge atualizar a política bancária. Alguns países, após a crise de crédito, conseguiram se recuperar rapidamente fazendo os ajustes adequados, outros prolongaram a agonia. O ponto do artigo é que a obsolescência das políticas adotadas no Brasil faz com que o País limite sua capacidade de desenvolvimento. Em todos os governos desde o fim da ditadura – Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma, o Brasil cresceu menos que o resto do mundo. Em 1985, o País tinha 4% do PIB mundial e, atualmente, sua participação é de 2,6%. Note-se que, enquanto a do Brasil encolheu, outros expandiram suas economias mais do que a média. Não é por falta de ginga daqui. O brasileiro não tem rivais em criatividade, capacidade de adaptação e adequações a situações difíceis. Mas utiliza muito pouco esses atributos para promover o desenvolvimento do País. O País cresce, apesar da política econômica, mas poderia crescer mais graças a ela. Acelera Brasil! É CONSULTOR E PALESTRANTE, FOI ECONOMISTA-CHEFE DA FEBRABAN E PROFESSOR DA USP E DA PUC-SP; CORREIO ELETRÔNICO: ROBERTOTROSTER@UOL.COM.BR

Assim ou assado Falta saber usar o bônus de confiança que o mercado depositou nessa equipe, e a ousadia de dizer às claras que, entre assim e assado, há algo mais do que palavras Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Monica de Bolle 27 Julho 2016 as 05h00

Pode ser assim, pode ser assado. Pode ser que a inflação ceda rapidamente porque há muita ociosidade termo que os economistas usam para se referir à taxa de desemprego ou à utilização da capacidade produtiva do País quando essas se distanciam do nível considerado compatível com o potencial da economia, assim como pode ser que demore a cair por conta da conhecida inércia inflacionária, praga nossa desde sempre. Pode ser que o ajuste fiscal pretendido e repetido à exaustão ajude a reduzir os juros caso se concretize, assim como pode ser que nada faça de útil para a política monetária caso jamais ocorra, ou mesmo caso venha a se materializar de modo menos alvissareiro do que dizem por aí. O ajuste fiscal, diz o Copom, é

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ao mesmo tempo um risco e uma oportunidade. Pergunto-me se algum dia isso já foi diferente. Muito tem se falado do novo Banco Central, da melhoria da comunicação, da transparência, de como a nova equipe tem mais chances de trazer a inflação à meta do que a que antes lá estava. A comunicação, por certo, deixou de lado o laconismo, a economia exagerada de palavras que marcou a era Tombini. O comunicado divulgado após a última decisão do Copom em julho, e, em seguida, a ata da reunião recém-publicada, revelam novo estilo. Explica-se, para que não restem dúvidas, que tudo pode acontecer, inclusive nada – no caso, o nada na área fiscal. É evidente que saber como pensa o Banco Central, ainda que seja exatamente aquilo que já imaginávamos, é um alívio. No entanto, as dúvidas sobre quando a autoridade monetária deverá reduzir as taxas de juros permanecem tão altas quanto antes de se trocar o comando da instituição. Em momento de mudanças e algum otimismo frente à crise que nos assola, em instante de angústias ainda sufocantes perante o altíssimo nível do desemprego no País, diante das dificuldades financeiras das empresas e das famílias, não seria a hora oportuna para o Banco Central mostrar-se mais audacioso? Reconheço que a pergunta nada tem de fácil. Também reconheço que falar de longe – no meu caso, de bem longe – é sempre tarefa das mais simples. Contudo, valem algumas considerações. Em outubro de 2015, eu e outros economistas discutimos a hipótese de a política monetária estar refém de uma situação fiscal fora de controle. Na ocasião, alguns de nós argumentamos que enquanto não fosse resolvido o problema das contas públicas, a política monetária perdera o sentido e a potência. Ou seja, podia-se fazer o que fosse com os juros que nada mudaria na economia brasileira. A inflação era apenas um dos sintomas mais evidentes de nossa aguda patologia fiscal. Suponhamos que esse seja o diagnóstico correto para o que vivemos hoje, isto é, que a inflação esteja inexoravelmente atrelada aos rumos da política fiscal – e da política, pois da política depende a política fiscal, ao contrário do que costuma ocorrer com a política monetária. Se isso for verdade, a inflação só haverá de cair de forma persistente, sem sustos, quando a economia brasileira começar a se recuperar, logo que a sustentabilidade fiscal estiver garantida. Antes disso, o máximo que se pode esperar é uma queda por uma razão ruim: a recessão catastrófica que conosco ainda está e seus efeitos sobre a tal ociosidade – os milhões de desempregados que não têm poder de compra, por exemplo. Diante de tal quadro, caberia ao Banco Central ir além da transparência e da retranca. Caberia ao Banco Central uma reflexão mais aprofundada sobre a possibilidade de reduzir os juros já, desafogando famílias, empresas, o próprio governo. Não defenderia essa tese não fosse a situação brasileira tão alarmante e fora do comum. Infelizmente, a situação brasileira é tão fora do comum que os modelos usados pelos economistas para fazer previsões já não funcionam há tempos. Os comunicados assim e assado do Banco Central revelam isso com clareza inequívoca. A nova era da política monetária brasileira começou bem, com mais elucidações, explicações. Falta saber usar o bônus de confiança que o mercado depositou nessa equipe. Falta a ousadia de dizer às claras que, entre assim e assado, há algo mais do que palavras.

