Parte 5 do portfólio de Cristina Moreno de Castro

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Passageiros feridos no acidente são retirados do vagão e atendidos pelos bombeiros e seguranças

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Joel silva/Folhapress

Quinta-Feira, 17 De Maio De 2012

PÂNICO NO METRÔ de são paulo

Um trem lotado bateu em outro, vazio, entre as estações Penha e Carrão (zona leste), da linha 3-vermelha, a mais movimentada do Metrô. Foi a primeira colisão entre trens com passageiros na história da empresa. O acidente ocorreu às 9h50 de ontem. Por quase três horas, 68 bombeiros e funcionários do Samu trabalharam no resgate

dos feridos. Ao menos 106 pessoas foram parar hospitais _49 pessoas ficaram feridas, algumas com fraturas. Após a colisão, houve pânico. As portas do vagão só abriram 15 minutos depois da batida. Com a energia cortada, sem ventilação, passageiros gritavam. Alguns quebraram janelas de emergência para escapar. A principal hipótese é que o sistema auto-

Robson Ventura/Folhapress

Mulher ferida na colisão é retirada do vagão em maca

mático de controle falhou —e o trem acelerou, em vez de frear. A pane fez o maquinista acionar o freio de emergência, manual. A linha 3 ficou parcialmente fechada por quatro horas e meia, gerando atrasos em todo o sistema. O ramal leva 1,1 milhão de passageirospordia—erecebeuem201120%menos recursos que em 2010. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não comentou o caso.

apu Gomes/Folhapress

Passageiro é levado pelos trilhos para receber socorro

Rivaldo Gomes/Folhapress

Jovem chora ao sair de hospital após o acidente na linha 3

Falha técnica provoca colisão de dois trens Estatal e sindicato de funcionários dizem que pane causou o choque; ao menos 106 pessoas foram parar em hospitais Engenheiros dizem que defeito no sistema automático é inédito; acidente foi o 1º com passageiros no Metrô de são paulo

Uma falha em um componente essencial para a operação segura do metrô —o controle automático de trens— causou o acidente de ontem na linha 3-vermelha. Foram ao menos dois problemas: primeiro, o sistema mandou o trem acelerar a 100 km/h —quando, tendo uma

composição parada à frente, o comando deveria ter sido para que ele freasse. Segundo, o mecanismo de segurança que impede que dois trens circulem próximos não funcionou. Se ele estivesse em ação, o trem que vinha atrás pararia automaticamente ao ficar a 150 metros da composição da frente. “Um processador entre as estações Penha e Carrão passou a enviar informações erradas para o sistema”, disse o Metrô, que descartou falha do maquinista. O que ainda não se sabe, e é investigadopeloMetrô,éoque deflagrou o problema. A em-

presa fará um pente fino nos circuitos de controle da rede. Diante dos defeitos, o trem tinha velocidade crescente quando se aproximou daquele no qual bateu. Ao se dar conta da iminência de um choque, o maquinista puxou a alavanca do freio de emergência. O trem reduziu dos cerca de 50 km/h em que estava para algo entre 9 km/h e 12 km/h. Para o sindicato dos metroviários e a Polícia Civil, o maquinista foi um “herói” por evitar uma batida mais grave. Rogério Fornaza, 29, entrou no Metrô em 2008 e é maquinista desde janeiro de 2011.

A frenagem foi tão intensa que, aliada ao choque, jogou passageiros no chão. Pessoas quebraram a perna e tiveram cortes no corpo. Uma gestante bateu a barriga, passou mal e foi internada. Pelo menos 106 pessoas foram atendidas em hospitais públicos, 49 das quais socorridas por bombeiros na hora; os demais buscaram auxílio por conta própria, com dores no corpo ou crises nervosas. Ninguém estava em estado grave. Não havia balanço específico sobre os tipos de ferimentos dos passageiros. Pela manhã, o secretário de Transportes Metropolita-

nos, Jurandir Fernandes, acompanhou o trabalho no local do acidente. falha inédita

“Não há registro disso [o sistema mandar o trem acelerar em vez de parar] em lugar nenhum do mundo”, afirma Telmo Porto, professor da Escola Politécnica da USP. O sindicato disse o mesmo. “Existe algo grave no sistema.Temocorridováriasfalhas no metrô e na CPTM”, diz o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior. A Promotoria vai apurar o caso. Segundo o diretor do sindicato Alex Fernandes, uma

hora antes do acidente, um maquinista de outro trem percebeu a mesma falha e avisou o Metrô, por volta das 9h. À noite, o Metrô disse que não falaria mais sobre o assunto. No início da noite, metroviários realizaram assembleia já agendada antes do acidente. Cerca de 500 trabalhadores decidiram entrar em greve na quarta por aumento real de 14,99%. O Metrô ofereceu 0,5% e 4,15% de reajuste da inflação. (cristina moreno de castro, afonso benites, ricardo gallo, eduardo geraque, josé benedito da silva e vanessa correa)

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cotidiano

USP Graduação que mudar projeto terá direito a verba extra

GRANDE SP Chuva de granizo dura uma hora e cobre de gelo ruas e telhados

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Passageiros descem devagão dometrô e seguem a pé pelos trilhos,perto daestaçãoPedro 2º

Metrô parado causa pânico e quebradeira

A interrupção da circulação da linha vermelha, a maior de SP, durou mais de 2 horas e afetou 150 mil pessoas Foram danificados 17 trens; Metrô diz que blusa iniciou caos; funcionário relata uma interferência técnica DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A paralisação por mais de duas horas dos trens de toda a linha 3-vermelha, a maior e mais movimentada do Metrô de São Paulo, afetou ao menos 150 mil usuários nesse período e provocou lentidão ao longo da tarde e da noite. Em meio ao pânico, passageiros de trens que ficaram parados entre estações —em trechos de túnel ou a céu aberto— acionaram botões de emergência para abrir as portas dos vagões e passaram a caminhar pelos trilhos. Ao menos 17 trens foram danificados, tanto por vandalismo quanto pelas tentativas de arrombar janelas e portas para escape. A maior parte foi tirada de circulação. Sete pessoas foram atendidas por médicos pela manhã. EXPLICAÇÃO OFICIAL

O caos começou quando um trem que saiu da estação Pedro 2º em direção à Sé parou dentro do túnel, às 7h50. Na versão divulgada pelo Metrô, a paralisação ocorreu porque uma blusa estava presa em uma porta do último vagão e foi detectada pelo sistema quando a composição estava em movimento. Nesse caso, uma explicação possível é uma falha no sensor de objetos das portas. Um funcionário, diz a companhia, foi ao local retirar a peça, mas usuários dentro do trem pressionaram os botões de emergência nos vagões para abrir as portas. O Metrô diz que teve, então, de cortar a energia da linha para evitar que as pessoas fossem eletrocutadas ao caminhar pelos trilhos. Isso fez com que outros trens parassem e ficassem sem ventilação, provocando um efeito

cascata. Boatos de incêndio e de bomba se espalharam. Um técnico do Metrô relatou à Folha que, além da blusa na porta, um problema antecedeu os transtornos. Segundo ele, houve uma interferência num equipamento da via identificado como X-21, onde se permite a mudança entre os trilhos, na proximidade da estação Sé. O condutor do trem que se aproximava, diz ele, recebeu a informação de que um obstáculo impedia de prosseguir a viagem. Por isso, parou. O Metrô, em nota, negou qualquer falha —inclusive nos equipamentos da via. TEMPO DE ESPERA

O Metrô não revelou por quanto tempo os usuários ficaram parados no trem antes de acionarem os botões de emergência. Em muitas composições, a espera foi longa. “Ficamos parados entre a Brás e a Pedro 2º, mais de 15 minutos. Parecia uma sauna”, disse a estudante Maitê de Deus, 24. “As pessoas tentavam quebrar as janelas à força porque as travas não abriam. Até cortaram a mão”, contou Aline Moraes, 33, auxiliar administrativa. Dezenas de usuários reclamaram da falta de informações. O Metrô diz que foram emitidas mensagens de som. Para evitar a aglomeração, as portas das 18 estações foram fechadas até as 10h30. Ônibus extras foram colocados em circulação. Ontem, com o problema no metrô e a chuva, o trânsito também foi maior que a média em alguns horários. A linha vermelha, que liga a zona leste ao centro, é uma das mais lotadas do mundo. Em horários de pico, carrega quase dez pessoas por m2 —especialistas dizem que o aceitável é até seis por m2. As linhas 1-azul e 2-verde foram pouco afetadas. (TALITA BEDINELLI, ALENCAR IZIDORO, JOSÉ BENEDITO DA SILVA, CRISTINA MORENO DE CASTRO, CAROLINA LEAL e RAPHAEL VELEDA)

Saturação da rede potencializa efeito de falhas, dizem técnicos DE SÃO PAULO

A atual saturação do sistema metroviário potencializa os efeitos de falhas ou incidentes, segundo técnicos. O Metrô de SP já disse ter a rede mais utilizada do mundo por quilômetro de linha. Parte disso se deve à quantidade de usuários, que subiu depois do Bilhete Único. Parte disso também se deve ao pequeno tamanho do sistema, inferior a 70 km. Ao mesmo tempo, SP tem um dos menores intervalos

entre trens do mundo —de só cem segundos na linha 3. A promessa de diminuí-lo ainda mais é mantida pelo Estado, mas sofreu atrasos. “Num sistema desses, qualquer parada de 15 minutos provoca transtornos”, afirma Eleonora Pazos, da UITP (associação internacional de transporte públicos). Para ela, SP precisa fazer campanhas para orientar os usuários em emergências.

d LEIA MAIS nas págs. C3 a C5

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

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QUARTA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2010


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Quarta-Feira, 11 De abril De 2012

Danilo Verpa/Folhapress

C4 cotidiano

Usuários do metrô desrespeitam sinalização para manter a esquerda livre na escada rolante

fora

dos trilhos FLUXO

Prática comum no

metrô de São Paulo

mesmo fora do horário de pico, desrespeito a regras simples de convivência causa até briga entre passageiros

Cristina moreno de Castro DE são PAulo

> Não segure as portas do vagão. Atrasa a viagem de todo mundo > Evite ficar na frente das portas e não deixe malas e outros objetos no caminho > Respeite as portas específicas para entrada e saída de passageiros Ilustrações stefan

> Antes de entrar no vagão, espere que as outras pessoas saiam. Não empurre os passageiros

> Além de proibido, sentar no chão é pouco higiênico e atrapalha > O ideal é carregar mochilas na mão. Além de ser mais seguro e liberar a passagem, evita que elas atinjam outros usuários > Na escada rolante, deixe o lado esquerdo livre para a circulação

Logo na catraca, uma mulher tem problemas para encontrar o cartão e forma uma quase-fila atrás de si, na estação Santa Cecília do metrô, região central de São Paulo. Outros desrespeitos a regras simples de convivência se enfileiram: uso indevido do elevador e dos bancos preferenciais, burlas para tentar entrar primeiro no trem, desencontros no desembarque. Na Sé, um homem ocupa todo o degrau da escada rolante, onde o fluxo deve ficar livre na esquerda para quem tem mais pressa. Tudo isso foi observado ontem pela reportagem, fora do horário de pico —das 15h às 16h— na linha 3-vermelha. Na véspera, pela primeira vez houve registro de briga entre passageiros —iniciada por um não ceder espaço ao outro na escada rolante—, levando a confusão generalizada e interrupção da linha 4-amarela por 23 minutos, conforme a Folha noticiou. “Já vi uma gestante tendo que ceder lugar a uma mulher com criança de colo, porque ninguém ofereceu”, disse a operadora de caixa Simone Antunes, 25, também grávida. “Tem quem finge dormir para não me deixar sentar.”

Bruno Daniel de Souza, 23, já viu dois passageiros “saírem no tapa” porque um deles esbarrou no outro no embarque e desembarque. Esse é o motivo mais comum de brigas e reclamações, segundo a percepção do vigilante Antonio Lopes, 48, que trabalhanaestaçãoSé.“Quem maisreclamaéquemestácom mais pressa: um xinga, olha feio para o outro e, se tiver bagunça, vamos tentar conter.”

NA ESTAÇÃO >Não pare na frente da catraca para procurar o bilhete. Se estiver esperando alguém, fique de olho para não atrapalhar o fluxo > Correr para pegar o metrô, além de perigoso, não faz sentido

PANCADÃO

A enfermeira Renata Simões, 26, presenciou, há duas semanas, um homem dando um soco no nariz de outro que ouvia um funk “pancadão” ao lado e se recusava a baixar o volume do som. Segundo o Metrô, o volume de músicas será alvo da Campanha de Cidadania deste ano pela primeira vez — além do respeito no embarque e desembarque, ao público preferencial, ao fluxo nas escadas rolantes e limpeza, também alvo de campanhas do grupo CCR, responsável pela linha 4-amarela. Oíndicededesentendimentos notificados no Metrô é de 0,1/milhão de passageiros.

