Projeto Educativo Regional Lassalista Latino-Americano

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Versão 2023 PERLA PROJETO EDUCATIVO REGIONAL LASSALISTA LATINO-AMERICANO
Projeto Educativo Regional Lassalista Latino-Americano

PERLA

Projeto Educativo Regional Lassalista Latino-americano

Versão 2023

Irmãos das Escolas Cristãs – La Salle

RELAL – Região Latino-Americana Lassalista

01 02 03 05 04 Horizonte para a Missão Educativa Lassalista na RELAL .......... 06-21 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ..................... 56-65 Urgências Educativas .... 22-55 Programas.............. 66-71 Bibliogra a e Referências...... 72-76

Abreviaturas

Assembleia Internacional da Missão Educativa Lassalista

Amoris Laetitia

Conferência do Episcopado Latino-Americano

Diretório para a Catequese

Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista

Evangelii Gaudium

Fratelli Tutti

Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs

Caminhos de transformação, 46º Capítulo Geral

Christus Vivit

Laudato Si’

Misericordiae Vultus

RELAL 04

para o conhecimento Chaves de leitura e apropriação do PERLA

1. Caráter hermenêutico do documento.

2. Caráter de importância da rede:

https://www.relal.org.co/index.php/redes-relal

3. Remeter os leitores ao conhecimento do magistério do Papa Francisco (Pacto Educativo Global).

4. Coragem para olhar a realidade da América Latina.

5. A tradição lassalista continua proclamando nos dias de hoje a verdade da educação.

6. PERLA é um documento iluminador da realidade de cada Província da Região.

SIGLAS E CHAVES DE LEITURA PERLA 05
06 www.relal.org.co 04 RELAL 01 >> Missão Educativa Lassalista Horizonte para a na RELAL

pelo espírito de fé, fraternidade e zelo, reconhecemos que somos chamados por Deus (DC, 2020) a comprometer-nos com a construção da cultura do encontro, da fraternidade universal e do amor, do cuidado e do respeito por nossa casa comum na América Latina e no Caribe, juntos e por associação (Declaração, 2020), através da missão educativa do serviço educativo aos pobres. Com o desa o dos sete Caminhos de Transformação apresentados pelo 46º Capítulo Geral para o discernimento de quais processos de conversão são necessários, deixando-nos tocar por Deus que se faz presença viva nos pobres (CT, 14-21). De fato, isto está de acordo com a Agenda 2030 e as Metas de Desenvolvimento Sustentável, que consideram a pretensão de garantir para os setores mais empobrecidos de nossa Região a abertura de uma educação livre, de qualidade e equitativa (Nações Unidas, 2018).

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Um olhar 1.0 Introdução

para a realidade

1. A vida dos povos latino-americanos e caribenhos se desenvolve em meio a luzes e sombras. Esses povos vivem uma época marcada por grandes mudanças que afetam profundamente suas vidas; nos referimos a eles como efeitos do fenômeno da globalização e suas diversas expressões. Este fenômeno teve consequências tanto positivas como negativas em todos os âmbitos da vida, manifestadas em nossa Região de forma particular na expansão da brecha (ou: fosso) educacional, econômica, social ecológica entre os mais ricos e mais pobres. Isto signi ca um desa o de caráter permanente, incentivando contribuições para a erradicação da pobreza, através de programas educativos sustentáveis, respondendo assim à proposta 5 da 3ª AIMEL referente à resposta lassalista para a erradicação da pobreza através de comunidades inclusivas. Ao mesmo tempo, as conclusões do 46º Capítulo Geral, precisamente no caminho de transformação nº 1, incentiva a promover, a partir de cada uma das obras educativas da Região, uma educação evangelizadora que fomente a justiça social, para assegurar o senso de pertença latino-americano e a desejada fraternidade (CT 1).

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Também observamos nas populações da Região tradições, novos processos locais e regionais e características culturais com su ciente vitalidade, tais como a riqueza das cosmovisões presentes na diversidade étnica, a re exão losó co-teológica, a religiosidade, a ressigni cação da experiência comunitária da fé, a atitude solidária, o respeito pela vida e pela Casa Comum, com sua consequente responsabilidade pessoal e comunitária. A partir deste horizonte, a Missão Educativa Lassalista é sensível à realidade multicultural, fomentando assim a abertura dialogante que reconhece contemplativamente cada expressão da diversidade cultural e religiosa.

No campo da educação, a América Latina e o Caribe enfrentam grandes desa os. Diante de imensos desa os, a proposta educativa lassalista procura desenvolver todas as dimensões do ser humano de forma integral, incentivar a busca de sentido e resgatar o valor da vida; desta forma, colabora ativamente na construção duma sociedade mais justa, sustentável, fraterna e solidária. Neste sentido, a Proposta 7 da 3ª AIMEL enfatiza o chamado às Comunidades Educativas Lassalistas a promoverem uma educação com forte projeção social baseada na ética da cidadania e na responsabilidade social e ambiental, que garanta a sensibilidade aos fenômenos sociais e suas respostas à transformação. Da mesma forma, o recente Capítulo Geral ressalta a necessidade urgente de educar para estabelecer uma cidadania crítica que favoreça o desenvolvimento da chamada ecologia integral, garantindo assim um sentido de pertença à totalidade do meio ambiente, cuja riqueza contribui para o desenvolvimento dos indivíduos e dos povos (CT 4).

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4.

Movidos pelo Espírito e pela delidade ao Fundador, nós Lassalistas da América Latina, juntos e por associação, discernimos nos sinais dos tempos a vontade de Deus, atualizamos o legado de São João Batista de La Salle e da primeira comunidade de Irmãos que o acompanharam naquele momento fundacional, e o encarnamos em nossas culturas, através de nossas obras e práticas educativas.

5.

O legado do Senhor De La Salle 1.1 A utopia que anima nnossa caminhada

Em virtude deste discernimento e inspirados por este legado, desde seus inícios a presença lassalista nesta região promoveu a formação humana e cristã das e jovens, mediante iniciativas criativas e cujo impacto transcendeu o âmbito escolar. A vertiginosa mudança do cenário social e os chamados – em alguns casos verdadeiros gritos –dos meninos, das meninas e dos jovens nos interpelam hoje com muita força (AIMEL, 2006). Por isso, nós Lassalistas da RELAL a rmamos que a nalidade do Instituto, “educar humana e cristãmente as crianças, especialmente aos pobres” (R 1, 3), continua vigente, porque responde a estes desa os. Deste modo, se faz necessário garantir a apropriação da identidade lassalista diante da complexidade da realidade social e dos novos cenários, renovando continuamente a consciência do ser e do realizar o carisma, fortalecendo com isso a vitalidade da identidade, como o pede a proposta 8 da 3ª AIMEL.

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fundacional em cada Lassalista, provocando assim um profundo sentido de interiorização que leva à contemplação evangélica dos cenários sociais da Região, atualizando assim o carisma que, há mais de 300 anos, vem dando respostas aos diversos desa os da realidade latino-americana. O Caminho da Transformação 2 das Conclusões do 46º Capítulo Geral a rma: “Somos chamados a aprofundar, individualmente e como comunidade, nossa vida interior e a compartilhar nossa experiência de Deus com os outros, especialmente em nosso ministério educativo”.

Todos nós Lassalistas, como comunidade educativa, somos chamados a ser o coração, a memória e a garantia do carisma que nos identi ca como cristãos e nos compromete a dar respostas educativas concretas para lutar contra a pobreza que, no contexto do século XXI, permite que um grande número de crianças, jovens e adultos alcancem seu desenvolvimento humano integral. Lembrar isto nos coloca em sintonia com a necessidade de trabalhar em coordenação com outras organizações da sociedade civil, cujos objetivos convergem para pôr m à pobreza em todas as suas dimensões (Nações Unidas, 2018).

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6.
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A utopia Lassalista na América Latina e no Caribe

Neste contexto de carências e oportunidades, queremos ser uma região lassalista que constrói esperança, capaz de integrar a fé, a cultura e a vida em processos formativos que permitam o surgimento de uma sociedade mais fraterna. Apaixonados pelo projeto do Reino do Pai, seduzidos por Jesus Cristo e impelidos pelo Espírito, procuramos construir uma RELAL ao serviço educativo dos pobres. Nela, juntos e por associação, Irmãos, Leigos e outros Lassalistas, respondemos às urgências educativo-pastorais do século XXI (AIMEL, 2006), em comunhão com a Igreja, que “poderá estar perto do povo de nosso tempo, seguindo-o onde ele estiver” (DC 50). Por esta razão, o 46º Capítulo Geral em seu Caminho e Transformação 5 nos chama a “fortalecer, como uma Família Lassalista, a Associação para a Missão em espírito de delidade criativa e a caminhar em sinodalidade para responder, juntos e por associação, às necessidades de um mundo que clama desde as periferias, para que nossas obras educativas possam ser lugares de salvação”.