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Precisaremos de anos de trabalho para corrigir os estragos de Dilma Marlene Bergamo - 26.mai.2016/Folhapress

A presidente afastada Dilma Rousseff durante entrevista dada à Folha no fim de maio FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, ALEXANDRE SHWATZMAN 27/07/2016 as 02h00

A proposta de criação do teto para as despesas federais é a principal iniciativa do governo na área fiscal. É também a única iniciativa do governo na área fiscal, mas seria a principal mesmo se houvesse outras. A razão é simples: há mais de duas décadas os gastos do governo vêm crescendo a um ritmo de 6% ao ano acima da inflação. Como o PIB não cresce (nem crescerá) à mesma taxa, a tendência é que a despesa ocupe um pedaço crescente do produto. Assim, em 1997 o gasto equivalia a 14% do PIB; já em 2016 deve atingir 20% do PIB. Se esse ritmo for mantido pelos próximos dez anos, adicionaremos algo como 3% do PIB ao dispêndio federal. Tem, portanto, razão o ministro da Fazenda ao afirmar que, "se não for aprovado o teto dos gastos de despesas (...), só resta aumentar imposto (sic)". Há, claro, quem defenda essa alternativa, mas não parecem se dar conta das consequências. O Brasil já apresenta uma das maiores cargas tributárias entre países com renda média (é o 25º no ranking de carga tributária, mas apenas 68º em renda per capita).

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Além disso, ela é extraordinariamente complexa: segundo o Banco Mundial, uma empresa brasileira típica requer 2.600 homens-hora/ano dedicados à tarefa de pagar impostos, algo como duas vezes e meia mais do que na Bolívia (a segunda colocada), ou quase 15 vezes mais do que a média dos países da OCDE. Podemos até enveredar por essa via, mas à custa de maior ineficiência e crescimento ainda mais baixo. O caminho passa, pois, pela contenção das despesas. Em tese, valendo a regra do teto, inverteríamos a dinâmica das últimas décadas: o gasto passaria a crescer menos do que o PIB, em algum momento levando ao ressurgimento dos superavit primários. Mais à frente esses chegariam ao valor necessário para conter a elevação persistente da dívida pública e o país retornaria a uma rota de sustentabilidade fiscal, condição necessária (ainda que não suficiente) para o crescimento mais forte. Mesmo, porém, que o teto funcione a contento, resta ainda saber quanto tempo seria necessário para que esse cenário de sonho se tornasse realidade. Obviamente há muitas variáveis envolvidas nessa resposta, como o crescimento da economia nos próximos anos, a taxa real de juros e a resposta das receitas do governo ao ciclo econômico, assim como o sucesso das iniciativas de concessões e privatizações. Contudo, por mais complexa que seja a interação dessas variáveis, é possível simular diversos cenários para termos uma noção de como se comportaria o endividamento do governo partindo de diferentes premissas acerca do crescimento, juros etc. A conclusão, seja das simulações que fiz, seja das realizadas por outros economistas (seguindo metodologias bastante similares), é que a estabilização da dívida demandaria, no mínimo, de 4 a 6 anos, avançando sobre pelo menos mais um mandato presidencial. A essas dificuldades somam-se os problemas de fazer o teto funcionar sem a reforma da Previdência, que adiariam ainda mais o horizonte de controle da dívida, conforme explorado recentemente por Cassiana Fernandez e Cristiano Souza. Tivemos a chance de tratar disso já em 2005, mas havia Dilma Rousseff no meio do caminho. Agora precisaremos de anos de trabalho para corrigir os estragos; se os corrigirmos...