RESPEITO > Não ocupe os assentos preferenciais para idosos, gestantes e deficientes > Não fure a fila da entrada do trem. Respeite a ordem de chegada > Nada de som alto. Fones de ouvido são essenciais

Veja imagens dos problemas no metrô folha.com/no1074144

Superlotação leva a desavenças, diz especialista DE são PAulo

A superlotação leva às desavenças entre passageiros do metrô, na opinião do especialista em transportes Sergio Ejzenberg. “Tratam-se de pessoas levadas a situação extrema de falta de civilidade e perda total de paciência pelas condições subumanas. Ficam como sardinha em lata todos os dias: uma hora alguém explode e a massa pode entrar em paranoia.” Ele aponta o risco de pisoteamentos no sistema metroviário mais lotado do mundo, com dez pessoas por m². “Tem que pedir a todos para colaborar. Vamos conviver com isso bastante tempo, até que haja investimento em transporte de massa”, afirma. “A gente tem lotação, é um fenômeno urbano, mas temos, em contrapartida, a colaboração das pessoas”, diz Cecília Guedes, chefe do Departamento de Relacionamento com o Cliente do Metrô.

MOrteS ANCILON GERALDO DA SILVA - Aos 85, casado. Era empresário aposenta-

do. Deixa filhos, netos e bisnetos. Cemitério da Paz.

BRUNO ANTONIO TONUS - Aos 82, viúvo. Deixa filhos. Cem. Congonhas.

CRISTOVÃO PIRES CABECINHA - Aos 86.Deixafilhos.CemitérioCongonhas.

LUiGi maria UCeLLi di nemi (1986-2012)

Um jovem químico que buscava um caminho estêVÃo Bertoni

DE são PAulo

No boletim de Luigi Maria Ucelli di Nemi, as melhores notas eram as de química. Por ter facilidade com a matéria, escolheu cursar uma faculdade na área. Formou-se na Universidade Federal de Santa Catarina, no ano passado. Nascido em São Paulo, era filho de italianos. Os pais, Serena e Franco, vieram ao Brasil na década de 80 e fundaram o jornal “Primeiramão”.

Como nem Luigi nem a irmã, Alessia, quiseram seguir no negócio, os pais venderam ao sócio, no ano passado, a parte que lhes cabia no jornal. O rapaz estudou os primeiros cinco anos numa escola italiana e depois mudou para o colégio Santa Cruz. Na adolescência, fez alguns trabalhos como modelo, mas não quis prosseguir na carreira. Após se formar em SC, voltou a São Paulo neste ano, ainda em busca de um caminho, conta a mãe. Paralela-

mente à faculdade, havia estudado gastronomia e tinha planos de ir à Itália se especializar em doces e focaccia. Familiares e amigos lembram que Luigi era esportista e apaixonado pelo mar. A mãe guarda uma foto do filho, com cerca de cinco anos, em sua primeira pesca. Surfava, velejava e, havia mais de 15 anos, mergulhava com os amigos. Ao saber de um local famosoparapescaemergulho,com água límpida e muitos peixes, a 107 km de Ilhabela (SP), on-

de há uma plataforma da Petrobras, decidiu ir até lá com três colegas. Foi uma aventura de jovens, conta a família. No sábado (31), segundo sua mãe, fisgou um peixe e mergulhou três vezes para buscá-lo. Os amigos o viram subir com o peixe, sorrir, e desaparecer. A família acredita que tenha tido uma síncope. Havia dito à namorada que gostaria de morrer no mar. Seu corpo foi resgatado na segunda-feira (2). Tinha 26 anos. coluna.obituario@uol.com.br

ELIAS ARAÚJO MATOS - Aos 55, casado com Iria Felix Matos. Cemitério Congonhas. MYRIAN MONTEIRO QUEIROZ - Aos 77, viúva de silvino Queiroz. Deixa os filhos Ana Rita e Antonio Carlos e a neta Mariana. Cemitério são Paulo. SUMAIA BERBARE BAHMDOUNI Aos 86, viúva de Elias Bahmdouni. Deixafilhosenetas.Cemitériodalapa. SERVIÇO VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. 0/xx/11/3247-7000 e 0800-10-9850 fax 0/xx/11/3242-1203 Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de Identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento. ANÚNCIO PAGO NA FOLHA: tel. 0/xx/11/3224-4000

7º DIA

ANUAR MERCHED ABBUD - Hoje, às 12h, na catedral Metropolitana ortodoxa, r. Vergueiro, 1.515, Paraíso. IVONE DA SILVA FELIX BEIRÃO Amanhã, às 17h30, na igreja do Calvário, r. Cardeal Arcoverde, 950, Pinheiros. JOSÉ DANILO DE PAIVA CARVALHO - Amanhã, às 18h30, na igreja s. Gabriel, av. s. Gabriel, 108, Jd. Paulista.

segunda à quinta, das 8h às 20h, sexta das 8h às 21h, sábados e domingos, das 9h às 17h. AVISO GRATUITO NA SEÇÃO: tel.: 0/xx/11/3224-3505 ou 0/xx/11/3224-3305 e-mail: necrologia@uol.com.br até as 15h, ou até as 19h da sexta-feira para publicação aos domingos. Se utilizar o e-mail, coloque um número de telefone para a checagem das informações. Aos domingos, ligue para 0/xx/11/3224-3602, das 15h às 18h.


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D OMINGO, 15 DE AGOSTO DE 2010 Q

MINHA HISTÓRIA JOSÉ CLEVES DA SILVA

Bruno Magalhaes /Folhapress

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OUTRO LADO

RESUMO José Cleves da

Silva era repórter especialista em apurar casos de corrupção policial quando, aos 50 anos, foi vítima de um assalto e perdeu a mulher, Fátima Silva, 39, assassinada. Cinco dias depois, passou de vítima a suspeito: foi indiciado por homicídio pelo delegado Edson Moreira —hoje responsável pelo caso Bruno. Cleves provou falhas na investigação da polícia e foi absolvido. Os assaltantes nunca foram presos.

Delegado diz que ainda acredita na culpa de Silva COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O delegado Edson Moreira diz que a absolvição do jornalista José Cleves da Silva não prova que é “inocente”. “Ele foi absolvido porque pegou um bom advogado, que postergou o processo, e conseguiu que o caso fosse esquecido”, afirma Moreira. Segundo ele, as provas eram “fartas”, mas os sete jurados eram “leigos”. “Jurado não gosta de prova científica, jurado é do povão, vai pela emoção”, diz o delegado. Moreira afirma que a possibilidade de assalto foi investigada. “Não teve nenhum assalto na região.” Josemar Gimenez, diretor de Redação do “Estado de Minas” desde a época do crime, disse que o papel de investigar é da polícia, não do jornal. “Ele devia dar valor ao que o jornal fez por ele; entre outras coisas, convencer o advogado Marcelo Leonardo e bancar seu salário durante dois anos, sem trabalhar.”

(...) Depoimento a CRISTINA MORENO DE CASTRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Foi em 10 de dezembro de 2000, por volta de 20h, em Belo Horizonte. Eu e minha mulher voltávamos das compras de Natal. Carro parado, a gente tentava acessar a via expressa quando veio o barulho: um cara batendo, arma na mão, pedindo para baixar o vidro. Eram dois homens, um de cada lado do veículo. Entraram, mandaram tocar para um ambiente ermo. Senti a arma na minha nuca. Pegaram R$ 500. O que estava do meu lado viu o celular da minha mulher, pediu, ela assustou, o celular caiu. “Então toma”, ele falou. Disparos na frente do meu nariz. Três tiros na cabeça dela. Eles correram. Comecei a tremer, entrei em pânico, gritei. Fui para a via chamar socorro, até que chegou a cavalaria. Não tinha mais o que fazer. Ela já estava morta. A ACUSAÇÃO

Na época eu estava em conflito com a cúpula das polícias Civil e Militar. Vinha de uma sequência de reportagens publicadas pelo jornal “Estado de Minas”. Fui finalista do prêmio Esso de jornalismo três vezes, denunciando a corrupção policial. No dia 12, o secretário de Segurança Pública designou um delegado para investigar a morte de minha mulher, Edson Moreira, esse mesmo do caso do goleiro Bruno. De um dia para o outro, me informaram que foi encontrada uma arma lá. Essa arma era de um cabo da PM e

O repórter José Cleves da Silva posa para foto

CULPADO POR

SUSPEITA

(...) Foram três tiros na cabeça de minha mulher (...) O delegado, agora no caso Bruno, tentou me incriminar (...)

esse cabo teria dito que ela foi comprada por mim. No dia 15, fui indiciado pelo homicídio de minha mulher. Tem que ter motivação para matar a mãe dos seus cinco filhos. Eu não tinha. Minha testemunha central era minha sogra, que me defendeu. Meus filhos ficaram comigo. Não sabiam se choravam pela perda da mãe ou pela injustiça da polícia.

Edson Moreira tinha quatro laudos, nenhum me incriminava. Não pus a mão naquela arma, não era a mesma do crime. O que o delegado fez? Mandou reter os laudos no Instituto de Criminalística para que o promotor não tivesse conhecimento deles. O indiciamento foi aberto à imprensa, um teatro, e ali ele disse: “Como você explica o fato de que a arma encon-

trada, segundo a balística, é a mesma do crime?”. Mentiu descaradamente. Respondi: “Se a arma é a mesma, que o senhor procure o dono, ele deve saber o que aconteceu”. Para justificar que não tinha pólvora no meu braço, resolveram colocar no laudo que usei luva. Fizeram uma segunda foto. A primeira tinha uma arma em cima de uma pedra. Fizeram uma

montagem incluindo a luva. Como é possível uma pessoa comprar a arma de um desafeto, matar a mulher sem nenhuma motivação, usar luva para apagar as provas e depois deixar a luva e a arma e chamar a polícia? Uma semana após o assalto, vi que a imprensa embarcou na versão da polícia. Em 21 de janeiro de 2001, a TV Globo fez reportagem so-

CARLOS AUGUSTO BRESSER NETO Amanhã, às 19h, na igreja S. José do Belém, lgo. S. José do Belém, Belém.

INDA FINGERMANN - Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 108, sep. 35, set. I.

no Cemitério Israelita do Butantã, q. 332, sep. 120, set. O.

do Butantã, q. 328, sep. 65, set. O.

MATZEIVA

ISAC KRASILCHIK - Hoje, às 10h, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 405, sep. 17, set. R.

bre o caso. No dia seguinte, fui chamado de assassino por uma mulher na presença de minha filha, que disse: “Mulher feia, né, papai!”. Fui prejulgado. É o que está acontecendo agora no caso Bruno. Não vejo a mídia questionar o delegado. O “Estado de Minas” temeu corporativismo e imaginou que eu tinha cometido o crime. Não pagou meu advogado [Marcelo Leonardo, então presidente da OAB-MG]. Vendo que era crime contra liberdade de imprensa, meu advogado comprou a briga. De graça. Deixei o jornal, pois não tinha apoio. A REAÇÃO

Em agosto de 2001, eu, meu filho mais velho e dois colegas começamos a investigar o assalto. Chegamos à quadrilha. Mas o rapaz que havia matado minha mulher tinha sido assassinado. Enquanto isso, tive que implorar para não ser preso. Me submeti a humilhações da polícia, como, por exemplo, ser obrigado a reconstituir o assalto no mesmo carro ensanguentado e com as marcas recentes do crime. Houve perseguição, coação de testemunha, telefone meu grampeado. O negócio não foi fácil, não. A gente se sente muito pequeno diante da opressão. A polícia já é uma instituição forte e, com a opinião pública a favor, com colegas meus achando que eu era criminoso, o processo se encaminhando daquele jeito, você vai fazer o quê? Fiquei sem um tostão. Perdi meu apartamento. Fiz bicos. O diretor de um clube se negou a aprovar a minha ficha de sócio, alegando que eu era criminoso. É difícil retomar a vida quando a sociedade o tem como criminoso. A REDENÇÃO

O julgamento foi dia 7 de abril de 2006. Fui absolvido por 7 a 0. O Ministério Público recorreu até ao Supremo. Os recursos foram negados. Meu advogado elaborou um processo por danos morais contra o Estado. Mas mesmo depois disso, jornalistas continuaram escrevendo bobagens! Cheguei à conclusão de que eu tinha que fazer alguma coisa. Então escrevi “A Justiça dos Lobos”, livro publicado no ano passado. Fui absolvido. Minha grande preocupação, agora, é o futuro da imprensa.

