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O JORNAL COM NOTÍCIAS • DIRECTOR: LUÍS GALRÃO • ANO 3 • QUINZENAL •

28 DE JULHO DE 2008 • N.º 31

D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA

“As praias de Sintra não podem ficar para trás” No litoral de Sintra, apenas cinco das dez praias são consideradas zonas balneares, um cenário que a Câmara espera alterar com a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira. Em período de férias e de calor, o Cidade VIVA andou pelos areais do concelho e foi conhecer os investimentos previstos pela autarquia, à conversa com o vereador do ambiente.

Casas de

Sintra

COMPRA | VENDA | ARRENDAMENTO | PERMUTA

DEZ MANDAMENTOS PARA O VERÃO A Quercus elaborou uma lista de conselhos para este Verão à qual chamou “os dez mandamentos para quem queira gozar as praias”. Saiba como funciona o controlo da qualidade da água ou que cuidados deve ter com a limpeza do areal ou com a exposição ao sol.

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OS TROTIL DERIVAM DO EXPLOSIVO E NÃO DO BAGAÇO Assumem-se como “uma banda de rock’n’roll que vive do palco” e gravaram recentemente um disco de originais. Os Trotil querem provar que o rock não morreu apesar de o rock português estar em coma. “Vamos ser o choque de adrenalina que vai revitalizar o rock em Portugal”, assegura esta banda de Sintra.

Notícia

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INAUGURADO CREMATÓRIO DE RIO DE MOURO A Junta de Freguesia de Rio de Mouro inaugurou este mês o sexto forno crematório de Portugal Continental, um investimento de 400 mil euros suportados por uma empresa privada. O equipamento nasceu de “um casamento perfeito entre o sector público estatal e o sector privado” e deverá realizar 250 cremações por ano.

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notícias

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do

concelho

Convívio, festa, alegria, artesanato e música levaram centenas de pessoas a S. Pedro de Penaferrim, no fim-de-semana de 4, 5 e 6 de Julho. Durante os três dias, foram vários os espectáculos no recinto da feira, desde malabarismo com fogo, à utilização de trapézios, representações de pequenas peças de teatro e pequenas actuações musicais da época medieval. Houve de tudo um pouco para que o ambien-

te ali vivido fosse o adequado. O objectivo da feira, além do convívio, foi possibilitar que os feirantes “mostrassem o seu trabalho, enquanto artesãos”, provando que “ainda são muitas as pessoas em Portugal, a trabalhar este tipo de artefactos, com o mesmo carinho e atenção com que trabalhavam há anos”, conta Maria de Lurdes, uma das feirantes. Além da venda de “objectos tão diferentes e boni-

tos”, dizia uma visitante, foi também possível degustar os mais variados doces, frutas e licores. No entanto, todos os feirantes fizeram referência ao facto de o mais importante ser o convívio. “É bom podermos ver o trabalho de outras pessoas e partilhar experiências”, refere Ana, dona de uma banca de bijuteria. Uma das artesãs apontou Sintra como “o sítio perfeito para este tipo de feiras, com um ambiente

Andreia Fernandes

Feira Medieval dá vida a S. Pedro misterioso, conseguido através dos castelos e palácios. Tem tudo o que é preciso para o evento dar resultado”, diz. Outra expositora, vinda do Porto, uma das poucas feirantes mulheres com trabalhos realizados em ferro, acrescenta que “além dos castelos em volta, o tempo é totalmente diferente”, referindo-se à noite de sexta-feira em que a chuva foi uma constante. Andreia Fernandes e Sara Lajas

A Sociedade Recreativa da Várzea de Sintra recebeu no dia 19 de Julho uma festa organizada pela Santa Casa da Misericórdia. Com um cartaz repleto de actividades para miúdos e graúdos, o objectivo foi “ajudar quem mais precisa e divulgar a Santa Casa, que está um pouco afastada de algumas populações”, admitiu Maria Natureza, responsável pelo evento e pelo departamento de

Acção Social. “É preciso dar conhecimento do que se faz porque nós vivemos do que nos dão”, reforça. Ao entrar no recinto a escolha era variada: bancas de comida, artesanato, rifas e também muita música e animação. Também as três áreas de actuação da Santa Casa, infância, Acção Social e idosos, estavam presentes em bancas mostrando o trabalho que tem vindo a ser de-

A S S I N AT U R A Subscreva e receba todos os meses, durante 1 ano, em sua casa, o Cidade Viva. Destaque este cupão e faça-o acompanhar de um cheque no valor de 8€ à ordem de Ideia Prima, Lda. e envie para Rua João Maria Magalhães Ferraz, Lote 3, Loja 3 – 2725-338 Mem Martins.

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senvolvido não só pela instituição, mas também pelas pessoas com quem esta colabora e a quem presta auxílio. Quanto à animação, não faltou muita música e dança. O palco da Sociedade Recreativa da Várzea recebeu as actuações dos grupos de dança de Cabriz e do Pendão e dos grupos corais “Canta Cabriz” e “Puro Divertimento”, entre outros. As receitas reverteram integralmente para a Santa Casa da Misericórdia de Sintra, “onde se reparte até um bago de arroz”, conta Maria Natureza. A instituição aproveitou o evento para divulgar as actividades na zona do Pendão, em Queluz. “É preciso incutir hábitos saudáveis a esta população. Hoje em dia, os jovens do Pendão contam com um clube onde têm ajuda a vários níveis, desde o apoio escolar gratuito, ao apoio psicológico e ainda actividades no exterior. Uma boa iniciativa é o Grupo de Danças Africanas, que decidimos criar para evitar comportamentos desviantes no tempo que os jovens têm livre” referiu Sandra Prata, responsável pela área de infância e jovens. Andreia Fernandes e Sara Lajas

Andreia Fernandes

Um dia diferente “a ajudar Idosos com tratamento quem mais precisa” de luxo em Morelena

Com uma vista privilegiada para a Serra de Sintra e instalações modernas que satisfazem as necessidades dos idosos, o novo Centro Social de Morelena “tem tudo quanto é bom” e “reúne todas as condições”, concordam as utentes Barbara e Felizmina. Inaugurado em Maio, o novo equipamento disponibiliza serviços de saúde que incluem enfermagem, médico, análises clínicas, oxigénio e electrocardiograma. O espaço permite igualmente actividades de lazer, incluindo animação social, cabeleireiro, manicure/pedicure,

FICHA TÉCNICA

piscina e excursões. O projecto demorou quatro anos a ser concluido e já conta com a presença de cerca de 40 idosos. A valência de Centro de dia já se encontra em funcionamento estando prevista a inaguração do lar para Agosto e do apoio domiciliário para Setembro. A instituição contou com o apoio da Segurança Social, da Câmara Municipal de Sintra, da Digal e sobretudo dos sócios que têm vindo a acompanhar o centro ao longo dos anos. “Passámos de um espaço velho para um espaço de elite como este, pelo que

os sócios estão contentissimos”, afirma Mariana Alves, tesoureira do Centro Social de Morelena. Para garantir a qualidade do serviço, foi dada “formação a todos os auxiliares” e previsto “o apoio diário de enfermeiras, além do médico que passa por cá todos os dias”. A direcção do centro está satisfeita com a obra e espera “que o serviço prestado ao utente seja ao nivel das condiçoes das instalações”. “Não queremos desiludir ninguém e esperamos fazer um bom serviço”, diz a responsável. AF e SL

Cidade Viva é uma marca registada, propriedade da empresa Ideia Prima, Lda.

Director: Luís Galrão – director@cidadeviva.pt | Redacção: Filipa Galrão, Luís Galrão, Ricardo Nascimento – redaccao@cidadeviva.pt | Estagiárias: Andreia Fernandes, Sara Lajas | Fotografia: Andreia Fernandes, Luís Galrão, Ricardo Nascimento | Concepção Gráfica: Carla Serra | Página Web: Jorge Pinto – webmaster@cidadeviva.pt | Direcção Comercial: Avelino Barbosa – publicidade@cidadeviva.pt | Propriedade: Ideia Prima, Lda. – Contribuinte n.º 506 047 903 | Redacção: Rua João Maria Magalhães Ferraz, Lote 3, Loja 3 – 2725-338 Mem Martins | Telefone: 21 922 59 43 | Fax: 21 922 59 44 | email: geral@cidadeviva.pt | Periodicidade: Mensal | Registo INPI: 405089 K | Registo ERC: 125138 | Depósito Legal: 236 659 105 | Tiragem: 10 000 exemplares | Impressão: Gráfica Funchalense – Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, n.º 50 - Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Pero Pinheiro Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.


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Só cinco das dez praias de Sintra são consideradas zonas balneares, um cenário que a autarquia quer mudar a curto prazo: “A ideia é aumentar a oferta de zonas balneares,

para diminuir a pressão em locais como a praia das Maçãs, que tem um problema gravíssimo de ausência de estacionamento”, explicou ao Cidade VIVA o vereador e

Mais in os até 2009 invvestiment estimentos Desde 2006 e até 2009, a Câmara espera contabilizar mais de 1,5 milhões de euros investidos no litoral. Mas durante este período “o investimento da Administração Central foi zero e esse é o nosso lamento”, queixa-se Marco Almeida. Para breve está a candidatura “às acções de valorização do litoral integradas no Programa Operacional de Lisboa, que é comparticipado por fundos comunitários.” Em parceria com o PNSC, a autarquia candidata-se a um milhão de euros, devendo assegurar 50% do investimento. Os fundos deverão “permitir avançar para projectos de maior envergadura, como a sustentabilidade das arribas e a requalificação da praia Grande, que é um investimento brutal, que deverá ultrapassar os 1,5 milhões de euros.”

Mudar a Praia Grande “Queremos mudar completamente o visual do plano de praia, mas também regularizar o acesso e regular as concessões”. A ideia “é criar uma grande zona pedonal desde a rotunda dos autocarros até ao fundo da praia, que possa ser vivida e usufruída durante todo o ano.” A Câmara está já a fazer o levantamento dos terrenos que podem servir para criar bolsas de estacionamento. “Faz sentido que a zona que antecede a praia possa ser uma zona pedonal, com esplanadas, um espaço de convívio”. Para tal, está a ser estudada “uma alternativa de ligação que pode passar por um meio de transporte público de munícipes.”