Para tornar realidade este sonho, de nimos de forma participativa este horizonte para a missão, que pretende ser:

a. um olhar para o futuro, porque recolhe a riqueza da presença lasalista como obra da Igreja nesta região do continente e a projeta em novas respostas às novas necessidades dos meninos, meninas e jovens do século XXI (AIMEL, 2006);

b. uma proposta que oriente, uni que e dê sentido ao conjunto de objetivos e ações que desenvolvemos, com a nalidade de ajudar no crescimento humano e cristão das pessoas para as quais queremos ser sinais de esperança;

c. uma referência para nossa Missão, que impulsione a caminhada e comprometa com a construção do projeto do Reino do Pai (Rodríguez Echeverria, 2008); e

d. fundamento do PERLA.

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Horizonte para a Missão Educativa Lassalista na RELAL

1.2 Princípios orientadores

para a Missão Educativa Lassalista centro da formação

A pessoa como

9. As instituições e as pessoas consagradas à educação precisam conhecer a verdade sobre o ser humano, de acordo com o Evangelho. Conscientes deste imperativo, nós Lassalistas baseamos nossa tarefa formativa no humanismo cristão. Desta forma, descobrimos nas pessoas a imagem do Deus uno e trino, seres em constante construção e busca de sentido, chamados a um destino eterno e sustentados pelos diferentes tipos de relacionamento que lhes permitem alcançar sua plena realização: “Como a tradição educativa lassalista é humanista, nosso compromisso educativo favoreceu o cuidado e a preservação do que é profundamente humano” (Declaração, 2020, pág. 92).

10. Do ponto de vista do Evangelho, uma pessoa é ao mesmo tempo dom e tarefa. Dom na medida em que o Pai lhe dá talentos para desenvolver; tarefa porque ela está em permanente construção e evolução (Deus caritas est, 2006). Nesta perspectiva, cada pessoa é chamada a crescer plenamente numa comunidade de aprendizagem que lhe permita aprender a estabelecer uma relação lial com o Pai, uma relação fraterna com as pessoas que a rodeiam, uma relação harmoniosa consigo mesma e uma relação respeitosa com a criação.

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11. A partir desta visão cristã da pessoa e do mundo, nós Lassalistas

a. consideramos que o principal agente e sujeito da formação são as próprias crianças e jovens, que são acompanhados, ajudados e guiados pela comunidade educativa como um todo;

b. optamos por um currículo centrado na pessoa. Este currículo apresenta as diferentes disciplinas não apenas como um conjunto de conhecimentos a serem adquiridos, mas também como um conjunto de valores a serem assimilados e verdades a serem descobertas. Desta forma, visamos o desenvolvimento integral e harmonioso de todas as capacidades ou talentos dados por Deus, para que cada pessoa possa responder à sua vocação mais profunda como ser humano (Aparecida, 2007). Esta integralidade dá um caráter humanista a este processo;

c. propomos, com o magistério eclesial, já que Deus trabalha no coração de cada pessoa (DC 24), o crescimento na liberdade responsável baseada numa educação libertadora, que visa que as crianças e os jovens se tornem responsáveis por seu próprio desenvolvimento, assumindo ativamente sua liberdade, a m de dar sua contribuição à tarefa de construção e transformação social (Puebla 1025).

d. procuramos responder com ousadia e criatividade às urgências educativas (desa os educativos), tais como a educação na e a partir da promoção do desenvolvimento humano sustentável e do cuidado da casa comum, educação para a interioridade, educação em diálogo com a família para o respeito aos direitos humanos, especialmente das crianças e dos jovens, democratização do conhecimento, novas tecnologias e educação de qualidade, com o objetivo de permitir que as pessoas alcancem sua plena realização.

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A comunidade que educa e aprende

12. A comunidade educativa inspirada na espiritualidade de La Salle: se concebe como lugar de diálogo, re exão partilhada e estímulo mútuo, a partir das quais a realidade é observada e estudada criticamente. Esta concepção implica um convite às crianças e aos jovens para uma formação atrativa e desa adora, o que exige que deem o melhor de si mesmos para alcançarem o desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores que facilitem sua incorporação crítica num mundo em permanente mudança; contribui para formar pessoas que se unam à missão humanizadora e evangelizadora do povo de Deus, como cristãos e como homens e mulheres de boa vontade comprometidos com a transformação da sociedade, e; procura levar todos a se comprometerem, de acordo com a capacidade de seu estágio de desenvolvimento, a trabalharem pela superação das necessidades reais da América Latina e do Caribe: seu desenvolvimento, respeito à natureza e ao meio ambiente, superação da pobreza, sua inserção na comunidade internacional, a incorporação dos povos indígenas, a promoção da justiça e da paz, entre outros. Para isso, gera as condições que a transformam num espaço privilegiado de aprendizagem que promove a participação, o compromisso social e a convivência

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Processo educativo

13.Para sermos eis ao estilo educativo do Fundador, à herança do Instituto e à realidade pedagógica atual:

a. procuramos gerar e utilizar metodologias para facilitar que a aprendizagens sejam signi cativas;

b. visualizamos o processo de ensino e aprendizagem como um espaço para a construção ativa do conhecimento, através do qual todas as crianças e jovens são chamados a aprender;

c. estimulamos a inovação educativa, a m de promover o desenvolvimento espiritual, cognitivo, afetivo, axiológico e social das crianças e jovens com quem compartilhamos a missão;

d. promovemos uma re exão permanente e crítica das práticas educativas, a m de manter a qualidade da resposta institucional aos novos desa os educacionais.

Atores do processo formativo

14.

Entendemos a educação como um processo intencional, sistemático e permanente, que requer a participação dum conjunto de atores para atingir seus objetivos. E por esta razão:

a. crianças e jovens, de acordo com seu nível de maturidade, são protagonistas e sujeitos capazes de descobrir o mundo, resolver problemas e tomar decisões, num processo constante de inter-relação com seu ambiente;

b. os docentes são facilitadores cuidadosos e guias do processo de aprendizagem. Eles estabelecem interações educativas que favorecem alcançar o desenvolvimento potencial das crianças e jovens através de experiências educativas que facilitam o encontro com Deus, consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente.

c. a família como patrimônio da humanidade e primeira educadora, procura acompanhar o crescimento da fé e convida a viver valores e atitudes com fundamento no Evangelho (Aparecida, 2007).

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Centralidade de Jesus Cristo

Centralidad de Igreja povo de Deus – comunhão

A pessoa e a mensagem de Jesus Cristo são o centro e o ponto de partida de nossa missão. Somos chamados por Ele a participar da comunidade eclesial e enviados como seus ministros e embaixadores (MTR 195, 2) para anunciar a boa nova a todas as crianças e jovens com os quais compartilhamos a missão. A Igreja continua a realizar esta tarefa com uma imensa variedade de experiências de proclamação, sempre dócil ao Espírito Santo.

Nós nos reconhecemos como parte ativa da Igreja, entendida como povo de Deus que continua realizando uma imensa variedade de experiências de proclamação, sempre dócil ao Espírito Santo (Diretório Catequético, 2020). Associados à ação salví ca do Deus uno e trino, somos convidados, junto com outras pessoas, a estabelecer o projeto das bem-aventuranças para renovar a história (LG, 1964). Inspirados por São João Batista de La Salle e pelos primeiros Irmãos, em comunhão com a Igreja, aproximamos os meios de salvação das crianças, jovens e adultos, particularmente dos mais pobres e excluídos, criando comunidades educativas de variados tipos e níveis, que promovem a construção dum mundo mais justo, fraterno e solidário.

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17.

Valores lassalistas: fé, fraternidade e zelo

Movidos pelo espírito de fé, fraternidade e zelo, compartilhamos o carisma lassalista entre Irmãos e outros Lassalistas, para viver hoje o ministério apostólico da educação cristã, em resposta aos sinais dos tempos.

Em consequência, encarnamos nosso próprio estilo educativo baseado na pedagogia da fraternidade (Declaração, 2020), caracterizada por ser afetuosa, cortês, ambiciosa e solidária. A dimensão comunitária é constitutiva do ser humano porque Deus é comunidade. Portanto, como lhos de Deus, somos todos irmãos e irmãs chamados a construir relações fraternas que reconhecem o valor e a dignidade de cada pessoa. Neste sentido, a fraternidade é um dos elementos característicos do estilo educativo lassalista.