MORTES 7º DIA

RENATO FROTA PINHEIRO - Amanhã, às 10h30, na N. Sra. do Brasil, pça. N. Sra. do Brasil, 1, Jd. América.

30º DIA

SILVIA COCCARO LANNA - Amanhã, às 18h30, na igreja N. Sra. do Brasil, pça. N. Sra. do Brasil, 1, Jd. América.

1º ANO

MARIA APARECIDA VARELA DE ALMEIDA - Hoje, às 11h, na igreja S. Gabriel, av. S. Gabriel, 108, Jd. Paulista.

39º MÊS

AIMEE ISAAC CARASSO - Hoje, às 11h30, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 398, sep. 32, set. R. CHAJA STORCH - Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 396, sep. 207, set. R. GUIOMAR SCHNEIDER - Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 380, sep. 27, set. R.

JOSEF ISRAEL KRONENBERG - Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita de Embu das Artes, q. 11, sep. 42, set. B. JOSEPH WAHBA - Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita de Embu das Artes, q. 14, sep. 52, set. B. MORDKA CYMROT - Hoje, às 11h30,

ANTÔNIO CARLOS GRIMALDI (1936 - 2010)

Colonizador do oeste do Brasil FELIPE CARUSO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antônio Carlos Grimaldi queria que a cidade criada no noroeste do Mato Grosso, nos anos 70, pela empresa na qual trabalhava se chamasse Perseverança Pacutinga, nome de dois rios da região. O curso do projeto, porém, saiu do controle. Sob o lema “integrar para não entregar” e incentivo do governo federal para a colonização do interior do Brasil, ele era um dos três diretores da Colniza Colonização, Comércio e Indústria responsáveis pela criação da cidade.

Abriu estradas e construiu uma infraestrutura para vender os lotes aos colonos. Logo o nome da empresa passou a denominar o povoado, distrito de Aripuanã (MT). Nasceu Colniza, que se tornou cidade só em 1998. Após ondas migratórias, grileiros e madeireiros invadiram o local nos anos 80. Antônio denunciou as invasões, mas saiu de lá sob ameaças. “Foi a maior tristeza da minha vida”, disse numa entrevista. Em 2006, um levantamento apontou Colniza como a cidade mais violenta do país. O município é uma das princi-

pais áreas de avanço do desmatamento da Amazônia. Nascido em Santo Antônio de Posse (SP), mudou-se, em 60, para São Paulo e casou-se com Maria Apparecida. Antes de colonizar Mato Grosso, formou-se em direito na USP e trabalhou por 23 anos como juiz conselheiro do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado Morreu na terça, aos 74, em São Paulo, de parada cardíaca. Deixa mulher, quatro filhos e oito netos. A missa de sétimo dia será amanhã, às 12h, na Igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Europa. coluna.obituario@uol.com.br

PAUL FREIFELD - Hoje, às 10h30, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 405, sep. 78, set. R. TINA FRISCHLANDER - Hoje, às 10h30, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 399, sep. 103, set. R. VERA TELLER - Hoje, às 11h30, no Cemitério Israelita de Embu das Artes, q. 19, sep. 29, set. B.

SHLOSHIM

CHAIM MENDEL ZYLBERSZTAJN Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 394, sep. 70 set. R.

ISAAC JORDAN - Hoje, às 12h30, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 400, sep. 134, set. R. NORBERT FUHRMAN - Hoje, às 11h30, no Cem. Israelita do Butantã, q. 376, sep. 79, set. R.YURTZAIT

MATHILDE FAERTES LEVY - Hoje, às 10h, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 330, sep. 52, set. O. MOYSES LEVY - Hoje, às 10h30, no Cemitério Israelita do Butantã, q. 330, sep. 53, set. O.

O marido Gil, os filhos Frederico (Fred), Maria Beatriz (Tiche), Maria Cristina e Maíce, a nora Carmen, o genro Paulo e os netos da querida e inesquecível

Maria Alice Costa Carvalho

agradecem o carinho recebido e convidam para a missa de 7° dia que será celebrada nesta 3ª feira, 17 de agosto, às 11 horas, na Igreja de São José, Rua Dinamarca, 32, Jardim Europa.

INGE LORE HEIMBACH MACHLUP Hoje, às 11h, no Cemitério Israelita Jorge U Ucchôa Ralston (in memoriam) e Therezinha Ribeiro Ralston

SERVIÇO VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. 0/xx/11/3247-7000 e 0800-10-9850 fax 0/xx/11/3242-1203 Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de Identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento. ANÚNCIO PAGO NA FOLHA: tel. 0/xx/11/3224-4000 segunda à quinta, das 8h às 20h, sexta das 8h às 21h, sábados e domingos, das 9h às 17h. AVISO GRATUITO NA SEÇÃO: tel.: 0/xx/11/3224-3505 ou 0/xx/11/3224-3305 e-mail: necrologia@uol.com.br até as 15h, ou até as 19h da sexta-feira para publicação aos domingos. Se utilizar o e-mail, coloque um número de telefone para a checagem das informações. Aos domingos, ligue para 0/xx/11/3224-3602, das 15h às 18h.

o marido Tiago Oli Olivveira Pint Pinto, o, as filhas Sofia, Sofia, Helena e Ana os irmãos e cunhados: Márcia Ralston Denise Ralston Fonseca onseca,, casada com Odemiro Fonseca Eduardo Ralston, Ralston, casado com Renata Car Carvvalho Dias Ralston Liane Ralston Biel Bielaawski wski,, casada com Roberto Biel Bielaawski Teresa Cristina Ralston Bra Bracche herr, casada com Candido Brac Bracher os 16 sobrinhos e sobrinhos-netos Agradecem o afeto e a solidariedade da família e dos amigos pelo falecimento de

Elise Ralston e convidam para a missa de 30º dia dia,, que será realizada amanhã, amanhã, segunda-feira, segunda-feira, dia 16/8/10, 16/8/10, às 11h 11h,, na Igreja São José osé,, Rua Dinamarca Dinamarca,, 32 – Jardim Europa.


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SEGUNDA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2010

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Fim de semana é de caos em aeroportos

Nevasca na Europa piorou atrasos em Guarulhos, que superaram média dos aeroportos do país até novembro Rodrigo Capote/Folhapress

Passageiros tentaram embarcar desde sexta e só conseguiram fazer check-in ontem à noite, sem ter informações DE SÃO PAULO

Filas enormes para checkin, atrasos e cancelamentos nos voos marcaram o fim de semana que antecedeu as festas de fim de ano nos aeroportos de Guarulhos (Grande SP) e Congonhas (zona sul). No sábado, Cumbica acumulou 133 atrasos (36% dos 361 voos) e 11 cancelamentos. O número é bem maior do que a média de voos atrasados nos aeroportos do país até novembro (11,6%) e supe-

ra o índice de 2007 (28,6%), ano da greve dos controladores e do acidente da TAM. Já Congonhas teve menos atrasos (41), mas mais cancelamentos —14 no sábado e 15 no domingo. Ontem a situação melhorou em Cumbica e os atrasos se mantiveram na média de 23%. Parte dos percalços ocorreu pela nevasca no hemisfério norte, ontem. A confusão deve aumentar se for confirmada a greve dos aeroviários na próxima quinta-feira. A categoria reivindica reajuste. Em Cumbica, a professora Marcia Teotonio, 42, foi ao balcão da Anac para reclamar da AirFrance. Ela deveria ter viajado às 21h20 de sábado, mas, à 1h45 de ontem, só metade dos passageiros

entrou no avião. Marcia voltou às 12h para novo checkin. Até as 19h, não havia embarcado. “Não me deram nenhuma explicação sobre o cancelamento”, disse. O estudante Erik Ekstrom, 20, deveria ter embarcado na sexta-feira para Amsterdã num voo da KLM, cancelado por causa da nevasca. Ele foi transferido para um voo da British Airways no sábado, que também acabou cancelado pelo mesmo motivo. Ele só fez o check-in às 19h50 de ontem para o voo das 22h45. A TAM informou que cancelou todos os voos de ontem e hoje, de Cumbica e do Tom Jobim, no Rio, com destino a Londres por causa da nevasca. Os voos da capital inglesa para o Brasil também foram

cancelados ontem. Os clientes afetados poderão remarcar suas passagens pelos telefones 4002-5700 (capitais) ou 0800-5705700 (demais localidades). A Infraero informou que registrou problemas com as tripulações de TAM e Webjet. Em Congonhas, cerca de 150 passageiros se aglomeraram no check-in da TAM anteontem para embarcar num voo para Curitiba. Eram clientes da Webjet que partiriam num voo cancelado. Eles foram encaixados em voos de outras companhias. A reportagem não conseguiu localizar KLM, AirFrance e WebJet.(GIBA BERGAMIM JR. e CRISTINA MORENO DE CASTRO)

d LEIA MAIS em Mundo

Passageira espera deitada por embarque em Cumbica

MINHA HISTÓRIA CARLOS DRANGER, 58

Daniel Marenco/Folhapress

Carlos Dranger lida com atrasos e filas para viajar por Congonhas

paulistano Carlos Dranger, 58, faz viagens a negócios para todo o país ao menos três vezes por mês. Nos 20 anos em que frequenta aeroportos —especialmente Congonhas— já viu problemas de todos os tipos, da demora para fazer o check-in à confusão na hora de embarcar. Ele evita viajar no fim do ano, época de mais problemas.

(...) Depoimento a CRISTINA MORENO DE CASTRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

“Devido ao reposicionamento da aeronave, o embarque do voo 1510, com destino ao Rio de Janeiro, Santos Dumont, será realizado pelo portão 17, piso inferior, acesso pelas escadas rolantes.” Me sinto insultado quando escuto essa frase. É um dos piores horrores do aeroporto de Congonhas. Um desrespeito com o passageiro. Acontece na maioria das vezes em que viajo. Além do transtorno de sair correndo, percorrer grandes distâncias, já ocorreu mais de uma vez de eu perder meu voo. A última vez foi no dia 26 de novembro: estava indo para o Rio, num voo das 8h40, com minha equipe de três pessoas. Nenhum dos quatro escutou o aviso de mudança de portão. Quando percebemos, fomos perguntar a um funcionário, e ele pediu que nos dirigíssemos ao salão inferior. Tinha passado 15 minutos do horário de embarque, o que já é absolutamente normal. Quando chegamos lá, fomos informados de que o embarque estava encerrado e que haviam chamado pelos nossos nomes e nós não ouvimos. Jogaram a culpa em

paciência MILHAS DE

(...) Evito viajar muito em dezembro (...) Dificilmente gasto menos de meia hora no check-in (...) Já perdi quase 5 h para o Rio

nós. Nos colocaram no próximo voo e chegamos com uma hora e meia de atraso na reunião que tínhamos no Rio. Os monitores que indicam o número do portão ficam só no centro da ala de embarque, depois da revista. Eu sempre os consulto antes de me dirigir ao portão. Às vezes o que consta ali já não bate com o bilhete. Às vezes, coincide e mudam depois. CHECK-IN

O outro horror é o tempo perdido no check-in. Muitas vezes os postos de check-in no térreo, para quem chega pelo estacionamento, não estão ocupados pelos funcionários, aí temos de ir ao piso principal, que normalmente é mais cheio. Dificilmente gasto menos de meia hora na fila. O que é crítico, se temos a obrigação de chegar uma hora antes do voo e temos que ir ao portão de embarque 40 minutos antes do voo —já vou atrasado. Os funcionários perguntam, sem microfone, quem está no voo que está sendo encerrado e pescam essas pessoas da fila. Os terminais automáticos funcionam bem, mas às vezes há uma fila grande lá também, e são só para quem não estiver com bagagem. As companhias aéreas hoje só querem voar com o

avião cheio. Simplesmente cancelam os voos vazios, não informam corretamente os passageiros, atrasam o que seria o seu voo para “juntar” com o próximo. E, ainda assim, há menos ofertas de horários do que havia antes. PREÇO

Sem falar do preço das passagens, que nos horários mais procurados custam quatro vezes mais do que nos outros: o critério é só a procura, não a distância.

CARRO E TÁXI

Na semana passada o estacionamento estava lotado, então deixei o carro para lavar, para não perder o avião. Fiquei rodando atrás de vaga por 20 minutos. Nem sempre os painéis que indicam as vagas estão atualizados. Vou sempre de carro, porque, apesar desse transtorno no estacionamento, acho melhor do que a fila do táxi na hora da chegada. Meus clientes que vêm a São Paulo reclamam muito dessa fila.