Recuperar o Magoit o Magoito A Câmara quer concluir o trabalho de sustentabilidade da arriba fóssil através “do recuo do estacionamento e da interdição do acesso que é feito pela zona da arriba”. Em estudo está também a hipótese de permitir o acesso pela parte sul, através da estrada que serve a ETAR. “É uma zona que está ser repensada”. A recuperação do apoio de praia começa em Outubro, numa empreitada que já está adjudicada por 70 mil euros.

Reabrir a A guda Aguda A praia foi suspensa por uma portaria dos Ministérios do Ambiente e da Defesa mas não há intervenções urgentes planeadas. “Estamos disponíveis para comparticipar as obras, mas não vale a pena recuperar o acesso despejando madeira sem nenhum estudo prévio”, explica Marco Almeida. Entretanto, a Câmara já avançou para “o estudo da arriba que vai permitir depois passar para o levantamento topográfico para identificar o melhor acesso à praia”. Quanto à falta de avisos, o vereador explica que “foram colocados avisos dando conta da instabilidade da arriba e do perigo que consistia a escadaria.” Por isso, defende, “todas as pessoas que entenderem frequentar a praia correm o seu próprio risco.”

No Novva praia na Vigia “É a maior praia do concelho do ponto de vista de extensão do areal e está subaproveitada. Se fosse zona balnear podia permitir aliviar a praia das Maçãs e a praia Grande”, considera. A Câmara já fez o levantamento topográfico da arriba e está a executar o estudo prévio para criar uma nova escada. “Será um projecto concretizado em 2009 e vai implicar também a recuperação do troço pedonal entre o actual estacionamento e o acesso sul, porque ainda é uma distância considerável”.

Requalif icar S. Julião equalificar Depois do Verão, começam as obras para “dotar o concessionário de totais condições de higiene e saúde pública, e criar espaços de balneário, também com o princípio da salvaguarda da saúde pública, permitindo, por exemplo, o acesso a deficientes.”

vice-presidente da Câmara, Marco Almeida. Sintra tem “tido uma excelente abertura por parte do Parque Natural Sintra-Cascais (PNSC) e da Secretaria de Estado do Ambiente para avançar para a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sintra-Sado (POOC)”, diz. A autarquia espera poder vir ter duas novas zonas balneares, nomeadamente a praia Pequena e a praia da Vigia. “Solicitámos à Secretaria de Estado que se avançasse rapidamente para a revisão do POOC, porque há hoje uma visão sobre o litoral que não é a mesma que se tinha em 2003”, refere. Embora não haja datas previstas, “já existe uma equipa técnica entre a Câmara e o Parque que está a identificar quais são preocupações de cada entidade e quando se avançar para a revisão, o trabalho de casa está feito e vai permitir concretizar uma revisão mais de acordo com os interesses do município no que diz respeito à oferta de espaços para a população, salvaguardando a preservação ambiental, que também é a nossa preocupação.” Sintra quer que o litoral seja usufruido durante a época balnear mas “também possa ser vivido em períodos em que não há uma vertente balnear mas pode haver uma vertente lúdica e de convívio.” Como exemplo da intervenção pretendida, Marco Almeida aponta “um conjunto de investimentos de reabilitação de percursos pedonais, como o da Praia Grande/Praia Pequena (já concluído) e o troço Praia Pequena/Praia das Maças (já em obra).” Outro exemplo citado é o troço S. Julião/Praia da Vigia, “uma zona massacrada com as moto quatro que desbravam tudo o que é caminho e prejudicam a preservação ambiental”. A autarquia quer delimitar o percurso pedonal e impedir que haja passagem de motas. São investimentos “que não alteram a paisagem do litoral, mas ajudam a preservá-la e também permitem que os munícipes e quem nos visita possam usufruir desta paisagem magnífica, única no litoral da Área Metropolitana” (ver vaixa). Também nestes casos, será a Câmara a pagar. “Em Sintra temos assistido à total incapacidade do Instituto de

Luís Galrão

Sintra quer mais investimento no litoral

Conservação da Natureza. Apesar da excelente disponibilidade da actual directora, do ponto de vista da operacionalidade, o Parque não tem qualquer mecanismo de efectivar no terreno a preservação ambiental prevista nos planos”, lamenta o vereador do ambiente.

Competências prejudicam Sintra Outra crítica de Marco Almeida vai para a visão diferenciada da Administração

Central. “Em Mafra, as competências sobre o litoral estão entregues à CCDR-LVT. Em Sintra e Cascais, essas competências estão atribuídas ao PNSC, ou seja, já não dependem do mesmo organismo. Quem vai a Mafra consegue perceber que as intervenções se fazem de forma muito mais célere e com princípios completamente diferentes, mas quando chegamos à praia de S. Julião, situada entre os dois concelhos, tudo muda.”

Para o vereador, este “é um processo injusto”. Em Mafra, insiste, “é possível constatar que há investimentos co-financiados pela CCDR, como as bolsas de estacionamento junto das arribas e muito próximo do areal, enquanto que Sintra está impedida de fazer e de ter esses projectos de requalificação”. O problema, reforça, é que “vivemos num clima de concorrência e as praias de Sintra não podem ficar para trás do ponto de vista das qualificações”. Luís Galrão


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tes. “Nada disso é necessário”, diz Liliana que só foi à piscina “uma ou duas vezes, por brincadeira”. O facto de existirem muitos restaurantes e cafés também não parece criar a necessidade de um parque de merendas, diz o André. “O português traz a lancheira para a praia, não precisa de ir para um parque”. O parque de campismo, por sua vez, encerrado desde 2005 e ainda muito procurado, é visto por estes banhistas como algo prejucicial ao turismo da Praia Grande. “Se o fecharam é porque não tinha condições”, considera Liliana, mas “merecia ser aberto, para atrair mais gente”, conclui (Ver caixa).

Interculturalidade vigia Praia Grande Se os banhistas da praia são, em grande parte, residentes do concelho, os responsáveis pela sua protecção não podiam vir de mais longe. Dos cerca de 18 nadadores-salvadores que garantem a segurança dos banhistas, a maioria não é portuguesa. Muitos atravessaram o Atlântico e trocaram as águas quentes do Brasil pelo mar revolto da costa lusa. Tiago Samir e Daniel Malandrim são dois exemplos e estão contentes com a escolha. Tiago diz mesmo que a Praia Grande só tem coisas boas. “É uma bela praia, com um público muito interessante. Acredito que não hajam coisas más aqui”.

Já João Freitas, um nadador-salvador que adora o mar e tem no bodyboard o seu desporto de eleição, aproveita para contestar sobre as condições precárias desta ocupação sazonal: “Estou aqui dez horas por dia, seis dias por semana. Quando chego a casa estou cansado e vou perdendo fisicamente a forma ao longo do tempo, o que não é uma coisa muito aconselhável.” É arriscado para quem salva e também para quem precisar de ser salvo. Tiago Malandrim remata o amigo: “muitas vezes o cansaço mental nos leva a fazer manobras não dentro do padrão para resolver os problemas com que nos deparamos no mar”. Conscientes da sua importância nas praias, “principalmente nas praias de Sintra, onde o mar é muito perigoso”, os nadadores da Praia Grande também se queixam de serem mal remunerados, embora, admite João, “tudo dependa do concessionário”. Vitor Caeiro, proprietário do café/ restaurante “Angra”, tem cem metros de areal sob a sua concessão, para onde contratou três nadadores salvadores e três vigias. Cumpridor da lei, que exige dois nadadores salvadores por cada 50 metros de areal, Vítor diz que ser concessionário na Praia Grande não lhe traz grandes vantagens. “Talvez só o facto de podermos vender uns geladitos, uns sumos e umas bolas de Berlim.” Apesar de os con-

cessionários serem responsáveis pelo aluguer de toldos, diz que já não lucra muito com isso. “Agora a maioria das pessoas já traz chapéu e é preciso estar muito calor para as pessoas irem para o toldo”, confessa. No entanto, Vítor talvez saiba que não é o calor que puxa as pesso-

as até à Praia Grande. É um ambiente pontuado pelo surf e o bodyboard. É uma praia onde se elevam arribas sulcadas por pegadas de dinossauros. É o encontro de uma panóplia de gente diferente e a vontade de olhar uma praia sem fim. Filipa Galrão

F I C H A

Praia Grande do R odízio Rodízio Entre Colares e a Praia das Maçãs Parque de estacionamento: aproximadamente 100 lugares Bandeira azul: Sim. N.º de concessões: 6 concessionários e aproximadamente 18 nadadores salvadores e 12 vigias. Restaurantes e cafés: (frente à praia), O Pescador, KonTiki, Angra e Galé. Preço das lonas: aproximadamente 10€ dia e 7€ Meio-dia. Alojamento: Hotel Arribas *** e Estalagem de Colares ****

Areal sem enchentes A Praia Pequena do Rodízio é uma praia para admirar. Afundada entre arribas, é pequena em extensão (cerca de 150 metros de areal) mas enche o olho dos que, cá de cima, aproveitam uma das três zonas de estadia e contemplação. Lá em baixo, a meditação prossegue, mas dentro do mar. Os muitos surfistas que galgam as ondas desta praia são os seus maiores fãs. Para os banhistas que procuram uma praia abrigada, sem enchentes, a “Pequena” também é perfeita. Os acessos impossibilitam os automóveis de nos levar até perto da areia mas, em praias como esta, vale bem a pena palmilhar o percurso pedonal. As arribas não escapam à erosão mas a vedação que as delimita ao longo de 350 metros tranquiliza quem passa. No cimo da arriba, os painéis informativos explicam quais as plantas e os animais que habitam nesta orla costeira. A rampa de acesso à praia foi melhorada mas há quem não queira descer, para não perder uma boa parte da paisagem. À direita avista-se a vizinha praia das Maçãs e lá

Luís Galrão

Está vento na Praia Grande. Vento que sopra frio trazendo os ares da Serra que repousa ali tão perto. É Sábado, estamos em Julho e nem o vento demove as centenas que rumam até à maior praia concessionada do litoral sintrense. Não é o calor que puxa esta gente. Os carros engalfinham-se uns nos outros em busca de um «buraquinho» que sirva para estacionar. Lá dentro vem uma família com a geleira cheia para o almoço, vem o grupo de surfistas com as pranchas e o grupo de amigas com o bronzeador em riste. Há os que vão passar o dia no mar e os que se ficam pela areia para refastelar os corpos. André Moreira, banhista desta praia “por tradição” aponta as “cada vez melhores condições”. Na verdade, a qualidade da água é “Boa”, segundo o Instituto da Água, e o Ministério do Ambiente confirma que essa qualidade é “compatível com a prática balnear”. São as águas de um mar que com a sua fama de perigoso não assusta quem conhece a praia desde pequeno. “Gosto do mar e da água que, apesar de ser um pouco fria, já estou habituada”, conta Liliana Mechas. A bandeira azul vem confirmar que na Praia Grande se protege o ambiente marinho e costeiro. Nos arredores não há parque de merendas para piqueniques e a enorme piscina de água salgada também não parece atrair muitos veranean-