Pela fé, nós nos reconhecemos como lhos de Deus. Em Jesus Cristo, o enviado pelo Pai, somos chamados a participar da construção de seu Reino. Assumir a fé como um itinerário de vida e de esperança signi ca abertura de espírito para reconhecer nos acontecimentos o Deus que caminha conosco.

A fé em Deus nas comunidades educativas é expressa especialmente no serviço. Em termos evangélicos e lassalistas, o serviço implica em promover e construir a paz, a justiça, a fraternidade, a tolerância e a solidariedade. Desta forma, o projeto do Reino vai sendo construído.

A compreensão e a prática desses valores são enriquecidas por outras visões culturais e religiosas. Portanto, abraçar a pluralidade étnica, cultural e religiosa, através dum verdadeiro diálogo inter-religioso e ecumênico, nos permite integrar e expressar melhor estes valores em nossa realidade cultural.

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Ao mesmo tempo, “reconhecemos que, para ser fermento na família lassalista, precisamos duma vida espiritual enraizada no Evangelho e em nossa herança lassalista, que nos permite descobrir Deus nos sinais dos tempos e nos rostos dos empobrecidos” (CT 2). 19

Participação transformadora da Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista

23.

1.3 Nosso compromisso

Este horizonte convoca os Lassalistas da América Latina e do Caribe a participar, a partir de nossa vocação particular e em associação, na transformação da sociedade, através do serviço educativo, inspirado nos valores do Evangelho e dirigido especialmente àqueles cujos direitos são limitados pelos mecanismos sociais de exclusão e são privados de oportunidades para alcançar sua plena realização humana e cristã (AIMEL, 2006).

24.

É por isso que, unidos a todos os Lassalistas do mundo e de acordo com a Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020), a rmamos que:

• Acreditamos rmemente que as crianças e os jovens são um chamado à esperança e ao compromisso.

• Acreditamos que, diante dos empobrecidos e vulneráveis, nos encontramos com o poder salví co de Deus.

• Acreditamos no poder inspirador e mediador do educador.

• Acreditamos que a comunidade educativa é um componente central na construção da pessoa e na transmissão de valores.

• Acreditamos que nossa associação lassalista é um presente de Deus para o mundo e um meio extraordinário para continuar o legado recebido de nossa herança de vida tricentenária.

• Acreditamos que a educação torna possível a busca e a transmissão da verdade.

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RELAL

25.

• Acreditamos que a educação é um recurso fundamental, poderoso e e ciente para o cuidado da Terra e para a defesa do habitat onde a vida pode orescer e ser sustentada.

• Acreditamos na capacidade transformadora da educação.

• Acreditamos que a educação lassalista é uma expressão transparente do humanismo cristão.

• Acreditamos no poder evangelizador da escola.

• Acreditamos que as realidades atuais exigem que assumamos riscos e sejamos criativos.

• Acreditamos que um outro mundo é possível e que a educação é uma força fundamental para construí-lo.

Com nossos olhos xos em Deus, como Lassalistas somos convidados a continuar o nosso caminho, semeando esperança e aprofundando nosso compromisso de que outro mundo é possível,

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Educativas Urgências

20 20 RELAL 02 >>

A situação atual na Região da América Latina expõe uma série de expressões e fenômenos que devem ter um impacto profundo no sistema educacional lassalista, merecendo uma re exão diligente sobre as respostas educativas a tais questões com base nos princípios da tradição fundacional. A Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) considera o tempo histórico, junto com seus próprios fenômenos, como um sinal teológico, ou seja, como uma área para a revelação de Deus, bem como uma fonte de inspiração para inovações e compromissos educativos, signi cando assim uma realidade que encoraja a esperança diante dos desa os do momento. A Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) fala dos desa os como um elemento inerente à realidade atual que, quando assumido em sua totalidade, torna-se uma possibilidade e uma promessa (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020). Entretanto, diante dos elementos comuns e locais do atual ambiente regional que desa am novas formas e expressões educativas, o Projeto Educativo Regional (2011) propõe uma série de ações que, devido à natureza dos desa os, provocam urgência em sua apropriação e implementação em cada uma das Províncias. Cada uma dessas urgências é descrita a seguir.

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2. Urgências educativas PERLA
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e cuidado da casa comum

27. A implementação urgente da Agenda 2030 no contexto da América Latina e do Caribe coloca o foco na chamada mudança de época como um elemento conjuntural para a tomada de decisões, aceitando o realismo do cenário regional: os paradigmas dominantes de desenvolvimento devem ser erradicados para dar lugar a um paradigma de desenvolvimento sustentável e inclusivo (Nações Unidas, 2018). Por outro lado, a meta 4.7 do objetivo 4 (educação de qualidade) da mesma Agenda visa assegurar que todos os estudantes adquiram os conhecimentos necessários para a promoção do desenvolvimento sustentável através da “educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis” (Nações Unidas, 2018, pág. 29).

28. Podemos car à margem diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico que torna inabitáveis e inimigas do ser humano amplas áreas do Planeta? Ou diante dos problemas da paz, frequentemente ameaçada com o pesadelo de guerras catastró cas? Ou frente ao desrespeito aos direitos humanos fundamentais de tantas pessoas, especialmente das crianças? Muitas são as urgências diante das quais o espírito cristão não pode permanecer insensível (Novo Milênio Ineunte, 50).

29. O fenômeno da depredação ambiental é uma questão de re exão ética que merece uma profunda revisão das abordagens educativas; desta forma, cada modelo curricular será renovado pela implementação de eixos transversais que consideram como componentes pedagógicos elementos de formação na alteridade, na participação cidadã, no bem-estar coletivo, na interioridade e na contemplação.

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2.1 E ducação desenvolvimento humano e

Trata-se duma urgência educativa, já que a realidade regional, rica em recursos, mas ameaçada pelo impacto negativo da exploração abusiva e negligente desses recursos e pela injustiça social, requer a promoção de processos baseados no desenvolvimento humano integral para uma sociedade sustentável – socialmente participativa, culturalmente apropriada, tecnicamente limpa, ecologicamente compatível, economicamente justa, politicamente impactante, eticamente responsável e espiritualmente signi cativa –, que permita enfrentar os efeitos negativos da globalização e gerar alternativas de desenvolvimento e cuidado com nossa casa comum, respondendo assim à proposta de constituir uma autêntica ecologia integral.

30. A Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) rea rma o acima exposto ao propor a implementação pedagógica de uma ecologia integral como estratégia educativa socialmente responsável que fundamente aprendizados signi cativos a partir dos diversos fenômenos que impactam no contexto social. A Declaração o expressa da seguinte forma: “A ecologia integral... favoreceria currículos abordados a partir da busca de sentido e da aprendizagem baseada em problemas. Este tipo de aprendizagem permite construir conhecimento, aprender com fenômenos que tocam a mente e também os afetos e emoções, e compreender a possível inter-relação das ciências naturais, sociais e humanas, bem como seus consequentes impactos éticos... Laudato Si’ propõe uma educação que leve em consideração e dê importância às realidades duma “Casa Comum” degradada, desrespeitada, super-explorada e pouco cuidada (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020, pág. 99). Portanto, é essencial ter uma compreensão mais ampla, que leve à superação dos limites dos sistemas socioeconômicos e políticos e responder às raízes humanas da crise ecológica (TC, 4).

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Promover uma educação socialmente responsável que estimule a consciência da ecologia integral, o que implique numa formação que impacte sobre os ambientes naturais e a convivência social.

Orientações:

a. Promover processos de aprendizagem situados na realidade a m de gerar sensibilidade e processos de desenvolvimento do conhecimento para assumir a responsabilidade pelos diferentes ambientes de interação e convivência humana.

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Promover ambientes educativos que estimulem o aprendizado da dimensão ética do Evangelho e sua vivência, através de atitudes e ações pessoais, traduzidas em um compromisso com o desenvolvimento humano sustentável e o cuidado com a casa comum.

Orientações:

a. Participação e cooperação no diálogo Inter geracional, inter-religioso, intercultural e social baseado no respeito à diversidade, à escuta, à compreensão e ao acolhimento.

b. Promoção de hábitos de cuidado com a casa comum e com a vida em todas as suas expressões, a m de fomentar a consciência ecológica integral em nossas comunidades lassalistas, como contribuição para um mundo mais fraterno (TC 4).

c. Elaboração e implementação de propostas educativas respeitosas e inclusivas, de acordo com os objetivos de desenvolvimento humano sustentável e cuidado com a casa comum.

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Objetivos
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Promover projetos que tenham como eixo o desenvolvimento humano integral para uma sociedade sustentável e o cuidado da casa comum.