E onde estão a Anac e a Infraero, que são incapazes até de retirar pessoas clandestinas oferecendo serviço de táxi no meio do salão? COMPARAÇÕES

Eu acho que já perdi quase cinco horas, contando o tempo que cheguei antes, o atraso e o voo, para ir ao Rio. De carro dá quase isso. Na média, perco três horas. Segunda e sexta são os dias piores da semana e nas férias todos os problemas se

agravam. Procuro evitar viajar muito em dezembro. No fim do ano é mais comum cancelarem voos e eu perder compromissos. Semana passada, meu sócio perdeu um compromisso no Rio: o voo era às 9h30 e às 10h ele ainda não tinha embarcado. FALTA DE INFORMAÇÃO

Nessas horas temos um problema de falta de informação bem crítico. A companhia não faz previsão, não tem uma atitude pró-ativa.

OUTRO LADO

Infraero, Anac e empresas aéreas justificam falhas COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Infraero disse que faz as mudanças nos portões por causa de remanejamento da malha da companhia, embarque e desembarque de pessoas com deficiência, problemas técnicos ou atraso nas aeronaves. Disse também que instalou, no último dia 9, monitores nos 81 balcões de check-in com informações aos usuários. Segundo o órgão, o número de táxis atende à demanda

e o estacionamento “atende com conforto a todos os usuários”, com 3.376 vagas. A Anac disse que as companhias aéreas são livres para escolher os horários de voos, as rotas e os preços das passagens. E que são obrigadas a prestar informação ao passageiro nos caso de atraso e cancelamento de voo, “inclusive por escrito”. A TAM e a Gol, nas quais Carlos mais viaja, disseram que disponibilizam check-in pela internet e por totens de autoatendimento e que prestam informações à clientela. www.

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DOMINGO, 29 DE MAIO DE 2011

Onças voltam a habitar região de canaviais do Estado Interior paulista vê espécies ameaçadas reaparecerem, mas há casos de atropelamento de animais em rodovia Último felino atropelado na região de Sertãozinho foi resgatado na estrada e deve voltar à liberdade em no máximo 2 meses CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

Apesar de ser um animal raro e ameaçado, a onça-parda tem sido muito vista na região de Sertãozinho, a 333 km de São Paulo. Não só vista: duas foram atropeladas —e também uma jaguatirica, espécie ainda mais ameaçada— nos últimos dois anos. Os acidentes ocorreram sempre no mesmo local: perto de um curso d‘água chamado Ribeirão da Onça, no quilômetro 96 da rodovia Carlos Tonani (SP-333). Segundo José Roberto Miranda, que monitora a biodiversidade local há dez anos para a Embrapa, no primeiro inventário da fauna que fizeram, em 2002, quando os canaviais tornaram-se orgânicos, havia 244 espécies de vertebrados na região. Hoje são 334 espécies, sendo 35 ameaçadas de extinção, como as onças-pardas, lobos-guarás, lontras, sucuris e jacarés-coroa. “Quase não havia onças há dez anos, víamos uma por ano. Hoje vemos muitas todas as vezes que vamos a campo, inclusive com filhotes”, afirma Miranda. Com o aumento do número de onças-pardas na região, o risco de serem atropeladas também cresceu. TONANI

Cravada com 30 balas de chumbinho em várias partes do corpo, a última onça atropelada foi o macho Tonani, que ganhou o nome da rodovia que quase o matou. Ao contrário dos outros dois felinos atropelados, que morreram na hora, Tonani conseguiu sobreviver. Foi socorrido por um carro da concessionária que administra a rodovia, a Triângulo do Sol, e chegou ao Hospital Veterinário da Unesp de Jaboticabal para receber os primeiros-socorros. Estava em estado de choque, com hemorragia, desidratação e fraturas na pata e na bacia. Uma semana depois, Tonani foi levado ao centro de reabilitação de felinos da Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP). Lá passou por duas cirurgias e, para evitar que se locomova, é mantido em uma jaula de 1,5 m por 1 m, com feno, onde tem mínimo contato com seres humanos. Os veterinários que aplicam diariamente injeção e passam pomada —tem ainda lesões na pele— se aproximam assobiando, num barulho parecido com o que essas onças fazem, e que lembram o piado de um pássaro. “Daqui a uns dois meses acreditamos que vamos começar a planejar a soltura dela, mas ainda há muito trabalho pela frente”, diz Cristina Adania, que coordenada o departamento que cuida da fauna na associação. Adania diz que Tonani ainda vai ter que se exercitar porque, embora ele já esteja conseguindo andar, ainda não pôde sair da jaula. Com dois anos de idade, 1,15 metro de comprimento e 68 cm de altura, a onça já engordou seis quilos desde que chegou ao centro, em 30 de abril —hoje pesa 34 kg. Ela

come três quilos de carne de frango e de boi todos os dias. Antes de ser solto, Tonani vai ganhar um colar com GPS para ser monitorado. A Concessionária Triângu-

lo do Sol disse que existe um duto de passagem para animais no local onde ocorreram os atropelamentos e outras duas passagens nos quilômetros 93 e 95 da rodovia.

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Luiza Sigulem/Folhapress

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Tonani, onça macho atropelada nas proximidades da cidade de Sertãozinho, interior de SP


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TERÇA-FEIRA, 31 DE MAIO DE 2011

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cotidiano xingou,

CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

No meio da partida de futebol, na quadra de um prédio da zona sul da capital paulista, o morador soltou um rotundo “filho da puta”. Vizinhos reclamaram com o zelador, que repassou à administradora, que, depois de confirmar a cena pelo circuito interno do prédio, multou o boleiro em cerca de R$ 600 —valor de um condomínio. “Os vizinhos já são obrigados a ouvir a gritaria do jogo, não precisam ouvir palavrão também. Principalmente as crianças”, diz Silvia Carreira, sócia do Grupo Light, que administra aquele prédio. O morador, que não foi identificado, recorreu à Justiça alegando que não disse nada impróprio. Pediu ainda indenização por danos morais de R$ 3.500. O processo está tramitando. Do total de 7.380 multas e advertências aplicadas pelo Grupo Light em 2010, 2.287 (31%) foram pelo mau uso das quadras esportivas —questão que só perde para o uso indevido de garagens. Em 2010, foram 299 multas e advertências aplicadas por conta de palavrões. Segundo Silvia, a maioria dos 149 condomínios administrados por sua empresa já adotou a norma de multar o morador “boca-suja”. A mudança no regimento interno passa por assembleia. Foi o que aconteceu num condomínio no Tatuapé

presentes devem aprovar a convenção. Em alguns casos do regimento interno, vale a maioria simples

PUNIÇÃO > Advertência Verbal ou escrita > Multa Costuma ser igual ao valor de um condomínio. Em caso de reincidência, o valor dobra

ALTERNATIVAS Medidas já adotadas para evitar palavrões e barulho “fora de hora” > Proibição de consumo de álcool nas quadras

Ilu str aç ão Al pi no

inaugurado há três anos. Desde a convenção, já estava prevista a proibição das palavras de baixo calão —tanto nas quadras quanto dos torcedores exaltados, que gritam à janela em dia de jogo. Neste ano, foram aplicadas quatro multas. A última, em abril, custou R$ 380 ao jogador que lascou um “vai tomar no ...” no meio da pelada. Ele foi advertido verbalmente, por escrito e, por fim, depois de repetir o xingamento pela terceira vez, teve que pagar. As câmeras do prédio não registram áudio, então, quando há queixa, um segurança observa o jogo e é ele que testemunha contra o infrator. “Quando dói no bolso, o problema se resolve”, diz o síndico, Antônio Gleyton. Mas há quem ache a multa uma punição rigorosa demais. O advogado Fernando Zito, 31, morador do Jaguaré, já foi síndico do prédio e chegou a multar um garoto de 16 anos, mas hoje defende a conscientização. “Quando você está no futebol, é aquela gritaria, você xinga mesmo.” Maria Letícia Nascimento, professora da Faculdade de Educação da USP, acha a multa um exagero. “É um exagero de cuidado e de controle. A gente não pode impedir que essas coisas todas façam parte do cotidiano das crianças, porque elas ouvem palavrão em casa, na TV, em todo lugar. A gente não tem controle, quer faça mal ou não”, afirma.

NORMAS Mudanças na convenção e no regimento são decididas em assembleia de moradores

2/3 dos

levou

Prédios decidem multar morador que fala palavrão durante jogo na quadra ou que grita palavras de baixo calão na janela

REGRAS NOS CONDOMÍNIOS Prédios proibem uso de palavrões

> Contratação de guardas de segurança privada para observar jogos e testemunhar infrações > Contratação de professor de ginástica para apitar e ordenar jogos > Suspensão do usuário infrator da quadra por alguns dias Fonte: condomínios

Povo está muito ‘boca-suja’, diz Dadá Maravilha DE SÃO PAULO

O ex-atacante do Atlético-MG e da seleção Dadá Maravilha, 65, diz que o futebol está mais “educado”. “Hoje tem muito jogador evangélico”, afirma. Comentarista esportivo da TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas, ele falou à Folha: ★ Folha - Por que jogador fala tanto palavrão? Dadá Maravilha - É uma

coisa do mundo do jogador de futebol, que tem essa mania de xingar. Mas hoje o futebol está bem mais educado, tem muito evangéli-

co. Antes o jogador já entrava em campo xingando, falava palavrão a troco de nada. Mesmo naquela época, tinha quem jogava sem falar... O João Leite [goleiro do Atlético-MG na década de 1980] era um. Quem ensinava?

Às vezes, vinha do técnico... mas acabava passando nervosismo pro jogador. Temos alguns técnicos que falam muito palavrão... o Leão, o Felipão. O que achou de condomínios multarem morador que fala palavrão jogando bola?

Acho uma boa, porque educa o povo, que está muito boca-suja. A criança de cinco anos hoje já começa a jogar bola falando palavrão, vira automático... banalizou.

Rafael Andrade/Folhapress

Os vizinhos já são obrigados a ouvir a gritaria do jogo, não precisam ouvir palavrão também. Principalmente as crianças SILVIA CARREIRA do Grupo Light, que administra prédios

É um exagero de cuidado e de controle. A gente não pode impedir que essas coisas todas façam parte do cotidiano das crianças, porque elas ouvem palavrão em casa, na TV, em todo lugar MARIA LETÍCIA NASCIMENTO docente da Educação da USP

DO RIO

Partida de futebol em condomínio na Barra da Tijuca, no Rio, onde placa avisa sobre palavrão contar como falta em jogo

Em condomínio, a vontade da maioria deve ser respeitada ROSELY SCHWARTZ

ESPECIAL PARA A FOLHA

A opção de morar em condomínio exige dos envolvidos uma mudança de conduta, em função de não estarmos mais sozinhos. Estamos dividindo o espaço com outras pessoas, que possuem diferentes características e valores morais, éticos, religiosos e culturais. Para haver um ambiente harmonioso, é fundamental se criarem normas para disciplinar toda a comunidade. Tais normas devem refletir as expectativas da maioria. As regras fundamentais dos condomínios estão na convenção e no regulamento interno. A convenção disciplina toda a parte administrativa e o regulamento interno normatiza todo o dia a dia dos envolvidos. Não poderão fazer parte desses documentos artigos contrários à lei. A convenção, para ter validade, precisa ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais de todos os condôminos, segundo a lei. Já o regimento interno, que nasce com a implantação do condomínio, pode ser mudado com o quorum previsto na convenção. Para fortalecer o bom convívio, prevê ainda o Código Civil que é dever dos condôminos não prejudicar o sossego ou os bons costumes. Embasados nessas regras, os regulamentos internos trazem artigos que proíbem os usuários de gritar, discutirem em voz elevada ou pronunciarem palavras de baixo calão (palavrões) nas dependências do edifício, áreas de serviço, que comprometam o bom nome do prédio, com violação da boa educação. Cabe aos síndicos cumprir todas essas normas. Caso uma regra não traduza a opinião da maioria, ela poderá ser mudada, por meio de uma assembleia, convocada pelo síndico ou por um quarto dos condôminos. ROSELY SCHWARTZ é autora e professora do curso de administração de condomínios na Escola Paulista de Direito

Após queixas, palavrão vira falta em pelada de condomínio no Rio DIANA BRITO

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ANÁLISE

Peladeiros de um condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca, no Rio, criaram uma nova regra para as partidas disputadas no campo do clube que serve aos moradores: palavrão é falta. Cada vez que um jogador reagir de forma malcriada a um lance ríspido ou a uma marcação do juiz, seu time será punido. A regra está afixada em placas espalhadas pelo campinho de futebol. A regra surgiu a partir de queixas de moradores. “Fica chato para quem mora aqui ou pratica alguma atividade física ao redor do campo ter que ouvir palavrões ao lado

de seus filhos, da família”, diz Vitor Sunsin, 25, morador do condomínio e peladeiro. Segundo ele, a decisão não aboliu totalmente as expressões chulas durante as partidas, mas elas com certeza diminuíram. “A gente pensa duas vezes antes de falar, para não cometer falta.” Devido às queixas, os peladeiros e a administração do condomínio fizeram o acordo. Coube à administração instalar as placas. Para os jovens locais, a nova norma é educativa e simboliza respeito com a vizinhança. “Mas ainda tem gente que não consegue se controlar. Aí toma falta e prejudica o time”, afirma o estudante Kaique Cardoso, 15.