Filipa Galrão

“Cada vez melhor”

ao longe, quando o céu está limpo, a Ericeira. Porém, quando se desce, a quietude acentua-se e sobressai o murmúrio das ondas. Há quem escolha a “Pequena” para descansar e retemperar

forças ou simplesmente para fechar os olhos e sentir a maresia, com ou sem prancha. Quando a maré desce é possível atravessar até à Praia Grande e regressar à azáfama. Filipa Galrão

F I C H A

Praia P equena do R odízio Pequena Rodízio Ao lado da Praia Grande, antes da Praia das Maçãs. Parque de estacionamento: em terra batida com aproximadamente 50 lugares. Bandeira azul: Não tem Nº de concessões /nadadores-salvadores: não tem (nem qualquer tipo de equipamento de apoio). Restaurantes: “O Crôa” e “Nortada”


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Luís Galrão

Uma praia cosmopolita com acesso para todos

Situada na freguesia de Colares, a Praia das Maçãs é das mais conhecidas do concelho. Antigamente, era a praia cosmopolita para onde iam todos os “senhores de Lisboa”. Agora, é uma das mais frequentadas da zona, não só pelo seu tão histórico acesso de eléctrico, mas também pelos bons restaurantes, o mar limpo e as areias douradas. É uma das duas praias do concelho com o “Praia acessível”, um projecto que apoiado por dois Bombeiros Voluntários de Colares, Elisabete Jacinto e António Santos. Os dois jovens asseguram o acesso de “pessoas possuidoras de dificuldades motoras e mesmo mentais, sejam jovens ou idosos, até à beira-mar, ou mesmo para o mar, desde que a bandeira esteja verde”, conta Elisabete. Os utentes “sentem-se mesmo muito satisfeitos. Aqueles que podem e conseguem falar dizem gostar muito e os que não conseguem ou não têm essa capacidade, exprimem-no através de sorri-

sos e expressões de grande alegria”, diz a jovem. Apesar de limpo, “o mar nesta zona é bravo” e como tal “às vezes as pessoas que transportamos mostram-se chateadas por não poderem ir ao banho”. Os dois bombeiros recebem um apoio da Câmara e mostramse satisfeitos com o trabalho que fazem: “é gratificante ver um sorriso nos lábios destas pessoas”, confessa Elisabete. Nas imediações da praia existem quatro parques de estacionamento, com capacidade aproximada de 60 lugares. O areal tem uma única concessão, com três nadadores salvadores a “tomar conta da praia”. A qualidade da água é boa e as análises são feitas de 15 em 15 dias, sendo que só não existe bandei-

ra azul devido ao rio que ali desagua. O concessionário confessa que “não escolheu a praia, porque a concessão já existe há sessenta anos e ele apenas deu seguimento”. Sem apontar problemas à praia, afirma que “a concessão não tem corrido assim tão bem pela falta de clientes, nos toldos e barracas”. Os banhistas, entre eles, Carlos e Pedro frequentam esta praia porque “moram perto”, não identificando qualquer problema na praia. Em alternativa, para quem não for fã de águas tão agitadas, tem a possibilidade de frequentar a piscina do Concha, situada junto ao areal. Sara Lajas

PREÇOS Toldo: de 5 € por meio-dia até 90 € para trinta dias. Barraca: de 5,5 € por meio-dia, 9 € por um dia, até 115 € para trinta dias. Espreguiçadeira: a partir de 3,5 € (meio-dia) até 75 € (um mês).

Piscina 6-10 anos: Dias úteis: 3,80€ e ao fim do dia 2€ (16h30) Sábados, domingos e Feriados: 4,80€ e ao fim do dia 2,50€ Mais de 10 anos: Dias úteis: 8€ e ao fim do dia 4,60€ Sábados, domingos e feriados: 9,60€ e ao fim do dia 5,30€ Chapéu: 2,60€; Cama: 3,50€

Uma praia pequena e sossegada “Bela e acolhedora”, um horizonte azul sem fim, uma vista de cortar a respiração, a praia em concha, as escarpas que a envolvem, este é todo o redor das Azenhas do Mar. Um vale com vista para o oceano e uma escadaria íngreme para encaminhar os seus visitantes, são aos acessos que tem “este cantinho” de areia e mar. Mesmo com toda a beleza que dela emana, esta praia não é concessionada, facto lamentado tanto por Veruska, colaboradora do bar da praia, como pelos banhistas. “Já é uma praia bastante frequentada, justificava-se que houvesse nadadores salvadores”, diz a jovem. “Venho aqui muitas vezes e se acontece alguma coisa não há aqui ninguém que ajude”, reclama Joaquim Duarte Jorge, um visitante assíduo da praia e avô de um jovem de 11 anos que “gosta muito das ondas”. “O Estado devia arranjar maneira de financiar banheiros, já que são muitos os desempregados”, sugere o banhista. A piscina oceânica que lá existia e da qual muitas pessoas se lembram, como é o caso de Joaquim Jorge, “desapareceu devido à agitação do mar

nesta zona, que tal como trazia a água até a piscina, também trazia areia e assim foi ficando sem que ninguém se preocupasse”. Em alternativa, existe uma piscina junto ao restaurante, que pode ser usada por 10 euros por dia. Para Veruska, “não se consegue agradar a gregos e troianos e provavelmente é por isso que não arranjam, por não saberem se destroem a piscina, ficando com um areal maior, ou se a reconstroem para dela usufruírem.” No entanto, muitos banhistas defendem a reconstrução da piscina: “Destruir nunca! Nem pensar em destruir! Sou contra tudo o que se destrói, pelo menos na

natureza”, defende uma família de veraneantes. Apesar dos elogios, a praia tem alguns problemas, a começar pelo facto de não ser vigiada. “Quando alguma pessoa se está a afogar são os rapazes do restaurante que as vão salvar”, conta Veruska. Além disso, “não há caixotes do lixo no areal, só mesmo no cimo da escadaria” e “não há acessos para pessoas com mobilidade reduzida”. Acresce o estado de parte da escadaria, onde foram depositados restos de entulho de obras e tábuas com pregos, que representam um perigo para os utentes e sobretudo para as crianças que ali brincam. Sara Lajas


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Magoito atrai mais banhistas o que transmite confiança às pessoas para se deslocarem até cá”. Com uma concessão com cerca de 200 metros de areal, os banhistas estão sob o olhar atento de um nadador salvador, que para o proprietário é suficiente para o controlo de toda a área. “Desde que me lembro nunca houve cá um afogado, o que prova a grande capacidade e controle sobre todos os banhistas”. A Câmara Municipal de Sintra desenvolveu um projecto para a reconstrução e recuperação da praia, colocando uma passagem em madeira sobre a ribeira para facilitar o acesso aos banhistas e criando espaços de lazer com mesas e bancos de madeira.

F I C H A

Praia do Magoit o Magoito Nome: Praia do Magoito Localização: Magoito Parque Estacionamento (nº aprox. de lugares): 150 Bandeira Azul: Sim Número concessões (e nadadores-salvadores): 1 concessão e 1 nadador salvador Observações: Uma das praias mais ricas em iodo

“Desde há quatro anos que a imagem da praia tem vindo a melhorar significativamente, muito pelo trabalho desenvolvido em conjunto entre nós, a Câmara e a Junta, que nos têm apoiado muito”, diz. Este ano não ocorreram problemas com a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e o proprietário do estabelecimento é peremptório: “o único problema com a ETAR é que na altura da sua construção foi projectada com emissário e o mesmo nunca foi feito”, diz.

Sensibilização ambiental No início da época balnear, a praia ganhou mais um pólo de atracção: a Ludoteca do Mar. Trata-se de um espaço de aprendizagem e diversão, com tintas, canetas e pincéis, jogos e puzzles, que ajudarão a construir cenários marinhos, ao mesmo tempo que darão boleia a conhecimentos sobre a enorme despensa que é o mar. No atelier O Astro Rei, os animadores vão dar especial atenção para a problemática do aquecimento global e dos gases com efeito de estufa,

provenientes da utilização de recursos fósseis e para a necessidade da utilização das energias renováveis e, em particular, da energia solar. Cativar os participantes para o uso racional da água e a sua importância como bem essencial à vida, abordando os problemas da poluição e das ETAR, são os objectivos do Atelier Água, um Tesouro que vale Ouro. Já no atelier Maré-cheia de Vida, os animadores sensibilizam para a conservação do meio marinho, das espécies em perigo e para as ameaças ao meio. Todas estas actividades estarão subdivididas du-

rante a época balnear, das 10h às 13h e das 15h às 18h. Além do sossego e da segurança que podem desfrutar na praia do Magoito, os banhistas têm também a oportunidade de usufruir do Par-

que das Merendas, situado a cerca de 500 metros da praia, com a cobertura de enormes pinheiros que convidam à sua utilização. Ricardo Nascimento

Uma “delícia” de praia Andreia Fernandes

O Verão está a correr bem na praia do Magoito, que parece estar a conquistar mais banhistas. “As pessoas este ano ganharam confiança com o trabalho soberbo que foi desenvolvido durante o Inverno e a procura tem sido muito elevada”, conta Júlio Rodrigues, proprietário da única concessão da praia. A satisfação do concessionário tem uma razão: “tenho mais pessoas na zona concessionada que em anos anteriores, inclusive pessoas vindas da linha de Cascais”. A explicação pode dever-se a alguns episódios de insegurança nas praias da linha, situações que não ocorrem no Magoito. “Desde que aqui estou recordo-me apenas de dois roubos,