Orientações:

a. Geração de práticas que resgatem a sabedoria dos povos da América Latina e do Caribe, para uma melhor qualidade de vida, o exercício de uma cidadania ecologicamente responsável e a construção de uma nova civilização.

b. Trabalho conjunto com organizações locais, nacionais ou internacionais para a implementação de projetos ou ações que promovam uma cultura de desenvolvimento sustentável.

c. Fortalecimento do trabalho e sensibilização diante do contexto amazônico para a promoção do paradigma da ecologia integral.

Promover a formação de uma cidadania crítica para o desenvolvimento de uma responsabilidade cívica que busque o exercício da democracia em nossos países latino-americanos (CIAMEL, 2022)

Orientações:

a. Estimular processos de problematização social que desencadeiem o pensamento crítico sobre os diversos fenômenos que impactam na convivência saudável e no desenvolvimento comunitário, a m de transformá-los.

b. Gerar processos formativos que estimulem um senso de pertença social e o cuidado dos mecanismos de participação comunitária para a construção de ambientes democráticos.

2. Urgências educativas PERLA 27 www.relal.org.co
29 Objetivos

2.2 Educação dainterioridad

31. A vida interior é a dimensão na qual cada pessoa conhece sua verdade (pessoal, social, psicológica, emocional, espiritual) à luz do chamado de Deus para estar com Ele e ser feliz em seu amor. A interioridade é o lugar do encontro com Deus num confronto consigo mesmo a partir da verdade da vida humana que se revela. É o lugar onde residem os mais profundos pensamentos, desejos, esperanças, sentimentos de fracasso e frustração e a dimensão transcendente de cada ser humano; mas é também o lugar onde a história pessoal é recapitulada, encontrando as raízes da identidade e experimentando a riqueza da vida pessoal a partir do relacionamento com Deus.

32. O Diretório Catequético (2020), em seu número 46, refere-se ao fato de que a principal crise do mundo pós-moderno é a crise de sentido e de signi cado, dando um valor único à cultura, à ciência e à tecnologia digital, como garantias de desenvolvimento, sem considerar que a natureza humana está continuamente inquieta em responder às questões mais profundas da existência, sentindo a aspiração à transcendência. Ao mesmo tempo, a Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) a rma que a educação da interioridade é uma necessidade urgente que não pode ser adiada diante desta crise de sentido e da tendência massiva à super cialidade que envolve as famílias e, de forma dramática, uma boa parte do corpo estudantil: enfrentamos a necessidade urgente de educar para a contemplação, a interioridade e a profundidade. Em resumo, hoje mais do que nunca é importante formar os critérios de julgamento das pessoas, para ajudá-las a desenvolverem sua capacidade de análise e pensamento crítico, para transformarem suas dúvidas numa força motriz para a busca.

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Uma aprendizagem essencial consiste em saber digerir, através da contemplação, da re exão e do silêncio, a abundância de informação recebida, utilizá-la para compreender o mundo e suas relações, e comunicar-se com os outros expressando seu próprio pensamento, raciocínio e calma. A educação deve ser paciente e pausada. Estas qualidades podem ser expressas através das metáforas de “ruminação mental” e de “cozinhar em fogo lento”... A educação lassalista sente-se chamada a oferecer meios que favoreçam a re exão e a consciência, assim como opções que forneçam respostas às perguntas sobre o sentido da vida, o mundo e a história (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020).

34. Da mesma forma, a 3ª AIMEL em seu relatório ao 46º Capítulo Geral, na proposta 6 pretende “implementar metodologias inovadoras para acompanhar e educar para a interioridade e a praticar os valores humanos e evangélicos” (Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, 2022, pág. 27) para fortalecer a espiritualidade e o discernimento vocacional, por meio de processos criativos de autoconhecimento e contemplação interior. Neste sentido, a Missão Educativa Lassalista tem a responsabilidade de proporcionar a todos os membros das comunidades educativas “habilidades e ferramentas para se relacionarem consigo mesmos (vida interior) e com os outros, criando uma apreciação especial da beleza, da sustentabilidade da vida e da casa comum” (Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, 2022, pág. 31).

35. Por m, a urgência duma renovação pedagógica implica focar na totalidade das dimensões inerentes à natureza humana, especialmente a vida interior, de modo que “uma atenção especial seja dada à educação da interioridade como possibilidade de abertura à transcendência” (OIEC, 2020, p. 216).

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Urgências educativas PERLA
33.

Desenvolvimento do método de Educação da Interioridade para a Região da América Latina, considerando as bases fundamentais do autoconhecimento (eu penso, eu sinto, eu desejo, eu transcendo), para sua inclusão nos processos formativos por meio dos próprios componentes do método procesos formativos por medio de los componentes propios del método.

Orientações:

a. De nição e desenvolvimento dos elementos conceituais da educação para a interioridade a partir de nosso contexto latino-americano.

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Desenvolvimento da pedagogia do silêncio interior, estabelecimento de espaços de diálogo aberto e profundo para o desenvolvimento da metodologia do silêncio interior, cuja nalidade é educar a mente para o autocontrole dos estímulos externos e internos.

Desenvolvimento da pedagogia da a rmação interior, objetivando identi car a solidez da informação determinante da personalidade.

• Processos de cura e reconciliação interior que, a partir de processos querigmáticos e evangelizadores, permitam que a consciência se abra à mensagem cristã a partir da experiência de libertação.

• Desenvolvimento da educação do pensamento, favorecendo a localização das raízes que originam os diferentes modos de pensar e seus efeitos sobre a personalidade.

• Desenvolvimento da educação das sensações, sentimentos e emoções como detonadores da satisfação ou insatisfação do indivíduo.

• Desenvolvimento da educação dos desejos que determinam os processos volitivos do indivíduo na busca de satisfações.

Habilitação de espaços educativos signi cativos de autoconhecimento e discernimento vocacional que coloquem os estudantes em processos de aprofundamento de suas escolhas de vida.

Desenvolvimento da pedagogia da transcendência, cujo objetivo é o aprendizado da leitura da consciência e as a rmações nela subsistentes que propiciam ações propositivas.

31 2. Urgências educativas PERLA www.relal.org.co
d. e. c.
b. Objetivos

2. Urgências educativas

Desenvolver processos curriculares, pedagógicos e pastorais que abordem os conceitos e processos de educação para a interioridade a partir da especialização pedagógica, de acordo com os níveis educacionais em que a função é desempenhada.

Revisão do projeto curricular do ensino básico, secundário e superior, das escolas e universidades da Região para incluir como eixo transversal uma proposta educativa que encarna a formação da interioridade.

Criação de processos de abordagem para a formação de professores na educação da interioridade de acordo com os níveis educativos, a partir da construção do conceito de interioridade que facilite espaços sobre sua re exão e

A pastoral educação através do ministério de catequese deverá incluir o desenvolvimento e amadurecimento da

Atualização e treinamento dos agentes de pastoral, através da construção de um programa que acompanha

Vinculação das equipes de pastoral à criação de www.relal.org.co

2.3 Educação em diálogo com a família especialmente da infância e da juventude para o respeito dos direitos humanos,

A Agenda 2030 refere em seu objetivo 4 (educação de qualidade) a urgência de implementar um sistema educativo que forme uma consciência humanista sensível diante do respeito aos direitos humanos e à igualdade de gênero, para estabelecer uma cultura de justiça e paz na qual a valorização e apreciação da diversidade cultural seja visível (Nações Unidas, 2018).

36
35.

Por sua vez, a 3ª AIMEL, em sua proposta 7, convida as comunidades educativas a renovarem seu compromisso social “como resposta aos sinais dos tempos, considerando os valores distintivos da Missão Educativa Lassalista, especialmente a fraternidade, a justiça, a igualdade e a inclusão” (Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, 2022, pág. 30).

“A missão educativa lassalista deve dirigir-se às crianças cujos direitos não são protegidos” (44º Capítulo Geral, 2007, pág. 29)

“Reconhecemos que, para o Instituto, continua sendo um grande desa o preocupar-se com o direito das crianças à educação, proporcionando respostas educativas acessíveis a todas e dotadas de recursos nanceiros. Temos que encontrar nossos próprios recursos nanceiros e buscar apoio público e privado” (44° Capítulo Geral, 2007, pág. 33).

37
2. Urgências educativas
36. 37.
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38.

Da mesma forma, na força das decisões do 46º Capítulo Geral, seu Caminho de Transformação 4 trata da Conversão Ecológica Integral, exigindo “a defesa da dignidade humana, especialmente através da proteção e salvaguarda dos direitos das crianças e dos adultos vulneráveis” (46 Capítulo Geral, 2022, pág. 25).

A Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) reza em seu artigo 1º que “nossas instituições e projetos educativos estão centrados na pessoa e favorecem seu desenvolvimento integral”. Para isso, geram ambientes saudáveis, seguros e respeitosos, defendem os direitos das crianças, dos jovens e dos adolescentes, e criam situações onde os deveres e direitos são defendidos, respeitados e promovidos” (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020, pág. 117).

36
38 RELAL
39. 40.

41.

Entretanto, a região latino-americana se caracteriza por uma baixa valorização dos direitos de seus habitantes e um crescente número e variedade de violações desses direitos, especialmente em lugares onde a pobreza atinge duramente, como nas zonas rurais mais afastadas, bem como nas faixas de extrema pobreza nas periferias das grandes cidades localizadas em países latino-americanos. É neste contexto que a defesa dos direitos das crianças adquire todo o seu signi cado (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020). De fato, a RELAL no documento “Enfoque dos Direitos” (2020) a rma com força que a missão educativa deve promover a atenção e o respeito a cada um dos direitos com os quais as crianças e os jovens garantem seu desenvolvimento integral: “O foco nos direitos é um elemento essencial que dá continuidade à tradição lassalista. Portanto, nossa re exão permanente deve referir-se às formas de promover os direitos na educação atual, de tal forma que esteja ligada aos conceitos de proteção integral, cuidado, bom tratamento e educação para a cidadania para a vida presente e futura”. (RELAL, 2020, pág. 13).

42.

Em consequência, é preciso promover processos de re exão e projetos de pesquisa que considerem a prevenção e a intervenção, tendo como eixo a promoção do desenvolvimento humano, que implica plenitude e transcendência. Para garantir este eixo, é necessário promover a defesa dos direitos das crianças e dos jovens e o fortalecimento das famílias.

37 39 2.
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Urgências educativas PERLA

Articular o foco nos direitos humanos e no desenvolvimento humano com as propostas educativas, de modo que elas permeiem os pensamentos, as perspectivas, as atitudes as e ações.

Orientações:

a. Promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre modelos de desenvolvimento humano, com enfoque na legislação dos direitos das crianças e dos jovens para garantir a qualidade e a relevância da oferta educativa.

b. Integração do desenvolvimento humano sustentável e da abordagem dos direitos com os ideais, projetos educativos institucionais, regulamentos, formas de organização e manuais de convivência.

c. Incentivo e apoio a ações de sistematização, bem como o compartilhamento de experiências bem sucedidas na promoção e defesa dos direitos humanos, especialmente os das crianças e jovens, desenvolvidos dentro das comunidades educativas lassalistas.

d. Trabalhar de forma coordenada e proativa com organizações que promovem e defendem os direitos humanos, especialmente os das crianças e dos jovens.

e. Vigilância com relação à realidade dos menores quanto a seus direitos, garantindo mecanismos de denúncia diante de eventuais injustiças.

38 40 RELAL

Promover iniciativas centradas na promoção e no enfoque dos direitos, em diálogo com as famílias, visando atender de forma e caz as crianças e os jovens em situação de risco.

Orientações:

a. Promoção do exercício dos direitos das crianças e jovens, através de eventos de socialização e transferência de conhecimento, tais como seminários, colóquios, palestras, o cinas, conferências e publicações destinados à comunidade educativa e à sociedade local.

b. Atualização frequente de um diagnóstico da situação das crianças e dos jovens em cada país e na região, com o apoio de nossas instituições de ensino superior.

c. Discernimento e de nição de ações e experiências de serviços educativos em favor de crianças e jovens em situação de risco.

d. Busca de abordagens e alianças com outras instituições e organizações que se colocaram a serviço de crianças e jovens em situação de risco.

e. Promoção, em nível regional, provincial, das delegações e setores, de observatórios edutivos para os direitos das crianças e dos jovens na América Latina e no Caribe, tais como estratégias de pesquisa, análise, gestão, treinamento e intervenção.

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Urgências educativas PERLA
Objetivos

do

A meta 4.1 do objetivo 4 da Agenda 2030 deseja garantir a todas as crianças acesso ao sistema educativo básico de qualidade, gratuito, equitativo, garantindo aprendizagens pertinentes e efetivas de acordo com o panorama e o contexto latino-americano (Nações Unidas, 2018).

“São João Batista de La Salle renovou a escola para torná-la acessível aos pobres e oferecê-la a todos como um sinal do Reino e um meio de salvação. A escola cristã, que deve ser sempre renovada, é o instrumento privilegiado da atividade dos Irmãos. O Instituto também está aberto a outras formas de ensino e de educação adaptadas às necessidades dos tempos e dos países” (Regra 3).

“Reconhecemos que na rede de obras lassalistas, as nossas respostas educativas às necessidades e os recursos nanceiros necessários são desiguais. Somos desa ados a elaborar estratégias e cazes de solidariedade para a equidade e igualdade educativas” (44º Capítulo Geral, 2007, pág. 32).

A Região Latino-Americana Lassalista se distingue por desigualdades sociais extremas, que diminuem as oportunidades de acesso à educação para uma grande parte da população, particularmente os mais pobres. O Papa Francisco se mostrou preocupado com os contextos de desigualdade social, enfatizando a realidade da miséria que não tem a possibilidade de acesso a uma educação digna e de qualidade:

42 40 RELAL
conhecimento
46.
43. 44. 45.
2.4 Democratização

47.

Alguns nascem em famílias abastadas, recebem uma boa educação, crescem bem alimentados ou naturalmente possuem habilidades excepcionais. Certamente não precisarão dum Estado ativo e apenas exigirão liberdade. Mas é óbvio que a mesma regra não se aplica a uma pessoa com alguma de ciência, a alguém que nasceu numa família extremamente pobre, a alguém que cresceu com uma educação de má qualidade e com poucas chances de cura adequada para suas enfermidades. Se a sociedade é governada principalmente pelos critérios de liberdade e e ciência do mercado, não há lugar para eles, e a fraternidade será apenas mais uma expressão romântica (Fratelli tutti, 109).

Por esta razão, precisamos urgentemente direcionar nossas obras lassalistas com projetos proféticos, transformadores, inovadores, inclusivos e que atendam de forma preferencial à população desprotegida. Como o 46º Capítulo Geral menciona em seu Caminho de Transformação 5: “Responder às necessidades reais dos grupos situados à margem e vulneráveis, objetivando garantir que os projetos de serviço e missão alcancem impacto e capacitem as comunidades a se tornarem auto-su cientes” (46º Capítulo Geral, 2022, pág. 31). E, por outro lado, a urgência de envolver a educação para a justiça em todo o currículo, para a apropriação profunda das responsabilidades cívicas e políticas (TC, 4). Além disso, é necessário aprofundar a importância e o impacto do pensamento lassalista no ensino superior latino-americano, estendendo suas funções substantivas às áreas mais críticas, a m de responder às necessidades da sociedade, particularmente das mais pobres. Em vista disto, a Agenda 2030, em sua meta 4.4 do objetivo 4, procura “aumentar signi cativamente o número de jovens e adultos que possuem as habilidades necessárias, particularmente técnicas e pro ssionais, para ter acesso a emprego, trabalho decente e empreendedorismo” (Nações Unidas, 2018, pág. 28).

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Urgências educativas PERLA

Orientar o projeto educativo institucional, a partir da comunidade educativa e à luz do carisma fundacional, orientando-o para a inovação e a transformação social, levando em consideração as necessidades dos mais desfavorecidos, garantindo assim o acesso à educação e contribuindo na melhoria das condições de vida.

Orientações:

a. Leitura do carisma fundacional, orientada à inovação e transformação social do contexto através do serviço educativo, tomando como referência a realidade vivida por João Batista de La Salle e os primeiros Irmãos.

b. Identi cação e atenção às necessidades dos estudantes das populações mais vulneráveis, a m de garantir o acesso à educação, com metodologias relevantes e inclusivas, baseadas no pensamento plural e inclusivo.

c. Colaboração participativa com entidades locais, nacionais e internacionais que formulam e implementam políticas educativas.

d. Desenvolvimento de estratégias de cooperação com organizações solidárias para tornar o conhecimento acessível aos setores mais pobres, através de uma gestão nanceira destinada aos estudantes para garantir sua permanência no sistema educacional e o acesso ao ensino superior.

Promover a sistematização e a socialização do trabalho educativo lassalista, para apoiar as experiências de fronteira, respondendo, juntos e por associação, ao serviço educativo dos pobres.