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D OMINGO, 13 DE MARÇO DE 2011 Q

Por mata nativa, USP exterminará palmeiras

ab Danilo Verpa/Folhapress

Palmitos cortados vão incrementar o cardápio do bandejão; espécies nativas terminarão de ser plantadas até 2012 CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

Na reserva da mata atlântica da USP, dentro da Cidade Universitária, já não predominam as árvores típicas da flora nativa, como cedros, aroeiras, paineiras, palmitos jussara e pimenteiras. Para onde se olhe, o que se vê é um terreno dominado por palmeiras-reais, ou seafórtias, “praga” trazida da Austrália há 50 anos, que começou a invadir a reserva e matar espécies nativas. O exército de invasoras já tem 3.000 palmeiras adultas —em toda a reserva, de dez hectares, são cerca de 20 mil árvores. Mais 3.000 ocupam outras áreas do campus. As mudas são incontáveis. As armas da planta exótica são agressivas: cada árvore produz de um a dez cachos e cada cacho tem 3.600 frutos, que dão o ano inteiro. Em quatro anos está em idade reprodutiva. “É uma verdadeira bomba”, diz Welington Delitti, coordenador de gestão ambiental da USP. O Instituto de Biociências, que ele dirige, começou a detectar que a planta estava infestando a mata atlântica de planalto há cerca de 20 anos. “Tínhamos mais de 130 espécies de árvores —muito superior a toda a flora arbórea das ilhas britânicas. Logo a palmeira-real se tornou a espécie mais importante.” Sem apoio das autoridades para fazer o manejo, que até há pouco tempo nem era regulamentado, os pesquisadores se limitaram a etiquetá-las e acompanhá-las, inventariando a flora da reserva para medir o impacto. Agora, o contra-ataque finalmente será promovido. Ainda neste mês a universidade dará início ao processo de licitação para definir a empresa que destruirá essas palmeiras e plantará 10 mil plantas nativas no lugar, num processo que só deve terminar no final de 2012. O custo ainda não foi estimado e os recursos virão da própria USP (20%) e do fundo estadual de recursos hídricos (80%), porque a mata protege uma nascente, um lago e um córrego. Para destruir as invasoras, será preciso galgá-las com esporas e cortar o ápice de seu tronco, onde está o palmito. Como essa árvore cresce para cima, sem o palmito, ela vai naturalmente morrer e se decompor, sem destruir as espécies vizinhas, como ocorreria numa derrubada. Os palmitos cortados vão incrementar o cardápio do bandejão por vários meses. “Tememos que ela invada a costa paulista, pois as pessoas plantam nos condomínios das praias”, diz Delitti. Segundo levantamento mais recente da SOS Mata Atlântica, a cidade tem 24 mil hectares de mata nativa, distribuída principalmente na região das serras do Mar e da Cantareira —apenas 16% da vegetação original.

Apu Gomes/Folhapress

DE SÃO PAULO

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Palmeira-real na USP, que pretende substituir a espécie por plantas nativas; custo do projeto ainda não foi estimado

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DOMINGO, 13 DE MARÇO DE 2011

Feira vai ensinar cultivo e expor mais de mil orquídeas

Árvores australianas ameaçam reserva de dez hectares da Cidade Universitária

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Elza Kawagoe mostra espécie de orquídea que estará exposta na Liberdade, em São Paulo

Brancas, roxas, avermelhadas, com pintas nas pétalas. Em cores e formatos variados, mais de mil orquídeas de sete Estados estarão de 18 a 20 de março numa exposição organizada há mais de 40 anos pela Associação Orquidófila de São Paulo. O destaque será a Cattleyas labiatas, a “rainha do Nordeste”, que é comum nesta época do ano e chama a atenção pelo perfume. Os esperados 20 mil visi-

tantes vão poder fazer cursos gratuitos de cultivo das flores e aprender, por exemplo, os quatro mandamentos da boa manutenção da orquídea: local ventilado, adubo constante, boa iluminação (mas sem o sol direto) e raiz úmida, mas nunca encharcada. “Não dá trabalho e é relativamente fácil de cuidar, por ser muito forte”, afirma Elza Kawagoe, 54, uma das organizadoras do evento. Orquidófila há oito anos, ela hoje possui 4.000 orquídeas na estufa de casa, que

ocupam seu dia inteiro. “É uma planta que encanta, como se fosse uma bruxinha.” Segundo ela, o grupo de orquidófilos tinha maioria de homens, mas hoje é crescente o interesse de mulheres. Os visitantes poderão ver o concurso de melhor flor e comprar livros, mudas (R$ 7) ou plantas floridas (R$ 15). (CRISTINA MORENO DE CASTRO)

EXPOSIÇÃO DE ORQUÍDEAS

Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa - Rua São Joaquim, 381, Liberdade, SP QUANDO 18 a 20 de março de 2011, das 9h às 19h PREÇO Gratuita CURSO Aulas gratuitas sobre cultivo de orquídeas às 10h, 14h e 16h (não é preciso inscrição)

ONDE

Semler estreia coluna em Saber Empresário vai escrever toda quinzena em seção DE SÃO PAULO

A partir de amanhã, o empresário Ricardo Semler, 51, estreia coluna quinzenal sobre educação na página Saber, do caderno Cotidiano. No final dos anos 1980, o empresário, à frente da Semco, chacoalhou conceitos da administração com o livro “Virando a Própria Mesa”, um relato sobre sua experiência e a reengenharia que promoveu em seu trabalho. Com um percurso heterodoxo que passou pelo teatro (escreveu a peça “Cheque ou Mate”, estrelada por Raul Cortez, sobre um empresário que, ao se aposentar, reflete sobre o papel do dinheiro na vida), Semler foi se aproximando das questões da educação quase naturalmente. Em 1990, criou a Fundação Ralston-Semler, com o objetivo de pesquisar soluções e inovações para a escola e o ensino no país. SISTEMA OBSOLETO

Autor de best-sellers (“Virando” e “Você Está Louco”, de 2006, venderam juntos quase 2 milhões de exemplares), Semler acredita que dizer que a educação é importante é uma frase vazia se não se pensar diferente. “O país botou os meninos na sala de aula, mas agora tem uma das piores educações do mundo —há que mudar por completo o método, e não simplesmente reciclar professores, ensinar gestão e colocar computador na escola—; o sistema é obsoleto.” Em sua coluna, Semler afirma que vai abranger “as questões de educação lato sensu, e não o mundo da escola ou educação per se, pois é de posturas, filosofias e questionamentos que se nutre a educação verdadeira”. SOCIEDADE MODERNA

Revezando com Semler no espaço, estará o economista Fernando Veloso, 44, que escrevia mensalmente sobre o tema em Mercado. Veloso, professor da Ibmec-RJ, co-organizou o livro “Educação Básica no Brasil: Construindo o País do Futuro”. “Tenho convicção de que uma educação de qualidade é fundamental para que as pessoas possam participar de forma produtiva e ativa na sociedade moderna. Espero contribuir com ideias e propostas para melhorar a educação no Brasil”, diz Veloso.

Leia entrevista completa com Ricardo Semler folha.com.br/sa887535 Leia entrevista completa com Fernando Veloso folha.com.br/sa887532


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ab Fotos Mastrangelo Reino/Folhapress

S EGUNDA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2011 Q

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Guarda-chuvas coloridos tomam conta da av. Paulista

GAROA

na parada Mesmo com chuva persistente, multidão seguiu a 15ª Parada do Orgulho LGBT animada por trios elétricos; PM registrou poucos incidentes no percurso

DE SÃO PAULO

Participante fantasiado faz performance no início da parada

Os 15 anos da Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) de São Paulo foram festejados sob chuva persistente, o que não acontecia desde a última década. No entanto, a garoa não intimidou os participantes nem mesmo quando apertou. Enquanto uns corriam para se proteger embaixo de marquises, muitos continuavam a dançar, indiferentes à água que botava à prova a chapinha (de alisar cabelos) e o babyliss (de enrolá-los). “Minha chapinha aguenta firme. Essa chuva é pouco”, dizia a travesti Juliana Vidal, 22, uma das que dançavam animadamente na chuva. Para Leandro Rodrigues, da organização, a quantidade de público, estimada em 4 milhões, foi até maior do que nos outros anos. A PM não fez estimativa de público até

a conclusão desta edição. Iniciada por volta das 13h30 com uma valsa, em comemoração aos 15 anos, a Parada Gay deste ano foi marcada ainda pelo apoio de grupos historicamente resistentes aos homossexuais. Com tema voltado à religião (“Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia”), a Parada Gay trouxe um trio elétrico com fiéis católicos, evangélicos, anglicanos e umbandistas. Acompanhando o carro, pessoas vestidas de anjo. “A maioria dos religiosos

que está aqui não é homossexual. Está propondo um hino pela paz”, disse a organizadora do evento e coordenadora do Centro de Referência da Diversidade, Irina Bacci. Um grupo de cerca de 40 punks e skinheads, chamado Ação Antifacista, também participou da festa. No início do evento, eles chegaram a ser detidos pela polícia, mas foram liberados quando os policiais perceberam que a manifestação deles era a favor da diversidade. “O objetivo é desmistificar a ideia de que todo skinhead

O objetivo [da participação de punks e skinheads] é desmistificar a ideia de que todo skinhead é homofóbico. A parada tem de servir de plataforma para reivindicações e não só para mostrar o orgulho de ser gay DANILO HENRIQUE skinhead e homossexual

A chuva não atrapalhou, pelo contrário. As pessoas se mostraram mais conscientes por estarem aqui [com este tempo]

LEANDRO RODRIGUES membro da organização

Não tem problema. [A chuva] é ótima pra bater cabelo [gíria LGBT para dançar] CHIARA TAYLOR cabeleireira

é homofóbico. A parada tem de servir de plataforma para reivindicações e não só para mostrar o orgulho de ser gay”, disse Danilo Henrique, 29, skinhead e homossexual. “A mídia fala que a gente é homofóbico, mas nem todos são. A gente não é”, afirmou Bruno Cavalcante, 18, que não é homossexual. VIOLÊNCIA

No início da festa, um adolescente de 16 anos foi apreendido sob suspeita de participar de um arrastão com outros quatro jovens. Segundo testemunhas, eles teriam arrancado dos rostos dos participantes óculos de sol, avaliados em R$ 1.500. Até as 18h, a Polícia Militar afirmou ter registrado três casos de furtos e três casos de apreensão de entorpecentes. (CRISTINA MORENO DE CASTRO, CLAUDIA IZUMI, GIBA BERGAMIN JR., REYNALDO TUROLLO JR. e TALITA BEDINELLI)

MORTES ÁLVARO VIOTTI VIEIRA (1916-2011)

Alfaiate que se tornou escritor ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Aos 12 anos, Álvaro Viotti Vieira perdeu o pai, alfaiate. O mineiro de Caldas teve então de assumir com os irmãos, um de 13 e outro de 15, o negócio do pai na cidade. Além de ter, por longos anos, também exercido a profissão de alfaiate, chegou a ser escrivão de polícia e, já velho, decidiu vender brinquedos da Bandeirante. O filho Oscar lembra que, na época, ninguém acreditou que ele se sairia bem. No segundo mês de trabalho, porém, Álvaro já era o campeão

de vendas de sua região. Depois de morar em municípios como Campestre (MG), Jacutinga (MG) e Londrina (PR), estabeleceu-se em Sorocaba (SP) em 1962. Em 1991, aos 75, decidiu virar escritor. Com sete livros editados, assumiu há alguns anos a cadeira nº 27 da Academia Sorocabana de Letras. Segundo a família, Álvaro era um devorador de livros. Se ganhasse algum de presente, demorava no máximo dois dias para lê-lo inteiro. Chegou a esboçar uma autobiografia, mas a família decidiu chamar um jornalista para contar sua trajetória.