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Ricardo Nascimento

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Situada na freguesia de Colares, junto a Almoçageme, a praia da Adraga tem “todas as condições para um bom dia de praia e diversão”, afirma Helena, uma banhista que visita o local pela primeira vez. Apesar do dificil acesso através de uma estrada estreita e sinuosa, a Adraga “atrai um grande número de pessoas de todas as idades”. As águas limpas confirmadas pela bandeira azul, um posto socorro, duche, sanitários, dois nadadores salvadores, aluguer de toldos, estacionamento para cerca de 50 carros, rede de volley e o facto de ser acessível a pessoas com deficiências motoras são atracções suficientes. Há alguns anos, a praia foi mesmo considerada a terceira melhor da Europa pelo jornal britânico The Sunday Times e “foi a única praia portuguesa a aparecer na lista tornando-se numa das praias mais conhecidas a nível nacional e internacional. É uma das mais belas, é uma delicia!”, refere com orgulho um frequentador assíduo. “No dia em que essa notícia saiu nem se podia andar aqui. Estava cheia de gente, inclusive

muitos jornalistas estrangeiros”, diz. “O único problema é o estacionamento. O parque que há não suporta a grande afluência de pessoas, especialmente no Verão e muitas acabam por se ir embora”, reclama Helena. Este é um assunto que gera queixas por parte da concessão: “há planos para mais um parque de estacionamento que viria aliviar a situação mas estamos à espera do licenciamento desde Janeiro de 2007”, conta Pedro Pimenta. No entanto, o facto do novo parque vir a ser pago também causa polémica. “Os utentes não estão dispostos a pagar para estacionar. Querem vir, usufruir de uma praia com condições sem ter que pagar nada. A verdade é que saímos sempre lesados. Ás vezes as pessoas quase lutam por um lugar, ou então, pegam-se por espelhos partidos, amolgadelas e coisas desse género” afirma o responsável da concessão. O “Restaurante da Adraga” é apreciado pelos seus pratos de peixe. “É maravilho e faz uns pratos de pescada espectaculares” diz Faraújo, um

morador que expõe as suas peças de artesanato à entrada da praia. “Os utentes utilizam os balnearios por exemplo e nem sabem que somos nós que mantemos o espaço limpo. A informação não passa para os utentes”, queixa-se o concessionário. “Fazemos de tudo para que venha cá mais gente mas o estacionamento é um problema. Até temos um acordo com o Hotel Penha Longa para que eles tragam aqui os seus hóspedes e que imagem é que passamos a ter isto com carros por todo o lado, tudo desorganizado? Ainda por cima, estão a fazer obras por causa de umas valetas durante os meses de Julho e Agosto”, protesta. Além destas reclamações, a concessão aponta “o pouco policiamento da zona” e diz que “a limpeza do areal tem vindo a diminuir de ano para ano”. “Nós estamos sempre a tentar melhorar a praia. Só queremos o melhor para isto. Uma das coisas que quisemos pôr foi a rede de volley, a seguir logo veremos”, refere Pedro Pimenta. Andreia Fernandes


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Dez mandamentos para o Verão

A associação ecologista Quercus elaborou uma lista de conselhos para este Verão, os dez mandamentos para quem queira gozar as praias. 1. Verifique se é realizado o controlo de qualidade da água Em Portugal, existem diversas praias que não estão classificadas como zonas balneares e nessas não se deve tomar banho. Uma praia não classificada é uma praia onde a água balnear não é monitorizada ou onde a água não apresenta qualidade. Esta classificação é revista anualmente pelo Ministério do Ambiente podendo ser designadas mais praias como zonas balneares. O utilizador pode informar-se através de placas que deverão estar colocadas na praia em locais visíveis ou através da internet em snirh.inag.pt.

2. Certifique-se de que a qualidade da água é aceitável ou boa Nas zonas balneares há a obrigação de publicitar as últimas análises realizadas à água. Em geral, a frequência das análises é quinzenal, podendo haver casos em que ela é mensal ou semanal. Entre a data da colheita e a data da publicação da análise não se deve ultrapassar mais de quinze dias. Assim, apesar de ser normal não encontrar uma análise muito recente, não deve encontrar resultados com um atraso superior a um mês. As análises são classificadas como más, aceitáveis e boas, sendo que as duas últimas classificações são compatíveis com a sua utilização para banhos, embora uma análise de qualidade boa seja preferível. Podemse conhecer as últimas análises através da Internet, mas é uma obrigação a sua afixação nas praias. Podem acontecer situações excepcionais de poluição visível em que a praia não apresente qualidade e nesse caso não deve tomar banho.

3. Escolha uma das Praias com Qualidade de Ouro da Quercus A Quercus elegeu o conjunto de praias que nos últimos cinco anos apresentaram uma qualidade da água Boa, como as Praias com Qualidade de Ouro (www.quercus.pt).

A existência de Bandeira Azul também é um critério de qualidade que deve ser tomado em conta e que vai para além da qualidade da água. Existem já casos de praias cuja gestão e exploração estão certificadas por normas de qualidade, sendo este também caminho defendido pela Quercus.

Nunca traga animais para a praia! Para além de serem geralmente um incómodo, podem ser portadores de microrganismos prejudiciais à saúde humana e originarem a contaminação do areal.

4. Verifique os meios de segurança e as infraestruturas

Evite permanecer na praia nas horas de maior calor e não se exponha exageradamente ao sol, especialmente se a sua pele for clara. O período em que não se deve expor é aproximadamente entre as 11 e as 16 horas, sendo que o Instituto de Meteorologia publica diariamente uma previsão da altura em que a radiação solar é mais forte e pode ser mais perigosa (http://www.meteo.pt/pt/ previsao/uv/prev_uv_d0.jsp). Uma queimadura solar para além de incómoda, constitui uma agressão altamente prejudicial que deve sempre evitar. Utilize protectores solares mas, sobretudo, não permaneça imóvel sob um sol forte. Tenha particular atenção às crianças pequenas, mais sensíveis ao sol. Insista sempre no uso de chapéus e deixe-as andar de cabelo solto, pois isso constitui uma protecção suplementar da face e dos ombros.

Ao utilizar uma praia deve verificar-se a permanência de um nadador-salvador, a delimitação da área para banhos, a existência de um posto de primeiros-socorros, a possibilidade de acesso rápido de uma ambulância. Em termos de infraestruturas devem-se avaliar aspectos como a presença de casas de banho em número suficiente, duches, bebedouro e parque de estacionamento. Respeite a sinalização das bandeiras hasteadas.

5. Verifique e contribua para a limpeza do areal Verifique se a areia do local onde vai permanecer se encontra devidamente limpa e contribua para essa limpeza, não deixando nem enterrando quaisquer detritos. Utilize sempre os recipientes do lixo ou, na falta destes, guarde e transporte consigo o lixo, deitando-o posteriormente em local próprio. Em algumas praias a recolha selectiva é já uma realidade, podendo assim separar vidro, papel e cartão, embalagens e o restante lixo. Utilize sempre uma toalha para se deitar na areia, prefira chinelos de material lavável e não os empreste a ninguém, inclusive seus familiares. Prevenirá a eventual transmissão de uma doença de pele. Vigie os seus filhos mais pequenos, não permitindo que metam os dedos na boca quando brincam com a areia. Se surgirem quaisquer alterações na sua pele, nos olhos, ouvidos ou garganta consulte rapidamente o médico.

6. Evite uma exposição excessiva ao sol

7. Evite fazer ruído A praia é acima de tudo um local onde temos a oportunidade de descansar e recuperar forças. O ruído é assim um factor de stress e de perturbação. A presença de aparelhagens com som demasiado elevado ou uma grande frequência de barcos e principalmente motas de água, prejudica a qualidade da praia.

8. Proteja as dunas, as falésias e a vegetação A protecção do cordão dunar é essencial para que o mar não avance e a praia não desapareça. Esta realidade pode ser evitada, não pisando a vegeta-

ção mais sensível, particularmente a que está mais próxima da água na chamada duna primária, mas também evitando o pisoteio das restantes dunas. Também a vegetação das falésias deve ser evitada, sendo que algumas podem apresentar o perigo de derrocada. As praias fluviais são em geral locais muito aprazíveis onde ser deve evitar destruir a vegetação envolvente.

9. Deixe o carro em casa Ir a pé, de bicicleta ou de transporte público, ajuda o ambiente evitando o ruído e a poluição do ar provocada pelo automóvel. Além disso, pode ser uma excelente oportunidade para um passeio agradável. Experimente e evite o congestionamento dos acessos e dos parques de estacionamento.

10. Denuncie o que não estiver bem Melhorar a qualidade das praias passa por denunciar as situações de falta de infraestruturas, má qualidade da água, problemas de limpeza do areal, falta de informação ao utente, falta de vigilância e/ou segurança. O problema é sempre saber a quem dirigir as queixas de forma a que sejam ouvidas, dado o elevado número de entidades aparentemente responsáveis. Nas praias costeiras a concessão do areal é da responsabilidade das Administrações Portuárias ou das Capitanias; a atribuição das concessões dos apoios de praia é da responsabilidade das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR); a vigilância é da responsabilidade dos concessionári-

os ou das autarquias, fiscalizados pelas Capitanias. Nas praias com Bandeira Azul a fiscalização compete à Associação Bandeira Azul da Europa (www.abae.pt). Nas praias fluviais, a atribuição das concessões é das CCDR; as autarquias em geral têm funções importantes na limpeza e no acompanhamento das praias. Se tiver acesso à internet utilize a página do Instituto da Água (snirh.inag.pt). Se necessário, recorra também à Quercus pelo email quercus@quercus.pt..


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desporto

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Sintra conquista Penta Campeonato de Basquetebol em cadeira de rodas A secção de Sintra da Associação de Deficientes de Portugal (ADP) iniciou a criação de uma equipa de basquetebol para pessoas deficientes em 1987 através de um desafio lançado por Felício Loureiro, que ocupava na altura um lugar de vereador na Câmara de Sintra, e que tinha sido jogador. “Na época foi-nos dado quinhentos contos para comprarmos cadeiras e material necessário, sem que houvesse qualquer tipo de expectativas relativamente à equipa”, adianta Victor Sousa, coordenador da Equipa. “Eu fui o primeiro jogador da equipa e quando conseguimos contratar um jovem conhecedor de basquetebol, começamos a apostar na área da formação. Recordo que na altura fomos os primeiros a trazer

um treinador jugoslavo a Sintra. Apesar disto a procura não tem sido fácil, durante anos tínhamos apenas 6/7 jogadores e hoje já conseguimos ter 12. As idades variam entre os 13 e aos 46 anos e também inclui mulheres”, conta. A partir deste momento a equipa de basquetebol cresceu em qualidade e em 1996 conseguiu conquistar o seu primeiro título nacional, repetindo o feito nas três épocas seguintes. Ao início as provas passavam por corridas de estradas, onde conseguiram ser campeões nacionais durante dois anos, mas na época 91/92 foi organizado o primeiro campeonato nacional de basquetebol em cadeira de rodas. Na época seguinte deu-se início à Taça e em 93/94 apareceu a Supertaça.