RELAL
44

Impulsar iniciativas centradas en promover el enfoque de derechos en diálogo con las familias y atender de forma e caz a la niñez y la juventud en situación de riesgo. 02

a. Desenvolvimento de projetos e programas educativos formais e não formais, para que as comunidades excluídas melhorem suas condições de vida e se tornem sujeitos de seu próprio destino. Deixar nossas zonas de conforto e fazer das periferias nossa casa para as novas comunidades e ministérios que sejam criados e sigam nessa direção (TC 1C3).

b. Consolidação da rede de comunicação lassalista em nível provincial e regional para facilitar a retroalimentação e a disseminação das boas práticas educativas e das experiências inovadoras existentes.

c. Posicionamento da proposta educativa regional nos contextos e organismos locais, nacionais e internacionais que formulam e implementam políticas educativas.

Orientações: Divulgar e integrar o projeto PERLA em todas as instituições educativas lassalistas da região, a m de envolvê-las nos projetos de democratização do conhecimento latino-americano e caribenho.

Orientações:

a. Incorporação das diretrizes do PERLA nas re exões e decisões das diversas instâncias da missão educativa nas províncias, setores e delegações.

b. Fortalecer o espaço regional para o intercâmbio de projetos de democratização do conhecimento.

Urgencias Educativas PERLA www.relal.org.co
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Desenvolver políticas e ações que orientem objetivamente as cinco funções substantivas das universidades: acadêmica, de pesquisa, econômica, política e sistêmica, em resposta às necessidades da sociedade, particularmente dos mais pobres.

Orientações:

a. Revisão dos objetivos e ideais fundacionais das instituições de ensino superior, a m de adaptá-los à relevância de suas funções e ao serviço educativo dos pobres.

b. Implementação de ações destinadas a fortalecer as novas dinâmicas acadêmicas relacionadas à pesquisa social e pedagógica.

c. Fortalecimento do ensino crítico e inovador para o desenvolvimento e intercâmbio de programas acadêmicos, destacando uma liderança comprometida com a geração de projetos de desenvolvimento sustentável voltados para a superação da pobreza e da exclusão.

d. Promoção de programas lassalistas interuniversitários destinados a atender às necessidades das pessoas em situação de pobreza e exclusão, bem como o desenvolvimento de sistemas de avaliação para estes programas, a m de avaliar sua contribuição à construção da coexistência e da solidariedade social.

e. Desenvolvimento de compromissos de instituições de ensino superior com instituições de educação infantil, básica e secundária, para o mútuo enriquecimento e subsídio nas áreas de construção do conhecimento, quali cação de professores e apoio logístico.

RELAL 44 46

Fortalecer as comunidades acadêmicas com o espírito lassalista e o compromisso com a inovação educacional com base na opção pelos pobres.

Orientações:

a. Desenho e aplicação de programas de desenvolvimento acadêmico de acordo com o espírito lassalista, incorporando elementos da pedagogia do Fundador de acordo a Guia das Escolas Cristãs.

b. Fortalecimento regional da rede educativa produtora de conhecimento, baseada no diálogo entre universidades e instituições de educação infantil, básica e secundária que promove o desenvolvimento da pesquisa, a re exão sobre práticas pedagógicas, a criação e transferência do conhecimento e a geração de inovações, visando melhorar a qualidade da oferta educacional e o fortalecimento dos processos de evangelização com uma projeção social mais objetiva para contribuir na superação da pobreza e na mudança social.

5 Urgencias Educativas PERLA www.relal.org.co 45 47
Objetivos

tecnologias

Nos dias atuais, o desenvolvimento das tecnologias digitais é expressão duma sociedade globalizada que se caracteriza pela constante disseminação de informações e conhecimentos, gerando um impacto cada vez mais acentuado nos sistemas educativos. Neste sentido, a consolidação do mundo das comunicações digitais representa sérios desa os para a tarefa da educação. De fato, o 46º Capítulo Geral, em seu Caminho de Transformação 5, destaca no compromisso 3 a implementação das conclusões do 4º Simpósio Internacional de Jovens Lassalistas sobre o uso das redes de comunicação digital para compartilhar as melhores práticas educativas e gerar o intercâmbio permanente de projetos e recursos de impacto social (46º Capítulo Geral, 2022). Entretanto, nosso senso de solidariedade e interdependência para um melhor serviço educacional dos pobres deve nos orientar para encontrar meios concretos para os pobres desenvolverem habilidades digitais e para terem também acesso ao conhecimento através dos novos sistemas de informação e comunicação (44º Capítulo Geral, 2007).

RELAL 46
48. 48
2.5 Novas

Numa Região que possui grandes setores com acesso limitado a novas tecnologias de informação e conhecimento, existe uma lacuna que afasta ainda mais as possibilidades de integração desses setores numa sociedade baseada no conhecimento, como a rma a Declaração da Missão Educativa Lassalista (2020): “Há muitas crianças que têm pouca ou nenhuma educação devido à pobreza, guerras, processos migratórios, marginalização social, epidemias, impossibilidade de acesso às novas tecnologias, con itos internos, segregação racial ou de gênero, gravidez na adolescência, trabalho infantil e outras formas de exclusão” (p. 88).

www.relal.org.co 47
49
49.

Lassalistas a nível mundial (TC, 546, obra citada)

48 50 50.
Objetivos 49 51 Urgencias Educativas www.relal.org.co

51. A Agenda 2030 se refere claramente em seu objetivo 4 à relevância da educação de qualidade como “a base para melhorar a vida das pessoas e o desenvolvimento sustentável” (Nações Unidas, 2018, pág. 27).

52. “O Fundador compreendeu muito cedo que a educação espiritual dos Irmãos implicava atenção à sua formação pro ssional: eles só poderiam “anunciar o Evangelho” por seu ministério na medida em que fossem ministros competentes e quali cados. Portanto, o Fundador estava preocupado com a preparação técnica dos mestres” (Sauvage e Campos, 1980, pág. 226).

53. Da mesma forma, a Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) destaca a lacerante situação educativa presente em contextos de pobreza e miséria: nas últimas décadas, a maioria dos países – mesmo os mais pobres –aumentou signi cativamente a oferta de escolaridade, mas sem garantir a qualidade nos processos educativos; desta forma, transformaram a educação num importante fator de exclusão. Em outras palavras, a tensão entre cobertura e qualidade, entre escolaridade e aprendizagem persiste. A má educação para os pobres os priva do acesso às oportunidades que o nascimento, o nome de família ou o status social lhes negaram, perpetuando assim sua marginalização e as condições de miséria em que muitos deles vivem. A educação de qualidade é um motor da mobilidade social porque fortalece a democracia, reduz de forma signi cativa a pobreza e gera inclusão e igualdade (Irmãos das Escolas Cristãs, pág. 88).

RELAL 50 52 02 02 03 2.6 Educação
de qualidade

com os valores culturais de seu próprio país, descobrindo ou integrando neles a dimensão transcendente e religiosa” (Aparecida, 334).

55. Numa região que mal atingiu a cobertura dos serviços educativos no nível básico, mas sem garantir sua qualidade, e que, com poucas exceções, negligencia o reconhecimento do importante papel social dos professores, nós precisamos:

56. De nir indicadores para avaliar a qualidade de nossos centros educativos à luz dos critérios de identidade para a vitalidade das obras educativas lassalistas (2020), bem como considerar padrões internacionais em linha com os critérios humanistas e evangélicos que distinguem nosso serviço educativo.

57. Gerar alianças com organizações de avaliação educacional para assegurar percepção externa e julgamento crítico sobre a qualidade educativa de nossas instituições.

58. Reconhecer os professores como protagonistas da mudança, tornando sua formação contínua uma prioridade, lembrando o valor do acompanhamento na pedagogia lassalista.

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Criar um modelo de qualidade educativa que considere os Critérios de Identidade para a vitalidade das obras educativas lassalistas (2020), padrões nacionais e internacionais e necessidades sociais, tendo em consideração o processo de implementação, avaliação institucional e orientação para a melhoria contínua.

Orientações:

a. Apropriação e implementação dos critérios de identidade para a vitalidade das obras educativas lassalistas (2020), dos indicadores de avaliação para a gestão institucional e dos padrões de qualidade nacionais e internacionais que estão de acordo com a loso a lassalista, bem como destacar a avaliação dos processos educativos das obras lassalistas.

b. Criação de garantias para que os órgãos de acreditação e avaliação externa das instituições educativas articulem seus indicadores com os padrões nacionais e internacionais, assegurando acima de tudo a a nidade com os princípios lassalistas.

Promover a qualidade educativa dos educadores lassalistas em termos de associação para a missão.