Desconfiado, demorou até se abrir. Mas “Exemplo - A Vida do Alfaiate e Escritor Álvaro Viotti Vieira”, de Rui Albuquerque, ficou pronto. Apesar da idade avançada, tinha ótima memória. Recentemente, um amigo que o visitava lhe declamou um salmo. O trecho estava incorreto, e Álvaro o corrigiu. Viúvo há dois anos, morreu na segunda, aos 94, após uma parada cardíaca. Teve três filhos, oito netos e nove bisnetos. No próximo 7 de julho, a família pretende relançar a primeira obra do alfaiate: “Dimas, O Bom Ladrão”. coluna.obituario@uol.com.br

JOÃO BATISTA DA SILVA - Aos 51. Deixa irmãos e sobrinho. Cemitério e Crematório Memorial Parque Paulista.

OLGA MILITO DEL GRANDE - Hoje, às 19h30, na igreja Sta. Terezinha, pça. Domingos Correia da Cruz, 140, Santana.

JORGE CHEQUER HADDAD - Aos 91, casado com Jeanette Assi Haddad. Deixa os filhos Monica Maria, Mauro e Flavio. Cemitério Congonhas.

RUBENS BATHA - Amanhã, às 19h, na igreja Sta. Margarida Maria, av. Lins de Vasconcelos, 2.129, Aclimação.

MARINEUZA ROSEIRA FREIRE DOS SANTOS - Aos 51, casada com Petronilo. Deixa irmãos e os filhos Daniel e Paloma. Cemitério e Crematório Memorial Parque Paulista. WALTER FRUGOLI NARCON - Aos 75. Cemitério Congonhas.

7º DIA

DIVO LEONARDO SANIOTO - Hoje, às 19h, na igreja N. Sra. Mãe do Salvador (Cruz Torta), av. Prof. Frederico Hermann Jr., 105, Alto de Pinheiros. LUDOVICO ANTONIO MARTINO Hoje, às 10h, na igreja S. José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. MARIA LUCIA DUARTE NUNES DE FREITAS - Hoje, às 10h30, na igreja N. Sra. do Brasil, pça. N. Sra. do Brasil, 1, Jd. América.

WALID BECHIR KFOURI - Hoje, às 19h30, na capela do Hospital Sta. Catarina, av. Paulista, 200, Bela Vista.

2º ANO

GOFFREDO DA SILVA TELLES JUNIOR - Hoje, às 12h, na igreja S. Fran-

SERVIÇO VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. 0/xx/11/3247-7000 e 0800-10-9850 fax 0/xx/11/3242-1203 Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de Identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento. ANÚNCIO PAGO NA FOLHA: tel. 0/xx/11/3224-4000

cisco, lgo. S. Francisco, 133, centro.

90º MÊS

CLEIDE FENERICH - Amanhã, às 17h, na igreja Imaculada Conceição, av. Brig. Luiz Antônio, 2.071, Bela Vista.

12º ANO

GUILHERMINA MUNHO - Hoje, às 18h, no Santuário das Almas, r. Guaporé, 429, Ponte Pequena.

18º ANO

JOÃO MUNHO - Hoje, às 18h, no Santuário das Almas, r. Guaporé, 429, Ponte Pequena.

segunda à quinta, das 8h às 20h, sexta das 8h às 21h, sábados e domingos, das 9h às 17h. AVISO GRATUITO NA SEÇÃO: tel.: 0/xx/11/3224-3505 ou 0/xx/11/3224-3305 e-mail: necrologia@uol.com.br até as 15h, ou até as 19h da sexta-feira para publicação aos domingos. Se utilizar o e-mail, coloque um número de telefone para a checagem das informações. Aos domingos, ligue para 0/xx/11/3224-3602, das 15h às 18h.


ab

Parada Gay atrai turista profissional a São Paulo Festa reúne estrangeiros acostumados a frequentar o evento em outros países turistas como a holandesa Louise Warning acumulam paradas ao redor do mundo no currículo cristina moreno de castro

de são paulo

A estudante holandesa Louise Warning, 24, se programou para estar em São Paulo neste domingo, quando ocorre a 16ª Parada do Orgulho LGBT, após ler que se trata da maior do mundo. Antes, ela passou na Bahia e no Rio, mas o evento foi “a causa principal” de sua vinda ao país, e será “a cereja do bolo” de suas férias. Homossexual, Louise já havia assistido a quatro paradas em Amsterdã, que reúnem 1 milhão de pessoas, algumas sobre barcos nos canais do centro da cidade. No ano passado, foi à parada da Bélgica. Seu próximo passo será ir à de Los Angeles, nos Estados Unidos. Sozinha em São Paulo, está hospedada no hostel Gol Backpackers, perto da Paulista, onde já fez três amigas, que irão com ela ao evento. Ela diz esperar ver “muitas pessoas bonitas e muita dança”. “Um pouco como o Carnaval, mas com pessoas como eu. Mostraremos aos outros como somos divertidos!” As inglesas Isabella Jackman, 22, e Hana Jadayel, 22, já viriam ao Rio de Janeiro de qualquer jeito, para estudar, mas decidiram passar antes em São Paulo só para ir à parada, quando leram sobre ela em um guia de viajantes. Elas não são homossexuais, mas simpatizam com o evento. Isabella, aliás, vem de Brighton, cidade a 70 km de Londres conhecida como a “capital gay” da Inglaterra, onde participa das paradas. No mesmo hostel em que estão hospedadas, o Casa Club, na Vila Madalena (região oeste), o peruano Jorge Guzman, 30, combinou com outras 25 pessoas para irem conhecer o evento. Ele diz que fez seus primeiros amigos homossexuais em São Paulo, porque em seu país existe muito preconceito. Também há muitos turistas de outros Estados do país, como o cearense Rafael Barros, 27, que veio pela oitava vez consecutiva à Parada de São Paulo —“inspiração” para as outras do país, diz ele. Os donos de hostels, no entanto, dizem que o movimentofoiaquémdoesperado.Atribuem isso à crise econômica e ao mau tempo na cidade. Fotografe a Parada Gay e participe do #InstaFolha02, veja como

folha.com/no1102095

Quero ver muita gente bonita e muita dança, como o Carnaval, mas com pessoas como eu

LouIse WarnInG, 24 turista holandesa que veio a São Paulo para participar da Parada Gay após conhecer a festa de outros países

Domingo, 10 DE Junho DE 2012

HHH

cotidiano C7 Gabo Morales/Folhapress

a inglesa emily scorer e o peruano Jorge Guzman, que planejam ir à parada com outros hóspedes do albergue onde estão


EF Segunda-Feira, 11 de Junho de 2012

C1

Joel Silva/Folhapress

cotidiano

Parada Gay reúne 270 mil pessoas, afirma Datafolha

Pela primeira vez, evento teve uma medição de público de caráter científico Organização afirma ter atraído 4 milhões, e Polícia Militar não faz estimativa; evento tem forte tom político EVANDRO SPINELLI CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

A 16ª edição da Parada Gay de São Paulo, um dos principais eventos turísticos da cidade, reuniu ontem 270 mil pessoas, de acordo com o Datafolha —65 mil delas fizeram o percurso inteiro do evento. Pela primeira vez na história, a manifestação teve uma medição de público com caráter científico. O Datafolha inaugurou o método em maio na 28ª Caminhada da Ressurreição, procissão católica por ruas da zona leste da capital. Segundo o instituto, nenhum evento similar no mundo tem medição científica de público. Em alguns países, ele é estimado a partir do lixo produzido. Em outros, pe-

la concentração de pessoas ao longo da parada —este método, no entanto, não leva em conta o público flutuante. A organização e a Polícia Militar não divulgaram estimativas. Ao fim do evento, porém, o trio elétrico da diretoria da Associação da Parada do Orgulho GLBT anunciou que “com certeza” o ato atingiu público de 4 milhões.

A parada não é só festa, é preciso se manifestar politicamente. O gay tem uma forma divertida e peculiar de fazer política

ThiaGo Torres produtor do evento

Sou a favor dos direitos civis Geraldo alCKmin (psdb) governador, que foi ao evento

A parada saiu do Masp às 13h40, após a execução do hino nacional e discursos da senadora Marta Suplicy (PT) e Fernando Quaresma, presidente da associação. O último trio chegou à praça Roosevelt, no centro, às 18h13. Com o tema “Homofobia tem Cura: Educação e Criminalização”, a parada deste ano teve forte tom político. O

Tem orelhão quebrado, muito lixo. O barulho também atrapalha maria helena saba, 29 moradora da Paulista

É dos poucos dias em que valorizam o que a gente faz e a gente se sente bem amanda lapore, 31, chef de cozinha, que posava para fotos com sua fantasia de flores e plumas

público pedia a aprovação de um projeto de lei que criminaliza a homofobia e que tramita no Senado há seis anos. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram à abertura da parada. Dos précandidatos a prefeito, compareceram Soninha Francine (PPS), Carlos Giannazi (PSOL) e Celso Russomanno (PRB). Uma das marcas do evento foi o alto consumo de vinho químico —uma bebida ilegal, com altíssimo teor alcoólico—, vendido por R$ 5 a R$ 10 a garrafa. Só na Paulista, primeiro trecho da parada, foram apreendidos 178 litros do produto, de acordo com balanço parcial da Guarda Civil Metropolitana. Também foram apreendidos pelos guardas municipais, até as 20h de ontem, nove carrinhos de ambulantes, 2.379 cervejas, 670 refrigerantes e 30 quilos de churrasco, além de uma churrasqueira, entre outros itens.

» LEIA MAIS nas págs. C3 e C4

Reflexo da parada em prédio da região da avenida Paulista


o

ab

QUARTA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2011

cotidiano C11

Q

Parque na zona leste tem lixo e furto

Vizinha ao parque do Carmo, área verde consta como “implantada” em site da prefeitura, mas está abandonada Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

Grades foram furtadas e córrego está poluído; moradores reclamam que local é reduto de drogas e assaltantes

OUTRO LADO

Área verde tem vigilância, diz secretaria

LUIZ CARLOS MURAUSKAS CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

DE SÃO PAULO

Bem ao lado do parque do Carmo, em Itaquera (zona leste), uma área verde com o triplo do tamanho está abandonada. É o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, com 4,5 milhões de m2, que consta no portal da Prefeitura de São Paulo como “implantado” desde 2005. Segundo o site, lá é possível encontrar remanescentes da mata atlântica, como cuvitingas, camboatás e pixiricas. Além disso, “trata-se de um dos últimos fragmentos de vegetação da zona leste”, que faz parte do Cinturão Verde da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e vai amenizar “problemas locais iminentes” em Itaquera. Apesar disso, suas grades estão sendo furtadas, um de seus córregos está poluído e não há vigilância 24 horas. Ele é cercado por grades, que, à medida que ficam enferrujadas, começam a cair. É a deixa para que carroceiros as furtem, para vender. Longos trechos estão completamente desprotegidos e, sem as grades, o parque vira reduto de assaltantes, principalmente à noite. “É muito mato, muito escuro. Evito de passar porque o perigo é demais”, diz a vendedora Gisele Souza, 20, que mora na região desde que nasceu. “Ali sempre foi abandonado assim.”

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que a área do Parque Municipal Fazenda do Carmo, na zona leste de São Paulo, era da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação) e foi adquirida pela prefeitura em 2008. A compra visou a criação de um parque natural, que ainda não foi totalmente implementado. Os objetivos do parque são “proteção da biodiversidade, pesquisa científica, atividades de educação ambiental, ecoturismo e visitas monitoradas”, com restrições. VIGILÂNCIA

De acordo com o órgão, foi contratada vigilância patrimonial 24 horas por dia, desde que o terreno foi adquirido pela prefeitura. A secretaria não explicou por que não havia vigias no dia visitado pela Folha e por que as grades são roubadas, se há vigilância. Grades que foram alvo de furto no Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo; área verde não tem vigilância 24 horas Na altura do nº 10.700 da av. Aricanduva, um campo de futebol dentro do parque está sem manutenção, com lama, matagal e sujeira. Um córrego que surge atrás dele tem garrafas e sacolas plásticas, pneus e isopores. Uma placa pichada, sobre

mato alto, informa o nome do parque, diz que é uma “unidade de conservação de proteção integral” de responsabilidade da prefeitura e que “lugar de lixo é na lixeira”. Sob ela, copos plásticos, pacotes de cigarro e de biscoitos e restos de vela e comida.