“Os jogadores nas competições são pontuados consoante a sua deficiência, a sua classe funcional e o que conseguem fazer. A pontuação varia entre 1 e 4,5, sendo que o somatório dos cinco jogadores de campo não pode exceder os 14,5.” Com apoios apenas da Câmara de Sintra e da Junta de Freguesia, e de vez em quando de algumas empresas, a estrutura da delegação não tem condições para inscrever equipas em mais modalidades, embora esse fosse um dos desejos da direcção. “Não possuímos recursos humanos nem transporte para inscrever mais equipas, apesar de ser do nosso interesse alargar a prática a mais modalidades.” Este ano o campeonato foi muito exigente e a equipa do concelho ressentiu-se

um pouco. “Iniciámos a competição em finais de Outubro e só terminámos em Julho. Foi uma época muito desgastante e notouse nas meias-finais da taça em que fomos derrotados. No início do campeonato estávamos um pouco receosos pela partida do capitão da selecção, que actuava na nossa equipa, para Espanha, e pela operação à coluna de outro atleta.” No entanto a equipa não se fez ressentir e excedeu as expectativas, conquistando pelo quinto ano consecutivo o título nacional, depois de ter estado quatro anos sem conquistar nada, entre 2000 e 2004. “Trabalhamos para ser campeões e com o objectivo de ganhar. Por todo o dinheiro que gastamos não compensa fazer desporto apenas pela saúde.

A perspectiva é jogar sempre para vencer, melhorar a nível técnico e táctico e para sermos os melhores”, diz. Para o actual secretário da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, a aposta tem de passar pelos encontros internacionais que ajudam a desenvolver as capacidades dos atletas. “Quem vem para a modalidade acaba por gostar dela,

na equipa de Sintra existe um ambiente extraordinário. Os atletas têm a possibilidade de trocar experiências e conhecimentos e de estarem com pessoas iguais. Depois de 6 meses a competir a auto-estima dos atletas é maior e a sua integração na sociedade torna-se mais fácil, passando a estarem mais soltos e menos tímidos.” Ricardo Nascimento

FPAMM escolhe concelho de Sintra para sede

Criada em meados de Junho, a Federação Portuguesa de Artes Marciais Mistas, com sede em Mem-Martins, no concelho de Sintra, conta já com 32 clubes associados. O Cidade VIVA esteve à conversa com Paulo Magalhães, ex-campeão europeu de K1 e presidente da direcção da federação. Dentro do mesmo órgão federativo estão englobadas

outras modalidades, nomeadamente o Submision e o K1. “A Federação surgiu da necessidade de haver um órgão que regesse a competição de MMA, que já existia há algum tempo”, diz. O desporto de combate teve origem no Brasil, e neste momento já é considerado um sucesso noutros cantos do Mundo, como por exemplo no Japão, Estados Unidos da América e Europa. “A ideia surgiu por haver falta de regras e como eu já fui praticante de K1, consegui reunir alguns dos melhores treinadores e dirigentes nacionais, que nos faziam falta na parte administrativa.” O MMA é uma mistura de todas as outras modalidades, e ao longo do tempo

tem vindo a restringir as regras, de forma a proteger a integridade física dos atletas. “Agressões com cotoveladas ou através de cabeçadas não são permitidas”, explica. Para o mestre Paulo, as expectativas são grandes, nomeadamente no concelho de Sintra, que neste momento já congrega quatro clubes registados: Megagym, Bodymaster, Pêro Pinheiro e GURL. No entanto, nem todos os membros da federação são entendidos na prática da modalidade. Quem o diz é Douglas Lima, Presidente da Assembleia-geral, “Muitos de nós não sabe os termos técnicos da modalidade, mas há um ano que seguíamos o Paulo e víamos nele uma peça im-

prescindível neste aspecto. Tínhamos de confiar num atleta com uma capacidade de liderança como a dele, e penso que estão criadas todas as condições para esta federação ser uma realidade.” Como o próprio revela, “o namoro correu bem e foi possível chegarmos à conclusão que valia a pena apostar no Paulo e na sua equipa.” Para além da vertente desportiva, também a vertente social está incluída no projecto. “O Paulo vai buscar a maioria dos seus atletas a bairros problemáticos do concelho e consegue incutir-lhes a vontade de ser um dia campeão.” Segundo Vanessa Araújo, aluna e campeã nacional de boxe, “a modalidade serve

para descarregar o stress do dia-a-dia” e para atingir um sonho: “ser campeã mundial”. Este é um projecto que já está a ser utilizado pela Câmara Municipal de Lisboa, que já possui três centros de formação para miúdos, na Musgueira, em Camarate e o Oriental, que os ajudará a integrar na sociedade através do boxe. Segundo o mestre “o boxe é uma arte nobre, e que o conhecer minimamente vai compreender como conseguimos endireitar os miúdos e ter o respeito deles.” Neste tipo de desportos o mestre só coloca os atletas a combater quando o mesmo tem 200% de possibilidades de sair vencedor. Tendo em conta que se trata de um desporto em que

existe contacto físico e contacto com sangue, os atletas inscritos são sujeitos a testes de HIV e de hepatite. A criação do órgão tem sido um sucesso e no dia 20 de Setembro será realizada uma prova mista, com as três modalidades, para inaugurar a Federação. Para Outubro e Novembro está programado o primeiro campeonato de Submision, subdividido por escalões e pesos. Para Paulo Magalhães, que foi convidado para representar os desportos de combate do Benfica, este é “um passo que vai dar força à nossa federação e dentro de um ano o objectivo passa por colocar um atleta e um treinador no campeonato do Mundo que se realiza nos EUA.”


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Trotil

«Somos uma banda de rock’n’roll que vive do palco»

Samuel Andrês

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Os Trotil derivam do explosivo e não do bagaço. Têm seis anos e começaram como banda de covers. A persistência e a comunhão de influências entre os quatro elementos levou-os a gravarem um disco de originais por conta própria. A sede de palco e a vontade de viver da música num país onde o “rock está em coma” está prestes a levá-los ainda mais longe. O CidadeVIVA entrevistou-os no bar Rock n’ Shots, em Cascais, onde, no meio de uma conversa animada e algumas imperiais, nos revelaram as histórias e ambições de uma banda de estrada. CidadeVIVA – Trotil significa «substância explosiva». É esta também a vossa definição enquanto banda? Hugo (H), baixo – Definimo-nos ao vivo como uma explosão em palco, daí ser trotil, o explosivo e não o bagaço. Vem da energia que metemos nos espectáculos. CV – Como surgiu a ideia de formar uma banda de rock? João (J), bateria – A ideia inicial foi do Herculano juntamente com um ex-membro da banda, depois entrei eu. O Hugo foi o último convidado. Herculano (H), guitarra – Nós tivemos a ideia e ele [Hugo] foi o que fez o “click” para que começássemos a sério. Era o último membro do grupo que faltava, o baixista. O pai dele também estava na música e ajudou-nos bastante a começar, deu-nos o sítio, o material, e tinha muitos contactos no meio. CV – Quais são as vossas influências?

Samuel Andrês

Sérgio (S), voz – Metallica, muito rock dos anos 80/90, AC/DC, Faith No More, sempre na onda do rock.

CV – Como foi a passagem dos covers para os originais? HU – Começamos como banda de covers porque é uma maneira de ganhar experiência em palco, uma maneira dos músicos se conhecerem e haver uma maior coesão da banda. Isso não existe numa banda que comece logo a querer fazer originais, porque depois só conseguem dar um concerto por ano na garagem de um amigo porque mais ninguém os conhece. Entramos nos covers mesmo para ganhar esse à vontade para quando fosse preciso tocar originais ninguém dissesse que não tínhamos experiência. E também para ganhar dinheiro que financiasse o projecto de originais, como este álbum, que foi integralmente financiado por nós. Tudo graças aos concertos que dávamos em público. J – É mais fácil quando lanças um álbum de originais as pessoas já te conhecerem. Já sabem qual é o som da banda. Começar como uma banda de covers é essencial para dar a conhecer o nome. HE – Em Portugal ainda é muito complicado começar logo com originais e haver

um espaço onde essas bandas possam actuar.

depois vamos para casa e cada um tenta aperfeiçoá-las.

CV – Os originais são todos em português. É fundamental para vocês cantar em português?

CV – Quanto tempo demoram até terem uma música pronta?

Todos – É. S – Quando eu entrei para os Trotil o álbum já estava feito. Fiz basicamente a interpretação. Pessoalmente sempre me senti mais à vontade a cantar em inglês, mas este trabalho também me surpreendeu pela qualidade das letras, que em português é muito difícil de se conseguir. O álbum assim ficou muito bem conseguido. CV – O que é que sentiram a primeira vez que ouviram “Puro Amor” na rádio? S – Eu ainda não ouvi, mas tive a sorte de ir a Alenquer em trabalho e estava lá um senhor que se virou para mim e disse: “Epá na segunda-feira estava na garagem a arrumar umas coisas e comecei a ouvir uma música. Bem me parecia que conhecia aquela voz. Era a vossa música.” Foi um orgulho! CV – É difícil fazer uma música em conjunto? Como é o vosso processo de produção? HE – Às vezes estamos na brincadeira no ensaio à espera que o vocalista chegue ou acabe de fumar e surgem umas coisas. HU – Depois cada um dá o seu toque e começamos a criar aos poucos. Gravamos as ideias e

J – O problema é que nós não podemos dar um tempo certo para criar uma coisa. Às vezes acontece eu estar a fazer um ritmo qualquer e de repente acordo à noite e penso que há outro que pode ficar melhor e acabo por mudar. HE – Ainda não temos aquela pressão de ter que compor num determinado espaço de tempo. Mas sonho com o dia em que me vão dizer que só tenho duas semanas. No entanto, nunca tocamos as músicas da mesma maneira. Há sempre um pormenor qualquer que se vai acrescentando de cada vez que tocamos. CV- Conseguiram gravar um disco mas também têm um espaço na Internet onde dão a conhecer a vossa música. O que pensam da partilha de música na Internet? HU – Eu acho que é uma boa ideia, apesar das nossas não darem para fazer download. HE – Tem prós e contras. Não concordo muito. Acho que é bom em termos de divulgação e promoção, mas ainda sou a favor do tradicional, de ir à loja e comprar. J – Os CD são caros, porque a música ainda não é encarada como cultura e leva uma taxa de IVA maior. A diferença é que pago mas tenho o original, porque gosto mesmo da banda e ao comprar o CD estou a ajudar essa banda, ao sacar a música não. HE – É também pelo “livrinho” [booklet] que acompanha o CD e é mais um meio para a banda mostrar a sua criatividade, e isso também é importante.