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Temer desperta esperança de recuperação da economia Myke Sena/FramePhoto/Folhapress

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente interino, Michel Temer FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, ANTONIO DELFIM NETTO 27/07/2016 as 02h00

O presidente interino, Michel Temer (PMDB), quieta e modestamente, está conseguindo despertar a esperança dos brasileiros na superação dos graves problemas em que fomos metidos pela exacerbação, a partir de 2012, de uma política econômica voluntarista.

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O modesto comportamento individual contrasta com o arrojo do projeto que apresentou à nação e cuja viabilidade depende da compreensão e paciência da sociedade e da sua capacidade de manter funcionando o "parlamentarismo de ocasião" que competentemente montou. Como insistem os seus críticos, os "principistas" e os "ideológicos", trata-se de uma remota possibilidade. Mas o que oferecem como solução alternativa, se não o "austericídio" (apenas o irresponsável "cortar na carne") ou insistir na volta ao "caos" (com a promessa de que desta vez "será" diferente)? Com todas as idas e vindas, os fatos mostram que a visão interna e externa do Brasil está mudando — e para melhor — numa velocidade nada desprezível: 1) a queda do PIB e a queda do emprego estão diminuindo; 2) a expectativa de retração de 2016 está menor e, para 2017, se generaliza a esperança de um crescimento positivo, o que é tudo que precisamos para dar maior probabilidade de sucesso para o projeto; 3) a "confiança" interna teve uma inflexão positiva e a externa dá bom sinais (a queda do risco Brasil); 4) a expectativa de inflação continua a reduzir-se (efeito da afirmação de que a "meta" é o objetivo para 2017); 5) há uma evidente preocupação do Executivo interino de melhorar as condições para acelerar o investimento privado em concessões, acompanhada de mudança profunda na constituição e no poder das agências reguladoras que foram miseravelmente descuidadas; 6) apesar do baixo crescimento do mundo, nosso saldo em conta corrente continua melhorando graças aos efeitos do ajuste cambial, que depende da expectativa sobre a taxa de juro real da economia. Ela está elevada porque o Banco Central, com razão, não está convencido do suporte fiscal necessário para iniciar a redução da Selic; 7) a profissionalização da administração das empresas estatais e, talvez mais importante, 8) a profunda mudança política produzida pela eleição do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara Federal e o seu melhor entendimento com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), o que deverá acelerar a aprovação do programa de ajuste fiscal. Quanto mais cedo o Banco Central se sentir confortável, mais cedo reduzirá a taxa de juros, ajustará melhor a taxa de câmbio e facilitará a retomada do crescimento.