Divulgação

Deficientes visuais poderão ‘ver’ Carnaval com as mãos VANESSA CORREA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Maquetes dos carros alegóricos e miniaturas das fantasias de três escolas de samba de São Paulo ajudarão deficientes visuais a ver o Carnaval 2011 com as mãos. Quarenta e cinco pessoas com dificuldade de visão participarão do projeto “Carnaval paulistano - só não vê quem não quer” e ficarão em um camarote especialmente adaptado no Sambódromo. Cada um deles receberá um CD de áudiodescrição, com explicações detalhadas sobre os desfiles. E para essas pessoas, o Carnaval vai começar já nos ensaios das escolas Rosas de

Ouro, Mocidade Alegre e Camisa Verde e Branco, onde poderão manipular pandeiros e tamborins. Na concentração das escolas, poderão tocar em carros alegóricos e fantasias, tanto as em tamanho reduzido quantos as reais. Estudantes de arquitetura e moda da FMU já começaram a desenhar as miniaturas do Carnaval. Também participam da iniciativa a prefeitura, a São Paulo Turismo e a Fundação Dorina Nowil para Cegos. Os participantes serão selecionados por sorteio. As inscrições vão até dia 14 e devem ser feitas pelo e-mail carnaval2011@fundacaodorina.org.br.

Um casebre com a placa da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que dirige o local, estava fechado quando a Folha esteve ali e não havia vigias de manhã ou à tarde. Esse campinho é separado da avenida apenas por duas correntes enferrujadas. Co-

FOTO 2.0 28.0

Aluna da FMU desenha maquete para o Carnaval de 2011

mo não há vigias, ele é usado como ponto de drogas à noite e para peladas de futebol nas tardes dos fins de semana, segundo moradores. Na área do parque há ainda ocupações irregulares, que estão sendo contestadas na Justiça pela prefeitura.

GRADES

Desde 2008, a área já foi mapeada, recebeu um plano de manejo, um projeto para a sede —que deve ser entregue neste ano— e um plano de gestão para toda a área. A recuperação das grades e implantação de novo gradil estão em em fase de licitação, segundo o órgão. (CMC)

VESTIBULAR

SHOPPINGS NO RIO

Fuvest encerra 2ª fase com mais de 3.000 ausências

Ação tenta anular lei que veta preço único de estacionamento

DE SÃO PAULO -A segunda fase

DO RIO - A Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) propôs ontem uma ação contra a lei que proíbe o preço único por até quatro horas de permanência em estacionamentos privados no Rio de Janeiro. A entidade diz que a medida é “inconstitucional”. A nova lei ainda proíbe a cobrança de multa por perda do cartão de estacionamento. Em São Paulo, não há lei sobre os preços de garagens em shoppings. No fim de semana, a grande parte dos shoppings cariocas usou a nova norma para subir o preço do estacionamento. O Procon-RJ fez uma blitz para apurar as queixas e, depois disso, ao menos três shoppings cariocas desistiram do reajuste. O órgão registrou ao menos 200 queixas e sete notificações.

do vestibular da Fuvest encerrou seu terceiro e último dia ontem com saldo de 12 horas de prova para mais de 40 questões dissertativas, uma redação e quase 3.500 faltosos. Essas ausências representam mais de 9% dos 38 mil convocados para a segunda etapa. O valor é superior aos 7,8% registrados no ano passado, quando a segunda fase passou a ser feita em três dias. Segundo professores de cursos pré-vestibulares ouvidos pela Folha, algumas disciplinas do exame surpreenderam por estarem mais fáceis do que na prova de anteontem. Ontem, a prova era composta por 12 questões específicas, de duas ou três disciplinas, dependendo da carreira. Já anteontem, eram 20 questões iguais para todos.

MORTES KÁTIA DE QUEIRÓS MATTOSO (1932-2011)

Greco-baiana que lecionou em Paris ESTÊVÃO BERTONI

DE SÃO PAULO

A tese que a greco-baiana Kátia de Queirós Mattoso defendeu na Universidade de Paris 4 ficou tão volumosa que passou a ser conhecida pelos alunos como Mattosão. Virou o livro “Bahia, Século 19: Uma Província no Império” (1992) e levou à criação, em 1988, da cadeira de história brasileira na Sorbonne, que ela comandou até 1999, quando se aposentou. Kátia nasceu na Grécia e estudou nas universidades de Lausanne (Suíça) e Sorbonne (França), tornando-se

doutora em ciência política. Trabalhava no serviço diplomático grego quando conheceu o engenheiro brasileiro Sylvio de Queirós Mattoso, com quem se casou. Depois de um tempo morando em SP, foram viver na Bahia. Apaixonou-se pelo Estado e por sua história. E se tornou uma das maiores especialistas na história da escravidão. Na Universidade Católica de Salvador e na federal da Bahia, ela deu aulas. Como professora visitante, passou também pelas universidades de Minnesota e Columbia, nos Estados Unidos. Um de seus livros mais conhecidos,

além do Mattosão, é “Ser Escravo no Brasil” (1982). Depois de se separar, deixou o Brasil justamente para lecionar na Sorbonne, de onde foi professora emérita. Continuou usando o nome de casada. Seus orientandos ela considerava como filhos. No ano passado, decidiu doar toda a sua biblioteca pessoal à federal da Bahia. Kátia teve um câncer. Morreu ontem, aos 78, em Paris. Deixa duas filhas, sete netos e um bisneto, nascido há poucos dias. Ela será enterrada na Grécia, onde mora uma filha; a outra vive na Bahia. coluna.obituario@uol.com.br

ALVARO MENDES FILHO - Aos 64, casado com Elizabeth Pereira Mendes. Deixa os filhos Alan e Bruno, além de netos. Cemitério Jardim Vale da Paz. ENRICO DOS SANTOS FONSECA - Ao 1. Deixa pais, irmão e avós. Crem. e Cemitério Memorial Parque Paulista.

dante geral. Deixa dois filhos. Cem. e Crem. Metropolitano Primaveras. RAIMUNDO GODOI CASTRO - Aos 92, casado com Leonilda Godoi Castro. Era empresário rural. Deixa dois irmãos, filhos e 20 netos. Cem. de Pedra Corrida, Pedra Corrida (MG).

FERNANDO PERAZZINI FACCHINI Aos 76, casado com Celina Mariz Facchini. Era médico. Deixa filhos e netos. Cem. e Crematório Horto da Paz.

7º DIA

LUIZ CURI FERNANDES - Aos 63. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras.

FRANCISCO ASSUMPÇÃO LADEIRA Amanhã, às 11h30, na igreja S. Domingos, r. Caiubi, 164, Perdizes.

MARIA IRENE RAMOS POMBO - Aos 81, viúva de Francisco Pombo. Era dona de casa. Deixa dois filhos. Cem. e Crem. Metropolitano Primaveras.

ISOLINA ANTONIA DOS SANTOS Hoje, às 19h30, na igreja S. Geraldo, lgo. Pe. Péricles, s/nº, Perdizes.

MARIETTA FRANCO NASCIMENTO Aos 87, viúva de Armando Nascimento Junior. Deixa os filhos Armandinho, Margarida e Cecília, além de netos e bisneto. Cemitério da Consolação.

ODETTE VIEIRA CHIODI - Hoje, às 17h30, na igreja N. Sra. de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré.

OSCAR DE OLIVEIRA - Aos 71, viúvo de Estella de M. de Oliveira. Era aju-

ANA GARCIA CUENCA - Amanhã, às 18h, na paróquia N. Sra. Mãe da Igreja, al. Franca, 889, Jd. Paulista.

30º DIA

44º MÊS

CARLOS AUGUSTO BRESSER NETO Hoje, às 19h, na igreja São José do Belém, largo São José do Belém, Belém.

SERVIÇO VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. 0/xx/11/3247-7000 e 0800-10-9850 fax 0/xx/11/3242-1203 Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de Identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento. ANÚNCIO PAGO NA FOLHA: tel. 0/xx/11/3224-4000 segunda à quinta, das 8h às 20h, sexta das 8h às 21h, sábados e domingos, das 9h às 17h. AVISO GRATUITO NA SEÇÃO: tel.: 0/xx/11/3224-3505 ou 0/xx/11/3224-3305 e-mail: necrologia@uol.com.br até as 15h, ou até as 19h da sexta-feira para publicação aos domingos. Se utilizar o e-mail, coloque um número de telefone para a checagem das informações. Aos domingos, ligue para 0/xx/11/3224-3602, das 15h às 18h.

A esposa Sra Vera Lúcia de Macedo Alves, os filhos, e familiares do querido

Sr. Ney Umpierre Alves agradecem as manifestações de carinho e convidam parentes e amigos para a Missa do 7º Dia, amanhã, 13 de ja neiro, às 18h30, na Igreja N. Senhora do Brasil à Av. Brasil.


Usar instrumentos musicais Andar em trajes impróprios ou ter atitudes atentatórias à moral e aos bons costumes

Atirar bumerangue Atracar ou navegar com embarcação ou jet ski na área de banhistas Adestrar animais ou deixá-los sem coleira, guia ou enforcador

Usuário também não pode pular de píer, mas área não tem lago nem rio

Masp Av .P au lis ta Parque Trianon

JOSÉ BENEDITO DA SILVA DE SÃO PAULO

CRISTINA MORENO DE CASTRO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atenção, usuários do parque Mario Covas: está proibido navegar com jet ski ou a velocidades superiores a cinco nós (9 km/h), pular do píer, usar colchões infláveis ou pneus dentro da água ou nadar com trajes impróprios. Isso se alguém encontrar área para banho no parque de 5.396 m2 —o equivalente a pouco mais de meio campo de futebol como o do Maracanã—, que ocupa um quarteirão da avenida Paulista. Os únicos indícios de água ali são banheiros e bebedouros. As normas foram publicadas no “Diário Oficial” no dia 30, com regras de mais seis parques —entre eles três na represa Guarapiranga, onde há condições para esportes náuticos, e o parque Trianon. Com área de 48 mil m2 e também na avenida Paulista, o parque Trianon não tem restrições ao uso de embarcações, mas proíbe o uso de bicicletas, patins e skates. Há vetos comuns nos parques, como deitar nos bancos, tocar instrumentos mu-

www.

Al .S an to s

Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que falha no texto com as normas do parque Mario Covas será corrigida

PROIBIDO E LIBERADO

ESTÁ FALTANDO ALEGRIA NO SEU DIA?

Ouça também no seu smartphone ou iPhone.

Parque Mario Covas

São Paulo

Joel Silva/Folhapress

Deitar nos bancos

Prefeitura proíbe jet ski em parque na av. Paulista

ONDE FICA

R Go . Pe m ixo id to e

NÃO PODE FAZER Algumas das regras dos parques Trianon e/ou Mario Covas

ab

Q UARTA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2010

A Az l. M ev in. ed R o oc ha

C8 cotidianoo

Adolescente carrega skate no parque Mario Covas, na av. Paulista, em SP; prática do esporte passou a ser proibida no local sicais ou empinar pipas. “Então não é mais um parque”, reclamou o estudante Pier Marchi, 21, deitado em um banco no Trianon ontem. Também é proibido usar trajes ou ter atitudes “atentatórias à moral e aos bons costumes”. “E o que é atentar à moral? Cada um tem sua definição”, disse o segurança Henrique Damaceno, também deitado em um banco. Parques estaduais, como Villa-Lobos e Água Branca,

também adotam a regra. Um dos vigilantes do Trianon, que preferiu não se identificar, disse que não barra pessoas com short curto ou homens sem camisa, que lotam o parque em dias quentes, embora proíba sungas e biquínis —vistos nos gramados do Ibirapuera. Também deixa em paz as rodinhas de violão, se o som não estiver muito alto. E diz que só interrompe namorados “se estiverem sentados

um sobre o outro”. Ele adverte, em média, 15 pessoas por dia, principalmente deitadas nos bancos, com mais de dez anos usando brinquedos do parquinho, deixando o cachorro invadir canteiros. Quando se recusam a obedecer, retira uma cópia do “Diário Oficial” do bolso para mostrar ao infrator —em casos de rebeldia, aciona a administração. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente disse que a

cláusula sobre trajes e atitudes consta do regulamento de todos os parques municipais e “visa o impedimento de atos obscenos”. Disse também que há um regulamento padrão, que muda de acordo com o perfil do parque, mas houve uma falha no caso do parque Mario Covas e que os itens sobre navegação e natação serão retirados. Colaborou RAPHAEL MARCHIORI

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EF

QUARTA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO DE 2011

C1

cotidiano

INVESTIGAÇÃO Netinho vai ser cobrado na Câmara sobre gastos oficiais

CONFLITO Chefe da Polícia Civil do Rio cai após 4 dias de conflito interno

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Pág. C6

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Reforma não chega ao lado B da Paulista

Iluminação recém-inaugurada é mais um item ausente no trecho final da via, que tem escuridão e calçadas ruins Moradores dos dois quarteirões se queixam de não ter os mesmos benefícios, apesar do valor alto do IPTU

Fotos Mateus Bruxel/Folhapress

CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

Antes da Consolação...