CV – A banda sofreu algumas alterações desde a sua formação. Quais as principais diferenças desde a entrada do Sérgio? HE- O ambiente é mais leve. O Sérgio é uma pessoa mais fácil de lidar, comparando com o Pedro, o exvocalista. No ambiente de grupo o Pedro levava as questões pessoais para o ambiente da banda e isso não era bom. O Sérgio é mais calmo e em termos musicais tem mais as nossas influências. Em termos do timbre da voz o Sérgio é aquilo que nós procurávamos. O Pedro também cantava bastante bem mas o Sérgio é o que se adequa mais com o nosso género de música. HU- E é maluco como eu (risos). CV – O que é que significa para os Trotil tocar ao vivo? S – Significa tudo. É o que nos faz andar aqui é essa possibilidade de tocar ao vivo. HE – Posso ter uma semana horrível mas se souber que na sexta ou sábado vou tocar passa a ser a melhor semana do mundo. HU – Somos uma banda de estrada e uma banda de rock‘n’roll que vive do palco.

CV - Qual é o palco onde gostariam mais de tocar? J – Há o mítico Wembley ... HE – Qualquer palco onde estivessem a tocar Metallica, Pantera e Megadeath. HU – Em Portugal, no Coliseu dos Recreios. S – Eu gostava de tocar no Rock in Rio. J – Rock in Rio, Super Bock Super Rock…Em todos aqueles festivais míticos por

onde passam bandas de rock. Como já não há o Rock Rendez Vous…há os outros “rocks”. CV – E com que banda gostariam de partilhar essa actuação? HE e J – Metallica ou Pantera. HE – Há um músico em Portugal com quem eu adorava partilhar o palco, que é o Rui Veloso. Fazer uma Jam Session com o Rui Veloso para mim era um espectáculo. HU e S – Com qualquer uma dentro da onda rock. CV – Quais são os vossos próximos projectos? Todos – Tocar até que a voz nos doa…E os dedos também. HE – Começar a gravar o nosso segundo álbum. Talvez no espaço de um, dois anos. J -Temos que ver o que vamos conseguir fazer com este álbum e, só a partir daí, definir um tempo e um espaço para fazer o seguinte. HU – O objectivo é consolidar a nossa carreira em Portugal e conseguirmos viver dos Trotil. CV – Qual é a principal mensagem que os Trotil querem passar ao público? HU – Muito rock nessa cabeça, é o que a gente quer. J – Queremos provar que o rock não morreu, porque o rock nunca morre. A música, a meu ver, comanda a vida de qualquer pessoa, e nós estamos aqui para que a nossa música seja essencial também para comandar a vida de alguém. HE – O rock português está em coma mas os Trotil vão ser o choque de adrenalina que vai revitalizar o rock em Portugal. Filipa Galrão


empresas

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PUBLIREPORTAGEM

Festa de encerramento do

ano lectivo

O encerramento de um ano lectivo é sempre um momento de grande alegria. É o momento que as crianças vão finalmente assumir-se como actores num grande espectáculo com público. E que público! Familiares, amigos e colegas vão ver tudo o que cada um aprendeu com as educadoras e as professoras ao longo de nove meses de ensino e aprendizagem. Aos pais, vão poder mostrar ao vivo tudo o que lhes foram contando e mimando na sala e no corredor durante o ano. Agora, integrado no conjunto dos colegas, vão mostrar a sério as piruetas e as cambalhotas de que tinham falado em casa. No colégio Eça de Queirós, em Mem Martins, a festa de encerramento do Ano Lectivo de 2007/2008 realizou-se no dia 21 de Junho e culminou a Semana Cultural, a Feira do Livro e a Exposição dos Trabalhos Escolares desenvolvidos ao longo do ano. As três valências ministradas - Creche, Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico - mostraram as suas habilidades em ginástica, música, judo, ballet, dramatizações e dança. Tudo isto serviu como suporte para todos mostrarem o desenvolvimento global que lhes é ministrado na escola que os pais escolheram para os preparar para a vida. A festa começou cedo. Antes das nove horas já se executavam os penteados e as pinturas faciais nas meninas do ballet. Depois, os “maillots” e os “tutus” foram sendo vestidos e alindados.

Lá fora, começava a azáfama de preparar o ambiente: linóleo no piso, tapetes de segurança para judo e ginástica, instalação sonora, cenários, cadeiras para as visitas, etc. Às nove e meia já a expectativa se lia nos rostos dos pais e amigos: “Como se irá comportar a minha criança?” dizem uns. “Irá esquecer-se do esquema?” pensam outros. A festa propriamente dita começa com o Hino Nacional: “Heróis do Mar, Nobre Povo, Nação Valente e Imortal …”. Uns cantam, outros trauteiam, alguns nem por isso. Segue-se a actividade de judo: aquecimento, cumprimentos, luta, cumprimentos, entrega de novos cintos que atestam a promoção ao escalão seguinte e despedida. A seguir vem o ballet, com as roupas coloridas e as saias tufadas, graciosas com os “tutus”. Marcação correcta. Artistas compenetradas respeitando as marcações. Ar profissional de quem sabe estar a representar “um papel”. Muitas palmas, muitas fotografias. Saída de cena com elegância. Momento de ternura com os alunos de 2 anos a participar na coreografia “Bebé Lili”. Depois os alunos de 3 e 4 anos numa Suite instrumental e os de 3, 4 e 5 anos com “sons do corpo”, o instrumental “Marcha Turca” e a coreografia “Linda Sereia”. A seguir veio a ginástica. Muito ritmo, muita música, muita animação, num mexe, mexe sem fim. “Energia dos mais novos”, dizem os mais velhos.

E vimos os alunos de Língua Inglesa a cantar “Head, Sholders, Knees and Toes” com pronúncia “very cockney”. E os alunos de 5 anos – os velhos – foram receber os diplomas que atestam que terminou a Pré-Primária e estão aptos a iniciar os estudos do 1.º Ciclo do Ensino Básico – lá, onde se aprendem letras e contas e tudo. Seguiu-se a visita à exposição e um docinho para acompanhar o “chá, café ou laranjada” e fazer boca para o almoço. À tarde, foram os alunos do 1.º ciclo a mostrar o que aprenderam. Os novos espectadores viveram as mesmas angústias dos assistentes da manhã, mas ninguém esqueceu o que aprendeu para mostrar na Festa. Depois do Hino Nacional, que todos conhecem de cor, começou a demonstração de judo que terminou com a impo-

sição dos cintos de novas cores, atestando a passagem de grau. O corpo de ballet mostrou com graciosidade a difícil marcação ensaiada com a professora. Chegou o frenesi da ginástica. Ritmo, alegria e animação sem fim, antecederam a peça teatral apresentada pelos alunos do 4.º ano e a exibição em Inglês de todas as turmas. Todas as turmas cantaram e tocaram com instrumentos improvisados (fundos de cadeiras, garrafões de plástico, etc.) antecedendo o “momento alto”: a entrega de diplomas aos alunos que terminaram o 4.º ano e vão transitar para outra escola. Lágrimas, alegria, emoção... de tudo se viveu nessa cerimónia de imposição das capas e das pastas com fitas. Um dia que os alunos e os pais não vão esquecer tão cedo. Colégio Eça de Queirós

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m/f | Mem Martins | 12º ano | Experiência mínima de 3 anos em facturação automóvel / conhecimentos de informática e inglês | |

informática / Part-time | |

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O JORNAL COM NOTÍCIAS

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JULHO DE 2008

Vencer na Vida Por: Paula Barbosa – Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta mais censurável para o conseguir? Quem enganaram ou subornaram? Será que foi apenas sorte?! Sim, a tendência parece ser procurar a trapaça na tentativa de justificação do sucesso dos outros, principalmente quando estes brilham por comparação à obscuridade e vazio das nossas vidas. A censura e a procura da imoralidade funcionam como elementos destruidores das conquistas alheias, sossegando as culpas

LEITOR INFORMADO Tem dúvidas? Quer saber mais acerca destes temas? Remeta-nos um mail (geral@cidadeviva.pt), ou escreva-nos (Rua João Maria Magalhães Ferraz, Lote 3, Loja 3 – 2725-338 Mem Martins).

individuais de quem se sente a ver passar a vida. E porque não fazer pela vida? Poderemos considerar algumas atitudes: a não reacção perante a vida como um descrédito em si próprio e na positividade, ou o refúgio na fantasia que leva a que o que seja desejado no pensamento não seja concretizado na prática, e portanto na realidade. Rejeitam-se as conquistas e, dessa forma, o que é importante alcançar e concretizar no projecto de vida, porque nos centramos no esforço, dificuldade ou até imprevisibilidade do caminho. Dá trabalho, cansa, poderá acontecer algo que nos fuja ao controlo, ou seja, não saímos da zona de conforto. Há ainda quem esteja aprisionado aos imperativos morais de que a vida deve ser apenas responsabilidade e nunca prazer. Para se parecer suficientemente

adulto, dever-se-ia abdicar do que sabe bem e manter-se uma vida convencional, que parecesse aos olhos dos outros responsável e comedida. Na verdade, é como se não se pudesse querer mais da vida, porque ter ambição seria extravagância ou loucura. Tendemos a colocar longe, na impossibilidade, o que nos assusta ou nos faz investir e entregar, e esta atitude deriva do efeito das defesas psicológicas na personalidade. Precisamos de nos convencer de que não sejamos capazes, para não nos depararmos com as nossas dificuldades, erros, falhas, fraquezas, no fundo, com as nossas imperfeições, que atacariam a imagem narcisada que necessitamos manter para que não tenhamos que nos confrontar com a nossa baixa auto-estima e desvalorização pessoal. Decerto que apercebermo-nos das

Já sabe a Verão! Por: Raquel Ferreira – Dietista O tempo quente propícia à preguiça, à vontade de fazer pouco, sobretudo no que toca a tachos e panelas. Tenho insistido na importância de voltarmos à cozinha, de reinventar receitas, de viver os alimentos: tocar, cheirar, experimentar. Cozinhar está na moda, e a prová-lo estão os novos chefes: rapazes giros, muito práticos, que tratam a cozinha por tu e em grande estilo. Pois é isso mesmo que

se pretende: uma cozinha simples, rápida e muito saudável. Deixo-vos então algumas receitas muito básicas, óptimas para o pós-praia ou o pós-trabalho-depois-deum-dia-de-calor!