Orientações:

a. Elaboração e implementação de programas e planos de formação docente a nível regional, provincial, das delegações e setores, com apoio das instituições de educação superior da Região.

b. Formação de redes de comunicação no interior da Região, Província, Setor ou Delegação, a m de divulgar experiências e boas práticas educativas e pastorais, bem como a riqueza de ferramentas pedagógicas, tecnológicas e didáticas.

RELAL 52 54

c. Promoção de instâncias e espaços de desenvolvimento pedagógico na Região, que permitam aos professores produzir e gerar conhecimento educacional.

d. Garantir a existência dum órgão na Província, Delegação ou Setor que atenda às necessidades de treinamento dos associados e colaboradores.

e. Melhoria do intercâmbio de professores na rede de comunidades educativas da Região para fortalecer a parceria e a circulação do conhecimento educacional

f. Geração e dinamização de processos de associação para a missão educativa lassalista, que permitam o enriquecimento de experiências no contexto da Região e do trabalho comunitário.

Promover a vocação ministerial educativa e a digni cação dos educadores.

Orientações:

a. Fortalecimento da vocação ministerial do educador, favorecendo os processos de educação integral de crianças e jovens.

b. Desenvolvimento de mecanismos e estruturas que, junto com outras instituições e organizações, contribuam para a dignidade do educador.

c. Promoção de uma imagem mais digna da pro ssão docente, dando-lhe maior valor aos olhos da opinião

pública, além de in uenciar a política educacional no interesse de melhorar as condições laborais, sociais e acadêmicas do pessoal docente.

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Objetivos
02 02 03 54 58 www.relal.org.co 03 >> Evangelho de Jesus Cristo: A proclamação do Eixo Transversal do PERLA

59. A proclamação do Evangelho de Jesus Cristo é uma dimensão fundamental do PERLA e de seu eixo transversal. Desde nossas origens, o Fundador e os primeiros Irmãos zeram da escola um meio de salvação (Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista, 2020), onde a proclamação do Evangelho ocupava um lugar central. Além disso, a Proposta 6 da 3ª AIMEL recomenda a necessidade duma educação lassalista centrada no Evangelho e dedicada ao acompanhamento espiritual e ao diálogo. Hoje, como Lassalistas na América Latina e no Caribe, somos chamados a ser protagonistas da boa nova do Evangelho através de nossa missão educativa, dando testemunho do Reino de Deus: educar na fé para a justiça (CT 1).

Cremos na força evangelizadora da escola (Declaração, 2020).

60. Com a alegria da fé, somos missionários para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, e nele a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência (Declaração, 2020) e da solidariedade com a criação (DA, 103; LS, 62, 89-92, 209-215; Declaração, 2020). Assim, retomamos o legado de São João Batista de La Salle que “concebeu o Irmão como ministro de Deus, testemunha de Jesus Cristo no mundo da educação e participante da missão evangelizadora da Igreja” (Declaração, 2020, pág. 63).

61. A “doce e reconfortante alegria de evangelizar” (EG, 9) é também compartilhada por todos aqueles que, entusiasmados pelo carisma lassalista, participam de nosso trabalho educativo: “Os educadores lassalistas associados que vivem sua fé na Igreja devem assumir sua vocação como um ministério que manifesta a alegria do Evangelho e o poder salví co da educação cristã” (Declaração, 2020, pág. 63; GE, 140-146).

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proclamação do Evangelho de Jesus Cristo

62. A fonte de nossa ação evangelizadora (EG, 8) é o encontro maravilhoso e surpreendente com o amor incondicional de Cristo (EG, 8). Este encontro nos impede de permanecermos em silêncio, “pois se alguém aceitou este amor que lhe devolve o sentido da vida, como pode conter o desejo de comunicá-lo aos outros? Este encontro também nos encoraja constantemente a não procurar outra coisa em nossas tarefas educativas diárias (EG, 18), e sim compartilhar a alegria contagiante do Evangelho” (EG, 4).

63. Assim, queremos proclamar o Evangelho de Jesus Cristo no contexto atual da América Latina e do Caribe. Portanto, queremos levar a sério a realidade de nosso continente e de cada um de seus países, de seus habitantes, especialmente os mais empobrecidos. Por isso, tentaremos conectar o Evangelho com a situação humana e social, “prestando atenção ao povo concreto com seus sinais e símbolos, e respondendo aos questionamentos que ele nos apresenta” (EG, 154). Porque nós somos portadores dum Evangelho capaz de iluminar estas situações e de responder às diferentes circunstâncias que envolvem nossas instituições educativas.

64. Esta exigente e apaixonante tarefa nos propõe alguns desa os importantes:

a. Reconhecer as “sementes do Verbo” presentes nas tradições e culturas de nossos povos (EG, 257). Apesar das duras realidades de injustiça, corrupção, violência e pobreza, sabemos que Jesus Crito está presente e atuando nesta história, segundo sua promessa:

“Estarei convosco até o m dos tempos” (Mt 28, 20).

Essa convicção profunda nos liberta do pessimismo estéril” (EG, 84).

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PERLA
A proclamação do Evangelho de Jesus Cristo

b. Considerar Jesus Cristo como a plenitude da revelação de Deus, um tesouro incalculável, a pérola preciosa (Mt 13, 45-46), o Verbo de Deus feito carne, caminho, verdade e vida dos homens e mulheres, a quem abre seu destino de vida em plenitude (DC, 11-16).

c. Con rmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho enraizada em nossa história, a partir dum encontro pessoal com Jesus Cristo (EG, 264-267), que suscita discípulos e missionários de seu Reino, protagonistas de vida nova para a América Latina e o Caribe.

d. Favorecer a relação de coerência entre fé e vida a nível pessoal, comunitário e institucional. Temos bem presente que é aqui que estão em jogo nosso caminho para a santidade e a fecundidade de nossa missão educativa. De fato, “podemos pensar que damos glória a Deus somente através da adoração e da oração, ou somente pelo cumprimento de certas normas éticas – é verdade que o primado é o relacionamento com Deus – e esquecemos que o critério para avaliar nossa vida é acima de tudo o que fazemos pelos outros” (GE, 104).

e. Viver como Igreja samaritana (MV, 4; EG, 24; FT, 56-86), iluminada por Cristo (Lc 10, 25-37), através do imperativo de nos tornarmos próximos dos pobres, migrantes e excluídos, que hoje não são apenas “explorados”, mas tratados como “excedentes” ou “descartáveis” (Aparecida, 65; LS,

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A proclamação do Evangelho de Jesus Cristo

com Jesus Cristo, particularmente através de sua leitura comunitária e da Leitura Orante (EG, 174-175; DC, 90-91).

j. Con gurar itinerários formativos diversi cados, respeitosos dos processos pessoais, comunitários e culturais que sejam graduais e contínuos (DC, 33-35, 63-65, 69-70, 424), em consonância com uma «pastoral da proximidade e dos vínculos» (Francisco, 2013).

62

sem carne; o pelagianismo com uma vontade sem humildade (EG, 36-64); a burguesia egoísta (EG, 81083); e a mundanidade espiritual (EG, 93-97).

• No plano pastoral: a guerra entre nós (EG, 98-101).

• No plano educativo: a exclusão educativa, desintegradora e pouco solidária (Francisco, 2019).

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64. Para isso se propõem as seguintes linhas de ação:

a. Desenvolvimento de políticas para que as instâncias educativas assegurem que toda instituição seja corresponsável pelo anúncio do Evangelho e se envolva nesta importante missão.

b. Intercâmbio das realizações inovadoras de evangelização no interior das Províncias e Delegações da Região.

c. Conformação de grupos missionários para apoiar os setores mais necessitados (DC, 279-280).

d. Formação de equipes de re exão e interiorização que, de forma associada, promovam a espiritualidade lassalista.

e. Incorporação da cultura de cada povo e das estruturas juvenis nos diferentes programas educativos (DC, 394-408, 236-256).

f. Avaliação crítica da ação educativa pastoral, para ter consciência das motivações, metodologias, conquistas, destinatários e intencionalidades.

g. Avaliação de todas as nossas ações educativas e apostólicas, para dar-lhes sentido evangelizador.

h. Promoção e articulação dos processos de pesquisa das universidades lassalistas da América Latina sobre Catequese, com a nalidade de partilhar os resultados investigativos e construir ofertas de formação atraentes, vigorosas e práticas para os catequistas das instituições educativas dos FSC na América Latina.

i. Implementação de programas que tornem explícito e claro, de forma orgânica e continuada, o processo de amadurecimento na fé dos agentes da comunidade educativa.