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Economia britânica ganhou velocidade no 2º trimestre, antes do 'brexit'

FONTE REUTERS 27/07/2016 as 10h00

A economia do Reino Unido ganhou força no segundo trimestre, impulsionada pela maior retomada na produção industrial desde 1999. No final desse trimestre, o país decidiu deixar a União Europeia. Entretanto, poucos nos mercados financeiros esperam que o ritmo de crescimento perdure no segundo semestre do ano, com a maioria dos economistas dizendo que a economia corre o risco de recessão após o país ter votado por deixar a União Europeia. O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre superou as expectativas ao crescer 0,6%, contra 0,4% nos três primeiros meses do ano, informou a Agência Nacional de Estatísticas. O PIB nos três meses até junho foi 2,2% maior do que um ano antes, o crescimento anual mais forte em um ano e que superou a expectativa de que permaneceria 2,0%. A produção nos três meses até junho foi 2,2% maior que no ano anterior, o maior crescimento anual em um ano e que superou a previsão de que ele se manteria estável em 2,0%. No entanto, muita coisa mudou devido ao referendo. "O colapso em todas as pesquisas de atividade e de confiança feitas desde o referendo sugerem que o PIB está a caminho de contrair no terceiro trimestre", disse o economista-chefe do Pantheon Macroeconomia, Samuel Tombs.

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O ministro das Finanças, Philip Hammond, disse novamente após os dados que o governo tem as ferramentas para sustentar a economia, conforme ela entra em um "período de adaptação" com a preparação para deixar a UE. "Junto com o banco central britânico, este governo vai tomar qualquer ação necessária", disse ele. A melhora do crescimento econômico no segundo trimestre refletiu a forte produção industrial, serviços e construção em abril, o que se dissipou em maio e junho.

Presidente da Apple fala sobre futuro em meio a preocupações sobre iPhone Josh Edelson - 10.jun.13/AFP

Presidente da Apple fala sobre futuro da companhia em meio a preocupações

FONTE REUTERS 27/07/2016 as 12h17

O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, disse a investidores que a companhia está preparada para guiar a próxima onda da tecnologia, em discurso em que abordou investimentos da companhia em inteligência artificial e realidade aumentada em um momento em que as vendas de iPhones recuam pelo segundo trimestre consecutivo.

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Comentando sobre o sucesso do jogo Pokémon Go, Cook afirmou que a Apple está investindo pesadamente em realidade aumentada, tecnologia que sobrepõe informações a imagens do mundo real exibidas em telas de aparelhos como celulares. Cook também ressaltou os investimentos da Apple em inteligência artificial, utilizada pela companhia para recomendar conteúdo aos usuários e descobrir padrões de utilização que melhoram a duração de baterias. Os comentários foram um pequeno vislumbre sobre o futuro enxergado pela gigante da tecnologia que guarda a unhas e dentes segredos sobre o desenvolvimento de seus próximos produtos. Analistas disseram que Cook precisa ser mais transparente diante da desaceleração das vendas de iPhones. "Eles estão nesta posição estranha onde querem que o mundo saiba que estão trabalhando nisso, mas não têm nada para mostrar", disse Bob O'Donnell, da TECHnalysis Research. Enquanto Google e Facebook promovem seus investimentos em realidade ampliada, a Apple ainda não fez nenhuma exibição pública de produto que incorpore esta tecnologia. Mas Cook ressaltou que a empresa está trabalhando duro na área. "Nós temos investido e vamos continuar a investir muito nisso", disse Cook. "Acreditamos que há grandes coisas para os consumidores e grande oportunidade comercial", acrescentou. No front de inteligência artificial, a Apple tem mais a mostrar. A companhia foi uma das pioneiras no segmento com a assistente pessoal Siri. Mas a companhia tem se esquivado de críticas de que tem ficado atrás de rivais como Amazon e Google e está sendo pressionada para recuperar terreno. "Eles estão atrás e eles estão tentando recuperar terreno tanto na percepção quanto também de fato", disse Oren Etzioni, presidente do Allen Instituto para Inteligência Artificial e professor na Universidade de Washington. Cook disse que a Apple encontrou uma maneira de equilibrar progresso em inteligência artificial e manter a privacidade dos usuários ao falar sobre recursos da próxima versão de seu sistema operacional. Segundo ele, inteligência artificial e realidade ampliada vão reforçar a importância do iPhone. Ele afirmou que a companhia tem trabalhado para ter certeza que seus produtos vão funcionar corretamente com produtos de terceiros, como Pokémon Go. "É por isso que você vê tantos iPhones por aí caçando Pokémons", afirmou Cook.

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