Para 4 porções:

Salada de bacalhau 1 posta de bacalhau (ou paloco) demolhado; 1 lata de grão cozido; 2 ovos; 3

tomates.

Coza a posta de bacalhau. Coza os ovos. Numa travessa, junte o grão, o bacalhau desfiado, os ovos picados e o tomate cortado. Tempere com salsa picada ou alho picado e azeite.

Salada de Frango ½ frango; ½ pacote massa fusilli; 3 rodelas de abacaxi (ou ananás de lata); 2 cenouras raladas.

Coza o frango na panela de pressão. Coza a massa. Desfie o frango, junte a massa, o abacaxi cortado aos cubos e a cenoura ralada. Tempere com molho de iogurte (1 iogurte natural batido com sal, pimenta, orégãos e colher de chá de maionese).

Mistura no Wok (ou na frigideira antiaderente) ½ pacote de noodles (massa chinesa: encontra-se em qualquer supermercado); 2 courgettes; 2 cenouras; cogumelos; ½ pimento vermelho); alho; molho de soja.

No wok ou numa frigideira antiaderente coloque 1 colher de sopa azeite e o alho picado. Junte a courgette às rodelas, a cenoura ralada, o pimento às tiras e os cogumelos. Salteie os legumes em lume médio, mexendo sempre. À parte, coza a massa em água durante 3 a 4 minutos. Escorra a massa e junte aos vegetais. Tempere com molho de soja (não coloque sal).

nossas partes más tenha que nos trazer sentimentos de tristeza e desilusão, um sofrimento a evitar. Tentar e não conseguir sem dúvida que fará sofrer. Mas estarão isentas de sofrimento as pessoas que não vão atrás da vida e se deixam viver vidas que não são as suas ou que se afastam das vidas possíveis que poderiam ter tido? Viver no vazio ou na frustração não será em si um grande sofrimento? E se pensarmos que, à parte de circunstâncias concretas da vida que impossibilitem de todo a concretização dos nossos desejos, como o são as doenças, sejamos capazes de tudo se tivermos a coragem de tomar as iniciativas certas? E se tentar e não conseguir (ou somente conseguir parte do que se desejou) não possa também preencher, pela riqueza da

experiência? E se utilizarmos a inveja como um sentimento positivo que nos alimente a ambição e nos faça reagir? É sempre possível vencer na vida, se não à maneira dos outros, pelo menos à nossa. E uma coisa é certa: o orgulho pessoal por termos sido quem em nós próprios acreditou primeiro.

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Na próxima edição: Depressão ping-pong

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Todos podem vencer na vida. Alguns apenas escolhem não o fazer. Seremos nós que determinamos a vida, ou ela que nos escolhe? Assistimos a uma diversidade de vidas. Na verdade, o vencer na vida acaba por ser algo muito relativo. As invejas que se constroem face aos outros são muitas: o seu dinheiro, posição social, profissão, inteligência, sociabilidade, família. Como será que lá chegaram? O que fizeram de

Pizza de atum 2 Bases de pizza, 2 latas de atum conservado em água, queijo magro ralado. Molho tomate: 1 cebola, alho, polpa de tomate, orégãos; 1 colher sopa azeite.

Num tacho coloque a cebola e o alho picado com o azeite. Junte a polpa de tomate e os orégãos. Assim que a cebola estiver cozida, triture com a varinha mágica. Barre as bases de pizza com o molho, divida o atum desfiado e polvilhe com o queijo ralado. Pode acrescentar milho, tiras de pimento, cogumelos ou ananás. Leve ao forno.

Arroz de polvo 1 polvo congelado; 2 chávenas de arroz; 1 cebola; alho; polpa de tomate; azeite e salsa ou coentros.

Coza o polvo na panela de pressão em água e sal (ou num tacho com uma cebola – quando a cebola estiver cozida, o polvo também está).

Num tacho deixe alourar a cebola picada e o alho com 1 colher de sopa de azeite. Junte um pouco de polpa de tomate. Junte o polvo cozido e cortado aos pedaços, juntamente com a água de cozedura. Deixe levantar fervura e adicione o arroz. Rectifique os temperos e deixe cozer. No fim, juntar salsa ou coentros. Já se sabe que a sopa não poderá faltar, assim como uma boa salada (alface, tomate, pepino, rúcula, beterraba, couve-roxa…)! Para sobremesa, nada melhor que as frutas da época: melancia, melão, pêssego, nectarinas, cerejas, meloa, ameixas, alperces, damascos…

Agora “não saber o que fazer para o jantar” já não é desculpa para o bife com as batatas fritas de sempre: aproveite as dicas e goze um verão mais leve. Associação Portuguesa de Dietistas www.apdietistas.pt


opinião

O JORNAL COM NOTÍCIAS

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Apontamento Por Vítor Botelho Hoje, quando o império das siglas tudo domina, muitos de nós já depararam com o termo G8. À primeira vista lembrará a marca de uma pastilha contra a hiperacidez gástrica, ou de um bólide, quiçá mesmo de um tipo de armamento que arrecada o primeiro prémio em todas as lucrativas (e legais) feiras internacionais de utensílios para matar bem e depressa. Os mais imaginativo-distraídos, poderão até ser levados a pensar tratar-se de um grupo rock composto por oito gatos invertebrados, uma associação de oito gigolôs apátridas ou, para as mentes mais perversas, uma união de oito charmosos e bem disfarçados malfeitores.

O G8 não é nada disso. Segundo uns quantos palradores, é um grupo de pessoas tidas por importantes e que dizem representar os países mais industrializados e economicamente desenvolvidos do Mundo (não sei se por homenagem ao Yul Brynner, começou por ser G7, até que a democrática (?) Rússia obrigou a acrescentar mais um número). Sempre que decidem trocar uns indecifráveis abraços, os G8, certamente contra a sua vontade, são obrigados a reunir em hotéis de luxo, a saborear num dia o que milhões nunca comem numa vida e a decidir da sorte dos irracionais, dos racionais e dos nem por isso, mais da fome, da malária, do preço do petróleo e do aquecimento global, tudo isto – imaginese o sacrifício – em meia dúzia de intensas horas! Mas, arrelia das arrelias, os nobilíssimos G8 não têm direito a desfrutar a liberdade de se reunirem numa tenda igual à do Kadafi, sem que sejam im-

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portunados por assanhados contestatários, amorosamente vigiados por exércitos armados até aos dentes! E a que ponto chega a ingratidão! Onde é que já se viu uma pessoa andar numa lufa-lufa, avião para aqui, limusine para acolá, anos a fio sem Domingos, feriados e férias, tudo com a inestimável preocupação de construir um Mundo melhor, mais justo, para, no fim, verse ridicularizado em enormes e cómicos bonecos ao estilo dos Zés Pereiras e Cabeçudos! Francamente! E se dúvidas existissem quanto ao que vai no coração do G8, atente-se no resultado do recente encontro realizado na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, onde as mudanças ambientais e a dramática crise alimentar mundial terão marcado a agenda: quanto à fome que amachuca o Mundo, por entre sorrisos, foi um regalo ver abrirem-se os cordões de caritativas bolsas; e, ainda insatisfeitos, os estadistas deixaram - sob palavra de honra? -, a certeza de “ponderar” a criação de uma comissão para lutar contra o flagelo! (não sei se a declaração final da Cimeira o refere, mas é de crer que essa

comissão obtenha importantes decisões em tempo humanamente útil). Contudo, qual catarata de esperança que calará pessimistas empedernidos, a mais enérgica conclusão da Cimeira do G8 terá a ver com o compromisso de, até 2050 – note-se que não é para 2100 ou 2150 -, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 50 por cento, com vista a salvar o Planeta e, presumivelmente, os seus habitantes. Dir-se-á que, até 2050, decorre um montão de tempo, durante o qual a situação se agravará irreversivel-

mente. Sejamos tolerant e s : Roma e Pavia não se fizeram num dia e ninguém garante que os alarmados cientistas não estejam redondamente enganados nos seus estudos e só queiram mangar com os políticos! Mas, é claro, os mais cínicos sempre poderão defender que os G8 apontaram para 2050 uma vez que, nessa altura e acreditando na matemática, eles já terão morrido e ninguém lhes pedirá contas. Será? Sejamos justos, mas isso não faz sentido: se retirarmos umas

quantas dezenas de maduros que se disponibilizam para levar uma arrochadas sempre que contestam os “donos” da Terra, alguém já viu a população mundial preocupar-se, unânime e decididamente, em decretar uma paralisação de protesto contra todos os seus (ainda vivos) governantes? Bem, que ninguém pense em promover, agora, uma greve global, mesmo que conte com a ajuda da CGTP! É que estamos no Verão, há os Jogos Olímpicos e, não tarda, arrancam os campeonatos de futebol! Por favor, a Terra que espere (e quem tem fome que desculpe, mas já é tempo de morrer).

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AG E N DA AG O S TO 2 0 0 8

livro do mês

Assim matam os portugueses

Festival Sete Sóis Sete Luas

“Brinquedos dos anos 60 ... até aos nossos dias”

Até 15 de Novembro, Fábrica da Pólvora de Barcarena

Os dez crimes que chocaram Portugal

Folia, Tu és isso De 3 de Julho até 14 de Setembro, Quinta da Regaleira, Sintra

Corpo e Matéria, Cinco Artistas da Madeira

Até 30 de Outubro, Museu do Brinquedo de Sintra

Até Novembro, Sintra Museu de Arte Moderna

Até final de Outubro estará patente ao público na Sala de Exposições Temporárias do Museu do Brinquedo de Sintra uma Exposição intitulada “Brinquedos dos anos 60 ... até aos nossos dias”. Nesta exposição poderão ver-se várias bonecas e vários ambientes da Barbie, nunca antes expostos, Action Men, construções Lego e Playmobil, figuras de banda desenhada e promocionais, vários brinquedos de lata, com funcionamento a pilhas, igualmente nunca expostos, uma casinha de bonecas feita no Museu, etc. Horário: de terça a domingo e feriados das 10h00 às 18h00. Preço: 3 euros. Crianças, estudantes e idosos: 1,5 euros. Mais informação: www.museudo-brinquedo.pt.