64 RELAL 62

65. Estas linhas de ação nos convidam a considerar atentamente as seguintes dimensões de nossa

Educação na fé a partir da tomada de consciência da realidade, numa atitude crítica e assumindo a diversidade das culturas na Região, a interrelação entre fé e cultura, a integração da fé e da vida e a fé como itinerário (DC, 63-65, 196-196, 230-232). Aproveitar nossa herança, presença internacional e testemunho profético para alcançar uma defesa pública mais ativa e aprofundar nossa solidariedade

Educação para os valores éticos, a partir da Compreensão cada vez mais profunda do Integração de comunidades sólidas, Envio à missão para o serviço educativo dos Formação para a transformação e libertação das pessoas. Isso por sua vez implica considerar seriamente a realidade, com uma pastoral bem consciente da dimensão social

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A proclamação do Evangelho de Jesus Cristo PERLA
52 www.relal.org.co 04 >> Programas 64

66. Temos que viver as turbulências do presente como herdeiros duma tradição tricentenária que nos une e também nos chama a repensar a educação para as novas gerações. Somente assim responderemos ao desa o de proporcionar uma educação relevante para as crianças e jovens dos dias atuais (Declaração, 2020).

67. As realidades do mundo nos incitam a tomar posições proativas ao invés de reativas que nos colocam na vanguarda da inovação educativa (Declaração, 2020).

68. A elaboração de programas para responder aos desa os apresentados acima é de responsabilidade de cada Província ou Setor. Esta responsabilidade constitui um espaço para a iniciativa e criatividade locais.

69. Entretanto, o acima exposto não exclui a possibilidade de que a Assembléia Regional da Missão, as Redes RELAL ou o Conselho MEL da RELAL, uma vez estabelecidas as prioridades, possam propor alguns programas comuns, que poderiam ser rati cados pela Conferência Regional de Visitadores.

70. Recomenda-se que haja uma ampla comunicação na Região, a m de trocar experiências e compartilhar os resultados das melhores práticas.

71. Dois programas essenciais para garantir o conjunto dos processos previstos são:

1. Comunicação a serviço do PERLA;

2. Plano de Ação Regional.

67 Programas PERLA
www.relal.org.co 65

Comunicação a serviço do PERLA

Objetivos:

a. Criar espaços – instâncias existentes e criar outras –para o intercâmbio das experiências mais bem-sucedidas de cada Província e Setor, a m de facilitar sua replicação.

b. Fortalecer as Redes RELAL para continuar compartilhando ideias e recursos para fortalecer nossa identidade.

c. Incentivar iniciativas educativas inovadoras que melhor respondam aos desa os educativos identi cados pelo PERLA.

d. Incentivar a socialização de projetos de interesse geral das Províncias (Protocolo de Comunicação RELAL, 2020).

e. Destacar os projetos de transformação social e cuidado com os vulneráveis empreendidos por cada uma das Províncias (Protocolo de Comunicação RELAL, 2020).

f. Garantir um uxo de comunicação bidirecional: entre o Escritório Regional e cada uma das Províncias (Protocolo de Comunicação RELAL, 2020).

g. Contribuir para o desenvolvimento e difusão do pensamento educativo lassalista latino-americano.

h. Proteger, fortalecer e promover a visibilidade da imagem e presença de De La Salle, tanto interna quanto externamente, atendendo ao público de cada Província (Protocolo de Comunicação RELAL, 2020).

68 RELAL
4.1
52 04

Linhas de ação:

a. Uso dos recursos oferecidos atualmente pela tecnologia (correio eletrônico, fóruns, redes sociais, videoconferências, entre outros), para facilitar a comunicação entre os agentes da missão, em particular das pessoas envolvidas em iniciativas que respondem de forma direta aos desa os detectados pelo PERLA.

b. Geração de espaços que permitam o intercâmbio de iniciativas, publicações e atividades a partir das orientações do PERLA.

c. Promoção do conhecimento do que está sendo feito na RELAL além da realidade lassalista, através da elaboração de documentos e publicação de notícias e iniciativas, quando consideradas muito importantes e dignas de serem conhecidas através de canais fora da RELAL (Protocolo de Comunicação da RELAL, 2020).

Programas PERLA www.relal.org.co 69
67

Plano de Ação Regional

Objetivos:

a. Projetar o Plano de Ação Regional (PAR) que concretize as ações inspiradas no PERLA que responderão aos desa os assinalados.

Linha de ação:

a. Fornecer ao Conselho da MEL RELAL o documento PERLA como principal contribuição para a construção do PAR.

RELAL 68
4.2
70

Objetivos:

a. Aumentar e garantir a difusão do PERLA nas Províncias e Setores, bem como a adesão a ele e sua incorporação aos projetos educativos provinciais e setoriais.

b. Execute uma atualização o PERLA a cada cinco anos.

c. Tornar o PERLA efetivamente o referente para a missão lassalista na região.

Linhas de ação:

a. Estabelecer um projeto de divulgação do PERLA no Plano de Ação Regional, com o apoio da Rede de Comunicação RELAL.

b. Criação de espaços de re exão nos quais participem representantes das instituições de ensino superior da Região, a m de oferecer feedback constante ao PERLA e emitir opiniões sobre as iniciativas decorrentes do mesmo.

c. Geração de oportunidades para compartilhar as iniciativas originais surgidas da avaliação do PERLA.

d. Monitoramento constante pelas Redes da RELAL e do Conselho Regional MEL das iniciativas que surgem para responder aos desa os colocados no PERLA.

e. Avaliação permanente do nível de implementação do PERLA nas Províncias e Setores e publicação dos resultados.

f. Criação de um modelo de credenciamento regional baseado em indicadores de realização que meçam o impacto transformador dos projetos surgidos a partir do PERLA.

69
do PERLA
4.3 Avaliação
www.relal.org.co 71
58 www.relal.org.co 05 >> Bibliogra a e Referências 70

Bibliografía

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Irmãos das Escolas Cristãs. (2020). Declaração sobre a missão educativa lassalista:

https://www.lasalle.org/wp-content/uploads/2022/07/declaracion_ ARLEP_es.pdf

Hours, B. (2020). João Batista de La Salle. Um místico em ação. Universidade de La Salle.

Livraria Editora Vaticana.

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Francisco. (2013). Carta encíclica Lumen Fidei. Sobre la fe.

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Francisco. (2013). Queridos catequistas. Cartas, homilias e discursos. PPC.

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73 Bibliografía y Referencias PERLA
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Francisco. (2018). Exortação apostólica Gaudete et exsultate. Sobre o chamado à santidade no mundo atual.

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Francisco. (2019). Exortação apostólica pós-sinodal Christus Vivit. Aos jovens e a todo o povo de Deus.

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Francisco. (2019). Mensagem do santo padre Francisco para o lançamento do Pacto Educativo.

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Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelizaçõ. (2020). Diretório para a Catequese. Livraria Editora Vaticana.

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58 05

Referências

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AIMEL 06. Orientação Fundamental Nº 1: Novas respostas da Missão às novas realidades (2006).

Carta Pastoral aos Irmãos (2008).

44º Capítulo Geral: Serviço educativo aos Pobres (2007).

46º Capítulo Geral: Caminhos de transformação (2022).

Diretório da Catequese (2020).

Documento de Puebla 1025

FSC, Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020).

Lumen Gentium (1964).

MR 195.2

Regras Comuns dos Irmãos das Escolas Cristãs (1705).

Sua Santidade Bento XVI. Deus Caritas Est. Primeira Carta Encíclica. (2006).

V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (2007).

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Hermanos de las Escuelas Cristianas. (2020). Declaración sobre la misión educativa lasallista. Desafíos, convicciones y esperanzas

Juan Pablo II. (2001). Carta apostólica Novo Millennio Ineunte.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/es/apost_letters/2001/docu ments/hf_jp-ii_apl_20010106_novo-millennio-ineunte.html

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PPC. Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização. (2020).

Diretório para a Catequese:

https://virgendeguadalupe.org.mx/wp-content/uploads/2020/06/Direct orio-Catequesis-Vaticano-202O.pdf

RELAL. (2020). Enfoque de direitos na RELAL:

https://issuu.com/lasallerelal/docs/enfoque_de_derechos

Sauvage, M., & Campos, M. (1980). João Batista de La Salle. Experiência e ensinamentos espirituais: Anunciar o Evangelho aos pobres. Ed. Bruño.

Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista, 2020.

Protocolo de Comunicação RELAL, 2020.

Traduzido do Espanhol ao Português pelo Ir. Hugo Bruno Mombach, FSC, com apoio da versão gratuita do tradutorwww.DeepL.com/Translator

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