Calçada esburacada na mesma via, entre a Consolação e a Minas Gerais

LADO A X LADO B Diferença entre os trechos da av. Paulista Pça. Mal. Cordeiro de Farias

R. Minas Gerais

R. da Consolação

R. Augusta

Pq. Trianon MASP

Av. Brig. Luís Antônio Av. Paulista Praça Oswaldo Cruz

EM ALERTA

“Amigos meus já sofreram tentativa de assalto. Nunca pego ônibus tarde justamente porque tenho medo. Vou para casa de táxi”, afirma a publicitária Mariana Travassos, 24. O quarteirão abaixo, que tem dois postes de luz alaranjada, fica em frente à praça Marechal Cordeiro de Farias, que, apesar de conservada, é escura e serve de abrigo para usuários de drogas. Segundo o porteiro Elson Lira, 47, que trabalha em um prédio comercial ali, é comum ver “homens correndo atrás de mulheres” já às 20h. “Um moça que trabalha aqui já foi assaltada duas vezes.” A diretora da Associação Paulista Viva, Marly Lemos, defende que as reformas se estendam por toda a via. “Quando se fala em arrumar a Paulista, tem que ser a avenida inteira, até o fim.”

... e depois

Trecho da avenida Paulista com calçada acessível e em boas condições

Av. Paulista

Você está na avenida Paulista, informam as placas. Mas a calçada ainda é aquela de mosaico português, cheia de remendos e buracos, que empoça na chuva. Em vez dos postes modernos recém-inaugurados, de vapor metálico, vê-se um quarteirão todo às escuras e, mais adiante, outro com dois postes de luz alaranjada. É nessa Paulista que vivem os moradores dos dois quarteirões entre as ruas da Consolação e Minas Gerais —a via toda tem menos de 20 quadras. Eles reclamam que a prefeitura “se esqueceu” de levar as reformas até ali. “Nem parece que moramos na Paulista. Ou abaixam o IPTU e mudam o nome da avenida ou melhoram como em todo o resto. Isso é preconceito”, diz a advogada Martina Di Pietro, 50, moradora do edifício Anchieta. Ela diz que o IPTU do apartamento onde mora, de 117 m2, aumentou de R$ 1.880 no ano passado para R$ 1.978 neste ano. Para comparar, a Folha encontrou um apartamento com praticamente a mesma área, na Paulista “lembrada”, com IPTU de R$ 1.000. O prédio é o único residencial e ocupa o quarteirão inteiro até a av. Angélica. Primeiro edifício de arquitetura moderna da avenida, é protegido pelo Patrimônio Histórico municipal. O próprio condomínio fez remendos na calçada há cerca de dois meses, mas alguns buracos e poças d’água já reapareceram. “Nossa calçada é antiga, o movimento é intenso, então a toda hora soltam os ladrilhos com o mapa de São Paulo. Eu mesmo já tropecei várias vezes”, diz o síndico Nilton Oliveira, 61. Em frente ao prédio há um ponto de ônibus que só recebe duas fontes de luz à noite: a do poste em outra rua, que dá acesso para a Rebouças, e a da lâmpada colocada pelo próprio condomínio na portaria. São vários os relatos de assaltos ali.

O LADO B Entre as ruas da Consolação e Minas Gerais Características > Calçadas antigas, com buracos. Em alguns trechos, o mosaico português tem remendos > Sem iluminação na primeira quadra. Na segunda, tem dois postes de luz laranja > Não tem segurança. Há relatos de assaltos na praça e nas duas quadras > Em frente ao ed. Anchieta, via alaga e fica cheia de poças

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O LADO A Grande parte da avenida Características > Calçadas reformadas, com piso liso. Também há acessibilidade em toda a via e calçadas > Iluminação nova, de vapor metálico branco, e mais potente > Guaritas da Polícia Militar Veja a galeria de fotos da avenida em: folha.com.br/fg2164

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OUTRO LADO

Prefeitura diz que estuda melhorias de luz e calçada DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo disse que o Departamento de Iluminação Pública está elaborando um estudo para instalação de mais pontos de iluminação no trecho da Paulista entre as ruas da Consolação e Minas Gerais. “O estudo será utilizado para definir o tipo de equipamento que deverá ser implantado, atendendo aos padrões de iluminação pública da cidade.” A assessoria de imprensa

da prefeitura não informou qual é a previsão para a conclusão do estudo. Sobre o projeto de renovação das calçadas, a prefeitura diz que contemplava “o trecho mais movimentado da via, entre a praça Oswaldo Cruz e a rua da Consolação, que foi concluído”. Não constavam os dois quarteirões finais na região da Consolação, que têm movimento menor de pedestres. “A Subprefeitura da Sé estuda projeto para contemplar o trecho citado pela reportagem.” A prefeitura não informou prazos. Sobre o aumento do IPTU, informou que a revisão dos valores teve abrangência em toda a cidade de São Paulo.(CMC)

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Unidade Rudge Av. Rudge, 315 São Paulo - SP Tel.: (11) 3618-9000

Unidade Avenida Av. Brasil, 7.210 Cascavel - PR Tel.: (45) 3219-4411

Unidade Maria Cândida Rua Maria Cândida, 1.813 São Paulo - SP Tel.: (11) 2967-9000

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Quinta-Feira, 26 De Julho De 2012

HHH

cotidiano C5

cristina moreno de castro

de são paulo

poeira levantou

Buracos, tratores, barulho e (muuuito) trânsito transformam bairro de Pinheiros num interminável canteiro de obras

R. Fernão Dias

R. B utan tã

R. Eugênio de Medeiros

Serão 24,9 km de vias exclusivas; 27 linhas passam pelo local A avenida Aricanduva (na zona leste de São Paulo) ganhará na próxima segunda 24,9 km de faixas exclusivas para ônibus no dois sentidos. A inauguração faz parte do plano da prefeitura de aumentar em até 15% a velocidade média dos ônibus. Segundo a SPTrans (que gerencia o transporte na capital), outros 12 km de faixas devem ser inaugurados nos próximos dias nas avenidas Líder e Itaquera. Ao todo, 27 linhas do transporte municipal passam pela avenida Aricanduva. A expectativa da SPTrans é que,

Fiscalização

Carros que usarem as faixas para trafegar em horários proibidos serão multados em R$ 53,20, com três pontos na carteira. As conversões à direita serão permitidas. Táxis poderão utilizá-las, desde que com passageiros. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfe-

go), a área será fiscalizada por 27 agentes em três turnos. No mês passado, a prefeitura inaugurou seis faixas (três na zona sul, duas na zona oeste e uma na zona norte). Com a de segunda-feira, a cidade passará a ter 50,1 km de faixas exclusivas. Até o final do ano a previsão é de 130 km de faixas —os corredores totalizam 120 km. No início de maio, a prefeitura publicou no “Diário Oficial” um pacote de R$ 2 bilhões que prevê a construção de seis novos corredores, a reforma de outros dois e a construção de novos terminais de ônibus. Não há inauguração prevista para este ano.

mUdança

GUarULHos

Feira livre da praça Roosevelt já tem novo endereço

PMs suspeitos de participação no sumiço de dois jovens são presos

A feira livre da praça Roosevelt (no centro de São Paulo) vai se mudar para a rua Major Quedinho, a cerca de dez minutos a pé do antigo endereço, na rua Gravataí. Neste fim de semana, a feira ainda acontece no antigo local, pois “a prefeitura está demarcando a rua onde as barracas serão instaladas”, diz José Torres, presidente do Sindicato dos Feirantes de São Paulo. Mas, a partir do dia 5 de agosto, passa a valer o novo endereço. Neste mês, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) determinou que a feira, que tem mais de 60 anos de existência, fosse transferida antes da inauguração da praça, prevista para setembro. de são paULo -

A Justiça Militar decretou a prisão temporária de dois PMs investigados sob a suspeita de envolvimento no sumiço de dois jovens em Guarulhos (na Grande São Paulo). As vítimas foram vistas pela últimaveznanoitedodia12.Odesaparecimento já dura 14 dias. A informação da decretação da prisão temporária foi confirmada ontem à noite pelo corregedor da Polícia Militar, coronel Rui Conegundes de Souza.

do “aGora” -

Segundo a reportagem apurou, os dois PMs são da Força Tática do 31º Batalhão, que cobre a área do Jardim Presidente Dutra, onde os jovens moram e foram vistos pela última vez. Caíque Eduardo de Lima, 18, e Matias Mateus Vieira do Nascimento, 19, sumiram, de acordo com vizinhos, após serem levados por PMs em uma abordagem em frente a uma escola. A reportagem não localizou os advogados dos PMs presos.

a Lim

Interdição total para carros Interdição parcial

com a nova faixa, as viagens dos ônibus que passam pelo local diminuam, em média, dez minutos. A faixa, que ficará à direita dos outros veículos, funcionará entre as 6h e as 20h, de segunda a sexta-feira, em toda a extensão da via.

is ora eM od ros ed .P o Av ag aG nh Cu

aio mp a S ro do o Te Metrô R. Faria Lima R. Paes Leme R. Teodoro Sampaio R. dos Sesc Pinheiros Pinheiros

R. Cons. Pereira Pi nto

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R. Gilberto Sabi no

São Paulo

R.

Metrô Pinheiros

R. Padre Carvalho

R. Sumidouro

Av. Aricanduva terá faixa de ônibus a partir de segunda-feira do “agora”

namento ao lado e “invadir” um trecho da calçada já apertada para abastecer o carro.

OS GARGALOS DE PINHEIROS Obras congestionam o trânsito na região da zona oeste

iros nhe l Pi gina Mar

Em um raio de cerca de 1,5 km, no miolo do bairro de Pinheiros (zona oeste paulistana), é possível contar ao menos dez ruas passando por obras ao mesmo tempo. Quem anda por aquela região encontra calçadas e asfalto esburacados, vias inteiras interditadas para passagem de carros, desvios, mãos invertidas, tratores, poeira, barulho e trânsito. Às 12h de anteontem —mês de férias escolares—, o final da rua Teodoro Sampaio, no largo de Pinheiros, e a rua Butantã estavam completamente travadas. Obras deixavam apenas duas faixas livres. Havia seis ônibus passando naquele momento. Outras ruas próximas, como Paes Leme, Sumidouro, Conselheiro Pereira Pinto e Gilberto Sabino, estão com trechos totalmente interditados para carros e acesso difícil para pedestres. Nelas, há um comércio diversificado e prédios que atraem muita gente, como o Sesc Pinheiros, a Sabesp e a Unip. Alguns locais ficam bem no olho do furacão, como o restaurante Terracinho, na Cons. Pereira Pinto. Segundo a proprietária, Raquel Diniz, 43, o movimento caiu pela metade quando a rua foi fechada, há quatro meses. “O acesso ficou difícil, tem poeira e muito barulho.” Um posto de gasolina no trecho interditado da Paes Leme usa uma solução improvisada: clientes têm que passar por dentro de um estacio-

s uça bo e R Av.

complicadíssimo

A prefeitura contratou essas intervenções em toda a região do largo da Batata, que podem levar mais 13 meses. As obras incluem, ao custo de R$ 146,4 milhões, reforma e alargamento viário e de calçadas, enterramento de fios e cabos, redes de drenagem, coletoras de esgoto e distribuidoras de água, garagem e terminal de ônibus intermodal e iluminação. As ruas Pinheiros e Cunha

obras no cruzamento das ruas Fernão dias com teodoro sampaio

Gago e a av. Faria Lima passam por reforma bancada pela Subprefeitura de Pinheiros. Cristina Costa, 45, que gerencia uma loja de colchões na rua dos Pinheiros, diz que gasta 40 minutos para fazer o percurso de carro de sua casa, na Lapa, até o trabalho —o dobro do normal, por causa do engarrafamento desde a avenida Pedroso de Moraes. “Meus clientes ligam e falam que não conseguem chegar porque Pinheiros está muito complicado. Minhas vendas tiveram mais de 20% de queda com esse trânsito.” Taxistas de pontos da região confirmam que o trânsito piorou muito. Questionam por que todas as obras têm que ser feitas juntas. Segundo a prefeitura, o planejamento envolve várias empresas, como CET, Sabesp e Eletropaulo e, por isso, se as obras fossem feitas em períodos diferentes, “atrapalhariam e demorariam muito mais”. Segundo a CET, os desvios visam o “menor impacto possível no trânsito”, que está sendo monitorado por 28 agentes e três câmeras.

Joel silva/Folhapress

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