Esta é uma exposição da Colecção Berardo comissariada por Romaric Sulger Büel, que reúne o trabalho de vários artistas madeirenses. Cinco artistas apresentam cinco caminhos diferentes, cinco explorações, às vezes opostas, mas sustentados pela mesma relação A oportunidade que lhes foi oferecida pelo Sintra Museu de Arte Moderna – Colecção Berardo permitirlhes-á sair do âmbito insular para alcançar um público diferente, certamente mais vasto e curioso, que poderá descobrir a diversidade e a qualidade de expressão apaixonante de cinco criadores provenientes de uma parte de Portugal ao mesmo tempo próxima e distante.” Mais informação: www.berardocollection.com. Todos os dias excepto segundas, das 10h as 18h. Preço: 1,5 a 3 euros. Gratuito para todos aos Domingos das 10h às 14h.

Ricardo Marques Esfera dos Livros

Em 2007, o Teatro TapaFuros apresentou o espectáculo Folia nos Jardins da Quinta da Regaleira. Apesar do sucesso alcançado, o grupo acredita que a proposta não se esgotou e propõese revisitar o texto de Paulo Borges e encenação de Rui Mário. Novamente com a parceria da Fundação CulturSintra e apoio da Câmara de Sintra, o TapaFuros aposta na renovação do elenco e numa nova parceria na área da cenografia para criar esta nova Folia e atrair novos públicos. O espectáculo entra em cena de quinta a sábado, às 22h e aos domingos às 20h. O “Folia” tem carácter volante e decorrerá ao ar livre, pelo que é aconselhavel levar agasalho e calçado confortável. Os bilhetes vão custar 16 euros. Reservas e informações: 707 234 234 ou geral@tapafuros.com.

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Por: Carla Major

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Ricardo Marques vai para além dos crimes que abundam nas páginas dos jornais.

A D F H I E C G B

de grande visibilidade mediática. Não se coloca na posição do moralista, hoje muito em voga nalgum jornalismo de emoções, apenas reconstrói factos sem deles querer ser juiz ou fazer homilia. É um livro bem escrito. Que nos conduz às entranhas do homicídio. (…)» Francisco Moita Flores no Prefácio

Fado, flamenco, reggae, folk, electrónica e muito mais. Músicas de todo o mundo e de todos os tempos convivem no festival internacional Sete Sóis Sete Luas. Este ano na XVI edição, é promovido por uma Rede Cultural de 30 cidades de nove países: Cabo Verde, Croácia, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal. O Festival inclui projectos de música popular, teatro de rua, artes plásticas, com a participação de grandes figuras da cultura europeia e mediterrânea. Recebeu o apoio da União Europeia com os Programas Caleidoscópio, Cultura2000 e Interreg IIIB Medocc, pela dimensão europeia e qualidade cultural do projecto. Os Presidentes Honorários do Festival são os Prémio Nobel José Saramago e Dario Fo. Mais informação: www.7sois7luas.com/

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Numa altura em que abundam as notícias de casos policiais que nos provocam assombro e nos impõem questões que se prendem com as reais motivações dos criminosos, A Esfera dos Livros, editora sempre atenta à actualidade, acaba de editar este “Assim matam os portugueses - Os dez crimes que chocaram Portugal” de Ricardo Marques, jornalista da Revista Sábado. A história de qualquer homicídio é a história das pessoas que morrem, das pessoas que matam e das que tentam encontrar os responsáveis pelo crime. São histórias de crimes cometidos por dinheiro, por ciúme, por loucura. As armas são pistolas, caçadeiras, facas ou as próprias mãos. Os assassinos são homens e mulheres, novos e velhos. Desde o pacato cabo da GNR que matou três raparigas, ao reformado que um dia assassinou metade de uma aldeia e se suicidou, passando pelo famoso caso da Praia do Osso da Baleia e pela sucessão de mortes ligadas aos estranhos negócios da noite do Porto. A psicologia do assassino é um mistério difícil de desvendar. Mas será que os portugueses têm um modo especial de matar? «Ricardo Marques traz-nos, através do olhar do jornalista, uma teia de diferentes homicídios e das formas como a PJ os abordou. Como resolveu muitos e deixou alguns por resolver. Recupera memórias recentes, casos


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Rio de Mouro inaugura crematório

A Junta de Freguesia de Rio de Mouro, em Sintra, inaugurou este mês o sexto forno crematório de Portugal Continental. O equipamento foi construído pela empresa funerária Servilusa, que irá explorar e manter as instalações nos próximos 20 anos. A empresa prevê realizar 250 cremações por ano e a procura é tal que a primeira cerimónia decorreu a seguir à inauguração. O concurso público, lançado há nove meses, “é o exemplo da inovação que deve ser prosseguida por todas as autarquias”, considera António Balha e Melo, director-geral da Servilusa. “Foi um casamento perfeito entre o sector público estatal e o sector privado”, acrescenta. Para a autarquia, a primeira do país a ter um equipamento desta natureza, trata-se de “uma afirmação de Rio de Mouro, a segunda maior freguesia de Sintra, o segundo maior

concelho do país”, referiu o presidente Filipe Santos. O forno vem dar resposta à falta de espaço no cemitério local e à crescente procura por este tipo de ritual fúnebre. “O cemitério tem alguma dificuldade na decomposição dos corpos, que demora algum tempo e cria dificuldades de espaço, pelo que o forno foi pensado para dar resposta a este problema”, explica Vítor Branquinho, tesoureiro da freguesia e responsável pelos cemitérios. Além disso, “os dois fornos de Lisboa estão numa situação de fragilidade técnica que não permitem receber corpos de outros concelhos”, refere António Balha e Melo. Esta situação é do conhecimento da junta de freguesia, que sabe que o novo crematório passará a ser a primeira opção no distrito. “O forno dos Olivais está com problemas e há dificuldades no distrito de Lisboa, mas tentaremos dar

também resposta a cremações de outros concelhos”, assegura Vítor Branquinho. O crematório irá funcionar “365 dias do ano, até às 24 horas por dia” e estará aberto a todas as agências funerárias. Antes da inauguração, as instalações foram benzidas pelo padre Carlos, da Igreja Matriz de Rio de Mouro, que não escondeu o espanto perante o novo equipamento: “quase que apetece dizer: dá vontade de morrer… Há promoções?”, perguntou em tom descontraído. A obra custou 400 mil euros, pagos pela Servilusa, que terá ainda de pagar uma taxa de exploração e o aluguer mensal à junta de freguesia. As cremações vão custar 195 euros, sendo o custo inferior para a cremação de ossadas, que custa 120 euros. O espaço inclui uma sala totalmente equipada para tanatopraxia, onde podem ser realizados tratamentos do corpo ou embelezamentos,

bem como autópsias se o Instituto de Medicina Legal assim o entender. O crematório possui ainda vertente tecnológica inovadora na “sala da última despedida”, que permite “o visionamento do histórico do falecido num monitor, bem como a exibição de imagens da urna dentro da sala de cremação, antes de entrar no forno e durante a encomendação pelo padre”, explica Balha e Melo. No exterior, existe um “jardim da memória”, onde podem ser depositadas as cinzas em anonimato, e um columbário com 144 espaços que os familiares podem alugar para colocar as urnas com as cinzas. “Somos o que somos, seres que não nos repetimos e não devemos ter medo desta relação público-privado”, salientou o presidente da Câmara, Fernando Seara, presente na inauguração entre autarcas locais e moradores que quiseram conhecer de perto o novo equipamento. Apesar de “ainda haver quem pense erradamente que a Igreja é contra a cremação”, como lembrou o padre Carlos, esta opção “têm crescido exponencialmente em Lisboa, onde 30% dos óbitos que vão para os sete cemitérios da capital são para cremação”, afirma Balha e Melo. Este ritual fúnebre, diz, “é um acto final higiénico, definitivo, e tem a particularidade de as cinzas poderem ser levadas pela família”. Luís Galrão

Monte Abraão insiste em esclarecimentos da Câmara A Junta de Freguesia de Monte Abraão classifica de “ilegal” a “recusa de colaboração” demonstrada pela Câmara de Sintra no âmbito do processo contra a linha de muito alta tensão FanhõesTrajouc e . “O Tribunal deve ordenar que a Câmara dê cumprimento aos esclarecimentos solicitados”, considera a presidente Fátima Campos, que apelida de “surreal” a postura de “segredo de estado” da Câmara. O caso remonta a Junho, quando o Tribunal de Sintra notificou a autarquia a “informar em juízo sobre o curso das negociações a respeito da linha”. O pedido do colectivo de juízes resultou de um requerimento da Junta de Freguesia, que pretendia que a Câmara esclarecesse o Tribunal sobre o processo negocial anunciado em Dezembro pelo Ministro da Economia e Inovação. Segundo Manuel Pinho, “foi nomeada uma comissão tripartida entre a Rede Eléctrica Nacional (REN), a Câmara de Sintra e os moradores de forma a identificar um traçado que permita enterrar a linha”. O Tribunal considerou que “caso estejam as entidades públicas envolvidas a re-

analisar os termos do traçado da linha ou o modo do seu atravessamento”, esse facto “não deixará de reflectir-se sobre a decisão a proferir”. Mas na resposta ao pedido de esclarecimento, o presidente da Câmara alega que “ a assumpção pública pelo Município de qualquer posição sobre o teor ou estado dos contactos mantidos com o Ministério da Economia e da Inovação e com a REN poderá configurar-se como inadequada, compromentendo mesmo a defesa do interesse público, com claro prejuízo para o regular funcionamento das instituições.” Para a Fernando Seara, “prestar os esclarecimentos solicitados equivaleria à tomada de posição pelo Município no âmbito de uns autos em que nem sequer é parte, com a consequente e indevida antecipação de uma decisão que só à Administração compete tomar”. Já a equipa legal que representa Monte Abraão tem outro entendimento: “o que se solicita é tão somente que o Município informe do decurso das negociações, não se verificando nenhuma das hipóteses legais de recusa legítima de colaboração”. LG


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